Buscar

Nova sintese SP 2 1 Vai voltar

Prévia do material em texto

Nova sintese
SP 2.1 – Vai voltar...
Ambrósio, atualmente com 55 anos, teve há 20 dias, Covid-19 confirmada, já está bem, mas, continua com a redução da percepção do gosto e do odor dos alimentos. Uma anamnese mais pormenorizada evidenciou os sintomas já estiveram mais acentuados na primeira semana da doença com perda total do olfato e paladar. Disse que foi o primeiro sintoma que percebeu da doença e até foi por isso que o deixaram fazer o teste que confirmou o Covid-19. Hoje, está com consulta marcada com sua médica do trabalho, Dra. Clair, para falar deste incômodo:
Ambrósio: - Boa Tarde Dra. Clair, queria que a senhora me explicasse por que eu ainda estou com estes sintomas... É muito ruim não sentir gosto nem cheiro de nada...hoje já está um pouco, mas, muito pouco ainda..., 
Dra. Clair: Boa tarde Ambrósio, tenha calma, você mesmo já está dizendo que já está sentindo alguma coisa. Desde que você referiu essa anosmia e ageusia, que hoje já são hiposmia e disgeusia; fui rever o assunto na literatura e inteirei-me do problema das alterações da gustação e do olfato em pacientes com Covid-19, só posso lhe dizer: vai voltar. Pior, Ambrósio, quando isso ocorre em pacientes que fazem quimioterapias...
Ambrósio, com os olhos arregalados responde: Doutora, não entendi nenhuma dessas palavras que a senhora falou... Só compreendi que vai voltar...
Dra. Clair pede desculpas a Ambrósio e explica com detalhes e em palavras que ele compreende, o que acontece para haver perda de paladar e olfato na Covid- 19 e nos pacientes que fazem quimioterapia. 
Ambrósio então diz: - Agora sim Doutora, vou até saber explicar para todos o que me acontece. E o melhor: que vai voltar...
PALAVRAS DESCONHECIDAS
· Anosmia: perda completa do olfato
· Ageusia: perda completa do paladar
· Hiposmia: perda parcial do olfato
· Disgeusia: perda parcial do paladar
PROBLEMATIZAÇÃO
HIPÓTESES
· O Covid-19 atinge o SN, impedindo a transmissão do impulso nervoso até os receptores cerebrais. aceito
· A Covid-19 provocou dano ao I nervo craniano. aceito
· A Covid-19 causou um edema nas cavidades nasais, pressionando os nervos olfatórios e do paladar, impedindo os impulsos nervosos. refutado
· Perda de cheiro e paladar se deve ao entupimento do nariz. aceito
· A quimioterapia piora a percepção do olfato e paladar devido à xerostomia. aceito
· Os danos do vírus Sars Cov causa sempre lesões reversíveis nas células. refutado
· Aumento de estímulos externos favorece o retorno de olfato e gustação. aceito
· A olfação e a gustação são sentidos interdependentes, por serem inervados pela mesma via nervosa. refutado
QUESTÕES DE APRENDIZAGEM
· Descrever o mecanismo de transmissão nervosa (potencial de ação, potencial de membrana, polarização - bioeletrogênese).
Camile
Sinalização neuronal/ sináptica
Assim como as células endócrinas, as células nervosas (neurônios) podem enviar mensagens a grandes distâncias.
Contudo, no caso da sinalização neuronal, a mensagem não é amplamente distribuída, mas é liberada rápida e especificamente para as células-alvo individuais por meio de mecanismos específicos. 
O axônio de um neurônio forma junções especializadas (sinapses) com as células-alvo, que podem estar longe do corpo celular neuronal. 
Os axônios que se estendem desde a medula espinal ao hálux do pé em um humano adulto, por exemplo, podem ter mais de 1 m de comprimento. 
Quando ativado por sinais provenientes do ambiente ou de outras células nervosas, o neurônio envia impulsos elétricos que correm ao longo do seu axônio a velocidades de até 100 m/s. 
Ao chegar ao terminal axônico, esses sinais elétricos são convertidos em uma forma química: cada impulso elétrico estimula a liberação, pelo terminal nervoso, de um pulso de uma molécula de sinalização extracelular chamada de neurotransmissor.
 
O neurotransmissor se difunde pela fenda estreita (˂100 nm) que existe entre a membrana do terminal axônico e a da célula-alvo, alcançando seu destino em menos de 1 milissegundo. 
Sinapses
A região onde o terminal axonal encontra a sua célula-alvo é chamada de sinapse. 
O neurônio que transmite um sinal para a sinapse é denominado célula pré-sináptica, e o neurônio que recebe o sinal é chamado de célula pós-sináptica. 
O espaço estreito entre duas células é a fenda sináptica. 
Apesar de as ilustrações caracterizarem a fenda sináptica como um espaço vazio, ela é preenchida por uma matriz extracelular com fibras que ancoram as células pré e pós-sinápticas no lugar.
A grande maioria das sinapses no corpo são sinapses químicas, em que a célula pré-sináptica libera sinais químicos que se difundem através da fenda sináptica e se ligam a um receptor de membrana localizado na célula pós-sináptica. 
O SNC humano também possui sinapses elétricas, em que a célula pré-sináptica e a célula pós-sináptica estão conectadas através de junções comunicantes. As junções comunicantes permitem que correntes elétricas fluam diretamente de uma célula à outra. 
A transmissão de uma sinapse elétrica além de ser bidirecional também é mais rápida do que uma sinapse química.
Sinapses elétricas: As sinapses elétricas transmitem um sinal elétrico, ou corrente, diretamente do citoplasma de uma célula para outra através de poros presentes nas proteínas das junções comunicantes. A informação pode fluir em ambas as direções em quase todas as junções comunicantes, porém, em alguns casos, a corrente pode fluir em apenas uma direção (uma sinapse retificadora).
As sinapses elétricas existem principalmente em neurônios do SNC. Elas também são encontradas nas células da glia, em músculos cardíaco e liso e em células não excitáveis que usam sinais elétricos, como a célula pancreática. A principal vantagem das sinapses elétricas é a condução rápida e bidirecional dos sinais célula a célula para sincronizar as atividades de uma rede celular. As junções comunicantes também permitem que as moléculas sinalizadoras químicas se difundam entre células vizinhas.
Sinapses químicas: A maior parte das sinapses no sistema nervoso são sinapses químicas, as quais utilizam moléculas neurócrinas para transportar a informação de uma célula à outra.
Nas sinapses químicas, o sinal elétrico da célula pré-sináptica é convertido em um sinal neurócrino que atravessa a fenda sináptica e se liga a um receptor na sua célula-alvo.
OBS: Uma vez que um axônio alcança a sua célula-alvo, uma sinapse é formada. Entretanto, a formação das sinapses deve ser seguida de atividades elétrica e química, ou a sinapse desaparecerá.
Neurotransmissores
· Substâncias encontradas em vesículas próximas às sinapses, de natureza química variada, que ao serem liberadas pela fibra pré-sináptica na fenda sináptica estimulam ou inibem a fibra pós-sináptica;
· São moléculas armazenadas e liberadas em vesículas sinápticas;
· Sua síntese ocorre no terminal axonal a partir de precursores metabólicos ali presentes. 
As enzimas envolvidas na síntese de tais neurotransmissores são produzidas no pericário (corpo celular do neurônio) e transportadas até o terminal axonal e, neste local, rapidamente dirigem a síntese desses mediadores químicos;
Uma vez sintetizados, os neurotransmissores são levados para as vesículas sinápticas, que liberam seus conteúdos por exocitose. 
Neste processo, a membrana da vesícula funde-se com a membrana pré-sináptica, permitindo que os conteúdos sejam liberados. 
A membrana vesicular é posteriormente recuperada por endocitose e a vesícula reciclada é recarregada com neurotransmissores.
Potencial de ação
Sinal que leva a informação ao longo do sistema nervoso – o potencial de ação. 
O interior da membrana neuronal durante o repouso é negativo em relação ao meio externo. 
O potencial de ação é uma inversão rápida dessa situação, de forma que, por um instante, o meio interno da membrana torna-se carregado positivamente com relação ao meio externo. 
O potencial de ação é também chamado de potenciais em ponta (spike), impulso nervoso ou descarga.
Os potenciais de ação gerados por uma porção da membranasão similares em tamanho e duração, e não diminuem à medida que são propagados pelo axônio. 
É importante lembrar: a frequência e o padrão de potenciais de ação constituem o código utilizado pelos neurônios para transferir informação de um local para outro. 
Os potenciais de ação são, muitas vezes, chamados de fenômenos tudo ou nada, pois ou ocorrem como despolarização máxima (se o estímulo atinge o limiar) ou não ocorrem (se o estímulo está abaixo do limiar). 
Quando falamos em potenciais de ação, é importante compreender que não se trata de um único potencial de ação que se move ao longo da célula. 
O potencial de ação que ocorre na zona de gatilho é similar ao movimento do primeiro dominó de vários dominós alinhados em sequência. 
Quando o primeiro cai, ele atinge o próximo, passando a sua energia cinética.
A condução do impulso elétrico ao longo do axônio requer apenas alguns tipos de canais iônicos: canais Na+ dependentes de voltagem e canais de K+ dependentes de voltagem mais alguns canais de vazamento que auxiliam na manutenção do potencial de repouso da membrana.
Os potenciais de ação se iniciam quando os canais iônicos dependentes de voltagem se abrem, alterando a permeabilidade da membrana (P) para NA(PNa) e K(PK).
O potencial de ação propriamente dito pode ser dividido em três fases: 
1. ascendente, 
2. descendente 
3. e pós-hiperpolarização.
Fase ascendente
A fase ascendente ocorre devido a um aumento súbito e temporário da permeabilidade da célula para Na+. 
Um potencial de ação inicia quando um potencial graduado que atinge a zona de gatilho despolariza a membrana até o limiar (3). 
Conforme a célula despolariza, canais de Na+ dependentes de voltagem abrem-se, tornando a membrana muito mais permeável ao sódio. Então, Na+ flui para dentro da célula, a favor do seu gradiente de concentração e atraído pelo potencial de membrana negativo dentro da célula.
O aumento de cargas positivas no líquido intracelular despolariza ainda mais a célula (4).
No terço superior da fase ascendente, o interior da célula tornou-se mais positivo do que o exterior, e o potencial de membrana reverteu a sua polaridade.
Assim que o potencial de membrana da célula fica positivo, a força elétrica direcionando o Na+ para dentro da célula desaparece. Entretanto, o gradiente de concentração do Na+ se mantém, e o sódio continua se movendo para dentro da célula.
O potencial de ação atinge seu pico em 30 mV quando os canais de Na+ presentes no axônio se fecham e os canais de potássio se abrem.
Fase descendente
A fase descendente corresponde ao aumento da permeabilidade ao K+. Canais de K+ dependentes de voltagem, semelhantes aos canais de Na, abrem-se em resposta à despolarização. Contudo, os canais de K+ abrem-se muito mais lentamente, e o pico da permeabilidade ocorre mais tarde do que o do sódio. No momento em que os canais de K+ finalmente se abrem, o potencial de membrana da célula já alcançou 30 mV, devido ao influxo de sódio através de canais de Na que se abrem muito mais rapidamente.
Quando os canais de Na+ se fecham durante o pico do potencial de ação, os canais de K+ recém se abriram, tornando a membrana altamente permeável ao potássio.
Em um potencial de membrana positivo, os gradientes de concentração e elétrico do K+ favorecem a saída do potássio da célula. À medida que o K+ se move para fora da célula, o potencial de membrana rapidamente se torna mais negativo, gerando a fase descendente do potencial de ação (6) e levando a célula em direção ao seu potencial de repouso.
Quando o potencial de membrana atinge - 70 mV, a permeabilidade ao K+ ainda não retornou ao seu estado de repouso.
O potássio continua saindo da célula tanto pelos canais de K dependentes de voltagem quanto pelos canais de vazamento de potássio, e a membrana fica hiperpolarizada, aproximando-se do EK de -90 mV. Essa pós-hiperpolarização (7) também é chamada de undershoot (subpassagem).
Por fim, os canais de K+ controlados por voltagem lentos se fecham, e uma parte do vazamento de potássio para fora da célula cessa 8 . 
A retenção de K+ e o vazamento de Na+ para dentro do axônio faz o potencial de membrana retornar aos - 70 mV (9) , valor que reflete a permeabilidade da célula em repouso ao K+, Cl- e Na+.
Resumo:
O potencial de ação é uma alteração no potencial de membrana que ocorre quando canais iônicos dependentes de voltagem se abrem, inicialmente aumentando a permeabilidade da célula ao Na+ (que entra) e posteriormente ao K+ (que sai). 
O influxo (movimento para dentro da célula) de Na+ despolariza a célula. 
Essa despolarização é seguida pelo efluxo (movimento para fora da célula) de K+, que restabelece o potencial de membrana de repouso da célula.
Propriedades 
A condução é mais rápida em axônios mielinizados.
A condução dos potenciais de ação ao longo do axônio é mais rápida em fibras nervosas que possuem membranas altamente resistentes, assim minimizando o vazamento do fluxo corrente para fora da célula. Os axônios mielinizados limitam a quantidade de membrana em contato com o líquido extracelular. Nesses axônios, pequenas porções da membrana exposta – os nódulos de Ranvier – alternam-se com segmentos mais longos envoltos por múltiplas camadas de membrana (bainha de mielina). A bainha de mielina cria uma barreira de alta resistência que impede o fluxo de íons para fora do citoplasma. As membranas de mielina são análogas às capas de plástico que envolvem os fios elétricos, uma vez que elas aumentam a espessura efetiva da membrana do axônio em até 100 vezes.
Neurônios maiores conduzem potenciais de ação mais rapidamente
Dois parâmetros-chave físicos influenciam a velocidade de condução de potenciais de ação em um neurônio de mamífero: (1) o diâmetro do axônio e (2) a resistência do axônio ao vazamento de íons para fora da célula (a constante de comprimento). Quanto maior o diâmetro do axônio ou maior a resistência da membrana ao vazamento, mais rápido um potencial de ação se moverá.
Mariana Prusse
Bioeletrogênese
- Propriedade de certas células (neurônios e células musculares) gerar e alterar a diferença de potencial elétrico através da membrana.
- Toda alteração do potencial elétrico é causada por movimentos de íons através de canais iônicos situados na membrana plasmática. Esses processos modificam a diferença de potencial elétrico da membrana, ou seja, a diferença da carga elétrica entre os meios intra e extracelular, possibilitando a passagem dos sinais elétricos.
- Os potenciais elétricos basicamente se dividem em potencial de repouso e potencial de ação. 
1) Potencial de repouso
- O potencial de repouso é a diferença de potencial elétrico, em Volts (V) gerada a partir de um gradiente eletroquímico através da membrana plasmática. Em outras palavras, o potencial de repouso se refere às diferenças de concentração de íons entre o meio intracelular e o meio extracelular quando a célula não está despolarizada, ou seja, quando está em repouso. 
2) Potencial de ação
- O potencial de ação, por outro lado, refere-se às variações rápidas do potencial de repouso das células excitáveis, que variam de voltagens negativas a positivas, retornando a valores negativos após a despolarização, ou seja, ao potencial de repouso, que possui valor negativo. Todo esse processo é importante para que as células transmitam os sinais e realizem suas funções.
- O potencial de ação possui três estágios:
1. Repouso: a entrada e saída dos íons sódio e potássio está equilibrada pela bomba de sódio e potássio e pela saída e entrada de íons K+ pelos canais de potássio. 
2. Despolarização: ocorre um aumento da permeabilidade aos íons Na+, permitindo a entrada desses íons, obedecendo o gradiente de concentração, ou seja, como o meio extracelular possui mais sódio que o meio intracelular, o Na+ é atraído para dentro da célula, elevando a voltagem da célula até mais ou menos +35mV. 
3. Repolarização: ocorre o fechamento dos canais de Na+ e abertura dos canais de K+, impedindo a entrada adicional de Na+ e permitindo a saída de K+, seguindoseu gradiente de concentração, e reduzindo novamente o potencial para que a célula volte ao seu canal de repouso.
Lic: K+, íons fosfato e proteínas negativamente carregadas
Lec: Na, Cl– parte permanecem com Na
 domina o líquido extracelular 
Lucas
O PA comporta-se de maneiras diferentes diante de diferentes estímulos físicos; quando um estímulo é muito lento, não rápido e intenso o suficiente para despolarizar a célula, acontece o fenômeno da acomodação. A redução da frequência (de disparo da despolarização) após a exposição a um estímulo físico prolongado, como toque, alongamento muscular, exposição a odores e estimulação elétrica, caracteriza a adaptação. 
A recuperação da adaptação (desadaptação) ocorre após o cessar do estímulo, e demora até que a frequência dos estímulos volte a ser normal, salvo quando ocorre transdução genética, como na plasticidade sináptica. O presente estudo trata de uma revisão da literatura sobre o desencadeamento e a propagação do PA e o consequente processo de adaptação celular.
Os receptores tônicos são receptores de adaptação lenta, disparam rapidamente quando estimulados, diminuem e mantém os disparos enquanto estão sendo estimulados. Exemplo: barorreceptores sensíveis à pressão (SILVERTHORN, 2010; COSTANZO, 2014)
Receptores fásicos são aqueles que apresentam adaptação rápida, ou seja, disparam quando recebem o estímulo, se a intensidade do estímulo permanecer estável o receptor para de disparar, se adapta ao novo estado e desliga. Exemplo: receptores olfatórios.
https://www.scielo.br/j/fm/a/4fBhctmmDhkMx5k9dm4PyHj/?format=pdf&lang=pt 
Isabela 
Sinapse química:
Nesta não existe as junções comunicantes, existe um espaço entre as células, chamado de fenda sináptica 
Características:
1. requer um mediador químico para realizar o transporte de informações de um célula para outra, mediador esse chamado de neurotransmissor (NT)
2. presença de vesículas em cada célula as quais guardam os neurotransmissores 
3. passagem é sempre da membrana pré-sináptica para a pós-sináptica, ou seja, a sinapse é unidirecional 
4. mais complexa que a sinapse elétrica, e por isso é mais lenta, e justamente por isso ela é mais precisa
5. sinapse mais abundante no SNC
Conversão de transmissão elétrica para transmissão química através da abertura dos canais de Ca dependente de voltagem 
Na membrana pós-sináptica vamos encontrar receptores / proteínas de membranas capaz de reconhecer o neurotransmissor e desencadear uma resposta nesta célula pós-sináptica (canais iônicos regulados por ligantes)
Outro receptor irá realizar apenas uma alteração nesta célula, chamada de alteração de potencial pós-sináptico
· Caracterizar morfo funcionalmente as estruturas responsáveis pelo olfato.
Ruan
EPITÉLIO RESPIRATÓRIO 
O epitélio que compõe essa região é o epitélio olfatório formado por três tipos distintos de células: 
1) Células de sustentação/suporte: auxiliam na produção de muco, além disso essas células possuem um pigmento acastanhado que é responsável pela cor marrom da mucosa olfatória. 
2) Células basais: Formam na face profunda do epitélio uma única camada acima do córion. Sua função seria substituir as células de suporte.
3) Células olfatórias: são neurônios bipolares que se distribuem entre as células de sustentação. São dilatadas nas extremidades de onde partem cílios longos, sem movimento e com a função de receptores.
NERVO OLFATÓRIO ( nervo craniano I )
-> Realiza a transdução olfativa, através de neurônios sensitivos, faz conexão com o neurônio secundário no BULBO OLFATÓRIO que segue para a CÓRTEX OLFATIVO. 
BULBO OLFATÓRIO
-> O Bulbo Olfatório é a região especializada no processamento de sinais moleculares que levam ao sentido do cheiro.
TRATO OLFATÓRIO
COMISSURA ANTERIOR: 
Facilita a integração das informações sensoriais olfativas entre os dois lados do cérebro, auxiliando na percepção e no processamento adequado dos odores.
CÓRTEX OLFATÓRIO:
 
Este córtex não é uma estrutura única, mas sim definido como as áreas combinadas do córtex cerebral (geralmente dentro do lobo temporal ) que recebem informações diretamente do bulbo olfatório. Essas regiões incluem:
2- Amígdala : consequências emocionais, endócrinas e viscerais 
4- Córtex Piriforme e piriamigdalóide : percepção e discriminação 
5- Córtex entorrinal : memórias olfativas 
Mariana Demetrio
Olfato estruturas
Estrutura do nariz
· As cavidades nasais são divididas pelo septo nasal na linha média.
· Cada parede nasal lateral é formada por 3 cornetos: inferior, médio e superior.
· A placa cribriforme constitui o teto da cavidade nasal: parte do osso etmóide, perfurado pelo buraco olfativo (aproximadamente 20 buracos)
Localização do epitélio olfativo
· Ao longo da placa cribriforme
· Ao longo e medialmente aos cornetos superiores
· Pode estender-se até ao corneto médio anterolateral e ao septo nasal posterior
· A localização do epitélio olfativo varia entre indivíduos.
OBS: Os neurônios olfativos são perdidos com a idade, exposição a toxinas ambientais e inflamação.
Deteção de cheiro
Detectamos o cheiro inalando ar rapidamente, o que cria um fluxo de ar turbulento no nariz. Esta inalação facilita a transferência dos odorantes superiormente, onde se encontra o epitélio olfativo. Os odores difundem-se, então, no muco e ligam-se a proteínas que os transportam para os receptores olfativos.
Outra forma de detetar o olfato é através da transferência posterior de odores à nasofaringe, importante para a detecção do sabor durante a ingestão de alimentos e bebidas.
Epitélio olfativo
O epitélio olfativo é um epitélio colunar pseudoestratificado que recobre uma lâmina própria e consiste nos seguintes tipos de células:
1. Células basais:
· Atuam como células-tronco
· Podem diferenciar-se em progenitores do epitélio olfativo
2. Células de sustentação: suportam a função dos neurônios olfativos
3. Células da glândula olfativa (glândula de Bowman): função de transportar secreções para a superfície epitelial apical
4. Neurônios receptores olfativos:
· Localizados numa zona intermediária entre as camadas basal e apical
· Formam a maior parte do epitélio: os humanos têm aproximadamente 10 a 20 milhões de neurônios olfativos.
Células bipolares:
· Projetam uma dendrito com uma extremidade espessada (o botão olfativo) que contém cílios sensoriais imóveis para a superfície epitelial
· Projetam outro axônio que transmite sinais ao cérebro após cruzar a placa cribriforme
Expressam recetores olfativos:
· Constituem uma das maiores famílias de receptores acoplados à proteína G
· Controlados por até 800 genes em humanos
Nervo olfativo
· Os axônios dos neurônios olfativos formam feixes nervosos (fila olfatória). Muitos destes feixes coalescem para criar o nervo olfativo.
· Envolvido pela dura-máter e aracnóide
· O mais curto dos 12 nervos cranianos e o único que pode regenerar-se parcialmente
· Cruza a placa cribriforme e faz sinapse com os neurônios do bulbo olfativo
Via Olfativa
Os odores são detectados primeiramente no bulbo olfativo, onde a informação é recebida e transmitida, posteriormente, ao longo do trato olfativo até ao córtex olfativo.
Bulbo olfativo
· A principal estação de retransmissão da via olfativa
· Fica no topo da placa cribriforme
O bulbo olfativo é composto por:
· Glomérulos: emaranhados densos de ramos axonais e dendríticos
· Células mitrais: cada célula estende um dendrito primário para um único glomérulo, que se divide num tufo de ramos, nos quais os axônios olfativos primários fazem sinapse.
Trato olfativo
· Consiste em fibras nervosas criadas pelos axônios das células mitrais do bulbo olfativo
· O trato passa por baixo do lobo frontal medial, dentro do sulco olfativo.
O trato olfativo, finalmente, divide-se em 2 estrias:
· A estria lateral termina no córtex olfativo primário do lobo temporal.
· A estria medial passa pela comissura anterior até o trato olfativo contralateral, e termina em estruturas límbicas que contribuem para as respostas emocionais provocadas pelo cheiroCórtex olfativo
O córtex olfativo é o único a receber estímulos sensoriais diretos das células mitrais do bulbo olfativo. Este processo difere da via sensorial clássica, onde a informação sensorial é primeiramente retransmitida ao tálamo antes de atingir o neocórtex.
· Localizado na base do lobo frontal e aspecto medial do lobo temporal
· Dividido em várias estruturas ao longo do eixo antero-posterior: núcleo olfativo anterior, tubérculo olfativo, córtex piriforme, amígdala olfativa, córtex entorrinal lateral, córtex insular, córtex orbitofrontal
OBS:
Córtex piriforme: 
· Localizado abaixo da estria olfativa lateral
· Inclui a parte anterior do giro parahipocampal e uncus
· 
Amígdala olfativa:
· Localizada no lobo temporal, em frente ao corno temporal do ventrículo lateral
· Inclui as áreas pré-piriforme e periamigdaloide
· Associada a respostas emocionais ao cheiro, como o medo
Córtex entorrinal lateral:
· Do córtex olfativo, a informação olfativa é secundariamente retransmitida através do núcleo mediodorsal do tálamo para o:
Córtex insular:
· Localizado na fissura de Sylvian
· Acredita-se que seja o local onde as informações olfativas e gustativas se integram para produzir a sensação de sabor
Córtex orbitofrontal:
· Localizado na base do lobo frontal
· Lesões desta região cortical podem resultar na incapacidade de distinguir diferentes odores.
A informação do odor também é enviada para o córtex orbitofrontal, partes do hipotálamo e tronco cerebral para desencadear apetite, salivação e contração gástrica.
Referências:
Silverthorn, DU. Fisiologia humana (7ª ed.). 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582714041
As Vias Olfatórias Muito Antigas, Menos Antigas e Recentes para o SNC
O trato olfatório chega ao encéfalo na junção anterior entre o mesencéfalo e o prosencéfalo; aí, o trato se divide em duas vias, como mostrado na Figura 53-5, uma passando, em situação medial, para a área olfatória medial do tronco cerebral, e a outra passando lateralmente para a área olfatória lateral. 
A área olfatória medial representa o sistema olfatório muito antigo, enquanto a área olfatória lateral é a aferência para o sistema olfatório menos antigo e o sistema recente. 
· O Sistema Olfatório Muito Antigo - A Área Olfatória Medial
A área olfatória medial consiste em grupo de núcleos, localizados na porção mediobasal do encéfalo, imediatamente anterior ao hipotálamo. Os mais conspícuos são os núcleos septais, localizados na linha média e que se projetam para o hipotálamo e outras partes primitivas do sistema límbico. Essa é a área encefálica mais relacionada ao comportamento básico. 
· O Sistema Olfatório Menos Antigo — A Área Olfatória Lateral
A área olfatória lateral é composta principalmente pelo córtex pré-piriforme, córtex piriforme e pela porção cortical do núcleo amigdalóide. Dessas áreas, as vias neurais atingem quase todas as partes do sistema límbico, especialmente nas porções menos primitivas, como hipocampo, que parece ser o mais importante para o aprendizado relacionado ao gostar ou não de certos alimentos, de acordo com a experiência prévia com esses alimentos. 
Aspecto importante da área olfatória lateral é que muitas vias neurais dela provenientes também se projetam diretamente, para a parte mais antiga do córtex cerebral, chamada paleocórtex, na porção anteromedial do lobo temporal. Essa é a única área de todo o córtex cerebral em que os sinais sensoriais passam diretamente para o córtex, sem passar primeiro pelo tálamo. 
· A Via Recente 
Foi identificada uma via olfatória mais recente que passa pelo tálamo, para o núcleo talâmico dorsomedial e, então, para o quadrante posterolateral do córtex orbitofrontal. Estudos em macacos indicam que esse sistema mais novo provavelmente auxilia na análise consciente do odor. 
Resumo: assim, parece ser o sistema olfatório muito antigo o que participa nos reflexos olfatórios básicos, o sistema menos antigo o que fornece o controle automático, mas parcialmente aprendido, da ingestão de alimentos e aversão a alimentos tóxicos e pouco saudáveis, e o sistema recente, que é comparável à maioria dos outros sistemas sensoriais corticais, usado para a percepção e análise conscientes da olfação. 
· Identificar as estruturas olfatórias, a partir de exames de imagem.
Camile
LEGENDAS: 
F: Seios frontais
CE: Cristas etmoidais
E: Células aéreas etmoidais
M: Seio maxilar
PD: Palato duro
CB: Cavidade da boca
Letícia
Gaby
Ruan
· Descrever as vias nervosas responsáveis pela transmissão e processamento do sentido olfativo.
Isabela
Isabela 
Transdução do sinal olfatório 
A superfície do epitélio olfatório possui os terminais protuberantes dos dendritos dos neurônios sensoriais olfatórios, onde de cada protuberância emergem vários cílios imóveis. Os cílios estão embebidos em uma camada de muco, produzido pelas glândulas olfatórias (glândulas de Bowman) situadas no epitélio e na lâmina própria. As moléculas odoríferas devem, inicialmente, se dissolver e penetrar no muco antes que possam se ligar a uma proteína receptora olfatória no cílio olfatório. Cada proteína receptora olfatória é sensível a uma faixa limitada de substâncias odoríferas. 
Os receptores para substâncias odoríferas são receptores de membrana acoplados à proteína G. Os genes dos receptores para substâncias odoríferas formam a maior família de genes nos vertebrados (cerca de 1.000 genes, ou 3-5% do genoma), mas somente cerca de 400 proteínas receptoras de substâncias odoríferas são expressas nos seres humanos. A combinação da maioria das moléculas odoríferas com seus receptores olfatórios ativa uma proteína G especial, a Golf, que, por sua vez, ativa a enzima adenilato ciclase para aumentar o AMPc (substância chamada adenosina monofosfato cíclica, um tipo de segundo mensageiro) intracelular. O aumento na concentração de AMPc abre canais catiônicos dependentes de AMPc, despolarizando a célula. Se o potencial receptor graduado resultante for suficientemente forte, ele dispara um potencial de ação que percorre o axônio do neurônio sensorial até o bulbo olfatório.
Referência: Silverthorn, Dee U. Fisiologia humana. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, [2017].
Gaby
Potenciais de membrana e potenciais de ação nas células olfativas.
→O potencial de membrana das células olfativas quando não estimuladas, medido por microeletrodos, é, em média, -55 mV.
→Nesse potencial, a maior parte das células gera potenciais de ação contínuos com frequência variando de um a cada 20 segundos até dois ou três por segundo.
→A maioria dos odoríferos causam despolarização da membrana, diminuindo o potencial negativo da célula olfativa de -55 mV para cerca de -30 mV ou menos. Isso causa aumento da frequência dos potenciais de ação para valores em torno de 20 por segundo, uma frequência muito elevada para as finas fibras olfativas (diâmetro de apenas uma fração de micrômetro).
→Alguns odorantes hiperpolarizam a membrana da célula olfativa, causando diminuição da frequência de disparo, em lugar de aumenta-la.
Limiar para o olfato. 
→Uma das características principais do olfato é a pequena quantidade de agente estimulante no ar que é geralmente necessária para gerar uma sensação olfativa. 
→A substância metil-mer-mercaptana, por exemplo, pode ser detectada pelo seu odor quando apenas 25 bilionésimos de miligramas estão presentes em cada mililitro de ar. Devido a seu baixo limiar essa substância é misturada com o gás natural para dar a este um odor que possa ser detectado quando ocorre um vazamento.
Referências:
1. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4553028/mod_resource/content/3/Gustac%CC%A7a%CC%83o%20e%20Olfac%CC%A7a%CC%83o_EC2019.pdf
· Caracterizar morfo funcionalmente as estruturas responsáveis pela gustação.
Letícia
ÓRGÃO RECEPTOR: LÍNGUA (PRINCIPAL), mas também tem na faringe (epiglote) e laringe
LÍNGUA
É onde estão presentes os quimiorreceptores (células primárias do sistema gustativo)
Onde tem papilas gustativas, e dentro tem células especializadasem perceber gostos os botões gustativos 
Divisões da língua:
1. Ápice 
2. Corpo 
3. Raiz 
PAPILAS GUSTATIVAS:
Dentro das papilas gustativas existe os botões gustativos 
Dividida em:
· Fungiformes: ápice e corpo (formato de cogumelo)
· Folhadas: laterais 
· Circunvaladas: raiz 
EXCETO:
Filiformes: não tem funções gustativas (não é papila gustativa) 
IMAGEM 
BOTÕES GUSTATIVOS
Região cheia de células gustativas- possuem receptores 
As partículas excitar as células gustativas- inicia um potencial de ação- primeira sinapse com células neuronais (neurônios)
Ápice + corpo- inervado pelo ramo do nervo facial VII (nervo corda do tímpano)
Posterior/ raiz- nervo glossofaríngeo
Faringe (epiglote)- nervo vago 
Os botões gustativos possuem quatro tipos celulares morfologicamente distintos, denominados I, II e III, mais as células basais. As células tipo I são células de sustentação do tipo glial. As células do tipo II, ou células receptoras, e células do tipo III, ou células pré-sinápticas, são células receptoras gustativas.
A perda do olfacto não havia sido incluída como um dos sintomas da COVID-19 até 17 de Março de 2020, quando os médicos otorrinolaringologistas iranianos notificaram uma eclosão de perda de olfato em seus doentes e, em Maio de 2020, a anosmia foi reconhecida como sintoma da COVID-19. Uma pesquisa on-line constatou que a perda do olfacto é geralmente grave e repentina no início, mas transitória na maioria dos pacientes. No entanto, cerca de 10% não referiram melhoria em um mês.
A provável causa para anosmia observada no estágio inicial do COVID-19 seria a lesão do 1º par craniano (nervo olfatório) durante a invasão e multiplicação do SARS-CoV-2 e, da ageusia seria a lesão das células epiteliais da mucosa da cavidade oral durante a infecção, uma vez que estes locais apresentam receptores da ACE-2 (Enzima Conversora da angiotensina 2), principal receptor do SARS-CoV-2. Logo, anosmia ou ageusia podem ser mais frequentemente observados em pacientes com COVID-19 do que em outras infecções virais respiratórias.
A duração ou a recuperação total de um paciente que tenha sofrido de ageusia ou anosmia é variável. Um estudo conduzido pela Daegu Medical Association (DMA), que averiguava diariamente a situação de pacientes com COVID-19, em regime domiciliar, por meio de chamadas telefónicas, observou que o período médio de recuperação de pacientes com anosmia e ageusia era de 7 dias. 
Para além dos sintomas definidores da COVID-19, a anosmia e ageusia podem ser considerados indicadores úteis para a detecção precoce desta doença. Em particular, esses sintomas têm um alto nível de especificidade e, este facto pode ser de particular interesse em locais onde o uso de testes de PCR é restrito. Em locais de recursos limitados, isso pode economizar tempo e reduzir custos.
Isabela
Fisiologia da gustação
As substâncias químicas que estimulam as células gustativas são conhecidas como elementos gustativos. Quando um elemento gustativo é dissolvido na saliva, ele pode entrar em contato com as membranas plasmáticas das microvilosidades gustativas, que são os sítios de transdução do paladar. O resultado é um potencial receptor despolarizante capaz de estimular a exocitose das vesículas sinápticas da célula gustativa. Por sua vez, as moléculas de neurotransmissores liberadas desencadeiam potenciais graduados que produzem impulsos nervosos nos neurônios sensitivos de primeira ordem responsáveis por fazer sinapses com células gustativas.
O potencial receptor surge de forma diferente para elementos gustativos distintos. 
· Os íons sódio (Na+) em um alimento salgado, por exemplo, entram nas células gustativas através dos canais de Na+ na membrana plasmática. O acúmulo de Na+ dentro da célula causa despolarização, o que leva à liberação do neurotransmissor. 
· Os íons hidrogênio (H+) em estimulantes gustativos azedos, por sua vez, fluem para as células gustativas através dos canais de H+. Novamente, o resultado é a despolarização e a liberação do neurotransmissor.
· Outros elementos gustativos, responsáveis por estimular os sabores doce, amargo e umami, não entram nas células gustativas. Em vez disso, eles se ligam a receptores na membrana plasmática que estão ligados às proteínas G. Essas proteínas então ativam enzimas produtoras do segundo mensageiro, o inositol trifosfato (IP3), que, por sua vez, causa despolarização da célula gustativa e a liberação do neurotransmissor.
A transdução gustatória usa proteínas receptoras e canais
Os detalhes da transdução de sinal da célula receptora gustatória, antes considerados relativamente simples, são mais complexos do que os pesquisadores imaginaram inicialmente. Os sabores doce, amargo e umami estão associados à ativação de receptores acoplados à proteína G. Os mecanismos de transdução para o salgado e o azedo (ácido), por sua vez, parecem ser mediados por canais iônicos. 
Os botões gustatórios possuem quatro tipos celulares morfologicamente distintos, denominados I, II e III, mais as células basais. As células tipo I são células de sustentação do tipo glial. As células do tipo II, ou células receptoras, e células do tipo III, ou células pré-sinápticas, são células receptoras gustatórias. 
Cada célula receptora gustatória é uma célula epitelial não neural polarizada que está inserida dentro do epitélio, de modo que apenas uma pequena ponta de uma extremidade se estende para a cavidade oral através do poro gustatório. Em um dado botão gustatório, junções de oclusão unem as extremidades apicais de células vizinhas, o que limita o movimento de moléculas entre as células. A membrana apical da CRG é modificada em microvilosidades, as quais aumentam a área de superfície em contato com o ambiente.
Sabores doce, amargo e umami 
As células receptoras gustatórias tipo II respondem aos sabores doce, amargo e umami. Essas células expressam vários receptores acoplados à proteína G (RCPG) em suas superfícies apicais (Fig. 10.14b). Os sabores doce e umami estão associados aos receptores T1R com diferentes combinações de subunidades. O sabor amargo utiliza cerca de 30 variantes de receptores T2R. As células receptoras do tipo II ativam uma proteína G especial, chamada de gustducina, que, por sua vez, ativa várias vias de transdução de sinal. Algumas dessas vias liberam Ca2⫹ de estoques intracelulares, ao passo que outras abrem canais catiônicos e permitem a entrada de Ca2⫹ então, iniciam a liberação de ATP das células do tipo II. O ATP nas células do tipo II não é liberado a partir de vesículas secretoras. Em vez disso, ele deixa a célula por canais semelhantes a junções comunicantes. O ATP, então, atua como um sinal parácrino em neurônios sensoriais e células pré-sinápticas vizinhas. Esta comunicação entre células receptoras gustatórias vizinhas estabelece interações complexas.
Sabor azedo (ácido) 
As células pré-sinápticas tipo III respondem ao sabor azedo. Os modelos de estudo dos mecanismos de transdução para o sabor azedo são complicados pelo fato de que aumentando o H⫹ é modificado. Há evidências de que o H⫹, o sinal para o sabor ácido, o pH também atua em canais iônicos das células pré-sinápticas, tanto na face intracelular como na extracelular da membrana. A via intracelular permanece incerta. Por fim, a despolarização mediada pelo H⫹ da célula pré-sináptica resulta na liberação de serotonina por exocitose. A serotonina, por sua vez, excita o neurônio sensorial primário.
Referência: Silverthorn, Dee U. Fisiologia humana. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, [2017].
Gaby
BOTÕES GUSTATIVOS
→Gustação (ou paladar) é o nome que damos à sensibilidade gustativa, mediada pelos botões gustativos. São em torno 4000 unidades gustativas espalhadas no interior da boca, principalmente sobre a língua (75%).
 
→ Cada botão gustativo é formado de 40 a 60 células sensoriais e mais algumas células de sustentação. As células sensoriais possuem uma porção ciliada (com microvilos) mergulhada em um poro gustativo. A base da célula ciliada faz sinapse com neurônios cujas fibras nervosasenviam as informações para o encéfalo. Os botões gustativos da língua situam-se em estruturas chamadas papilas. Há três tipos de papilas gustativas: fungiformes (2/3 anterior da língua), foliáceas as circunvaladas (1/3 posterior). Além da língua, há botões gustativos espalhados pela faringe, laringe e porção mais alta do esôfago. É interessante notar que as células sensoriais renovam-se continuamente (10 a 14 dias). 
 
Mariana Demetrio
Botão Gustatório e sua Função 
O botão gustatório é composto por cerca de 50 células epiteliais modificadas, algumas das quais são células de suporte, chamadas células de sustentação e outras são células gustatórias. As células gustatórias são continuamente substituídas pela divisão mitótica das células epiteliais que as envolvem, assim algumas células gustatórias são células jovens. Outras são células maduras, que se encontram próximas ao centro do botão; elas rapidamente se fragmentam e morrem. 
As extremidades externas das células gustatórias estão dispostas em torno do minúsculo poro gustatório. Do ápice de cada célula gustatória, muitas microvilosidades, ou pelos gustatórios, projetam-se para fora, através do poro gustatório, aproximando-se da cavidade da boca. Essas microvilosidades proveem a superfície receptora para o gosto. 
Entrelaçadas, em torno dos corpos das células gustatórias, encontra-se rede de ramificações dos terminais das fibras nervosas gustatórias, estimuladas pelas células receptoras gustatórias. Algumas dessas fibras se invaginam para dentro das pregas das membranas da célula gustatória. São encontradas muitas vesículas abaixo da membrana plasmática próxima das fibras.
Acredita-se que essas vesículas contenham a substância neurotransmissora, que é liberada pela membrana plasmática, excitando as terminações das fibras nervosas em resposta ao estímulo gustatório. 
· Localização dos Botões Gustatórios
Os botões gustatórios são encontrados em três tipos de papilas da língua, como descrito a seguir: 
· Grande quantidade de botões gustatórios está localizada nas paredes dos sulcos que circundam as papilas circunvaladas, que formam linha em V na superfície posterior da língua. 
· Quantidade moderada de botões gustatórios se localiza nas papilas fungiformes na superfície plana anterior da língua.
· Quantidade moderada de botões gustatórios se encontra nas papilas foliáceas, localizadas nas dobras, ao longo das superfícies laterais da língua. 
Botões gustatórios adicionais estão localizados no palato, e alguns poucos nas papilas tonsilares, na epiglote e até mesmo no esôfago proximal. Os adultos têm de 3.000 a 10.000 botões gustatórios, e as crianças têm quantidade um pouco maior. 
· Acima de 45 anos de idade, muitos botões gustatórios degeneram, fazendo com que a sensação gustatória diminua na idade adulta. 
· Especificidade dos Botões Gustatórios para um Estímulo Gustatório Primário
Estudos utilizando microeletródios, colocados em botões gustatórios isolados, mostraram que cada botão gustatório frequentemente responde principalmente a um dos cinco estímulos gustatórios primários quando a substância identificada está em baixa concentração. No entanto, em altas concentrações, a maioria dos botões pode ser excitada por dois ou mais dos estímulos gustatórios primários, assim como por outros poucos estímulos gustatórios que não se encaixam nas categorias “primárias”. 
Os botões gustatórios possuem quatro tipos celulares morfologicamente distintos, denominados I, II e III, mais as células basais. 
· As células tipo I são células de sustentação do tipo glial. 
· As células do tipo II, ou células receptoras, e células do tipo III, ou células pré-sinápticas, são células receptoras gustatórias. 
1. Sabores doce, amargo e umami 
As células receptoras gustatórias tipo II respondem aos sabores doce, amargo e umami. Essas células expressam vários receptores acoplados à proteína G (RCPG) em suas superfícies apicais. 
· Os sabores doce e umami estão associados aos receptores T1R com diferentes combinações de subunidades. 
· O sabor amargo utiliza cerca de 30 variantes de receptores T2R. 
As células receptoras do tipo II ativam uma proteína G especial, chamada de gustducina, que, por sua vez, ativa várias vias de transdução de sinal. Algumas dessas vias liberam Ca2+ de estoques intracelulares, ao passo que outras abrem canais catiônicos e permitem a entrada de Ca2+ na célula. 
Os sinais de cálcio, então, iniciam a liberação de ATP das células do tipo II. O ATP nas células do tipo II não é liberado a partir de vesículas secretoras, ele deixa a célula por canais semelhantes a junções comunicantes. O ATP, então, atua como um sinal parácrino em neurônios sensoriais e células pré-sinápticas vizinhas. Esta comunicação entre células receptoras gustatórias vizinhas estabelece interações complexas.
2. Sabor azedo (ácido) 
As células pré-sinápticas tipo III respondem ao sabor azedo. Os modelos de estudo dos mecanismos de transdução para o sabor azedo são complicados pelo fato de que aumentando o H+ é modificado. Há evidências de que o H+, o sinal para o sabor ácido, o pH também atua em canais iônicos das células pré-sinápticas, tanto na face intracelular como na extracelular da membrana. A via intracelular permanece incerta. Por fim, a despolarização mediada pelo H+ da célula pré-sináptica resulta na liberação de serotonina por exocitose. A serotonina, por sua vez, excita o neurônio sensorial primário.
· Sabor salgado 
As células responsáveis pelo sabor salgado não foram ainda identificadas, mas, algumas evidências sugerem que a recepção do sabor salgado pode envolver as células de sustentação tipo I. Do mesmo modo, a transdução de sinal para o sabor salgado em seres humanos é igualmente obscura, complicada pelo fato de que os camundongos possuem dois diferentes mecanismos, ao passo que os seres humanos parecem ter apenas um. 
No modelo atual para o sabor salgado, o Na+ entra na célula receptora gustatória através de canal iônico apical, como o canal de Na+ epitelial (ENaC). A entrada de sódio despolariza a célula, desencadeando uma série de eventos que culminam no disparo de um potencial de ação no neurônio sensorial primário. 
· Descrever as vias nervosas responsáveis pela transmissão e processamento do sentido gustativo.
Isabela
Gaby
RESUMO
→ VIA GUSTATIVA (3 pares de nervos- via complexa)
1. Nervo facial (VII) → nervo corda do tímpano → 2/3 anteriores da língua.
2. Nervo glossofaríngeo (IX) → 1/3 posterior da língua.
3. Nervo vago (X) → epiglote (faringe).
→ O mecanismo de transdução de sinal é o mesmo para os 3 nervos. 
Mecanismo:
Célula gustativa (não é neuronal) → neurônio aferente primário (localizado em um nervo craniano).
1. 2/3 da língua → neurônio aferente primário (1ª sinapse) → nervo lingual → nervo corda do tímpano (passa pelo tímpano) → osso temporal → nervo facial (VII) 
2. Gânglio geniculado → tronco encefálico → neurônio aferente secundário (no nucleo do trato solitário) (2ª sinapse) 
3. Cérebro (tálamo) → núcleo ventral póstero-medial (relé) (3ª sinapse) → lobo da ínsula e frontal (área 43).
O sabor é processado no córtex pré-frontal → dorsolateral e orbitofrontal.
· Identificar as estruturas gustativas, a partir de exames de imagem.
Ruan
Língua
Epiglote 
Tronco encefálico
Córtex gustativo primário + núcleo VPM 
Córtex Gustativo
Nervo facial 
Nervo glossofaríngeo
Nervo Vago 
https://www.imaios.com/br
· Identificar a relação fisiológica entre olfato e paladar.
Gaby
Olfato e Paladar
O sabor tem aspecto hedônico
O olfato e o paladar estão intimamente relacionados. 
→As papilas gustativas da língua identificam os sabores, ao passo que os nervos localizados no nariz identificam os odores. 
→Ambas as sensações são transmitidas ao cérebro, que integra as informações para que os sabores possam ser reconhecidos e apreciados. 
Alguns sabores - como o salgado, o amargo, o doce e o ácido - podem ser reconhecidos sem que o sentido do olfato intervenha. 
No entanto, sabores mais complexos (como o da framboesa)requerem ambos os sentidos, paladar e olfato, para serem reconhecidos.
Os distúrbios mais frequentes do olfato e do paladar são a perda parcial do olfato (hiposmia) e a perda total do olfato (anosmia). Visto que distinguir um sabor de outro depende enormemente do olfato, as pessoas costumam perceber primeiro que a sua capacidade de sentir odores está diminuída quando a comida lhes parece insípida.
COMO AS PESSOAS SENTEM OS SABORES?
Para distinguir a maioria dos sabores, o cérebro precisa da informação sobre ambos, cheiro e sabor. Essas sensações são transmitidas ao cérebro a partir do nariz e da boca. 
→ São várias as regiões do cérebro que integram a informação, permitindo às pessoas reconhecer e apreciar os sabores.
→ Uma pequena área da membrana mucosa que reveste o nariz (o epitélio olfativo) contém células nervosas especializadas, denominadas de receptores olfativos. Estes receptores contêm prolongamentos pilosos (cílios) que detectam os odores. As moléculas transportadas pelo ar, que entram pelas fossas nasais, estimulam os cílios, desencadeando um impulso nervoso nas fibras nervosas contíguas. As fibras prolongam-se para cima, através da estrutura óssea que forma o teto da cavidade nasal (placa cribriforme), e conectam-se aos prolongamentos das células nervosas (bulbos olfativos). Estes bulbos formam os nervos cranianos do olfato (nervos olfatórios). O impulso viaja através dos bulbos olfativos e ao longo dos nervos olfatórios até o cérebro. Este interpreta o impulso como um odor específico. Além disso, a área do cérebro onde se armazena a memória dos odores - o centro do olfato e da gustação na parte medial do lobo temporal - é estimulada. A memória permite a uma pessoa distinguir e identificar muitos odores diferentes, assimilados ao longo da vida.
Milhões de pequenas papilas gustativas cobrem a maior parte da superfície da língua. Uma papila gustativa contém diversos tipos de receptores gustativos ciliados. Cada tipo detecta um dos cinco sabores básicos: doce, salgado, azedo, amargo ou temperado (também chamado de umami, o sabor do glutamato monossódico). Esses sabores podem ser detectados por toda a língua, mas certas áreas podem ser um pouco mais sensíveis para cada sabor: doce na ponta da língua, salgado nos lados frontais da língua, azedo nas laterais da língua e sabores amargos no terço posterior da língua. 
Os alimentos colocados na boca estimulam os cílios, desencadeando um impulso nervoso nas fibras nervosas contíguas, que estão ligadas aos nervos cranianos do paladar (o nervo facial e o glossofaríngeo). O impulso viaja ao longo desses nervos até o cérebro, que interpreta a combinação de impulsos originados nos diferentes tipos de receptores gustativos como um sabor distinto. As informações sensoriais do cheiro, sabor, textura e temperatura da comida, captadas pelos receptores de cheiro e sabor, são processadas pelo cérebro para produzir um sabor distinto quando a comida entra na boca e é mastigada.
Referências:
· https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4553028/mod_resource/content/3/Gustac%CC%A7a%CC%83o%20e%20Olfac%CC%A7a%CC%83o_EC2019.pdf !!!1
9. Caracterizar a ageusia, anosmia, disgeusia e hiposmia (causas, mecanismos) e relacioná-las à quimioterapia e ao Covid-19.
Mariana Demetrio
Olfato
Consideram-se distúrbios do olfato a incapacidade de sentir odores corretamente, podendo ser classificados em:
· Hiperosmia: aumento da sensibilidade olfativa; 
· Normosmia: olfato intacto para todos os odores; 
· Hiposmia: diminuição da sensibilidade aos odores; 
· Anosmia: perda total da capacidade de sentir odores; 
· Parosmia: alteração olfativa, resultando em um cheiro específico percebido de forma diferente, ou seja, percepção alterada dos odores na presença de estímulo; 
· Fantosmia: percepção de um cheiro na ausência de um estímulo olfatório externo; 
· Presbiosmia: refere-se ao comprometimento do olfato associado à idade.
Gustação
A ageusia é um distúrbio caracterizado por perda completa da função gustativa da língua. As outras condições que perturbam o paladar podem ser:
· Hipogeusia: sensibilidade diminuída a todos os sabores; 
· Hipergeusia: sensibilidade gustativa aumentada; 
· Disgeusia: percepção desagradável de um sabor; 
· Fantogeusia: percepção do sabor que ocorre na ausência de um estímulo.
Referência:
Anosmia e Ageusia em pacientes com COVID-19: revisão bibliográfica, Brazilian Journal of Development
file:///C:/Users/55489/Downloads/11+BASR+21-11+DOI+006.pdf
Etiologia: 
Diversas entidades nosológicas cursam com alterações olfatórias e gustativas, podendo ser congênitas ou adquiridas, sendo as mais citadas na literatura: doença nasal e sinusal obstrutiva, infecções de vias aéreas superiores, traumatismo cranioencefálico, envelhecimento, causa congênita, exposição a tóxicos, algumas medicações, neoplasias, alterações psiquiátricas, doenças neurológicas, iatrogenia e idiopática. 
A obstrução é a causa mais comum de distúrbio olfatório. Se a obstrução é total, o indivíduo apresenta anosmia (moléculas odoríferas não atingem o epitélio olfatório), liberando a obstrução a habilidade olfatória retorna. 
A porção ântero-medial da parte inferior do corneto médio funciona como reguladora do fluxo aéreo para a região olfatória. Obstrução nesta área crítica por edema da mucosa, pólipos, tumores, deformidades ósseas, cirurgias entre corneto médio e septo nasal ou trauma podem diminuir ou eliminar a habilidade olfatória. 
· Os pacientes geralmente referem perda progressiva e gradual da olfação, flutuante, podendo ocorrer perdas agudas com infecções agudas e exposição a alérgenos. 
As infecções de vias aéreas superiores também constituem uma das principais causas de perda olfatória. A maioria em indivíduos entre 40 e 60 anos de idade, geralmente por obstrução do fluxo aéreo e se resolve em um período de um a três dias. 
À biópsia, pode haver metaplasia, com diminuição ou ausência de receptores olfatórios e com substituição por epitélio respiratório em alguns casos. A perda olfatória é proporcional à perda neuronal e o prognóstico é pobre. 
Um terço recupera-se espontaneamente com ou sem tratamento, ocorrendo mais frequentemente hiposmia que anosmia. Raramente ocorre fantosmia (percepção de um odor que não é real). 
Traumatismos cranioencefálicos podem ocasionar danos aos nervos olfativos na lâmina cribiforme devido às forças de golpe ou contragolpe. Em geral, o grau de perda está associado à severidade do trauma, o que não significa dizer que um trauma mínimo não possa estar associado à anosmia. O início da perda geralmente é imediato, mas alguns pacientes só percebem após alguns meses. 
· Quando há preservação parcial da olfação é observado diminuição da discriminação dos odores. 
· A hiposmia ocorre mais em lesão frontal; a anosmia em lesão occipital. 
O limiar olfatório diminui com a idade (1% ao ano), sendo esse efeito menor nas mulheres que nos homens. Os idosos têm uma taxa maior de declínio da olfação para uns odores do que para outros, com diminuição da habilidade para discriminar o sabor na comida do cotidiano. Esta diminuição olfatória se deve ao processo fisiológico de envelhecimento (presbiosmia), ocorrendo na sexta ou sétima década, ou às doenças de Alzheimer e Parkinson. 
A disfunção olfatória é um dos sinais mais prevalentes na Doença de Parkinson. Observam-se alterações de discriminação, identificação e limiar olfatório. A hiposmia é um dos sinais que pode anteceder os sintomas motores da patologia. 
Na anosmia congênita, a possível fisiopatologia seria a degeneração ou atrofia do epitélio e/ou bulbo olfatório no processo de desenvolvimento. Geralmente é um achado isolado, mas há anosmia familiar associada a calvície prematura e cefaléia vascular, sendo hereditária, dominante, com penetrância variável.
Quando há exposição do sistema olfatório a substâncias tóxicas, a perda olfatória pode ocorrer em dias ou anos, podendo ser reversível ou permanente. O grau de lesão parece estar relacionado ao tempo de exposição e à concentração e toxicidade doagente, comumente associado ao tabaco. São exemplos de drogas que afetam a olfação: anfetaminas, antibióticos (aminoglicosídeos, tetraciclina), cocaína, derivados de petróleo, dióxido sulfúrico, etanol, formaldeido, metais pesados, metanol, monóxido de carbono, nicotina, solventes orgânicos, sulfato de zinco (tópico) e tetracloreto de carbono. 
Os medicamentos costumam afetar mais a gustação que a olfação. Na maior parte das vezes a olfação retorna com a suspensão da medicação, mas existem relatos de lesão permanente. Drogas que afetam a composição do muco podem alterar a olfação, como os beta-adrenérgicos, colinérgicos e agentes peptidérgicos. 
Os processos neoplásicos também merecem atenção, destacando-se os de localização intranasal, como pólipos nasais, papiloma, carcinoma epidermóide, adenoma, estesioneuroblastoma (tumor neuroolfativo raro), pois bloqueiam o fluxo aéreo para fenda olfatória ou por destruição local do aparelho olfatório. 
O paladar pode ser afetado em casos de lesões do nervo facial proximais à saída da corda timpânica. Já no caso de distúrbios gustativos permanentes, estes podem sobrevir após paralisia facial de Bell. 
Disfunções do paladar e do olfato frequentemente ocorrem juntas, pois as anormalidades do paladar se devem geralmente a disfunção olfativa. Disgeusia pode ser um efeito direto ou indireto de condições malignas. 
Alucinações gustativas podem ocorrer em crises parciais complexas e nos tumores envolvendo o uncus ou o opérculo parietal e frequentemente ocorrem em conjunto com as alucinações olfatórias. Pacientes idosos desenvolvem por vezes disgeusia de origem obscura que pode ocasionar anorexia e perda de peso. A sensibilidade gustativa aumentada ocorre em pacientes com doença de Addison, deficiência da hipófise e fibrose cística. Lesões do nervo lingual podem causar perda do paladar juntamente com perda da sensação exteroceptiva do lado da língua afetado.
Referência:
Anormalidades sensoriais: Olfato e paladar, Centro de Otorrinolaringologia do Pará – COP
https://www.scielo.br/j/aio/a/yktk8df4jfnqbLThLmbPvqm/?format=pdf&lang=pt
Distúrbios do paladar
Os distúrbios do paladar têm um impacto negativo na saúde e qualidade de vida dos doentes, podendo originar problemas de saúde graves. Podem originar alteração nos hábitos alimentares, com aumento ou perda de peso do doente. A alteração do paladar pode ainda ser um sinal de doenças degenerativas do SNC. Em casos graves, pode resultar em ansiedade e depressão. 
Os distúrbios do paladar podem ser classificados em 3 tipos: 
· Hipogeusia: diminuição do paladar; 
· Ageusia: perda completa do paladar, embora rara; 
· Disgeusia: distorção do paladar, como, a dificuldade de reconhecimento de alimentos doces ou ácidos. Frequentemente, os doentes com disgeusia sentem um paladar persistente excessivamente doce, salgado, amargo ou metálico.
Causas:
As principais causas para os distúrbios do paladar são: Infeções do trato respiratório superior e ouvido médio, gengivite, doença periodontal, alterações metabólicas ou endócrinas, depressão, xerostomia, deficiências vitamínicas ou minerais, traumatismos ao nível da cabeça, alguns citostáticos, cirurgia ao ouvido, nariz ou laringe, higiene oral deficiente, problemas dentários, exposição a agentes químicos, como inseticidas e a alguns medicamentos, estando entre os mais comuns: os antihipertensivos, hipolipidemiantes, anti histamínicos, antibióticos, antidepressivos e ansiolíticos. 
Referência:
Reações Adversas Gastrointestinais: Distúrbios do Paladar, Ulisboa https://www.ff.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2018/08/GuiaGastro_DisturbiosPaladar.pdf
Relação com o Covid 
· Covid-19
Numa revisão sistemática e meta-análise constatou-se que cerca de 41% e 38% de pacientes com diagnóstico confirmado de infecção por COVID-19 apresentaram disfunções olfativas ou gustativas, respectivamente. A maioria dos pacientes com COVID-19 tem anosmia associada a ageusia, no entanto, 16% dos pacientes têm anosmia como sintoma isolado, fato que tem atraído muita atenção, principalmente por demonstrar ser um sintoma frequente e importante para o rastreio da COVID-19. 
A ageusia também é comum na COVID-19 e acredita-se que ocorra em 42% dos pacientes, mas não existem evidências suficientes para concluir até que ponto isso seja influenciado pela anosmia ou se é uma sequela independente da COVID-19. Atualmente, as evidências sugerem que a maioria dos pacientes sofre prejuízo do paladar como corolário da anosmia e, como tal, o foco da avaliação e do tratamento é direcionado principalmente para as fossas nasais. 
A provável causa para anosmia observada no estágio inicial do COVID-19 seria a lesão do 1º par craniano (nervo olfatório) durante a invasão e multiplicação do SARSCoV-2 e, da ageusia seria a lesão das células epiteliais da mucosa da cavidade oral durante a infecção, uma vez que estes locais apresentam receptores da ACE-2 (Enzima Conversora da angiotensina 2), principal receptor do SARS-CoV-2. Logo, a anosmia ou ageusia podem ser mais frequentemente observados em pacientes com COVID-19 do que em outras infecções virais respiratórias. 
Lucas
Quimioterapia
Os medicamentos quimioterápicos capazes de gerar alteração no paladar são: 5- fluoruracila (5-FU), leucovorine, oxaliplatina, gencitabine, capecitabine, cisplatina, ciclofosfamida, doxorubicina, irinotecan e metotrexato (Miller et al., 2019).
Além do mais, as alterações no paladar também podem ocorrer em pacientes submetidos a quimioterapia convencional como: hipogeusia que se caracteriza pela reduzida capacidade perceptiva no paladar; disgeusia é a sensação errada de algum alimento; ageusia é a perda completa do paladar e hipergeusia é a sensação exagerada do sabor (Vries et al., 2018).
O 5- FU é um fármaco quimioterápico utilizado no tratamento de vários tipos de câncer como colorretal, esofágico, gástrico e anal. Seus efeitos adversos incluem fadiga, náusea, perda de apetite, úlceras e sabor metálico em cavidade oral (Gillis & Eminger, 2020). Ele faz parte da classe quimioterápica conhecida como antimetabólitos, pois está envolvida no processo de inibição da via de construção da Timidina, um dos nucleotídeos que compõe o DNA. Tal sequência é iniciada pela entrada dessa substância em células malignas, ligando ao timidilato sintetase , que interrompe o processo mitótico da célula, resultando na danificação da estrutura do DNA, fazendo com que sua replicação diminua (Gillis & Eminger, 2020).
A mecânica de forma detalhada que resulta na disgeusia induzida pelo 5-FU ainda não foi elucidada em sua plenitude, mas se sabe que há a inibição da diferenciação e proliferação de células nas papilas gustativas pela ação tóxica direta da droga quimioterápica, além do mais, a deficiência de zinco devido à quelação provacada pelo 5-FU relatada por Fukasawa et al., (2005), pode ajudar a elucidar, pelo menos em parte, a indução da disgeusia por alguns agentes quimioterápicos, pois foi demonstrado que uma grande quantidade de zinco é necessária para que o mecanismo de regeneração das células nas papilas gustativas aconteça, indicando que a deficiência desse mineral pode causar certo comprometimento do sentido gustativo (Fujii et al., 2018).
Research, Society and Development, v. 10, n. 14, e589101422467, 2021
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22467 
1
Alterações no paladar advindos de quimioterapia convencional
Changes in taste resulting from conventional chemotherapy
Cambios en el gusto resultantes de la quimioterapia convencional
Marcos 
A perda do olfato não havia sido incluída como um dos sintomas da COVID-19 até 17 de Março de 2020, quando os médicos otorrinolaringologistas iranianos notificaram uma eclosão de perda de olfato em seus doentes e, em Maio de 2020, a anosmia foi reconhecida como sintoma da COVID-19. Uma pesquisa on-line constatou que a perda do olfato é geralmente grave e repentina no início, mas transitória na maioria dos pacientes. No entanto, cerca de 10% não referiram melhoria em um mês.
A provávelcausa para anosmia observada no estágio inicial do COVID-19 seria a lesão do 1º par craniano (nervo olfatório) durante a invasão e multiplicação do SARS-CoV-2 e, da ageusia seria a lesão das células epiteliais da mucosa da cavidade oral durante a infecção, uma vez que estes locais apresentam receptores da ACE-2 (Enzima Conversora da angiotensina 2), principal receptor do SARS-CoV-2. Logo, anosmia ou ageusia podem ser mais frequentemente observados em pacientes com COVID-19 do que em outras infecções virais respiratórias.
A duração ou a recuperação total de um paciente que tenha sofrido de ageusia ou anosmia é variável. Um estudo conduzido pela Daegu Medical Association (DMA), que averiguava diariamente a situação de pacientes com COVID-19, em regime domiciliar, por meio de chamadas telefónicas, observou que o período médio de recuperação de pacientes com anosmia e ageusia era de 7 dias. 
Para além dos sintomas definidores da COVID-19, a anosmia e ageusia podem ser considerados indicadores úteis para a detecção precoce desta doença. Em particular, esses sintomas têm um alto nível de especificidade e, este facto pode ser de particular interesse em locais onde o uso de testes de PCR é restrito. Em locais de recursos limitados, isso pode economizar tempo e reduzir custos.
10. Citar os aspectos socioemocionais da ageusia e anosmia
Mariana Demetrio
Aspectos socioemocionais da ageusia e anosmia
Num estudo publicado em 2012, constatou-se que a maioria dos indivíduos com disfunção do olfato e paladar queixa-se sobretudo de dificuldades na confecção dos alimentos, falta de apetite e perda de interesse em comer. 
Além disso, cerca de 17 a 30% dos indivíduos que sofrem de distúrbios olfativos reportam diminuição da qualidade de vida e sintomas depressivos.
OBS: vias que levam a depressão nos distúrbios olfativos. Alterações no olfato levam a restrições em áreas que exigem o papel deste sentido, o que pode afetar a qualidade de vida dos indivíduos, potenciando a probabilidade de depressão.
Numa publicação de 2014, admitiu-se que o olfato, além de estar envolvido na regulação do apetite, afetando as decisões de quando, quanto e o que comer, tem também impacto na comunicação social. 
Além disso, os odores influenciam o comportamento reprodutivo, facilitando a escolha de um parceiro, e evitando a endogamia.	 
Os indivíduos com distúrbios olfativos ficam, portanto, prejudicados no que diz respeito à ingestão de alimentos, higiene pessoal, segurança e vida sexual.
Num estudo de 2013, demonstrou-se que estes pacientes recorrem ao uso excessivo de sal, adoçantes ou picantes de forma a tornar os pratos mais apelativos.
Estudos demonstram que 3 a 20% dos pacientes refere que a perda olfativa os levou a comer mais, enquanto que 20 a 36% refere que passaram a comer menos. Isto significa que uma grande porcentagem dos pacientes confrontou-se com dificuldades em manter o seu padrão alimentar habitual.
Conclusão:
Os sentidos do olfato e paladar têm um papel fundamental na vida de relação, que tende a ser ignorado - são sentidos importantes na interação social; contribuem de forma inconsciente mas muito ativa na identificação de situações de perigo e percepção do ambiente circundante; contribuem para as escolhas de grupos e de parceiros, construção da personalidade e modulação de gostos e preferências com consequente influência nos comportamentos alimentares. 
Referência:
Correlação dos sentidos do olfato e paladar entre si e com comportamentos sociais, ULisboa 
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/41779/1/AnaLFranco.pdf
Marina: 
https://www.fifthsense.org.uk/
image63.png
image61.png
image1.png
image19.png
image66.png
image40.png
image33.png
image38.png
image52.png
image17.png
image15.png
image58.png
image54.png
image8.png
image34.png
image36.png
image62.png
image30.png
image25.png
image7.png
image4.jpg
image16.jpg
image44.jpg
image53.png
image11.png
image5.jpg
image35.png
image71.png
image27.png
image6.png
image45.png
image32.png
image49.png
image2.png
image47.jpg
image46.png
image51.png
image55.jpg
image21.png
image50.png
image20.png
image12.png
image18.png
image28.png
image10.png
image39.png
image29.jpg
image67.png
image37.jpg
image26.png
image64.png
image9.png
image68.png
image43.png
image3.png
image70.png
image60.png
image24.png
image22.png
image41.png
image31.png
image65.jpg
image69.jpg
image23.png
image57.png
image14.png
image48.png
image56.png
image59.png

Continue navegando