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Universidade Federal Rural do Semi-Árido Departamento de Ciência Ambientais e Tecnológicas CARTOGRAFIA AMBIENTAL Professor: Francisco de Assis de Oliveira e-mail: thikaoamigao@ufersa.edu.br A utilização de escala na representação cartográfica e cálculo de áreas - Representar o desenho de um objeto em escala; - Obter a escala adequada de um desenho; - Fazer leitura das dimensões reais de um objeto em um desenho; Objetivos Escala: É a relação entre as dimensões dos elementos representados em um mapa e aquelas medidas diretamente sobre a superfície da Terra. A escala é a informação que deve estar presente em qualquer mapa e, em geral, pode ser apresentada na forma de escala numérica ou escala gráfica. Relação matemática entre a medida de um objeto ou lugar representado em uma carta (ou mapa) e suas medidas reais correspondentes Escala Três modalidades de escala * Escala gráfica, * Escala numérica, * Escala nominal. Escala numérica Medida linear, de modo geral, é um comprimento, podendo ser largura, altura, profundidade, raio, etc. R Relaciona cada medida linear do desenho (d) e a sua respectiva medida real no objeto (R). d E = d/R Escala de redução, de ampliação e natural: As escala numéricas aparecem sempre na forma x : y, segundo a ordem: Dimensão linear do desenho (d) : dimensão linear respectiva do objeto (R) A dimensão menor é sempre reduzida à unidade (1), tomando a escala numérica sempre nas formas: x y: X = y/x 1 : X X = x/y X : 1 Escala de redução Escala de ampliação Observação - Os valores de X são determinados em função do tamanho do objeto que se quer fazer, sendo normalmente números inteiros e fáceis de serem trabalhados. - A escala expressa na forma de 1:1 é denominada escala natural, sendo a dimensão linear do desenho igual à real do objeto (d = R). Observação A designação completa de uma escala deve consistir na palavra ESCALA, seguida da indicação da relação: 1 : 1 Escala natural 1 : X Escala de redução X : 1 Escala de ampliação Escalas recomendadas pela ABNT - Escalas de redução: 1:X, sendo X = 2; 5; 10 ou múltiplos de 10 (X = 2; 5; 10; 20; 50; 100; 200; 500; 1000; 2000; 5000; 10000, etc). - Escalas de ampliação: X:1, sendo X = 2; 5; 10 ou múltiplos de 10 (X = 2; 5; 10; 20; 50; 100; 200; 500; 1000; 2000; 5000; 10000, etc). (NBR 8196 – ABNT, 1992) Escalas mais utilizadas no desenho arquitetônico ESCALA EMPREGO 1:10 Desenho de detalhes 1:20 Desenho de detalhes 1:25 Desenho de detalhes 1:50 Plantas, cortes e elevações ou fachada 1:100 Plantas, cortes e elevações ou fachada e planta de cobertura 1:200 Plantas de cobertura 1:500 Plantas de situação 1:1000 Plantas de situação Exemplo de obtenção da escala de um desenho: O comprimento de um canal de irrigação é 100 m (R) e no desenho esta medida deverá ser representada por 40 cm (d). Qual deve ser a escala do desenho? 100 m d = 40 cm R = 100 m d = 40 cm = 0,40 m E = d/R E = 0,4 m /100 m E = 1/250 A escala é 1:250 (sendo o módulo da escala igual a 250) Escala na forma decimal ou na de percentagem - Escala na forma decimal: A escala 0,05 (cinco centésimos), que representa em termos atuais 1:20 E = 0,05 = 5/100 = 1/20 - Escala expressa na forma percentual: 100 % = 100/100 = 1:1 (escala natural) 80 % = 80/100 = 1:1,25 (escala de redução) 120 % = 120/100 = 1,2:1 (escala de ampliação) Fator de escala (f) É a razão entre a dimensão linear a ser representado no desenho (d) e a respectiva dimensão real do objeto (R) f = d/R (cm/m) Pelas definições de escala numérica e de fator de escala, tem-se: f = E = (d/R) = 1/M Obtenção do fator de escala: f (cm/m) = d (cm)/R(m) ou f (cm/m) = 1 (m)/M(m) = 100 (cm)/M (m) 1:10: (1/10) = 1/M = f , f = (1m/10 m) 100 cm/10 m = 10 cm/m. Utilização do fator de escala (f) 1 Conhece-se a medida real do objeto (R) e deseja-se determinar a medida do desenho (d): f = d/R d = f x R Exemplo: Obter o comprimento de um segmento de reta (d) que representará, na escala 1:100, um fio horizontal de 20 cm de comprimento 20 m E = 1:100 1:100 f = 1cm/m d = 1 cm/m x 20 m d = 20 cm Utilização do fator de escala (f) 2 Conhece-se a medida do desenho (d) e deseja-se determinar a do objeto (R): f = d/R R = d/f Exemplo: O comprimento de uma cerca, na escala 1:50, é 15 cm. Qual o comprimento real da cerca? R E = 1:50 15 cm A escala numérica e a área de uma superfície Relações entre as áreas das superfícies desenhadas (s) e a real do objeto (S). S R S = R2 Objeto (R) s d Desenho (d) s = d2 Relações entre as áreas das superfícies desenhadas (s) e a real do objeto (S). s = d x d = d2S = R x R = R2 f = E = d/R (d/R) x (d/R) = d2/R2 = (d/R)2 = f2 = E2 Substituindo s = d2 e R2 = S s/S= f2 = E2 Então: s = f2 x S e S = s/f2 ou s = E2 x S e S = s/E2 Exemplo : - A área de uma figura desenhada na escala 1:50 é 15,0 cm2. Qual é a área real da superfície do objeto? S d = 15 cm 1:50 Mudança de escala – ampliação ou redução d1 1:M 1 R d2 1:M2 RR = d1/f1 R = d2/f2 d2 = d1 x (f2/f1) R = d1/f1 e R = d2/f2 d1/f1 = d2/f2 Escala gráfica É a representação gráfica da escala numérica. É representada ao longo de uma barra graduada, marcando-se sobre ela os valores reais das medidas do objeto Talão 1:1000 10 5 0 10 20 m u.b. u.b. u.b. L l Finalidades - Facilitar as tomadas de medidas diretamente sobre o desenho; - Permitir a redução ou a ampliação do desenho sem alterar a escala; - É normalmente utilizada para escalas numéricas pequenas de módulo elevado, como as utilizadas em Topografia e Cartografia. Elemento de uma escala gráfica linear Talão 1:1000 10 5 0 10 20 m l = f x L L - Comprimento da escala (L) = É o valor real do comprimento que deseja representar em escala. L = 30 m. u.b. u.b. u.b. - Unidade básica (u.b.) = É a divisão principal da escala. u.b = 10 m (u.b. = L/n, n = 2; 3, ..) - Talão = É a primeira unidade básica da escala. Deve ser dividida em 10 partes iguais. Elemento de uma escala gráfica linear Unidade de medida 10 5 0 10 20 m l = f x L L - Numeração da escala u.b. u.b. u.b. Valores crescentes e múltiplos da u.b. Final da primeira u.b. Múltiplos da 1/10 u.b. 1:1000 Elemento de uma escala gráfica linear 10 5 0 10 20 m l = f x L L - Escala numérica: Deve-se escrever abaixo da escala gráfica, a escala numérica que a gráfica representa. u.b. u.b. u.b. 1:1000 Construção de uma escala gráfica linear - Construir uma escala gráfica linear de 2000 m de comprimento a ser empregada em um desenho de escala numérica de 1:20.000. a) Comprimento do segmento horizontal que vai construir a escala gráfica: d = f x R = E x R d = (1/20000) x 2000 m = 10 cm d = 10 cm Construção de uma escala gráfica linear b) Traçar três segmentos de reta horizontal, paralelos e igualmente afastados de 1 mm, com l = 10 cm. l L = 2000 E = 1/20.000 l = 10 cm Construção de uma escala gráfica linear c) Dividi-se o segmentos horizontais em n partes (u.b.) L = 2.000. [1.000, 10.000], u.b = 1.000 m n = 2; n = 2.000 m / 1.000 m u.b.u.b. 5 cm Construção de uma escala gráfica linear c) Dividi-se a primeira unidade básica da escala, o talão, em 10 partes iguais (0,50 cm). Talão Construção de uma escala gráfica linear e) Numera-se o talão a partir do zero para a esquerda (0, 500 e 1000) e as demais unidades básicas, a partir do zero para a direita (0, 1000 m). u.b.u.b. 05001000 1000 m Construção de uma escala gráfica linear f) Enegrecer as suas divisões, alternando-as horizontalmente e verticalmente. 1:20000 05001000 1000 m Utilização da escala gráfica linear Ao se tomar uma medida diretamente do desenho com qualquer instrumento ou com uma tira de papel, deve-se colocar a sua extremidade direita coincidindo com o: 1. Zero (0) da escala quando a leitura a ser feita for menor que a unidade básica 1:2000 100 50 0 100 200 m R = 87 m Utilização daescala gráfica linear 1:2000 100 50 0 100 200 m R = 133 m 2. Primeiro número da unidade básica à direita do zero (0), quando a leitura a ser feita for maior uma unidade básica e menor que duas. Utilização da escala gráfica linear 1:2000 100 50 0 100 200 m R = 248 m 3. Segundo número da unidade básica à direita do zero (0), quando a leitura a ser feita for maior duas unidade básica e menor que três. UNIDADES DE MEDIDAS 1 centímetro (cm) = 10 milímetros (mm) 1 metro (m) = 10 decímetros (dm) = 100 centímetros (cm) = 1000 milímetros (mm) 1 dm = 10 cm = 100 mm 1 cm = 10 mm 1 decâmetro (dam) = 10 m = 100 dm = 1000 cm = 10000 mm 1 hectómetro (hm) = 10 dam = 100 m = 1000 dm = 10000 cm = 100000 mm 1 quilómetro (km) = 10 hm = 100 dam = 1000 m = 10000 dm = 100000 cm = 1000000 mm. O Tamanho da Folha Utilizada É importante ressaltar que os tamanhos de folhas mais utilizados para a representação da superfície terrestre seguem as normas da ABNT, que variam do tamanho A0 (formato básico utilizado internacionalmente) ao tamanho A6 . ESCOLHA DA ESCALA É a menor grandeza medida no terreno, capaz de ser representada em desenho por meio de uma escala mencionada – é a menor dimensão gráfica percebida pelo olho humano; – menor dimensão representada em planta. 0,2 a 0,5 mm Erro admissível (EAD) =EMD x E x fc EMD - Erro máximo desejável (desenho (mm)) E – denominador da escala (Adimensional) Fc – fator de conversão da escala (0,001) Precisão Gráfica EXEMPLO Determine qual a menor dimensão possível de er representado em um mapa elaborado na escala 1:100.000. Depende da menor feição no terreno que se deseja representar Determinação do denominador da escala (E) E =Menor feição (m) EMD x fc EMD - Erro máximo desejável (dimensão real (m)) E – denominador da escala (adimensional) Fc – fator de conversão da escala (0,001) Escolha da escala EXEMPLO Considerando uma região da superfície da Terra que se queira mapear e que possua muitos acidentes de 10m de extensão. Determine qual a menor escala que se deve adotar que possibilite representar estes acidentes. Em um mapa, de escala 1:6.000.000, a distância em linha reta entre as cidades A e B mede 1 cm. Um avião, voando a velocidade constante de 360 Km/h e em linha reta, levaria quanto tempo em minutos para percorrer o trajeto entre as duas cidades ? Escala e Generalização Cartográfica Escala e Grandeza • A Representação da superfície terrestre na forma de carta é muito reduzida, levando a generalização. Generalização Cartográfica • Distinguir entre o essencial e o não essencial, conservando-se o útil e abandonando o dispensável. É fundamental pois dela dependerá a simplicidade, clareza e objetividade do mapa. Não há uma eliminação dos detalhes, mas uma omissão dos detalhes sem valor. (SANTOS, 1989) • Operação onde os elementos de um mapa são adaptados ao desenho de um mapa de escala inferior. (JOLY, 1990) O processo de generalização -a simplificação - o colapso -a suavização - a eliminação -a agregação - o exagero -a combinação - a ênfase -a fusão - a reposição Escala e Generalização Cartográfica Simplificação Escala e Generalização Cartográfica Consiste em simplificar a representação do objeto porém, mantendo as principais características do original. Os trechos das cartas topográficas, mostradas a seguir, estão em escalas distintas: a representação do rio na escala 1:100.000 seguida da representação do rio na escala 1: 250.000 (mostra menos detalhes). No entanto, a forma linear do objeto não mudou, só foi simplificada! Escala e Generalização Cartográfica Colapso • Consiste em transformar o objeto em um símbolo, descaracterizando a sua apresentação original para se adequar a escala menor. A cidade de Itapura, representada na escala 1:100.000 tem suas formas eliminadas na escala 1:250.000. Escala e Generalização Cartográfica Agregação • Tem por objetivo agrupar elementos pontuais que estejam muito próximos uns dos outros, transformando-os em um símbolo. • Na carta na escala 1:50.000 as construções isoladas do povoado Junqueira aparecem na escala 1:250.000 como um único ponto.. Escala e Generalização Cartográfica Combinação Na combinação há junção de duas ou mais linhas paralelas ou muito próximas entre si, formando uma única linha. Observe que no exemplo houve a junção dos rios próximo a Piratininga. Escala e Generalização Cartográfica Fusão Na fusão há junção de áreas contíguas de mesma característica, com a eliminação de suas fronteiras. No exemplo abaixo houve a junção de parte das Curvas de Nível. Escala e Generalização Cartográfica Eliminação Na eliminação há remoção de representações de objetos, julgados menos significativos, e que estejam próximos à representações mais significativas. Esta remoção é realizada, de modo a preservar as características do conjunto sem saturar o mapa com informações. Escala e Generalização Cartográfica Exagero e Suavização Aumentam-se as dimensões das representações dos objetos julgados importantes. Na carta 1:100.000 observa-se, na área destacada, meandros (curvas) do rio. Ao representar este rio na escala 1:1.000.000 seus meandros foram exagerados e suavizados, mantendo uma harmonia com os demais objetos. Escala e Generalização Cartográfica Ênfase Aumento das dimensões de elementos considerados importantes para o mapa mas que, se representados em suas verdadeiras dimensões, seriam pequenos demais para se visualizar. Observe que a representação da cidade de Itapura é enfatizada na carta na escala 1:1000.000, que é maior do que na escala 1: 250.000 Escala e Generalização Cartográfica Reposição Mudança intencional da posição de uma feição, visando destacá-la de outra, muito próxima a ela. Observe que no exemplo, quando comparamos a posição da ferrovia (na cor preta) e da rodovia (na cor vermelha) entre as escala 1:50.000 e 1:250.000, constatamos que houve uma mudança na posição da estrada na escala 1:250.000.
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