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O voto do analfabeto no Brasil

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o VOTO DO ANALFABETO NO BRASIL* 
JosÉ CARLOS B. ALEIXO* * 
1. Introdução; 2. Retrospecto histórico; 3. Resumo dos 
principais argumentos a favor do voto dos analfabetos; 
4. Conclusão. 
1. Introdução 
Em um estudo mais amplo de eleições no Brasil, sejam elas as de 15 de no­
vembro de 1982 ou outras, deve-se reservar um capítulo para as pessoas excluí­
das das urnas, independentemente de suas vontades e, quanto se sabe, contra­
riamente a elas. Pelo número e pela gravidade da matéria ocupam lugar de des­
taque as pessoas analfabetas. Conforme dados do IX Recenseamento Geral de 
1980,1 em um total de 102.421.730 habitantes com cinco ou mais anos de 
idade, as pessoas analfabetas somavam 31.600.668, divididas entre 16.285.170 
mulheres e 15.315.498 homens. O número de pessoas analfabetas com 20 
ou mais anos totalizava 17.301.979 repartidas entre 8.562.007 mulheres e 
7 . 779 . 868 homens. Se acrescentarmos a faixa etária de 18 e 19 anos podemos 
estimar em bem mais de 18 milhões a soma de pessoas analfabetas no Brasil 
com idade suficiente para requerer o título de eleitor. Segundo informações re­
centes o eleitorado feminino é de 24.600 mil e o masculino é de 29.400 mil 
perfazendo ambos 54 milhões.2 As mulheres constituem pois uma parcela con­
sideravelmente menor do eleitorado, sendo a maior percentagem de analfabetismo 
grande embora não a única causa dessa diferença. 
2. Retrospecto histórico 
Através dos tempos considerações relacionadas com propriedade, residência, 
renda, mendicidade, etnia, religião, sexo, insanidade mental e deficiências físicas, 
ideologias, profissão, conhecimento da língua nacional, dependência hierárquica, 
cidadania, sentenças condenatórias, instrução, etc., limitaram o acesso ao sufrágio. 
No entanto durante os séculos XIX e XX muitas destas restrições vêm sendo eli­
minadas de tal forma que a idéia do sufrágio universal passou a figurar na 
* Trabalho apresentado à reunião do Grupo de Trabalho Mulher e política, Friburgo, 20 
a 22 de outubro de 1982. 
H Da Universidade de Brasília. 
1 Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IX Recenseamento Geral do 
Brasil - 1980. Tabulações avançadas do censo demográfico. Resultados preliminares. Rio 
de Janeiro, IBGE, 1981. p. 16. v. 1, t. 2. 
1 54 milhões votam em novembro. Correio Braziliense, Brasília, 7 out. 1982. p. 6. 
R. Cio pol., Rio de Janeiro, 26(1):11-21, jan./abr. 1983 
constituição de muitos países, inclusive na do Brasil (art. 148), assim como 
em documentos internacionais. Segundo Marcel Prelot coube a Mallet du Pan 
(1749-1800) o emprego pela primeira vez, da expressão "sufrágio universal".3 
A França o adotou em 1848 elevando os eleitores masculinos de menos de 300 
mil para 9 milhões. 
Interessa-nos aqui apresentar breve retrospecto da legislação eleitoral no 
Brasil. 
Durante a Colônia e o Império o analfabeto como tal não estava impedido 
de votar. 
A revolução do Porto de 1820 tornou necessária a eleição de cidadãos em 
Portugal, no Brasil e nas colônias, para compor as cortes gerais e extraordiná­
rias. Inspirado na Constituição espanhola, o decreto fixou a população, e não 
a instrução, como base eleitoral: buscava-se um deputado para cada 30 mil pes­
soas livres, estas sendo a base da representação. 
Levando em conta também a população escrava, as Instruções de 19 de ju­
lho de 1822, de José Bonifácio, ampliaram a representação. Conforme o § 59, 
do capítulo 11 "os que não souberem escrever ( ... ) dirão ao secretário os no­
mes daqueles em que votam; este formará a lista competente que, depois de 
lida, será assinada pelo votante com uma cruz, declarando o secretário ser aque­
le o sinal que usa tal indivíduo". A 26 de março de ! 824 expediram-se instru­
ções para eleições de deputados e senadores e de membros dos conselhos gerais 
das províncias . .:Elas não excluíam os analfabetos do sufrágio nas assembléias 
provinciais. Não havia contudo obrigatoriedade de voto:\ Semelhantemente a re­
solução imperial de 28 de novembro de 1848, de aCõrdo com o parecer da 
Seção de Justiça do Conselho de Estado, estabeleceu que poderiam ser "votan­
tes" e "eleitores" os que não soubessem ler e escrever, visto não estarem ex­
cluídos pela Constituição (arts. 91 e 92) e a lei eleitoral de 1846 (arts. 17, 
18 e 53). 
O projeto Sinimbu de reforma eleitoral propunha, entre outras matérias, a 
exclusão dos analfabetos do sufrágio. Nesta oportunidade o liberal Joaquim Na­
buco fixou sua posição doutrinária. Em eloqüente discurso de 29 de abril de 
1879 afirmou que, se o tema chegasse a uma Constituinte "votaria contra a con­
dição de saber ler e escrever". 
A exclusão dos analfabetos das urnas fez-se, já proclamada a República, atra­
vés do Decreto n9 6, de 19 de novembro de 1890, que especificava: "Conside­
ram-se eleitores, para as câmaras gerais, províncias e municípios, todos os cida­
dãos brasileiros, no gozo de seus direitos civis e políticos que souberem ler e 
escrever". 
As constituições brasileiras da fase republicana têm sido constantes em ex­
cluir o analfabeto do elenco dos que podem alistar-se eleitores. 
Assim estabelece o § 19 do art. 70 da Carta Magna de 24 de fevereiro 
de 1891: 
"Art. 70. Serão eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem 
na forma da lei. 
§ 1 Q Não podem alistar-se eleitores para eleições federais ou para as dos es­
tados: 
, Prelot, MareeI. Institutions politiques et droit constitutionnel, Paris, Dalloz, 1969. p. 56. 
12 R.C. P. 1/83 
I. Os mendigos; 
11. Os analfabetos; 
------------------------------------~~ 
IH. As praças de pré, excetuados os alunos das escolas militares de ensino su­
perior; 
IV. Os religiosos de ordens monásticas, companhias, congregações ou comuni­
dades de qualquer denominação, sujeitas a voto de obediência, regra ou estatuto 
que importe a renúncia da liberdade individual. 
§ 2<? São inelegíveis os cidadãos não-alistáveis." 
A Constituição de 16 de julho de 1934 diminuiu a lista dos cidadãos excluí­
dos das urnas: 
"Art. 108. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 
18 anos, que se alistarem na forma da lei. 
Parágrafo único. Não se podem alistar eleitores: 
a) os que não saibam ler e escrever; 
b) as praças de pré, salvo os sargentos, do Exército e da Armada e das forças 
auxiliares do Exército, bem como os alunos das escolas militares de ensino su­
perior e os aspirantes a oficial; 
c) os mendigos; 
d) os que estiverem, temporária ou definitivamente, privados dos direitos po­
líticos. " 
A Constituição outorgada com o Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, 
assim determinou: 
"Art. 117. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 
I 8 anos, que se alistarem na forma da lei. 
Parágrafo único. Não podem alistar-se eleitores: 
a) os analfabetos. 
b) os militares em serviço ativo; 
c) os mendigos; 
d) os que estiverem privados, temporária ou definitivamente, dos direitos po­
líticos. " 
A Lei Constitucional n<? 9, de 28 de fevereiro de 1945, ainda sob o mesmo 
governo de Getúlio Vargas, deu a seguinte redação ao art. 117: 
"Art. 117. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 
18 anos, que se alistarem na forma da lei e estiverem no gozo dos direitos políticos. 
Os militares em serviço ativo, salvo os oficiais, não podem ser eleitores." 
O analfabeto deixou de ser objeto especial de determinação constitucional, 
embora continuasse impedido de votar em razão das leis em vigor. 
O texto da Constituição de 18 de setembro de 1946 fixa: 
"Art. 131. São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem 
na forma da lei. 
Art. 132. Não podem alistar-se eleitores: 
I -- os analfabetos; 
H -- os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
IH -- os que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos po­
líticos. 
Parágrafo único. Também não podem alistar-se eleitores, as praças de pré, 
salvo os aspirantes a oficial, os suboficiais, os subtenentes, os sargentos e os 
alunos das escolas militares de ensino superior."Finalmente, a Constituição em vigor, promulgada em 1967 e emendada em 
outubro de 1969, assim reza: 
,O ato do analfabeto 
"Art. 147. ( ... ) 
§ 39. não poderão alistar-se eleitores: 
a) os analfabetos; 
b) os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
c) os que estiverem privados, temporária ou definitivamente, dos direitos po­
líticos." 
Neste ano de 1982 o Congresso restabeleceu a maioria qualificada de dois 
terços como exigência para modificações nos artigos da Magna Carta. Isto di­
ficulta ainda mais a extensão ao analfabeto do direito ao voto. 
Na vigência das Constituições de 1946 e 1967 numerosos congressistas apre­
sentaram projetos de emenda constitucional em favor do sufrágio do analfabeto. 
São exemplos, na Câmara, os de Armando Falcão (15/57), Rui Ramos (02/59), 
Fernando Ferrari (27/61). Magalhães Melo (10/63), Ruy Barcelar (15/77), 
Joel Ribeiro (73/80) e José Costa (91/80). O Senador Orestes Quércia tam­
bém introduziu proposta no mesmo sentido. Estes projetos, com exceção do de 
Rui Ramos rejeitado em 9-6-1965,4 malograram por decurso de prazo e arqui­
vamento. Transcrevem-se a seguir algumas das propostas mencionadas. 
Projeto de Emenda Constitucional n9 15, de 1957. 
(Do Sr. Armando Falcão.) 
Substitui o atual art. 132 da Constituição dos Estados Unidos do Brasil. 
O Congresso Nacional aprova a seguinte emenda à Constituição: 
Artigo único. Fica substituído o atual art. 132 da Constituição dos Estados 
Unidos do Brasil pelo seguinte: 
Art. 132. não podem alistar-se eleitores: 
I - os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
II - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos po­
líticos. 
§ 19. Também não podem alistar-se eleitores as praças de pré, salvo os 
aspirantes a oficial, os suboficiais ou subtenentes, os sargentos e os alunos das 
escolas militares de ensino superior. 
§ 29. A lei disporá sobre a forma pela qual possam os analfabetos alistar-se 
e exercer o direito ao voto. 
Na justificativa do projeto do Deputado Armando Falcão se lê: 
"O analfabeto é um cidadão brasileiro para todos os efeitos. Paga impostos, 
é convocado para o serviço militar, é chefe de família, pertence a partidos po­
líticos, integra associações de classe, participa de campanhas eleitorais, é pro­
prietário, é comerciante, é agricultor, é industrial. Mas há uma discriminação in­
justa: não pode ser eleitor. Se o filho alfabetizado for candidato, o pai analfa­
beto está proibido de ajudá-lo a vencer. 
O analfabeto tem os ônus da cidadania. Não pode ter, todavia, uma das suas 
prerrogativas ou faculdades essenciais, o que, mais do que injusto, é iníquo e 
odioso." 
O projeto contou com 106 assinaturas. 
Projeto de Emenda Constitucional n9 2, de 1959. 
(Do Sr. Ruy Ramos.) 
Altera os arts. 132 e 138 da Constituição federal (alistamento eleitoral). 
4 Diário do Congresso Nacional, 10 jun. 1965. p. 4.217. 
14 R.C.P. 1/8l 
Art. 19. Os arts. 132 e 138 da Constituição federal passarão a ter a seguinte 
redação: 
Art. 132. Não podem alistar-se eleitores: 
I - Os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
11 - Os que estejam privados temporária ou definitivamente dos direitos po­
líticos. 
§ 19. A lei eleitoral estabelecerá a forma pela qual os analfabetos possam 
alistar-se eleitores e exercer o direito do voto. 
§ 29. Fica também assegurado o direito do voto às praças de pré. 
Art. 138. São inelegíveis os inalistáveis e os mencionados no § 1<;> do 
art. 132."5 
O Projeto de Emenda Constitucional n9 27 de novembro de 1961, de autoria 
do Deputado Fernando Ferrari, postula a extensão do sufrágio ao analfabeto. 
Para ele a "verdade eleitoral" será uma miragem apenas, se o legislador não li­
berar os iletrados brasileiros das peias que os amarram distantes das umas. 
"Nunca, entretanto, é demais repetir-se que vivemos sob uma democracia no­
minal, pois a maior parte da nação, não-alfabetizada, perdida nos campos e 
nas cidades, não participa das grandes decisões brasileiras. 
( ... ) não se defende o regime nem se aperfeiçoa a ordem democrática ani­
quilando os direitos políticos de milhões de brasileiros, que trabalham honesta­
mente, criam filhos, pagam impostos e sonham com uma Pátria nova, com mais 
luz e mais pão para todos." 
Em fevereiro de 1978 o Deputado baiano Ruy Bacelar preparou proposta de 
emenda constitucional em benefício do voto do analfabeto. Na justificativa sa­
lientou "que ser analfabeto não significa ser incapaz, ser ignorante, mesmo por­
que, no estágio em que nos encontramos os meios de comunicação como o rá­
dio, a televisão e o cinema dão acesso à informação e à opinião, até mesmo nos 
mais longínquos rincões do nosso país. Portanto, a letra fria do analfabeto 
hoje não é mais a única fonte do saber. A revolução do transistor alterou o 
equacionamento do problema".6 
A emenda foi aprovada pela comissão mista que a examinou. 
A 4 de agosto de 1978 o Senador Orestes Quércia formalizou perante a mesa 
do Senado proposta de emenda constitucional que permite o voto do analfabeto. 
Na justificação escreveu: "De acordo com o código fundamental, o analfabeto 
não é cidadão e não tem direitos políticos. f: um estrangeiro dentro do seu pró­
prio país ( ... ) Sem embargo, disso, embora lhe recuse os direitos políticos, 
dele exige o cumprimento dos deveres impostos a todos os cidadãos: o analfa­
beto paga impostos, tem de prestar serviço militar, etc. ( ... ) Sem embargo 
de o percentual ter decrescido na década de 1960, em números absolutos, os 
analfabetos aumentaram, eis que eles passaram de 15,8 milhões em 1960, para 
16,9 milhões, em 1970"( ... )1 
Também o Poder Executivo no Brasil se interessou pelo problema aqui es­
tudado. Os Presidentes João Goulart e CastelIo Branco, embora ideologicamente 
muito distantes, pronunciaram-se a favor do voto do analfabeto. Naturalmente 
Diário do Congresso Nacional, Seção I, 7 maio 1959. p. 1.003, 1. e 2. vaI. 
Ruy confirma projeto para analfabeto votar. Correio Braziliense, Brasília. 13 fev. 1978. p. 3. 
Quércia pede extensão do voto ao analfabeto. O Estado de São Paulo, 5 ago. 1978. p. 4. 
Voto do an((lfabeto 15 
estes pOSICIOnamentos ocasionaram vivos debates dentro e fora do Congresso. 
No período de 1962 a 1964 inclusive, tiveram lugar discursos e artigos nume­
rosos favoráveis ou contrários à ampliação do sufrágio. 
Em sua última Mensagem ao Congresso Nacional de 15 de março de 1964, 
escreveu o Presidente Goulart: 
"O amadurecimento da democracia brasileira está a eXIgir que as nossas insti­
tuições políticas se fundem na maioria do povo e que o colégio eleitoral, raiz da 
legitimidade de todos os mandatos, seja a própria Nação. 
A Constituição de 1946, entre outros privilégios, consagrou, no campo elei­
toral, normas discriminatórias que já não podem ser mantidas, em razão da 
justa revolta que provocam e da limitação numérica dos quadros eleitorais, que 
\'em estimulando as atividades de órgão de corrupção, os quais, por força do 
poderio econômico, procuram degradar a mais nobre das instituições democrá­
ticas, a representação popular. ( ... ) 
Outra discriminação inaceitável atinge milhões de cidadãos que, embora in­
vestidos de todas as responsabilidades civis, obrigados, portanto, a conhecer e 
a cumprir a lei e integrados na força de trabalho com seu contingente mais nume­
roso, são impedidos de votar, por serem analfabetos. Considerando-se que mais 
da metade da população brasileira é constituída de iletrados, pode-se avaliar 
o peso dessa injustiça, que leva à conclusão irrecusáyel de que o atual quadro 
de eleitores já não representa a Nação, urgindo sua ampliação para salvaguarda 
da democracia brasileira. 
Acresce, ainda, a vizinhança cultural entre o analfabeto e o simples alfabe­
tizado, nesta era em que a divulgação radiofônica estendeu a área de infor­
mações."8 
Na vigência do ato institucional o Sr. presidente da República enviou ao Con­
gresso o Projeto de Emenda à Constituição n9 3 de 1964 que entre outras ma­
térias propunha nova redação ao art.132. 
"Art. 59. Substitua-se o art. 132 da Constituição pelo seguinte: 
Art. 132. Não podem alistar-se eleitores os que estejam privados temporária 
ou definitivamente, dos direitos políticos. 
§ 19. É facultado o alistamento ao analfabeto, limitado, porém, o exercício 
do voto, também sem caráter obrigatório, às eleições municipais, mediante pro­
cesso idôneo determinado em lei. 
§ 29. São alistáveis os militares, desde que sejam oficiais, guardas-marinhas, 
subtenentes ou suboficiais, sargentos e os alunos das escolas militares de ensino 
5uperior para formação de oficiais. 
Art. 69. Será o seguinte o art. 138 da Constituição: 
Art. 138. São inelegíveis os inalistáveis e os mencionados no § 19 do 
art. 132."9 
Na sua Mensagem CN - 5, de 1964, publicada no DCN, 25.6.64 diz o Pre­
sidente Castello Branco: 
"O analfabeto que permanece nesse estágio, em virtude das omissões e deficiên­
cias da ação estatal, precisa ser integrado na comunhão nacional pelo reconhe­
cimento de sua condição humana. Eis aí sem dúvida, um problema de educação 
~ Goulart. João. Mensagem ao Congresso Nacional. Brasília. Departamento de Tmprensa 
Nacional. 1964. p. 54-5. 
9 Diário do Congresso Nacional, 25 jun. 1964. p. 244. 
16 R.C. P. 1/83 
que se resolverá ao longo de um programa a ser cumprido com tenacidade. ~ada, 
porém, impede que, desde já, se reconheça que a coerência com o princípio da 
universidade do sufrágio nos deve levar a alargar o mais possível o exercício desse 
direito. Ninguém contesta que, em nossos dias, pelas novas técnicas de comuni­
cação e da convivência o analfabeto já se informa, já tem consciência de colabo­
rar na existência coletiva, pelo seu trabalho, e já pode participar da vida cívica. 
Apenas se lhe permite a participação facultativa e limitada ao âmbito do seu 
convívio mais próximo, porque se presume que lhe faltam elementos para o 
juízo cívico em dimensões mais amplas. Mas assim por essa participação discreta 
se promove a sua integração no exercício da cidadania, atendendo-se aos conse­
lhos da prudência, enquanto não se elimina a inferioridade de sua condição. 
Trata-se como se vê dos termos da emenda de experiência caudalosa que cor­
responde a anseio antigo, vindo de muitos setores da opinião nacional; mas ainda 
assim a tentativa se faz sem maiores riscos pela limitação ao mínimo das condi­
ções em que o direito de sufrágio no caso se vai exercer. Acresce considerar que 
a concessão feita tende a restringir-se cada vez mais, pelo progresso que hão de 
ter os programas de educação elementar, destinados a eliminar ou reduzir o 
analfabetismo. " 
No Congresso foram apresentadas muitas emendas ao projeto referente ao voto 
do analfabeto a ele enviado pelo Presidente Castello Branco. Para evitar maiores 
delongas na apreciação da matéria o líder do governo Pedro Aleixo, falando por 
uma questão de ordem, sugeriu que mesmo os congressistas contrários ao voto 
do analfabeto votassem em primeiro turno a favor da Emenda n9 22 e votassem 
contra no segundo turno. Isto dispensaria o Parlamento de votar as numerosas 
emendas, muitas delas, diferentes entre si, meramente no estilo e na redação e não 
no conteúdo. A Emenda n9 22 de autoria dos senhores congressistas Martins Ro­
drigues, Ranieri Mazzilli e outros assim rezava: "É facultado o alistamento ao 
analfabeto, limitado, porém, o exercício do voto sem caráter obrigatório às elei­
ções municipais, mediante processo regulado em lei". Esta Emenda n9 22 foi 
aprovada, na primeira deliberação, por 251 contra 109 votos. Em segundo turno, 
na sessão de 22 de julho de 1964 o resultado das votações foi o seguinte: no 
Senado 37 votos a favor e 14 contra; na Câmara 201 a favor e 127 contra. Sem 
o necessário quorum de dois terços na Câmara não foi aprovada a emenda. 
3. Resumo dos principais argumentos a favor do voto dos analfabetos 
Resumem-se a seguir algumas das principais ponderações apresentadas a favor 
do voto do analfabeto. 
1. A extensão do voto ao analfabeto é medida muito consentânea com o pri­
meiro artigo da Constituição brasileira segundo o qual "todo o poder emana do 
povo e em seu nome é exercido". O analfabeto é povo. Foi excluído do eleitorado 
sem seu prévio consentimento. Tem o direito de participar na escolha de seus 
governantes e representantes. 
2. A igualdade de todos perante a lei é dificilmente compatível com a proibição 
de alistamento eleitoral imposta ao analfabeto. Segundo o art. 176 da Consti­
tuição, "a educação é um direito de todos e um dever do Estado ( ... ) O ensino 
Falo do analfabeto 17 
primário é obrigatório para todos dos sete aos 14 anos". Geralmente o analfabeto 
é tal sem culpa própria. Encontra-se já em situação de desigualdade perante os 
demais e com menos recursos para defender seus ideais e interesse. Privá-lo do 
sufrágio é multiplicar desigualdades e debilitar a democracia. 
3. O analfabeto não é um incapaz no Código Civil. Terminada a menoridade 
está apto "para todos os atos da vida civil". Pode comprar ou alienar bens, 
pagar impostos, prestar serviço militar e combater em guerra, constituir família, 
etc. Por que não poderá escolher seus governantes? 
4. A informação é importante para bem votar. Mas hoje a palavra escrita perdeu 
grande parte de sua importância relativa como veículo de análise. Os meios de 
comunicação audiovisuais, tais como o cinema, rádio e televisão, proporcionam 
\aliosos subsídios para o conhecimento da realidade nacional. 
5. A instrução escolar em todos os níveis é muito importante, mas dificilmente se 
demonstrará correlação necessária entre mais leitura e melhor comportamento 
cívico. O suborno, a fraude e a corrupção são compatíveis com altos títulos uni­
versitários. O procedimento dos cidadãos é influenciado por inúmeras variáveis 
individuais, familiares e sociais. A vida pode ser em si mesma uma grande escola. 
Há inúmeros exemplos de analfabetos com grande discernimento. 
ó. Há diferenças importantes entre opinar sobre temas científicos e sobre temas 
eleitorais. Os sábios podem facilmente concordar entre si sobre teoremas, expe­
riências de laboratório, etc. Não há propriamente matemática fascista, liberal, 
democrata-cristã ou marxista. Mas entre os estudiosos de ciências políticas há 
fascistas liberais, democratas-cristãos, marxistas. Por mais profundas que sejam 
as convicções pessoais, dificilmente haverá entre eles consenso e unanimidade 
sobre critérios para julgar os melhores programas e menos ainda os melhores 
candidatos. Por isto o voto deve ser direito de todos. O sufrágio universal é 
critério prático de convivência pacífica. Ele não se destina necessariamente a 
"provar" uma verdade ou identificar qual o melhor candidato. O sufrágio univer­
sal, incluído nele o analfabeto, manifesta a preferência do eleitorado. A vontade 
da maioria prevalece. Mas na democracia as eleições serão verdadeiramente livres 
e periódicas. .. :-•. ~ 
7. Há inúmeros estímulos para a freqüência às escolas e não há necessidade de 
condicionar o voto à prévia alfabetização. O analfabeto é o primeiro interessado 
em mais escola para si e seus filhos. O direito ao voto dar-lhe-á um instrumento 
a mais de reivindicação. 
8. Atualmente a legislação eleitoral da maioria dos países reconhece ao analfa­
beto o direito de voto. São exemplos: Alemanha, Argentina, Equador, índia, 
Itália, Nigéria, Portugal, Venezuela. O índice de analfabetismo nestes países varia 
de mínimo a muito alto. 
9. Segundo a experiência de outros países, pode-se conciliar o sigilo e o voto 
do analfabeto. Há sistemas de cores e de símbolos. 
10. A inclusão dos analfabetos no corpo eleitoral está de acordo com o espírito 
da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, da ONU e, em parti­
cular, com seu art. 21. A X Conferência Internacional Americana de 1954, em 
Caracas, tributou homenagem aos países que incluíram na sua legislação o direito 
de sufrágio a favor da parte analfabeta da população. 
18 R.C.P. 1/83 
4. Conclusão 
Há grande diversidade de ideologiasentre os numerosos fatores do voto do 
analfabeto. Neste sentido pronunciaram-se positivistas em 1891 10 e comunistas 
em 1946. Entre os autores de emendas constitucionais a favor do voto do iletrado 
encontram-se nomes como os de Armando Falcão, do conservador Partido Social 
Democrático Republicano, etc., incluem hoje em seus programas o sufrágio dos 
Ferrari do Movimento Trabalhista Renovador em 1961; Ruy Bacelar da Aliança 
Nacional Renovadora em 1977; de José Costa do Movimento Democrático Bra­
sileiro em 1980, etc. Agremiações como o Partido dos Trabalhadores, o Partido 
Democrático Republicano, etc., incluem hoje em seus programas o sufrágio dos 
analfabetos. O presidente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro reite­
radas vezes se tem pronunciado no mesmo sentido." O fundador do Integralismo 
e líder do Partido de Representação Popular, Plínio Salgado embora contrário 
ao sufrágio do iletrado nos âmbitos estaduais e nacionais, o admitia nas eleições 
municipais.12 Já se viu que os Presidentes João Goulart e Castello Branco quise­
ram o voto do analfabeto. Na tese intitulada Reforma político-partidária e elei­
toral, apresentada em janeiro de 1963 no Congresso Brasileiro para definição das 
reformas de base, em São Paulo, o Dr. Caio Prado Júnior defendeu contunden­
temente o voto do analfabeto.13 
Se tantas e tão diversas são as vozes em favor dos analfabetos, por que conti­
nuam eles excluídos das urnas no Brasil? A brevidade do tempo e espaço não 
permitem uma resposta mais ampla. Cabem contudo algumas breves considerações 
a respeito. 
Na história da humanidade, muitas vezes, só após décadas ou até séculos de 
reflexão as sociedades adotam leis mais consentâneas com os direitos humanos 
e os ideais democráticos. Particularmente elucidativo em matéria de direito elei­
toral é o caso do sufrágio feminino. Na segunda metade do século XIX e na 
primeira deste houve enormes esforços e campanhas em muitos países no sentido 
de incluir as mulheres no corpo eleitoral. Na Inglaterra sufragettes valeram-se 
até de greve de fome em favor de sua causa.14 No Brasil só em 1932 reconheceu­
se o sufrágio feminino. Mas neste caso as próprias mulheres, muitas delas espo­
sas e parentes dos governantes, foram protagonistas de suas causas. Tinham acesso 
aos detentores do poder de decisão. Sendo, freqüentemente, muito instruídas, fize­
ram conhecidos seus pontos de vista em livros e periódicos. 
Não é muito fácil que os analfabetos como tais se organizem e reivindiquem o 
reconhecimento de um direito humano que lhes assiste. Contudo é provável que 
10 Disse o constituinte Lauro Sodré: "Não posso dar o meu voto a este verdadeiro esbulho 
com que se tenta ferir todos os que não sabem ler nem escrever, ainda que trabalhem na 
obra do progresso da Nação, como aqueles que tiveram a fortuna de aprender a assinar o 
seu nome, curto estalão, por onde a lei quer aferir a capacidade moral do cidadão brasileiro. 
Acredito que esta disposição inquina o projeto aos olhos dos verdadeiros democratas ... " 
Anais do Congresso Constituinte da República. 2. ed. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 
1926. v. 2, p. 456. 
11 Diário do Congresso Nacional, 17 ago. 1964. p. 306. 
12 Diário do Congresso Nacional, 29 fev. 1964. p. 9. 
13 Voto do analfabeto já existiu e data desde o Brasil Império. Correio da Manhã, 19 julho 
1964. p. 11. 
14 Raeburn, Antonia. The Militant suflragettes. London. Michel Joseph, 1973. p. 79. 
Voto do analfabeto 19 
movimentos como os eclesiais de base despertem a consciência de seus direitos 
e facilite meios para obtê-los. 
Com freqüência muitos se deixam influenciar, por considerações imediatas 
quando se contempla uma emenda constitucional.; Reacionários e conservadores 
temeram que com o voto do analfabeto o Presidente Goulart mobilizaria o campo 
para exigir reforma agrária, etc. Socialistas mostram-se às vezes reservados quan­
do governos mais conservadores propõem o voto do analfabeto, receosos de que 
ele possa ser canalizado, sobretudo no interior, a favor de candidatos situa­
cionistas. 
O cientista político deve estudar as conseqüências prováveis da ampliação do 
Colégio Eleitoral. Mas quando se trata, como é o caso em pauta, de um direito 
humano e de uma exigência básica dos postulados democráticos, o politicólogo 
não pode omitir-se. Falta ainda maior conscientização e mobilização de forças 
a favor do voto do analfabeto. Urge trabalhar a fim de que, em futuro próximo, 
não se pergunte mais por que votam os analfabetos, mas sim por que foram 
privados, durante tanto tempo, do sufrágio. 
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Voto do analfabeto 21

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