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Carcinoma de Endométrio

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Bruna Thomas – 8º período – XLIV
Saúde Mental
CARCINOMA DE ENDOMÉTRIO
1. INTRODUÇÃO
Pós menopausa com sangramento vaginal → 1-14% câncer
endometrial;
É o tumor mais facilmente diagnosticável, pois apresenta sintomas
precocemente (sangramento) antes de atingir estádios avançados.
Não existe na literatura recomendação para rastreamento em
mulheres sem risco definido, justificado em parte pelo início precoce
da sintomatologia, possibilitando o diagnóstico em estádios iniciais.
● Recomenda-se o rastreio anual por ecografia transvaginal e
BE para pacientes a partir dos 35 anos, com HF ou pessoal
de HNPCC ou HF de câncer de cólon antes dos 40 anos;
● Nessas situações, suspeita-se do diagnóstico de síndrome
de Lynch. Dessas pacientes, 40% desenvolveram ao longo
da vida câncer de cólon, e 40-60% câncer de endométrio
○ Alteração nos genes MLH1, MSH2, MHH6 ou
PMS2, que têm a função de ajudar nos reparos do
DNA
2. FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO
FATORES DE
RISCO
Maior exposição a estrogênios, endógenos ou exógenos
● Obesidade:
○ Maior conversão periférica dos
androgênios em estrogênios;
○ Enzima aromatase (presente nos
adipócitos) → catalisa conversão
de androstenediona em estrona
● Nuliparidade:
○ Ação prolongada de estradiol
● Menopausa tardia:
○ Mais tempo endométrio exposto
ao estrógeno
● Hipertensão, DM
● Estrógeno isolado:
○ Não deve mais usar, mas ainda
existe paciente que usa
● Hiperplasia complexa atípica
● Tamoxifen:
○ Ação estrogênica-positiva no
endométrio, estimulando a sua
proliferação
FATORES
PROTETIVOS
Multiparidade: cada gestação equivale a nove meses de
repouso endometrial e ação protetora da progesterona;
Uso de ACO: cada ano de uso ininterrupto gera
diminuição de risco para câncer por 10 anos;
Tabagismo: diminui a produção endógena de estrogênio
e costuma antecipar a ocorrência da menopausa
3. INVESTIGAÇÃO
O principal sinal e sintoma referido é o sangramento anormal em
mulheres na perimenopausa e na pós-menopausa.
Isso não significa que a principal causa do sangramento
pós-menopausa seja o câncer endometrial; ao contrário, a atrofia
endometrial é a causa mais comum; no entanto, é mandatório pensar
em câncer endometrial.
Dessa forma, as indicações para investigação endometrial são:
● Pós-menopausa com sangramento vaginal
● Pré-menopausa com sangramento irregular, menorragia
prolongada ou metrorragia
● Infertilidade
● CP com AGC (atipia glandular)
Endométrio na menopausa fica fino com espessura ≤ 4; se sangrar e
no USG transvaginal tiver < 4 mm, o risco é baixíssimo de ter
câncer.
4. DIAGNÓSTICO
É obrigatória a solicitação de USGTV para a avaliação da espessura
endometrial. Nas mulheres menopausadas sem reposição hormonal,
essa espessura ou eco endometrial não deve ultrapassar 4 a 5 mm.
Quando o endométrio está espessado, torna-se necessária a análise do
endométrio para o diagnóstico histológico (padrão ouro), sendo o
material obtido por:
● BE (90% acurácia);
○ Pode ser por aspiração, cureta de Novak ou
cânula de Pipelle (mais sensível)
● Dilatação e curetagem uterina (ambiente cirúrgico e
anestesia)
● Histeroscopia diagnóstica: permite biópsia sob visão direta
○ Padrão ouro
Obs: BE negativa com sintomas suspeitos → avaliar toda a cavidade
Bruna Thomas – 8º período – XLIV
Saúde Mental
5. HISTOLOGIA
Mais de 90% são adenocarcinomas:
● Adenocarcinoma endometrioide (mais comum e melhor
prognóstico)
○ Adenocantomas
● Adenocarcinoma não endometrióide
○ Mucinoso;
○ Papilar seroso;
○ Células claras
Variáveis histológicas - grau de diferenciação tumoral:
Essa classificação destina-se a adenocarcinomas endometrioides,
pois os não endometrióides geralmente são indiferenciados já.
● GI: bem diferenciado
○ A célula ainda é uma glândula; semelhante a
célula original; bem diferenciada em relação a
célula inicial, bem parecido.
● GII: moderadamente diferenciados
● GIII: indiferenciados
○ Não consegue mais identificar a célula de
origem.
TIPO I: GI ou GII: invasão superficial, prognóstico bom, obesidade,
estrogênio, hiperplasia, endometrióide.;
TIPO II: GIII: invasão profunda, prognóstico ruim, não estrogênico,
não endometrióide;
6. TRATAMENTO
Situações:
● Estágios iniciais: cirurgia primária
● Cirurgia primária + RXT
● Estágios avançados no abdome: cirurgia + QMT + RXT
● Se contra-indicado cirurgia: RXT isolado.
Cirurgia:
● Histerectomia e anexectomia bilateral e cirurgia de
estadiamento, a qual tem os seguintes passos:
○ Lavado para citologia ou coleta líquido de ascite;
○ Linfadenectomía pélvica bilateral;
○ Amostragem de linfonodos para-aórticos;
○ Omentectomia infracólica
○ Avaliação da superfície peritoneal
7. ESTADIAMENTO
O estadiamento é obrigatoriamente cirúrgico e pode ser feito por
laparotomia e videolaparoscopia, com coleta de líquido peritoneal,
em que será analisada a presença de células neoplásicas,
histerectomia total com salpingooforectomia bilateral e
linfadenectomia pélvica.
FIGO:
● Ia: tumor confinado ao útero, nenhuma ou menor que
metade da invasão miometrial;
● Ib: tumor confinado ao útero maior que metade da invasão
miometrial;
● II: invasão do estroma do colo de útero, mas não além do
útero;
● IIIa: tumor que invade a serosa ou os anexos;
● IIIb: tumor vaginal e/ou envolvimento do paramétrio;
● IIIc1: envolvimento linfonodal pélvico;
● IIIc2: envolvimento linfonodal extra pélvico;
● IVa: invasão do tumor na bexiga e/ou mucosa intestinal;
● IVb: metástases à distância, incluindo metástases
abdominais e/ou linfonodos inguinais.
8. SOBREVIDA
Depende do estadiamento e do grau de diferenciação do tumor
● Estádio I:
○ 75%: cirurgia exclusiva
○ 78%: radioterapia exclusiva
○ 90%: associação de cirurgia e radioterapia
● Estádios avançados
○ 60 a 70%: estádio II
○ 30%: estádio III
○ 3 a 9%: estádio IV
9. SEGUIMENTO
A taxa de recorrência para a doença endometrial nos estádios I e II é
baixa, aproximadamente 15%; em 60% dos casos a recidiva cursa
com sintomas.
A rotina de acompanhamento compreende:
● Exame físico e ginecológico (incluindo toque retal) a cada
3 meses no primeiro ano; a cada 4 meses no segundo ano e
a cada 6 meses no terceiro até o quinto ano. A partir disso,
revisões anuais.
● CA 125:
○ Se a paciente que tem tumor de endométrio tem
CA 125 alto, vai servir depois no pós-op para ver
se não tem recivida, pois tem um tumor que
produzia aquilo.
○ Se a paciente não tinha CA 125 antes, não serve
para nós.
● Exames de imagem da pelve e do abdôme (sintomas)
● Radiografía de tórax (1x/ano)
○ Objetivo de detectar precocemente recidiva
pulmonar única, assintomática.

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