Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução a psicanálise ● Interessando em neurologia e psiquiatria, Freud assistia aulas abertas, nas quais Charcot apresentava as mulheres histéricas. ● Histeria - “útero”. Paralisias histéricas eram explicavas como fundadas em ligeiros distúrbios funcionais das mesmas partes do cérebro que, quando gravemente danificadas, levavam às paralisias orgânicas correspondentes. ● Ele menciona os principais sintomas do transtorno, como ataques convulsivos epilépticos, presença de zonas histerógenas,distúrbios dos órgãos sensitivos, paralisias e contraturas. ● Freud revela que Charcot buscava desconstruir a ideia de que os sintomas histéricos eram fingimento ● Charcot demonstrava o método da hipnose que consistia em tratamento para resgatar o material psíquico traumático que era verbalizado pela paciente e seria trazido à consciência. ● O médico então, através da sugestão ao paciente em estado hipnóide, neutraliza os efeitos do trauma retirando o sintoma do paciente. ● A hipnose então tinha como objetivo suspender a consciência da pessoa para que, durante um estado alterado de consciência, ela expressasse seus pensamentos, aqueles que não conseguia lembrar em estado de alerta. ● Retornando à Viena, Freud apresentou a hipnose como método de tratamento das doenças nervosas e foi duramente criticado pelos seus colegas médicos que rejeitaram a proposta. ● O médico e professor Breuer já utilizava o método hipnótico em pacientes histéricas e se aproximou de Freud ● Em 1895, eles publicaram juntos o texto "Estudos sobre a Histeria", que explicava que os sintomas histéricos surgiam quando o afeto de um processo mental não podia ser conscientemente elaborado de forma normal e era desviado para um caminho errado, mas que poderia ser liberado pela hipnose. ● Na hipnose a ideia era de que o afeto suprimido poderia ganhar outra direção e o sujeito ver-se livre dele (‘ab-reagido’) se a experiência fosse revivida sob hipnose ● O procedimento terapêutico adotado por Breuer foi induzir a paciente sob hipnose a relembrar os traumas esquecidos e reagir a eles com poderosas expressões de afeto quando isso era feito, o sintoma, que até então tomara o lugar dessas expressões de emoção, desaparecia ● O método catártico: relembrar e reviver o conteúdo afetivo contido no trauma,através da expressão verbal para dar-lhe outra direção que não o sintoma/sofrimento psíquico. ● Freud, abandona a hipnose, notou que os sintomas tratados com hipnose e catarse muitas vezes mudavam para uma forma diferente de expressão ou se manifestavam em outro órgão. Além disso, nem todos os pacientes eram sensíveis à hipnose. O que poderia substituir a hipnose? ● ASSOCIAÇÃO LIVRE: Consistia em pedir aos pacientes que expressassem livremente qualquer pensamento, sentimento ou imagem que viesse à mente, sem censura ou julgamento. A ideia por trás da associação livre era permitir o acesso ao material inconsciente, revelando assim conteúdos reprimidos ou esquecidos. ● Freud acreditava que através da associação livre, os padrões de pensamento e as conexões entre os conteúdos mentais poderiam emergir, auxiliando na compreensão dos processos psíquicos e na investigação das origens dos sintomas. POR QUE ESSE CONTEÚDO ERA ESQUECIDO E DE DIFÍCIL ACESSO? •Tornou-se evidente que o trabalho de revelar o que havia sido patogenicamente esquecido tinha de lutar contra uma resistência constante e muito intensa”- resistência •Era plausível supor que as mesmas forças, agora então em luta contra o material patogênico a ser tornado consciente, haviam realizado em época anterior, com sucesso, os mesmos esforços” - recalque ● A associação livre demonstrou que revelar o que se havia esquecido esbarra em resistências ● As impressões e impulsos mentais, para os quais os sintomas estavam agora servindo de substitutos Quais “impulsos” estariam sujeitos a repressão/recalque? •A repressão invariavelmente procedia da personalidade “consciente” da pessoa enferma (seu ego) “Os impulsos sujeitos à repressão eram os do egoísmo e da crueldade, que em geral podem ser resumidos como o mal, porém, acima de tudo, impulsos desejosos sexuais, freqüentemente da espécie mais grosseira e proibida •Sintomas constituíam um substituto para satisfações proibidas: aparecia como uma forma de retorno do recalcado e de satisfazer a pulsão suprimida •A moléstia - subjugação incompleta do lado imoral dos seres humanos As teorias são chamadas de tópicas: primeira tópica e segunda tópica. Com base nas duas tópicas, Freud explica as instâncias que compõem o aparelho psíquico a partir de três pontos de vista: ● Perspectiva tópica: como elas se delimitam, não a localidades anatômicas, mas a regiões do mecanismo mental ● Perspectiva dinâmica: como as instâncias se relacionam, processos mentais não são estáticos ● Perspectiva econômica: quanto de libido é destinado para cada local 1 TÓPICA FREUDIANA INCONSCIENTE Apresenta conteúdos mentais censurados por serem inaceitáveis, sendo reprimidos e não podendo emergir tão facilmente à consciência. ● Parte arcaica do aparelho Psíquico -Não sabemos por que sentimos o que sentimos;Não sabemos por que pensamos o que pensamos; Não sabemos por que tememos o que tememos; Não sabemos por que fazemos o que fazemos; ● Tenta escoar a tensão o mais rápido possível, visando o prazer absoluto. ● princípio do prazer → prazer parcial ● O que encontramos no inconsciente não são coisas, mas sim representações. ● As representações inconscientes não foram destruídas nem tiveram sua força reduzida; elas permanecem lutando a nível inconsciente para se tornarem conscientes. ● Foi ao se defrontar com o fenômeno clínico da resistência e ao empreender a superação da teoria do trauma que Freud foi levado a produzir o conceito de recalcamento O RECALCAMENTO ● Recalcamento: processo cuja essência consiste no fato de afastar determinada representação do consciente, mantendo-a à distância ● O objeto do recalcamento é o representante ideativo da pulsão e não pulsão propriamente dita. Três fases do processo de recalcamento 1.O recalcamento originário ou recalcamento primário : mecanismo segundo o qual a pulsão era inibida em seu desenvolvimento e permanecia fixada num estágio infantil, mantendo-se inconsciente.(não no inconsciente recalcado,pois este ainda não se constituiu). 2.O recalcamento propriamente dito ou recalcamento secundário:constituído por um processo essencialmente ativo, por oposição ao recalcamento primário, que é de natureza mais passiva. ● O recalque primário é o responsável por dividir o psiquismo em diferentes instâncias, enquanto o recalque secundário é um processo que implica uma divisão. Ele surge do conflito entre o sistema inconsciente e o sistema pré-consciente/consciente, sendo este último o ponto de origem de sua atuação. 3. O retorno do recalcado :Condições segundo as quais se dá o retorno do recalcado: 1.Por um enfraquecimento do contrainvestimento por parte do ego 2.Por um esforço de pressão pulsional 3.Se uma experiência recente desperta o material recalcado devido a uma estreita semelhança com ele. ● Aquilo que retorna ocorre de forma deformada (deformação exigida pela censura). ● Deslocamento e condensação são os meios mais frequentemente utilizados para acessar o Pré-consciente-Consciente. ● Esta terceira etapa do recalque consiste em um mecanismo específico e independente, exemplificado pela neurose de angústia, histeria de conversão e neurose obsessiva AS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA INCONSCIENTE ● ISENÇÃO DE CONTRADIÇÃO MÚTUA - Quando dois impulsos carregados de desejo, aparentemente incompatíveis, se tornam ativos ao mesmo tempo, eles não se reduzem ou cancelam um ao outro. Em vez disso, eles se combinam para formar uma finalidade intermediária, um meio-termo. (ex: AMOR E ÓDIO) ● INEXISTÊNCIA DA NEGATIVA - No sistema inconsciente, não há espaço para negação, dúvida ou graus de certeza. Esses elementos são introduzidos apenas pelo trabalho da censura entre o inconsciente e pré-cons.● PROCESSOS PRIMÁRIOS Condensação: uma ideia pode apropriar-se de toda a catexia de várias outras idéias. (A condensação pode ser entendida como a junção de diferentes elementos em apenas um.) -Consiste na união de vários elementos separados que mantêm entre si uma certa afinidade;este processo é muito comum nos sonhos, onde é possível, por exemplo, que apareça só uma pessoa com características de várias outras pessoas. Deslocamento: uma ideia pode ceder a outra toda a sua quota de catexia. Consiste na mudança de uma carga psíquica de um conteúdo para outro. (Ex: raiva de um superior no trabalho, mas, em vez de expressar essa raiva diretamente, eles a direcionam para um colega de trabalho ou até mesmo para um objeto inanimado) ● ATEMPORALIDADE - o conteúdo não se altera com a passagem do tempo, não têm absolutamente qualquer referência ao tempo. ● PRINCIPIO DO PRAZER - Estão sujeitos ao princípio do prazer;seu destino depende apenas do grau de sua força e do atendimento às exigências da regulação prazer-desprazer. As tendências do inconsciente buscam satisfação imediata sem se preocupar com as consequências PRÉ-CONSCIENTE ● Conteúdos mentais que podem ser facilmente trazidos à consciência pelo simples aumento da atenção ou esforço da memória. ● Barreira de contato – peneira – pequeno arquivo de registros ● Busca o prazer, porém tenta redistribuir a energia e escoá-la lentamente a partir do ● princípio da realidade → prazer moderado CONSCIENTE ● Formado pelas ideias e sentimentos que estão em nossa mente a cada dado momento. ● Tem a função de receber informações provenientes das excitações vindas do interior e exterior ● -Funções perceptivo-cognitivas-motoras do ego – percepção, pensamento, juízo crítico, evocação, antecipação, atividade motora, etc. ● Busca o prazer, porém tenta redistribuir a energia e escoá-la lentamente a partir do princípio da realidade. ● prazer moderado Processo Primário ►Funciona baseado no princípio do prazer ►Fácil deslocamento e descarga da libido; ►Não se importa com a realidade; ►Não há contradição ou exclusão; ►É atemporal; ►Não há distinção entre fantasia e realidade, desejo e ação. Processo Secundário ►Funciona a partir do princípio da realidade. ►Descrevem o mundo familiar da lógica; ►Episódios ocorrem em sequência ordenada; ►Causa e efeito, fantasia e ação são coisas diferentes. FORMAÇÕES DO INCONSCIENTE -A teoria psicanalítica chama de formações do inconsciente: • Os sonhos • Os chistes • Os atos falhos • Os sintomas OS SONHOS ● É uma Formação do inconsciente cuja estrutura de linguagem permite a decifração e o reconhecimento, pelo sujeito, de seu desejo. ● Freud foi o primeiro a conceber um método de interpretação dos sonhos baseado não em referências estranhas ao sonhador, mas nas livres associações que este pode fazer, uma vez desperto, a partir do relato de seu sonho. ● “Todo sonho é a realização disfarçada de um desejo recalcado”Condensação e Deslocamento ● Conteúdo manifesto: sonho contado e lembrado pela pessoa ● Pensamento latente: o que está oculto, inconsciente, que pretendemos atingir pela interpretação CHISTES ● Os chistes são formas de humor verbal que usam jogos de palavras, ironia, trocadilhos e situações inesperadas para provocar risos e entreter. Na visão de Freud, eles também são expressões do inconsciente, disfarçando desejos reprimidos ou pensamentos proibidos de maneira indireta e socialmente aceitável. ● Ele comparou isso a uma metáfora, transformando o chiste em um significante, uma expressão pela qual uma "faísca" de verdade emerge no discurso, algo que buscamos esconder. ATOS FALHOS ● Um ato falho é um erro na fala, escrita ou ações do dia a dia que revela algo inconsciente sobre a pessoa. Esses lapsos escapam ao controle consciente e indicam pensamentos ou desejos reprimidos. Por exemplo, trocar palavras pode revelar um desejo reprimido. OS SINTOMAS ● Fenômeno subjetivo que constitui, para a psicanálise, não o sinal de uma doença, mas a expressão de um conflito inconsciente. ● O conceito de sintoma, inicialmente médico, adquire um novo significado na teoria de Freud quando ele sugere que os sintomas de conversão histérica, geralmente vistos como simulações, na verdade refletem desejos inconscientes e expressam o recalcado. ● É um retorno das representações recalcadas que se ligam às representações atuais para vir à tona Primeira Tópica (recapitulando): ✓A mente é dividida em 3 reinos: consciente.pré-consciente.inconsciente. ● Freud criou a segunda tópica, também chamada de modelo estrutural, como uma expansão da primeira tópica para melhor explicar a complexidade da mente humana. Introduzindo os conceitos de Id, Ego e Superego, essa nova abordagem ofereceu uma compreensão mais abrangente dos processos mentais e dos mecanismos de defesa. Segunda Tópica: ● Freud modifica sua concepção do aparelho psíquico. ● Surge o modelo estrutural (ativo e dinâmico). Conjunto de elementos que separadamente tem funções específicas, porém que são indissociáveis entre si, interagem permanentemente e influenciam-se reciprocamente ● Consiste numa divisão da mente em 3 partes: Id, Ego e Superego. ID ►Depósito dos impulsos instintivos, sexuais e agressivos. ►É atemporal, não verbal e inexiste a não-contradição. ►Não se importa com razão ou bom senso ►Ponto de vista Topográfico: coincide com o inconsciente. ►Ponto de vista econômico: é ao mesmo tempo um reservatório e uma fonte de energia psíquica. ►Ponto de vista funcional: regido pelo princípio do prazer; logo pelo processo primário ►Ponto de vista da dinâmica psíquica: ele abriga e interage com as funções do ego, e com os objetos, tanto os da realidade exterior, como aqueles que, introjetados, estão habitando o superego. ►O Id constitui o polo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes. Por um lado hereditários e inatos, e, por outro, recalcados e adquiridos ● Formado por representações inconscientes de coisas gravadas no psiquismo, sob o impacto do desejo dos outros (imito e repito sem perceber), e por representações inatas. ● É o reservatório da libido (energia vital) narcísica e objetal, que é usado pelo Eu e Supereu para alimentar suas ações respectivas. ● Consegue perceber as variações da tensão pulsional e tenta reduzi-la se estiver muito alta. ● Quer satisfazer o nosso prazer a todo custo. ● Seus conteúdos são inconscientes (hereditários e inatos; recalcados e adquiridos). ● É inconsciente, mas não é todo o inconsciente EGO ● Freud: o ego desenvolve-se a partir do id, pela persistente influência do mundo externo e da necessidade de adaptação do mesmo ● É o mediador entre as reivindicações do id,os imperativos do superego e as exigências da realidade ● É o pólo defensivo da personalidade, colocando em ação mecanismos de defesa para proteger o ● indivíduo das angústias ● Funciona a partir do processo secundário e o princípio da realidade ● Funções essenciais (conscientes): percepção, pensamento, memória, atenção, antecipação, discriminação, juízo crítico e ação motora. ● Funções mais complexas (inconscientes): produção de angústias, mecanismos de defesas, ● fenômenos de identificações. ● Sede de representações: imagem que o sujeito tem de si mesmo e que estruturam o seu ● sentimento de identidade e auto-estima. ● A saúde mental do indivíduo depende da força e a flexibilidade do ego. O recalque que o ego faz sobre os impulsos do Id não pode ser nem para mais, nem para menos. ● Se localiza espacialmente entre o mundo interior e o exterior. ● Tem uma organização extremamente estruturada das representações inconscientes, pré-conscientes e conscientes. ● É a “antena do psiquismo'', ou seja, ele percebe todo tipo de excitação (externas ou internas). ● Ele tem também a função de adaptar a vida pulsional interna às exigências da realidade exterior. ● Se dá pelas identificações sucessivas com os diversos objetos pulsionais visados pelo Id SUPEREGO ►Seu papel é semelhante ao de um juiz.Sua função é consciência moral, auto-observação e formação de ideais. ►É definido como o herdeiro do Complexo de Édipo, pois constitui-se por interiorização das exigências e interdições parentais. ►É uma censura que pode operar de forma inconsciente. ►É transgeracional: o que já é herdado dos pais dos pais. E valores morais, éticos, ideais, preconceitos e crenças ditadas pela cultura na qual o sujeito está inserido. ►Pode ser uma estrutura que normatize ou que delimite a conduta de cada sujeito. ►Resultado de introjeções de “objetos maus”, características tirânicas e cruéis e que submete o sujeito a tais mandamentos ►Superego rígido: melancólicos e obsessivos compulsivos graves → Gera culpa. ►Ego ideal predominante: espera o máximo de si, mas nutre ideais inalcançáveis. → Gera humilhação ►Ideal de ego: a sua permanência em um grau exagerado levará o sujeito a construir um “falso self” para corresponder às expectativas dos outros ou a quadros fóbicos e narcisistas. O sentimento é de vergonha frente a eventuais fracassos PULSÕES ➔ ,Freud vai dizer que a pulsão é “um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente ➔ Na primeira fase de sua teoria, Freud propôs um dualismo entre as pulsões sexuais e as pulsões de autoconservação. No entanto, ao descobrir o narcisismo, percebeu que o conflito não era tão claro, pois o Ego também possuía uma parte inconsciente investida de libido. ➔ Conceito fundamental da psicanálise, definido como a carga energética que se encontra na origem da atividade motora do organismo e do funcionamento psíquico inconsciente do homem PULSÃO X INSTINTO PULSÃO (TRIEB) INSTINTO(INSTINKT) RELACIONADA AO DESEJO RELACIONADA A AUTOCONSERVAÇÃO OBJETO VARIÁVEL-INDETERMINADO OBJETO PRÉ-DETERMINADO - FIXO SATISFAÇÃO SEMPRE IMPARCIAL PODE HAVER SATISFAÇÃO PLENA CONCEITO DE PULSÃO EM 4 ASPECTOS Fonte: a fonte da pulsão é corporal, não psíquica; é um “processo somático que ocorre num órgão ou parte do corpo e cuja excitação é representada na vida mental pela pulsão. Força/Pressão: ➔ Por pressão de uma pulsão compreendemos seu fator motor, a quantidade de força ou a medida da exigência de trabalho que ela apresenta (o que move) ➔ Toda pulsão é ativa e a pressão é a sua própria atividade, seu fator dinâmico. ➔ É esse fator motor que impele o organismo para a ação específica responsável pela ➔ eliminação da tensão Objetivo/finalidade: o objetivo da pulsão é sempre a satisfação, sendo que “satisfação” é definida como a redução da tensão provocada pela pressão/força ➔ A satisfação é obtida pela descarga de energia acumulada, regulada pelo princípio da constância Objeto: o objeto de uma pulsão é “a coisa em relação à qual ou através da qual a pulsão é capaz de atingir seu objetivo, e é o que há demais variável numa pulsão”. ➔ O objeto é um meio para um fim, a satisfação que é sempre parcial. ➔ A pulsão contorna seus objetos. ➔ Circuito pulsional e economia do desejo e do gozo ➔ A noção de objeto vai-se aplicar tanto a outras pessoas como à própria pessoa, e não apenas a pessoas inteiras, mas também a partes do corpo de uma pessoa. ➔ É o que há de mais variável na pulsão, não estando originariamente a ela vinculado, sendo apenas a ela atribuída por sua capacidade de tornar possível a satisfação. Os destinos da pulsão - Freud apresenta os destinos da pulsão como modalidades de defesa - A pulsão tem apenas um objetivo: a satisfação - A satisfação não se dá de forma direta e imediata: ela implica uma modificação da pulsão por conta da exigência da censura. - A defesa incide sobre os representantes psíquicos da pulsão. Destinos do representante ideativo: - Reversão ao seu oposto; - Retorno em direção ao próprio eu; - Recalcamento; - Sublimação. A reversão ao oposto pode se desdobrar a partir de duas operações: a) Reversão do objetivo da pulsão: mudança da atividade para a passividade: Sadismo – Masoquismo b) Reversão de conteúdo: transformação do amor em ódio (ambos ativos) Amar – odiar Amar/odiar – indiferença Segundo dualismo pulsional ● Pulsões de vida e pulsão de morte ● No primeiro dualismo pulsional, Freud falou em princípio do prazer (descarga de excitação) X princípio de realidade (conjunto do meio físico e social) ● No primeiro período de sua metapsicologia, Freud propunha uma dominância soberana do princípio de prazer sobre os processos psíquicos. ● No segundo período, ele questiona essa proposição e sinaliza uma realidade que se opõe ao princípio do prazer. ● No texto de 1920, além do princípio do prazer, ele apresenta uma série de fatos que nos conduzem à hipótese da pulsão de morte. ● Sonhos que trazem repetidamente uma situação traumática fazendo o paciente revivê-la (neuroses traumáticas). ● Compulsão à repetição de uma experiência traumática em vez de recordá-la como algo pertencente ao passado (por exemplo, neuroses de transferência). ● Repetição de experiências que não incluem possibilidade alguma de prazer e que nunca trouxeram satisfação. ● As manifestações da compulsão à repetição possuem um caráter nitidamente pulsional., ligada a pulsão de morte (não consegue evitar). ● Em 1920, com "Além do Princípio do Prazer", Freud introduziu um novo dualismo pulsional, contrastando as pulsões de vida com as pulsões de morte ● As pulsões de autoconservação e as pulsões sexuais foram reunidas sob a categoria da pulsão de vida, oposta às pulsões de morte. ● Freud teorizou a pulsão de morte a partir da observação da compulsão à repetição, que leva o sujeito a repetir situações dolorosas do passado. Ele percebeu que essa compulsão vai além do princípio de prazer e está ligada à pulsão de morte. Pulsão de Vida (Eros): ● A pulsão de vida, também conhecida como Eros, é uma das principais forças motivadoras na psique humana. ● Ela está associada à busca pela sobrevivência, crescimento, reprodução e conexão com outros indivíduos e com o mundo ao redor. ● Eros é a energia que impulsiona os desejos e as atividades que promovem a vida e a ligação emocional. ● Em termos mais amplos, pode-se pensar na pulsão de vida como uma força que visa preservar e promover o desenvolvimento da vida psíquica e física. Pulsão de Morte (Thanatos): ● A pulsão de morte, também chamada de Thanatos, representa uma força oposta à pulsão de vida na psique humana. ● É associada à destruição, desintegração e retorno ao estado inorgânico. ● Thanatos é concebido como um impulso interno em direção à morte, manifestando-se em comportamentos autodestrutivos, agressão dirigida para dentro (autopunição) ou para fora (agressão contra os outros), e na compulsão à repetição de experiências dolorosas. ● Enquanto Eros busca a conexão e a vida, Thanatos busca a dissolução e a morte, representando uma força contrária à preservação da vida.
Compartilhar