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Contestação I
2ª FASE OAB – MÓDULO V – PEÇAS PROFISSIONAIS PASSO A PASSO
CONTESTAÇÃO I
A partir deste bloco, será tratado sobre contestação.
Redigir uma contestação é muito mais fácil do que redigir uma reclamação. Na reclama-
ção, é preciso buscar a fundamentação, muitas vezes não contando com referência, com 
um norte. Na contestação, há uma fundamentação – já existe a referência –, basta contra-
-argumentar.
São respostas do réu: a contestação e as exceções de incompetência, de suspeição e 
de impedimento.
ESTRUTURA DA CONTESTAÇÃO
1. Endereçamento
O primeiro passo para elaborar uma contestação é endereçá-la ao juízo competente. O 
juízo competente é aquele em que está tramitando a reclamação trabalhista a que a contes-
tação se refere.
A partir deste ponto, o texto objeto de análise, legal ou não, terá recuo à direita, enquanto 
comentários que se refiram a esse texto terão recuo à esquerda.
O endereçamento deverá ser redigido da seguinte maneira:
AO DOUTO JUÍZO DA _____ VARA DE TRABALHO DE _____.
À semelhança da estrutura de uma reclamação, o segundo passo é incluir a qualificação 
das partes, a indicação do fundamento legal da peça processual (art. 847 da CLT) e da sua 
denominação.
Logo, há o seguinte:
AO DOUTO JUÍZO DA _____ VARA DE TRABALHO DE _____.
Processo n. _____
NOME DO RECLAMADO, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, perante 
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com 
escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no 
art. 847 da CLT, OFERECER:
CONTESTAÇÃO
à reclamação trabalhista que lhe move NOME DO RECLAMANTE, já qualificado nos autos em 
epígrafe, pelas ações de fato e de direito a seguir expostas.
Atente-se para a escolha de verbo adequado: propor é adequado para reclamações; 
interpor, para recursos; e oferecer, para contestar. 
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2. Preliminares, prejudiciais, mérito e reconvenção
Concluída a redação do endereçamento, é preciso observar as preliminares, as prejudi-
ciais, os méritos e a reconvenção, respectivamente, que constituirão o corpo da contestação, 
distribuídos em seções.
A título de memorizar a estrutura da contestação quanto às seções, confira o índice 
que se segue:
I – Preliminar de Mérito;
II – Prejudiciais;
III – Mérito;
IV – Reconvenção;
V – Requerimentos Finais.
É preciso analisar, no caso concreto, se há preliminares, prejudiciais e reconvenção. 
Havendo, deverão ser incluídas. Já os tópicos do mérito e dos equipamentos finais estarão 
presentes em todas as contestações.
2.1 Preliminares
São hipóteses de preliminares de contestação todas as relacionadas no art. 337 do 
Código de Processo Civil.
Para identificá-las, sugere-se que sejam observados os seguintes passos, o que convém 
ser chamados de procedimentos de pensamento:
1º Passo – Ao fazer a primeira leitura, reserve todos os problemas relacionados com o proces-
so, como o que lhe parecer ser caso de incompetência, hipóteses de falta de pedido, de ilegiti-
midade etc.
Então, o primeiro passo consiste no momento que deve-se identificar o que julgamos ser 
problemas de processo. Não é momento de identificar o que tange ao direito material.
2º Passo – Verifique se eles se enquadram em alguma das hipóteses do art. 337 do CPC ou se é 
o caso de inobservância do art. 840, 1º ou do art. 852-B, II, ambos da CLT.
Se o problema de processo identificado estiver relacionado a um dos artigos expressos 
acima, então trata-se de uma preliminar, que deve ser arguida. 
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Nesse momento, sugere-se que seja elaborado o tópico da preliminar, relatado o fato e, 
na sequência, apontado o fundamento, que terá sido identificado quando confirmada a preli-
minar no passo acima.
Assim, restará somente a elaboração do pedido.
Cabem observações sobre os itens legais citados no passo acima.
O art. 852-B, II, CLT versa sobre o procedimento sumaríssimo, dispondo que o recla-
mante deve trazer o nome e endereço corretos do reclamado, além de trazer pedido que seja 
certo, determinado e líquido (com valores expressos).
O art. 840, § 1º, da CLT versa sobre todos os procedimentos, dispondo que o reclamante 
deve trazer os requisitos da petição inicial e que o pedido deve ser líquido, à semelhança do 
dispositivo referido no parágrafo acima. Os requisitos listados pelo art. 840, quanto à petição 
inicial, são: endereçamento, qualificação, fatos, pedidos (que devem ser certos, determina-
dos e líquidos), data e assinatura. 
Deve-se ter em mente que, em regra, o pedido será de extinção, sem resolução do mérito, 
quando se tratar de preliminar de contestação. No tocante à extinção, os dispositivos de refe-
rência são os arts. 485 e 487 do CPC; mais especificamente, as hipóteses de preliminar 
constam no art. 485 do CPC.
a) Inépcia da petição inicial
Analisa-se o caso em que o examinador relata que o reclamante postula indenização por 
dano moral se indicar qualquer motivo, ou seja, sem causa de pedir.
O primeiro passo é perceber que há um problema relacionado com o processo: a ausên-
cia da causa de pedir. A partir da suspeita da ausência da causa de pedir, é aconselhável que 
seja feita nova leitura da proposta, a fim de identificar se essa ausência é de fato pertinente. 
Caso seja pertinente, então há identificado um problema relacionado com o processo. 
O segundo passo consiste em verificar se estamos diante de uma das hipóteses do art. 
337 do CPC. Metodologia aconselhável é conferir todas as hipóteses na ordem dos incisos, a 
fim de identificar propriamente qual é a hipótese adequada para o caso em mãos. No nosso 
caso, trata-se de inépcia da petição inicial.
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CPC
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
As hipóteses de inépcia da petição inicial constam no art. 330, § 1º, do CPC. Confira-
-o a seguir:
Art. 330, § 1º, CPC. Considera-se INEPTA a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedi-
do genérico;
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.
No nosso caso, o fundamento que será utilizado é a hipótese do primeiro inciso do dis-
positivo acima. 
Isto posto, é possível redigir o tópico referente à seção de preliminar, respeitando 
a sequência lógica já observada anteriormente (fato, fundamento). A redação se dará da 
seguinte forma:
I – PRELIMINAR
1. Inépcia da petição inicial
Na petição inicial da reclamação trabalhista consta o pedido de condenação do reclamando ao 
pagamento de indenização por danos morais, sem a indicação de qualquer causa de pedir.
Segundo estabelece o art. 330, § 1º, I, do CPC, a petição inicial seráinepta quando lhe faltar o 
pedido ou causa de pedir. Quanto ao pedido de indenização por danos morais, a petição inicial 
apresenta apenas o pedido, sendo, portanto, inepta neste particular.
Esclarece-se que a inépcia da petição inicial é matéria que deve ser tratada em preliminar de con-
testação, nos termos do art. 337, IV, do CPC.
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Atente-se para a sequência lógica que o texto acima apresenta: o primeiro parágrafo traz 
a descrição do fato; o segundo e o terceiro trazem o fundamento.
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Aryanna Linhares. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.