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O objetivo da empresa auditora deve ser de estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade, visando obter segurança razoável para que sua equipe cumpra as normas técnicas e as exigências regulatórias e legais aplicáveis. Também deve ter por objetivo que os relatórios sobre demonstrações contábeis e demais relatórios, emitidos pela empresa auditora e pelos sócios encarregados do trabalho, sejam apropriados às circunstâncias. A empresa auditora deve estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade que inclua políticas e procedimentos que tratam dos seguintes elementos: responsabilidades da liderança pela qualidade na �rma; exigências éticas relevantes; aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos especí�cos; recursos humanos; execução do trabalho; monitoramento. A empresa auditora deve documentar suas políticas e procedimentos e comunicá-las a sua equipe, estabelecendo, assim, políticas e procedimentos para promover uma cultura interna que reconheça que a qualidade é essencial na execução dos trabalhos. Desse modo, garantirá uma segurança razoável para que a empresa auditora e seu pessoal cumpram as exigências éticas relevantes e mantenham a independência requerida. As políticas e procedimentos devem permitir à empresa auditora comunicar seus requisitos de independência à sua equipe e às outras pessoas sujeitas a elas, bem como identi�car e avaliar circunstâncias e relações que criam ameaças à independência, e tomar as medidas protetivas para eliminá-las ou reduzi-las a um nível aceitável ou, se considerado apropriado, retirar-se do trabalho, quando permitido por lei ou regulamentação. Uma vez por ano, a empresa auditora deve obter con�rmação por escrito do cumprimento de suas políticas e procedimentos sobre independência de toda a sua equipe que, por exigências éticas relevantes, precisa ser independente. NBC PA 290 Esta norma trata da relação de independência para trabalhos de asseguração, de auditoria e de revisão limitada ou especial, em que o auditor expressa conclusão sobre as demonstrações contábeis. Esses trabalhos compreendem os procedimentos de auditoria e de revisão para emissão de relatórios. Nesse contexto, a norma orienta empresas auditoras e membros das equipes de auditoria sobre a importância dos trabalhos de auditoria serem independentes dos clientes da auditoria, tendo por objetivo auxiliar as empresas auditoras e a sua equipe na aplicação dos conceitos de independência de pensamento e aparência, independência para a conquista e manutenção da independência. A independência de pensamento é uma postura que permite que a empresa auditora realize a apresentação de sua conclusão sem sofrer efeitos de in�uências que comprometam o julgamento pro�ssional, possibilitando, assim, que o auditor atue com integridade, objetividade e ceticismo pro�ssional. Nesse contexto, os conceitos sobre a independência devem ser aplicados por auditores visando eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável. Assim, de acordo com esta norma, as ameaças podem se enquadrar em uma ou mais de uma das categorias a seguir. (a) Ameaça de defesa de interesse do cliente: é aquela em que o auditor promoverá ou defenderá a posição de seu cliente, de forma que a sua objetividade �que comprometida. (b) Ameaça de autorrevisão: é aquela em que o auditor não avaliará os resultados do julgamento dado ou serviço prestado por ele de forma apropriada, nos quais o auditor con�ará para formar um julgamento como parte da prestação do serviço atual. (c) Ameaça de interesse próprio: é aquela em que interesse �nanceiro ou outro interesse in�uenciará de forma não apropriada no julgamento ou no comportamento do auditor. (d) Ameaça de intimidação: é aquela em que o auditor será dissuadido de agir de forma objetiva, em decorrência de pressões reais ou aparentes, incluindo tentativas de exercer in�uência indevida sobre o mesmo. (e) Ameaça de familiaridade: é aquela em que, devido ao relacionamento longo ou próximo com o cliente, o auditor tornar-se-á solidário aos interesses dele ou aceitará o trabalho sem muito questionamento. Quando o auditor avalia que não podem ser aplicadas medidas para eliminar as ameaças, ou reduzi-las a um nível aceitável, o mesmo deve eliminar a circunstância ou relacionamento que cria as ameaças, declinar ou descontinuar o trabalho de auditoria. NBC PA 291 (R2) Esta norma trata dos trabalhos de asseguração que não são trabalhos de auditoria ou de revisão , com relação aos requisitos de independência. Esse trabalho se destina a elevar o nível de con�ança dos usuários com relação ao resultado da avaliação ou mensuração de objeto fundamentado em critérios. Para cumprir o princípio fundamental de objetividade, é necessário ser independente dos clientes de asseguração, uma vez que, se o trabalho de asseguração é de interesse público e, portanto, requerido por esta norma, é necessário que sejam avaliadas quaisquer ameaças que a empresa auditora acredita que são criadas por interesses e relacionamentos entre membros da equipe e o cliente. Assim, a norma possui como objetivo auxiliar as empresas auditoras e os membros das equipes de asseguração no emprego da abordagem da estrutura conceitual, para a conquista e manutenção da independência. Assim, a abordagem da estrutura conceitual deve ser aplicada pelos pro�ssionais para: identi�car ameaças à independência; avaliar a importância das ameaças identi�cadas; aplicar salvaguardas, quando necessário, para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável. Para identi�car a ameaça, o auditor deve exercer seu julgamento pro�ssional ao aplicar a estrutura conceitual para decidir se aceita ou não continuar o trabalho. Assim, os trabalhos de asseguração podem ser fundamentados em a�rmações ou por meio de relatório direto. Independente disso, eles possuem três partes distintas: o auditor, a parte responsável e os usuários previstos. No trabalho de asseguração desenvolvido com base em a�rmações, a avaliação ou a mensuração do objeto é feita pela parte responsável e as informações sobre o objeto estão fundamentadas na a�rmação efetuada, que é disponibilizada aos usuários. Por sua vez, no trabalho de asseguração de relatório direto, o auditor realiza diretamente a avaliação ou a mensuração do objeto ou obtém uma representação da parte responsável que desenvolveu a avaliação ou mensuração, que não está disponível para os usuários. As informações sobre o objeto são fornecidas aos usuários que estão no relatório de asseguração. praticar Vamos Praticar Para que o auditor realize um parecer com con�abilidade perante a sociedade e as demais instituições regulamentadoras, é importante que o pro�ssional conheça e siga �elmente as normas. Considerando as normas, assinale a alternativa correta. a) As normas de auditoria orientam sobre a importância dos trabalhos serem independentes dos clientes de auditoria. b) A NBC PA 291 (R2) trata de trabalho de asseguração de auditoria ou de revisão c) A NBC PA 290 é a norma que trata de trabalho de asseguração que não são trabalhos de auditoria ou de revisão. d) Ameaça de autorrevisão é aquela em que o auditor avaliará os resultados de forma apropriada. e) A ameaça de familiaridade é aquela que ocorre devido ao relacionamento do auditor com um parente que trabalha na empresa. Uma auditoria externa, conduzida por um auditor independente, é, geralmente, destinada a certi�car as demonstrações �nanceiras de uma empresa. Essa certi�cação é exigida por certos investidores e credores e por todas as empresas de capital aberto. Assim, neste tópico, passaremos a discutir os aspectos normativos da auditoria, destacando as normas pro�ssionais do auditor, conhecidas como NBC PA 11 e NBC PA 13. Identi�caremos, também, os contextos em que utilizamos a revisão externa, relacionando os aspectos sobre o exame de quali�cação técnica e o cadastro nacional dos auditores independentes.NBC PA 11 A NBC PA 11 é uma norma que se aplica apenas para o auditor com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Possui como objetivo a revisão pelos pares, que é um processo de assistência do controle de qualidade dos trabalhos realizados pelos auditores independentes. Tem por �nalidade avaliar os procedimentos adotados pelo auditor independente e a empresa de auditoria, visando assegurar o trabalho desenvolvido, mensurando a qualidade por meio do atendimento às Normas Brasileiras de Contabilidade e demais normas emitidas por órgãos reguladores. Nesse contexto, o auditor independente e/ou a empresa de auditoria deve se submeter ao Programa de Revisão Externa de Qualidade (CRE), conforme os critérios estabelecidos pela NBC PA 11 (Controle de Qualidade para Firmas de Auditores Independentes). Dessa forma, o revisor é o auditor contratado pelo revisado, que é responsável pela realização do trabalho de Revisão pelos Pares. Podemos observar que a Revisão pelos Pares é uma análise realizada por um auditor independente nos trabalhos já realizados por outro auditor independente, buscando veri�car se os trabalhos realizados estão em de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, e demais normas emitidas por órgãos reguladores. Além disso, veri�ca se o sistema de controle de qualidade desenvolvido e adotado pelo auditor está de acordo com o previsto na NBC PA 01. O auditor deve submeter-se à Revisão pelos Pares, no mínimo, uma vez a cada ciclo de quatro anos, considerando que devem ser selecionados para inclusão no programa de revisão os auditores que obtiveram seu cadastro na CVM no ano anterior, que será de�nido como o ano-base da revisão, bem como os auditores que tiveram problemas especí�cos na última revisão e que foram relatados ao CRE. A revisão deve ser organizada de forma a permitir que o Revisor emita a sua opinião sobre o sistema de controle de qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelo revisado por meio de relatório e carta de recomendações, que devem ser encaminhados ao CRE, com um plano de ação do Revisado e a cópia do questionário base. Nesse contexto, o Revisado deve submeter-se à nova revisão no ano subsequente, quando: o relatório de revisão e/ou o plano de ação não tiverem sido aprovados pelo CRE; não atender aos prazos estabelecidos pelo CRE e não indicar Revisor para efetuar os trabalhos de revisão externa de qualidade nos prazos estabelecidos pelo CRE. O Revisor e a sua equipe devem ter independência em relação ao Revisado, conforme as de�nições previstas nas Normas Brasileiras de Contabilidade, bem como em outras normas emitidas por órgãos reguladores. NBC PA 13 A NBC PA 13 é um conjunto de normas de registro e atuação dos auditores independentes, uma vez que, para exercer a atividade de auditoria independente, é necessário possuir o registro como contador no Conselho Regional de Contabilidade e ter sido aprovado na prova de quali�cação técnica da CVM. Assim, o interessado na obtenção do registro como Auditor Independente, pessoa física ou jurídica, deve realizar uma leitura muito atenta das Normas de Exercício, uma vez que, em hipótese alguma, a alegação de desconhecimento das normas será aceita como justi�cativa para um eventual descumprimento dos deveres estabelecidos. E, para conseguir o registro de auditor independente, o pro�ssional deve comprovar, de acordo com o Art. 7º da Instrução CVM 308, exercício da atividade de auditoria por cinco anos, contados a partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade na categoria de contador (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS, 1999).
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