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ESTÁGIO SUPERVISIONADO PRÉ-PROJETO DE INTERVENÇÃO AULA 1

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04/03/2024, 14:40 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/14
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO PRÉ-
PROJETO DE INTERVENÇÃO
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Aline Aparecida da Cunha de Brito
04/03/2024, 14:40 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/14
CONVERSA INICIAL
Nesta etapa, abordaremos elementos essenciais que constituem a fundamentação do pré-projeto
de intervenção e do seu diário de campo. Vamos revisitar a dinâmica de reconhecer as desigualdades
sociais como fruto da sociedade capitalista, de perceber as respostas estatais, do mercado e da
sociedade civil em relação às demandas sociais e entender a atuação do serviço social como resposta
às expressões da questão social.
Esses elementos são essenciais para que seja possível pensar o pré-projeto de intervenção e o
diário de campo com base nas expressões da questão social manifestadas no campo de estágio.
Bons estudos!
TEMA 1 – DESIGUALDADES SOCIAIS
As desigualdades sociais referem-se às disparidades ou diferenças existentes entre os indivíduos
ou grupos na sociedade em termos de acesso a recursos, oportunidades, poder e status. Essas
desigualdades podem se manifestar em várias formas, como desigualdade de renda, desigualdade de
gênero, desigualdade racial, desigualdade de acesso à educação, entre outras. Elas podem ser
causadas por fatores como distribuição desigual de riqueza, discriminação, exclusão social ou falta de
políticas públicas que promovam a igualdade.
Segundo Meirelles (2018), a desigualdade social é um fenômeno complexo que tem raízes
profundas na sociedade. Uma das principais causas dessa disparidade é o sistema econômico
capitalista, que se baseia na propriedade privada e na busca pelo lucro. No contexto do capitalismo, a
desigualdade surge devido à concentração de riqueza e poder nas mãos de poucos indivíduos,
enquanto a maioria da população enfrenta dificuldades para suprir suas necessidades básicas.
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No sistema capitalista, os meios de produção estão nas mãos de uma minoria privilegiada, que
detém o controle sobre os recursos e os mecanismos de produção. Essa concentração de poder
econômico resulta na exploração dos trabalhadores, que muitas vezes recebem salários insuficientes
para viver com dignidade. Enquanto os empresários acumulam fortunas, a maioria da população fica
presa em ciclos de pobreza e exclusão social.
Além disso, a desigualdade social também se manifesta de forma estrutural, com a falta de
acesso igualitário a serviços básicos, como saúde, educação e moradia (Abepss, 2021). Os indivíduos
mais ricos têm mais recursos para investir em sua educação, receber cuidados médicos de qualidade e
garantir um padrão de vida confortável. Já os mais pobres são privados dessas oportunidades,
perpetuando a desigualdade de geração em geração.
A desigualdade social tem consequências significativas para a sociedade em geral. Quando uma
parcela da população enfrenta condições precárias de vida e falta de oportunidades, isso afeta não
apenas esses indivíduos, mas também o funcionamento do sistema como um todo (Meirelles, 2018).
A desigualdade social gera uma série de impactos negativos, que vão desde o aumento da
criminalidade até a instabilidade econômica, e também contribui para o enfraquecimento do tecido
social. A divisão entre uma minoria privilegiada e a maioria desprivilegiada gera tensões e
ressentimentos, prejudicando a coesão social.
As respostas estatais em relação às desigualdades sociais podem incluir a implementação de
políticas públicas e programas de combate à pobreza e à exclusão social. Isso pode envolver a
redistribuição de recursos, como a criação de programas de assistência social, ações afirmativas para
grupos vulneráveis e investimentos em educação e saúde pública. O Estado também pode promover
a regulamentação de leis e ações que visem garantir igualdade de oportunidades e combater a
discriminação (Tavares, 2016).
No âmbito do mercado, as respostas às desigualdades sociais podem ser impulsionadas por
empresas e organizações que adotam práticas mais inclusivas e responsáveis socialmente. Isso pode
envolver a implementação de políticas internas de diversidade e igualdade de oportunidades, a
promoção de parcerias com comunidades marginalizadas e investimentos em projetos sociais e
ambientais. O setor privado também pode fomentar o combate às desigualdades sociais por meio de
suas políticas de remuneração e benefícios, buscando maior equidade e justiça salarial.
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Por fim, a sociedade civil pode desempenhar um papel fundamental na resposta às
desigualdades sociais, por meio de movimentos sociais, organizações não governamentais e
voluntariado. Esses atores podem pressionar por mudanças políticas e sociais, promover a
conscientização sobre as desigualdades existentes, fornecer assistência direta a grupos vulneráveis e
engajar-se em atividades de cultura e educação. A sociedade civil também pode criar espaços de
diálogo e colaboração entre diferentes setores, a fim de buscar soluções conjuntas para as
desigualdades sociais.
Compreender as demandas sociais que estão relacionadas às desigualdades sociais é
fundamental para a atuação do aluno no campo de estágio. Ao identificar as desigualdades presentes,
o aluno pode direcionar sua intervenção de forma mais precisa, buscando soluções que atendam às
necessidades específicas dos usuários dos serviços.
Dessa forma, o aluno pode elaborar um pré-projeto de intervenção que busque promover a
redução das desigualdades sociais identificadas no campo de estágio. Isso pode envolver a criação de
programas ou ações específicas que visem proporcionar maior igualdade de oportunidades, acesso a
serviços essenciais e melhoria das condições de vida das pessoas afetadas. Também pode enriquecer
a construção do seu diário de campo com base na reflexão das desigualdades presentes no cotidiano
do campo de estágio.
TEMA 2 – DEMANDAS SOCIAIS
Tavares (2006), em seu artigo Trabalho e demandas sociais na reestruturação do capital: o Serviço
Social entre a prática e a realidade, reflete que as demandas sociais podem ser entendidas como
necessidades, desejos ou expectativas da sociedade em relação a determinadas questões ou
problemas. Concordando com a autora, as demandas sociais refletem as preocupações e os anseios
dos cidadãos em relação a diferentes aspectos da vida em sociedade, como educação, saúde,
segurança, meio ambiente, igualdade de gênero, entre outros.
Essas demandas sociais surgem de situações de insatisfação, desigualdade ou necessidades não
atendidas. Elas podem ser manifestadas por reivindicações, protestos, mobilizações sociais ou até
mesmo de forma individual, quando um indivíduo busca melhores condições ou soluções para um
problema específico.
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As demandas sociais são essenciais para o avanço e o desenvolvimento da sociedade, pois são
elas que impulsionam a busca por mudanças e melhorias nas diferentes áreas. Elas podem influenciar
a formulação de políticas públicas e ações governamentais e também mobilizar a sociedade civil para
trabalhar em prol de objetivos comuns (Tavares, 2006).
A autora Gonçalves (2020) entende que, diante das demandas sociais, diferentes atores têm
diferentes formas de responder a essas questões e lidar com elas. O Estado, o mercado e a sociedade
civil são três atores fundamentais que desempenham papéis distintos na busca por soluções para os
problemas sociais.
O Estado desempenha um papel central na resposta às demandas sociais. Por meio da
formulação e da implementação de políticas públicas, o Estado busca promover a igualdade, o bem-
estar e a justiça social. Essas políticas podem envolver a criação de programas de assistência social, a
implementação de leis de proteção dos direitoshumanos, a promoção da educação e saúde públicas,
entre outras iniciativas. “O objetivo do Estado é garantir que todos os cidadãos tenham acesso a
condições de vida dignas e igualdade de oportunidades” (Gonçalves, 2020, p. 37).
Por outro lado, o mercado também desempenha um papel na resposta às demandas sociais.
Empresas e empreendedores buscam identificar necessidades e demandas do mercado e desenvolver
produtos e serviços para atendê-las. No entanto, as respostas do mercado tendem a ser motivadas
pelo lucro e pela concorrência, o que pode limitar sua capacidade de solucionar questões sociais mais
amplas (Gonçalves, 2020). As ações do mercado geralmente se concentram nas demandas dos
consumidores e podem não abordar as necessidades das camadas mais vulneráveis da sociedade, a
menos que haja incentivos e regulamentações adequadas.
A sociedade civil também desempenha um papel importante na resposta às demandas sociais.
Organizações não governamentais, grupos de ativismo e movimentos sociais muitas vezes surgem
para abordar questões específicas e pressionar por mudanças sociais. Eles trabalham para
conscientizar a população, mobilizar recursos e promover a participação cidadã ativa (Gonçalves,
2020).
Para enfrentar as demandas sociais de forma efetiva, é importante que esses diferentes atores
atuem de forma complementar e colaborativa. O Estado precisa criar e implementar políticas públicas
que abordem as desigualdades e garantam direitos básicos. O mercado precisa reconhecer sua
responsabilidade social e buscar soluções inovadoras que atendam às necessidades sociais. E a
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sociedade civil precisa se organizar e pressionar por mudanças, de forma a garantir que as demandas
sociais sejam ouvidas e atendidas.
Cada um dos atores – Estado, mercado e sociedade civil – encontra desafios e limitações ao
responder às demandas sociais, o que muitas vezes pode dificultar a efetividade e a abrangência das
soluções propostas.
O Estado, por exemplo, pode enfrentar desafios relacionados à burocracia, à corrupção e à falta
de recursos para implementar políticas públicas eficientes (Gonçalves, 2020). Além disso, a
complexidade dos problemas sociais muitas vezes exige abordagens multidisciplinares e integradas, o
que pode ser difícil de ser alcançado dentro das estruturas institucionais existentes. As mudanças de
governo e as constantes pressões políticas também podem afetar a continuidade e a coerência das
políticas públicas, dificultando a resposta adequada às demandas sociais.
No caso do mercado, a principal limitação reside na motivação do lucro. Embora as empresas
possam ser incentivadas a atender às demandas dos consumidores e a se engajar em práticas
responsáveis, nem todas estão dispostas a assumir os custos ou o risco associado a solucionar
problemas sociais mais amplos (Gonçalves, 2020). Isso pode resultar em respostas fragmentadas, com
foco em iniciativas de responsabilidade social corporativa que podem não abordar as raízes dos
problemas sociais.
Por sua vez, a sociedade civil também enfrenta desafios ao lidar com demandas sociais. A falta de
recursos, a dependência de financiamento externo e a dificuldade de mobilização são alguns dos
obstáculos enfrentados pelas organizações da sociedade civil (Gonçalves, 2020). Além disso, o
engajamento cívico pode ser fragmentado ou limitado a grupos específicos, dificultando a
representatividade e a abrangência das ações da sociedade civil.
Para superar esses desafios, é preciso promover diálogo e parcerias, reconhecendo as habilidades
e contribuições únicas de cada ator. A transparência, a prestação de contas e a participação dos
diversos setores da sociedade podem fortalecer as respostas sociais, garantindo a utilização
apropriada dos recursos e a implementação de soluções sustentáveis e inclusivas.
Ao realizar o estágio em uma instituição, é importante que o aluno analise como ela se comporta
e compreende as demandas dos usuários. Isso significa observar se existem mecanismos
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estabelecidos para identificar, registrar e acompanhar essas demandas, bem como se há uma
estrutura de escuta e diálogo com os usuários.
Ao refletir sobre a estrutura existente na instituição concedente de estágio para articular as
respostas às demandas dos usuários, o aluno pode identificar as limitações e possibilidades para a
construção de seu pré-projeto de intervenção. Isso permite que ele se atente aos recursos, às
parcerias e às estratégias necessárias para promover as melhorias e condições que atendam às
demandas específicas dos usuários. Além disso, na construção do diário de campo, o aluno consegue
refletir com criticidade sobre as demandas identificadas no campo de estágio bem como as respostas
estatais e do assistente social para superar e enfrentar a questão apresentada.
TEMA 3 – QUESTÃO SOCIAL E SUAS EXPRESSÕES
Cabe retomar que a “Questão social é a contradição entre o capital e o trabalho, é o
tensionamento entre os detentores do meio de produção e a classe trabalhadora” (Meirelles, 2018, p.
55). A questão social no campo do serviço social se refere a um conjunto de problemas e
desigualdades presentes na sociedade que afetam as condições de vida e bem-estar das pessoas.
Essas questões são resultado de diversas formas de exclusão, injustiças sociais e desigualdades
estruturais que afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas e suas famílias.
As manifestações da questão social podem variar e englobam desde a pobreza, a falta de acesso
a direitos básicos como saúde, educação e moradia digna, até a violência, o desemprego, as
discriminações de gênero, raça e classe social, entre outros. Para abordar a questão social em serviço
social, é importante considerar os determinantes sociais, econômicos e políticos que contribuem para
a reprodução das desigualdades. Além disso, o trabalho do assistente social envolve a articulação
com outros profissionais e instituições, a mobilização e organização da sociedade civil, bem como a
elaboração de políticas públicas e projetos sociais que possam enfrentar de forma efetiva as
demandas e necessidades dos indivíduos e grupos sociais em situação de vulnerabilidade (Netto,
2004).
As expressões da questão social são fenômenos complexos: a discriminação e a opressão que
produzem preconceitos e estereótipos que afetam determinados grupos sociais, como discriminação
racial, de gênero, orientação sexual, etnia, religião, entre outros (Abepss, 2021); a violência e a
criminalidade com altos índices, o tráfico de drogas e outras formas de criminalidade que afetam
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principalmente as áreas mais vulneráveis da sociedade; a precariedade do trabalho com baixos
salários, falta de direitos trabalhistas, informalidade, exploração e jornadas extenuantes; o acesso
limitado a serviços, como a falta de acesso a serviços de saúde, educação, transporte, segurança,
cultura e lazer, além de entraves burocráticos que dificultam o acesso a direitos fundamentais.
Essas são apenas algumas das expressões da questão social, e é importante destacar que elas
podem se interligar e se reforçar mutuamente. Ao compreender e identificar essas expressões, torna-
se possível buscar alternativas estratégicas e combater as desigualdades sociais. Quais outras
expressões da questão social você consegue identificar em seu ambiente ou comunidade? Como você
acha que poderíamos enfrentá-las de forma criativa e propositiva?
Ao chegar no campo de estágio, é fundamental que o aluno do Serviço Social esteja atento às
diferentes expressões da questão social presentes no cotidiano do exercício profissional. Essa
percepção é essencial para que o estudante elabore um pré-projeto de intervenção que atue
diretamente nessas expressões, buscando criar mecanismos de enfrentamento e fortalecimentoda
defesa dos direitos sociais. Na elaboração do diário de campo, a dinâmica é a mesma. Com base na
identificação da expressão da questão social presente, o aluno pode refletir sobre as demandas e as
estratégias de enfrentamento.
Para identificar as expressões da questão social no campo de estágio, o aluno pode se fazer
algumas perguntas: quais são as principais demandas sociais que os usuários desse serviço
enfrentam? Quais são as desigualdades e injustiças presentes nessa realidade? Quais grupos
populacionais estão em situação de vulnerabilidade e exclusão?
Por exemplo, em um campo de estágio voltado para o atendimento de crianças em situação de
rua, as expressões da questão social podem estar relacionadas à falta de acesso à educação, à falta de
moradia, à violência, ao abuso e à exploração. Já em um campo de estágio em um Centro de
Referência de Assistência Social (Cras), as expressões da questão social podem envolver a pobreza, o
desemprego, a fragilização dos vínculos familiares e comunitários.
Após identificar essas expressões da questão social, o aluno pode construir seu pré-projeto de
intervenção, propondo ações, atividades e estratégias que contribuam para o enfrentamento dessas
problemáticas e para o fortalecimento dos direitos sociais desses usuários. É nesse momento que se
abre espaço para o aluno exercitar sua criticidade, sua capacidade de planejamento e seu
entendimento prepositivo para responder às necessidades e demandas específicas do público-alvo.
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TEMA 4 – ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL DIANTE DAS EXPRESSÕES
DA QUESTÃO SOCIAL
A atuação do serviço social diante das expressões da questão social é ampla e diversificada,
requerendo abordagens estratégicas para enfrentar os desafios sociais emergentes. O serviço social
busca promover o acesso aos direitos sociais e fundamentais em busca da igualdade de
oportunidades e o bem-estar das pessoas em situação de vulnerabilidade, mantendo o vínculo e a
manutenção junto à classe trabalhadora (Meirelles, 2018).
A atuação do serviço social diante das expressões da questão social é de fundamental
importância na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O serviço social é uma profissão
que tem como objetivo principal trabalhar com as demandas e os desafios que surgem das
expressões da questão social, ou seja, situações de desigualdade, exclusão, violação de direitos e
vulnerabilidade social (Netto, 2004).
Essas expressões da questão social podem se manifestar de diversas formas, como a pobreza, a
violência, o desemprego, a falta de acesso à saúde, à educação, à moradia adequada, entre outras. O
serviço social atua no enfrentamento dessas expressões, buscando promover a proteção social, a
garantia de direitos, a inclusão social e o fortalecimento dos indivíduos e das comunidades.
A atuação do profissional de serviço social envolve diferentes práticas e metodologias, como o
acolhimento, a escuta qualificada, o diagnóstico social, a intervenção individual, familiar e coletiva, a
articulação em redes de proteção social, a defesa de direitos e a elaboração de projetos e programas
sociais.
Para tanto, o profissional de serviço social precisa estar preparado para compreender a
complexidade das expressões da questão social, analisando seus determinantes estruturais, históricos
e políticos. Além disso, é necessário que o assistente social tenha consciência crítica e ética e
comprometimento em suas ações, sempre buscando promover a justiça social e a transformação das
condições de vida das pessoas. Portanto, a profissão não é neutra, é comprometida com os anseios
da classe trabalhadora comprometida com uma reforma societária.
Assim, é próprio da profissão atuar mediante as demandas das expressões da questão social
buscando compreender e intervir com base em uma análise das relações de classe e das contradições
do sistema capitalista.
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“Nesse sentido, o assistente social se baseia nessa perspectiva teórica social crítica para buscar
compreender as expressões da questão social como resultantes das contradições de classe
capitalistas” (Meirelles, 2018, p.78). Isso significa analisar como a exploração do trabalho, a
desigualdade na distribuição de recursos e as estruturas de poder impactam a vida das pessoas e
geram situações de injustiça, exclusão e violação de direitos.
Pautado nessa compreensão, o assistente social busca atuar de forma transformadora e
emancipatória, promovendo a organização dos trabalhadores, o fortalecimento das lutas sociais e a
defesa dos direitos humanos. Isso pode envolver ações como a realização de pesquisas críticas, a
participação em movimentos sociais, a formulação de políticas públicas voltadas para a redução das
desigualdades e a busca por alternativas ao modelo econômico dominante.
Ao chegar no campo de estágio, o aluno deve analisar criticamente as estratégias de
enfrentamento do assistente social diante das demandas das expressões da questão social, buscando
entender que o exercício profissional não pode imprimir uma neutralidade, deve ser comprometido
na luta e na defesa dos direitos sociais em prol dos usuários sempre na busca de estratégias críticas,
propositivas e interventivas.
Identificar o exercício profissional do assistente social no seu campo de estágio pode te auxiliar
na elaboração dos objetivos e das atividades do seu pré-projeto de intervenção. É com base nessa
análise que você pode criar ferramentas e instrumentos para intervir na realidade dos usuários,
vinculando as ações a defesa e garantia dos direitos sociais e fundamentais da classe trabalhadora.
TEMA 5 – DEMANDAS NO CAMPO DE ESTÁGIO
A análise das demandas sociais nos campos de estágio em serviço social é essencial para
compreender as diversas situações vivenciadas pelos usuários e intervir de forma adequada. Para
analisar as demandas sociais, é importante realizar um diagnóstico da realidade em que o estágio está
inserido. Isso envolve, primeiramente, conhecer a região e as características da população atendida. É
necessário investigar quais são os principais problemas sociais enfrentados pela comunidade, como
falta de acesso a serviços básicos, desemprego, violência, entre outros.
Além disso, é fundamental levantar informações sobre a organização ou instituição em que o
estágio está sendo realizado. Qual é o seu papel na comunidade? Quais são os serviços oferecidos?
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Quais são as políticas sociais com as quais ela está relacionada? Essas questões permitem
compreender o contexto institucional em que as demandas sociais se manifestam.
Outro aspecto relevante na análise das demandas sociais é a escuta ativa dos usuários. “O Serviço
Social é uma profissão que valoriza a participação e autonomia dos sujeitos, portanto, é essencial
ouvir suas necessidades, expectativas e percepções sobre a realidade em que vivem” (Gonçalves,
2020, p. 42).
Refletir sobre esse contexto é de extrema importância na resolução das demandas sociais
identificadas nos campos de estágio. Dessa forma, é possível construir um pré-projeto de intervenção
mais efetivo e adequado à realidade de cada indivíduo ou grupo.
Além disso, o exercício de identificar as demandas no campo de estágio desempenha um papel
fundamental na articulação com outros profissionais e instituições. Por meio do trabalho em rede, é
possível potencializar os recursos disponíveis e ampliar o alcance das ações de intervenção. Essa
capacidade de articulação e trabalho em equipe contribui para uma atuação mais integrada e
eficiente na resolução das demandas sociais.
Outro aspecto importante é a promoção da conscientização e o empoderamento dos usuários.
Por meio de atividades educativas, grupos de reflexão e orientações individuais, o/a estudante pode
auxiliar os indivíduos a compreenderem melhora sua realidade, seus direitos e suas potencialidades.
Isso permite que os usuários se tornem mais ativos e autônomos na construção de soluções para seus
problemas.
Apreender e problematizar as demandas do campo de estágio em serviço social é uma
habilidade crucial para os/as estudantes da área. Essa capacidade permite ir além da simples
identificação das demandas, buscando compreendê-las de forma crítica, analisando as causas
estruturais e as relações de poder que estão envolvidas.
É importante destacar que as demandas sociais são construídas em um contexto histórico,
político e social específico. Portanto, é essencial situar-se teoricamente, recorrendo a conceitos do
serviço social e de outras áreas das ciências sociais, para interpretar as demandas não como fatos
isolados, mas como expressões das contradições e desigualdades presentes na sociedade (Gonçalves,
2020).
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Além disso, problematizar as demandas significa questionar as formas como essas demandas são
apresentadas e como são tratadas no campo de estágio. Isso implica em analisar as limitações e
possibilidades da intervenção profissional, refletindo sobre as estratégias e abordagens utilizadas,
bem como sobre as políticas sociais e os dispositivos institucionais que permeiam o contexto.
Uma abordagem de problematizar as demandas sociais no campo de estágio também inclui
refletir sobre a posição ético-política da categoria na instituição, suas crenças e valores, e como isso
impacta sua forma de perceber, abordar as demandas sociais e intervir nelas. É necessário estar atento
aos possíveis vieses e preconceitos que influenciam a compreensão das demandas e buscar uma
postura crítica e reflexiva sempre em prol do fortalecimento da classe trabalhadora.
Ao chegar no campo de estágio, é imprescindível que o aluno tenha um olhar atento e sensível
para compreender as múltiplas manifestações das desigualdades sociais. É por meio desse
entendimento que se torna possível identificar o epicentro da questão social e como essas expressões
impactam e geram demandas nos espaços de atuação do assistente social.
Para identificar as demandas no campo de estágio, é necessário analisar as condições de vida e
as necessidades dos usuários que acessam os serviços do seu campo de estágio. O aluno deve
observar as particularidades das situações de vulnerabilidade e exclusão social, identificando como
elas se manifestam no cotidiano dos indivíduos, grupos e comunidades.
Por exemplo, em um campo de estágio voltado para a assistência às famílias em situação de
extrema pobreza, as demandas podem estar relacionadas à falta de acesso a moradia digna,
alimentação adequada, saúde, educação e trabalho. Já em um campo de estágio no sistema
penitenciário, as demandas podem envolver a falta de assistência jurídica, o acesso limitado a serviços
de saúde, a superlotação e as condições precárias das unidades prisionais.
Ao compreender o epicentro da questão social e suas múltiplas manifestações, o aluno pode
identificar e analisar as demandas específicas do seu campo de estágio. Essa análise fundamenta a
elaboração das propostas do seu pré-projeto de intervenção, visando a promoção da equidade, a
garantia de direitos sociais e o vínculo efetivo com a manutenção de vida da classe trabalhadora. No
diário de campo, ao refletir sobre a atividade, o aluno terá fundamentação para relacionar as
expressões da questão social com as demandas atendidas na unidade concedente de estágio. Essa
dinâmica pode fortalecer sua análise crítica sobre o seu processo de estágio.
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NA PRÁTICA
Com base nessas reflexões, convidamos você a pensar seu pré-projeto de intervenção intrínseco
a uma ou mais expressões da questão social presentes no seu espaço de estágio. Ao participar das
atividades junto à supervisão de campo, perceba quais demandas chegam até o serviço social. Em
seguida, vincule essas demandas ao fenômeno da desigualdade social e, por fim, perceba e
identifique quais expressões da questão social estão presentes nessa atuação.
Levando em consideração a construção do seu pré-projeto de intervenção e do seu diário de
campo e diante das expressões da questão social, como você poderia pensar de forma crítica e
propositiva para contribuir com a atuação do serviço social no seu campo de estágio? Como futuro
assistente social, que outras estratégias inovadoras você sugere para enfrentar essa demanda?
FINALIZANDO
Nesta etapa, abordamos pontos importantes para construção de um pré-projeto de intervenção
crítico, propositivo e comprometido com a classe trabalhadora no que tange a defesa dos direitos
sociais. Retomamos o entendimento sobre as expressões da questão social como fruto de uma
sociedade capitalista entendendo, também, as possíveis estratégias e alguns dos obstáculos nas
respostas estatais, do mercado e da sociedade civil diante das demandas sociais. Além disso,
revisitamos a atuação do assistente social na construção e na busca por respostas às expressões da
questão social.
Todos os elementos discutidos nesta etapa têm o intuito de despertar em você a capacidade
crítica de identificar as expressões da questão social no seu campo de estágio para problematizar as
respostas institucionais perante essa demanda, de maneira a construir seu diário de campo e o seu
pré-projeto de intervenção de forma crítica, propositiva e comprometida com os interesses da classe
trabalhadora.
REFERÊNCIAS
ABEPSS. Grupo Temático de Pesquisa da ABEPSS Serviço Social: fundamentos, formação e
trabalho profissional. A centralidade da questão social para o Serviço Social Brasileiro. Temporalis,
Brasília, n. 42, ano 21, p. 246-260, jul./dez. 2021.
04/03/2024, 14:40 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/14
GONÇALVES, M. Gestão de política social. 1. ed. São Paulo: Contentus, 2020.
MEIRELLES, G. Á. L. de. Serviço social e questão social: das origens à contemporaneidade. 1. ed.
Curitiba: InterSaberes, 2018.
NETTO, J. P. Cinco notas a propósito da “Questão social”. Temporalis, Brasília, n. 3, ano II, 2004.
TAVARES, M. A. Trabalho e demandas sociais na reestruturação do capital: o Serviço Social
entre a prática e a realidade. In: X Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, 2006. Recife.
Anais. Recife: ABEPSS/UFPE, 2006. 1 CD.

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