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Interações entre plantas medicinais_fitoterápicos e medicamentos_alimentos

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Interações entre plantas medicinais/�toterápicos e
medicamentos/alimentos
Profª. Maria Helena Durães Alves Monteiro
Descrição
As ocorrências de interações pelo uso associado de plantas medicinais
e fitoterápicos com medicamentos e alimentos.
Propósito
Destacar a importância do conhecimento das interações de plantas
medicinais e fitoterápicos com medicamentos e alimentos, para que seu
uso seja racional e orientado nas práticas das diferentes áreas da saúde,
em especial na atuação profissional do farmacêutico.
Objetivos
Módulo 1
Tipos de interações
Definir os tipos de interação de importância farmacológica e clínica
relevantes para o estudo de plantas medicinais e fitoterápicos.
Módulo 2
Interações com medicamentos alopáticos
Descrever as principais interações de plantas medicinais e
fitoterápicos com medicamentos alopáticos.
Módulo 3
Interações de alimentos e suplementos
Reconhecer as principais interações de alimentos e suplementos
alimentares.
Neste conteúdo, apresentaremos as interações de plantas
medicinais, fitoterápicos, alimentos e suplementos, relacionando
suas definições e características relevantes para a prática dos
profissionais da área de saúde.
Destacaremos os medicamentos fitoterápicos usados para o
tratamento de várias doenças, associando os efeitos adversos e as
interações entre medicamentos e plantas medicinais, alimentos e
suplementos alimentares.
Este material pode ser o início de um estudo mais profundo para
profissionais de saúde envolvidos na terapia e que objetivam
maximizar os resultados clínicos, reduzindo os efeitos negativos e
tóxicos das plantas e evitando interações medicamentosas.
Introdução
1 - Tipos de interações
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir os tipos de interação de importância
farmacológica e clínica relevantes para o estudo de plantas medicinais e �toterápicos.
Interações: de�nições e classi�cação
O termo “interação” é muito usado em diversas áreas das ciências
farmacêuticas, incluindo a farmacologia, a farmacognosia e a
fitoterapia. Antes de iniciarmos o uso desse termo no contexto dos
medicamentos (alopáticos e fitoterápicos), vamos relembrar o que
significa interação?
De forma bem simples, podemos de�nir interação como a
in�uência recíproca de um elemento sobre outro.
Os efeitos fisiológicos ou farmacológicos de substâncias que entram
em contato com nosso organismo, independentemente de sua origem
ou via de administração, estão sujeitos a sofrer (e gerar) influências,
diretas ou indiretas, umas sobre as outras. Com essa definição em
mente, vamos iniciar nosso estudo sobre as interações
medicamentosas.
Os princípios utilizados na identificação das interações
medicamentosas são os mesmos estudados para os xenobióticos, ou
seja, substâncias químicas estranhas ao organismo humano que podem
ou não ter efeito nocivo à saúde.
O efeito produzido tem relação com diversos fatores, como a
quantidade do medicamento, a idade e o tempo de exposição do
indivíduo, as características fisiológicas e as condições de adoecimento
crônico.
Assim, as interações de plantas medicinais/fitoterápicos com
medicamentos, diretamente ou entre si, e ainda dos
alimentos/suplementos alimentares com medicamentos que
apresentem compostos bioativos são de interesse para a prática dos
profissionais da área de saúde que precisam orientar o usuário de forma
correta.
As possibilidades de interação são inúmeras, incluindo medicamentos,
drogas, plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos, suplementos
alimentares e outros ingredientes.
Atenção
As interações medicamentosas estão entre as mais investigadas e
podem ser definidas como o evento clínico em que os efeitos de um
fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida
ou algum agente químico-ambiental, constituindo causa comum de
efeitos adversos.
Os medicamentos, quando administrados em conjunto com outras
substâncias, como outros medicamentos, substâncias químicas ou do
ambiente, alimentos, plantas medicinais e fitoterápicos, podem ter
efeitos diferentes dos esperados caso fossem usados isoladamente,
podendo até mesmo interferir em exames laboratoriais.
Vamos relembrar as definições de medicamento e insumo farmacêutico
ativo (IFA), que inclui o fármaco, de acordo com a Anvisa.
Medicamento
“Produto farmacêutico,
tecnicamente obtido ou
elaborado, com
Insumo farmacêutico
ativo (IFA)
“Substância química
ativa, fármaco, droga ou
finalidade profilática,
curativa, paliativa ou
para fins de
diagnóstico” (BRASIL,
2007, n. p.).
É uma forma
farmacêutica terminada
que contém o fármaco,
geralmente em
associação com
adjuvantes
farmacotécnicos.
matéria-prima que
tenha propriedades
farmacológicas com
finalidade
medicamentosa,
utilizada para
diagnóstico, alívio ou
tratamento, empregada
para modificar ou
explorar sistemas
fisiológicos ou estados
patológicos, em
benefício da pessoa na
qual se administra.”
(BRASIL, 2020a, n. p.).
É importante lembrar que as plantas utilizadas para fins medicinais
podem ser encontradas no mercado nacional nas categorias de
alimento, suplemento alimentar e droga vegetal (medicinal), enquanto
os medicamentos fitoterápicos pertencem à categoria regulada nos
órgãos oficiais e podem ser encontrados em farmácias ou drogarias ou
serem elaborados em farmácias magistrais. Dessa forma, é
fundamental conhecer a espécie vegetal e as formas farmacêuticas
disponíveis para indicação e/ou prescrição.
Agora, vamos conhecer como as interações se classificam e os
mecanismos pelos quais atuam no organismo humano.
Tipos de interações e seus mecanismos
Para estudar as interações entre os xenobióticos, é necessário conhecer
os principais tipos e seus mecanismos de atuação, pois assim será
possível predizer, identificar e evitar seu surgimento no organismo
quando necessário. A maioria dos mecanismos pode ser categorizada
como:
A maioria dos mecanismos pode ser categorizada como:
Interações químicas diretas

Farmacodinâmicas
Farmacocinéticas
Interações químicas diretas
A formação de dois produtos químicos (substância/complexo químico
com outro) pode modificar a ação de um deles ou de ambos. De forma
geral, as interações químicas diretas requerem a ingestão de ambos os
produtos químicos num período relativamente curto entre eles.
Exemplo
A ligação da tetraciclina (antibiótico) ao carbonato de cálcio (de
alimentos ou suplementos) no intestino delgado forma um produto
insolúvel que provoca a redução ou a perda da ação terapêutica do
antibiótico. Outro exemplo é a atuação dos antídotos, que formam
complexos e podem alterar significativamente a taxa de absorção de
outras substâncias químicas pela alteração do pH ou pelo tempo de
esvaziamento gástrico.
Interações farmacodinâmicas
Resultam em mudanças na resposta biológica das duas substâncias
(xenobióticos) envolvidas, mas sem qualquer alteração na concentração
plasmática de qualquer uma delas. Quando os dois xenobióticos
possuem ação farmacológica semelhante, produzem um efeito aditivo
ou sinérgico. Porém, quando dois xenobióticos têm efeitos
farmacológicos opostos, produzem uma resposta reduzida ou nula.
A ocorrência e o resultado de uma interação farmacodinâmica
dependem dos seguintes fatores sobre as substâncias: local (ou locais)
de ação, mecanismo da atividade biológica e previsibilidade da
obtenção de níveis adequados nos sítios de ação. As interações
farmacodinâmicas podem ser diretas ou indiretas:
Interações farmacodinâmicas diretas (IFD)
Ocorrem no mesmo sítio de ligação, um receptor extracelular
ou uma enzima, em que cada substância (xenobiótico) exerce o
seu efeito farmacológico. Os dois xenobióticos podem produzir
um efeito fisiológico aditivo ou, no caso de um deles ser um
antagonista ou um agonista mais fraco, o resultado pode ser a
diminuição da resposta ao agonista mais forte.
Interações farmacodinâmicas indiretas
Ocorrem quando dois xenobióticos atuam na mesma via
fisiológica desdeo receptor ao efetor, mas em sítios
moleculares de ação diferentes. Ou seja, duas substâncias
(xenobióticos) podem afetar cada uma o mesmo órgão, mas de
formas diferentes, e, quando ingeridas em conjunto, podem
aumentar significativamente a propensão para o dano de
órgãos, mesmo que os efeitos tóxicos não sejam detectados
independentemente.
Antagonista
Que impede a ativação do receptor.
Agonista mais fraco
Que ativa receptores que produzem a resposta desejada, porém mais fraca.
Um exemplo de interação farmacodinâmica indireta seria o consumo
concomitante da folha de Ginkgo com um inibidor da ciclo-oxigenase,
como a aspirina. Considerando seu suposto antagonismo de fator de
ativação de plaquetas, ocorreria um aumento da propensão para
hemorragias, ou seja, um efeito aditivo da ação farmacológica.
Se a planta medicinal/o fitoterápico e o medicamento afetam o mesmo
receptor ou o mesmo local de ação, ocorre uma interação
potencializando o seu efeito — o que chamamos de sinergismo. Mas se
a sua ação é reduzida ou anulada, ocorre o antagonismo. Entenda a
seguir:
Sinergismo
O sinergismo ocorre
nos casos em que duas
ou mais substâncias
(xenobióticos)
administradas
Antagonismo
No antagonismo, a
administração conjunta
de substâncias
(xenobióticos) pode
levar à diminuição do
conjuntamente têm o
mesmo efeito
farmacológico. Como
exemplo de efeito
aditivo prejudicial,
temos o uso
concomitante de
depressores do sistema
nervoso central (SNC) e
etanol, cujos efeitos vão
desde a redução das
habilidades
psicomotoras até o
coma e óbito.
efeito, por exemplo, por
competição ou bloqueio
do receptor. Como
exemplo temos o efeito
farmacológico dos
hipoglicemiantes é
reduzido pela
administração conjunta
de glicocorticoides. No
entanto, o antagonismo
torna-se benéfico
quando uma substância
é empregada como
corretiva ou antídoto.
Interações farmacocinéticas
Ocorrem quando uma substância (xenobiótico) afeta a absorção, a
distribuição, o metabolismo ou a excreção de outra substância,
resultando em níveis alterados de uma delas ou dos seus metabólitos.
Essas interações incluem efeitos causados pelas substâncias químicas
nas enzimas metabolizadoras e transportadoras que afetam o período
da concentração de uma ou de ambas as substâncias químicas no
organismo. Normalmente ocorrem nos intestinos, no fígado ou nos rins
e são classificadas de acordo com o seu local de ação, mecanismo de
alteração (metabolismo como um todo: absorção, distribuição e
excreção), competição para a ligação de proteínas e efeito sobre a
excreção.
Os xenobióticos sofrem frequentemente alterações
metabólicas por enzimas (as do citocromo P450 e a
UDP-glucuronil-transferase (UGTs), por exemplo)
resultando na formação de derivados estruturalmente
modificados (metabólitos) que podem possuir
diferentes atividades farmacológicas (maiores ou
menores) quando comparados com os do composto
parental consumido.
Um grupo importante de enzimas xenobióticas metabolizadoras são as
enzimas citocromo P450 (CYP), uma superfamília de hemoproteínas
que mediam a biotransformação de compostos endógenos e exógenos
no fígado, no intestino e em outros locais. Algumas isoenzimas de CYP
envolvidas com reações farmacocinéticas significativas em humanos na

metabolização de xenobióticos são: CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19,
CYP2D6, CYP2E1, CYP3A4, CYP2A6 e CYP2B6.
Toranja
Uma vez que muitos produtos químicos são substratos para as mesmas
isoenzimas de CYP, um composto pode inibir a atividade da enzima
metabolizando outro composto que é ingerido concomitantemente.
Além disso, a ingestão de uma substância horas antes de outra pode
induzir à produção de mais enzimas ou inibir a síntese normal da
enzima, afetando a taxa de metabolismo de uma segunda substância
metabolizada por essa mesma enzima. O suco de toranja fornece um
exemplo de uma interação associada às enzimas CYP, por suprimir o
CYP3A4 e alterar a concentração dos fármacos metabolizados pela
enzima.
No entanto, é importante lembrar que algumas substâncias podem ser
metabolizadas no sangue, nos rins, na pele e no intestino.
Atenção
As interações de fitoterápicos são geralmente do tipo farmacocinéticas
que resultam na inibição ou indução enzimática.
Como vimos, além das enzimas metabolizadoras, outros mecanismos
afetam significativamente essas interações, interferindo na absorção
química, distribuição e excreção. A atuação dos transportadores
transmembrana, que incluem as glicoproteínas P, é um importante
mecanismo de interação farmacocinética. Dependendo da localização e
da atividade, podem ter efeito significativo na concentração de uma
substância química no seu local de ação.
Glicoproteínas P
São codificadas pelo gene MDR1 e são responsáveis pela regulação do
fluxo de substâncias que entram e saem das células ou desempenham uma
variedade de funções.
O hipérico ou erva-de-são-joão age no transportador codificado com
MDR1 e na enzima CYP3A4, o que pode interferir na ação de
imunossupressores como a ciclosporina, utilizada por pacientes que
realizaram transplante de órgão, resultando em reduções significativas
na sua concentração e ocasionando a rejeição do órgão.
Outro exemplo é a interação com os contraceptivos orais, que diminuem
a sua efetividade. Isso ocorre porque a circulação dos níveis de
estrogênio após a ingestão de contraceptivos orais é parcialmente
regulada por transportadores (codificados com MDR1), assim o uso
concomitante com a erva-de-são-joão pode ocasionar aumento do
efluxo do hormônio, tornando os níveis do contraceptivo oral ineficazes.
Transportador codificado com MDR1.
Outro tipo de interação farmacocinética potencial dos xenobióticos é a
ligação às proteínas plasmáticas, por meio da competição por sítios de
ligação a proteínas que pode alterar a quantidade de substância não
ligada (ou seja, substância-livre ou outra substância) disponível para
exercer o seu efeito farmacológico. O problema é que a deslocação de
um xenobiótico altamente ligado à proteína plasmática por outro
composto pode resultar num aumento da atividade desse composto
deslocado. Para investigar a importância clínica, é necessário avaliar,
caso a caso, o potencial de deslocamento de sítios de ligação de
proteínas, a extensão e o local da ligação proteica, e a concentração de
cada substância no sangue.
A excreção renal ou biliar de xenobióticos e a sua
concentração plasmática podem também ser afetadas
por outras substâncias. As alterações na depuração
renal de um xenobiótico podem ocorrer por causa dos
efeitos de outra substância sobre o pH urinário, sobre a
secreção ativa de outra substância no túbulo renal.
Alguns ingredientes de suplementos dietéticos inibem
a absorção tubular, alteram mecanismos moleculares
importantes para a excreção de outros xenobióticos e
devem ser considerados como potenciais causas de
efeitos inesperados.
Importância e ocorrência das interações
O consumo de plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos e
suplementos alimentares é bastante comum na população, uma vez que
esses itens podem ser facilmente adquiridos em lojas de produtos
naturais, mercados, feiras livres ou comércio digital. A facilidade de
acesso aliada a fatores como falta de informação sobre cuidados,
indicações, posologia e ao mito de que “produtos naturais não fazem
mal” contribuem para a ocorrência de efeitos adversos oriundos de
interações indesejadas.
Saiba mais
As características fisiológicas e de hábitos do indivíduo podem
favorecer a ocorrência das interações, como no caso de crianças,
gestantes, lactentes e idosos. Fatores relacionados a medicamentos
(posologia e modo de administração, propriedades farmacocinéticas,
farmacodinâmicas e terapêuticas) e ao indivíduo (idade, sexo,
características genéticas, condição da saúde) podem causar inúmeras
interações. Atenção especial deve ser dada àqueles que têm alguma
doença crônica ou que possuem algum agravo à saúde e que estejam
sob tratamento fazendouso de medicamentos alopáticos.
O consumo de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos de
venda livre aumenta o risco de interações, podendo comprometer a
eficácia terapêutica dos tratamentos. Nesses casos, o
acompanhamento clínico é fundamental e qualquer alteração na
prescrição ou posologia dos medicamentos (alopáticos ou fitoterápicos)
deve ser orientada pelo médico.
Entre as interações mais importantes, estão as associadas ao uso
combinado de produtos fitoterápicos em pacientes com doenças
crônicas, como as cardiovasculares, neoplasias e doenças renais
crônicas. Essa afirmação é corroborada pelo Boletim Epidemiológico do
Ministério da Saúde (2020) que registra as doenças cardiovasculares
(DCV), o diabetes mellitus e os problemas respiratórios como as
principais doenças e agravos à saúde da população brasileira.
Algumas plantas medicinais afetam a farmacocinética de alguns
medicamentos utilizados nas doenças cardiovasculares, por vários
mecanismos de interações. Dentre elas, podemos citar algumas
bastante comuns:
Gengibre (Zingiber officinale Roscoe).
Alho (Allium sativum L.).
Hortelã (Mentha × piperita).
No caso do tratamento do câncer, os mecanismos farmacocinéticos
mais comuns são a inibição mediada por algumas plantas medicinais
ou fitoterápicos e a estimulação de enzimas metabolizadoras de drogas
e/ou proteínas de transporte.
Os pacientes portadores de doença renal crônica apresentam maior
risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Por esse motivo, é
comum a prescrição associada de antiplaquetários e anticoagulantes
que podem interagir e produzir efeitos sinérgicos ou aditivos, levando a
sangramentos ou hemorragias.
Os fitoterápicos são populares entre as mulheres para
aliviar os sintomas relacionados ao ciclo menstrual e à
menopausa como cansaço, depressão, dores nas
articulações e insônia.
Em acréscimo a esses grupos, temos os idosos que, na maioria das
vezes, são usuários de polifarmácia. Como orientação geral, plantas
medicinais e fitoterápicos devem ser evitados pelo risco aumentado de
ocorrência de interações, efeitos tóxicos e colaterais.
Atenção
Como recomendação geral, a utilização de plantas medicinais e
fitoterápicos deve ser supervisionada pelo profissional médico ou da
área de saúde habilitado.
Café com o especialista: interações
medicamentosas
Neste vídeo, os especialistas João Raphael Leite Castello Branco Maia e
Cristiane Paiva Coelho Soares conversarão sobre os tipos de interação,
suas características, os cuidados e riscos das interações
medicamentosas.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Sobre interações medicamentosas, assinale a alternativa correta.
Parabéns! A alternativa A está correta.
São consideradas interações medicamentosas todas as que
estabelecem associação entre xenobióticos, que incluem fármacos,
alimentos, bebidas ou substâncias químico-ambientais.
Questão 2
Um usuário, A.M.S, homem, com 56 anos, chega ao posto de saúde
do seu bairro com queixa de forte cefaleia (dor de cabeça) há dois
dias. O médico, ao realizar a anamnese, verifica que ele suspendeu
A
Interação medicamentosa é um evento clínico em
que os efeitos de um fármaco são alterados pela
presença de outro fármaco, alimento, bebida ou
algum agente químico ambiental.
B
As interações sempre causam malefícios ao
paciente.
C
As interações podem ocorrer apenas pelos
mecanismos de distribuição, biotransformação e
excreção.
D
O antagonismo competitivo ocorre em nível de
receptores e, portanto, é considerado como uma
interação farmacocinética.
E
Os alimentos não fazem interação com
medicamentos.
o uso do anti-hipertensivo sem conhecimento do clínico e iniciou a
ingestão de uma planta medicinal, na forma de chá ofertada pelo
seu vizinho. A justificativa do paciente foi a de que, pelo custo do
medicamento, buscou uma opção mais barata e que, por ser
natural, acreditava que “só poderia fazer bem”. Sobre a afirmativa
do usuário, “só poderia fazer bem”, o que um profissional da área de
saúde deveria informar?
Parabéns! A alternativa D está correta.
O uso de plantas medicinais e fitoterápicos deve ser orientado por
profissional da área de saúde capacitado (médicos, cirurgiões-
dentistas, farmacêuticos, enfermeiros) em seu campo de atuação
específico. Assim como os demais medicamentos, para que seu
efeito terapêutico seja alcançado, é necessário que haja correta
indicação, considerando, inclusive, possíveis efeitos adversos e
interações.
A
O paciente está correto, porque utilizar plantas
medicinais não oferece risco à saúde.
B
O paciente está incorreto, por ter suspendido sem
orientação o medicamento anti-hipertensivo, mas
realmente plantas medicinais só apresentam
benefícios.
C
O paciente está correto por substituir o
medicamento sem orientação médica.
D
O paciente está errado, porque toda alteração no
regime de prescrição deve ser orientada pelo
médico, incluindo o uso de plantas medicinais.
E
O paciente está correto, as plantas medicinais
podem substituir os medicamentos alopáticos sem
necessidade de orientação médica.
2 - Interações com medicamentos alopáticos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever as principais interações de plantas
medicinais e �toterápicos com medicamentos alopáticos.
Plantas medicinais e �toterápicos
Neste módulo, abordaremos algumas interações medicamentosas de
plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos de uso amplo com
medicamentos alopáticos de interesse para a prática clínica nas áreas
da saúde. Para tanto, consideramos o fato de que o uso de plantas
medicinais e fitoterápicos traz benefícios e riscos; destacamos ainda
que todas as substâncias ingeridas pelo indivíduo têm potencial para
promover interações.
As interações de plantas/fitoterápicos baseiam-se nos mesmos
princípios farmacocinéticos e farmacodinâmicos das interações
fármaco-fármaco. As interações de importância clínica relevante são as
que envolvem os efeitos no metabolismo via isoenzimas do citocromo
P450, o prejuízo das funções hepática ou renal e outros mecanismos.
Na prática clínica, a polifarmácia é comum. Os pacientes fazem
associações dos medicamentos com vitaminas, plantas medicinais e
alimentos. A popularidade das terapias alternativas, em especial a
fitoterapia, é um novo desafio para os profissionais de saúde, porque as
evidências sobre segurança e eficácia são incompletas, complexas e
pouco elucidativas. Assim, a verdadeira prevalência de interações
medicamentosas ainda é desconhecida.
Antes de seguirmos adiante, vamos recordar alguns
conceitos importantes na �toterapia?
Fitoterapia
De acordo com a definição da Política Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos, o termo “fitoterapia” (do grego
phyton, planta, e therapia, tratamento) é a terapêutica
caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas
diferentes formas farmacêuticas, incluindo os fitoterápicos,
sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de
origem vegetal.
Planta medicinal
Planta medicinal é definida como uma espécie vegetal,
cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. É um
produto medicinal acabado e etiquetado, cujos componentes
ativos são formados por partes aéreas, subterrâneas de
plantas ou outro material vegetal, ou ainda por combinações,
em estado bruto ou em formas de preparações vegetais.
Esse insumo tem diferentes formas de apresentação: planta
fresca, alimentos (incluindo cápsulas de acerola, óleo de alho e
outros), ervas secas e chás (considerados alimentos), droga
vegetal seca, tinturas e droga vegetal em pó (disponibilizadas
na forma de cápsulas).
Fitoterápicos
Fitoterápicos são medicamentos preparados a partir de plantas
medicinais, obtidos empregando-se exclusivamente derivados
da droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco e
outros). Não se considera medicamento fitoterápico aquele
que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas,
sintéticasou naturais, nem as associações dessas com
extratos vegetais.
Os medicamentos fitoterápicos, assim como todos os
medicamentos, são caracterizados pelo conhecimento da
eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela
reprodutibilidade e constância de sua qualidade.
A eficácia e a segurança de fitoterápicos devem ser
validadas mediante levantamentos
etnofarmacológicos, de utilização, documentações
técnico-científicas em bibliografia e/ou publicações
indexadas e/ou estudos farmacológicos e
toxicológicos pré-clínicos e clínicos. A qualidade deve
ser alcançada mediante o controle das matérias-
primas, do produto acabado, materiais de embalagem
e estudos de estabilidade.
Interações plantas medicinais/�toterápicos:
principais espécies botânicas
O Brasil é considerado um país megabiodiverso, conhecido pelo grande
número de espécies vegetais, incluindo as medicinais, amplamente
utilizadas pela população. Muitas vezes, o uso de plantas medicinais
está correlacionado à tradicionalidade e é a principal forma de cuidado
em alguns locais.
O potencial terapêutico da flora brasileira ainda está distante de ser
registrado na literatura científica, no entanto os compêndios
farmacopeicos têm fundamental importância como fonte de consulta
para orientação dos profissionais da área de saúde.
Saiba mais
De acordo com os dados oficiais (Sisab/Datasus), em 2017, as
atividades e os procedimentos relacionados a plantas
medicinais/fitoterapia foram os mais ofertados no Brasil, representando
49% do total de atendimentos individuais realizados no nível de Atenção
Primária à Saúde.
Atualmente, o SUS oferta doze medicamentos fitoterápicos que fazem
parte da Relação Nacional de Medicamentos (Rename), disponibilizados
na forma de medicamentos fitoterápicos industrializados, fitoterápicos
manipulados, drogas vegetais e planta medicinal fresca (ver quadro a
seguir).
Segundo o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da
Atenção Básica (PMAQ), os fitoterápicos mais utilizados na rede pública
são: guaco, espinheira-santa e isoflavona-de-soja, indicados como
coadjuvantes no tratamento de problemas respiratórios, gastrite/úlcera
e sintomas do climatério, respectivamente. Mas o mercado brasileiro
comercializa diversos medicamentos fitoterápicos, simples (com
apenas uma espécie botânica) e associados (com duas ou mais
espécies botânicas). Eles têm atuação em vários sistemas orgânicos
sobretudo para manejo da ansiedade, depressão, insônia e de outros
quadros relacionados (por exemplo, Passiflora sp., Valeriana officinalis,
Hypericum perforatum, Piper methysticum e Melissa officinalis).
Assim, a fim de relacionar as principais espécies botânicas de interesse
para abordar as interações medicamentosas (IM), foram selecionadas
plantas que fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais (BRASIL, 2020b), do Memento Fitoterápico da Farmacopeia
Brasileira (MFFB) e do Formulário Terapêutico Nacional, cujas
informações fazem parte de documentos oficiais.
Essas publicações são do Ministério da Saúde do Brasil e
estão disponíveis na internet para consulta.
O quadro a seguir mostra como as informações estão organizadas:
Relação Nacional de Medicamentos (Rename) 2020; Memento Fitoterápico da Farmacopeia
Brasileira (MFFB).
Extraído de: Brasil, 2020b.
Conforme se observa no quadro anterior, não há informação sobre as
interações de algumas plantas. Isso acontece por vários motivos, além
da complexidade dos estudos de investigação e da carência de
pesquisas, alguns dados estão incompletos ou simplesmente não
existem, bancos de dados podem estar desatualizados, entre outros.
É importante lembrar que a utilização de plantas
medicinais e/ou fitoterápicos deve ser acompanhada
por profissional da área de saúde, que pode orientar e
prescrever ou indicar os produtos considerando as
reais necessidades do usuário e seu quadro geral de
saúde.
As plantas medicinais e os fitoterápicos se enquadram nos princípios
do uso racional de medicamentos, imprescindível para a saúde integral.
Principais espécies botânicas
As espécies que comentaremos a seguir estão citadas com o nome
popular, o nome científico e a família botânica. As indicações e
interações medicamentosas foram pesquisadas no Memento
Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB).
Alcachofra (Cynara scolymus L., Asteraceae)
A droga vegetal das folhas da alcachofra, das quais se obtém a infusão
e o extrato seco padronizado, é disponibilizada em cápsulas ou
comprimidos. A alcachofra é indicada, para uso interno, como
antidispéptico, antiflatulento, diurético, auxiliar na prevenção da
aterosclerose por atuar como coadjuvante no tratamento de
dislipidemia e como auxiliar nos sintomas da síndrome do intestino
irritável.
Alcachofra (Cynara scolymus L., Asteraceae).
Quanto às interações medicamentosas, reduz a eficácia de
medicamentos que atuam na coagulação sanguínea, como ácido
acetilsalicílico (aspirina) e anticoagulantes cumarínicos (varfarina). É
indutora de enzimas do citocromo P450 (CYP3A4, CYP2B6 e CYP2D6),
podendo interagir diminuindo as concentrações sanguíneas de
fármacos de medicamentos que têm a mesma via metabólica.
Alho (Allium sativum L., Amaryllidaceae)
Alho (Allium sativum L., Amaryllidaceae)
O alho é indicado como coadjuvante no tratamento de problemas
respiratórios (bronquite crônica, asma), sintomas de gripes e resfriados,
expectorante, preventivo de alterações vasculares, coadjuvante no
tratamento de hiperlipidemia, hipertensão arterial e auxiliar na
prevenção da aterosclerose.
Os fitoterápicos são contraindicados em associação com
anticoagulantes orais (heparina, agentes trombolíticos, antiagregantes
plaquetários e anti-inflamatórios não esteroidais) por aumentarem o
risco de hemorragias e com a varfarina. Outras interações ocorrem com
antirretrovirais, inibidores da protease, reduzindo as concentrações
séricas dessa classe e aumentando o risco de falhas no tratamento.
Além disso, pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o
seu metabolismo.
Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville., Leguminosae)
O barbatimão é indicado como cicatrizante. Em função da presença de
taninos nesse fitoterápico, é recomendado evitar o uso concomitante
com sais de prata, bases proteicas e princípios ativos vasodilatadores.
Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville., Leguminosae).
Camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae)
A camomila é indicada como antiespasmódico, ansiolítico, sedativo leve
e anti-inflamatório em afecções da cavidade oral. As interações
descritas incluem a varfarina, as estatinas e os contraceptivos orais.
Camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae).
Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC., Rhamnaceae)
Os fitoterápicos à base de cáscara-sagrada são indicados para
tratamento de curto prazo da constipação intestinal ocasional.
Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC., Rhamnaceae).
O uso pode causar aceleração do trânsito intestinal, resultando na
absorção reduzida de fármacos de via oral e desequilíbrio eletrolítico,
como a hipocalemia (redução do potássio sérico), que pode
potencializar os efeitos de glicosídeos cardiotônicos (digoxina,
digitálicos ou estrofantina), fármacos antiarrítmicos (quinidina),
diuréticos tiazídicos, adrenocorticosteroides ou raiz de alcaçuz.
Castanha-da-Índia (Aesculus hippocastanum L., Sapindaceae)
Indicada para o tratamento da insuficiência venosa e fragilidade capilar.
A escina, princípio ativo da castanha-da-Índia, tem elevada capacidade
de ligação às proteínas plasmáticas (90%), podendo interferir na
farmacocinética de outros fármacos. O fitoterápico não deve ser
administrado com anticoagulantes orais, por risco de potencializar o
efeito anticoagulante. Há relato de caso de insuficiência renal após
administração concomitante à da escina e do antibiótico gentamicina.
Castanha-da-Índia (Aesculus hippocastanum L., Sapindaceae).
Cimicifuga (Actaea racemosa L., Ranunculaceae)É indicada para alívio dos sintomas do climatério, como rubor, fogachos,
transpiração excessiva, palpitações, alterações do humor, ansiedade e
depressão. Quanto às interações, podem ter efeito antagonista sobre
imunossupressores (ciclosporina e azatioprina), podendo ocasionar
rejeição de órgãos e tecidos em pacientes transplantados; o mesmo
ocorre com o uso de atorvastatina.
Cimicifuga (Actaea racemosa L., Ranunculaceae).
Além disso, pode ocorrer interação com analgésicos, anestésicos e
efeitos aditivos com agentes gastrointestinais. A cimicifuga deve ser
utilizada com cautela se associada a outros agentes hipotensores,
como betabloqueadores (metoprolol ou propranolol) e bloqueadores dos
canais de cálcio (diltiazem ou verapamil).
Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moench., Asteraceae)
A equinácea é indicada na prevenção e no tratamento coadjuvante dos
sintomas de resfriados. O fitoterápico deve ser administrado com
cautela em associação com fármacos cujo metabolismo é dependente
das enzimas CYP.
Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moench., Asteraceae).
Equisetum (Equisetum arvense L., Equisetaceae)
O equisetum é indicado como diurético. O uso de seus extratos pode
inibir a enzima CYP1A2, interferindo possivelmente em fármacos
metabolizados por essa via.
Equisetum (Equisetum arvense L., Equisetaceae).
Erva-de-são-joão/Hipérico (Hypericum perforatum L., Hypericaceae)
Indicado para o tratamento dos estados depressivos leves a moderados.
Erva-de-são-joão é um dos fitoterápicos com maior número de
interações medicamentosas reportadas, como ciclosporina,
anticoagulantes cumarínicos, anticoncepcionais orais, teofilina,
digoxina, indinavir e, possivelmente, outros inibidores de protease e
transcriptase reversa, alterando seus efeitos pela redução significativa
das concentrações plasmáticas dos fármacos. O hipérico atua na
indução da via metabólica do citocromo P450 e pode reduzir os níveis
séricos e a eficácia de medicamentos metabolizados por essa via.
Erva-de-são-joão/Hipérico (Hypericum perforatum L., Hypericaceae).
Há ainda contraindicações como a associação com inibidores da MAO
(monoaminoxidase), com outros antidepressivos tricíclicos ou inibidores
seletivos da recaptação da serotonina (fluoxetina). O uso concomitante
de hipérico em pacientes tratados com inibidores da recaptação da
serotonina resultou em sintomas de excesso de serotonina.
Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek e Maytenus aquifolia
Mart., Celastraceae)
Indicada como antidispéptico, antiácido e protetor da mucosa gástrica.
O Memento Fitoterápico informa que nenhum estudo foi desenvolvido
para avaliar a interação de extratos da espécie com medicamentos.
Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek e Maytenus aquifolia Mart., Celastraceae).
No entanto, a espinheira-santa é contraindicada concomitante a bebidas
alcoólicas e outros medicamentos. Ela contém compostos polifenólicos
que podem ser precursores de quinonas ou de intermediários
quinonametídeos e do triterpenoide quinonametídeo (pristimerina), que
inativam e inibem as isoenzimas do citocromo P450, alterando o efeito
de diversos medicamentos.
Além disso, a quercetina, o kaempferol e outros compostos fenólicos
também provocam alterações pela modulação da atividade da PgP
(fosfoglicolato fosfatase), demostrada em ensaios ex vivo.
Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. e
Harpagophytum zeyheri Ihlenf. & H. Hartmann., Pedaliaceae)
Indicada para alívio de dores articulares moderadas e lombalgia aguda.
Estudo reporta não terem sido observados efeitos induzidos pelo extrato
sobre o sistema enzimático do citocromo P450.
Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. e Harpagophytum zeyheri Ihlenf. &
H. Hartmann., Pedaliaceae).
Gengibre (Zingiber o�cinale Roscoe, Zingiberaceae)
O gengibre é indicado como antiemético, antidispéptico e nos casos de
cinetose.
Gengibre (Zingiber officinale Roscoe, Zingiberaceae).
O gengibre atua como agonista da prostaciclina, inibindo a tromboxano-
sintetase e afetando o tempo de sangramento e demais parâmetros
imunológicos. No entanto, estudo randomizado duplo-cego sobre os
efeitos de gengibre seco (2g/dia, oralmente durante 14 dias) na função
plaquetária não mostrou diferenças nos tempos de sangramento em
pacientes que receberam gengibre ou placebo.
Ginkgo (Ginkgo biloba L., Ginkgoaceae)
Indicado para vertigem e zumbidos resultantes de distúrbios
circulatórios e distúrbios circulatórios periféricos, como cãibras. É
contraindicada a sua associação com anticoagulantes (varfarina),
antiplaquetários (clopidogrel, ácido acetilsalicílico e outros fármacos
anti-inflamatórios não esteroides, AINEs), inibidores da trombina
(etexilato de dabigatrana) e/ou agentes trombolíticos pelo aumento do
risco de hemorragias. Há registro de diminuição da efetividade com
anticonvulsivantes e os efeitos da insulina (aumenta a sua depuração);
omeprazol (diminuição de nível sérico); talinolol (inibição da
glicoproteína-P intestinal); e antiretrovirais (efavirenz, diminuição
plasmática por indução da atividade de CYP3A4). Porém, para outros, há
potencialização do efeito, como dos inibidores da monoaminoxidase, da
trazodona (sedação excessiva) e da papaverina.
Ginkgo (Ginkgo biloba L., Ginkgoaceae)
As interações podem aumentar o risco de efeitos adversos de alguns
medicamentos, como a nifedipina, inibidores da recaptação de
serotonina (aparecimento da síndrome serotoninérgica), risperidona
(priapismo) e papaverina. Quando associado à buspirona ou ao
Hypericum perforatum, provoca mudanças no estado mental; em uso
concomitante com os diuréticos tiazídicos, causa hipertensão arterial.
Guaraná (Paullinia cupana Kunth., Sapindaceae)
Indicado para astenia e como psicoestimulante. O fitoterápico produzido
a partir de extrato seco das sementes de guaraná potencializa a ação de
analgésicos e dos anticoagulantes (inibe a agregação plaquetária
aumentando o risco de sangramento). Pode provocar hipocalcemia e ter
o seu efeito potencializado por etinilestradiol e cimetidina.
Guaraná (Paullinia cupana Kunth., Sapindaceae).
Kava-kava (Piper methysticum G. Forst., Piperaceae)
A droga vegetal é obtida a partir do rizoma e disponibilizada em
comprimidos.
Kava-kava (Piper methysticum G. Forst., Piperaceae).
Tem indicação para o tratamento sintomático de estágios leves a
moderados de ansiedade e insônia em curto prazo (1-8 semanas de
tratamento). O fitoterápico potencializa os efeitos de substâncias e
fármacos que atuam no sistema nervoso central como: álcool,
barbitúricos e psicofármacos. Há também interações relatadas com
alprazolam, cimetidina e terazosina.
Maracujá (Passi�ora incarnata L., Passi�oraceae)
Maracujá (Passiflora incarnata L., Passifloraceae).
As folhas frescas (in natura), como droga vegetal em cápsula, extrato
fluido ou tintura, têm indicação como ansiolítico e sedativo leve. O
fitoterápico quando usado em associação potencializa os efeitos de
barbitúricos (pentobarbital e hexobarbital), de anticoagulantes
(varfarina) e de substâncias inibidoras da monoaminoxidase
(isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina).
Sene (Senna alexandrina Mill., Leguminosae)
A droga vegetal obtida de folhas e frutos, na forma de cápsulas,
comprimidos ou extratos (padronizados em senosídeos), é indicada
para constipação intestinal ocasional, por promover o aumento do
peristaltismo intestinal. O uso concomitante do fitoterápico pode reduzir
a absorção de fármacos administrados oralmente, como os
anticonceptivos orais. Além disso, a hipocalemia decorrente da sua
utilização potencializa os efeitos de glicosídeos cardiotônicos
(digitálicos), de fármacos antiarrítmicos (quinidina), de diuréticos
tiazídicos, de adrenocorticosteroides ou de raiz de alcaçuz.
Sene (Senna alexandrina Mill., Leguminosae).
Pode ainda exacerbar o desequilíbrio eletrolítico, resultando em
disfunções cardíacas e neuromusculares e interação com a nifedipina,indometacina e outros anti-inflamatórios não esteroidais. As
antraquinonas presentes podem alterar a coloração da urina, resultando
em falso positivo para urobilinogênio e para dosagem de estrógeno pelo
método de Kober.
Saw-palmetto (Serenoa repens (W. Bartram) Small., Arecaceae)
A droga vegetal obtida dos frutos em cápsulas gelatinosas,
comprimidos ou extratos padronizados (70-95% ácidos graxos livres e
ésteres etílicos correspondentes) é indicada para o tratamento
sintomático da hiperplasia prostática benigna.
Saw-palmetto (Serenoa repens (W. Bartram) Small., Arecaceae).
O fitoterápico tem efeito antiandrogênico e antiestrogênico, podendo
apresentar interação com hormônios utilizados na terapia de reposição
hormonal (TRH).
O seu uso é contraindicado com anticoagulantes (varfarina, clopidogrel
e ácido acetilsalicílico).
Soja (Glycine max (L.) Merr., Leguminosae)
O extrato padronizado (contendo, no mínimo, 400mg em isoflavonas)
obtido das sementes em cápsulas é indicado como coadjuvante no
tratamento do alívio dos sintomas do climatério (vasomotores, ondas de
calor e sudorese). A soja atua na modulação seletiva de receptores
estrogênicos e deve ser evitada a associação com contraceptivos e
fármacos de ação estrogênica.
Soja (Glycine max (L.) Merr., Leguminosae)
As isoflavonas genisteína e daidzeína podem bloquear a tireoide
peroxidase, inibindo a síntese de tiroxina e podendo levar ao
hipotireoidismo se utilizado em tratamentos prolongados. É
desaconselhado o uso concomitante com alguns medicamentos como
o tamoxifeno e a levotiroxina, por reduzir a absorção no trato digestivo.
O metabolismo das isoflavonas pode ser alterado por substâncias e
medicamentos que interferem na microbiota intestinal.
Trevo-vermelho (Trifolium pratense L., Leguminosae)
O extrato bruto padronizado das inflorescências secas, contendo no
mínimo 0,5% de isoflavonas (daidzeína, genisteína, formononetina e
biochanina A), na forma de cápsulas e comprimidos, é indicado para
alívio dos sintomas da menopausa (principalmente fogachos),
mastalgia e síndrome pré-menstrual. O uso da droga bruta ou de suas
preparações não é recomendado a pacientes tratados com tamoxifeno e
outros medicamentos antiestrogênicos.
Trevo-vermelho (Trifolium pratense L., Leguminosae).
As isoflavonas inibem as isoenzimas hepáticas CYP1A1, CYP1B1 e
CYP2CP, podendo ocasionar o aumento dos níveis séricos de alguns
fármacos. Interagem potencialmente com anticoagulantes (heparina e
varfarina) e antiagregantes plaquetários (aspirina, clopidogrel e
ticlopidina), por isso é recomendada cautela na sua utilização em
pacientes susceptíveis a sangramentos ou com distúrbios de
coagulação.
Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. DC.), Rubiaceae)
Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. DC.), Rubiaceae).
Das cascas são obtidos o decocto (extrato fluido e extrato seco) para
cápsulas e comprimidos, indicados como anti-inflamatório.
A administração concomitante com substâncias ou medicamentos
metabolizados pelo citocromo P450 (varfarina, estrógenos, teofilina e
gengibre) deve ser realizado com cautela.
Valeriana (Valeriana o�cinalis L., Caprifoliaceae)
A droga vegetal, os extratos (hidroetanólico 40-70% v/v ou aquosos) e a
tintura obtidos das raízes secas, na forma de cápsulas ou comprimidos,
é indicada como sedativo moderado, hipnótico e no tratamento de
distúrbios do sono associados à ansiedade. O fitoterápico pode
potencializar o efeito de outros depressores do sistema nervoso central
(SNC), barbitúricos, anestésicos ou benzodiazepínicos, tiopental. Deve-
se evitar o uso associado à ingestão de bebidas alcoólicas pela possível
exacerbação dos efeitos sedativos.
Valeriana (Valeriana officinalis L., Caprifoliaceae).
Veja, agora, um resumo das principais interações em espécies de
plantas medicinais e fitoterápicos amplamente utilizados pela
população citados nas bases de dados indexadas, extraído do Memento
Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB):
Alho (Allium sativum L. (Amaryllidaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Bulbo (in natura, tintura, alcoolatura, extrato fluido e cápsulas com o
óleo).
Efeito e uso
Propriedades anti-hipertensivas, antitrombóticas, fibrinolíticas,
antimicrobianas, antidiabéticas e hipolipemiantes.
Alho (Allium sativum L. (Amaryllidaceae))
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
- Anticoagulante: pode levar ao aumento do efeito de
anticoagulação da varfarina e aumentar o risco de sangramento.
- Antirretrovirais (lopinavir, ritonavir, saquinavir, sulfato de
atazanavir): pode reduzir a concentração plasmática dos
inibidores de protease, aumentar o risco de resistência
antirretroviral e causar ineficiência do tratamento.
* Evitar o uso concomitante de alho na alimentação e monitorar
os sintomas de toxicidade pelos inibidores de protease,
ajustando a dose conforme necessário.
- Hipoglicemiantes (metformina, clorpropamida): pode ocorrer
maior redução no nível de glicose no sangue.
- Paracetamol (acetaminofeno): pode alterar algumas variáveis
farmacocinéticas do paracetamol.
- Glicosídeos cardíacos e drogas antiarrítmicas: pode aumentar
a arritmia relacionada à hipocalemia.
- Antidiabéticos: por causa dos efeitos de redução da glicose, os
pacientes diabéticos devem ter cuidado ao combinar com um
agente antidiabético.
Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moen (Asteraceae))
Planta medicinal/�toterápico
Raiz seca em pó (cápsulas e comprimidos contendo extrato etanólico
seco).
Efeito e uso
É usado como imunoestimulante e no tratamento de infecções do trato
respiratório superior.
Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moen (Asteraceae))
- Esteroides anabolizantes, amiodarona (antiarrítmico),
metotrexato (agente quimioterápico-imunossupressor),
cetoconazol (antifúngico) e paracetamol: há risco de
hepatotoxicidade pelo uso concomitante.
- Imunossupressores: pode diminuir os efeitos dos
imunossupressores.
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
- Midazolam (benzodiazepínico): pode aumentar a
biodisponibilidade oral do midazolam.
Gengibre (Zingiber o�cinale Roscoe (Zingiberaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Rizomas (droga vegetal, extrato fluido e seco, tintura, cápsulas ou
comprimidos).
Efeito e uso
Reduz náuseas e vômitos induzidos pela gravidez, quimioterapia e íleo
pós-operatório.
Gengibre (Zingiber officinale Roscoe (Zingiberaceae))
- AINEs: pode reduzir a agregação plaquetária e aumentar a
tendência ao sangramento.
- Nifedipino: pode potencializar os efeitos antiplaquetários.
- Metronidazol: pode aumentar a biodisponibilidade.
- Glibenclamida (hipoglicemiante): pode reduzir o nível de
glicose no sangue.
Ginkgo (Ginkgo biloba L. (Ginkgoaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Folhas (extrato seco padronizado das folhas secas, cápsula e
comprimido revestido).
Efeito e uso
É usado para melhorar as funções cognitivas, distúrbios
cerebrovasculares e vertigem.
Ginkgo (Ginkgo biloba L. (Ginkgoaceae))
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
Fármacos/Medicamentos e efeitos das interações 
- Fenobarbital: reduz a potência terapêutica do fenobarbital.
- Ibuprofeno: pode causar sangramento intracerebral fatal.
- Anticoagulantes (varfarina) e antiplaquetários (aspirina): pode
causar inibição aditiva na agregação plaquetária.
- Antidepressivo (trazodona): os flavonoides aumentam a
produção de 1-(m-clorofenil)-piperazina (mCPP), um metabólito
ativo da trazodona. Flavonoides e mCPP podem induzir o
aumento da atividade GABAérgica.
- Diurético tiazídico (não especificado): aumenta a pressão
arterial.
- Nicardipina (bloqueador dos canais de cálcio): diminui a
atividade hipotensiva de medicamentos.
- Nifedipina, diltiazem (bloqueadores dos canais de cálcio) e
talinolol (β-bloqueador): pode aumentar a atividade anti-
hipertensiva resultante de alta biodisponibilidade.
- Ciclosporina: diminui a biodisponibilidade do medicamento.
- Midazolam (benzodiazepínico): diminui a biodisponibilidade do
medicamento.- Propranolol (β-bloqueador): diminui as concentrações
plasmáticas de propranolol.
- Teofilina: diminui a eficácia com Ginkgo.
- Omeprazol (inibidor da bomba de prótons): pode induzir o
metabolismo e reduzir o efeito do omeprazol.
- Tolbutamida (hipoglicemiante): pode aumentar ou diminuir o
efeito hipoglicêmico.
- Amicacina (aminoglicosídeo): pode aumentar a ototoxicidade
da amicacina.
- Cafeína: pode causar efeitos estimulantes aditivos.
Erva-de-são-joão/hipérico (Hypericum perforatum L. (Hypericaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Planta inteira com parte aérea florida (extrato seco, tintura, cápsulas e
comprimidos).
Efeito e uso
É usado para tratar depressão, transtorno afetivo sazonal, ansiedade e
insônia, especialmente relacionados à menopausa.
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
Erva-de-são-joão/hipérico (Hypericum perforatum L.
(Hypericaceae))
- Gliclazida (um medicamento antidiabético): aumenta a
depuração aparente da gliclazida.
- Carbamazepina, fenitoína e fenobarbital (antiepilépticos): a
interação clinicamente significativa é improvável, mas deve ser
usado com cuidado com medicamentos antiepilépticos.
- Alprazolam, midazolam, triazolam e quazepam
(benzodiazepínicos): uma vez que o composto principal
hiperforina induz a enzima CYP3A4, a biodisponibilidade pode
diminuir.
- Indinavir (inibidor de protease) e nevirapina (transcriptase
reversa não nucleosídica): pode diminuir os efeitos de
medicamentos antirretrovirais e levar à resistência aos
medicamentos.
- Ciclosporina e tacrolimus (imunossupressores): pode diminuir
os níveis sanguíneos e levar à rejeição aguda de órgãos em
pacientes transplantados.
- Varfarina e fenprocumon (anticoagulantes): pode causar
redução moderada nos efeitos anticoagulantes dos
medicamentos.
- Sinvastatina e atorvastatina (agentes anti-hiperlipidêmicos):
pode aumentar o nível sérico de colesterol total.
- Nifedipina, verapamil (bloqueadores dos canais de cálcio) e
talinolol (bloqueador β-adrenérgico): pode diminuir a
biodisponibilidade de medicamentos.
- Contraceptivos orais: está associado ao aumento do
metabolismo de etinilestradiol, noretindrona e cetodesogestrel.
Pode causar sangramento e gravidez indesejada.
- Carbamazepina (antiepiléptica): deve ser considerada uma
interação leve entre a carbamazepina e Hypericum.
- Sertralina, nefazodona (inibidores seletivos da recaptação da
serotonina): podem ocorrer os sintomas da síndrome
serotoninérgica central.
Sene (Senna alexandrina Mill (Leguminosae))
Planta medicinal/�toterápico
Raízes (droga vegetal, extratos padronizados, cápsulas e comprimidos).
Efeito e uso
Laxante.
Sene (Senna alexandrina Mill (Leguminosae))
- Corticosteroides e diuréticos depletores de potássio: pode
levar à hipocalemia, se causar perda excessiva de água e
potássio, teoricamente.
- Glicosídeos digitálicos: há risco de toxicidade digitálica em
razão do efeito hipocalêmico da planta, teoricamente.
Valeriana (Valeriana o�cinalis L. (Caprifoliaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Droga vegetal, extratos, tintura, cápsulas ou comprimidos.
Efeito e uso
É usado para estresse e insônia como sedativo e ansiolítico.
Valeriana (Valeriana officinalis L. (Caprifoliaceae))
- Barbitúricos: ocorre sedação excessiva. O componente ativo
ácido valerênico parece ter efeito aditivo ao fenobarbital.
- Outros depressores do sistema nervoso central, como
benzodiazepínicos e opioides: há possibilidade de efeitos
sedativos aditivos.
- Cafeína: há possibilidade de efeito reverso da ação sedativa da
valeriana.
Medicamentos �toterápicos X
medicamentos alopáticos:
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 

importantes interações
medicamentosas
Neste vídeo, o especialista falará sobre as interações mais importantes
entre medicamentos alopáticos e fitoterápicos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O Ministério da Saúde do Brasil, em conjunto com a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publica periodicamente
documentos de atualização sobre os insumos farmacêuticos e
medicamentos, nos quais se incluem as plantas medicinais e os
fitoterápicos. Sobre esses documentos, assinale a alternativa
incorreta.
A
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais é
uma publicação com a lista de medicamentos para
combater as doenças mais comuns que atingem a
população brasileira; nela constam doze espécies
de plantas medicinais.
B
O Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira
(MFFB) relaciona todos os insumos empregados na
elaboração de fitoterápicos, cujas monografias
estão de acordo com a edição vigente da
Farmacopeia Brasileira, e traz informações
relevantes incluindo os dados sobre interações
conhecidas em que constam 28 espécies de plantas
medicinais.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A Rename é uma relação de medicamentos de interesse do Sistema
Único de Saúde, cuja seleção de medicamentos se baseia no perfil
epidemiológico dos estados brasileiros, a fim de atender às
necessidades terapêuticas essenciais.
Questão 2
Sobre as espécies botânicas de interesse para aplicação como
medicinais e/ou fitoterápicos, marque a alternativa correta.
C
O Formulário Terapêutico Nacional contém
informações científicas, isentas de conflitos de
interesse e com base em evidências, sobre os
fármacos constantes da Rename, visando subsidiar
profissionais de saúde para a prescrição, a
dispensação e o uso dos medicamentos
indispensáveis às doenças prevalentes.
D
Na Rename são relacionados todos os insumos
empregados na elaboração de fitoterápicos, cujas
monografias estão de acordo com a edição vigente
da Farmacopeia Brasileira. Contém as informações
relevantes, incluindo os dados sobre interações
conhecidas em que constam 28 espécies de plantas
medicinais.
E
O Formulário Terapêutico Nacional contém
informações científicas, isentas de conflitos de
interesse e com base em evidências, sobre os
fármacos constantes da Rename, incluindo
detalhadamente as informações conhecidas sobre
as interações medicamentosas.
A
A Rename relaciona doze espécies e, para todas, há
informação sobre potenciais interações.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Do total de espécies botânicas que fazem parte dos documentos
Rename e MFFB, apenas sete aparecem em ambos (alcachofra,
cáscara-sagrada, espinheira-santa, garra-do-diabo, guaco, soja e
unha-de-gato). Dessas espécies, apenas o guaco não tem as
interações descritas.
3 - Interações de alimentos e suplementos
B
As espécies botânicas que fazem parte do MFFB
obrigatoriamente constam do Rename.
C
A soja, a babosa, a camomila e a calêndula são
muito utilizadas pela população e têm suas
interações descritas.
D
A alcachofra, a camomila, a babosa e a unha-de-
gato constam no MFFB e na Rename.
E
A soja, a alcachofra, a espinheira-santa e a valeriana
são muito utilizadas pela população e têm suas
interações descritas.
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as principais interações de alimentos e
suplementos alimentares.
Interações medicamentosas à base
de plantas clinicamente relevantes
A capacidade de alguns alimentos de reduzir ou aumentar a absorção
de várias vitaminas e minerais é conhecida há anos. Quase metade da
população usa regularmente alguns produtos à base de plantas como
suplemento dietético, junto com suplementos vitamínicos e minerais. O
uso desses produtos aumentou significativamente nas últimas duas
décadas e várias interações medicamentosas à base de plantas
clinicamente relevantes foram identificadas no período.
É provável que os mecanismos subjacentes a muitas dessas interações
possam afetar a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção
de micronutrientes, portanto, é imprescindível considerar os fatores que
podem afetar negativamente o resultado das interações dos
componentes de alimentos/plantas com micronutrientes. Veja um
resumodessas interações no quadro a seguir.
Componentes da
planta
Micronutriente(s)
Mecanismos de
efeito e interaçã
Polifenóis de
plantas (PPs)
(catequinas do chá,
floretina,
quercetina)
Ferro
Reduzem a
absorção por m
de complexação
Folato, ascorbato
Reduzem a
absorção por m
da inibição do
transportador de
captação.
Silimarinas Ferro
Reduz a absorçã
por meio da
complexação.
Ácido fítico Cálcio, ferro, zinco
Reduz a absorçã
por meio da
complexação.
Componentes da
planta
Micronutriente(s)
Mecanismos de
efeito e interaçã
Hyperforin Vitamina D3
Aumenta a
depuração do
plasma por meio
da indução do
metabolismo do
CYP3A4.
Adaptado de Kharaman, Arituluk e Cankaya, 2021.
Com base em pesquisas realizadas em bases de dados indexadas
(como o Birene e o PubMed), cada alimento ou suplemento foi
relacionado à nomenclatura botânica completa (nome científico e
família), às principais interações e advertências. Veja o quadro a seguir.
Alimento/suplemento
alimentar
Forma de
apresentação
Interações e
advertências
Açafrão
Curcuma longa L.
(Zingiberaceae)
Partes das flores
(estigma e pó
seco)
Interage com a
enzima CYP2C
Tem alto teor 
oxalatos.
Evitar o uso em
de doença ren
Alcaçuz
Glycyrrhiza glabra L.
(Fabaceae)
Chá (raiz
desidratada)
A glicirrizina
aumenta as
concentrações
plasmáticas e
potencializa o
efeitos
farmacológico
costicosteroid
(prednilosona,
hidrocortisona
dexametasona
Pode interagir
noretisterona
resultando no
aumento da
retenção de líq
e da pressão a
Alimento/suplemento
alimentar
Forma de
apresentação
Interações e
advertências
Anti-hipertens
os efeitos dos
mineraisocort
(retenção de s
água e hipoca
das plantas re
a eficácia dos
medicamento
usados para b
pressão arteri
efeito hipocalê
da planta pode
aumentar o ef
dos diuréticos
alça e tiazídico
Alfafa
Medicago sativa L.
(Fabaceae)
Produtos de
sementes
Pode causar
doenças autoi
(LES, escleros
múltipla, artrit
reumatoide),
fotossensibilid
efeitos semelh
aos do estrogê
efeito hipoglic
Pode causar
doenças autoi
(LES, escleros
múltipla, artrit
reumatoide),
fotossensibilid
efeitos semelh
ao estrogênio 
hipoglicêmico
Alho
Allium sativum L.
(Amaryllidaceae)
Alho fresco, pó
seco (> 7g/dia), em
doses maiores do
que a ingestão
alimentar normal
Pode interagir
anticoagulante
anti-hipertens
anti-hiperlipidê
e hidroclorotia
Aveia (farelo)
Avena sativa L.
Grão seco
(flocos ou farelo)
Estatinas e
sinvastatina:
Alimento/suplemento
alimentar
Forma de
apresentação
Interações e
advertências
(Poaceae) diminuem o ef
da sinvastatin
Monitorar perfi
lipídico e cons
ajuste de dose
Verificar sinais
sintomas
específicos.
Canela
Cinnamomum cassia
(L.) J.Presl
(Lauraceae)
Extrato de canela
Doses altas ou
tomadas com 
estômago vaz
podem causar
toxicidade hep
Testes indicam
função hepátic
elevada.
Pode ter efeito
hipoglicêmico
piorar as cond
do fígado.
Chá preto
Camellia sinensis (L.)
Kuntze (Theaceae)
Chá (dose alta >
600mg/dia ou 2,25-
4,5L/dia)
Pode causar
problemas no 
e interagir com
nadolol (beta-
bloqueador) e
diuréticos.
Espirulina
Produto que
contém algas
verde-azuladas
Pode aumenta
risco de
sangramento 
interagir com
imunossupres
antiplaquetário
anticoagulante
AINEs e outras
que reduzem a
coagulação do
sangue (ginse
alho, ginkgo).
Alimento/suplemento
alimentar
Forma de
apresentação
Interações e
advertências
Feno-grego
Trigonella foenum-
graecum [Habl.]
Desc. (Fabaceae)
Sementes de feno-
grego inteiras e em
pó (> 5g)
Pode ter efeito
hipoglicêmico
semelhantes a
estrogênio.
Gengibre
Zingiber officinale
Roscoe
(Zingiberaceae)
Raiz seca, extrato
líquido,
Dose > 10 g/dia
Pode interagir
anticoagulante
Ginseng
Raiz
Panax ginseng C.A.
Mey. (Araliaceae)
Extratos bruto e
padronizado (altas
doses) em
preparações
combinadas
Pode ter efeito
hipoglicemian
causar hiperte
bem como inte
com anticoagu
e AINEs.
Juntamente co
cafeína, tem
possíveis efeit
estimulantes
aditivos.
Graviola
Annona muricata L.
(Annonaceae)
Chá das folhas
Apresentam p
efeito
hipoglicemian
hipotensor.
Melão amargo
Momordica charantia
L. (Curcubitaceae)
Chá de melão
amargo, semente
de melão amargo
em alta dose
Pode ter efeito
hipoglicemian
interage com
substâncias
hipoglicemian
Noni
Morinda citrifolia L.
(Rubiaceae)
Suco de Noni, dose
> 400mL
Pode causar
toxicidade hep
e contém alto 
de potássio.
Romã
Punica granatum L.
(Lythraceae)
Suco de romã,
extrato de romã
Pode interagir
anticoagulante
Adaptado de Kharaman, Arituluk e Cankaya, 2021.
A evidência do uso desses alimentos/suplementos é baseada em
estudos limitados e principalmente em achados pré-clínicos. É
importante informar os profissionais de saúde e pacientes sobre os
suplementos dietéticos mais populares, para que as decisões sejam
baseadas na maximização dos benefícios e na minimização dos riscos.
Interação medicamento-alimento
O uso concomitante de medicamentos com alimentos e suplementos
alimentares pode ter implicações clínicas importantes, contudo muitas
dessas combinações não produzem interações ou resultam em
interações sem importância clínica.
No cotidiano, alguns medicamentos são
preferencialmente administrados junto com alimentos
para diminuir o efeito irritante sobre o estômago e essa
associação pode aumentar a absorção do fármaco.
Nesses casos, a administração deve ser feita com
estômago vazio, ou seja, uma hora antes ou duas horas
depois das refeições.
Há ainda as preferências alimentares incorporadas na forma de hábitos.
Dietas com elevado teor de proteínas e ingestão crônica de álcool
(etanol), por exemplo, podem aumentar a biotransformação de
fármacos. Por outro lado, o maior consumo de carboidratos, dietas
vegetarianas, ingestão aguda de etanol, consumo de xantinas (café,
alguns chás, cacau/chocolate), ácido ascórbico e tocoferol podem
diminuir a biotransformação.
As proteínas e os carboidratos acidificam a urina, aumentando o tempo
de eliminação de fármacos ácidos, como barbitúricos e sulfonamidas, e
podem provocar aumento do efeito farmacológico.
Em dietas pobres em proteínas, como as vegetarianas, o consumo de
leite e derivados alcalinizam a urina, favorecendo a reabsorção de
fármacos alcalinos, prolongando sua meia-vida no organismo e
aumentando a excreção de fármacos ácidos.
Atenção
Da mesma forma, os fármacos podem modificar o metabolismo de
nutrientes e, em alguns casos, alterar o estado de nutrição. Por exemplo,
o metotrexato e a ciclosporina lesam a mucosa intestinal, diminuindo a
absorção de cálcio. Os antiácidos, os laxativos e os antimicrobianos
podem causar a perda de nutrientes.
Nesses e em outros casos, um suplemento dietético pode ser
necessário para restabelecer as condições normais de nutrição do
paciente. Elementos como zinco, magnésio, ácido ascórbico e
riboflavina têm grande relevância na biotransformação hepática de
fármacos. O zinco, por exemplo, é um elemento básico para a atividade
de enzimas específicas do processo de biotransformação.
A seguir, vamos detalhar mais quatro espécies de interesse (citadas
pelo nome popular, nome científico e família botânica) com as
respectivas interações que se somam ao quadro anterior.
Agrião (Nasturtium o�cinale W.T. Aiton,
Brassicaceae)
Agrião.
O agrião contém componentes que inibem o CYP2E1 que intermedeia a
ativação de pró-carcinógenos. Em um estudo sobre a possível interação
do agrião, foi demonstrado que 50g da planta inibem o metabolismo da
substância da clorzoxazona pela isoenzima CYP2E1, aumentando a sua
exposição em 1,5 vezes. Também para o paracetamol foi demonstrado
que o agrião inibe o metabolismo oxidativo pelo CYP2E1. Assim, é
esperado que o agrião também iniba o metabolismo de outros de seus
substratos, tais como halotano, isoflurano e etanol.
Toranja (suco de grapegruit ou pomelo, Citrus
paradisi, Rutaceae)
O suco de toranja (sucofresco ou processado, geleias, fruta in natura)
pode aumentar a biodisponibilidade de várias drogas (como a
felodipina) por inibição do CYP3A4 intestinal.
Por conseguinte, é de se esperar a interação causada por qualquer
forma de consumo de toranjas. Após a suspensão do consumo do suco
dessa fruta, foi observado que em uma semana, no máximo, o estado
inicial em relação à biodisponibilidade dos xenobióticos é alcançado
novamente. Entre os medicamentos para os quais foram descritas as
interações com a toranja, os que incluem diminuição dos efeitos
terapêuticos são: hipocolesterolêmicos (sinvastatina), anti-hipertensivos
(nifedipina), ansiolíticos (buspirona), anti-histamínicos (fexofenadina),
entre outros.
Toranja.
Bebidas alcoólicas
O álcool é decomposto pela enzima mitocondrial aldeído desidrogenase
2 (ALDH2), que participa da metabolização, total ou parcial, de diversos
medicamentos, cuja ingestão concomitante pode aumentar o risco de
ocorrência de efeitos adversos, como os medicamentos antirretrovirais.
Essas interações farmacocinéticas diretas entre o
consumo ocasional e moderado de álcool e os
medicamentos são menos frequentes. Em geral, os
estudos sobre as interações consideram o consumo
crônico da bebida.
Medicamentos como certas cefalosporinas podem inibir a ALDH2. O
consumo simultâneo desses medicamentos com álcool causa uma
acumulação de acetaldeído tóxico, levando à manifestação de sintomas
como rubor, dor de cabeça, taquicardia e náuseas.
A administração simultânea de álcool e ácido acetilsalicílico (AAS)
provoca um prolongamento do tempo de sangramento, que pode
aumentar a perda de sangue gastrointestinal. Além disso, a ingestão
simultânea de aspirina com álcool numa refeição pode resultar em
maior absorção de álcool se comparada a uma situação similar sem
aspirina.
O álcool tem um efeito depressivo sobre o sistema nervoso central
(SNC) e, se associado com outros medicamentos depressores ou
sedativos, pode levar a um aumento da sedação. Além disso, o uso
concomitante com as sulfonilureias pode acentuar a hipoglicemia; com
a metformina, pode aumentar o risco de acidose láctica.
Saiba mais
O consumo crônico de álcool provoca aumento de várias isoenzimas do
citocromo P450 no fígado, em especial, a CYP2E1, responsável pela
formação de metabólitos tóxicos de alguns medicamentos
(paracetamol, halotano).
O consumo de álcool com medicamentos está associado ao aumento
de reações adversas, mesmo nas doses terapêuticas. Assim, o
consumo crônico de álcool associado à dose terapêutica elevada de
paracetamol pode ocasionar danos hepáticos agudos, favorecidos
também pela nutrição insuficiente ou por baixas reservas de glutationa.
Bebidas com cafeína
As bebidas contendo cafeína incluem café, chá preto, guaraná e bebidas
à base de cola, bem como várias "bebidas energéticas". A cafeína é
degradada por meio da CYP1A2, podendo interferir no metabolismo de
outros substratos, como a clozapina e a teofilina. Logo, pacientes
tratados com clozapina devem ser aconselhados a evitar o consumo de
bebidas com cafeína. Além disso, existem medicamentos, tais como os
contraceptivos orais, que aumentam a concentração sérica da cafeína e,
assim, são capazes de induzir insônia, taquicardia e tremor.
Medicamentos �toterápicos X
alimentos e suplementos
alimentares: importantes interações
medicamentosas
Neste vídeo, o especialista Magno Maciel Magalhães apresentará
importantes interações entre plantas medicinais e fitoterápicos com
alimentos e suplementos alimentares.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Um adolescente de 18 anos, diabético e usando hipoglicemiante,
iniciou recentemente uma mudança nos seus hábitos alimentares
para perda de peso. Como é um usuário frequente das redes
sociais, selecionou dali uma dieta com altos níveis de proteína.
Sobre possíveis interações entre essa dieta e o medicamento em
uso, assinale a alternativa incorreta.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A
As dietas ricas em proteínas podem aumentar a
biotransformação de fármacos.
B
As dietas ricas em carboidratos podem diminuir a
biotransformação de fármacos.
C
As dietas ricas em proteínas podem diminuir a
biotransformação de fármacos.
D
As proteínas e os carboidratos acidificam a urina,
aumentando o tempo de eliminação de fármacos
ácidos.
E
As proteínas e os carboidratos acidificam a urina e
podem aumentar o efeito farmacológico dos
fármacos ácidos.
As dietas ricas em proteínas aumentam a biotransformação de
fármacos e devem ser orientadas pelo médico e pelo nutricionista.
Questão 2
Uma pessoa, ao tomar um lanche no final da tarde, pediu um chá
preto com canela. A partir do que estudamos neste módulo, quais
seriam os efeitos possíveis das interações desses dois
ingredientes?
Parabéns! A alternativa C está correta.
O chá preto pode interagir com o nadolol, um beta-bloqueador, além
de diurético. Já a canela tem efeito hipoglicêmico. Ambos podem
causar alterações hepáticas.
A
Ambas as espécies têm efeito protetor sobre o
fígado.
B
O chá preto tem efeito hipoglicemiante e a canela
pode interagir com diuréticos.
C
A canela tem efeito hipoglicemiante e o chá preto
pode interagir com medicamento beta-bloqueador.
D
O chá preto e a canela podem interagir com
diuréticos.
E Ambas as espécies têm efeito hipoglicemiante.
Considerações �nais
A redução do risco de ocorrência de interações envolve algumas
condutas que os profissionais da área de saúde devem adotar ao
selecionar e monitorar os esquemas terapêuticos, a saber: identificação
das características do paciente, conhecimento dos mecanismos de
ação farmacológica dos medicamentos em uso, avaliação das opções e
ajustes terapêuticos quando não houver possibilidade de substituir ou
suspender um deles.
Plantas medicinais e fitoterápicos devem ser administrados com
precaução, principalmente para os casos livres de prescrição e quando
usados concomitantemente com certos tipos de alimentos, agentes
químicos não medicinais, álcool e tabaco.
Muitas interações não apresentam consequências graves e outras que
são perigosas em potência ocorrem apenas em pequena proporção de
pacientes. Entretanto, pessoas com múltiplas doenças, disfunção renal
ou hepática e que usam muitos medicamentos são mais suscetíveis,
como a população idosa frequentemente com perfil de polifarmácia.
Os profissionais de saúde devem estar sempre atentos ao melhor
regime terapêutico, com base nas informações científicas disponíveis
sobre as interações entre plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos e
suplementos.
Podcast
Neste podcast, o especialista Magno Maciel Magalhães apresentará os
principais pontos abordados no conteúdo.

Explore +
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo:
Visite o site da Fitobula, Fitoterapia Clínica e Soluções.
Consulte o Formulário de fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira,
2. ed., 2021, disponível no site da Anvisa.
Referências
CENTRO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE DE INFORMAÇÃO EM
CIÊNCIAS DA SAÚDE. BIREME. Descritores em Ciência da Saúde.
Biblioteca Virtual em Saúde. Consultado na internet em: 24 set. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Resolução-RDC nº 16, de 2 de março de 2007. Aprova Regulamento
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e
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Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos. Brasília, DF:
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Consultado eletronicamente em: 24 set. 2021.
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