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Determinação de Temperatura da Água e Análise da Calibração do Termômetro Resumo. Atualmente existem métodos mais eficientes de analisar a temperatura de algum líquido, um destes, seria a utilização do termômetro digital, porém, o trabalho a seguir consiste em analisar a temperatura de um solvente como a água verificando a calibração do termômetro de coluna de mercúrio, a fim de obter resultados compatíveis com os valores teóricos dos pontos de fusão e ebulição da água. Palavras-chave: temperatura, escala, calibração. Objetivos Com a água nos pontos de fusão e ebulição é possível verificar a calibração de um termômetro de coluna de mercúrio, o método consiste em comparar o valor fornecido pelo termômetro com o valor real dos pontos de congelamento e evaporação da água em seu estado puro. Introdução Apesar de serem palavras com sentidos parecidos, existe diferença nos conceitos de calor e temperatura (1). Calor, ou energia calorífica, é uma forma de energia que é diretamente transferida de um objeto mais quente para um mais frio, calor é a energia em transito. Após a absorção de calor por um objeto, o mesmo contém mais energia, neste caso, não é correto dizer que o objeto contém mais calor (1). A temperatura de um objeto mede a energia cinética média de suas partículas. Quando o calor é transferido para um objeto, a energia cinética média de suas partículas componentes é aumentada, estas partículas movem-se então mais rapidamente e a temperatura do objeto aumenta (1). Quando a transferência de calor para um objeto não provoca o aumento da temperatura, significa que a energia cinética não está aumentando. Esta energia está aumentando apenas a energia potencial média das partículas do objeto, isto ocorre em mudanças de estado físico (1). A adição de calor ao gelo a 0°C não causa aumento de temperatura, ou seja, a energia cinética média das moléculas permanece constante. O gelo funde, formando água liquida ainda em 0°C. A energia potencial média das moléculas na água liquida é maior do que das moléculas de gelo, na mesma temperatura (1). Para medir a temperatura utiliza-se, normalmente, um termômetro, que consiste em um tubo capilar fino conectado a um reservatório de paredes finas cheio com algum líquido (em geral, mercúrio). A medida que a temperatura aumenta, o liquido expande. O aumento de volume provoca a elevação do líquido no capilar e altura desse líquido no capilar é proporcional à temperatura (2). Para avaliar a exatidão do termômetro ou de qualquer instrumento, utiliza-se a calibração, que é definida por um conjunto de operações que estabelece, em condições específicas, a relação entre valores indicados por um instrumento de medição e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões (4). Existe uma lei com a proibição do uso de termômetros de coluna de mercúrio, pois o mercúrio pode causar problemas ao sistema nervoso central e à tireoide, caso a exposição ao material ocorra por períodos longos. A resolução determinada pela a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a fabricação, importação, comercialização destes termômetros em todo o território nacional (3). A escala da temperatura tem como base os pontos de congelamento e ebulição da água. Em seu ponto de fusão, um substancia pura como a água pode existir tanto como sólido quanto como líquido, em contato um com o outro, à mesma temperatura. Adicionando calor a essa mistura, parte do sólido se fundirá, formando mais líquido, permanecendo a temperatura constante enquanto o sólido estiver fundido. Retirando calor da mistura, o líquido congela para produzir mais sólido, uma vez sem variar a temperatura (2). A constância da temperatura durante essas mudanças de fase tornam estas temperaturas ideais, para servirem como pontos de calibração em uma escala de temperatura. Essa circunstancia funciona apenas com a água no estado puro, para demais tipos de estado da água, terá variações ao checar a calibragem de um termômetro (2). A escala Celsius de temperatura foi baseada na definição de 0°C para o ponto de congelamento da água e do 100°C como o ponto de ebulição. Atualmente o SI define a escala de temperatura Celsius em termos da sua relação com a escala Kelvin de temperatura mesmo embora o intervalo de 100 graus entre os pontos de congelamento e fusão da água seja mantido (2). O tamanho do grau na escala Kelvin é o mesmo que na escala Celsius, o que difere é a localização do ponto zero. Na escala Kelvin, a água congela a 273,15 K, sendo a relação entre escalas Celsius e Kelvin dada por (2). °C = K ˗ 273,15 Nota-se que na escala Kelvin não há o uso do símbolo de grau (1). Nos países de língua inglesa utiliza-se a escala Fahrenheit, que não se usa, em geral, nos trabalhos científicos. Nesta escala a água congela a 32°F e ferve a 212°F (5). Procedimento Experimental Utilizando um termômetro com coluna de mercúrio fabricado pela empresa Incoterm, tendo a escala de temperatura de -10°C a 110°C, assim como uma régua milimétrica dispõe o erro de ± 0,5°C. Efetuou-se a análise de temperatura da água com pedras de gelo presente no interior de um recipiente, em seguida retirou-se o termômetro do banho de gelo e o colocou em um recipiente de água com a temperatura ambiente. Posteriormente, o termômetro foi colocado em um recipiente com água em ebulição. Cada análise de temperatura levou de trinta segundos a um minuto para ser executada. Resultados e Discussão Os dados experimentais de temperatura da água obtidos pelo mesmo termômetro foram anotados e organizados na forma de tabela. A Tabela 1 mostra os valores de temperatura obtidos por meio de um termômetro de coluna de mercúrio. Tabela 1. Temperaturas analisadas com o mesmo termômetro. Água Temperatura °C Ambiente 24,0 ± 0,5 Com gelo 8,0 ± 0,5 Em ebulição 92,0 ± 0,5 Utilizou-se a água em temperatura ambiente apenas para evitar o choque térmico ao passar o termômetro do recipiente com água gelada para o recipiente com água fervendo. Inicialmente, ao analisar os dados, verifica-se certa discordância com o valor teórico. Sabe-se que o valor do ponto de fusão da água é a 0°C e do ponto ebulição da água é a 100°C, sendo assim, acredita-se que o termômetro utilizado esteja descalibrado. Não saber a origem da água analisada pode influenciar nos resultados, já que os valores teóricos dos pontos de fusão e ebulição da água servem apenas para a mesma em seu estado puro, impurezas e minerais podem alterar os valores de temperatura. É possível identificar no gráfico abaixo a calibração do instrumento utilizado no procedimento experimental Pode-se dizer que a equação abaixo serve para verificar qual a temperatura que o termômetro utilizado no experimento fornece. y = 0,84x + 8 Se o objetivo, por exemplo, é encontrar uma temperatura da água a 25°C y = 0,84(25) + 8 y = 29°C O termômetro apresentará uma temperatura de 29°C. O valor 8 encontrado na equação do gráfico representa o coeficiente linear da reta, ou seja, efetuando substituições para x encontrará o valor de y obtendo o valor fornecido pelo termômetro. Ao atribuir o valor de 0°C ou 100°C para x a equação ficaria: y = 0,84(0) + 8 y = 8°C ou y = 0,84(100) + 8 y = 92°C É notável que substituindo x por 50°C, o resultado será 50°C. y = 0,84(50) + 8 y = 50°C Esse fato justifica-se por conta do valor 50°C ser a metade do valor teórico do ponto de ebulição da água, no caso, 100°C, sendo assim qualquer tipo de desajuste do termômetro, montando a equação do coeficiente de calibração a partir do gráfico e substituir o x por 50°C, terá o mesmo valor de 50°C. O r2 associa as medidas do experimento relacionando os seus valores e varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1 menor será a dispersão. Como foram analisados apenas dois valores como os pontos de fusão e ebulição da água é natural o valor ser muito próximo a 1. O processo demonstra a que nível o termômetro utilizado no experimento não está com calibração exata. Conclusão Os dados indicam que o termômetro utilizado no experimentoestá desajustado, pois, em temperaturas menores de 50°C apresenta um valor maior do que o normal, enquanto em temperaturas maiores de 50°C indica um valor menor do que o estabelecido. Apesar de fatores internos e externos, como desconhecer a origem da água analisada, não é o suficiente para apresentar mudanças significativas nas temperaturas observadas. Referências (1) J. B. Russel. “Química Geral” volume 1, 2° edição, p. 18-21. (2) J. E. Brady, G. E. Humiston. “Química Geral” volume 1, 2º edição, p. 8-19. (3) Revista virtual SBQ. http://www.sbq.org.br/noticia/term%C3%B 4metro-e-medidor-de-press%C3%A3o-com -merc%C3%BArio-ser%C3%A3o-proibido s-partir-de-2019 acesso em 15/06/2019. (4) Guia para qualidade em química analítica http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/a nvisa/laboratorios.pdf acesso em 18/06/2019 (5) T. L. Brown, H. E. Lemay Jr, B. E, Bursten. “Química Ciência Central” 7º edição, p. 10-11. (6)
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