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Neoplasia – Visão Geral Universidade Federal do Piauí Campus Ministro Reis Velloso Professora Franciele Basso F. Silva “Câncer não é uma doença, mas muitas desordens...” “Quando haverá uma cura para o câncer?” Nomenclatura O que significa NEOPLASIA? Novo crescimento = NEOPLASMA O que significa TUMOR? Edema causado pela inflamação = desapareceu!! O que significa ONCOLOGIA? do grego oncos = tumor, é o estudo dos tumores ou neoplasmas. “O neoplasma é uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo e não coordenado com aquele dos tecidos normais, e persiste da mesma maneira excessiva após a interrupção do estímulo que originou as alterações.” Oncologista britânico Willis Alterações genéticas que são passadas adiante para a prole das células tumorais BENIGNOS MALIGNOS Características micro e macroscópicas são consideradas relativamente inocentes Cânceres (caranguejo): poder infiltrativo e aderem a qualquer região Permanece localizado (sem disseminação), encapsulado Lesão pode invadir e destruir as estruturas adjacentes Removido cirurgicamente Pode disseminar para sítios distantes (metastatizar) Sobrevida maior Sobrevida menor Algumas vezes: doenças graves Morte BENIGNOS X MALIGNOS Dois componentes básicos: (1) células neoplásicas clonais (parênquima) comportamento de um tumor e suas consequências patológicas (2) estroma reativo (tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e quantidade variável de macrófagos e linfócitos) crescimento e evolução são criticamente dependentes do seu estroma Nutrição Molde Estímulo parênquima x estroma colagenoso = Desmoplasia Neoplasmas: mole e carnoso Duros como pedra ou cirróticos Nomenclatura BENIGNOS MALIGNOS Ligação do sufixo -oma à célula de origem. Origem nas células epiteliais: são denominados carcinomas Células mesenquimais geralmente seguem essa regra (fibroma, condroma) Surgem do tecido mesenquimal geralmente são denominados de sarcomas (fibrossarcoma, condrossarcoma, leiomiossarcoma e rabdomiossarcoma) Epiteliais (diversificada): próprias células de origem, padrão microscópico, arquitetura macroscópica. Carcinoma de células escamosas: lembram epitélio escamoso estratificado Adenoma: derivado de glândulas Adenocarcinoma: crescimento em padrão glandular Papilomas: superfície epitelial, produzem micro e macroscopicamente projeções visíveis (dedos ou verrucosas) Tumor maligno indiferenciado Pólipo: projeção macroscopicamente visível sobre a superfície mucosa e se projeta, por exemplo, no lúmen gástrico ou colônico. Nomenclatura Neoplasmas são de origem monoclonal Incomumente, a diferenciação divergente de um único clone neoplásico com duas linhagens: Tumores mistos - Adenoma pleomórfico Ex. Tumor misto com origem em glândula salivar. Não confundir: Teratomas se originam de células totipotentes, células maduras ou imaturas : mais de uma camada germinativa, algumas vezes de todas as três Características das Neoplasias Benignas e Malignas “...diferenciação entre tumores benignos e malignos e uma das distinções mais importantes que um patologista pode fazer... com base em sua morfologia, com considerável confiança.” Concordância entre o aspecto do neoplasma e seu comportamento biológico Quando não: perfil molecular ou outros testes moleculares Podem ser distinguidos com base: 1. diferenciação e anaplasia, 2. na sua taxa de crescimento, 3. na invasão local e 4. nas metástases. KUMAR et al. 2010 DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA DIFERENCIAÇÃO: o quanto as células do parênquima neoplásico lembram as células parenquimatosas normais correspondentes (morfológica e funcionalmente) ANAPLASIA: falta de diferenciação. Em geral, os tumores benignos são bem diferenciados Tumores bem diferenciados benignos Mitoses: extremamente reduzidas em número e apresentam configuração normal. Neoplasias malignas Desde surpreendentemente bem diferenciadas a completamente indiferenciadas. 1 DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA Qual tecido? Pouco ou bem diferenciado? Leiomioma do útero. 1 -fibras musculares lisas maduras, arranjadas em feixes em várias direções -celularidade (quantidade de núcleos por unidade de área) é um pouco maior e o arranjo em feixes mais nítido (os feixes se cruzam às vezes em ângulo reto) -não há atipias, mitoses ou necrose DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA Qual tecido? Diferenciado? Adenocarcinoma cólon 1 Glândulas cancerosas: irregulares em forma e tamanho Arquitetura tecidual: desorganizada Invasão da camada muscular DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA ANAPLASIA: falta de diferenciação, marca registrada da malignidade. Associada a muitas alterações morfológicas: Pleomorfismo: variação no tamanho e na forma de células e núcleos (não são uniformes) Morfologia nuclear anormal: cromatina abundante, cora-se fortemente (hipercromático), apresenta-se agrupada e distribuída pela membrana nuclear, razão núcleo-citoplasma pode chegar a 1:1, núcleo com formato irregular, possuindo grandes nucléolos. Mitoses: possuem grande número de mitoses (maior atividade proliferativa – malignidade?). Figuras mitóticas atípicas, bizarras - fusos tripolares, quadripolares ou multipolares Perda de polaridade: células tumorais crescem de maneira desorganizada Células gigantes tumorais: único núcleo gigante e polimórfico, enquanto outras apresentam dois ou mais grandes núcleos hipercromáticos Áreas centrais sofrem necrose isquêmica 1 DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA Qual tecido? Qual neoplasia? 1 - Tumor anaplásico do músculo esquelético (rabdomiossarcoma). - Marcante pleomorfismo celular e nuclear, - Núcleos hipercromáticos - Células gigantes tumorais DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA Qual tecido? Qual neoplasia? 1 - Leiomiosarcoma - Área de necrose DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA1 1 1 Número maior em neoplasias malignas 1 DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA DISPLASIA? Literalmente: crescimento desordenado Incluem a perda da uniformidade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetônica. figuras mitóticas: mais abundantes do que o normal e em localizações anormais dentro do epitélio Carcinoma in situ: Alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio, porém a lesão permanece confinada pela membrana basal. Carcinoma invasivo: Uma vez que as células tumorais tenham rompido a membrana basal Contudo, a displasia não necessariamente progride para câncer. 1 Antes de finalizar o tópico... Alterações leves a moderadas que não envolvem toda a espessura do epitélio podem ser reversíveis DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA1 Carcinoma in situ. Toda a espessura do epitélio foi substituída por células displásicas. Não há diferenciação ordenada das células escamosas. A membrana basal está intacta e não há tumor no estroma subepitelial Carcinoma in situ. ausência de diferenciação normal, marcante pleomorfismo nuclear e celular, e numerosas figuras mitóticas se estendendo em direção à superfície TAXA DE CRESCIMENTO Célula original transformada (aproximadamente 10μm de diâmetro) = 30 duplicações em sua população para produzir 109 células = menor massa clinicamente detectável Em contraste: +10 ciclos de replicação = 1012 células (pesando ~ 1 kg) tamanho máximo compatível com a vida Suposição de que todos os descendentes de uma célula transformada retêm a habilidade de se dividir e de que não há perda celularno grupo replicativo. 2 Quanto demora para que seja produzida uma massa tumoral clinicamente detectável? Quando um tumor sólido puder ser detectado clinicamente, significa que ele já completou a maior parte de seu ciclo de vida Necessidade de desenvolver marcadores diagnósticos para detectar tumores malignos precoces TAXA DE CRESCIMENTO A taxa de crescimento de um tumor é determinada por três fatores principais: a) O tempo de duplicação das células tumorais, b) A fração das células tumorais que se encontram no grupo replicativo, c) A taxa com que as células são perdidas ou morrem Controles do ciclo celular desordenados x células incitadas a entrar no ciclo sem restrições. Células dentro da população tumoral que estão no grupo replicativo: fração de crescimento 2 crescimento dos tumores: não está associado ao encurtamento do tempo do ciclo celular TAXA DE CRESCIMENTO2 1. Vasta maioria das células transformadas estão no grupo replicativo 2. A medida que cresce: células deixam o grupo replicativo descamação, da falta de nutrientes, da necrose, da apoptose, da diferenciação e da reversão da fase não proliferativa do ciclo celular (G0). Tumor clinicamente detectável = a maioria das células não estarão no grupo replicativo. A fração de crescimento das células tumorais possui um efeito profundo em sua susceptibilidade à quimioterapia para o câncer. Isso é bom? INVASÃO LOCAL BENIGNOS Crescem como uma massa expansiva coesa, localizada em seu sítio de origem. Não apresentam a capacidade de infiltrar, invadir ou metastatizar Devido ao crescimento e expansão vagorosas: geralmente desenvolvem uma margem de tecido conjuntivo comprimido: cápsula fibrosa Essa cápsula não evita que o tumor cresça, mas mantém o tumor benigno como uma massa discreta, facilmente palpável e bem móvel, que pode ser enucleada cirurgicamente 3 INVASÃO LOCAL BENIGNOS 3 INVASÃO LOCAL MALIGNOS Infiltração progressiva, invasão e destruição dos tecidos circunjacentes Penetrar, por exemplo, a parede do intestino ou do útero, ou perfurar a superfície cutânea Torna a ressecção cirúrgica difícil ou mesmo impossível: margem (aparentemente normal). Afora o desenvolvimento de metástases, a invasividade é a característica mais confiável para diferenciar os tumores malignos dos benignos. 3 Lembrar: Carcinomas in situ, características citológicas de malignidade sem a invasão da membrana basal. INVASÃO LOCAL MALIGNOS 3 METÁSTASES As metástases são implantes tumorais descontínuos com o tumor primário. Invasividade: permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades corpóreas, provendo a disseminação 30% dos indivíduos recém-diagnosticados com tumores sólidos: metástases Reduz fortemente a possibilidade de cura 4 Meios para bloquear metástases: Bem-vindos!!! METÁSTASES4 Obrigada!!
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