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Atividade Sistemática Animal

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Licenciatura em Ciências Biológicas 
Disciplina: Sistemática Animal 
 
Coleções Zoológicas 
 
As coleções zoológicas são conjuntos de animais coletados, geralmente, em 
ambientes naturais e preparados para que permaneçam em condições ótimas para estudo. 
Elas possuem acervos biológicos com amostras significativas da diversidade animal, 
subsidiando estudos em diversas áreas da pesquisa científica, tais como: sistemática, 
evolução, ecologia, biogeografia, biologia da conservação, morfologia comparada, e etc. 
As coleções, sejam de qualquer tipo, devem seguir uma série de normas e 
procedimentos éticos organizacionais para fins de responsabilidade, para isso, o curador, 
pessoa legalmente responsável pela coleção, desenvolve os protocolos e organiza 
a conservação. Inicialmente a organização é realizada por ordem taxonômica, 
geológica e alfabética. Desta forma, os espécimes inteiros ou as partes representadas, 
ficam agrupados, facilitando sua localização e aproveitamento científico. Geralmente, 
estão alocadas em museus e institutos de pesquisa e ensino. 
E a Curadoria corresponde; a instalação, manutenção, ampliação, organização 
e gerenciamento de coleções. Para evitar o desgaste e a perda dos exemplares 
depositados em uma coleção, é necessário um esforço especializado. Dito isso, a 
principal forma de realizar esse cuidado é através da curadoria, que tem a função 
de cuidar da manutenção, preservação e catalogação. Além disso, a curadoria também 
avalia as condições e necessidades para o empréstimo de material, contendo animais 
ou suas partes, para pesquisa científica e/ou ensino, permutas, doações, tombamento e 
toda política que envolve a coleção sob sua responsabilidade. Dessa forma, a 
curadoria permite um maior acesso da comunidade científica às coleções, sendo fonte de 
dados e base para novas pesquisas e avanços, sendo assim uma estrutura em 
constante metamorfose, garantindo sua perpetuação para gerações futuras. 
-Tipos de Coleção 
a) Coleção Científica: é “Coleção de material biológico devidamente tratado, 
conservado e documentado de acordo com normas e padrões que garantam a segurança, 
acessibilidade, qualidade, longevidade, integridade e interoperabilidade dos dados da 
coleção, pertencente à instituição científica com objetivo de subsidiar pesquisa 
científica ou tecnológica e a conservação ex situ”; (I.N.Nº 160, DE 27 DE ABRIL DE 
2007, Art. 3º Parágrafo I). As coleções científicas contam com diferentes informações 
para auxiliar na identificação dos espécimes, como: i) banco de dados de imagens, com 
registros dos exemplares ainda em vida, informando a coloração de pele, olhos e penas, 
auxiliando na identificação do espécime; ii) coleção de cantos para animais que 
vocalizam, (como anfíbios, mamíferos e aves), dados importantes para a identificação 
taxonômica e trabalhos de descrição; iii) coleção de tecido, onde ficam armazenados os 
tecidos dos exemplares já mortos. 
b) Coleção sistemática: Utilizada por pesquisadores interessados em estudar anatomia, 
taxonomia, relações filogenéticas, biogeografia, macroecologia e quaisquer outras 
pesquisas que envolvam organismos. Exemplos: Espécimes individuais; colônias; lotes; 
peças anatômicas; ninhos; tocas; sons e outros produtos da atividade animal; organismos, 
tecidos para estudos moleculares; moldes de espécimes ou de partes anatômicas; 
frequentemente inclui material-tipo que foi utilizado para a descrição de espécies. 
c) Coleção de Pesquisa : Pode abrigar o mesmo tipo de material zoológico de uma 
coleção de sistemática, mas em geral em quantidade menor. Reflete a atividade do 
laboratório científico que a produz. Esse é o tipo de coleção que surge do trabalho de um 
docente/pesquisador de um instituto de pesquisa e ensino das universidades. 
d) Coleções didáticas: Material para ensino, treinamento e demonstração. Exige 
renovação constante e é independente das coleções de pesquisas. Habitualmente, o 
material didático tem curta duração, pois é destruído ou danificado pelo manuseio 
constante. 
e) Coleções particulares: Há colecionadores que reúnem com recursos particulares, um 
grande número de material de grupo ou de grupos taxonômicos, para sua própria pesquisa 
ou motivos de interesse próprio. Por ficarem restritas a um determinado tipo de interesse 
ou a um único grupo taxonômico, estas coleções são muito boas e muito valiosas. 
f) Coleções regionais: Reúnem espécimes de determinada localidade, área ou região 
geográfica. São extremamente importantes, pois abrangem, com o passar do tempo, 
graças a coletas constantes, representação quase integra da fauna e/ou flora. Organização 
de coleção regional é um procedimento pouco habitual, frequentemente faltam recursos, 
interesse, tempo, apoio ou orientação para que se organizem boas coleções. 
- Preservação de espécies 
A generalidade do material zoológico é preservada de duas maneiras: a seco ou 
em meio líquido. Via seca: Todo o material, ou partes dele, são postos a secar, maneira 
que garante sua preservação definitiva. Adota-se este tipo de preservação para material 
de difícil decomposição, especialmente peles, ossos, conchas e exoesqueletos. O preparo 
de peles para exposição ou estudo denomina-se taxidermia. Tradicionalmente 
taxidermizam-se para coleções mamíferos e aves. 
Via úmida: Neste caso, o material é preservado em meio líquido. O líquido 
preservador mais habitual é o álcool a 70%. Preservam-se neste meio vertebrados 
menores (morcegos, répteis, anfíbios e peixes) e a grande maioria dos invertebrados. 
Exceto animais muito pequenos, cuja imersão em álcool 70% garantirá a preservação, os 
demais vertebrados devem receber injeções de fixadores antes da imersão em álcool. O 
fixador empregado frequentemente é o formol a 10%. Em grande parte dos casos os 
animais invertebrados, tão logo capturados e ainda vivos, são colocados diretamente no 
álcool a 70%. A ingestão do líquido, ainda que em pequena quantidade, melhora as 
condições de preservação. 
 
 
Referência 
AURICCHIO, P. ; SALOMÃO, MG. (Orgs.), 2002:Técnicas de coleta e preparação de 
vertebrados para fins científicos e didáticos. Instituto Pau Brasil de História Natural, 
São Paulo. 
Curadoria. PPBio Amazônia oriental. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. 
Museu Paraense Emílio Goeldi.

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