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Conselho aos Estudantes de Teologia

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Conselho aos Estudantes de Teologia 
por 
Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki 
 
Caso você seja um estudante de teologia atente para alguns dos perigos que 
cercam aqueles que se lançam ao estudo sistemático da Palavra de Deus. 
Considere estes conselhos com grande estima para que a sua saúde espiritual não 
venha a ser afetada durante o seu ministério. Estes perigos podem tornar-te 
enfermo, alguém que poderá contaminar todo o rebanho. Se o estudo da teologia 
não for parte da prática da nossa santificação, então, devemos temer, e perguntar-
nos por que ao lidar com a Palavra de Deus, meio de graça, não estamos sendo 
talhados pelo Espírito Santo? O ilustre teólogo presbiteriano Benjamin B. Warfield 
nos adverte que 
se você não achar a Cristo no auditório é porque não O trouxe consigo, 
ali; se depois de um dia comum de trabalho você está muito cansado 
para reunir-se com seus companheiros, no fim do dia, em oração, é 
porque o impulso para orar está fraco em seu coração. Se não há fogo 
no púlpito, cabe a você acendê-lo nos bancos. Nenhum homem pode 
fracassar em encontrar-se com Deus no santuário, se ele traz Deus 
consigo para ali. [1] 
O primeiro perigo envolve o abandono dos livros, que muitos estudantes fazem 
após terminarem o seu período letivo no seminário. Certamente, você já deve ter 
percebido, que em nenhuma matéria do curso teológico, concluída até então, foi 
possível analisar exaustivamente todos os seus pormenores. Cada semestre que 
finda fica a certeza de que tenho o que aprender ainda. De fato, em cada semestre 
somos introduzidos àqueles assuntos, e no dever de prosseguir em aprende-los 
melhor. Quero chamar a sua atenção a algo que Lewis S. Shafer disse 
em seus anos de aprendizado nas salas de aula, o estudante de 
teologia deve assimilar todo o campo de doutrina, para que possa ser 
preparado, a fim de continuar a sua pesquisa em cada porção da Bíblia 
por todo o seu ministério, para que se torne apto a proceder 
inteligentemente em cada fase da revelação divina. [2] 
O amor pela erudição é algo muito sedutor para alguns dos estudantes de 
teologia. Aqui temos o oposto do que falamos anteriormente. É possível usarmos 
a erudição como uma fuga para nossa inaptidão pastoral. Todo pastor deve 
esmerar-se em ser um erudito! Mas nem todo erudito foi chamado para pastorear! 
Por melhor que seja a sua formação, não seja voluntário para este serviço, se você 
não foi chamado! Novamente, mencionando a Benjamin B. Warfield falando aos 
seus alunos de teologia do Seminário Teológico de Princeton 
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o ministro precisa ser um estudioso, sob pena de ser absolutamente 
incompetente para este trabalho. Mas antes e acima de ser erudito, um 
ministro tem que ser dedicado a Deus. [3] 
Em terceiro lugar, devemos cuidar para que não façamos da “erudição” um ídolo 
no altar de nossas mentes. A erudição não é um mal em si. Ela é um instrumento 
necessário para a nossa legítima santificação. Afinal, crer é também pensar [4]. 
Para o desenvolvimento de um ministério pastoral vigoroso é indispensável o 
apego aos livros. Os livros são nossos mestres mudos, que estão em nosso 
escritório pastoral, sempre disponíveis, para tirar as nossas dúvidas! 
O quarto perigo envolve a perca do senso da grandiosidade da nossa vocação. 
Isso é algo possível quando nos esquecemos que o objeto de nosso estudo, a 
Escritura, e o nosso trabalho pastoral é sagrado. Deus confiou-nos tão sublime 
tarefa (1 Ts 2:4). Warfield novamente nos adverte para este fato, verificando que 
as palavras que falam da terrível majestade de Deus ou de sua 
bondade gloriosa podem vir a ser meras palavras para você – palavras 
hebraicas e gregas, com etimologias e flexões. Os raciocínios que 
estabelecem os mistérios das atividades salvadoras dEle podem vir a 
ser meros paradigmas lógicos para você, com premissas e conclusões, 
sem dúvida apropriadamente formuladas, e triunfantemente 
convincentes, porém sem maior significado que vá além de suas 
próprias conclusões lógicas e formais. Os passos imponentes de Deus 
no processo redentivo podem tornar-se para você uma mera série de 
fatos históricos, de curiosa interação na produção de condições sociais 
e religiosas peculiares. Eles apontam talvez para questões que se 
tornam alvo de nossa sagaz conjetura, mais iguais a tantos outros fatos 
que ocorrem no tempo e espaço em nossa percepção. [5] 
Ainda noutro lugar ele observa que 
eu pediria a vocês que retornassem a ter esse padrão de seriedade, e os 
convidaria a cultivá-la, a já serem homens de Deus agora, e ministros 
que não precisam ser envergonhados no futuro. Pensem na excelência 
da vocação do ministro; na grandeza da questão que está atrelada à 
dignidade ou indignidade de vocês em exercer a elevada função de 
ministro; e decidam de uma vez por todas que com a ajuda de Deus 
vocês serão dignos. “Deus não tinha mais que um Filho”, diz Thomas 
Goodwin, “e fez dEle um ministro”. “Ninguém mais que Aquele que 
fez o mundo”, diz John Newton, “pode fazer um ministro” – isto é, 
um ministro que seja digno. [6] 
O orgulho do saber pode sutilmente contaminar-nos (1 Co 8:1-3). Desconfiemos 
de qualquer sentimento de superioridade que em nós possa surgir. “Nada façais 
por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os 
outros superiores a si mesmo” (Fp 2:3 ARA). Pensamentos contaminados pelo 
pecado são reprovados pelo santo Deus, e em breve, dEle se desviarão. 
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Cuidemos, pois, Deus resiste ao soberbo (Tg 4:6). Servos não podem se dar ao 
luxo de serem pedantes! O teólogo escocês John Dick em suas palestras de 
teologia disse 
a teologia não é um daqueles assuntos escondidos, que é reservado 
para os curiosos investigarem, e na contemplação do que homens 
especulativos e reflexivos podem passar em suas horas de lazer e de 
solidão. Sua alegação de atenção universal é manifesta por sua 
narrativa sucinta que agora foi dada de sua natureza. Suas instruções 
são dirigidas a pessoas de qualquer descrição, para os eruditos, e para 
os não-eruditos, para o estudante aposentado, e para aquele que está 
comprometido com as cenas apressadas da vida. Ela é interessante 
para todos, para proporcionar o conhecimento de Deus, e de seu Filho, 
que é a fonte da vida eterna. Mas no caso de vocês, há uma razão 
particular, além de considerar o seu bem-estar pessoal, por que ela 
deveria ser não somente uma parcela dos seus pensamentos, mas o 
objeto principal de suas pesquisas. A teologia é a profissão de vocês, 
como a medicina é a do médico, e a lei de um advogado. Deveria ser a 
ambição de vocês a de sobressaírem-se, não, entretanto, pelos mesmos 
motivos que estimulam o esforço dos homens de outras profissões, os 
desejos de fama, ou de perspectiva de lucro, mas tendo em vista 
desincumbir-se fiel e honradamente dos deveres do ofício com o qual 
um dia vocês esperam ser incumbidos. Estes homens são servos do 
Deus Altíssimo, que nos mostrarão o caminho da salvação. [7] 
Felizes são aqueles que aprenderam a aprender. O discípulo de Cristo é sempre 
um insaciável aprendiz. Não pense que você não tem o que aprender com as 
ovelhas que o Supremo Pastor confiou a você! Inclusive algumas delas poderão te 
ensinar a ser pastor. A melhor ilustração desta verdade foi o grande teólogo 
holandês Abraham Kuyper que obteve uma formação liberal, mas que em seu 
primeiro pastorado, em Beesd “passou por uma conversão evangélica. 
Influenciado pela piedade dos seus paroquianos, começou de novo o seu estudo 
de teologia, inspirando-se na tradição calvinista holandesa.” Aqueles que 
conhecem a história deste homem, sabe quão precioso instrumento elefoi nas 
mão do Senhor! Mesmo em seu liberalismo teológico, ele soube ouvir as 
necessidade espirituais das suas ovelhas e aprendeu com elas. 
Busque o mais precioso tesouro, guarda-o no melhor lugar, para o mais feliz 
propósito (Sl 119:11). Lembre-se fomos chamados à graça, pela graça, para a 
proclamação da graça de nosso Senhor Jesus Cristo. 
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; 
como a alva, a sua vinda é certa; 
e ele descerá sobre nós 
como a chuva serôdia que rega a terra. 
(Os 6:3, ARA). 
 
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Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki 
tokashiki@ronnet.com.br 
Pastor da Igreja Presbiteriana de Cerejeiras – Rondônia 
Professor de Teologia Sistemática no STPBC – Extensão em Ji-Paraná. 
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