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Aula 3 - Gv Lei Penal no Tempo

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Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
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LEI PENAL NO TEMPO
ANTERIORIDADE DA LEI
A Lei tem vida. Ela pode ser alterada, revogada. Se o Poder Legislativo decide alterar uma 
lei, esta perde a sua existência e outra entra em seu lugar.
São constantes as mudanças legislativas e de acordo com essas mudanças, surgem as 
implicâncias na conduta praticada pelo agente.
Um agente pratica determinado crime na vigência de uma lei, essa lei posteriormente é 
revogada, surge uma nova lei e somente quando surge essa nova lei o agente será julgado.
Qual a lei que deve ser aplicada ao agente?
Código Penal
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Esse artigo talvez seja o mais importante do Código Penal (CP). Foi o dispositivo jurídico 
utilizado pelo legislador para dar início a tudo, para começar o CP. Existem livros apenas tra-
tando do artigo 1º de tão complexo e relevante que ele é.
Esse artigo trata do princípio da estrita legalidade, também chamado de princípio da 
reserva legal, e estabelece quanto à necessidade de uma lei ordinária, complementar, para 
que seja imputado um crime a uma pessoa.
A uma conduta regulada por meio de uma Resolução do Senado Federal jamais poderá 
ser imputado um crime – é necessário que haja uma lei, ordinária ou complementar, que 
venha a prever esse crime.
Além da estrita legalidade, além da reserva legal, há a anterioridade da lei penal. Para 
que seja possível impor uma sanção penal a alguém, é necessário que haja uma lei e, além 
disso, que essa lei seja anterior a determinado fato, que seja prévia, que tenha ocorrido antes 
do crime acontecer.
Ninguém pode responder por um crime sem que haja uma prévia cominação legal, sem 
que haja uma lei definindo esse crime como tal.
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Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
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Anterioridade
No dia 4 de novembro o agente pratica a conduta A (falar ao celular conduzindo veículo 
automotor), no dia 4 de novembro surge uma lei, a Lei X, que estabelece que quem praticar a 
conduta A responde por crime, pena de 2 a 6 meses por falar ao celular enquanto dirigia veí-
culo automotor. No dia 6 de novembro, uma pessoa pratica a conduta A.
No dia 4 de novembro, a conduta A era atípica, aquela que não é prevista em lei, aquela 
que não configura um crime, não há um tipo penal definindo essa conduta, logo, conduta 
atípica não pode ser punida. No dia seguinte, dia 5 de novembro, a conduta A passou a ser 
uma conduta típica, com pena de detenção de 2 a 6 meses. No dia 6 de novembro, o agente 
fala ao celular dirigindo veículo automotor e responderá pelo crime porque já havia previsão 
dessa norma.
No dia 20 de agosto o agente pratica a conduta A que era atípica. No dia 1 de setembro 
surge a Lei X que tipifica a conduta A. Essa lei impôs uma vacatio legis de 30 dias – vacatio 
legis é um período que decorre entre a publicação da lei e a sua eficácia prática, ela não pode 
ser aplicada, somente pode ser aplicada depois de decorrido o período de vacatio legis: é uma 
lei que existe, mas não produz efeitos. Essa lei só poderá ser aplicada no dia 1 de outubro.
Se no dia 21 de setembro o agente praticar a conduta A, ele responderá pelo crime de 
detenção de 2 a 6 meses por ter falado ao celular enquanto dirigia o seu veículo automotor? 
Não. Porque a lei está no seu período de vacatio legis e a conduta A só será típica a partir do 
dia 1 de outubro.
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Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
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LEI PENAL NO TEMPO
• Regra: Tempus regit actum – aplica-se a lei vigente ao tempo da conduta (ato). O tempo 
rege o ato.
• Entretanto, excepcionalmente e sempre em benefício do réu, poderá haver a aplica-
ção de leis que não estavam vigentes à época dos fatos.
• Retroatividade da lei penal benéfica (abolitio criminis e novatio legis in mellius).
Retroatividade da Lei Penal Benéfica
Constituição Federal (CF)
Art. 5º, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Artigo 9º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem cometidas, 
não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais grave 
que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da perpetração do delito a lei 
dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por isso beneficiado.
Numa determinada data é praticada a conduta A, típica, com pena de reclusão prevista 
de 4 a 8 anos. Passado algum tempo, surge uma nova lei, Lei Y, que dispõe que a conduta A 
agora tem pena de 2 a 4 anos de reclusão. O julgamento do agente será em data posterior e 
a lei a ser aplicada deverá ser a Lei Y. A conduta foi praticada num momento em que a lei era 
mais grave, mas quando ele foi julgado tinha surgido uma lei penal mais branda que benefi-
ciou a situação do agente.
Numa outra situação, o agente já tinha sido julgado quando a nova lei, mais branda, surgiu 
e comina a conduta A com pena de 2 a 4 anos de prisão. O agente já tinha sido condenado, a 
sentença é irrecorrível, ele já está cumprindo pena há 4 anos. Mesmo já estando na fase de 
execução a pena, o agente será beneficiado.
A lei benéfica retroage, aplica-se a fatos ocorridos antes da sua vigência.
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Lei Penal no Tempo
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
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a) Abolitio criminis (Resulta na extinção da punibilidade)
Uma conduta que era considerada crime, não é mais.
Código Penal
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. (...)
Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
São duas as condições para abolitio criminis: revogação do tipo penal e supressão mate-
rial da conduta (a conduta que era considerada crime, deixa de ser).
Princípio da continuidade normativa (continuidade típico-normativa)
• Alteração geográfica (topográfica) do tipo penal.
• O tipo penal é revogado, entretanto, a conduta descrita passa a ser disciplinada por 
outro tipo penal. Ex.: atentado violento ao pudor (art. 214, CP) – revogado pela Lei n. 
12.015/2009
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se 
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal:
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Código Penal, artigo 213, estupro. Não confundir abolitio criminis com a continuidade 
típico-normativa quando ocorre a revogação do tipo penal, mas a conduta descrita nesse tipo 
penal passa a ser regulada, tipificada por outro tipo penal.
����������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Érico Palazzo. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura 
exclusiva deste material.
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