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Administração superior de órgãos legislativos

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ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DE 
ORGÃOS LEGISLATIVOS· 
LOURIVAL ZAGONEL DOS SANTOS" 
1. Agradecimentos; 2. Valorização do poder legislativo; 
J. Como fortalecer o poder legislativo; 4. Instituciona­
lização; 5. Instrumentalização; 6. Staff profissional; 7. 
Sentido de comunidade; 8. Alternância na alta direção; 
9. Conquistas sociais; 10. Processo de formação inte­
lectual e profissional; 11. O que é a Suny-A; 12. Por 
que a Suny-A?; 13. Cursos de curta duração; 14. Cursos 
de longa duração; 15. Participação de parlamentares; 
16. Corpo docente; 17. Perspectivas do programa; 18. 
Uma proposta ousada: Associação Nacional de Servidores 
do Legislativo. 
1. Agradecimentos 
Inicialmente, agradeço o privilégio de estar aqui, na Assembl~ia Legislativa 
do meu estado natal, para, junto com os prezados colegas, tratar de assuntos que 
dizem respeito a todos nós. 
Rendo sinceras e justas homenagens ao Deputado Trajano Bastos, presidente 
desta Casa; ao Deputado Gemote Kirinus, primeiro-secretário, e ao Dr. Enio 
Santangelo Malheiros, diretor-geral, que, somando esforços junto ao valoroso 
quadro de servidores que dirigem, nos acolhem com o tradicional carinho para­
naense e nos proporcionam este I Endal. 
A Assembléia Legislativa paranaense, através de sua mesa diretora, entendeu 
a necessidade e a oportunidade de valorizar o seu stall e, em o fazendo, a de 
valorizar, também, os stalls das demais assembléias irmãs. 
E o Paraná, mais uma vez, antecipa-se e realiza este evento da mais alta mag­
nitude. Esta iniciativa pioneira marca o ponto de partida para outros encontros 
que, por certo, aproximarão os atuais e os futuros colegas diretores para o estudo, 
o debate, a pesquisa, a troca de experiências sobre problemas comuns que en­
volvem o nosso dia-a-dia. 
A concretização deste Encontro demonstra, claramente, que a instituição legis­
lativa brasileira está viva, presente, buscando aprimorar-se, ocupando o seu es­
paço, procurando estruturar-se e equipar-se para as nobres tarefas que lhe são 
reservadas pelo desenvolvimento político da nação. 
E-me grato, também, levar ao conhecimento deste auditório que tanto o pre­
sidente do Senado, Senador Moacyr Dalla, como o primeiro-secretário, Senador 
• Palestra proferida no I Encontro Nacional de Diretores de Assembléias Legislativas, em 
22 de novembro de 1984, na Assembléia Legislativa do estado do Paraná, Curitiba. 
•• Diretor da Secretaria de Serviços Especiais do Senado Federal. 
R. C. po!., Rio de Janeiro, 28(1):3946, jan./abr. 1985 
Henrique Santillo, compreenderam o alcance deste evento e entenderam por bem 
enriquecer a comitiva da Câmara Alta designando o diretor da Secretaria Admi­
nistrativa, Dr. Luiz Nascimento Monteiro, para, junto conosco, desfrutar desta 
atmosfera de trabalho que se manifesta profícua e realizadora. 
E demonstrando Suas Excelências estarem atualizadas com os problemas e as 
necessidades do Legislativo, designaram, também, o Dr. Rui Oscar Dias Jani­
ques, diretor executivo do Centro de Informática e Processamento de Dados do 
Senado Federal (Prodasen), para que acompaphe e absorva os reclamos da ins­
tituição legislativa no que diz respeito ao campo que domina, com eficiência e 
desenvoltura: a informática e o processamento de dados aplicados ao Legis­
lativo. Infelizmente, por motivos de compromissos inadiáveis, o Dr. Rui Jani­
ques só poderá estar junto conosco no dia de amanhã, mas, felizmente, a tempo 
de participar dos debates, por certo brilhantes, dos nossos colegas Dr. Ivan Soa­
res de Oliveira e Dr. Geraldo Fábio Madureira, sobre política de informação e 
pesquisa em assembléia legislativa. 
Confesso, caros colegas, que a deferência com que fui brindado pelos organi­
zadores deste Encontro, de abrir os debates programados, honra-me sobremaneira 
e enaltece a casa à qual presto total dedicação ao longo destes quase 25 anos: o 
Senado Federal. 
Sinto-me, assim, bastante à vontade quanto ao ambiente amigo e acolhedor. 
mas sinto, também, a grande responsabilidade que tal deferência me impõe. Isto 
porque este auditório está ocupado por servidores que, como eu, exercem as 
graves responsabilidades de participar na direção de uma casa legislativa. 
Assim, o que me proponho é procurar fazer com que o tempo que nos foi 
generosamente cedido seja proveitoso em termos de troca de idéias e de expe­
riências. 
2. Valorização do poder legislativo 
Sua importância no sistema democrático e no processo de democratização das 
decisões fundamentais da sociedade é sobejamente conhecida. 
O poder legislativo não é, apenas, um ramo do poder. E, isto sim, uma parte 
do poder. E, na verdade, é a sua parte mais importante, pois é o Legislativo 
que pode determinar o modus faciendi da administração; é o que lhe provê os 
recursos; é o que recolhe as aspirações populares, dá substância e legitimidade 
às decisões do Estado e as concretiza, segundo os preceitos da sabedoria, da 
razão, do consenso e da conveniência, expungindo-as de exageros. 
Daí, poder-se afirmar, sem receio, que quanto mais forte o poder legislativo, 
maiores as garantias democráticas, menores os riscos que, infelizmente, temos 
testemunhado nestes últimos tempos. 
Fortalecer o poder legislativo é, portanto, uma tarefa que cabe não apenas ao 
parlamentar, pelas suas atitudes, pelo seu voto, pela sua postura de representan­
te do povo; tampouco uma tarefa restrita ao statt legislativo. E a principal 
obrigação de todos os cidadãos, de toda e qualquer comunidade, seja a nível 
municipal, estadual ou federal. 
3. Como fortalecer o poder legislativo 
Precisamos, no entanto, ter uma clara perspectiva do papel e das funções do 
Legislativo a partir deste momento de transição político-institucional que atra-
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vessamos e que, por certo, desaguará na elaboração de uma nova carta consti­
tucional. 
O tema do federalismo - cuja inspiração é preeminente - nos abre amplas 
vias de compreensão deste quadro. Sem dúvida, um país de dimensões continen­
tais não consegue ser governado com eficácia e eqüidade sob o centralismo auto­
ritário. Aí temos a lição da história recente do Brasil. 
O vigor das unidades federadas, entretanto, só se alcança na plena vigência 
de uma democracia participativa e solidária, em que todos os seus variados seg­
mentos sociais e suas diversificadas regiões estejam adequadamente represen­
tadas. 
E as assembléias legislativas são o cenário privilegiado desta representação. 
Tanto quanto, a nível federal, a nação pugna pela devolução das prerrogativas 
do Congresso, a nível estadual, se tem a ingente tarefa de reconquistar o papel 
ativo das assembléias nos processos decisórios do governo do estado. 
É evidente que o processo de desenvolvimento político levará à maior quali­
ficação e densidade da representação que lastreia o legislativo estadual. E isto 
implica vislumbrar, como funções maiores destas casas, além da tradicional mis­
são legislativa ou normativa, também a de partilhar dos processos decisórios, 
cooperando para que as políticas governamentais reflitam as reais prioridades e 
urgências de toda a população e de fiscalizar a atuação do Executivo, para que 
seus recursos e objetivos correspondam, com eficácia e legalidade, a essas priori­
dades. 
Condição necessária, também, para a desenvoltura e amadurecimento do Le­
gislativo, é a da franca transparência e visibilidade de suas ações. A sociedade 
política é devida uma ampla difusão do que faz esta casa de representação. 
Toda e qualquer economia que se faça nos trabalhos de divulgação do Legis­
lativo e do trabalho parlamentar é um desserviço à instituição. 
Devem-se explorar todos os meios possíveis, existentes e disponíveis para a 
divulgação do trabalho legislativo como instituição e do parlamentar como exe­
cutor de uma representação popular. 
A divulgação instantânea e sistemática dos fatos que ocorrem no plenário, 
nas comissões técnicas, nos gabinetes, é instrumento essencial de conscientização 
e politização do nosso povo. O eleitor, a sociedadeem geral, deve ter acesso a 
tudo que ocorre no Legislativo. Só assim, e por este meio, estará apto a fazer 
um juízo ou um melhor juízo deste ramo do poder para o qual contribui quer 
com impostos, quer com voto, para, enfim, valorizá-lo como elemento funda­
mental da vida democrática. 
É neste quadro que se definem as missões que nos cabem como corpo de 
servidores e dirigentes do poder legislativo, ao lado dos demais segmentos da 
sociedade, ao darmos organicidade ao seu funcionamento. 
4. Institucionalização 
Diante das reais e transcendentais funções que se atribuem ao Legislativo, im­
perioso se torna institucionalizá-las, dotando-o de estruturas aptas e eficientes 
de organização e desempenho. O personagem principal é o parlamentar no 
exercício de sua representatividade social e política, em face dos múltiplos pro­
blemas com que se defronta o governo. 
Órgãos legislativos 41 
Daí, a necessidade de serviços de apoio que vão desde os elementares suportes 
logísticos, até as complexas funções de assessoramento técnico, político e elei­
toral - os quais se concretizam na formação de um amplo e experimentado 
corpo de funcionários distribuídos entre as várias áreas do conhecimento huma­
no, relacionados com os problemas comumente tratados nas casas de leis. 
5. Instrumentalização 
Destacado relevo gostaria de dar - sem prejuízo do cuidado com as demais 
áreas - à estruturação dos serviços de informação e de assessoramento espe­
cializado. Por certo, devem predominar os órgãos internos, permanentes e orgâ­
nicos. Não se deve descartar, entretanto, a complementação com apoio externo 
em universidades e institutos categorizados. 
Boa parte dos requerimentos nessas áreas poderá ser obtida pela implemen­
tação de organismos próprios ou conveniados, para a prestação de serviços espe­
cíficos, tais como impressão gráfica, processamento de dados, disseminação de 
informação e divulgação eficiente dos trabalhos legislativos em estudo ou em 
andamento. 
6. Staff profissional 
Não se pode pretender uma evolução na participação do Legislativo nas deci­
sões de governo, sem quadros funcionais adequadamente preparados e cons­
tantemente atualizados, vale dizer, profissionalizados. 
O servidor do Legislativo, de qualquer nível hierárquico, deve conhecer o 
sistema de poder que o Legislativo integra e o papel que cabe à casa onde tra­
balha. Conhecer os parlamentares, os dirigentes administrativos, os órgãos de 
que dispõe a instituição, para a maximização do rendimento do trabalho, são 
exigências mínimas que se pode e se deve fazer a quem preste serviços ao 
Legislativo. 
Não basta, apenas, exigir profissionalização, treinamento, especialização do 
servidor. Havemos que oferecer-lhe, além do ambiente geralmente confortável e 
seguro de trabalho, possibilidade de auto-realização; de progressão funcional, 
por mérito; de oportunidades justas e equânimes, compatíveis com o que tem 
a oferecer. 
Motivar e apoiar o servidor na busca de sua realização profissional é tarefa 
que nos cabe realizar. 
O servidor passa a "vestir a camisa". do Legislativo, se tiver conhecimento 
do que faz, por que faz e para quem faz. Sentir-se-á valorizado ao saber que 
é peça integrante de uma engrenagem complexa, mas insubstituível em qual­
quer sociedade dita civilizada. 
Vestir a camisa, portanto, deve ser a exigência universal para quem trabalha 
no Legislativo. 
Tal exigência, contudo, se enfatiza mais, ainda, quando o servidor trabalha 
diretamente com o parlamentar. Aí, então, mais do que nunca, o servidor deve 
vestir, cumulativamente, a camisa da instituição e a do parlamentar. 
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A condição essencial para se trabalhar para um parlamentar é ser de sua 
estrita confiança. O gabinete do parlamentar, sempre que possível, deveria ser 
composto de stafl de sua integral confiança. 
Não importa a forma dej recrutamento desse stafl de gabinete - se do quadro 
funcional ou se, como em alguns legislativos, fora do quadro de servidores 
- o que se deve exigir, prioritariamente, é total lealdade para com o parlamentar 
e para com a instituição e competência para que os resultados desejados sejam 
efetivados. 
7. Sentido de comunidade 
E fundamental, para o fortalecimento do poder legislativo, seja ele municipal, 
. estadual ou federal, a criação do espírito de comunidade entre servidores que 
nele atuam, pessoas que orbitam em tomo dele, parlamentares e familiares. 
Desenvolver, acentuar, arraigar o esprit de corps, é tarefa de toda a comu­
nidade legislativa e imprescindível para que o grupo se una, cresça, fortaleça 
e se consolide, adquirindo tal força que poucos suspeitam existir. 
O fortalecimento do Legislativo, portanto, cabe a todos nós, servidores ou 
não desse poder. Impedir detratações, maus juízos, ou manobras solertes que 
visem o seu enfraquecimento e destruição, ou a submissão a outro ramo do poder, 
é prevenir o desequilíbrio social, é defender a democracia. 
8. Alternância na alta direção 
A estrutura de nossos legislativos está assentada no poder político, represen­
tado pela mesa diretora, com enfoque no presidente e no primeiro-secretário. 
A instituição se faz notar à medida que essas autoridades tenham total conhe­
cimento da casa que dirigem e a ela se dediquem por inteiro. 
Imprimindo características próprias, uns mais dinâmicos e realizadores, outros 
mais parcimoniosos em suas atitudes à frente desses cargos-chave, todos, sem 
exceção, têm condições de prestar relevantes serviços à instituição. Basta que, 
ao assumir tais cargos, encontrem uma comunidade unida e consciente de suas 
responsabilidades. 
A transição, de um estilo de administração para outro, quando da mudança 
da mesa diretora, não incorrerá em rupturas administrativas ou em guerra sem 
quartel entre grupos ou cIaques, se a integração do stafl tiver sido alcançada. 
9. Conquistas sociais 
Temos verificado que as conquistas sociais e as melhorias funcionais obtidas 
pelos servidores do Legislativo raramente são cassadas ou prejudicadas pelas 
administrações que se sucedem. 
Isto nos estimula a ir adiante, a melhorar e ajustar as etapas conquistadas, 
ampliando-as, sem perder de vista, contudo, os limites éticos, o bom exemplo 
público e a dignidade que tais conquistas exigem. 
Tome-se, por exemplo, o Senado Federal, que ao longo destas últimas duas 
décadas tem proporcionado aos servidores um ambiente privilegiado de trabalho, 
Orgãos legislativos 43 
instrumentalização sofisticada e, acima de tudo, oportunidade de desenvolvi­
mento profissional. 
10. Processo de formação intelectual e profissional 
Procurando abrir caminho para a profissionalização, aperfeiçoamento e atua­
lização de seus servidores, o Senado Federal iniciou um prcgrama de intercâm· 
bio cultural com a State University of New York at Albany, nos EUA, sem pre­
juízo, é claro, de instituições brasileiras, como a Universidade de Brasília, a 
Fundação Getulio Vargas etc. 
11. O que é a Suny-A 
A Suny-A - State University of New York at Albany - é um centro de 
estudos universitários, localizado na cidade de Albany, capital do estado de 
Nova Iorque. 
Integrando esse centro, estão as universidades das cidades de Nova Iorque, 
Buffalo, Stony Brook e Binghamton. 
Circundando a cidade de Albany, verifica-se a existência de um sem-número 
de faculdades isoladas, todas ligadas pelo sistema de transferência de crédito. 
Funcionando junto à Suny-A se encontra o International Development Center 
(IOP), presidido pelo ProL Abdo Baaklini. 
O IDP administra a área de intercâmbio internacional, com legislativos e 
universidades de vários países, entre os quais o Brasil. 
12. Por que a Suny-A? 
A Suny-A é o único centro universitário disponível, onde o Legislativo é estu­
dado, esmiuçado, dissecado, no seu todo, tendo em vista o fato social (ciência 
política) e o fato administrativo (administração pública). Sua biblioteca envolve 
um dos maiores acervos no gênero, onde o aluno. tem acesso às informações sobre 
todos os legislativosexistentes na face da Terra. 
A convivência com o corpo discente, onde participam representantes de 
vários países, propicia um contato direto e imediato com as mais diversas cul­
turas, sendo põssível uma troca de experiências com muitos países, em um único 
período escolar. 
Tivemos a oportunidade de formalizar intercâmbio com a Suny-A e a sua im­
plantação resultou, até o momento, no envio de servidores para cursos de curta 
e de longa duração. 
13. Cursos de curta duração 
São programas especiais de treinamento intensivo, com duração média de 
um mês, nas áreas de orçamento, pesquisa legislativa, administração legislativa, 
processamento de dados, avaliação de programas legislativos e outras áreas, de 
interesse do Legislativo. 
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Os programas são desenvolvidos em duas ou três etapas, sendo a primeira, 
de duas a três semanas, na Suny-A, onde especialistas, professores e técnicos, 
prévia e especialmente alocados para o programa intensivo, dão ao servidor um 
panorama geral do que pretende ver ou conhecer. Na segunda e na terceira 
etapas, visitam o Congresso norte-americano em Washington, onde, in loco, 
tomam conhecimento de como está sendo aplicada a instrumentalização pré­
examinada. Normalmente, o programa se estende a uma visita a um legislativo 
estadual, para estudos e observações complementares. 
Mais de 40 servidores do Senado já participaram de treinamento nessas áreas, 
visando a aquisição de competências específicas e o intercâmbio de experiências 
a nível operacional. 
14. Cursos de longa duração 
São os cursos de mestrado e de doutorado, desenhados em concordância com 
as necessidades do Senado, de duração aproximada de dois anos, cada um, 
visando maior abrangência de formação técnica e comportamental. 
Ao término do curso, o servidor recebe certificado, registrado no Consulado 
brasileiro de Nova Iorque e com validade reconhecida pelo Ministério da Edu­
cação e Cultura. 
15. Participação de parlamentares 
Mais de 20 senadores, dos diversos partidos, já participaram de programas 
intensivos de visita aos legislativos norte-americanos, contato com autoridades 
do governo e do parlamento norte-americano, visando conhecer as instituições 
governamentais daquele país irmão, aproximando o relacionamento entre os legis­
lativos e avaliando, pessoalmente, soluções dadas a problemas semelhantes aos 
dois países, tais como de seca (de desenvolvimento de regiões áridas e semi­
áridas) etc. 
16. Corpo docente 
:t: constituído por uma comunidade de professores, dos mais respeitados no 
ranking norte-americano, com profundo conhecimento científico e larga expe­
riência profissional. 
17. Perspectivas do programa 
Em meados deste ano, convidado pelo Senado Federal, pela Universidade de 
Brasília e com o apoio da Usis, o ProL Abdo Baaklini retornou ao Brasil pela 
terceira vez. Veio com a missão específica, conosco pré-programada, de vÍ5itar 
várias assembléias legislativas, fazer contato com parlamentares, membros do 
stal! e avaliar o interesse de cada uma dessas assembléias em aproveitar a ex­
periência do Senado Federal e utilizar os préstimos oferecidos pela Suny-A. 
Órgãos legislativos 45 
Assim, foram programadas visitas às Assembléias Legislativas da Bahia, do 
Ceará, do Maranhão, de São Paulo, do Paraná, do Rio Grande do Sul e do 
Rio de Janeiro. 
De todos esses legislativos, colheu o Prof. Abdo Baaklini subsídios que pu­
dessem proporcionar, para ambas as partes, um futuro engajamento no Programa 
Suny-A. 
Concretizando os contatos iniciados no primeiro semestre deste ano, foi 
possível o envio aos EUA de uma comitiva da Assembléia Legislativa do Rio 
Grande do Sul, constituída de cinco parlamentares e um membro do alto stajj, 
o Proi. Eduardo Aydos, colega presente a este Encontro e que, pessoalmente, fará 
o seu depoimento sobre o resultado da viagem. 
Estou autorizado a adiantar, também, que a Assembléia do Paraná bem 
como a do Rio de Janeiro devem participar do próximo programa a ser levado 
a efeito em janeiro de 1985, nos EUA. 
Este, caros colegas, é o que se poderia nominar de mais um caso concreto 
de valorização do stajj do Legislativo e, sem dúvida alguma, do fortalecimento 
da instituição. 
O resultado de um trabalho desenvolvido ao longo destes últimos anos junto 
à Suny-A, envolvendo a determinação de pequeno grupo de idealistas, apre­
senta a perspectiva de uma ampliação, através da participação de outras insti­
tuições, que passam a tomar conhecimento da existência deste ramo do poder, 
a valorizá-lo como o instrumento básico da soberania de uma nação. Refiro-me à 
possibilidade próxima de um convênio com a Comissão Fulbright/Usis, amplian­
do o leque de ofertas nos centros de estudos e de pesquisas nos EUA. 
Tal intercâmbio, se ampliado, estendido às assembléias legislativas, compre­
endendo não só as instituições norte-americanas, mas, também, de outros países, 
será um passo a maior em direção a que o poder legislativo deixe de ser uma 
instituição ilhada em seus próprios problemas. 
18. Uma proposta ousada: Associação Nacional de Servidores do Legislativo 
Finalmente, embora possa parecer um passo ousado, acredito tenha chegado 
a hora de se propor a criação de uma entidade onde se pudessem congregar 
parlamentares, membros do corpo de servidores com responsabilidade de dire­
ção e assessoramento, com vistas a um objetivo comum: defesa do poder legis­
lativo e valorização dos seus servidores. 
A exemplo da National Conference of States Legislatures, dos EUA, organi­
zada em todos os estados da Federação, composta de talentos das várias áreas 
de pesquisa e de administração legislativa, a Associação Nacional de Servidores 
do Legislativo poderia conter várias subdivisões e realizar, ao mesmo tempo, 
a cada ano, seminários sobre sistemas de informação, orçamento, avaliação de 
programas, abrangendo todas as áreas de interesse do Legislativo. 
Nesse encontro anual, reunindo os mais importantes especialistas, parlamen­
tares, membros do stajj legislativo e professores, ter-se-ia a oportunidade de 
deliberar sobre assuntos e matérias relevantes para o Legislativo. 
A Associação Nacional de Servidores do Legislativo, com estatutos próprios, 
autonomia financeira, dirigida por servidores, seria o grande escoadouro de uma 
política voltada inteiramente para o Legislativo e para a valorização do poder 
legislativo. 
46 R.C.P. 1/85

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