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A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO PESSOAL DA ENFERMAGEM NAS ORGANIZAÇÕES ATIVIDADES LÚDICAS AFRICANAS 1 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM ..... 8 EDUCAÇÃO CONTINUADA, RECRUTAMENTO E SELEÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL ................................................................................................. 8 GERENCIAMENTO EM ENFERMAGEM .............................................. 10 RECURSOS HUMANOS ....................................................................... 15 INTEGRAÇÃO DE NOVOS FUNCIONÁRIOS ....................................... 16 TREINAMENTO DO PROFISSIONAL ................................................... 19 DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL ................................................... 23 BUSCA POR DADOS ............................................................................ 23 A GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS .............................................. 32 AS TRANSFORMAÇÕES VIVENCIADAS COM A PRÁTICA DOS TREINAMENTOS ............................................................................................. 36 ESTRATÉGIAS DE IMPACTO NOS TREINAMENTOS: DESAFIOS E CONQUISTAS .................................................................................................. 38 GESTÃO DE PESSOAS ........................................................................ 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 43 2 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 3 INTRODUÇÃO A qualificação profissional tem como um de seus principais objetivos “a atualização e o aprimoramento em razão das constantes mudanças nos campos científico e tecnológico visando o atendimento das necessidades que os profissionais apresentam em seus processos de trabalho” (BRAGA; MELLEIRO, 2009, p.1217). Para Bezerra (2003 apud SILVA; SEIFFERT, 2009, p. 363) a Educação Continuada é o “processo que propicia ao indivíduo a aquisição de conhecimentos para que atinja sua capacitação profissional e desenvolvimento pessoal, considerando a realidade institucional e social”. Conforme Castilho (2000) a educação continuada na área de recursos humanos necessita de atenção contínua, no sentido de preparar as pessoas para enfrentarem as mudanças e os novos desafios, no intuito de conciliar as demandas de desenvolvimento pessoal e grupal com a organização e a sociedade. Nas instituições hospitalares, “a enfermagem desempenha importante papel na preparação da infraestrutura para a realização segura e eficaz dos procedimentos médicos e de enfermagem, além de ações assistenciais, orientação e educação preventivas, visando ao autocuidado, facilitando a reintegração social do paciente” (SILVA; SEIFFERT, 2009, p. 363). Em 1991 no Brasil, em São Paulo, surgiu uma Sociedade Brasileira de Educação Continuada e Enfermagem - SOBRECEN, onde enfermeiras da ABEN perceberam a necessidade de melhorarem o serviço de Educação Continuada, em vista da qualidade deste tipo de programa nas instituições de saúde. Diante disso, a procura pelo trabalho desenvolvido foi tanto que após um ano criaram o Núcleo de Interesse em Educação Continuada de Enfermagem (NIECEN). Na atualidade, a sociedade integra profissionais de todo o Brasil, onde marcam presença em congressos e simpósios (FLORES; ILHA, 2001). A educação continuada na visão de Silva et al (1989) citados por Farah (2003, p.03) deve ser entendida “como conjunto de práticas 4 4 educacionais planejadas no sentido de 8 promover oportunidades de desenvolvimento do funcionário, com a finalidade de ajudá-lo a atuar mais efetivamente e eficazmente na sua vida institucional”. A educação continuada está voltada para melhorar ou atualizar a capacidade do indivíduo, em função das necessidades dele próprio e da instituição em que trabalha. Na avaliação da qualidade em saúde um dos referenciais, amplamente empregado pelos pesquisadores e órgãos governamentais, é o Modelo Donabediano, que contempla a análise do tripé estrutura- processo- resultado. Nesse modelo, o item estrutura corresponde às características relativamente estáveis das instituições: área física, recursos humanos, materiais e financeiros, bem como o modelo organizacional. O item processo refere-se ao conjunto de atividades desenvolvidas na produção em geral, e no setor saúde, nas relações estabelecidas entre profissionais e usuários dos serviços – desde a busca de assistência até o diagnóstico e o tratamento. Finalmente, o item resultado diz respeito às características dos produtos ou serviços, cuja qualidade se traduz nos efeitos na saúde do cliente e da população (DONABEDIAN, 1992, apud YURI; TRONCHIN, 2010, p. 332). Calcada na ideia de aferir os processos de trabalho e a qualidade do serviço de educação continuada em enfermagem, por meio da tríade avaliativa: estrutura, processo e resultado, constituintes do Modelo Donabediano, acredita- se que o desenvolvimento de uma investigação enfocando esta temática é de extrema relevância para os diversos profissionais da enfermagem como forma de promover o desenvolvimento de ações de educação continuada na enfermagem dentro das instituições de saúde de forma eficiente e eficaz. Em vistas dessas considerações buscou-se com este estudo conhecer a percepção de enfermeiros e técnicos em enfermagem. Atualmente, para a maioria das organizações, é inquestionável a necessidade de capacitar seus profissionais por meio de uma educação reflexiva e participativa. Tempos atrás, no entanto, não era possível fazer essa afirmação, 5 5 pois as organizações limitavam-se às práticas simplistas de admitir e demitir pessoas a 6im de reduzir erros operacionais e baixar custos. A mudança no enfoque do desenvolvimento profissional foi impulsionada, principalmente, por pressões sociais, como a elevação da escolaridade, o crescente aumento do nível de informação das pessoas e as inovações tecnológicas, além da motivação e da expectativa dos indivíduos na participação das decisões, nos resultados e no futuro da empresa. Isso tornou imperativa a flexibilização da estrutura organizacional, na perspectiva de preparar seus trabalhadores para enfrentar as mudanças Eboli (1997) acrescenta a esse panorama o "resgate do sujeito" como condição necessáriapara a modernidade, situando-o no centro das dimensões organizacionais e valorizando o ser humano e suas manifestações de desejo. A essa condição incluem-se a iniciativa e a responsabilidade individuais, o estímulo à participação das pessoas nos processos da organização, o favorecimento do alcance de objetivos pessoais, o autodesenvolvimento e a preocupação com a avaliação de resultados, tanto da organização como das pessoas. Isso significa que o homem pode ser considerado como um agente facilitador ou impeditivo para o alcance dos objetivos organizacionais. Como destaca Pereira Garcia (1999), é unânime, entre aqueles que buscam a excelência, que "a base do trabalho está no homem': porque é ele que produz os recursos materiais e os métodos de trabalho, os quais Hcam, portanto, subordinados ao seu desempenho. Assim, é essencial promover o ajuste entre os objetivos e as expectativas da empresa com os dos indivíduos. As organizações investem no desenvolvimento dos profissionais para um desempenho adequado da função, o que facilita o alcance dos objetivos e resultados pretendidos. Por outro lado, os objetivos pessoais são alcançados em parte, pois o aumento da qualificação implica maior competitividade profissional no mercado, além de proporcionar ao indivíduo maior satisfação no trabalho, uma vez que ele percebe sua contribuição nos resulta dos obtidos (Gonçalves, 1998). 6 6 Em síntese, como afirmam Abbad e Borges-Andrade (2004), atualmente é muito grande a importância dada a aquisição, manutenção e transferência do conhecimento como estratégia organizacional e como instrumento de empregabilidade individual. É essencial que a modernização das formas de trabalho esteja sintonizada com uma política integrada dos recursos humanos (RH), buscando mecanismos apropriados para diagnóstico, desenvolvimento e avaliação de desempenho individual e grupal. Nessa perspectiva, compreende-se a educação continuada (EC) como um processo que impulsiona a transformação da organização, criando oportunidades de capacitação e de desenvolvimento pessoal e promocional dentro de uma visão crítica e responsável da realidade, o que resulta na construção de conhecimentos importantes para a organização, a profissão e a sociedade. Apreende-se daí que é papel da EC apoiar os processos de mudança, adotando uma gestão de pessoal que considere o homem como centro da organização. 7 7 Nessa proposta, o profissional assume uma posição estratégica nas instituições de saúde e adota uma gestão participativa com flexibilização das relações de poder, compartilhando planos e decisões e sensibilizando as pessoas quanto à responsabilidade pelo autodesenvolvimento, pela disseminação do conhecimento e pelo aprendizado na vivência de novos valores. A EC tem, portanto, a finalidade precípua de promover o crescimento pessoal e profissional, sendo as demais atribuições compreendidas como meios para alcançar os objetivos específicos, tais como: Participar dos processos de mudança da organização, compreendendo o processo de trabalho; Incentivar as pessoas ao autodesenvolvimento; Analisar e desenvolver competências individuais e coletivas; Capacitar pedagogicamente os enfermeiros para difusão e socialização do conhecimento Coordenar o processo de recrutamento e seleção Coordenar programas de treinamento e desenvolvimento Coordenar o processo de avaliação e de desempenho profissional Avaliar os processos de EC tendo como referência objetivos e metas estabelecidos Analisar e documentar os processos de EC visando subsidiar a tomada de decisão em enfermagem. Para viabilizar os objetivos e concretizar as atribuições, os profissionais envolvidos com a EC devem manter-se integrados aos ambientes interno e externo e às políticas vigentes em ambos, preocupando-se em desenvolver suas próprias competências, capacitando-se e atualizando-se com propostas pedagógicas, a 6im de implementar novas tecnologias de ensino. Além disso, é essencial a integração entre os enfermeiros das unidades e os enfermeiros da EC, além do claro estabelecimento dos papéis dos diferentes agentes e a compreensão das lógicas da estrutura de poder e do sistema de 8 8 informação e comunicação, a 6im de obter consonância com as características e necessidades dos usuários internos e externos à instituição. A não observância desses aspectos tem causado conflitos e insatisfação entre os enfermeiros da EC e os das unidades, levando a decisões inadequadas e, consequentemente, ineficiência e ineficácia do processo educacional. A EC é constituída de diversos processos referentes ao gerenciamento de RH. Neste capítulo, serão discutidos os processos de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento (T&D) e avaliação de desempenho profissional. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM Historicamente, os processos de recrutamento e seleção de pessoal nas organizações mostram supervalorização do suprimento das necessidades da instituição. Assim, consistem em processos mecânicos que visam apenas captar a melhor mão de obra disponível no mercado, sem a preocupação com o humano, o que caracteriza uma abordagem tecnicista e burocrática. EDUCAÇÃO CONTINUADA, RECRUTAMENTO E SELEÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL Em uma era de constantes mudanças e imprevisibilidade, o recrutamento e a seleção de pessoal não podem mais ser concebidos como processos de escolha da pessoa certa para o lugar certo. Na atualidade, devem ser enxergados como um processo complexo, atrelado a propostas, políticas e objetivos organizacionais, ao mercado de 9 9 trabalho, à situação social, política e econômica vigente, e às necessidades individuais. Para Covey (2002), o grande desafio das empresas de hoje é atrair e reter pessoas talentosas, que detenham conhecimento e agreguem valores com suas potencialidades, habilidades e saberes. Para o autor, as empresas devem proporcionar condições para que as pessoas expressem seus talentos, articulando as necessidades próprias e das pessoas. O ponto-chave do processo de recrutamento e seleção é construir um relacionamento em que ambas as partes sintam-se compreendidas e atendidas em suas necessidades econômicas, sociais e psicológicas, identi6lcando oportunidades de mútua contribuição e fazendo uma diferença real para a organização e para o indivíduo. O problema é que esta não tem sido a abordagem nas instituições de saúde; ela ainda é centrada exclusivamente no enfoque das necessidades da empresa, desconsiderando os indivíduos. As organizações buscam encontrar as pessoas com o máximo de talentos, sem considerar, no entanto, suas necessidades e expectativas, e negligenciando o desenvolvimento dos potenciais que inicialmente foram tão exigidos. Vários autores, ao analisarem o contexto institucional e a gênese das políticas de RH, conferem importância ímpar ao processo de recrutamento e seleção de pessoal como uma ferramenta de manutenção ou mudança da cultura organizacional, na medida em que atrai seletivamente as pessoas com perfis compatíveis com a transformação ou com o reforço dos pressupostos e valores organizacionais (Chiavenato, 1999a; Lucena, 1991; Lodi, 1992). Lodi (1992) chama a atenção para a importância social do processo, considerando essencial direcionar os recursos humanos (pessoas empregadas) para posições em que farão o melhor uso de seus talentos; caso contrário, as pessoas serão incentivadas a se empregarem em lugares onde se sentirão frustradas, desencorajadas e insatisfeitas, o que contribuirá para a desorganização social.1 0 10 Na realidade hospitalar, sob o ponto de vista da gestão de RH, são poucos os hospitais que mantêm uma política de pessoal desalienadora, voltada para o desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos e que contemple de maneira integrada a captação e a retenção de pessoal. Em sua maioria, eles não estão preocupados em estabelecer uma política efetiva de valorização dos recursos humanos internos, acreditando, ainda, que o pessoal pode ser substituído facilmente e supervalorizando a tecnologia para melhoria da qualidade da assistência. Na enfermagem, o processo seletivo é reflexo da política vigente nos hospitais; portanto, ele é conduzido com a simplicidade de apenas preencher os cargos existentes na instituição de saúde e voltado exclusivamente para a atuação em procedimentos burocráticos e discriminatórios, decorrentes do vínculo empregatício (Pereira e Leite, 1991). No entanto, para Peres (1995), o recrutamento e a seleção em enfermagem são percebidos como um processo complexo, determinado pelas relações entre homem, organização e sociedade. Portanto, são um fenômeno dinâmico que se concretiza nas relações interpessoais, podendo ser analisado com base nas constantes mudanças de cenários do mundo moderno, em que o homem adquire experiências e redefine seus esquemas de ação em constante construção do conhecimento. GERENCIAMENTO EM ENFERMAGEM Nessa perspectiva, o diagnóstico situacional do processo seletivo deve estar fundamentado nas necessidades do homem, da organização e da sociedade, caracterizadas pelos múltiplos determinantes que atuam como facilitadores ou dificultadores. Os fatores determinantes são: as políticas social, econômica, cultural, educacional, trabalhista e de saúde vigentes no país; a cultura, os pressupostos 1 1 11 e os objetivos organizacionais; as peculiaridades da procissão; e as características pessoais e profissionais do pessoal de enfermagem. A etapa inicial do processo seletivo é a construção do perfil profissional com base em tal diagnóstico, considerando objetivos, perspectivas e pontos críticos da área, além do relacionamento interpessoal, das características e expectativas do grupo e do modelo gerencial. O perna profissional é um conjunto constituído pelas atribuições profissionais, pelas competências indispensáveis e também pelas desejáveis para o desempenho da função ou cargo, representando claramente as exigências pessoais e profissionais. Considerando que as competências para os cargos sofrem mudanças, o perfil deve ser constantemente ajustado às necessidades do trabalho e do indivíduo. Para que a organização selecione profissionais que correspondam ao perfil estabelecido, visando ao alcance dos resultados esperados e à integração ao grupo de trabalho, devem ser elaborados critérios de seleção. Esses critérios têm por finalidade propiciar a comparação entre o perna estabelecido e o pernil do candidato, identificando as competências indispensáveis (sem as quais não seria possível contratar o profissional) e as competências desejáveis (que, mesmo não estando presentes, poderão ser desenvolvidas posteriormente). Os critérios devem ser flexíveis e compatíveis com o mercado de trabalho. Assim, quando a oferta de candidatos for grande, os critérios poderão ser mais rigorosos; em contrapartida, quando a oferta for baixa, esse rigor poderá fazer com que um cargo permaneça vago por longo tempo. Assim, os critérios devem ser adequados ao mercado e às possibilidades de capacitação e desenvolvimento da instituição e do indivíduo. Peres (1995), em estudo sobre o processo seletivo de enfermeiros, visando à adequação dos profissionais às características e aos pressupostos organizacionais, veri6lcou que, nos critérios seletivos do pessoal de enfermagem, as competências pessoais, como atributos psicológicos e atitudinais dos candidatos, predominavam em relação ao conhecimento técnico específico. 1 2 12 Assim, a capacitação técnico-específica era prescindível na aprovação do candidato, pelo fato de o mesmo ter a possibilidade de suprir suas de6lciências com treinamentos. O estabelecimento de critérios seletivos remete à reflexão sobre o caráter discrimina tório inerente ao processo de recrutamento e seleção de pessoal, por se tratar de julgamento e avaliação de candidatos. Entretanto, a construção dos mesmos deve contemplar os aspectos éticos e legais, assegurando a justiça do processo. Os critérios devem fundamentar a escolha de técnicas de seleção para proporcionar o levantamento de informações específicas sobre os candidatos, com o objetivo de medir e avaliar a capacidade técnica e as competências pessoais. Assim, técnicas como análise de currículo, prova situacional, prova teste, prova prática, prova dissertativa, entrevista, testes de personalidade, testes psicométricos, técnicas de simulação, dinâmica de grupo, entre outras, são adotadas nos processos seletivos. Há ainda a adoção de métodos menos convencionais e polêmicos, como graíologia, mapa astral e numerologia, que ainda não tiveram sua eficácia comprovada cientificamente. Cada técnica apresenta vantagens e desvantagens. Além da observância aos critérios, é indispensável uma análise de custo-benefício; afinal, quanto maior o número de técnicas de seleção aplicadas, maior a oportunidade de informações para análise, embora também seja maior o custo operacional e o tempo despendido na realização do processo. A avaliação do processo seletivo, tanto quantitativa quanto qualitativa, não tem sido realizada sistematicamente nas organizações de saúde. O que se apreende é que o processo tem sido desgastante e estressante para a empresa e para os candidatos, diminuindo sua eficiência e eficácia. Uma forma de avaliar o processo é o índice de rotatividade de seleção (IRS), que representa a relação entre o número de admissões e o de 1 3 13 desligamentos de pro6lssionais de determinado processo seletivo em dado período. A avaliação deve ser estabelecida para curto e médio prazo, de acordo com os ambientes interno e externo à instituição, pois geram diferentes significados. IRS N' de admissões no período x 100 N' de desligamentos no período. Essa relação expressa um parâmetro relevante para a análise do processo. Um alto IRS a curto prazo sugere problemas de adaptação dos recém- admitidos à organização, que podem ser decorrentes da inadequação do pernil estabelecido ou dos critérios e/ou técnicas seletivas adotadas. Um alto IRS em médio prazo pode traduzir, por exemplo, problemas na EC ou desequilíbrio em relação ao mercado na dimensão oferta e procura. Diante disso, enfermeiros que trabalham nessa área, ao analisarem o recrutamento e a seleção de pessoal, revelam que o processo representa um grande desgaste para os profissionais em decorrência das políticas de RH adotadas e das condições de trabalho inadequadas (Salva et al., 1989; Peres, 1995; Pereira e Leite, 1991). Essas autoras constataram que a participação do enfermeiro no processo de recrutamento e seleção de pessoal de enfermagem é restrita, e que grande parte da responsabilidade cabe ao departamento de pessoal, o qual desconhece as reais necessidades da enfermagem. Entretanto, julgam ser fundamental a participação do enfermeiro, principalmente, no estabelecimento de critérios seletivos e na tomada de decisão dos candidatos que devem ser admitidos. Para tanto, eles devem ter consciência da importância do papel que desempenham como responsáveis pelo processo de recrutamento e seleção em enfermagem, como agentes propulsores de mudanças na cultura das organizações de saúde, não referendando apenas valores, crenças e pressupostos organizacionais. Nesse contexto, é importanteconsiderar que o processo seletivo não pode ser um sim, mas sim a porta de entrada dos recursos humanos e, desse 1 4 14 modo, um meio para alimentar outros processos gerenciais, como liderança, supervisão, treinamento e desenvolvimento e avaliação de desempenho, imprescindíveis à gestão de pessoal e às propostas de mudança, que integram as políticas de RH. O mundo está em constante crescimento, com isso as mudanças ocorrem e a competitividade aumenta cada vez mais. Empresas que investem em “capital intelectual”, podem atingir resultados excelentes e para isso ambos precisam caminhar juntos. Segundo Chiavenato (2009), cada indivíduo desenvolve competências capazes de serem integradas a instituição, para isso temos que investir em “capital humano”, através de trocas, que iniciam já no primeiro contato com a empresa através da seleção, posteriormente integração, consequentemente nos treinamentos e desenvolvimento de pessoal. O investimento tem que começar pelos responsáveis pela instituição, esses precisam ter olhos clínicos, para visualizar as necessidades da empresa, seu colaborador e seus clientes. É necessário que todos os funcionários, tenham sincronismo e um bom relacionamento, para que o produto desejado atinja a excelência no final. Esse sincronismo pode se dar através de planejamento, análise, controle, diagnóstico, direção, projetos e acima de tudo a motivação em aprender e empreender entre todos os envolvidos. O autor citado acima, diz que ao usar de comprometimento e envolvimento dos colaboradores, as empresas terão um retorno muito maior que o do investimento tecnológico. Integrar o profissional ao seu novo ambiente, apresentar, orientar a cultura organizacional e promover socialização com os funcionários já existentes; também identificar os motivos pelos quais não ocorre esta integração, mostrar formas de integração, o quanto é bom ser acolhido, treinado e apresentado às novas atividades. Através desse trabalho, apontar a importância do acompanhamento do profissional dentro da empresa desde seu ingresso, através do programa de Integração, onde o profissional conhece a empresa 1 5 15 como um todo: missão, visão, valores, o produto a que se destina, bem como a área em que será destinado a trabalhar. A partir daí dar margem para continuidade deste processo, através do Treinamento e Desenvolvimento, que está aliado à chefia imediata, que deverá acompanhar todo o percurso do funcionário, diagnosticando suas necessidades de atualização, aprimoramento e formação que além de trazer benefícios para a instituição diante da competitividade do mercado de negócios, motiva o mesmo a dedicar-se ao trabalho reconhecendo a empresa como um aliado na sua ascensão profissional e pessoal. RECURSOS HUMANOS Antigamente o sucesso das empresas era baseado em recursos físicos e financeiros, atualmente passou a ser em recursos humanos, elemento humano. Os Recursos Humanos vêm passando por grandes mudanças, e hoje a competitividade, produtividade e qualidade têm sido os pontos fortes de qualquer instituição. “Desfrutar da competência humana: em outras palavras, gozar da capacidade que o ser humano tem de aprender, de “adquirir novas habilidades e novos conhecimentos modificando comportamentos e atitudes” (Tachizawa, Ferreira e Fortuna, 2001)”; Os profissionais passaram a ser não só um recurso na empresa e sim a ser o “sócio”, parceiro do negócio, seus conhecimentos são fundamentais para o sucesso da empresa. Eles são os responsáveis por criar produtos e serviços, visualizar a concorrência, aprimorar os serviços, apresentar inovações e fidelizar o público alvo. As instituições precisam investir em programas de Treinamento, Integração e Desenvolvimento (TID) é necessário perceber que tem que haver uma troca, a qual no final, todos devem sair ganhando. Pessoas com cargos superiores, responsáveis, têm que acolher, orientar, educar profissionalmente, a 1 6 16 fim de consolidar, reciclar os conhecimentos, treinar e preparar seus subordinados para lidar com as mudanças, inovações, assim, tornar a empresa competitiva e concorrente no mercado. Existem diversas formas de se educar profissionalmente, dentre elas estão: Integração, a qual irei destacar nesse trabalho, já que partindo das leituras realizadas, considero de suma importância, e sua aplicabilidades é acessível a instituições públicas ou não, geralmente é aplicado pela própria empresa a fim de educar, adaptar o novo funcionário a empresa, as pessoas e ao trabalho; Formação profissional, que pode ser aplicada em escolas especializadas ou na própria empresa, que visa preparar e formar homens, qualificá-los, para o exercício da profissão / cargo; Desenvolvimento profissional, que se aplica em organizações ou empresas especializadas, visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar o profissional para seu crescimento em determinada carreira organizacional e ou ainda se tornar mais eficiente / eficaz no que faz. INTEGRAÇÃO DE NOVOS FUNCIONÁRIOS A integração, também conhecida por socialização organizacional, visa ajudar os empregados a compreender os aspectos sociais, técnicos e culturais de seu novo local de trabalho. A empresa precisa socializar, integrar seus novos colaboradores adequadamente em sua forma de trabalho, em geral, criar um ambiente agradável e acolhedor na fase inicial do emprego. Tudo se inicia na recepção do profissional na empresa, nesse momento ele precisa receber informações básicas referente a estrutura organizacional, missão, visão, valores, atribuições da empresa e junto as boas-vindas ao novo ambiente. A integração pode iniciar já no primeiro contato com a empresa, já no processo seletivo utilizado por ela. Dentre diversos métodos de integração organizacionais nas empresas, os mais utilizados são Processo Seletivo, 1 7 17 Apresentação das tarefas, Orientador, Grupo de Trabalho e Programa de Integração. A socialização pode ter início, nos primeiros contatos com o candidato, na retirada de informações, dúvidas, nesse momento nós estamos sendo avaliados, ali o candidato já está conhecendo o perfil do trabalhador da instituição. Posteriormente na entrevista de seleção, através dela o candidato passa um pouco do seu perfil e fica conhecendo pequenos detalhes do seu futuro ambiente de trabalho, da organização, o estilo da administração existente etc. Permite que ele obtenha e forneça informações, conheça minimamente como funciona a organização e como se comportam as pessoas que nela atuam. Apresentação das tarefas: O novo funcionário deve receber tarefas suficientemente e capazes de serem executadas por uma pessoa que está chegando e conhecendo o serviço, para que proporcione a ele um impacto razoável no início de sua carreira na empresa, e com o passar do tempo, receber tarefas gradativamente mais complicadas e desafiadoras. Nessa fase inicial, esses principiantes tendem a se desempenhar bem, mostrar para que vieram e gerar bons resultados, temos que aproveitar. O novo funcionário pode ter o apoio de um orientador capaz de ajudar na sua integração na organização. Para ele, o orientador será a ligação com a empresa e seus colaboradores, fará o acompanhamento e o orientará durante o período inicial. Se ele fizer esse trabalho de forma positiva à empresa será conhecida como seu espelho, “acolhedora”. Temos que ter muito cuidado em quem indicar para cumprir esse papel, porque é comum que existam pessoas que não estão em sintonia com a cultura da empresa, estejam desmotivados ou entrincheirado e este pode contaminar o novo. A aceitação pelos outros funcionários é fundamental1 8 18 Os grupos de trabalho têm uma forte influência sobre as atitudes dos indivíduos a respeito da organização. Servem como um exemplo do que se deve e não se deve fazer e como eles devem se comportar. A integração do novo funcionário deve ser atribuída a um grupo de trabalho que possa provocar nele um impacto positivo e receptivo. Propiciar um clima organizacional saudável as pessoas quando entram na empresa, as mesmas estão mais motivadas, mais dispostas a aprender e desenvolver, tendem a estreitar os laços com o intuito de aperfeiçoar as relações entre elas. Programa de integração É um programa de treinamento inicial destinado aos novos funcionários da organização para recepcioná-los mostrando a linguagem da organização, cultura, estrutura organizacional, principais produtos e serviços, público alvo, a missão, visão, valores os objetivos organizacionais, normas e padrões de comportamento que a organização considera necessárias para um bom desempenho de suas atividades. Em algumas empresas públicas ou privadas, a integração é totalmente desenvolvida pelo setor de treinamento e desenvolvimento de pessoas, enquanto em outras é coordenado pelo setor de treinamento e executado por gerentes. São programas que duram poucos dias. Depois contam com um acompanhamento, em médio prazo, do novo funcionário pelo gerente que se responsabiliza pela avaliação de seu desempenho. No caso do novo funcionário ocupar posição de gerência ou direção, a integração pode durar meses, com uma agenda que programa sua permanência nas diversas áreas, setores ou departamentos da empresa com o acompanhamento permanente do seu superior e um tutor específico para cada área, setor ou departamento envolvido. 1 9 19 Resumindo, a integração/socialização representa uma etapa de iniciação que funciona como elemento de fixação e manutenção da cultura organizacional, as empresas correm o risco de que a primeira impressão a seu respeito seja transmitida de maneira equivocada, a qual será levada por todo o período que o funcionário ali permanecer. O período inicial do emprego constitui uma fase crucial dessa adaptação e do desenvolvimento de um relacionamento saudável entre o novo membro e a organização. É um período lento e difícil de adaptação, no qual a rotatividade de pessoal costuma ser mais elevada do que nos outros períodos subsequentes. Nesse período, cada uma das partes aprende a ajustar à outra. É uma aprendizagem recíproca, em que ambas as partes procuram reduzir a incerteza uma a respeito da outra. (Chiavenato, 1999) TREINAMENTO DO PROFISSIONAL Treinamento: “educação profissional que visa adaptar o homem ao trabalho em determinada empresa, preparando-o adequadamente para o exercício de um cargo podendo ser aplicado a todos os níveis ou setores da empresa” (Barreto, 1995); Através do Treinamento, envolvemos a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, podemos aprender conhecimentos e habilidades para um futuro definido, além de nos adequar para exercer determinada tarefa, função ou cargo na empresa, assim, ajuda a alcançar os objetivos da empresa, fornecendo a possibilidade e oportunidade para o crescimento, a prática e a conduta adquirida na organização. “Treinamento nada mais é que o preparo do homem para a vida profissional” (Chiavenato, 2009). 2 0 20 Quanto a execução de um treinamento, esta deve levar em consideração os vários tipos de treinamento: primeiro o de integração que tem como objetivo adaptar as pessoas à organização; depois o técnico-operacional, que busca capacitar o indivíduo para o desempenho das tarefas específicas as quais realiza; o treinamento gerencial, que tem o intuito de desenvolver a competência técnica, administrativa e comportamental, e, por fim, o treinamento comportamental, que tem como objetivo solucionar os problemas das inter- relações no contexto do trabalho. Segundo Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001), a execução de um determinado treinamento deve levar em consideração os seguintes fatores: adequação do programa às necessidades da organização; qualidade do material didático; cooperação do pessoal de chefia; qualidade e preparo dos instrutores e a qualidade do pessoal a ser treinado. Preparar pessoas para determinadas tarefas; Proporcionar o desenvolvimento profissional; Mudar atitudes comportamentais e profissionais que interfiram no ambiente de trabalho. A ISO 10015 utiliza o conhecido Ciclo Deming e define o treinamento como um processo de quatro etapas: Analisar: identificar necessidades as carências de treinamento; 2 1 21 Planejar: a programação para atender as necessidades da empresa; Fazer: implementação e execução do programa de treinamento e Avaliar: os resultados. A avaliação de treinamento propicia o feedback ao profissional de RH, para se concluir até que ponto o treinamento executado produziu modificações de comportamentos pretendidos como também, se o treinamento alcançou as metas já estabelecidas anteriormente. Cabe, ainda, fazer referência as avaliações do aprendizado, de reação e dos resultados do treinamento, que seriam outras possibilidades de intervenção. O treinamento deve ter um objetivo a cumprir e seus resultados devem ser relacionados a esse objetivo, não podem ser vistos jamais como somente mais uma despesa, mas sim, um investimento muito importante para a empresa, o qual, se aplicado direcionado aos objetivos, trarão um resultado positivo e compensador. “Sempre devemos pesar custo x benefício”. Para Chiavenato (1999), existem vários meios de treinar as pessoas, segue alguns exemplos: Através do WORKSHOP, pessoas com objetivos parecidos, trocam experiências já vividas e conhecidas. Atividade que pode durar o dia todo ou mais dias. Tem o TREINADOR, uma espécie de aconselhador. Não se trata de delegar o que se deve fazer, mas de orientar e acompanhar o processo. O MENTOR, estabelece uma relação de parceria para o sucesso, num conjunto apoiador e potencializador das capacidades alheias, dá destaque a excelência pessoal, “está sendo substituído por softwares proporcionados pela Tecnologia da Informação”. Com as VÍDEOS CONFERÊNCIAS, utilizadas em sua grande maioria por empresas que estão distantes. Reduzem o custo de difusão do conhecimento. Tem a possibilidade de reuniões virtuais para tomada de decisão. Tem também a UNIVERSIDADE CORPORATIVA, através de parcerias entre universidades e empresas visando manter o profissional em contato com processos educacionais. 2 2 22 As informações são divulgadas com rapidez e facilidades em divulgação de materiais, como textos, para que os funcionários possam ler, aprender e aprimorar seus conhecimentos. De acordo com Lopes (2001), a educação à distância, tem evoluído de acordo com os avanços tecnológicos. A cada “ciclo tecnológico” ocorre o desenvolvimento de metodologias para o ensino a distância. O ciclo revolucionário vem sendo a utilização de tecnologias web, surgindo dessa forma o e-learning. A peça chave para essa tecnologia de ensino está na interatividade e na possibilidade de oferecer ao treinando uma aprendizagem colaborativa e significativa. Aprendizagem colaborativa, onde todos podem contribuir para o aprendizado uns dos outros, já os conhecimentos que o aluno previamente possui, podem assegurar ainda a aprendizagem significativa, de forma que o treinando não absorverá apenas superficialmente o assunto. O E-learning é um conceito inovador em relação à educação tradicional, o treinador tem o papel de detentor do conhecimento e passa para o aluno, respeitando seu ritmo e a maneira mais adequadade aprendizagem, utiliza a flexibilidade de aprendizado individual e especifico de cada estudante. A característica principal da educação a distância é basear-se no estudo ativo, independente e construtivista, que pode dispensar preleções, professores e locais específicos para aulas. Outra característica é a utilização de materiais didáticos especiais de autoinstrução, podendo o profissional se auto instruir, assim, não teremos que retirar um outro profissional de seus afazeres para o treinar. Esse treinamento recebe suporte da tecnologia, é um local virtual na Internet, que contém um conjunto de elementos e ferramentas tecnológicas disponíveis de maneira sistemática, destinadas a permitir o acesso a um curso e interação dos envolvidos no treinamento. 2 3 23 O treinamento só será apropriado se existir algo que a pessoa não saiba como fazer ou realizar, ou ela precisa ter condições a fazer ou realizar. Se já sabe, o próximo passo será o “desenvolvimento”. DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL Pio (2010), visa que o treinamento é um dos recursos do Desenvolvimento de Pessoal. O desenvolvimento é um conjunto de atividades que objetiva explorar o potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva das pessoas, visando mudanças de comportamentos e atitudes bem como a aquisição de novas habilidades e conhecimentos. Seu ponto principal é o de maximizar o desempenho profissional e motivacional do ser humano, melhorando os resultados e consequentemente gerando um bom clima organizacional. Apostar no desenvolvimento de pessoas significa investir na qualidade de serviços, porém, esse investimento deve privilegiar todas as pessoas que participam da instituição, pois os resultados decorrem das atividades do coletivo. A ideia de treinamento nos remete a algumas perguntas como o porquê, em que, quem, como e quando treinar. Para isso existem etapas de elaboração, o diagnóstico das necessidades pode ser feito a partir da análise organizacional, das operações e tarefas e, por último, da análise individual e coletiva. BUSCA POR DADOS A partir dos estudos teóricos e apresentados nos capítulos anteriores, procurei saber com a Gerência de Desenvolvimento de Pessoas, se já ocorreu em algum momento integração para novos funcionários na sede e em unidades 2 4 24 pertencentes a AHM; descobri que na sede somente ocorreu na época em que as Autarquias eram descentralizadas, porém em contra partida, em “algumas” unidades ainda existe a prática do programa de integração, mas, ocorre somente quando realizada a contratação em um número grande de profissionais. Em contato com essas unidades, pude ter um breve relato e unanime junto aos RHs, que me motivaram mais ainda a transformar esse projeto em realidade, eles reafirmaram que os profissionais bem integrados, ficam motivados a exercem suas funções de forma mais eficiente e levam a organização a reter capital humano; também disseram que vale apena investir e aperfeiçoar ao máximo nesses processos. Busquei com a área de Desenvolvimento e Ingresso da AHM e descobri que os fatores de maior justificativa para que não haja a integração é que “falta tempo hábil e liberação das chefias para Integração, por conta de defasagem de funcionários, tendo em vista tempo que a instituição demora para obter autorização para contratar”. Além disso: recursos para contratação de palestrantes específicos; infraestrutura: espaço físico; etc. Em contato com Gerências e Coordenadores de algumas áreas importantes expuseram as angustias no que diz respeito a falta de funcionários, mas, também demonstraram que estariam dispostas a cooperar com a liberação dos profissionais para a integração, porém, “não muitos dias”. Atualmente, muitos enfermeiros, no cotidiano das suas atividades gerenciais, estão começando a se preocupar em dispor de informações sobre custos. Assim, nas negociações com a administração geral, podem respaldar seus argumentos em relação à necessidade de investimentos em treinamento, bem como justificar suas decisões sobre a alocação de recursos com tal propósito. De outro lado, estudar os custos dos programas de Treinamento e Desenvolvimento (T & D), representa também preocupação com a qualidade da assistência prestada aos usuários da instituição e com a qualificação e capacitação dos funcionários que nela atuam. 2 5 25 A propósito, em 1993, o Conselho Internacional de Enfermagem, afirmou que as finanças constituem outro domínio de conhecimento da enfermagem, recomendando aos profissionais que promovam investigações para validar metodologias de cálculo de custos. A informação de custos como insumo fundamental do gerenciamento de enfermagem, constitui-se no destaque do movimento gerencial na atualidade. Deve ser compreendida não só como uma questão técnica ou econômica, mas uma questão comportamental, pois representa o desenvolvimento de uma gestão competente e compatível com a missão de cuidar da saúde da população. A compreensão do comportamento dos custos é extremamente interessante à avaliação do desempenho, à tomada de decisões e ao planejamento das atividades operacionais. Assim, é possível avaliar a viabilidade dos serviços, as alternativas de investimentos e a repercussão de modificações no volume de atendimentos. Diante disto, é necessário lembrar a importância do custo como ferramenta gerencial para o enfermeiro do Centro de Educação Continuada (CEC), pois atende as finalidades de controle, fornece suporte para a análise de viabilidade econômica de um projeto e ampara o processo decisório em relação a alocação de recursos e à redução de custos, sem prejuízo da qualidade. É possível observar que várias instituições de saúde não possuem uma política de investimentos formalizada, e nem os CECs possuem previsão orçamentária voltada para a manutenção de um programa de educação continuada. No entanto, é de responsabilidade da gerência de treinamento, predeterminar as sequências de sua ação administrativa com vistas à definição orçamentária da unidade de treinamento, com a respectiva fixação de recursos financeiros para os programas de desenvolvimento de recursos humanos. Uma das dificuldades referidas pelos enfermeiros, na análise dos custos de programas de T&D, é definir todos os gastos que estão vinculados a tal 2 6 26 programação. Também, não dispõem de um roteiro sistematizado, levando a registros precários ou anotações esparsas de alguns itens dentro de uma programação. Devido a esses aspectos torna-se necessária a elaboração de uma planilha de custos que contenha dados relevantes às necessidades do trabalho diário do enfermeiro. Além disso, esses dados podem ser utilizados na avaliação de desempenho gerencial da unidade. Elaborar e propor uma planilha de composição de custos para programas de treinamentos, que sirva como referência para enfermeiros nesta área, principalmente, para enfermeiros de centros de educação continuada, constituiu uma parte da dissertação de mestrado sobre custos dos programas de treinamentos desenvolvidos em um CEC de uma instituição hospitalar do interior do Estado de São Paulo. No estudo em questão, configuramos custo direto aqueles gastos consumidos diretamente na execução do treinamento, ou seja, com instrutores, materiais, recursos audiovisuais e despesas gerais do treinamento, não havendo necessidade de rateio. Já o custo indireto, não se refere ao treinamento especificamente e sim às condições necessárias para a execução do treinamento, representado pela estrutura (energia elétrica, custo administrativo em geral, depreciação e outros) do CEC. Uma maneira eficaz de avaliação nos serviços de saúde e de enfermagemé a utilização de indicadores que demonstrem sua evolução ao longo do tempo, permitindo a comparação com referenciais internos e externos. Destarte, o indicador é uma unidade de medida de uma atividade com a qual está relacionada ou uma medida quantitativa que pode ser usada como um 2 7 27 guia para monitorar e avaliar a qualidade assistencial e as atividades de um serviço. No âmbito nacional, o Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar (NAGEH), órgão que compõe o Programa de Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), este implementado no estado de São Paulo no início da década de 1990, sistematizou um rol de indicadores relacionados à assistência e ao gerenciamento de recursos humanos de enfermagem, os quais são mensurados periodicamente pelos hospitais que aderiram à metodologia do NAGEH/CQH, com a finalidade de analisar e comparar o desempenho do serviço de enfermagem. Entre os indicadores de qualidade de gerenciamento de recursos humanos acompanhados pelo NAGEH, encontra-se o Índice de Treinamento de Enfermagem, um indicador de qualidade que busca avaliar a relação entre as horas/homem presentes em atividades de treinamento e as horas/homem trabalhadas. Cabe aludir, ante ao exposto, que o presente estudo adota a terminologia e conceito treinamento, tendo em vista que esta é utilizada pela área de gestão de recursos humanos, reforçada pelo fato de que, nos serviços de enfermagem, prover ações educativas aos profissionais é uma incumbência privativa do enfermeiro, e que compõe seu trabalho gerencial.5 Além disto, a terminologia é adotada na descrição do indicador anteriormente mencionado, objeto de investigação. Todavia, não se considera como produtivo e salutar a prática unificada de atividades educativas mecanicistas, devendo estas também proporcionar que o trabalhador se insira ativa e reflexivamente na dinâmica organizacional. Considerando a importância do treinamento dos profissionais de enfermagem para manter a equipe apta a desenvolver assistência segura e de qualidade ao paciente, e da aplicação e análise de indicadores como um meio para avaliar a qualidade dos serviços e dos recursos humanos, optou-se por desenvolver este estudo, utilizando o índice de treinamento da equipe de enfermagem, em suma, o treinamento dos profissionais de enfermagem está 2 8 28 intrinsecamente vinculado à qualificação da assistência aos pacientes, algo primordial no exercício do cuidado e da prestação do trabalho em saúde e enfermagem. Nota-se ainda, escassez de estudos na enfermagem perante a temática, pois nas bases de dados como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed e Base de Dados de Enfermagem (BDEnf) não foram encontradas produções nacionais, com busca realizada no mês de abril de 2013, dos últimos dez anos, específicas ao tema desta pesquisa. Possivelmente, tais estudos podem contribuir para o avanço científico da enfermagem e consequentemente fomentar melhorias adaptadas à prática profissional, principalmente ao que tange às atividades de cunho gerencial do profissional enfermeiro. Diante da premissa anterior, estabeleceu-se como questão norteadora do estudo: Qual é o índice de treinamento de profissionais de enfermagem em uma organização hospitalar pública e de ensino? E, para responder tal questão, o objetivo consiste em determinar o Índice de Treinamento de Enfermagem de enfermeiros e de profissionais de enfermagem de nível médio, utilizando referencial proposto pelo Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar, sediado no estado de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva, descritiva e exploratória com abordagem quantitativa. Teve como campo de investigação um hospital universitário público situado em Cascavel-PR. Os dados foram coletados das listas de presença das atividades de treinamento realizadas pelos profissionais da equipe de enfermagem do hospital, em um recorte temporal de abril 2009 a maio de 2010, estabelecido de acordo com a disponibilidade de acesso aos dados e de quando houve o andamento do Projeto que fomentou este e outros estudos acerca de indicadores hospitalares do local em questão. 2 9 29 Os dados foram fornecidos pelo setor de Recursos Humanos da mesma organização hospitalar, o qual mantém o registro de todos os treinamentos realizados e é responsável pelo agendamento das atividades, bem como, pelo controle de presença e expedição de comprovante de participação. Para a coleta de dados, foi elaborada uma planilha para o registro dos dados de cada lista de presença de atividade de treinamento, contendo: data da atividade, tema, carga horária, número de enfermeiros e de técnicos e auxiliares de enfermagem presentes, segregando as categorias. Após a coleta manual dos dados, os mesmos foram transportados para planilha eletrônica para melhor acesso e manejo. Foram incluídas como atividades de treinamento a totalidade de palestras de curta duração sobre um tema específico, seminários, videoconferências, cursos com temas específicos, e participação em eventos científicos, no recorte temporal determinado e com a participação de pelo menos um profissional de enfermagem, independentemente de sua categoria. Já como critérios de exclusão delimitaram-se os seguintes: atividades sem informações referentes ao tema do treinamento e/ou carga horária nas fontes de dados consultadas. Visando a fidedignidade da identificação dos participantes por categoria profissional, utilizou-se uma relação dos nomes de todos os profissionais de enfermagem da instituição, também fornecida pelo setor de Recursos Humanos. A carga horária da atividade de treinamento é a somatória das horas de todas as atividades de treinamento ministradas no período determinado. O número de horas/homem trabalhadas é o número de funcionários ativos, do serviço de enfermagem, no cadastro do hospital pelo número de horas previstas para cada um, em contrato de trabalho. Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), sob o parecer 240/2010 e processo número 598/2010. 3 0 30 Segundo os dados disponibilizados pelo setor de Recursos Humanos da instituição, a população estudada foi constituída pelos 379 profissionais que compunham o quadro de enfermagem do hospital no recorte temporal estabelecido. Destes, 76 (20,8%) eram enfermeiros e 303 (79,2%) eram técnicos e/ou auxiliares de enfermagem. Foram realizadas, no período estudado, 210 atividades de treinamento. Destas, 20 atividades não atenderam a todos os critérios de inclusão, resultando num total de 190 atividades de treinamento analisadas. Das atividades que conformaram o estudo, os enfermeiros participaram de 155 (81,6%), totalizando 335,85 horas totais de treinamento. Os técnicos e auxiliares de enfermagem participaram de 150 atividades (78,9%) totalizando 293 horas de treinamento. Os profissionais de nível médio foram analisados como uma única categoria, pois no campo onde o estudo foi realizado não existe distinção das atividades exercidas entre elas. Desta forma, aplicando a fórmula do NAGEH7 encontrou-se o valor de índice de treinamento de 16,20 para profissionais enfermeiros e 3,98 para técnicos e auxiliares de enfermagem. Poucas foram as produções encontradas em literatura científica da enfermagem, sobre o quantitativo de horas de treinamento. Estudo realizado em 2001, encontrou 12,6 horas de treinamento/funcionário/ano para os trabalhadores de enfermagem.8 Em outra instituição a relação foi de 13,8 horas/funcionário/ano. Em 2009, asUnidades Afiliadas da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina estabeleceram 15 horas de treinamento/funcionário/ano. No primeiro semestre de 2012, um relatório de resultados hospitalares, provindo de um programa que busca avaliar a qualidade dos serviços, demonstrou que o índice de treinamento variou de 0,04 a 16,16 horas de treinamento global de cada hospital avaliado, sendo que 62,81% destas horas de treinamento foram destinadas aos profissionais de enfermagem. 3 1 31 Anualmente, desenvolve-se um trabalho em organizações dos mais diversos segmentos, sendo que 73,3% das organizações pertencem a iniciativa privada, que identifica as principais tendências e indicadores do treinamento no Brasil. A pesquisa de 2012 encontrou a média de 45 horas anuais de treinamento para empresas privadas, sendo encontrado valor maior no setor público de 49 horas/ano. Estudos recentes produzidos por profissionais da enfermagem que utilizaram os resultados da assistência de enfermagem como parâmetro de avaliação, antes e após a aplicação de treinamento específico, demonstraram melhora significativa nos resultados da assistência e no desempenho geral da equipe após as atividades de treinamento. A enfermagem ressalta a importância das atividades de treinamento em ambientes onde o avanço e densidade tecnológica são muito acentuados, o que demanda conhecimentos continuamente atualizados. Corroborando com isto, resultados importantes de investigações científicas em âmbito nacional e internacional demonstram que a realização de treinamentos apresenta benefícios importantes para melhorar a segurança do paciente e, assim, a qualidade do atendimento de pacientes críticos. Como exemplos, são mencionados a redução na ocorrência de pneumonia associada à assistência ventilatória; adequação na monitorização de pressão de cuff de próteses ventilatórias para evitar lesão traqueal e; aumento do conhecimento da equipe de enfermagem para monitorização neuro intensiva. Diante do explicitado, possivelmente os resultados favoráveis à qualidade da assistência, mediante o treinamento, poderiam ser estendidos à organização como um todo, quando esta adotar o controle de horas ou índices de treinamento, tendo em vista que este indicador possui potencial para subsidiar o planejamento das ações de treinamento, bem como gerenciar os gastos dispendidos por estas, acarretando em maior assertividade das atividades. Uma pesquisa buscando a opinião de enfermeiros sobre o conhecimento e a 3 2 32 importância de indicadores de qualidade no gerenciamento de recursos humanos em enfermagem demonstrou que estes profissionais consideram o treinamento como elemento constitutivo para um indicador de qualidade dos recursos humanos de enfermagem. A periodicidade do treinamento e a definição de horas do mesmo são características ainda pouco estudadas pela saúde e a enfermagem, mas elementares quando na busca da avaliação da qualidade mediante indicadores. Desse modo, conflui-se para a afirmação da efetividade da capacitação contínua dos profissionais de enfermagem em prol à qualidade da assistência, bem como se sinaliza que a avaliação da assistência e dos recursos humanos de enfermagem mediante indicadores de qualidade, em especial no que se refere às atividades de treinamento desta equipe, constitui-se num instrumento de grande valor para a gestão hospitalar, da equipe de enfermagem e da qualidade da assistência. No processo de educação dos profissionais da saúde, as iniciativas de capacitação contínua são caracterizadas pela relação com o processo de trabalho da instituição, objetivando a transformação da prática. Para isso, os pressupostos pedagógicos são apresentados como a discussão da realidade a partir dos elementos que façam sentido para os profissionais responsáveis, na busca por melhores condições de trabalho e da qualidade dos serviços. Neste processo de capacitação, a utilização de tecnologias deve possibilitar uma aprendizagem significativa, apoiada no pensamento reflexivo, dialógico, contextual, colaborativo e construtivo. A GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Nas empresas e instituições de saúde deve assegurar a eficiência, eficácia e efetividade dos serviços, com base no preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na concepção do trabalho em equipe e gestão participativa, com ênfase na educação dos trabalhadores envolvendo capacitações como 3 3 33 componente imprescindível para o alcance de mudanças na qualidade dos serviços prestados. Afirma-se que as capacitações de equipes e as avaliações desses processos envolvem diversas áreas além dos profissionais de saúde, ao considerar que diferentes processos de trabalho exigem um preparo e estudo específico para que consiga corresponder ao preconizado pelas instituições tanto públicas quanto particulares. Considera-se que as propostas e ações educacionais, como educação continuada, permanente, e as capacitações dos serviços podem proporcionar uma nova visão, estimulando a observação e a reflexão por parte dos profissionais, promovendo, cada vez mais, o desenvolvimento de suas competências, habilidades e atitudes. Com isso, um programa de educação voltado aos profissionais requer o desenvolvimento de um planejamento dinâmico, participativo, interdisciplinar com objetivos definidos, que atenda tanto a instituição envolvida como seus profissionais. É comum em todos os serviços de saúde a prática de programas educacionais, porém percebem-se dificuldades em encontrar exemplos de avaliações de seus resultados, nos motivando na busca literária por experiências que apresentem formas de avaliação do impacto de programas utilizados em capacitações de profissionais na prática do trabalho. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo: ● Analisar a produção de conhecimento em publicações nacionais e internacionais sobre avaliação de impacto de programas de capacitação de equipes de saúde. Trata-se de um estudo bibliográfico do tipo revisão integrativa. Torna-se relevante a utilização desse método de estudo quando o número de referências relacionadas ao tema é escasso. Considera-se que ao localizar e integrar as informações desenvolvidas por diversos autores que discutem o mesmo assunto é possível identificar em 3 4 34 qual estágio está o conhecimento produzido ou até mesmo elucidar assuntos não solucionados. Optou-se por adotar as seguintes etapas para a execução deste estudo: identificação do problema e definição da questão norteadora; definição dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos; seleção das bases de dados e busca das produções científicas; escolha dos artigos e análise dos estudos incluídos; desenvolvimento da discussão e síntese da revisão. A fim de iniciar o estudo, a problema foi identificado para a formulação da seguinte questão norteadora: “Em publicações científicas há referências as avaliações de impacto causado por programas de capacitação de equipes na prática profissional em saúde?” Ressalta-se que o termo impacto em alguns casos está incorporado na avaliação de resultados. Será usada a definição do Comitê de Assistência ao Desenvolvimento (CAD) que é: efeito de longo prazo, positivos e negativos, primários e secundários, produzidos por uma intervenção para o desenvolvimento, direta ou indireta, intencional ou involuntária. Avaliar o impacto do treinamento no trabalho é averiguar a transferência dos conhecimentos, habilidades e atitudes aprendidas na ação educacional e a melhoria do desempenho no trabalho e, quando realizada de forma fidedigna e sistematizada, é capaz de monitorar a eficiência e eficácia dos programas educacionais realizadospela instituição. Isso é necessário devido aos altos custos envolvidos nessas ações.6 Como critérios de inclusão foram utilizados artigos científicos na íntegra referentes à avaliação de impacto no trabalho, publicados no período de 2001 a 2011 em português, inglês e espanhol, e que respondessem à questão norteadora. Nos três idiomas contemplados: avaliação, capacitação em serviços (sinônimo de treinamento em serviço) e recursos humanos. Seguindo os critérios metodológicos, a revisão integrativa foi realizada na Biblioteca Cochrane, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic 3 5 35 Library Online (Scielo), e nas bases de dados: Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e pela ferramenta de pesquisa Google Acadêmico. A busca foi realizada duas vezes no primeiro semestre de 2011 em um intervalo de um mês, utilizando os mesmos descritores, na tentativa de verificar o surgimento de novos estudos. O tempo estipulado foi considerado suficiente por utilizar os mesmos descritores e a rapidez que ocorre o surgimento de novas produções de conhecimentos científicos no meio virtual. A coleta de informações das publicações selecionadas foi realizada por meio de um instrumento validado, a fim de que se pudesse extrair o máximo de conteúdo. A próxima etapa foi a realização da análise crítica dos artigos anteriormente selecionados, avaliando-se os critérios de autenticidade, qualidade metodológica, representatividade e importância das informações. A fim de classificar os artigos de acordo com o nível de evidência, utilizou- se estudo que divide as evidências em sete níveis: 1. Revisão sistemática ou meta-análise de todos relevantes ensaios clínicos randomizados controlados ou provenientes de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados controlados; 2. Pelo menos um ensaio clínico randomizado controlado bem delineado; 3. Ensaios clínicos bem delineados sem randomização; 4. Estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; 5. Revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; 6. Um único estudo descritivo ou qualitativo; 7. Opinião de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas. 3 6 36 Os dados extraídos dos artigos foram analisados e sintetizados de forma descritiva para que se pudesse reunir o conhecimento produzido, e apresentá- los na revisão, posteriormente foram elaboradas duas categorias para interpretação e síntese do conhecimento. AS TRANSFORMAÇÕES VIVENCIADAS COM A PRÁTICA DOS TREINAMENTOS O desenvolvimento de ações educativas como treinamentos, é tema de debate no contexto da política pública de saúde no país. Com isso, as transformações organizacionais geradas pelo conhecimento adquirido nos treinamentos devem ser valorizadas e discutidas, com a compreensão dos gestores de que é preciso investirem tempo, recurso e modificações no ambiente de trabalho. Se que o reconhecimento da importância dos treinamentos dentro das organizações de saúde representa um importante passo na busca por mudanças e melhoria na qualidade do serviço prestado. Os treinamentos priorizam a aprendizagem como forma de desenvolver no profissional o aprimoramento das funções realizadas e a valorização do papel de cada membro na construção do processo de trabalho. A aprendizagem proporcionada nos treinamentos deve focar questões pessoais como: adaptação a mudanças, redução de estresse, melhoria das decisões, aumento da eficiência no desempenho das funções, diminuição de erros organizacionais e possíveis mudanças de comportamento. O treinamento também visa para as organizações a redução de custos, alterações nas taxas de absenteísmo e rotatividade de profissionais, utilização consciente e adequada dos recursos materiais devido o aumento de conhecimento sobre manejo correto e seus custos, e por fim maior qualidade e satisfação profissional. 3 7 37 No segundo estudo afirmou-se que para o profissional transformar o seu ambiente de trabalho não basta ter participado de um treinamento, é preciso existir um apoio organizacional. O conhecimento e a vontade de fazer algo de forma eficaz e inovadora não são suficientes para que haja uma transferência positiva do treinamento ou tecnologia. O terceiro estudo também questiona a falta de uma política hospitalar incentivando a proposta do programa realizado durante o treinamento também foi questionada. Nesse mesmo estudo, em relação às escalas que avaliam o impacto na adequação da utilização de profilaxia de tromboembolismo em quatro hospitais de Salvador, Bahia, antes e após a realização de programas de educação continuada, os instrumentos de avaliação utilizados foram baseados nos objetivos das capacitações, possibilitando a análise específica de cada um e resultando em uma análise aprofundada de cada evento. Tal estudo mostra que após a implementação do programa e consequentes realizações das capacitações houve melhora significativa na utilização da dose correta de heparina e passou-se a utilizar mais profilaxia mecânica. Nas organizações do processo de trabalho em saúde, é importante a dinâmica comunicação e integração entre a equipe e os membros destinados ao apoio da unidade/serviço, pois a própria característica da prestação de serviços de assistência em saúde exige uma interação que dê suporte ao atendimento, rompendo com o modelo de divisão do trabalho e desigual valoração social dos trabalhadores. É importante considerar dentro de uma organização que a direção do processo de trabalho, para promoção de ações integrais em saúde, possibilita um compartilhamento das responsabilidades com todos os atores da equipe saúde envolvendo assim o papel do gestor. 3 8 38 Nesse sentido todos devem agir em conjunto numa única direção, claramente definida mediante as políticas de saúde e os pressupostos que norteiam a instituição, seja pública ou privada. As políticas hospitalares das organizações precisam cada vez mais ser pensadas de uma forma ampla, em que o conhecimento dos diferentes profissionais de saúde sejam valorizados para uma possibilidade de incorporação de novos objetos e tecnologias, fornecendo assim uma atenção atualizada e dinâmica de saúde. Na análise do nono e décimo estudos comprovaram que as organizações têm feito uso de capacitações como ferramentas gerenciais importantes no preparo dos profissionais, fortalecendo-os enquanto membro da equipe no desempenho de diferentes papéis, e buscando transformações significativas dentro dos seus espaços de trabalho. Com isso, os resultados gerados pelas capacitações não são simples e exatos, precisam ser avaliados por diferentes vertentes para que potencialize conquistas para a equipe de profissionais, gestores e aos pacientes, principais beneficiários da geração de novos conhecimentos. ESTRATÉGIAS DE IMPACTO NOS TREINAMENTOS: DESAFIOS E CONQUISTAS As organizações ao realizarem os planejamentos dos treinamentos e capacitações ao longo do ano, devem visar propostas de trabalho para o aperfeiçoamento das atribuições de cada profissional, e também as análises e avaliações do processo, para que as responsabilidades das práticas realizadas sejam tanto com o profissional como com a organização. Como um grande desafio, a avaliação dos treinamentos traz vantagens de trabalhar a autoestima dos profissionais, para que o mesmo sinta-se capaz e 3 9 39 valorizado, sem a percepção errônea construída que o novo profissional é muito melhor do queo demitido, fazendo dele um ser humano imune a falhas. Torna-se essencial criar entre os enfermeiros e demais integrantes da equipe de enfermagem familiaridade entre as avaliações feitas durantes os treinamentos, para que ao avaliar o enfermeiro consiga alcançar mudanças, superações de dificuldades e o crescimento e evolução pessoal e organização, estratégias vitais para o aperfeiçoamento da qualidade. As empresas precisam integrar a escolha do homem certo para o cargo juntamente com um profissional capacitado e habilitado, que consiga interagir harmoniosamente no âmbito coletivo, por meio de atividades de treinamento coerentes com sua realidade. Afirma-se que para a eficácia dos treinamentos, o conhecimento pretendido pela organização não deve ser prejudicado por instrumentos mal formulados ou pela falta de clareza nos objetivos e no material fornecido, sendo necessário total clareza da compreensão do grupo participante antes e depois da realização do treinamento. Alcança-se maior eficácia quando a construção do treinamento é feita juntamente com instrutores e participantes, comparando ideias, discutindo propostas e com isso, buscando maior qualidade e realização para todos. No primeiro estudo apresentado, os resultados confirmaram que os maiores impactos estão na melhoria da competência técnica em vários aspectos, e que essa melhoria se refletiu em resultados organizacionais significativos. Já o quarto estudo demonstrou diferentes conceitos de treinamentos, sendo um deles como uma ação com a finalidade de promover a melhoria de desempenho, capacitar o profissional para o uso de novas tecnologias e prepará- lo para novas funções. Essas finalidades são atingidas por meio da aquisição sistemática intencional de competências e aplicação dessas no trabalho. Fazer com que os conhecimentos adquiridos pelos profissionais durante os treinamentos transformem-se em competências e habilidades não é um 4 0 40 desafio fácil de ser alcançado, porém pode agregar conquistas valiosas para as instituições que se dispõem a acompanhar a evolução de sua equipe. É válido ressaltar que os instrumentos utilizados como estratégias de ensino ou de avaliação nos treinamentos devem ser aperfeiçoados conforme as necessidades surgirem, segundo o estudo quatro que afirmou na construção da escala que a mesma seria possível de aperfeiçoamento, e com isso melhorar os índices de adequação e como consequência as competências necessárias. Foi perceptível ao analisar os estudos que com toda evolução tecnológica e com o passar dos anos as capacitações também evoluíram, houve mudança na didática utilizada, na finalidade das capacitações, o que atinge diretamente os modelos de avaliações utilizados. Como cada capacitação possui a sua peculiaridade, nada mais proveitoso do que avaliá-los de maneiras diferentes. Os estudos referentes à temática avaliação de impacto no trabalho, conforme os descritores estabelecidos mostraram que as maneiras primordiais de se avaliar o impacto do treinamento no ambiente laboral podem ser feito com a utilização de escalas e auto avaliações, também se destaca que um sistema de avaliação de treinamento está apoiado em uma mudança de longo prazo nos valores empresariais, de forma a incluir na organização a cultura da mensuração contínua e objetiva dos processos e dos resultados das ações de educação empresarial. Ao referir as auto e hetero-avaliações, as mesmas têm sido frequentemente utilizadas pelas empresas interessadas em avaliar o impacto de treinamento no trabalho, pois através de tais avaliações há confirmação do aprendizado adquirido pelo treinando e também da aplicabilidade de tais conhecimentos no dia-a-dia de trabalho, de tal forma que seus colegas também o visualizem. Ou seja, após o treinamento o funcionário retorna ao seu ambiente de trabalho colocando em prática os seus novos conhecimentos, o que gera 4 1 41 melhorias não só para as suas tarefas, mas também altera o processo de trabalho daqueles que o cercam. O reconhecimento do trabalho transpareceu a importância extrema de se valorizar o profissional de saúde com a mesma preocupação que se tem em capacitá-lo. Isto se deve ao fato de que o sentimento de prazer no trabalho está diretamente ligado ao reconhecimento do mesmo. Ressalta-se que investir nos recursos humanos em saúde é parte principal e mais complexa do instrumento que se dispõe para alcançar ou mesmo caminhar em direção à missão de uma instituição e, pois, para ter qualidade de vida no trabalho é necessário vivenciar o prazer nas atividades desenvolvidas. GESTÃO DE PESSOAS A expressão gestão de pessoas aparece no final do século XX, com o intuito de substituir o termo Administração de Recursos Humanos, ou seja, designa o modo de lidar com as pessoas nas organizações. “Gestão de pessoas é uma função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais” (GIL, 2001, p. 17). Dutra (2002) define a gestão de pessoas com um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo. Para Chiavenato (2010), a gestão de pessoas refere-se às políticas e práticas necessárias ao gestor para administrar o trabalho das pessoas, tais como: recrutamento, seleção, integração, remuneração, avaliação, desenvolvimento, entre outras. A Gestão de Pessoas (GP) é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é extremamente contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada 4 2 42 organização, da estrutura organizacional adotada, das características do contexto ambiental, do negócio da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos, do estilo de gestão utilizado e de uma infinidade de outras variáveis importantes (CHIAVENATO, 2010, p. 8). Os autores Biles e Schuler (1986) citados por Chiavenato (2010) consideram que a moderna Gestão de Pessoas se baseia em alguns aspectos fundamentais, considerando as pessoas como seres humanos, ativadores de recursos organizacionais, parceiros da organização, talentos fornecedores de competências e capital das organizações. As pessoas constituem o principal ativo da organização, por isso quando uma organização está voltada para as pessoas, a sua filosofia global e sua cultura organizacional passam a refletir essa crença. A Gestão de Pessoas é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas (empregados, funcionários, recursos humanos, talentos) para alcançar os objetivos organizacionais e individuais (CHIAVENATO, 2010). O autor Demo (2010, p. 63) afirma que “as políticas de GP devem criar organizações que sejam mais bem equipadas para executar estratégias, operar com eficiência, envolver os funcionários e gerenciar a mudança, uma vez que, esses são os elementos da organização competitiva”. (...) políticas de GP são importantes na medida em que estão alinhadas às metas da organização e fornecem as condições para que as pessoas contribuam efetivamente para o alcance de resultados superiores. A GP também não deve mais ter papel tradicional de suporte, mas, sim, constituir competência essencial no alcance dos objetivos e resultados organizacionais e individuais, uma vez que os recursos humanos são valiosos e constituem uma fonte de vantagem competitiva (DEMO et al, 2011, p.17-18). Em suma a área de Gestão de Pessoas das organizações destaca-se com a importante função estratégica de promover o desenvolvimento do capital intelectual, com habilidade no trato comportamental, alinhando as necessidades individuais
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