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Aula 3 de neoplasia

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NEOPLASIAS
NEOPLASIA 
Significa “novo crescimento”
Referida como tumor
Oncologia: estudo do tumor
Tumores
Benigno
Maligno
TUMORES BENIGNOS 
Características micro e macroscópicas consideradas não invasivas
Sempre acrescenta-se o sufixo “oma” ao tipo celular do qual surgem (fibroma, condroma, mioma)
Nomenclatura de tumores epiteliais benignos é mais complexa, devido a padrões glandulares ou não (papilomas, pólipos)
TUMORES MALIGNOS 
Nomenclatura segue a dos tumores benignos, com acréscimos e exceções
Sarcomas: origem em tecidos mesenquimais sólidos ou derivados, são designados pelo tipo celular de que são compostos (célula de origem), podendo ser fibrossarcoma ou condrossarcoma
Leucemia ou linfomas: surgidos de células mesenquimais sanguíneas
TUMORES MALIGNOS 
Carcinomas: origem em tecidos epiteliais que revestem vários órgãos (rins, pele, intestinos) ou glandulares, sendo os locais mais atingidos: pele, boca, pulmão, mama, estômago, colo do útero, próstata e pênis
Subdivisão:
Adenocarcinoma: crescem em padrão glandular
Carcinomas de células escamosas: produzem células com essa característica
Carcinoma indiferenciado: apresenta pouca ou nenhuma diferenciação
Adenocarcinoma renal: indica o tecido ou órgão de origem
Carcinoma de células escamosas
TUMORES MALIGNOS 
 Células de tumores benignos ou malignos quase sempre são semelhantes como se elas fossem derivadas de uma única progenitora, compatível com a origem monoclonal de tumores
Diferenciação divergente: raramente células tumorais sofrem essa diferenciação, originando os tumores mistos (tumor de glândula salivar – adenoma pleomórfico) – apresentam componentes epiteliais dispersos, ancorando regiões de cartilagem ou osso; teratoma – tipo especial de tumor misto, que contem células maduras ou imaturas, de mais de uma camada de células germinativas, que podem se diferenciar em qualquer tipo celular no corpo, originando tumores que simulam porções de osso, epitélio, músculo, gordura, nervo e outros tecidos
CARACTERÍSTICAS DE TUMORES BENIGNOS E MALIGNOS 
Tumores benignos são geneticamente simples e estáveis, com menos mutações, raramente se transformando em malignos
Prática médica: determinação do tipo por meio de critérios clínicos e anatômicos bem definidos, porém alguns não são tão fáceis de serem definidos
4 características fundamentais para a distinção entre os tipos de tumores
Diferenciação e anaplasia
Velocidade de crescimento
Invasão local
Metástase 
DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA 
Tumores benignos tem semelhanças ao tecido de origem e são bem diferenciados, mitoses são raras e sua configuração é normal
Tumores malignos são mal ou completamente indiferenciados (anaplásicos), variando muito de tamanho e forma, as mitoses são numerosas e atípicas
VELOCIDADE DE CRESCIMENTO 
Tumores benignos são de crescimento lento
Tumores malignos crescem rapidamente
INVASÃO LOCAL 
Tumores benignos são bem circunscritos e geralmente apresentam cápsula fibrosa, não havendo capacidade para infiltrar em tecidos distantes; alguns não apresentam cápsula, mesmo sendo benignos, apresentando-se bem definidos
Tumores malignos são mal circunscritos e invadem os tecidos normais ao redor
METÁSTASE 
Implante secundário de um tumor, descontínuo com o tumor primário, localizada em tecidos remotos
Característica de tumor maligno, porém nem todos apresentam metástase
Mais comum é o sarcoma osteogênico ocorrer metástase para pulmão no momento da descoberta
3 vias de disseminação: semeadura nas cavidades corporais (ex.: câncer de ovário que invade cavidade peritoneal; CA de SNC penetram nos ventrículos cerebrais e se reimplantam nas meninges), disseminação linfática (típica dos carcinomas), disseminação hematogênica (típica dos sarcomas)
ETIOLOGIA DO CÂNCER 
Agentes carcinogênicos
Substâncias químicas
Energia radiante
Agentes microbianos
CARCINÓGENOS QUÍMICOS 
Possuem substâncias altamente reativas que danificam o DNA, proporcionando mutações e algumas vezes leva ao câncer
Agentes de ação direta não requerem conversão metabólica para se tornarem carcinogênicos (quimioterapia)
Agentes de ação indireta são inativos até se converterem em carcinógeno por vias metabólicas endógenas (benzopireno formado na combustão do tabaco; hidrocarbonetos policíclicos produzidos em gorduras animais no processo de grelhar carnes e em peixes defumados; corantes e conservantes alimentares, níquel, chumbo, inseticidas, fungicidas
CARCINOGÊNESE POR RADIAÇÃO 
Raios UV, raios X, fissão nuclear, radionucleotídeos
Mutações genéticas e deficiência do sistema de reparo do DNA
Radiação ionizante causa quebra do cromossomo, translocações e algumas vezes mutações pontuais, levando ao dano genético e à carcinogênese
Os raios UV induzem formação de compostos celulares dentro do DNA (dímeros de pirimidina), levando às mutações
CARCINOGÊNESE MICROBIANA 
Papilomavírus humano (HPV)
Alguns tipos, de baixo risco causam papilomas escamosos benignos (verrugas genitais), os de alto risco causam vários cânceres (carcinoma de colo de útero e cânceres oreofaríngeos nas tonsilas)
Infecção por HPV de alto risco simula a perda de genes supressores de tumor, ativa as ciclinas, inibe a apoptose e combate a senescência celular
CARCINOGÊNESE MICROBIANA 
Hepatites B (HBV) e C (HBC) 
Leva ao carcinoma hepatocelular (70 a 85% dos casos)
Modo de ação dos vírus não é totalmente conhecido, mas produzem efeitos multifatoriais, principalmente inflamação crônica, com lesão hepatocelular, proliferação desses hepatócitos e produção de substâncias, que podem danificar o DNA
CARCINOGÊNESE MICROBIANA 
Helicobacter pylori - Bactéria carcinógena
Adenocarcinoma gástrico: aumento de células epiteliais no contexto de uma inflamação crônica (gastrite), atrofia gástrica, metaplasia intestinal de células de revezamento, displasia e câncer; sequência leva décadas e atinge cerca de 3% das pessoas infectadas
Linfoma gástrico: infecção pode levar à ativação das células T reativas à bactéria, causando proliferação das células B, portando mutações nos genes reguladores do crescimento
ASPECTOS CLÍNICOS DA NEOPLASIA 
Efeitos sobre os pacientes; morbidade; mortalidade
Localização e compressão de estruturas adjacentes
Atividade funcional, como síntese de hormônio ou desenvolvimento de síndromes paraneoplásicas
Sangramento e infecções quando o tumor se ulcera nas superfícies adjacentes
Sintomas que resultam da ruptura ou infarto
Caquexia ou consunção 
ASPECTOS CLÍNICOS DA NEOPLASIA 
Localização de tumores benignos ou malignos podem bloquear ou comprimir estruturas de forma fatal. Ex.: adenoma de pituitária, leiomioma na artéria renal, carcinoma no ducto biliar
Produção de hormônios por tumores localizados em glândulas endócrinas, mais comum nos casos de tumores benignos
Pode haver ulceração de um tumor através de uma superfície, levando à sangramento e infecção secundária
ASPECTOS CLÍNICOS DA NEOPLASIA 
Caquexia: progressiva perda de gordura e massa corporal magra, associada a profunda fraqueza, anorexia e anemia
Resultado da ação das citocinas produzidas pelo tumor e pelo hospedeiro e não da redução da ingestão alimentar
Pacientes tem gasto calórico alto e taxa metabólica basal aumentada, apesar da reduzida ingestão de alimentos
Essas anormalidades metabólicas ainda não estão totalmente compreendidas
ASPECTOS CLÍNICOS DA NEOPLASIA 
Síndromes paraneoplásicas: 
Caracterizadas por complexos sintomas que ocorrem em pacientes com câncer e que não podem ser logo explicados pela disseminação local ou distante do tumor ou pela elaboração de hormônios não nativos do tecido de origem do tumor
Podem representar precoce manifestação de uma neoplasia oculta ou podem simular doença metastática, confundindo o tto
Comuns: hipercalcemia, endocardite trombótica não bacteriana, hipercoagulabilidade, associadas a câncer de pulmão, mama e malignidade hematológicaGRADUAÇÃO E ESTADIAMENTO 
Métodos para quantificar a agressividade (diferenciação citológica e número de mitoses) clínica da neoplasia e sua aparente extensão e disseminação para se estabelecer o prognóstico e comparar os resultados finais de vários protocolos de tto
Exames clínicos e radiográficos (TC, RM), cirurgias
Métodos de estadiamento: sistema TNM (T= tumor primário; N= envolvimento de linfonodo regional; M= metástase) e sistema AJC (American Joint Committee)
SISTEMA TNM (maior valor clínico) 
M0, M1
Indicam ausência e presença, respectivamente, de metástases distantes
T1, T2, T3, T4
Descrevem o tamanho crescente do tumor primário
N0, N1, N2, N3
Indicam avanço progressivo do envolvimento nodal
SISTEMA AJC 
0 a 4
Tamanho de lesões primárias e presença de disseminação nodal e metástases distantes
DIAGNÓSTICO DA NEOPLASIA 
Com base em histórico e exame físico, mas requer confirmação por meio de biopsia do tumor e exame histopatológico.
História completa e exame físico podem revelar sinais inesperados de câncer inicial.
Os médicos devem conhecer os fatores predisponentes e devem perguntar especificamente sobre câncer familiar, exposição ambiental (inclusive história de tabagismo) e moléstias atuais ou anteriores (p. ex., doenças autoimunes, terapia imunossupressora anterior, hepatite B ou C, infecção pelo HIV, teste Papanicolaou anormal, infecção por papilomavírus humano).
SINTOMAS DA NEOPLASIA OCULTA 
Os sintomas que sugerem câncer oculto podem incluir:
Fadiga
Perda de peso
Febres
Suores noturnos
Tosse
Hemoptise
Hematêmese
Hematoquezia
Alteração de hábitos intestinais
Dor persistente
EXAMES PARA NEOPLASIA 
Exames de imagem
Incluem radiografia simples, ultrassonografias, TC e RM. 
Esses testes ajudam a identificar anormalidades, determinando as qualidades da massa (sólida ou cística), fornecendo dimensões e estabelecendo relação das estruturas circundantes, as quais podem ser importantes se cirurgia ou biopsia estiver sendo considerada.
EXAMES PARA NEOPLASIA 
Marcadores tumorais séricos 
Podem oferecer evidências confirmando a malignidade específica em pacientes com achados sugestivos. 
Eles são os mais úteis para detectar recidiva precoce e monitorar a resposta à terapia.
EXAMES PARA NEOPLASIA 
Marcadores tumorais séricos:
Alfafetoproteína (carcinoma hepatocelular, carcinoma testicular)
Antígeno carcinoembriônico (câncer de cólon)
Gonadotropina coriônica humana B (coriocarcinoma, carcinoma testicular)
Imunoglobulinas séricas (mieloma múltiplo)
Probes de DNA (p. ex., bcr probe para identificar a alteração do cromossomo 22 em leucemia mielógena crônica)
CA 125 (câncer de ovário)
CA 27-29 (câncer de mama)
PSA (câncer de próstata)
EXAMES PARA NEOPLASIA 
Biopsia para confirmar o diagnóstico e o tecido de origem é quase sempre necessária quando o câncer for suspeitado ou detectado. A escolha do local da biopsia é normalmente determinada pela facilidade de acesso e grau de invasividade. Se houver linfadenopatia, biopsia com agulha fina ou do núcleo pode indicar o tipo de tumor; se não for detectado, faz-se uma biopsia aberta. Outro tipo de biopsia inclui a broncoscopia para fácil acesso a tumores pulmonares centrais ou mediastinais, biopsia percutânea do fígado, se houver lesões no fígado e TC ou biopsia guiada por ultrassonografia. Se esses procedimentos não forem possíveis, biopsia aberta pode ser necessária.
Graduação é uma medida histolótica da agressividade do tumor e fornece informação prognóstica importante. Ela é determinada pela amostragem da biopsia. O grau baseia-se na aparência morfológica das células tumorais, incluindo a aparência do núcleo, citoplasma e nucléolos; frequência de mitoses; e quantidade de necrose. Escalas de graduação foram desenvolvidas para muitos tipos de câncer.
Exames moleculares como cromossomos análogos, PCR e antígenos de superfície das células (p. ex., em linfomas e leucemias) servem para delinear a origem do câncer metastático de um câncer primário desconhecido e ajudar a reconhecer a resistência à quimioterapia (p. ex., leucemia mielógena aguda).
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