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Nãofi f ique de fora desta coleção EXCLUSIVA CHEGOU O LIVRO ILUSTRADO DA PEPPA + São 236 cromos 16 especiais Em todas as bancas e revistarias do Brasil www.revistaonline.com.br www.completeseualbum.com.br Peppa Pig © Astley Baker Davies Ltd/Entertainment One UK Ltd 2003. Começar de novo! Sumário Mais um ano se inicia, e, com ele, vem também o planejamento es- colar. Atender às expectativas dos pais e às necessidades das crianças é um desafio para os professores, não é verdade? Para ajudar nessa tarefa, falamos com especialistas que dão dicas superinteressantes para facilitar a elaboração dos trabalhos pedagógicos de todo o ano letivo. Nesta edição, também abordamos os cuidados necessários para pro- teger os pequenos dos raios solares e dos problemas de pele mais fre- quentes no verão. Dessa forma, dá para aproveitar as altas temperaturas para propor brincadeiras e dinâmicas ao ar livre sem se preocupar com queimaduras. Ainda na estação mais quente do ano, é importante alertar a classe sobre a prevenção da dengue. Devido às chuvas e ao calor, cresce o número de vítimas do Aedes aegypti, mosquito causador da doença. De forma leve e lúdica, é possível conscientizar os alunos, alertando-os sobre as consequências dessas picadas. As tão aguardadas férias são momento de lazer, mas também de aprendizado. Por meio de jogos e brincadeiras, você poderá estimular o desenvolvimento e a educação da garotada. Confira algumas ideias de ati- vidades que são pura diversão. Em 08 de janeiro, comemora-se o Dia Nacional do Fotógrafo. Para homenagear esses grandes profissionais, que tal desenvolver o olhar crí- tico da turminha e montar uma exposição fotográfica para toda a escola? Eles vão adorar! Um abraço e até a próxima edição, Os editores Creche 04 Saiba quais cuidados especiais devem ser tomados para aproveitar a estação mais quente 08 É hora de pensar no currículo para o próximo ano. Confira dicas para um bom planejamento Educação Infantil 14 Estimule a imaginação dos pequenos e apresente-os ao universo mágico das cores 17 As chuvas de verão demandam atenção redobrada na prevenção da dengue 23 Proponha atividades educativas e aproveite as férias para desenvolver habilidades da turminha Ensino Fundamental 1 27 No Dia Nacional do Fotógrafo, amplie o olhar crítico dos alunos por meio do uso de fotografias na escola 31 Nas férias, ajude os alunos a criar atividades e jogos simples para momentos individuais e coletivos Onde encontrar Presidente: Paulo Roberto Houch Vice-Presidente Editorial: Andrea Calmon redacao@editoraonline.com.br REDAÇÃO Jornalista Responsável: Andrea Calmon – MTB 47714 PROGRAMAÇÃO VISUAL Coordenadora de Arte: Angela Cordoni Houck diagramacao@editoraonline.com.br ESTÚDIO FOTOGRÁFICO Fotógrafo: Fernanda Venâncio PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA Coordenadora: Elaine Simoni elainesimoni@editoraonline.com.br COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Redação: Fernanda Montano (edição), Jade Barreto, Lila de Oliveira, Ludmylla Franco, Malu Gonçalves, Mariana Almeida, Renata Santana e Tatiane Cotrim (textos) Fotografia: Adriana Barbosa, André Wittner, Camila Calicchio e Vandercy Junior (fotos) Produção fotográfica: Cristiane Boneto e Selma Russo Ilustração: Arlete Scantamburlo e Mônica Fuchshuber Diagramação: Rafael Micheski PUBLICIDADE Gerente Comercial: Elaine Houch Supervisores: Bernard Correa e Gisele França Agências: agencia@editoraonline.com.br Executivos de Contas : Ana Paschoal, Antonio Demésio, Denise Abe, Andrea Brognara, Camila Vinhas e Luciana Lemes publicidadedecoracao@editoraonline.com.br Operações Comerciais: Joelma Lima Designer Gráfico Publicidade: Monique Angelina Representantes: Brasília – (61) 3034-3704 Rio de Janeiro – (21) 3598-1172 Rio Grande do Sul – (51) 3374-5672 MARKETING Supervisor de Marketing: Vinícius Fernandes Assistente de Marketing: José Antônio da Silva CANAIS ALTERNATIVOS Luiz Carlos Sarra DEP. 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As temperaturas menos frias viabilizam esse tipo de ati- vidade, assim como as roupas das crian- ças – mais leves e em menor quantidade – facilitam a locomoção e a movimentação dos pequenos. Mas, assim como no inverno, o verão também exige alguns cuidados especiais. Cuidados com a pele Proteção Toda criança, independentemente da idade, deve ser prote- gida dos raios solares. Até o sexto mês de idade, essa prote- ção deve ser física, ou seja, por meio de uso de chapéus – que não possuam elásticos nem apertem a criança – e guarda-sóis. Após essa idade, já se pode – e deve – fazer uso de protetores solares com um fator de proteção de, no mínimo, 30. A pe- diatra com especialização em dermatologia infantil Marice El Achkar Mello orienta a escolha dos produtos desenvolvidos es- pecialmente para crianças e que tenham a coloração branca, pois os coloridos podem causar alergia na pele do bebê, que ainda é muito sensível. “Na praia ou na piscina, o filtro deve ser reaplicado a cada duas horas, independentemente da atividade que a criança venha a fazer”, acrescenta ela, destacando que o mais importante, no entanto, é não expor as crianças ao sol entre as 10 e 16 horas, mesmo com o uso do protetor solar. 4 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR Como a incidência de insetos também é maior nos perío- dos quentes, faça uso dos repelentes elétricos nos ambientes internos da escola. Para as áreas externas, se houver necessi- dade, pode-se fazer uso de repelentes nas crianças com mais de seis meses de idade, desde que o produto seja adequado para a faixa etária. Mas lembre-se: antes de utilizar qualquer produto na pele das crianças, converse com os pais para saber se elas são alérgicas. Hidratação É inevitável o contato constante das crianças com a água. Afinal, quem resiste a refrescar-se em um banho de piscina, de balde ou até mesmo de mangueira? O excesso de água, no entanto, provoca o ressecamento da pele, portanto, após os banhos, passe sempre um pouco de hidratante na pele dos bebês com mais de seis meses. “Paraessa idade, os hidratantes devem ter pouca ou nenhuma fragrância e serem de colora- ção clara”, alerta Marice. Não exagere na quantidade e utili- ze produtos específicos para crianças. Não utilize óleos, pelo desconforto que causam. Também para evitar o ressecamento da pele, evite os ba- nhos longos e use pouco sabonete. A temperatura da água, in- dependentemente do clima, é sempre próximo à temperatura natural do corpo, ou seja, 36 graus. Pós-piscina O cloro utilizado nas águas de piscina pode fazer mal às crianças que têm alguma alergia de pele, por isso, é impor- tante sempre pedir autorização dos pais para esse tipo de banho. Depois da diversão na água, dê uma chuveirada em cada criança para tirar o cloro e passe hidratante na pele dos pequenos. Fo to : C am ila C al ic ch io | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o Fo to : S hu tte rs to ck Problemas de pele mais comuns no verão Brotoejas – também chamadas de miliarias, caracterizam- -se pela inflamação nas glândulas do suor. São, portanto, co- muns no verão e aparecem nos lugares onde os pequenos mais suam, como no pescoço e nas dobras. “Para evitá-las, deve- mos deixar as crianças com pouca roupa, de tecidos leves, que permitam a circulação do ar”, orienta Marice. As de algodão são as mais indicadas, ao contrário das de fibras sintéticas, que retêm o calor. Assaduras – são dermatites de pele. Seus principais moti- vos são a umidade, o abafamento e a contaminação por fun- gos e bactérias presentes na urina e nas fezes. Para evitá-la, utilize sempre o creme de proteção, mesmo no calor. Há uma lenda de que nos dias mais quentes não se deve usá-lo, pois estaria impedindo a respiração da pele, “mas isso não é ver- dade”, alerta Marice. Frieiras – no frio, elas podem aparecer porque as crianças ficam muito tempo com o pé fechado, coberto por meias e calçados por tênis ou sapatos. No verão, esses fungos que aparecem entre os dedos também podem marcar presença, uma vez que são oriundos da umidade, que pode ser causada pela transpiração. Para evitar esse incômodo, seque bem os pés das crianças após os banhos e oriente os pais a exporem Cr ec he 5WWW.REVISTAONLINE.COM.BR Fo to : S hu tte rs to ck tilhar os objetos pessoais das crianças; orientar os pequenos a lavar bem as mãos antes das refeições, após espirrar, tossir e assoar o nariz; ensiná-las a usar lenços descartáveis; evitar aglomerações de pessoas em locais fechados; manter uma alimentação saudável e balanceada; manter o ambiente bem arejado. Hidratação e dieta balanceada A nutricionista clínica Lais Sassaki reforça, ainda, a impor- tância da ingestão de líquidos e da dieta balanceada e dá a dica aos pais e cuidadores: “deixe sempre próximo às crianças uma garrafinha ou um copinho com água”, ou seja, não espere a crian- ça pedir líquido, ofereça sempre água, sucos e chás gelados. O fato de uma criança pequena pedir líquido já é sinal de desidrata- ção! Além da água, aproveite para oferecer opções diferenciadas de sucos aos maiores de um ano de idade. Uma boa pedida é o mix de frutas sugerido por Lais (confira a receita a seguir). Já para os bebês que estão em fase de desmame, prefira as opções que tenham uma fruta por vez, para que ele sinta o sabor da fruta, e você perceba as preferências de cada uma, sem desistir na pri- meira cara feia que o pequeno fizer, afinal, ele está descobrindo sempre os calçados dos pequenos ao sol e evitar o uso diário do mesmo calçado. Pano branco – aparece normalmente no cabelo e nas cos- tas, devido à umidade, e pode se espalhar pelo corpo. Marice recomenda que não se use água muito quente no banho, além de não deixar a criança dormir com o cabelo molhado. Impetigo – infecção causada por bactéria que resulta em feridas com secreções amareladas. Qualquer tipo de feri- mento que rompa a barreira da pele expõe a criança a essa infecção, mas no verão as picadas de inseto são as grandes ameaças, uma vez que ela normalmente coça a região picada e acaba se machucando. Como essa infecção é transmissível pelo contato, a criança que estiver com o problema deve ser afastada da escola, pelo menos por 48 horas, enquanto é trata- da com medicamentos, sob a orientação de um médico. Cuidados com o corpo Vírus da gripe Os vírus causadores da gripe são transmitidos pelo con- tato com secreções contaminadas e, portanto, não têm rela- ção direta com o clima. Mas alguns fatores típicos do verão, como a exposição ao sol, que favorece a desidratação, e a exposição ao ar-condicionado, que causa o ressecamento das secreções respiratórias, tornam as vias áreas mais vul- neráveis à adesão dos vírus ao tecido respiratório, con- forme explica a pneumologista pediátrica Juliana Leite Soares Guedes. Sendo assim, evitar o ar- -condicionado em detrimento da abertura de portas e janelas, e manter a criança hidratada é fundamental, mas não se devem esquecer os cuidados corriquei- ros, que devem estar presentes duran- te o ano inteiro, como não compar- 6 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR novos sabores, portanto, certa resistência é normal. Nas temperaturas mais quentes, comer algo frio ou ge- lado também é mais confortável. Aproveite-se disso para oferecer opções saudáveis de lanches e sobremesas, como o milk shake saudável (receita a seguir) e os picolés feitos com suco concentrado de frutas, como caju, uva e manga, sugeri- dos pela nutricionista Manoela Figueiredo. Na alimentação, abuse dos alimentos “in natura”, como saladas, sejam de verduras ou de legumes crus ou cozidos, e das frutas, sem perder o foco no equilíbrio dos nutrientes ne- cessários nas refeições diárias. Lave sempre bem os alimentos com água filtrada para evitar que a criança tenha diarreia, o que agrava ainda mais o quadro de desidratação. Uso de acessórios Usar óculos de sol que não têm lentes adequadas, com proteção contra os raios ultravioleta, como os de plástico, em vez de proteger, pode prejudicar os olhos das crianças. Da mesma forma, cuidado com o uso de pulseiras, anéis e sandálias de plástico que, em contato com o sol, podem machucar os pequenos, além de gerar desconforto. Suco refrescante Por Lais Sassaki Ingredientes: 1 xícara (de chá) de abacaxi picado 2 xícaras (de chá) de suco de laranja-lima 1/2 maçã com casca 1 xícara (de chá) de água filtrada Modo de preparo: Coloque no congelador, em forminhas de gelo, uma xícara de chá de água. Espere endurecer. Desenforme- as e coloque-as no liquidificador juntamente com o suco de laranja, de abacaxi e a maçã. Como as frutas já estão bem doces nessa época do ano, não é necessário acrescentar açúcar. Bata tudo e pronto! Milk Shake saudável Por Manoela Figueiredo Ingredientes: 1 banana 200 ml de iogurte ou leite 1 colher (de sopa) de mel Modo de preparo: Pique a banana e coloque-a no congelador, embrulhada em papel-alumínio. Depois que ela estiver dura, bata-a no liquidificador com um pote de iogurte natural ou leite e uma colherzinha de mel. Digestão Como nessa época do ano os banhos são mais fre- quentes, vale chamar a atenção para o período neces- sário entre a refeição e o banho. “Devemos respeitar o período de digestão para não causar dores, náuseas e vômitos. Para isso, intervalos de uma hora e meia a duas horas entre as refeições e os banhos são ideais”, lembra Lais. Fo to : S hu tte rs to ck Cr ec he 7WWW.REVISTAONLINE.COM.BR A mil mãos Precisamos planejar, ter intencionalidade, olhar pedagógi- co, com foco em resultados. Mas por outro lado, precisamos ouvir e respeitar os saberes que as crianças trazem consigo, vê-las como autoras de seu processo de desenvolvimento e respeitar o tempo de cada uma delas. E como associar todas essas coisas? Como ter, por um lado, um trabalho planejado antecipadamente respeitando um currículo previamente ela- borado e, por outro, atender à demanda, ao tempo e aos inte- resses e conhecimentos de cada criança do grupo? “Conhecimento”, responde Eny Muniz, pedagoga e espe- cialista emGestão e Planejamento Escolar. “Quanto mais eu souber sobre o processo de aprendizagem de cada faixa etária, mais possibilidade de sucesso terei. Muita leitura, discussão e compreensão dos eixos de aprendizagens e de como eles de- vem ser trabalhados precisam fazer parte constante das reu- niões pedagógicas escolares”, explica ela. E no final, é esse conhecimento que fica explícito no pla- nejamento, é onde ele se consolida e se materializa. “Todo planejamento nos traz a concepção de educação que aquela instituição carrega e, principalmente, a ideia de concepção de educação e criança que o educador traz consigo”, afirma Fabiane Vitiello, pedagoga pós-graduada em psicopedagogia. O trabalho de planejar, portanto, deve ser feito em parceria entre professores e coordenadores, uma vez que nele devem conter as diretrizes e a concepção de criança e infância da- quela instituição e dos profissionais que nela atuam. “Acredito que ele deve ser construído pela equipe de docentes, podendo Corpo docente, gestores e crianças devem ser coautores do planejamento para que ele responda às necessidades dos pequenos, às exigências da legislação e às cobranças dos pais PLANEJAMENTO E CURRÍCULO Fo to : S hu tte rs to ck 8 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR contar com o apoio de pessoas mais experientes, no caso, co- ordenadores ou orientadores pedagógicos. É importantíssimo que os professores atuem nessa construção, pois são eles que estão diariamente com as crianças, conhecendo suas carac- terísticas mais íntimas”, acrescenta Fabiane. Nas palavras de Eny, “o planejamento deve ter a sua construção no coletivo: corpo docente e gestores educacionais elaborando as estra- tégias, as atividades, enfim, explicitando qual a intenção e a função social que a escola pretende atingir por meio do pla- nejamento escolar.” Para tanto, é necessário um processo de formação dos profissionais que hoje atuam nesse segmento de ensino, que exige conhecimentos muito específicos. É preciso que as in- formações e as novas diretrizes para a educação infantil sejam esclarecidas para o corpo docente. “De nada adiantará elabo- rar um belíssimo planejamento se os profissionais que darão vida e voz ao currículo não se sentirem parte do processo”, observa Eny. Além dessa parceria, o planejamento deve contar com mais um colaborador: as próprias crianças. Elas devem ser não apenas o foco e o alvo de tudo que é planejado, mas tam- bém coautoras. Segundo Fabiane, é preciso “trabalhar com um planejamento flexível no qual sejam respeitados os tem- pos e os limites da turma”. Dessa forma, segundo o trabalho de Isabel Alexandra A. Moreira e Sandra Maria S. F. M. Teixeira, realizado na pós- graduação em educação de crianças de creche (em Portugal), “o currículo não pode ser visto como algo estanque, acabado e imutável, mas sim como ‘ação e reflexão, como um proces- so permanentemente confrontado com as circunstâncias do momento’. Deste modo, é sugerido por vários autores que um currículo para crianças pequenas deve ser flexível, aberto, valendo-se do jogo e respeitando o interesse e ritmo de apren- dizagem da criança”. Eny acrescenta: “costumo dizer que devemos começar pelo que a criança já sabe”. Por isso, ela orienta que o planejamento seja feito anteriormente ao início das aulas, como linha norte- adora do trabalho e instrumento de reflexão. Mas ele deve ter também sua carga de exclusividade, de acordo com o perfil da turma. “No início do ano sempre devemos ter o planejamento prévio de nossas ações - que será o nosso ponto de partida - tratando de objetivos gerais mais ligados aos pressupostos teóricos, de legislação, etc. O plano de curso, específico para cada faixa etária, será completado após uma avaliação inicial para saber qual o ponto de partida com cada turma. Por isso, geralmente, temos um tempo para a entrega total do Projeto Político Pedagógico, a fim de que se cruzem todas as informa- ções”, explica. Planejamento e currículo Para Eny, planejar significa perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e todo o processo ao qual o planejamento se destina. Sendo, portanto, o lado racional da ação, ferramenta essencial para a preparação do que se deseja ensinar, e onde se antevê as possibilidades de aprendizado e os espaços em que essas interações vão acontecer. “Trata-se de um processo que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados espera- dos. Essa deliberação busca alcançar, da melhor forma possí- vel, alguns objetivos pré-definidos. Significa esclarecer o meio como se pretende realizar o currículo”, elucida Eny. Sendo as- sim, o currículo seria formado pelos eixos de aprendizagem com os quais se pretende trabalhar e, portanto, estaria dentro do planejamento. Segundo Fabiane, currículo é o que norteia o planejamen- to. É por meio dele e de acordo com ele que atividades, proje- tos e sequências são elaborados. Ambos estão ligados um ao outro. O currículo é uma conversa, um diálogo com os de- mais elementos pedagógicos que norteiam a rotina. “É algo mais sólido, que sustenta as demais práticas. Já o planejamen- to deve ser para o professor um eterno instrumento de refle- xão. Sendo assim, deve ser revisitado sempre que necessário e alterado quando preciso”, acrescenta. Em sua etimologia, currículo provém do latim “currere”, que significa caminho, jornada, percurso, trajetória. Mas, na educação, essa trajetória não tem só um caminho, nem só um meio, nem um tempo fixo e igualitário para todos que por ela percorrem. O próprio conceito de currículo é múltiplo e dinâmico, ca- bendo diversas definições. Para Isabel e Sandra, é a seleção de conhecimentos acadêmicos, organizados a partir de áreas disciplinares, em sequência linear e centrados em objetivos previamente determinados. Elas vão mais longe, elencando em seu trabalho quatro tipos de currículos: Fo to : S hu tte rs to ck Cr ec he 9WWW.REVISTAONLINE.COM.BR • Currículo formal ou oficial: resultante de uma decisão polí- tico-administrativa. • Currículo real ou em ação: é o que criança entende daquilo que lhe é proposto. Resulta da comparação entre currículo formal e oculto. • Currículo oculto ou informal: resultante da real apren- dizagem da criança, a partir do que foi planejado, mas que não estava planejado, como os valores, crenças e atitudes. • Currículo avaliado: inclui a avaliação das crianças, dos planos, dos programas, das orientações, dos professores, da escola etc. “Assim, o modelo curricular é ‘simultaneamente um refe- rencial teórico para conceituar a criança e o seu processo educativo e um referencial prático para pensar antes da ação, na ação e sobre a ação.’ (Formosinho-Oliveira e Kishimoto, 2002:30)”, escrevem as autoras no texto intitulado “Currículo e Avaliação em Creche”. Conteúdos A construção de um currículo e, consequentemente, de um planejamento, deve levar em conta as muitas linguagens presentes nessa faixa etária de 0 a 3 anos, que pelo desenvolvi- mento cognitivo da primeira infância exige muita dedicação, cuidado e observação. Nessa idade, os pequenos estão expos- tos a todo tipo de estímulo, muitos provocados inconsciente- mente e, em um curto espaço de tempo, transformam esses estímulos em percepções e ações. Como bem observa Eny, “deve-se levar em consideração que, por mais que se tenha a intenção de trabalhar com atitudes e valores, nunca a insti- tuição dará conta da totalidade do que há para ensinar. Isso significa dizer que parte do que as crianças aprendem não é ensinado de forma sistemática e consciente e será apren- dida de forma incidental. Isso amplia a responsabilidade de cada um e de todos com os valores e as atitudes que cultivam”. Cada instituição precisa, portanto, refletir conjuntamente sobre essa elaboração e o que deverá compô-la, partindo, primeiramente, de sua própria concepção de infância e educação. “Particularmente, acredito que o planejamentodeve ser elaborado tendo como base o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) e seus eixos (Música, Artes, Identidade e Autonomia, Matemática, Práticas de Linguagem, Brincadeiras e Movimentos, e Natureza e Sociedade). Por meio desses eixos, elaboramos projetos e sequências de traba- lho para serem desenvolvidos com as crianças, deixando claro qual a intenção do trabalho. Deve ha- ver reflexão nessa elaboração, mas creio que apoiar-se no RCNEI seja uma boa pedida”, sugere Fabiane. Mas é justamente por conta da nova concep- ção de infância e do novo lugar que essa fase da educação ganhou tão recentemente em nossa so- ciedade que os conteúdos do currículo das crianças de 0 a 3 anos de idade ainda são controversos. “O desafio maior está na alteração da concepção que se tem das crianças nessa faixa etária. Antes de mais nada, é necessário crer no grandioso potencial delas para, a partir daí, a construção do currículo acontecer, levando em conta as muitas linguagens presentes nessa fase”, observa Fabiane. Para Eny, aos poucos, a educação vem dizendo realmente qual a sua verdadeira essência desde os anos iniciais da crian- ça. “Precisamos planejar, tendo em vista os estímulos que po- dem ser trabalhados, a inserção de novos saberes àquilo que a criança traz de representação social de sua vivência em outros espaços não escolares, sua casa, o clube, a convivência com familiares, respeitando seus princípios e, sobretudo, a faixa etária em que se encontra”, diz. Isabel e Sandra colocam em seu trabalho que “quando se trata de propostas curriculares que abordam a educação de bebês e crianças muito pequenas, esta discussão se torna ainda mais complexa, pois é preciso lidar não apenas com diferenças de concepções, mas com a falta de pesquisa, es- tudos e publicações que abordam diretamente a organiza- ção curricular nas creches”. As autoras, no entanto, organizam os saberes e conheci- mentos que devem se fazer presentes, como os “oriun- dos das práticas corporais, culturais e sociais nas quais as crianças são introduzidas em seus contextos de vida e que, na educação infantil, são identificadas principalmente através das interações sociais, das roti- nas, das culturas de pares, das brinca- deiras, dos cantos e dos relacionamen- tos; os saberes e conhecimentos das linguagens, que são as formas sim- bólicas que essa cultura produziu e Fo to : S hu tte rs to ck 10 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR produz ao longo da história para criar, interpretar, expressar, narrar e comunicar ações e sentidos que significam a convi- vência; e os saberes e conhecimentos das áreas disciplinares organizados histórica e socialmente e que são necessários à formação das crianças nos aspectos científicos e tecnológi- cos, isto é, os conhecimentos científicos”. Já os RCNEIs instrumentalizam o planejamento do pro- fessor com as seguintes categorias de conteúdos: os conceitu- ais, que dizem respeito ao conhecimento de conceitos, fatos e princípios; os procedimentais, que se referem ao “saber fazer”; e os atitudinais, associados a valores, atitudes e normas. Esses conteúdos podem ainda se desdobrar em eixos temá- ticos. No documento elaborado pelo Ministério da Educação são eles: Formação Pessoal e Social, que contém o eixo de tra- balho que favorece, prioritariamente, os processos de constru- ção da Identidade e Autonomia; e Conhecimento de Mundo, que inclui Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagens Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática. Para Eny, “os eixos de aprendizagem sistematizam todo o trabalho da educação infantil, sendo eles: linguagem e comunicação, expressão e apreciação artística, desenvol- vimento pessoal e social, exploração e conhecimento de mundo, corpo e movimento, relações matemáticas”. Segundo ela, no dia a dia, as crianças já vivem esses eixos, mas o tra- balho planejado e o currículo elaborado corroboram para que o processo seja contínuo, uma vez que não estão engessados. Pelo contrário, eles são flexíveis e sensíveis às modificações necessárias. Flexíveis porque, considerando as especificidades de be- bês e crianças pequenas, as vivências socioculturais devem sobrepor-se aos conhecimentos científicos, normalmente em voga quando o tema é elaborar um currículo, pois, explica o documento “Educação de Crianças em Creche”, elaborado pelo MEC, “as crianças pequenas e os bebês aprendem – na corporeidade de suas mentes e de suas emoções – a partir da ação do corpo no mundo, da fantasia, da intuição, da ra- zão, da imitação, da emoção, das linguagens, das lógicas e da cultura”. Ainda segundo o texto “as crianças produzem seus conhecimentos instaurando significados e constituindo narrativas sobre si mesmas e o mundo. Elas aprendem não a partir de informações científicas parciais ou conhecimentos fragmentados, mas através de processos dinâmicos de inte- rações com o mundo”. Sendo assim, na opinião de Eny, o currículo deve conter “práticas educacionais organizadas em torno do conheci- mento e em meio às relações sociais que se travam nos espaços institucionais, e que afetam a constru- ção das identidades das crianças”. O documento do MEC vai ao encontro dessa pro- posta ao colocar que “o currículo deve ser sustenta- do nas relações sociais, nas interações das crianças com o meio, a partir de suas vivências e em práticas educativas intencionalmente voltadas para as expe- riências concretas da vida cotidiana, para a aprendi- zagem da cultura pelo convívio no espaço coletivo, no qual os professores promovem vivências que ampliam os potenciais cognitivos, afetivos e sociais, considerando as dife- rentes linguagens que compõem os processos comunicativos e a maneira como as crianças significam suas experiências”. Eny elenca ainda outros itens básicos de um currículo ci- tando as práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem par- te do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico, considerando a integralidade, indivisibilidade e as dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, esté- tica e sociocultural das crianças, além de apontar as experiên- cias de aprendizagem que se espera promover junto às crian- ças e efetivar-se por meio de modalidades que assegurem as metas educacionais de seu projeto pedagógico. Fo to : S hu tte rs to ck Cr ec he 11WWW.REVISTAONLINE.COM.BR O documento elaborado pelo MEC diz que “é preciso mu- dar a concepção de ‘aprendizagem como aquisição’ e acumu- lação para uma concepção de aprendizagem enquanto um ‘processo de narração’”. É por tudo isso que o currículo focado em crianças de 0 a 3 anos de idade deve ser ancorado na pró- pria vida e em todo o dinamismo que lhe é próprio. Assim, escrevem Isabel e Sandra, “o desafio dos profes- sores está em romper com concepções polarizadoras entre conhecimentos do corpo (prática) e conhecimentos abstratos (teoria), entre conhecimentos cotidianos vinculados às prá- ticas culturais (não legítimos) e conhecimentos acadêmicos (legítimos) vinculados ao pensamento científico”. Vale ainda destacar mais um trecho do texto: “os ‘conteúdos’ a serem estudados serão respostas complexas às perguntas significa- tivas e não mais fragmentos de conhecimentos específicos previamente determinados. O professor observa e vê, na ação, o conhecimento se configurando, e é então que ele não ape- nas transmite uma informação, mas provoca o pensamento a continuar pensando.” Atividades Entre os conteúdos que devem ser contemplados no currí- culo, o RCNEI elenca algumas atividades permanentes, que res- pondem às necessidades básicas de cuidados, aprendizagem e de prazer para as crianças, ficando a critério do professor e da ins- tituição estabelecer a periodicidade e sequência delas, de acordo com o planejamento: • brincadeiras no espaço interno e externo; • rodas de história; • rodas de conversas; • ateliês ou oficinas de desenho, pintura,modelagem e música; • atividades diversificadas ou ambientes organizados por te- mas ou materiais à escolha da criança, incluindo momentos para que elas possam ficar sozinhas, se assim o desejarem; • cuidados com o corpo. Deve-se levar em conta as boas referências existentes, no caso os RCNEIs, mas as educadoras devem estar atentas aos indícios diários de interesse que as crianças dão. “Muitas ve- zes, uma simples ida ao parque pode virar um projeto de tra- balho. Talvez no meio do caminho as crianças se deparem com um casulo ou com uma borboleta e isso pode virar um interesse legítimo do grupo ao passar dos dias. As professo- ras devem atentar-se às pistas diárias e passar a incluí-las em seu planejamento”, orienta Fabiane. Na escola Curumim, em Campinas, interior de São Paulo, os interesses das crianças têm sempre espaço para transformar-se em trabalho pedagógico. Os pequenos são incentivados a estar em contato com a natureza e com a comunidade ao redor e qualquer interesse maior desper- tado é trabalhado. A coordenadora da escola, Glaucia de Melo Ferreira, lembra certa vez quando as crianças des- cobriram os tatu-bolas ao brincar no gramado da esco- la. “Isso motivou uma saída para procurar os bichinhos”, conta. A partir daí foram explorados os diversos tipos de animaizinhos que viviam na grama, seus hábitos alimen- tares e de vida, sua relação com as próprias crianças, etc. Avaliação “É fato que a educação planeja, mas nem sempre con- segue seguir o que registrou. Ou simplesmente faz, mas não registra as ações que deram certo para que sirvam de Fo to : S hu tte rs to ck Fo to : S hu tte rs to ck 12 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR exemplo para as futuras gestões”. A partir dessa queixa de Eny, chega-se a mais um item indispensável para um bom planejamento: a avaliação. É preciso constar como o professor avaliará o andamento do que foi proposto e o desenvolvimento de cada criança e do grupo. Esses pa- râmetros servirão para orientar suas próprias práticas, apontando os pontos que precisam ser revistos ou refor- çados, e serão referências para a elaboração de um novo plano, servindo de material consultivo para construção do trabalho com uma nova turma. Além disso, a avaliação é fonte de informação e conhecimento para o educador que assumirá a turma no próximo ano letivo, levando um pouco do histórico e das vivências dos pequenos ao outro profissional, e dá segurança aos pais e aos gestores da es- cola quanto ao trabalho realizado. Para Eny, a avaliação deve ser constante e levar em conta a relação tempo/espaço, pois é instrumento de reflexão sobre a prática pedagógica na busca de melhores caminhos para orientar as aprendizagens das crianças. É por meio dessa avaliação constante que se chegará aos resultados, que devem proporcionar às crianças momen- tos que as façam crescer, desenvolver e serem mais felizes. “Não se dá nota na educação infantil, observam-se, sim, quais as interferências necessárias para que elas atinjam os objetivos propostos nas atividades”, destaca Eny. Portfólios, documentações pedagógicas, bem como ob- servação sistemática, crítica e criativa do comportamento de cada criança por meio de relatórios, fotos e desenhos são al- gumas formas de avaliação na creche. Fabiane é adepta da do- cumentação pedagógica, que permite à educadora comunicar a comunidade escolar e, principalmente, aos pais que fazem parte dessa comunidade, como o trabalho está sendo realiza- do. A documentação se dá na medida em que os projetos estão sendo realizados. É tida como um processo de comunicação, no qual o trabalho desenvolvido fica explícito. Os fazeres na Educação Infantil (Editora Cortez) As cem linguagens da criança (Editora Artmed) Projetos pedagógicos na Educação Infantil (Editora Artmed) Dicas de leitura: Fo to : S hu tte rs to ck Cr ec he 13WWW.REVISTAONLINE.COM.BR Eixos temáticos: Natureza e Sociedade; Linguagens Oral e Escrita; Matemática; Artes Visuais; Identidade e Autonomia. Responsável: Selma Russo. Objetivos: trabalhar a coordenação motora, a criatividade, a atenção e o conceito de causa/ efeito. Idade: a partir de 3 anos. Vamos brincar de modelar? Ensine as crianças a fazer massa a partir de farinha de trigo, ao mesmo tempo que estimula a imaginação e a coordenação motora dos alunos Fo to : C am ila C al ic ch io | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o MASSA BRANCA Materiais: ingredientes da receita; palito de picolé; tinta guache. Ingredientes para a massa de modelar: 2 xícaras de farinha de trigo; ½ xícara de sal; 1 xícara de água; 1 colher de óleo; tigela plástica grande PROJETO LABORATÓRIO NA ESCOLA 14 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR 1 1 2 2 3 3 3 1. Faça a massa branca misturando os ingredientes da receita. 2. Divida a massa em pedaços e utilize as tintas guaches para tingi-las. 3. Em seguida, incentive as crianças a misturar pequenas quantidades de massa de cores diferentes para obter outras cores.. PASSO A PASSO FEITO PELO EDUCADOR E PELOS ALUNOS Foto: André Wittner | Produção: Selma Russo COLOCANDO EM PRÁTICA Oportunizar experiências que permitam às crianças ob- servar a transformação de elementos, como a mistura de fa- rinha com água, é muito divertido, proveitoso e proporciona momentos ricos de aprendizagem. Providencie os materiais para a confecção da massa, de modo que tenha quantidade suficiente para todos os grupos trabalharem. Convide as crianças para uma brincadeira. Diga que fa- rão uma massa utilizando farinha de trigo. Divida a turma em grupos de três, dê para cada equipe uma tigela grande, água e farinha nas medidas indicadas. Oriente-os a colocar a farinha na tigela, juntamente com os outros ingredientes, a água aos poucos e depois amassar. Solicite que observem a consistência da pasta, se já dá para fazer uma bolinha, se ainda está muito dura ou muito mole, questione se sabem o que precisam fazer para que a massa fique no ponto certo para modelar, se tem que colocar mais água, mais farinha, ou seja, deixe-os à vontade para que façam suas hipóteses. Observe e faça anotações sobre o comportamento dos alu- nos diante de situações de conflito e dúvida, se conversam entre si, se agem sozinhos e observam outros grupos, se questionam a professora, se participam ou se excluem ou são excluídos. Essas observações auxiliam você a agir de maneira rápida quando necessário, auxiliando os alunos a integrar, a procurar soluções para eventuais problemas e questionamentos e a alterar procedimentos para as próxi- mas atividades. Quando a massa estiver no ponto – desgrudando das mãos – oriente-os a dividi-la em seis pedaços para acrescentar a tinta. Ofereça seis cores diferentes de tinta guache e auxilie- os a pegá-la com a ponta de um palito de sorvete. Diga para tingir as bolinhas de massa, uma de cada cor. Observe como fazem o trabalho, intervindo quando necessário. A massa pronta deve ser guardada em saquinhos plásticos para não ressecar. Não deixe de identificá-los com o nome da cor e o grupo que fez, para que possam dar continuidade ao traba- lho usando o material que produziram. MINHA OBRA DE ARTE Materiais: cola branca; lápis preto; papelão de caixa descartável; massa de modelar de farinha de trigo; sacos plásticos; tinta guache. PASSO A PASSO FEITO PELO EDUCADOR E PELOS ALUNOS Foto: André Wittner | Produção: Selma Russo 1. Pinte o papelão com tinta guache branca. Depois que secar, aplique a tinta de sua preferência. Aguarde novamente a secagem. Em seguida, solicite que os alunos façam um desenho com lápis preto. 2. Modele os elementos do desenho. 3. Aplique uma pequena quantidade de cola e fixe a massinha já modelada. Para impermeabilizar as peças, pincele uma mistura de cola com água. In fa nt il 15WWW.REVISTAONLINE.COM.BR CORES MÁGICAS Texto: Renata Santana As cores são divididas e classificadas por grupos que se baseiam nas características de composição de cada uma. O estudo das cores pode se transformar em uma grandebrincadeira porque a partir da mistura de algu- mas delas, formam-se outras, dando origem a um proces- so químico divertido. As cores primárias, que também são chamadas de pu- ras, têm esse nome porque não são formadas pela mistu- ra de nenhuma outra cor, mas, quando se misturam em proporções e intensidades variadas, são responsáveis pela composição de todas as outras. O grupo de cores primá- rias é formado por amarelo, azul e vermelho. As cores secundárias são obtidas a partir da combinação COLOCANDO EM PRÁTICA Depois de feita a massa, ensine-os a fazer um quadrinho utilizando-a. Mantenha os grupos reunidos, mas entregue uma base para cada aluno fazer o seu quadro. Auxilie os pe- quenos a forrar as mesas com jornal e a identificar a base de papelão com seu nome. Oriente as equipes a pintar a base do quadro com tinta guache branca e, depois, aguardar a seca- gem. Em seguida, auxilie-os a pintar a base na cor desejada. Mais uma vez diga que aguardem a secagem do material. Peça que, com um lápis, façam um desenho sobre essa base e, depois, com pedacinhos de massa, façam rolinhos e boli- nhas, cobrindo as linhas dos desenhos que fizeram criando um alto-relevo, acrescentando um pouco de cola para fixar. Aguarde a secagem e oriente-os a passar cola branca com água para impermeabilizar a peça. Auxilie as crianças a recolher os restos de massa, a colocar em pequenos sacos plásticos, a lavar as mãos e os pincéis e a jogar os jornais que forram a mesa no lixo. As produções devem ser guardadas para exposição em feira cultural ou de artes, nas quais as famílias e a comu- nidade poderão apreciar as obras feitas pelas crianças. A observação e anotação, assim como fotografar, filmar e gravar as falas das crianças em todo o trabalho, é docu- mento para observação posterior, ajudando o professor a acompanhar o desenvolvimento dos alunos, permitindo intervir quando necessário e corrigir procedimentos para próximas atividades. das primárias, misturadas de duas em duas em proporções iguais. Esse grupo é composto por laranja (vermelho + ama- relo), violeta (azul + vermelho) e verde (amarelo + azul). Todas as outras cores são chamadas de terciárias e são obtidas a partir da mistura das primárias e secundárias com diferentes combinações: duas primárias em propor- ções diferentes; as três primárias juntas; ou cada uma das primárias misturadas às secundárias. A cor marrom, por exemplo, resulta da composição formada pela mistura das três primárias. No entanto, quando misturamos todas as cores teremos como resultado a cor preta e o branco é res- ponsável pela perda de intensidade de todas as cores que se misturam a ele. Fonte: “Teoria das cores”, disponível em www.faac.unesp.br Fo to : C am ila C al ic ch io | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o 16 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR Cuidado com o mosquito As chuvas de verão, estação que começa em 21 de dezembro, demandam atenção redobrada na prevenção da dengue Eixos temáticos: Natureza e Sociedade, Linguagem Oral e Escrita, Artes Visuais, Identidade e Autonomia, Música, Movimento Responsáveis: Izildinha Houch Micheski e Roselaine Cavalheiro de Moraes Objetivos: promover a conscientização das crianças e das famílias sobre os perigos da dengue; conhecer algumas atitudes de prevenção; incentivar a comunidade local a receber os agentes de saúde que costumam fazer visitas “de caça” aos mosquitos da dengue Idade: a partir de 3 anos A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com cerca de 0,5 cm de comprimento e rajados brancos nas costas e patas, sua reprodução acontece quando a fêmea deposita os ovos em água limpa ou suja, armazenada em recipientes como cai- xas d'água, garrafas, latas, calhas de telhados, pneus, pratos, vasos de plantas, etc. Por causa da facilidade de surgimento de criadouros, sua proliferação é difícil de ser controlada. Assim, é necessário que a comunidade se conscientize sobre os perigos dessa doença. TRANSMISSÃO O Aedes aegypti é um mosquito diurno. Através de sua picada, inocula o vírus da doença no ser humano. O primeiro sintoma a aparecer é a febre alta, acompanhada de dores de cabeça, dores musculares, dores ao redor dos olhos, náuseas e dores abdominais. O aparecimento de manchas vermelhas sobre a pele, semelhantes às do sarampo e da rubéola, tam- bém é comum e causa coceiras no doente. TRATAMENTO É importante que, ao perceber os sintomas, o doente pro- cure atendimento médico o mais rápido possível. A dengue não tem um tratamento específico. Assim, o paciente deve pas- sar por um período de hidratação, manutenção das atividades sanguíneas, medicação para aliviar a febre e os desconfortos e também repousar. A automedicação é uma prática corriqueira e perigosa, especialmente se o paciente está com dengue e não sabe. Remédios que contêm ácido acetilsalicílico podem cau- sar sangramentos e agravar a doença. Ilu st ra çã o: M ôn ic a Fu ch sh ub er In fa nt il SAÚDE 17WWW.REVISTAONLINE.COM.BR PREVENÇÃO As medidas de prevenção incluem o uso de espirais ou vaporizadores elétricos, mosquiteiros próximos às camas das crianças, repelentes e telas nas janelas e nas portas. Além dis- so, é necessário verificar sempre a qualidade e a quantidade de água que ficará parada, fazer coleta de lixo, inspeção do- miciliar para controle da reprodução dos mosquitos, campa- nhas de educação em saúde e campanhas escolares. Fo to : V an de rc y Ju ni or MURAL Materiais: canetinhas coloridas; cartolina branca; cola; jor- nais e revistas antigos; tesoura com ponta arredondada. COLOCANDO EM PRÁTICA Reúna todos os alunos em uma roda de conversa sobre a dengue e, juntos, elaborem uma lista de palavras relacionadas à doença e sua prevenção, como “mosquito”, “febre”, etc. Para isso, fixe uma cartolina na parede da sala e divida-a com várias linhas, deixando cerca de 5 cm de distância entre elas. À medida que o tema for sendo discutido, redija as palavras. Os alunos devem copiá-las em seus cadernos como forma de estimular a escrita. Solicite uma pesquisa com os familiares, ampliando as infor- mações e o conhecimento sobre a doença. As crianças também devem ficar atentas ao trajeto de casa até a escola para perceber se há locais que podem servir como criadouros do mosquito. Oriente-os a trazer recortes de jornais e revistas pertinentes ao as- sunto que contenham objetos que possam armazenar água para- da, como pneus e vasos. Divida a turma em grupos de três e oriente a preparação de um mural informativo com o material, contando ainda com desenhos feitos sobre a pesquisa de observação. SAIBA MAIS • A dengue não é transmitida apenas nos períodos chuvosos. • Ar condicionado e ventiladores espantam mas não matam o mosquito causador da dengue. • Para acabar com os ovos do mosquito, não basta secar os reservatórios de água parada. É preciso lavar bem o recipiente, usando água e sabão. • Velas de citronela não garantem que o Aedes ae- gypti deixe o ambiente. 18 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR COLOCANDO EM PRÁTICA Retome o problema da dengue e as prevenções necessárias para se evitar a doença. Explique para as crianças que, além do próprio homem, alguns animais também podem ser muito im- portantes nessa luta. É o caso do sapo, que se alimenta de mos- quitos e ajuda a controlar a população de insetos que podem causar prejuízos ao ser humano. Prepare os sapinhos conforme as orientações do passo a pas- so. Depois de prontos, utilize-os para enfeitar a escola. As crianças não devem se esquecer dos cuidados ne- cessários para evitar os criadouros. Dessa maneira, os mosquitos ficarão assustados e não irão chegar perto! SAPINHO AMIGO Materiais: canetas hidrocor nas cores verde e preta; cola; papel color set verde-claro e verde-escuro; tesoura com ponta arredondada. PASSO A PASSO FEITO PELO EDUCADOR E PELOS ALUNOS 1 2 3 4 8 9 10 75 6 13 11 12 1. Corte um círculo de papel color set verde-escuro com 20cm de diâmetro. 2. Dobre o círculo ao meio. 3. Abra a peça e faça duas dobras na parte superior, de maneira que elas se sobreponham um pouco. 4. Leve a parte inferior ao encontro das duas dobras já formadas. Depois, faça dobras menores em cada ponta. 5. No verso da peça serão colocados os olhos, as pernas e os braços do sapinho. 6. Recorte dois círculos de 4 cm de diâmetro no papel verde-escuro. No verde-claro produza outros dois, com 2 cm de diâmetro. 7. Cole os círculos menores abaixo do centro dos maiores. Em seguida, desenhe os olhos e faça o contorno com a canetinha verde. 8. Utilize duas tiras de 3 x 25 cm de papel colorset verde-escuro para fazer as pernas. Dobre cada tira ao meio, no sentido do comprimento. Recorte pelo vinco central e deixe apenas 2 cm do papel sem cortar. 9. Respeite a altura do corte e dobre a tira direita sobre a esquerda. 10. Faça o mesmo do lado contrário. 11. Faça isso até o final da tira e dê um aspecto sanfonado. A parte superior que ficou sem cortar será utilizada para colar as pernas e os braços no corpo do sapo. Centralize essa ponta e dê uma leve dobrada nos cantos. 12. Utilize 3 x 20 cm da mesma cor para fazer os braços. Utilize o mesmo processo apresentado nos passos 10 e 11. 13 . Quando todas as partes esti- verem prontas, cole sobre o corpo do sapo. Complemente os deta- lhes com canetinha. Fo to : V an de rc y Ju ni or Fo to s: A dr ia na B ar bo sa / Pa ss os : S el m a Ru ss o In fa nt il 19WWW.REVISTAONLINE.COM.BR QUADRINHOS DA DENGUE Materiais: folhas de papel sulfite com tamanho A4; lápis de cor; régua plástica. COLOCANDO EM PRÁTICA Depois de conversar com os alunos sobre a dengue, suas causas, sintomas e formas de prevenção, estimule-os a cons- truir uma história coletiva que apresente todos esses assuntos. Distribua papel sulfite e oriente as crianças a dividir a folha em quatro utilizando a régua, primeiro fazendo um risco na vertical no meio da folha e, em seguida, um risco na horizontal cruzando a outra linha. Se alguma criança necessitar de mais espaços, ajude-a a dividir a folha em mais traçados. Solicite que desenhem uma história em quadrinhos baseando-se no conto feito anteriormente. Fo to : A dr ia na B ar bo sa JOGO DO CERTO E ERRADO Materiais: canetinha preta; cenas de situa- ções relacionadas à dengue (prontas na folha de moldes); cola; papel-cartão; tesoura com ponta arredondada. COLOCANDO EM PRÁTICA Multiplique as cenas de maneira que cada criança re- ceba uma. Oriente a colagem em papel-cartão e recorte. Apresente algumas situações-problema relacionadas à dengue e oriente-os a pensar em soluções adequadas para cada uma. Questione, por exemplo, qual a melhor forma de regar uma planta e evitar o aparecimento do mosqui- to ou o que se deve fazer com a vasilha de água que o cachorrinho bebe. Nas cenas existem situações certas e erradas de como lidar com a dengue. As crianças devem assinalar ou circular com canetinha preta o que não deve ser feito. SENTA, LEVANTA! CERTO, ERRADO! COLOCANDO EM PRÁTICA Em um lugar amplo, disponha as crianças sentadas lado a lado. Fale várias frases relacio- nadas à dengue, ao seu contágio e às maneiras de prevenção. Alterne sentenças verdadeiras e falsas. Quando você disser alguma mentira, as crianças ficam sentadas e quando for verdade de- vem levantar-se. DENGUE CLÁSSICA X DENGUE HEMORRÁGICA A dengue hemorrágica é uma forma mais grave de dengue, com sangramentos e queda de pressão. Esse está- gio ainda pode evoluir para o choque da dengue, quando o paciente apresenta pressão de pulso quase imperceptível e necessita de atendimento médico imediato. Um dos fato- res de risco da dengue hemorrágica é contrair a doença pela segunda vez, mas de um sorotipo diferente. Após ser infectado, o indivíduo fica imunizado contra o vírus daquele sorotipo, mas torna-se mais vulnerável aos ou- tros, podendo manifestar formas graves da doença. Fonte: Dr. André Ricardo Ribas Freitas Moldes TELEFONE SEM FIO COLOCANDO EM PRÁTICA Leve as crianças para um espaço amplo e sente-as em cír- culo. Crie uma frase simples relacionada à dengue e diga no ouvido da primeira criança. Esta deve repetir no ouvido da pró- xima e assim por diante, até chegar ao último aluno. Ele, então, pronuncia a sentença em voz alta e os outros avaliam como fi- cou a frase. Certifique-se de que está correta. 20 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR COLOCANDO EM PRÁTICA Divida os alunos em três grupos: um representará os sa- pos, o outro, os mosquitos, e o terceiro, as pessoas. Entregue às crianças os materiais referentes a cada “personagem”. Quem irá representar os mosquitos deve tentar picar as “pessoas”, en- quanto os sapinhos precisam afastá-los e colocá-las em um lu- gar seguro. Quando todos estiverem a salvo, os sapos prendem os mosquitos em um círculo. 1 2 3 4 5 MOSQUITO 1. Recorte o saco plástico com 28 x 18 cm e arredonde as late- rais. Utilize 12 cm de elástico. 2. Junte o plástico pelo centro e coloque sobre o elástico. 3. Amarre o plástico com o elástico. 4. Pegue as pontas soltas do elástico e leve-as para cima. Dê um nó central formando um anel. 5. Corte as sobras do elástico e ajeite as pontas do plástico para cima, formando as asas. LIVRO COLETIVO Materiais: barbante; canetas hidrográficas grossas; cartolina; furador de papel; giz de cera; papel-cartão. COLOCANDO EM PRÁTICA Estimule as crianças a produzir um texto coletivo sobre a dengue. Faça o papel de escriba transcrevendo-o em letra bastão no quadro. Em seguida, transforme a história em um grande livro. Para isso, divida a turma em grupos de quatro crianças e oriente cada equipe a fazer determinadas páginas utilizando cartolina e giz de cera. Auxilie os alunos a arriscar as primeiras letras e escrever algumas palavras sobre a den- gue com canetas hidrográficas grossas. Depois reúna todos para fazer a capa utilizando o papel-cartão. Por fim, fure to- das as folhas e una-as com barbante. Fo to s: V an de rc y Ju ni or 1 2 3 4 5 SAPO-PEGA-MOSQUITO Materiais: caixa de leite vazia e higienizada; caneta hidrocor verde e preta; cola; fita adesiva; papel color set verde-claro, ver- de-escuro e vermelho; tesoura com ponta arredondada. PASSO A PASSO FEITO PELO EDUCA- DOR E PELOS ALUNOS 1. Encape uma caixa de leite com papel color set verde-escuro. 2. Corte a caixa ao meio. 3. Recorte um retângulo de 5 x 2,5 cm de papel color set ver- melho. Arredonde a ponta e dê formato à língua do sapo. 4. Confeccione os olhos de acordo com os passos 6 e 7 do Sapinho Amigo. 5. Cole os olhos na metade superior da caixa dobrada. SAPO Fo to s: A dr ia na B ar bo sa / Pa ss os : S el m a Ru ss o Fo to s: A dr ia na B ar bo sa / Pa ss os : S el m a Ru ss o In fa nt il 21WWW.REVISTAONLINE.COM.BR 1 2 BOLICHE DE GARRAFAS Materiais: cartas dos mosquitos, sapos e crian- ças (prontas na folha de moldes); fita adesiva; garrafas Pet; tesoura com ponta arredondada. PASSO A PASSO FEITO PELO EDUCA- DOR E PELOS ALUNOS O AGENTE DE SAÚDE COLOCANDO EM PRÁTICA Resgate com o grupo as experiências que possuem a res- peito do agente de saúde. Conte que eles visitam nossas casas em busca de criadouros do mosquito da dengue e para oferecer orientações sobre a doença. Leve-os a perceber a importância desses profissionais em benefício das comunidades e o respeito que merecem por fazerem seu trabalho debaixo de sol ou chu- va. Além disso, nem sempre são bem recebidos pelas pessoas, muitas vezes por conta da insegurança que se tem em abrir as portas para desconhecidos, ainda que com credenciais. Uma vez compartilhadas essas experiências, promova uma caça ao mosquito da dengue, simulando antecipadamente os possíveis focos onde eles podem se desenvolver para que sejam eliminados. Oriente as crianças a respeito dos conselhos que de- vem dar como agentes de saúde e o que deve ser feito com cada possível foco encontrado. Caracterize os alunos, ajudando-osa preparar suas credenciais. Essa é uma boa forma de trabalhar a construção da escrita. Pesquise com o grupo sobre o órgão que promove esse projeto e como as pessoas são recrutadas. BATATA QUENTE Materiais: folhas de jornal. COLOCANDO EM PRÁTICA Encaminhe as crianças a um local amplo. Peça que se sen- tem em semicírculo e entregue a cada uma algumas metades de folhas de jornal. Coloque uma música e escolha um aluno para iniciar o jogo. Este deve fazer uma bola com uma folha e passá-la para outro colega. Cada criança, então, vai aumentar a esfera, envolvendo-a com a folha de jornal. Pare a música de repente e quem estiver com a “batata quente” na mão deve falar em voz alta algo que aprendeu sobre a dengue. Volte a ligar o som e repita o procedimento até que reste apenas uma criança. Ao final, a bola vai ficar imensa. Você deve associá-la ao tama- nho do problema criado pela doença e levá-los a perceber como devem se livrar dele. Após as sugestões apresentadas, jogue a bola no lixo, simbolizando a resolução da questão. Fo to : V an de rc y Ju ni or Fo to s: A dr ia na B ar bo sa | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o 1. Corte uma das garrafas a 15 cm do fundo e a outra a 10 cm. Faça um picote vertical na boca da maior para facilitar o en- caixe. 2. Em seguida, encaixe-as e una-as com a fita adesiva. Esta será a bola do jogo de boliche. COLOCANDO EM PRÁTICA Promova um jogo de boliche no qual os pinos são garrafas Pet com as ilustrações dos mosquitos e as bolas confecciona- das no passo a passo representam aqueles que combatem esse inseto. Cole em cada uma as figuras dos sapos e das crianças e distribua para a turma. Desenvolva os conhecimentos lógico-matemáticos atra- vés da contagem de quantos mosquitos cada criança ali re- presentada conseguiu vencer, quem derrubou mais e quem derrubou menos, etc. Podem ser atribuídos valores diferentes para cada mosquito. Lembramos sempre que projetos ou mesmo atividades permanentemente realizadas necessitam de registros, prin- cipalmente escritos, para revelar o desenvolvimento de cada criança na construção de seu saber. Moldes Fo to s: V an de rc y Ju ni or / Pa ss os : S el m a Ru ss o 22 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR Diversão que educa Ensine jogos e brincadeiras para explorar as férias como um momento de aprendizagem Eixos temáticos: Natureza e Sociedade; Identidade e Autonomia; Corpo e Movimento; e Matemática. Responsável: Izildinha Houch Micheski. Objetivos: oferecer subsídios para o desenvolvimento do pensamento e da capacidade de ação da criança sobre as possíveis situações de aprendizagem; possibilitar a socialização, a afetividade e a construção do conhecimento lógico-matemático; investigar os conhecimentos construídos; lançar desafios para conquistas novas; e desenvolver a percepção dos sons de cada letra e sua transformação quando é flexibilizada por uma vogal ou outra consoante e mais uma vogal. Idade: a partir de 3 anos. Enfim, férias! Mas mesmo durante essa pausa, tão importante e necessária à reno- vação das energias e revisão do trabalho, há muito o que fazer. Apresentamos neste projeto diversos jogos e brincadeiras para você ensinar às crianças e estimular um lazer que promova o desenvolvimento e a educação. Essas atividades também po- dem ser transformadas em um excelente acervo a ser trabalhado durante todo o ano letivo, na construção de conheci- mentos e saberes articulados nos diversos eixos, conforme a necessidade observada para a sua aplicação. In fa nt il PROJETO FÉRIAS Fo to : S hu tte rs to ck 23WWW.REVISTAONLINE.COM.BR JOGO DAS RIMAS Materiais: cartas de palavras que rimam (prontas na folha de moldes); cola; lápis de cor; papel-cartão; tesoura com pontas arredondadas. COLOCANDO EM PRÁTICA Multiplique as cartas, recorte-as e cole-as sobre papel-cartão. Depois de prontas, diponibilize-as para que as crianças possam explorá-las. Essa oportunidade deve ser dada não somente neste, mas em todos os jogos, para que, ao entrarem em contato com os objetos de aprendizagem que fazem parte de cada um, tenham oportunidade de se familiarizarem e liberdade para desenvolverem a capacidade criativa. Explore as rimas, introduzindo-as a partir de exemplos. Explique que o que rima com gato é rato, o que rima com pé é chulé, mas que gato pode também rimar com pato, e pé, com café. A partir daí, brinque com as crianças e deixe que um ami- guinho lance desafios para que o outro descubra a resposta. Depois de todo esse preparo, explique a dinâmica do jogo. Divida a turma em grupos e disponibilize um conjunto de car- tas para cada um. Oriente a distribuição sobre a mesa ou o chão. Em seguida, explique que cada integrante deve, na sua vez, des- virar uma cartinha e observar o desenho que aparece. Como já brincaram com essas cartinhas e compreenderam a dinâmica na atividade introdutória, questione qual a figura da carta e peça que a matenham virada para cima. Em seguida, solicite que a criança desvire mais uma cartinha e novamente observe a figura que apa- rece. Se as imagens, ao serem verbalizadas, resultarem em rima, as Fo to : V an de rc y Ju ni or | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o Fo to : V an de rc y Ju ni or | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o O QUE COMEÇA COM... Materiais: cartas das consoantes do alfabe- to e cartas com figuras (prontas na folha de moldes); cola; lápis de cor; papel-cartão; papel Kraft; tesoura com pontas arredondadas. COLOCANDO EM PRÁTICA Em uma roda de conversa, apresente as cartinhas do jogo à turma. Mostre que há cartas com letras e outras com figuras cujos nomes começam com cada uma dessas letrinhas. Esse momento será importante para que, ao entrarem em contato com o jogo, os educandos se depa- rem apenas com os conflitos propostos pela atividade e que irão se resolver na interação com o grupo. Disponibilize um conjunto de cartas para cada equipe de sete crianças. Permita inicialmente que tenham a oportunidade de ex- plorá-las e fazer suas descobertas. Em seguida, trabalhe a questão da letra isolada e a mesma letra dentro de uma palavra. O professor que só ensinou o nome de cada letra, mas não mostrou como ela passa pelo corpo e se comporta na leitura, vai perceber o conflito que a criança encontrará ao se deparar com a cartinha com a letra Molde Molde cartas devem ficar com a criança que as conquistou. Se isso não ocorrer, as duas devem voltar à posição inicial. Dessa maneira o jogo continua, oportunizando que cada aluno, na sua vez, proceda dessa forma até que se esgotem as cartas. Ganha o jogo quem con- quistar o maior número de cartas e rimas construídas. 24 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR Fo to : C am ila C al ic ch io | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o COLOCANDO EM PRÁTICA Confeccione com a turma as peças para compor o jogo, recortando as cartas e colando-as sobre papel-cartão para garantir maior durabilidade. A atividade é como um jogo de memória, porém com três peças. Cada criança, na sua vez, deve desvirar três cartas. A intenção é encontrar aquelas que mostram a mesma f lor em quantidades dife- rentes, compondo a sequência “um, dois, três”. Caso consi- ga, reserva-as para si. Se as cartas forem diferentes, conti- nuarão viradas para cima e a próxima criança, ao desvirar a primeira, deve observar se pode compor sua trinca com as cartas expostas. Se isso não for possível, ela desvira a segunda e faz a mesma observação, tentando aproveitar o que está disponibilizado. Se ainda não conseguir, desvira a terceira e checa o resultado. Ao obter sucesso, reserva as cartas para si. As que não formarem trincas devem ficar expostas sobre a mesa ou piso, e o jogo segue obedecendo a mesma dinâmica até que todas as trincas sejam encon- tradas. Faça as intervenções adequadas de acordo com as necessidades que forem surgindo. AMPLIAÇÃO Proponha ao grupo que crie formas diversificadas de organizar as cartas. Espera-seque, espontaneamente, as crianças percebam que é possível arrumá-las agrupan- do f lores diferentes na sequência um, dois, três. Podem também agrupá-las por cores. Todas essas construções contribuem para o desenvolvimento do pensamento e das estruturas cognitivas, bem como para a construção do conhecimento lógico-matemático. Molde “s” e as possíveis figuras que ela pode dispor, sopa e sino. Como ela não tem formada a consciência fonológica de como essa letra se comporta na expressão verbal associada com as vogais, é possí- vel que se enrosque ao entrar em contato com a figuras nas quais a referência da letra não aparece. Se isso acontecer, explore essa oportunidade para reparar a falha que ocorreu no início, quando o educador apenas apresentou cada letrinha para que as crianças soubessem seus nomes e pudessem identificá-las, protelando a oportunidade de desvendar o que está escrito. Depois de explorar satisfatoriamente esse momento, inicie o jogo. As cartas com as letras devem ficar embaralhadas den- tro de uma caixinha. As outras, que contêm as figuras, devem ser distribuídas entre os grupos. Certifique-se de que todos recebam a mesma quantidade de cartas. Combine com as crianças que você irá sortear uma letra e cada um deve procurar entre as figuras de seu grupo as que possuem aquela inicial. Isso quer dizer que aquela letrinha que aparece no começo sai primeiro da boca quando a pala- vra é pronunciada. Os alunos que forem conseguindo vencer o desafio podem ter seu nome escrito em um cartaz de pre- gas, ao lado de onde encaixarão as cartinhas que acertaram, para que possam observar os resultados. Assim, mediante as diversas situações que forem surgindo, você poderá planejar o enriquecimento das próximas atividades. TRINCA DE FLORES Materiais: cartas coloridas das flores (prontas na folha de moldes); cola; papel- -cartão; tesoura com pontas arredondadas. In fa nt il 25WWW.REVISTAONLINE.COM.BR O DOMINÓ DA CENTOPEIA Materiais: cartas do dominó da centopeia (prontas na folha de moldes); papel-cartão; tesoura com pontas arredondadas. Fo to : V an de rc y Ju ni or | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o VOCÊ SABIA? A centopeia (ou lacraia) é um animal invertebrado, pertencente ao filo dos artrópodes, como as aranhas e os insetos. Seu corpo é dividido em segmentos, que possuem um par de patas cada. Para se ter uma ideia, algumas podem apresentar até 340 perninhas! Geralmente é amarronzada e chega a medir 30 cm, embora o tamanho habitual regule entre 5 cm. A centopeia vive escondida sob a terra, folhas ou cascas de árvores e possui hábitos noturnos. Sua refeição predileta é um bom prato de larvas, minhocas e insetos capturados vivos. COLOCANDO EM PRÁTICA Proponha a confecção das cartinhas para o jogo e mostre um modelo com as peças na ordem para que as crianças pos- sam visualizar a proposta. Trabalhe as quantidades e expli- que que em cada novo pedacinho do corpo a quantidade de bolinhas aumenta em uma unidade, até completar o corpo da centopeia. O jogo começa pela cabeça do bichinho e a quanti- dade um, compreendida como número um. Cada aluno, dentro de seu grupo, deverá ter uma mesma quantidade de cartinhas que, na sua vez, incorporará ao jogo, se possível. A dinâmica segue até que se acabem as cartas e o corpo da centopeia se complete. Molde 26 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR Não há consenso sobre o criador da fotografia. Durante muito tempo o francês Louis Jacques Mandé Daguerre foi considerado o pai dessa arte. O primeiro registro de ima- gem que ele conseguiu, aconteceu por acaso, depois de uma placa revestida de prata ter sido deixada em seu laboratório e entrar em contato com uma substância chamada iodeto de prata. Essa mistura gerou imagens borradas e a partir daí, Daguerre iniciou seus estudos sobre a fotografia aper- feiçoando a técnica. Com isso, vendeu patentes ao governo e chamou seu invento de daguerreotipia. A técnica utiliza-se de uma placa de metal que produza o máximo de reflexo possível, folheada com prata e sensibiliza- da com iodo. Essa placa deve ficar exposta à imagem por um curto período de tempo. A revelação é feita com vapores de mercúrio. Recentemente, em 1980, o crédito da primeira fotografia recebeu mais um autor, Hercules Florence que também era francês e radicado no Brasil. Em 1833, ele tirou a primeira fotografia utilizando uma câmara escura com uma chapa de vidro e conseguiu imprimir a imagem utilizando papel sensibilizado por contato. Desenvolva o olhar crítico dos alunos e monte uma exposição fotográfica para toda a escola Anos: 3° ao 5° Disciplinas: Ciências, Língua Portuguesa, História e Artes Objetivos: Conceitual – conhecer a evolução das máquinas fotográficas e os processos de criação de uma foto. Procedimentais – observar, descrever e analisar imagens; realizar experimentos; construir portfólios; montar exposições. Atitudinais – interessar-se pela arte e pela fotografia; discutir assuntos polêmicos. Orientação pedagógica: Cristiane Boneto Outro nome famoso na história da fotografia é Joseph Nicéphore Niepce. Ele produziu sua primeira fotografia uti- lizando vidro recoberto por um tipo de asfalto que se torna solúvel em água quando é exposto à luz. Essa técnica não era totalmente nova, pois já havia sido testada nos Estados Unidos, mas sua grande contribuição para a fotografia foi ter desco- berto uma maneira de fixar a imagem. Isso porque, as técnicas desenvolvidas anteriormente revelavam a imagem, mas elas desapareciam com o tempo. Apesar de não ter um único inventor para a fotografia, o invento que mais contribuiu para a evolução da arte foi a câma- ra escura, um objeto totalmente fechado, com um orifício em uma das extremidades. Pode ser desde uma caixa até um quar- to escuro. Não existe precisão sobre a data de sua criação, mas o primeiro registro da história data de anos antes de Cristo e afirma que a câmara foi criada por Aristóteles para observar eclipses. As câmeras fotográficas modernas utilizam o mesmo princípio da câmara escura, mas agora possuem acessórios que as aperfeiçoaram e as tornaram portáteis. Fontes: o livro O Guia dos Curiosos (Marcelo Duarte, Editora Pan- da Books) e os sites da Kodak (www.kodak.com), da Fujifilm (www. fujifilm.com.br) e da Ciência à Mão (www.cienciamao.usp.br). DIA DA FOTOGRAFIA Fo to : S hu tte rs to ck A arte de congelar imagens Fu nd am en ta l 1 27WWW.REVISTAONLINE.COM.BR Materiais: ilustrações de fotógrafo e máqui- na fotográfica (prontas na folha de moldes); tesoura com pontas arredondadas. COLOCANDO EM PRÁTICA Pergunte aos alunos como acham que COMO ERA? Materiais: obra Engenho de Franz Post (pronta na folha de moldes); tesoura com pontas arredondadas. COLOCANDO EM PRÁTICA Questione os alunos sobre como as pessoas faziam para Molde Molde Materiais: agulha; caixa de papelão; pincéis; tinta preta. COLOCANDO EM PRÁTICA A descoberta da primeira câmara escura é atribuída ao filósofo Aristóteles (384-332 a.C.). Ele permitia visualizar eclipses solares sem prejudicar os olhos, através de um pe- queno furo na câmara. O furo permitia a passagem de luz e a formação de imagens dentro da câmara, sendo que a ni- registrar as coisas que observavam já que não haviam máqui- nas fotográficas. Leve-os a perceber que a pintura era uma das opções. Quanto mais fiel fosse, melhor elucidaria a realidade observada. Explique que os quadros eram responsáveis por preservar a memória de uma pessoa, um lugar ou um acon- tecimento. Para ampliar o debate, recorte da folha de moldes a obra de Franz Post e mostre-as aos alunos. Discuta com a turma sobre as modificações acontecidas ao longo dos anos. AS PRIMEIRAS MÁQUINAS FOTOGRÁFICAS funciona uma máquina fotográfica e deixe-os formularem suas hipóteses. Apresente para a turma informações sobre as primeiras máquinas fotográficas e seu funcionamento. Se possível, leve para a sala de aula uma máquina analógica e uma digital. É possível que muitosdos alunos não conheçam máquinas analógicas. CÂMARA ESCURA tidez da imagem formada dependia do tamanho do furo: quanto menor o furo, mais nítida era a imagem. Construa com os alunos uma pequena câmara escura com uma cai- xa de papelão. Pinte a caixa de preto, por dentro e por fora. Espere secar. Com auxílio de uma agulha, faça um pequeno orifício. Na parte aberta da caixa (que ficará para que o aluno coloque a cabeça dentro) fixe um pano preto. Assim, quando o aluno olhar dentro da caixa, ela estará totalmente escura. Fo to : C am ila C al ic ch io | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o 28 WWW.REVISTAONLINE.COM.BR REVELAÇÃO Materiais: água; folha de papel sulfite tamanho A4; limão; pincel; tintura de iodo. COLOCANDO EM PRÁTICA No processo de revelação, a imagem que recebeu exposição aparece quando o papel reage com substâncias químicas. Uma POSITIVO E NEGATIVO Materiais: cartolina branca; cola bastão; negativo de filmes e lanterna ou projetor de slides; papel color-set nas cores branco e preto; tesoura com pontas arredondadas. COLOCANDO EM PRÁTICA As crianças devem perceber que, antes, o processo de revela- ção trabalhava com a exposição à luz, o que originava es efeitos de positivo e negativo. Com papéis brancos e pretos construa imagens recortando, montando e colando papel. Leve para a sala de aula al- guns negativos e ofereça para os alunos os examinarem. Coloque os negativos sob a luz da lanterna para que as crianças percebam que a imagem está lá. Explique que, no processo de revelação (que é feito em um ambiente escuro ou com luz vermelha), os negativos são po- sicionados na frente de uma fonte de luz branca, direcionada para o papel. O papel recebe essa luz e “queima”. Depois é lavado com produtos químicos reveladores que permitem que a imagem apare- ça e se fixe no papel. Se a escola disponibilizar, você também pode usar um projetor com slides, pois o princípio é o mesmo. Aproveite o tema para pedir que os alunos façam suas próprias imagens em positivo e negativo com folhas brancas e pretas. Depois, faça uma exposição, para que todos possam admirar os resultados. Fo to : C am ila C al ic ch io | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o Fu nd am en ta l 1 Molde simples brincadeira pode ser feita para que os alunos percebam esse momento. Molhe o pincel no limão e peça aos alunos que escrevam uma mensagem na folha de papel. Depois coloque um dedo de água no copo e pingue 15 gotas de tintura de iodo. Espalhe essa mistura em cima da mensagem com limão. Nes- sa experiência ocorre uma reação de transformação quando o iodo, que é alaranjado, entra em contato com o limão. O iodo perde a cor e se transforma em substância incolor. A mensa- gem aparece porque o limão roubou a cor do iodo. NO BURACO DA AGULHA A pinhole é uma câmera fotográfica em formato artesa- nal que foi criada a partir da câmara escura – também co- nhecida como “câmera de latinha”. Ela pode ser utilizada até hoje como equipamento para tirar fotografias alternativas ou para realizar experimentos e estudos. Construir uma pinhole não requer muito trabalho e nem recursos financeiros: basta ter um compartimento fechado que permita a entrada de luz apenas por um pequeno orifício. Até mesmo uma lata de leite em pó pode ser transformada em câmera. O nome pinhole traduzido para a língua portuguesa sig- nifica “buraco de agulha”, isso porque o tamanho do orifício deve ser o mesmo da ponta de uma agulha, caso contrário não haverá foco e nitidez nas imagens produzidas. Portanto, quanto menor o tamanho do objeto utilizado para ser a câ- mera, menor deverá ser o furo. As fotografias tiradas por uma câmera pinhole produ- zem um efeito diferente das câmeras convencionais. As imagens possuem profundidades infinitas e todos os planos da cena ficam com foco. Para produzir as fotos na pinhole pode-se utilizar qualquer tipo de papel fotográfico fixado em uma das “paredes” internas da câmara. O papel é sensível à luz, portanto não pode ter ne- nhum contato com luz branca ou claridade, deve ser manuse- ado no escuro ou sob luz vermelha. Quanto maior a distância entre o papel e o orifício da pinhole, maior deverá ser o tempo de exposição para conseguir a imagem. O processo de revela- ção da foto é o mesmo das câmeras convencionais. Fonte: Escola de Belas Artes da UFMG (www.eba.ufmg.br/cfalieri) Fo to : C am ila C al ic ch io | Pr od uç ão : C ris tia ne B on et o 29WWW.REVISTAONLINE.COM.BR O primeiro passo para a criação da câmera fotográfica di- gital aconteceu na Guerra Fria. Os cientistas americanos George Smith e Williard Boyle criaram, em 1969, o Charge Coupled Devices (CCD) ou Dispositivo de Carga Acoplada. O CCD conseguia capturar os pontos de luz produzidos pela imagem e transformá-los em pixels. O invento surgiu para atender à necessidade da corrida es- pacial americana de tirar fotos do espaço e dos países rivais durante a Guerra Fria. A tecnologia agilizou o processo: no caso das fotos espaciais, não era mais necessário esperar que os filmes fotográficos chegassem até a Terra para que as imagens fossem reveladas. Elas eram transmitidas via saté- lite com o uso de computadores. Nas câmeras digitais, os pontos de luz da imagem são trans- formados em pixels que descrevem sua cor e intensidade. Quanto mais pixels uma imagem tem, maior é a sua capaci- dade de revelar os detalhes. Os megapixels são unidades que englobam um milhão de pixels e é a partir dessa unidade de medida que se calcula qual será o máximo tamanho possível de resolução da foto impressa. Por exemplo, são necessários 16 megapixels para imprimir uma imagem de 40 x 25 cm. IMAGEM QUE FALA Materiais: telefones celulares com câmeras dos alunos. COLOCANDO EM PRÁTICA Provavelmente, boa parte dos alunos já estão na era da tecnologia e usam seus celulares ou até máquinas foto- gráficas para registrar tudo e todos. Em vez de brigar, é importante estabelecer limites em classe e – por que não? – tornar o celular e as tecnologias aliadas do aprendiza- do. Explique para os alunos que, embora não seja per- mitido usar o celular em classe para tirar fotos, falar ou mandar mensagens, vocês farão uma aula utilizando os aparelhos. Oriente um trabalho de registro direcionado de imagens. Cada grupo ficará responsável pela arrecada- ção de imagens que sirvam como ponto de partida para discutir algum assunto contemporâneo como pobreza, preconceito e moda. Procure coordenar os grupos de alunos para unir crianças que tenham celulares com as que não tenham, para que todos tenham oportunidade. Os alunos deverão registrar, com auxílio de suas câme- ras, imagens que falem por si e permitam relatar e dis- cursar sobre o tema de responsabilidade de seu grupo. Aproveite para trabalhar legendas e descrição de ima- gens. Artigos de opinião também são bem vindos para aprofundar o trabalho. Para finalizar, os alunos poderão montar um portfólio e ainda uma pequena exposição das imagens. A FOTOGRAFIA DIGITAL Embora já existam câmeras profissionais com mais de 20 megapixels, as imagens capturadas pelo CCD eram de 0,01 megapixels e em preto e branco. Para se ter uma ideia de qualidade da imagem, hoje, uma câmera de celular de mo- delo popular tem capacidade de produzir imagens coloridas de 3 megapixels. Em 1975, a Kodak apresentou o protótipo da primeira má- quina sem a utilização de filmes. A câmera pesava 4 Kg e produzia imagens de 0,01 megapixels que eram gravadas em fitas cassete. As fotos só podiam ser tiradas a cada 23 se- gundos, pois esse era o tempo que o equipamento demorava para capturar uma imagem. Porém, a primeira câmera digi- tal “de verdade” foi a Fairchild All-Sky Camera, desenvolvi- da no Canadá pela Universidade Calgary. Esse foi o primeiro modelo a contar com um microcomputador acoplado que armazenava as imagens no próprio equipamento. O invento evoluiu e hoje a tecnologia digital domina o mercado de câ- meras fotográficas. Fontes:
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