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Lactente Sibilante

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Lactente Sibilante 1
Lactente Sibilante
PREVALÊNCIA 5
Os lactentes constituem um grupo de risco para a sibilância devido à presença 
de fatores anatômicos característicos dessa faixa etária, como:
Menor calibre da via aérea.
Maior resistência das vias aéreas.
Maior complacência da caixa torácica.
Recolhimento elástico pulmonar mais eficiente.
Inserção mais horizontalizada do diafragma.
Maior númeor de glândulas mucosas.
O lactente sibilante é a criança com menos de 2 anos de idade que apresenta 
sibilância contínua por 1 mês ou, pelo menos, 3 episódios de sibilância no 
último ano. Esse quadro também é conhecido como bebê chiador.
A sibilância recorrente também é definida como a presença de mais de 3 
episódios de sibilância no ano. Quanto mais precoce e mais grave a infecção 
pelo vírus sincicial respiratório VSR na infância, maior o risco de sibilância 
recorrente. Fatores de risco incluem:
Sexo masculino.
Prematuridade e baixo peso ao nascer.
Uso de oxigênio no período neonatal.
Antecedente pessoal de atopia.
Infecção pelo VSR no primeiro ano de idade.
Aspiração de conteúdo alimentar.
DRGE.
IgE sérica elevada.
História materna de asma.
Tabagismo materno.
Lactente Sibilante 2
Geralmente, os episódios de sibilância são desencadeados por infecções 
respiratórias virais. Classicamente, os episódios começam com um quadro 
clínico sugestivo de IVAS, com coriza nasal, febre baixa e tosse seca, 
evoluindo para tosse produtiva e desconforto respiratório, em diferentes 
gravidades, com ausculta pulmonar com sibilos e/ou estertores. O quadro dura 
de 7 a 10 dias, com resolução total e recorrência após nova infecção viral.
💡 O sibilo é o som resultante da passagem de um fluxo turbulento de ar 
por vias aéreas estreitas ou parcialmente obstruídas. Quando esse 
fluxo turbulento ocorre nas pequenas vias aéreas terminais, a 
ausculta resultante pode ser de estertores finos. Diversos fatores 
podem levar à sibilância, como redução do calibre dos brônquios por 
broncoespasmo, edema de mucosa ou anomalia brônquica congênita, 
compressões extrínsecas como adenomegalias e tumores, obstrução 
dinâmica das VA como traqueomalácia e obstruções intraluminais, 
como corpo estranho e secreções.
É importante investigar diagnósticos diferenciais e identificar precocemente os 
pacientes que persistirão com sibillância até a idade escolar, já que até 30% 
dos pré-escolares com sibilância recorrente serão diagnosticicados com asma 
aos 6 anos de idade. Para auxiliar nessa tarefa, diversos escores clínicos foram 
desenvolvidos, sendo um dos mais utilizados o índice preditivo de asma API, 
que identifica um risco de 4 a 10 vezes maior de a criança ser asmática na 
idade escolar na presença de 1 critério maior ou 2 menores. Esse escore foi 
posteriorimente modificado (mAPI, com a adição de critérios de sensibilização 
alérgica.
Escore preditivo de asma API
Sibilância precoce e frequente (pelo menos 3 episódios) associado a 1 
critério maior OU 2 critérios menores.
Critérios maiores:
Pelo menos um dos pais com asma.
Dermatite atópica pessoal.
Lactente Sibilante 3
Critérios menores:
RInite alérgica pessoal.
Sibilância por outros desencadeantes que não virais.
Eosinofilia periférica de pelo menos 4%.
Índice preditivo de asma modificado (mAPI
Pelo menos 4 episódios de sibilância/ano associado a 1 critério maior 
OU 2 critérios menores.
Critérios maiores:
Pelo menos um dos pais com asma.
Dermatite atópica pessoal.
Sensibilização alérgica a pelo menos um aeroalérgeno.
Critérios menores:
Sensibilização alérgica a leite, ovo ou amendoim.
Sibilância por outros desencadeantes que não virais.
Eosinofilia periférica de pel menos 4%.
O resultado negativo nos escores não exclui a possibilidade de asma na idade 
escolar. Devemos suspeitar dessa possibilidade na presença de sibilância por 
outuros desencadeantes que não virais (por exercício físico e exposição a 
aeroalérgenos), antecedentes pessoais e familiares de atopia e resposta 
terapêutica a broncodilatadores e a corticóide inalatório.
Sibilantes recorrentes que não apresentam melhora clínica após o uso de 
cortićoides inalatórios e broncodilatadores ou que não apresentam os 
episódios de sibilância desencadeados por IVAS também devem ser 
investigados para diagnósticos diferenciais.
Ainda que a crise de sibilância seja desencadeada pela infecção viral, diversos 
mecanismos estão envolvidos, como descamação epitelial, broncoconstrição, 
edema de parede brônquica e hipersecreção. Como a contribuição de cada um 
desses mecanismos é extremamente variável, nem sempre haverá melhora 
clínica com a adoção das mesmas medidas utilizadas na crise asmática. Por 
vezes, o tratamento pode ser feito apenas com inalação e lavagem nasal com 
SF, como é feito na bronquiolite viral aguda. Em outros casos, principalmente 
na presença de recorrência dos episódios de sibilância, recomenda-se o uso 
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de broncodilatadores de curta duração e, dependendo da gravidade, até dos 
corticóides sistêmicos. O tratamento deve ser orientado conforme a etiologia.
Se a suspeita clínica for de asma, deve ser instituído o tratamento de 
manutenção. Segue a mesma linha do tratamento para asmáticos, estando 
indicado apenas naqueles pacientes com fatores de risco para sibilância 
recorrente e com risco elevado de asma na idade escolar. A reavaliação 
clínica deve ser feita a cada 3 a 4 meses, orientando o tratamento. Em 
pacientes bem controlados, sem crises de sibilância nesse período, deve-
se tentar a redução da dose em uso ou a suspensão do medicamento. O 
tratamento de manutenção é feito de acordo com o seguinte esquema:
Etapa 1
Educação.
Controle ambiental.
Beta-2 agonista de curta duração SOS.
Etapa 2 adicionar medicação de controle à etapa 1.
Corticóide inalatório em baixa dose.
Opção: antagonista de leucotrieno OU corticóide inalatório 
intermitente (nas crises).
Etapa 3 alterar a medicação.
Dobrar a dose do corticóide inalatório.
Opção: corticóide inalatório em baixa dose + antagonista de 
leucotrieno.
Etapa 4 encaminhar ao pneumologista pediátrico. Pode-se adicionar 
medicamentos à etapa 3.
Antagonista de leucotrieno OU aumentar a frequência do corticóide 
inalatório.
Algumas medidas gerais estão associadas à redução do risco de sibilância 
recorrente, principalmente aquelas associadas à redução da frequência das 
IVAS. Cada mês de AME reduz em 15% o risco de sibilância recorrente com 1 
ano de idade.
Suplementação de vitamina D durante a gestação.
AME até os 6 meses de vida.
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Evitar aglomerações e visitas de familiares doentes a menores de 6 meses.
Vacinação anual anti-influenza em menores de 6 anos.
Uso de palivizumabe em lactentes com indicação.
PT  IG 29s até 1 ano de idade.
Lactentes com cardiopatia congênita com comprometimento 
hemodinâmico em uso de tratamento até os 2 anos de idade.
Lactentes com displasia broncopulmonar em tratamento com oxigênio 
suplementar, corticóide inalatório ou diurético até os 2 anos de idade.

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