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UNIDADE 1 – COMPORTAMENTO MOTOR TÓPICO 1.1. INTRODUÇÃO, CONCEITOS E FUNDAMENTOS Referência: FAIRBROTHER, Jeffrey T. O que é comportamento motor? In: FAIRBROTHER, Jeffrey T. Fundamentos do comportamento motor. São Paulo Manole 2012 1 recurso online. Cap. 1, p.3-18. PONTOS FUNDAMENTAIS: 1. Comportamento motor é uma expressão que se refere tanto ao campo de pesquisa como à ampla gama de atividades do movimento. Os princípios que emergiram da pesquisa no comportamento motor se aplicam à ampla gama de profissões que focalizam o movimento (p. ex., reabilitação, treinamento e educação física). 2. Há três subdisciplinas no campo do comportamento motor. O controle motor focaliza os problemas relacionados às alterações no desempenho motor que resultam de condições de prática diferentes. O desenvolvimento motor concentra- se nas mudanças do desempenho motor ao longo do ciclo de vida. A aprendizagem motora também foca nas mudanças de desempenho motor que resultam de diferentes condições de prática. Todas as três subdisciplinas estão interessadas no estudo de distúrbios do movimento e no desenvolvimento da especialidade do movimento. 3. Em geral, profissionais interessados no controle motor tendem a focalizar os tópicos relacionados ao modo como controlamos nossos movimentos. Frequentemente, tentam explicar o controle dos movimentos em termos de como o cérebro e o sistema nervoso interagem com os músculos. Além disso, fatores mecânicos, como as forças musculares e velocidades dos membros, quase sempre são incorporados a suas explicações. Esses profissionais podem estar interessados em como coordenamos dois ou mais de nossos membros durante a execução de alguma tarefa complexa. Os profissionais do controle motor também estão interessados em outros tópicos, tais como o fato de utilizarmos a visão para conduzir as ações de alcançar um objeto e o modo como as pessoas controlam sua postura. 4. Os profissionais interessados no desenvolvimento motor tendem a focalizar os tópicos pertinentes a alterações no desempenho motor associadas ao desenvolvimento durante a infância, alterações associadas com o avançar da idade durante a fase adulta e fatores que influenciam o desenvolvimento normal. Por exemplo, esses profissionais podem estar interessados em como as crianças aprendem a caminhar ou como nossa capacidade de equilíbrio se degrada com o envelhecimento. Muitas pessoas não familiarizadas com o desenvolvimento motor incorretamente acreditam que o foco se encontra apenas em como as crianças aprendem habilidades motoras básicas, como saltar, saltitar e arremessar. Na realidade, o foco é sobre o que frequentemente se denomina desenvolvimento motor por toda a vida. Isso significa que, enquanto alguns profissionais podem estar mais interessados em como as crianças aprendem a engatinhar, outros podem estar mais interessados em cuidar de como os adultos reaprendem a andar depois de colocarem uma prótese de joelho ou de quadril. 5. Os profissionais interessados em aprendizagem motora tendem a focalizar em como aprendemos a realizar movimentos habilidosos, como aqueles envolvidos no esporte, no trabalho ou nas atividades diárias. Por exemplo, esses profissionais podem estar interessados em como diferentes estruturas de prática (p. ex., praticar uma tarefa de cada vez em comparação a praticar diversas tarefas ao mesmo tempo) contribuem para a aprendizagem do arremesso de beisebol, como a realidade virtual ou simuladores podem ser utilizados para treinamento de pilotos e cirurgiões ou como a administração de feedback afeta o aprendizado para dirigir um automóvel. O aprendizado não é algo que possa ser observado diretamente, de forma que tiramos conclusões sobre quanto alguém aprendeu examinando o seu desempenho motor em tempos diferentes. Durante a prática, esperamos que o desempenho melhore, mas podemos concluir que a pessoa aprendeu uma habilidade motora se for capaz de realizá-la mesmo após não haver praticado por algum tempo. Os esportes oferecem um bom exemplo. Podemos observar o desempenho motor de uma pessoa no arremesso de lance livre do basquete durante o treinamento e o jogo, e pode haver resultados razoavelmente diferentes nessas duas situações. Durante o treino, o desempenho pode ser melhorado pela instrução e pelo feedback por parte do treinador, e prejudicado pelo fato de diversos jogadores arremessarem a cesta ao mesmo tempo. A presença de influências temporárias como essas nos indica que o desempenho durante a prática não é reflexo da aprendizagem motora. O jogo, todavia, pode ser encarado como um teste de aprendizagem. Se o jogador de basquete arremessa bem em uma partida, podemos concluir que ele aprendeu algo das atividades que completou durante o treino. Uma indicação mais forte é o jogador continuar a arremessar bem, porque isso sugere que a habilidade se tornou estável (i. e., foi bem aprendida). 6. O campo do comportamento motor emergiu em grande parte da psicologia experimental em razão dos esforços para selecionar e treinar eficientemente os pilotos durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia, o comportamento motor se relaciona a uma ampla variedade de campos que também envolvem o estudo do desempenho humano. Estes incluem os fatores humanos, a terapia ocupacional, a educação física, o treinamento, a ciência do exercício, a psicologia e a fisioterapia. Profa. MSc. Patrícia Angélica de Oliveira Pezzan COMPORTAMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO HUMANO Unidade 1 COMPORTAMENTO MOTOR: introdução e fundamentos CONCEITOS Área da ciência que se dedica ao estudo e compreensão de como os seres humano controlam seus movimentos, desenvolvem e aprendem as habilidades motoras ao longo da vida. OBJETIVOS Compreender os processos nas quais as habilidades motoras são Controladas Desenvolvidas Aprendidas ... ao longo da vida. COMPORTAMENTO MOTOR: 3 Áreas Controladas Desenvolvidas Aprendidas COMPORTAMENTO MOTOR CONTROLE MOTOR DESENVOLVIMENTO MOTOR APRENDIZAGEM MOTORA COMPORTAMENTO MOTOR: 3 Áreas CONTROLE MOTOR APRENDIZAGEM MOTORA DESENVOLVIMENTO MOTOR CONTROLE MOTOR: conceito Investiga / Estuda Natureza do MOVIMENTO COMO É CONTROLADO Aspectos neurais e físicos Interação: Indivíduo, Tarefa e Ambiente DESENVOLVIMENTO MOTOR: conceito AM DM CM Investiga / Estuda A origem e a Mudança Contínua MOVIMENTO AO LONGO DA VIDA APRENDIZAGEM MOTORA: conceito Investiga / Estuda COMO OCORRE Aquisição e Modificação MOVIMENTO Efeito da prática e do feedback Diferenças individuais e do contexto MENSAGEM PRINCIPAL DA AULA Desenvolvimento Motor Aprendizagem Motora Controle Motor COMPORTAMENTO MOTOR MOVIMENTO DINÂMICO E COMPLEXO REFERÊNCIAS FAIRBROTHER, Jeffrey T. O que é comportamento motor? In: FAIRBROTHER, Jeffrey T. Fundamentos do comportamento motor. São Paulo Manole 2012 1 recurso online. Cap. 1, p.3-18. TANI, Go. Comportamento motor conceitos, estudos e aplicações. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2016 1 recurso online. SUGESTÃO DA PROFESSORA • Foque em seus estudos! • Não deixe de realizar as atividades propostas no canvas. • Faça novas buscas na literatura! UNIDADE 1 – COMPORTAMENTO MOTOR TÓPICO 1.2. INTERAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES DOMÍNIOS DO MOVIMENTO, IMPLICAÇÕES PRÁTICAS E ÁREAS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL Referências: FAIRBROTHER, Jeffrey T. Ramos de atuação no campo do comportamento motor. In: FAIRBROTHER, Jeffrey T. Fundamentos do comportamento motor. São Paulo Manole 2012 1 recurso online. Cap. 2, p.19-32. FAIRBROTHER, Jeffrey T. O futuro do comportamento motor. In: FAIRBROTHER, Jeffrey T. Fundamentos do comportamento motor. São Paulo Manole 2012 1 recurso online. Ep, p.129-132. PONTOS FUNDAMENTAIS: 1. O termo comportamento motor refere-se tanto ao ramo acadêmico quanto ao fenômeno geral de que o comportamento humano frequentemente envolve o movimento. Portanto, o conhecimento dosprincípios do comportamento motor é valioso em qualquer carreira profissional que trate do movimento humano. 2. O ramo da carreira acadêmica que resulta em uma posição em faculdade ou universidade como professor-assistente requer extensa instrução. De modo geral, é requerido ao professor em posições ingressantes os graus de bacharel, mestre e doutor, os quais, juntos, levam cerca de oito ou mais anos para serem obtidos. Além disso, alguns pesquisadores trabalham um ou mais anos na condição de pós-doutorado antes de seu primeiro trabalho como professor-assistente. 3. Há muitos ramos da carreira profissional estreitamente alinhados com o estudo do comportamento motor. Entre eles estão educador físico, treinador, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e especialista em fatores humanos. 4. O fornecimento de serviços de consultoria que utilizam o conhecimento do comportamento motor é uma opção para carreira de consultor do desempenho humano ou de especialista de aquisição de habilidade, ou ainda pode gerar renda extra como um trabalho de meio período. Os sistemas de vídeo amplamente disponíveis e fáceis de utilizar fornecem um meio de examinar os movimentos humanos e auxiliar os clientes a melhorar seu desempenho. 5. Olhando para o futuro do comportamento motor, muitos tópicos estimulantes ainda precisam ser tratados. Muitas dessas questões se relacionam com quão bem os princípios básicos que descobrimos no laboratório atuarão nos ambientes do mundo real. Como esses ambientes envolvem uma variedade de interações complexas entre a tarefa, a pessoa e o ambiente, os resultados dos experimentos controlados nem sempre se traduzem diretamente para os ambientes de prática. Problemas decorrentes desse fato são parte do desafio que os profissionais do movimento enfrentam quando implementam uma instrução com base na evidência. Esses esforços serão auxiliados por mais estudos que oferecem descrições abrangentes de como as pessoas realizam tarefas específicas. 6. Há muitos ramos profissionais para seguir com a aplicação do conhecimento do movimento humano. Você fará um doutorado em algum dos subcampos do comportamento motor? Você será treinador ou educador físico? Você será um treinador desportivo, um fisioterapeuta ou um terapeuta ocupacional? Você será um psicólogo que precisará entender as influências do contexto no movimento humano? O movimento humano é uma importante parte da vida! Há muitos caminhos para aplicar os princípios do comportamento motor com vistas a ajudar as pessoas a melhorar suas habilidades de movimento. Profa. MSc. Patrícia Angélica de Oliveira Pezzan COMPORTAMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO HUMANO Unidade 1 COMPORTAMENTO MOTOR: Interação, Aplicação e Atuação Profissional COMPORTAMENTO MOTOR: Interação Desenvolvimento Motor Aprendizagem Motora Controle Motor MOVIMENTO DINÂMICO E COMPLEXO 3 áreas Novos aprendizados CONTROLE MOTOR: aplicação VISUALIZANDO APLICAÇÃO Desempenho de movimentos e tarefas mais complexas ✓ Atletas ✓ Músicos ✓ Adaptação e Reabilitação ✓ Integração sensorial DESENVOLVIMENTO MOTOR: Aplicação Desempenho das habilidades motoras ao longo da vida! ✓ Bebês ✓ Crianças ✓ Adolescentes ✓ Adultos ✓ Idosos APRENDIZAGEM MOTORA: aplicação Aprendizado de habilidades motoras ✓ Escolas ✓ Artistas ✓ Atletas ✓ Músicos ✓ Profissionais (pilotos, cirurgiões) - Simuladores COMPORTAMENTO MOTOR: Atuação Profissional QUEM ATUA NO COMPORTAMENTO MOTOR??? Os profissionais do movimento! ✓ Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais ✓ Professores, Educadores Físicos e Psicopedagogos ✓ Treinadores/Instrutores de movimento ✓ Outros profissionais envolvidos com movimento → Impacto biopsicossocial COMPORTAMENTO MOTOR: Locais de Atuação ✓ Escolas e Universidades ✓ Centros de Pesquisa ✓ Clínicas, Centros de Reabilitação e Hospitais ✓ Indústria ✓ Forças Armadas MENSAGEM PRINCIPAL DA AULA COMPORTAMENTO MOTOR MOVIMENTO DIFERENTES CONTEXTOS INTERDISCIPLINARIDADE INTERPROFISSIONALIDADE INDIVÍDUO AMBIENTE CONTEXTO TAREFA DEMANDA Referências ✓ FAIRBROTHER, Jeffrey T. O que é comportamento motor? In: FAIRBROTHER, Jeffrey T. Fundamentos do comportamento motor. São Paulo Manole 2012 1 recurso online. Cap. 1, p.3-18. ✓ TANI, Go. Comportamento motor conceitos, estudos e aplicações. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2016 1 recurso online. SUGESTÃO DA PROFESSORA • Foque em seus estudos! • Não deixe de realizar as atividades propostas no canvas. • Faça novas buscas na literatura! UNIDADE 2 – CONTROLE MOTOR TÓPICO 2.1. INTRODUÇÃO E TEORIAS Referência: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle Motor: Discussões e Teorias. In: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book. Cap. 1, p.14-31. PONTOS FUNDAMENTAIS: 1. Controle motor é a habilidade de regular mecanismos essenciais ao movimento. Portanto, a área de controle motor é direcionada ao estudo da natureza do movimento e como o movimento é controlado. 2. As práticas específicas utilizadas para avaliar e tratar o paciente com descontrole motor são determinadas pelas suposições do fundamento sobre como o movimento é controlado, que vem de teorias específicas de controle motor. 3. A teoria de controle motor é um grupo de ideias abstratas sobre o controle de movimento. As teorias fornecem (1) um modelo para interpretar o comportamento, (2) uma diretriz para a ação clínica, (3) novas ideias e (4) hipóteses funcionais para a avaliação e intervenção. 4. Práticas de reabilitação refletem as teorias ou ideias básicas que temos sobre a natureza da função e da disfunção. 5. Várias teorias de controle motor que influenciam nossa perspectiva em relação à avaliação e intervenção, incluindo a teoria de reflexo, teoria hierárquica, teorias de programação motora, teoria de sistemas, teoria de ação dinâmica e teoria ecológica. 6. A teoria de sistemas é amplamente utilizada atualmente, como muitos fundamentos para muitas aplicações clínicas. De acordo com a teoria de sistemas, o movimento aparece da interação de processos múltiplos, incluindo (a) processos perceptual, cognitivo e motor, e (b) interações entre o indivíduo, a tarefa e o meio ambiente. 7. Práticas clínicas evoluem em paralelo com teorias científicas, à medida que os clínicos assimilam as mudanças na teoria científica e aplicam-nas na prática. Abordagens de neuro facilitação à intervenção foram desenvolvidas em paralelo com as teorias de reflexo e hierarquia de controle motor. Novas abordagens à intervenção, como a abordagem direcionada à tarefa, estão sendo desenvolvidas em resposta às mudanças nas teorias de controle motor. Profa. MSc. Patrícia Angélica de Oliveira Pezzan COMPORTAMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO HUMANO Unidade 2 CONTROLE MOTOR: Fundamentos e Teorias CONCEITO E CONTEXTUALIZAÇÃO O QUE É CONTROLE MOTOR? É a habilidade de regular ou direcionar os mecanismos essenciais do movimento. Aspectos neurais e físicos Interação: Indivíduo, Tarefa e Ambiente MOVIMENTO: COMPLEXO E DINÂMICO Controle Motor: TEORIAS - Finalidade Teorias de CONTROLE MOTOR Grupo de ideias abstratas sobre o controle de movimento. (1) Modelo para interpretar o movimento humano (2) Diretriz para a prática clínica (3) Novas ideias (4) Hipóteses funcionais para avaliação e intervenção O QUE AS TEORIAS FORNECEM? Controle Motor: TEORIAS - Evolução Teoria do Reflexo (1906) Teoria Hierárquica (1920) Teoria de Programação Motora (1960) Teoria de Sistemas (1966) Teoria de Ação Dinâmica (1984) Teoria Ecológica (1960 - 1986) As teorias oferecem suporte: • Prática clínica. • Experimentos e pesquisas. Pressupostos das teorias devem ser sistematicamente testadas Reforçar ou refutar teorias 1906: Charles Sherrington - Neurofisiologista LIMITAÇÕES Não explica: movimento voluntário,movimentos na ausência de estímulo sensorial, movimentos rápidos, movimentos complexos e movimentos novos. IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Enfatizar ou reduzir reflexos Controle Motor: TEORIA DO REFLEXO Reflexos como unidades básicas do controle motor. 1920: Hughlings Jackson – Físico inglês LIMITAÇÕES Não explica: o controle de baixo para cima, a influência do ambiente e de mudanças. Organização do SNC em níveis: Superior: Áreas de associação Médio: Córtex motor Inferior: Sistema espinhal Controle Motor: TEORIA HIERÁRQUICA TEORIA REFLEXA-HIERÁRQUICA Rudolf Magnus (1927): organização hierárquica dos reflexos. TEORIA MATURACIONAL Arnold Gesel (1940): Maturação do SNC 1960: Keele, Bernstein, Wilson LIMITAÇÕES Não considera: fatores ambientais e variáveis musculoesqueléticas (fadiga, posição, gravidade) para alcançar o controle do movimento. ✓ Gerador de padrão central de movimento ✓ Maior flexibilidade - movimento: estímulos ou processo central ✓ Estímulos: modulam movimento para padrões de repetição. Controle Motor: TEORIA DE PROGRAMAÇÃO MOTORA IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Reaprender regras/padrões corretos 1966: Nicolai Bernstein – Cientista Russo LIMITAÇÕES Superficial nas relações do indivíduo com o ambiente. Considera aspectos físicos: ✓ Corpo: Sistema mecânico ✓ Considera a ação: músculos, esqueleto, gravidade, inércia ✓ Graus de liberdade controlados por sistema hierárquico Controle Motor: TEORIA DE SISTEMAS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Interação de múltiplos sistemas 1984: Kelso e Tuller – Cientista Russo LIMITAÇÕES Irrelevância atribuída à função do SNC. ✓ Base: sinergias do mundo físico ✓ Princípio da auto-organização: Partes individuais de um sistema, quando reunidas, se comportam coletivamente de forma ordenada. ✓ Movimento: interação de elementos. ✓ Descarta: programador central (SNC) Controle Motor: TEORIA DE AÇÃO DINÂMICA IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Considerar aspectos físicos e múltiplos sistemas sensoriais no movimento. 1960 - 1986: James Gibson – Psicólogo LIMITAÇÕES Não enfatiza a organização e a função do SNC que leva à essa interação organismo/ambiente ✓ Interação: sistema motor e ambiente. ✓ Enfatiza: exploração ativa do ambiente pelo indivíduo. ✓ Indivíduo não é só reativo ao meio. ✓ Indivíduo age baseado em percepções próprias relevantes (precisamos das percepções). Controle Motor: TEORIA ECOLÓGICA IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Indivíduo – explora ambiente e tarefa Possibilidades recuperação e Adaptação MOVIMENT O Woollacott e Shumway-Cook (1990; 1997) - Teoria de Controle Motor Integrada PROCESSOS FATORES • INTERAÇÃO DE TRÊS FATORES: INDIVÍDUO – TAREFA -AMBIENTE Controle Motor: “Abordagem de Sistemas” MOVIMENTO • INTERAÇÃO DE MÚLTIPLOS PROCESSOS: PERCEPÇÃO – COGNIÇÃO – AÇÃO CONTROLE MOTOR MOVIMENTO DINÂMICO E COMPLEXO MENSAGEM PRINCIPAL DA AULA: SISTEMAS DINÂMICOS Referências SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle Motor: Discussões e Teorias. In: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book . Cap. 1, p.14-31. SUGESTÃO DA PROFESSORA • Foque em seus estudos! • Não deixe de realizar as atividades propostas no canvas. • Faça novas buscas na literatura! UNIDADE 2 – CONTROLE MOTOR TÓPICO 2.2. ASEPCTOS MORFOFUNCIOMAIS Referência: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Fisiologia do Controle Motor. In: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book. Cap. 3, p.57-93. PONTOS FUNDAMENTAIS: 1. O controle do movimento é alcançado por meio do esforço cooperativo entre as estruturas cerebrais, que são organizadas hierarquicamente e em paralelo. 2. Os estímulos sensoriais executam muitas funções no controle do movimento. Eles: (a) servem como estímulo para o movimento reflexivo organizado na medula espinal; (b) modulam o output do movimento que resulta da atividade dos geradores de padrão na medula espinal; (c) modula os comandos que se originam em centros superiores do sistema nervoso; e (d) contribuem para a percepção e controle do movimento por meio de tratos ascendentes de modo muito mais complexo. 3. No sistema somatossensorial, os fusos musculares, os órgãos tendinosos de Golgi, os receptores articulares e os receptores cutâneos contribuem para o controle do reflexo espinal, modulam o output do gerador de padrão espinal, modulam os comandos descendentes e contribuem para a percepção e controle do movimento por meio de tratos ascendentes. 4. A visão (a) permite a identificação de objetos no espaço e a determinação de seus movimentos (sensação exteroceptiva); e (b) oferece informação sobre onde nosso corpo está no espaço, sobre a relação de uma parte corporal a outra e sobre o movimento de nosso corpo (propriocepção visual). 5. O sistema vestibular é sensível a dois tipos de informações: a posição da cabeça no espaço e as mudanças súbitas na direção do movimento da cabeça. 6. À medida que a informação sensorial ascende para níveis superiores de processamento, cada nível de hierarquia tem a habilidade de modular a informação vinda de baixo, permitindo aos centros superiores a sintonia seletiva (para cima ou para baixo) da informação vinda dos centros inferiores. 7. A informação dos receptores sensoriais é processada de forma crescente à medida que ascende a hierarquia neural, permitindo interpretação significativa da informação. Isso é feito seletivamente aumentando o campo receptivo de cada neurônio superior de modo sucessivo. 8. Os sistemas somatossensorial e visual processam informação vinda para aumentar a sensibilidade de contraste de tal forma que possamos identificar e discriminar mais facilmente entre diferentes objetos. Isso é feito por meio da inibição lateral, na qual a célula excitada inibe a célula ao lado, aumentando o contraste entre as regiões excitadas e não excitadas do corpo ou do campo visual. 9. Também há células especiais dentro dos sistemas somatossensorial e visual que respondem melhor ao estímulo móvel e são sensíveis à direção. 10. Nos córtices de associação, começamos a ver a transição entre a percepção e a ação. O lobo parietal participa nos processos que envolvem a atenção à posição e à manipulação dos objetos no espaço. 11. O sistema de ação inclui áreas do sistema nervoso como o córtex motor, o cerebelo, os gânglios da base e o tronco encefálico. 12. O córtex motor interage com as áreas de processamento sensorial no lobo parietal e também com as áreas dos gânglios da base e cerebelar para identificar o local no qual queremos nos mover, planejar o movimento e, por fim, executar nossas ações. 13. O cerebelo aparentemente atua como um comparador, um sistema que compensa os erros por meio da comparação da intenção com o desempenho. Além disso, modula o tônus muscular, participa na programação do córtex motor para a execução do movimento e contribui para a cronometragem do movimento e para o aprendizado motor e não motor. Está envolvido no controle de movimentos desencadeados visualmente e orientados. 14. A função dos gânglios da base está relacionada ao planejamento e controle de comportamentos motores complexos, incluindo a modulação do cenário central para o movimento, e o controle dos movimentos auto iniciados por meio de outputs das áreas pré-motora e suplementar motora. Além disso, têm um papel importante na ativação seletiva de alguns movimentos e na supressão de outros. Profa. MSc. Patrícia Angélica de Oliveira Pezzan COMPORTAMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO HUMANO Unidade 2 CONTROLE MOTOR: Aspectos Morfofuncionais Aspectos Morfofuncionais em Controle Motor Surge da interação dos sistemas: percepção e ação com a cognição agindo em ambos os sistemas em níveis diferentes. PERCEPÇÃO AÇÃO C AP SENSAÇÃO Receptores periféricos PERCEPÇÃO Córtex sensorial INTERPRETAÇÃOProcessamento sensorial; Lobos parietal, occipital e temporal CONCEITUALIZAÇ ÃO: Córtex pré-frontal e áreas de associação PLANEJAMENTO e ATIVAÇÃO Córtex motor EXECUÇÃO Motoneurônios, músculos e articulações MOVIMENTO cognição Anatomia e Função do Sistema Nervoso: Aspectos Morfofuncionais em Controle Motor • Fundamenta o controle motor; • Múltiplos níveis de processamento. ✓ Medula espinal (nível mais baixo) ✓ Tronco encefálico: bulbo, ponte e mesencéfalo; ✓ Cerebelo; ✓ Diencéfalo: tálamo e hipotálamo; ✓ Hemisférios Cerebrais: Córtex Cerebral e Gânglios da Base (nível mais alto) Aspectos Morfofuncionais em Controle Motor Estruturas SNC Esforço cooperativo Organizadas: hierarquicamente e em paralelo Aspectos Morfofuncionais em Controle Motor Movimentos Voluntários Controle Aprendizado Reflexos Automatismo Neurônio Unidade Básica do SNC • Potencial de ação • Transmissão sináptica Controle Motor: Aspectos Morfofuncionais Estímulos sensoriais Múltiplas funções - Controle dos movimentos • Estímulo para movimentos reflexos (medula espinal); • Modulam movimento (padrões – medula espinal); • Modulam comandos originados em centros superiores; • Contribuem para a percepção e controle dos movimentos (tratos ascendentes). Controle Motor: Aspectos Morfofuncionais Sistema Somatossensorial Sistema Visual Sistema Vestibular Controle Motor: Aspectos Morfofuncionais PERCEPÇÃO AÇÃO MÚLTIPLOS SISTEMAS SENSORIAS INFORMAÇÃO SENSORIAL Visual – Vestibular - Somatossensorial Eventos independentes e integrados SISTEMA DE AÇÃO Córtex motor, Cerebelo, Gânglios da base e Tronco cerebral Medula espinal Músculos Controle Motor: Aspectos Morfofuncionais Movimentos Voluntários Controle Aprendizado Reflexos Automatismo CONTROLE MOTOR MOVIMENTO SISTEMA PERCEPÇÃO - AÇÃO MENSAGEM PRINCIPAL DA AULA: SISTEMAS DINÂMICOS PERCEPÇÃO AÇÃO MOVIMENTO SISTEMAS RETROALIMENTAÇÃO SISTEMAS SENSORIAIS SISTEMAS SENSORIAIS Referências SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle Motor: Discussões e Teorias. In: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book . Cap. 1, p.14-31. SUGESTÃO DA PROFESSORA • Foque em seus estudos! • Não deixe de realizar as atividades propostas no canvas. • Faça novas buscas na literatura! UNIDADE 2 – CONTROLE MOTOR TÓPICO 2.3. CONTROLE POSTURAL SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle Postural Normal. In: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book. Cap. 7, p. 168-197. PONTOS FUNDAMENTAIS: 1. A tarefa de controle postural envolve o controle da posição corporal no espaço para (a) estabilidade, definida como o controle do centro da massa corporal em relação à base de sustentação; e (b) orientação, definida como a capacidade de manter uma relação apropriada entre os segmentos corporais e entre o corpo e o ambiente para a tarefa. 2. Inúmeros fatores contribuem para o controle postural durante o ortostatismo imóvel (denominado equilíbrio estático), incluindo (a) o alinhamento corporal, que minimiza o efeito das forças gravitacionais; (b) o tônus muscular; e (c) o tônus postural, que evita que o corpo caia em resposta à tração da gravidade. 3. Quando o ortostatismo imóvel é alterado, a recuperação da estabilidade requer estratégias de movimento que são efetivas no controle do centro de massa em relação à base de sustentação. 4. Os padrões de movimentos utilizados para recuperar o equilíbrio do ortostatismo a partir da instabilidade do plano sagital são referidos como estratégias do tornozelo, do quadril e suspensórias/do passo. Indivíduos normais podem substituir uma estratégia do movimento postural por outra de modo relativamente rápido. 5. O SNC ativa os músculos sinergistas em articulações mecanicamente relacionadas, talvez para garantir que as forças geradas em uma articulação para o controle do equilíbrio não produzam instabilidade em outro local do corpo. 6. Estímulos dos sistemas visual, somatossensorial (proprioceptivo, cutâneo e receptores articulares) e vestibular são fontes importantes de informação sobre a posição e o movimento do corpo no espaço em relação à gravidade e ao ambiente. Cada sentido fornece ao SNC um tipo diferente de informação sobre a posição e o movimento do corpo; portanto, cada sentido fornece um modelo de referência diferente para o controle postural. 7. Em adultos, todos os três sentidos contribuem para o controle postural durante o ortostatismo imóvel; por outro lado, em resposta às perturbações transitórias, os adultos tendem a depender dos inputs somatossensoriais, enquanto as crianças jovens dependem mais dos inputs visuais. 8. Em virtude da redundância dos sentidos disponíveis para a orientação e a capacidade do SNC de modificar a importância de qualquer um desses sentidos para o controle postural, os indivíduos são capazes de manter a estabilidade em uma variedade de ambientes. 9. Os ajustes posturais são ativados também antes dos movimentos voluntários para minimizar os possíveis distúrbios do equilíbrio que o movimento poderá causar. Isso é denominado “controle postural antecipatório”. 10. O controle postural requer o processamento da atenção e, portanto, pode reduzir o desempenho de uma segunda tarefa realizada simultaneamente. Além disso, tarefas secundárias complexas podem reduzir o desempenho de uma tarefa postural sendo realizada em concorrência. Entretanto, essas mudanças são mínimas nos adultos jovens, a não ser que a tarefa postural seja complexa. 11. A manutenção do controle postural na posição sentada não foi estudada profundamente. Entretanto, muitos cientistas acreditam que os conceitos importantes para o controle postural no ortostatismo demonstrarão ter validade igual para o controle postural sentado. Profa. MSc. Patrícia Angélica de Oliveira Pezzan COMPORTAMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO HUMANO Unidade 2 CONTROLE MOTOR: Controle Postural O QUE É CONTROLE POSTURAL? T AI Envolve o CONTROLE DA POSIÇÃO CORPORAL Para dois propósitos ESTABILIDADE e ORIENTAÇÃO CP CONTROLE POSTURAL CP É UM PROCESSO DINÂMICO! CONTROLE POSTURAL: aspectos fundamentais ORIENTAÇÃO ESTABILIDADE Capacidade de manter relação apropriada entre os segmentos corporais e entre o corpo e o ambiente para a tarefa. Controle do centro da massa corporal em relação à base de sustentação. CONTROLE POSTURAL: aspectos fundamentais FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O CONTROLE POSTURAL ✓ Alinhamento corporal ✓ Tônus muscular ✓ Tônus postural ESTRATÉGIAS PARA RECUPERAÇÃO DA ESTABILIDADE: ✓ Estratégia do Tornozelo (estímulo de amplitude e velocidade) ✓ Estratégia do Quadril (estímulo com amplitude e velocidade) ✓ Estratégia do Passo (estímulo com amplitude e velocidade) CONTROLE POSTURAL: aspectos fundamentais CONTROLE POSTURAL: aspectos fundamentais ESTÍMULOS DOS SISTEMAS SENSORIAIS PARA O CONTROLE POSTURAL: ✓Visual ✓ Somatossensorial (ambiente não favorável) ✓Vestibular (aceleração, deslocamento rápido) Cada sistema sensorial fornece ao SNC um tipo diferente de informação sobre a posição e o movimento do corpo. E COMO É O CONTROLE POSTURAL EM ADULTOS, CRIANÇAS E IDOSOS?? Os três sistemas contribuem (vestibular, proprioceptivo e visual) Dependem mais da informação visual Declínio de informações CONTROLE POSTURAL: aspectos fundamentais CONTROLE POSTURAL E O DESEMPENHO DE UMA SEGUNDA TAREFA Controle postural adequado → Contribui para o desempenho de uma segunda tarefa CONTROLE POSTURAL: aspectos fundamentais MENSAGEM PRINCIPAL DA AULA: SISTEMAS DINÂMICOS CONTROLE POSTURAL É DINÂMICO! DEPENDENTE: CONTEXTO – TAREFA - INDIVÍDUO T AI CP 3 ESTRATÉGIAS Referências SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle Motor: Discussões e Teorias. In:SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book . Cap. 1, p.14-31. SUGESTÃO DA PROFESSORA • Foque em seus estudos! • Não deixe de realizar as atividades propostas no canvas. • Faça novas buscas na literatura! UNIDADE 2 – CONTROLE MOTOR TÓPICO 2.4. CONTROLE DA MARCHA Referência: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle da Mobilidade Normal. In: SHUMWAY- COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book. Cap. 12, p. 312-343. PONTOS FUNDAMENTAIS: 1. Há três requisitos principais para a locomoção com êxito: (a) progressão, definida como a capacidade de gerar um padrão locomotor básico que pode mover o corpo em uma direção desejada; (b) estabilidade, definida como a capacidade de sustentar e controlar o corpo contra a gravidade; e (c) adaptabilidade, definida como a capacidade de adaptar a marcha para alcançar os objetivos do indivíduo e as exigências ambientais. 2. Locomoção normal é a marcha bípede na qual os membros se movem em uma relação simétrica alternada. A marcha é dividida em fase de apoio e de balanço, cada uma tem seus requisitos intrínsecos. 3. Durante a fase de apoio, as forças horizontais são geradas contra a superfície de apoio para mover o corpo na direção desejada (progressão), enquanto forças verticais sustentam a massa corporal contra a gravidade (estabilidade). Além disso, as estratégias utilizadas para conseguir tanto a progressão como a estabilidade devem ser flexíveis a fim de acomodar as mudanças em relação à velocidade, à direção ou às alterações na superfície de apoio (adaptação). 4. Os objetivos a serem alcançados durante a fase de balanço da marcha incluem o avanço do membro de balanço (progressão) e o reposicionamento do membro para a preparação da aceitação de peso (estabilidade). Tantos os objetivos da progressão como os da estabilidade requerem liberação suficiente do pé, de tal forma que os artelhos não se arrastem na superfície de apoio durante o balanço. Além disso, as estratégias utilizadas durante a fase de balanço da marcha devem ser suficientemente flexíveis a fim de permitir que o pé de balanço evite qualquer obstáculo no seu caminho (adaptação). 5. A marcha é frequentemente descrita em relação aos parâmetros de distância temporal, como a velocidade, o comprimento do passo, a frequência do passo (cadência) e o comprimento da passada. Além disso, a marcha é descrita com referência às mudanças nos ângulos articulares (cinemática), nos padrões de ativação muscular (EMG) e nas forças utilizadas para controlar a marcha (cinética). 6. Muitos elementos neurais e não neurais trabalham conjuntamente no controle da marcha. Apesar de geradores de padrão espinal serem capazes de produzir padrões locomotores estereotipados e de realizar certas funções adaptativas, os tratos descendentes de centros superiores e o feedback sensorial da periferia permitem uma variação rica nos padrões locomotores e na adaptabilidade às condições da tarefa e do ambiente. 7. Um dos requisitos da locomoção normal é a capacidade de adaptar a marcha a uma série amplamente variada de ambientes, envolvendo o uso da informação sensorial de todos os sentidos, tanto de forma reativa como proativa. 8. Uma parte importante do controle da locomoção é a estabilização da cabeça, uma vez que esta contém dois dos sensores mais importantes para o controle do movimento: os sistemas vestibular e visual. Em adultos neurologicamente intactos, a cabeça é estabilizada com grande precisão, permitindo que o olhar seja estabilizado pelo reflexo vestíbulo-ocular. 9. Subir e descer escadas é semelhante ao nível da deambulação no que envolve movimentos alternados recíprocos estereotipados dos membros inferiores e tem três requisitos: a geração de forças primariamente concêntricas para impulsionar o corpo para cima ou forças excêntricas para controlar a descida do corpo nas escadas (progressão); controlar o centro de massa dentro de uma base de sustentação constantemente mutável (estabilidade); e capacidade de adaptar estratégias utilizadas para a progressão e a estabilidade a fim de acomodar mudanças no ambiente da escada, como a altura, a largura e a presença ou ausência de corrimão (adaptação). 10. Apesar de a mobilidade ser frequentemente vista em relação à marcha, muitos outros aspectos de mobilidade são essenciais para a independência. Estes incluem a capacidade de mover-se da posição sentada para a ortostática, rolar, levantar da cama, ou mover-se de uma cadeira a outra. Tais habilidades são referidas como “tarefas de transferência”. 11. As tarefas de transferência são semelhantes à locomoção, pois compartilham requisitos comuns da tarefa: movimento na direção desejada (progressão), controle postural (estabilidade) e capacidade de adaptação às condições mutáveis da tarefa e do ambiente (adaptação). Os pesquisadores descobriram grande variabilidade nos tipos de estratégias de movimento utilizadas por adultos jovens neurologicamente intactos enquanto realizavam tarefas de transferências. 12. Compreender os requisitos de estabilidade e de força de diferentes tipos de estratégias utilizadas para cumprir as tarefas de transferência tem implicações importantes para retreinar tais habilidades em pacientes neurologicamente comprometidos com diferentes tipos de restrições motoras. Profa. MSc. Patrícia Angélica de Oliveira Pezzan COMPORTAMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO HUMANO Unidade 2 CONTROLE MOTOR: Controle da Marcha A MARCHA CARACTERIZA O SER HUMANO!! MOBILIDADE Capacidade de se mover, de modo independente e seguro, de um lugar para outro. Transferências, ficar em pé, andar, correr, escadas. Controle da Marcha: Aspectos Fundamentais 3 requisitos principais para a locomoção com êxito: PROGRESSÃO Capacidade de gerar um padrão locomotor básico que pode mover o corpo em uma direção desejada. ESTABILIDADE Capacidade de sustentar e controlar o corpo contra a gravidade. ADAPTAÇÃO Capacidade de adaptar a marcha para alcançar os objetivos do indivíduo e as exigências ambientais. Controle da Marcha: Aspectos Fundamentais CICLO DA MARCHA HUMANA Fase de balanço - 35 a 40%Fase de apoio - 60 a 65% 1 2 3 4 5 1 2 3 É necessário maior estabilidade. Controle da Marcha: Aspectos Fundamentais FASE DE APOIO FASE DE BALANÇO ✓ Progressão: mover o corpo na direção desejada. ✓ Estabilidade: sustentar corpo contra gravidade. ✓ Adaptação: estratégias flexíveis frente as mudanças em relação à velocidade, à direção ou às alterações na superfície de apoio. ✓ Progressão: avanço do membro de balanço. ✓ Estabilidade: reposicionamento do membro em preparação do suporte de peso sustentar corpo contra gravidade. ✓ Adaptação: estratégias flexíveis para que o pé de balanço evite obstáculos. 3 REQUISITOS NECESSÁRIO Controle da Marcha: Aspectos Fundamentais Sistema Somatossensorial Sistema Visual Sistema Vestibular PERCEPÇÃO TAREFA AMBIENTEINDIVÍDUO CONTROLE DA MARCHA – SISTEMAS SENSORIAIS: AÇÃO M ESTABILIZAÇÃO DA CABEÇA MOBILIDADE MARCHA INDEPENDÊNCIA AVDs MOVER-SE TAREFAS DE TRANSFERÊNCIA SENTADO – DE PÉ ROLAR - LEVANTAR INDEPENDÊNCIA AVDs MENSAGEM PRINCIPAL DA AULA Referências SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle da Mobilidade Normal. In: SHUMWAY- COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book . Cap. 12, p. 312-343. SUGESTÃO DA PROFESSORA • Foque em seus estudos! • Não deixe de realizar as atividades propostas no canvas. • Faça novas buscas na literatura! UNIDADE 2 – CONTROLE MOTOR TÓPICO 2.5. CONTROLE DO ALCANCE, DA PREENSÃO E DA MANIPULAÇÃO Referência: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Alcance, Preensão e Manipulação Normais. In: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT,Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book. Cap. 16, p. 460-484. PONTOS FUNDAMENTAIS: 1. De uma perspectiva cinemática, a coordenação no alcance é caracterizada por uma ativação sequencial dos movimentos do olho, da cabeça e, depois, da mão. Entretanto, as respostas musculares nesses segmentos tendem a ser ativadas de forma sincrônica, não sequencial. Portanto, características inerciais têm um papel importante nas características finais do movimento. 2. O alcance e a preensão representam dois componentes distintos que parecem estar controlados por diferentes mecanismos neurais. Portanto, os pacientes com problemas de controle motor podem ter dificuldades em um ou ambos os aspectos. Isso tem implicações para o retreinamento. 3. Certos aspectos do componente de preensão, como a força de preensão, estão baseados na percepção da pessoa sobre as características do objeto a ser pego, e, portanto, são programados antecipadamente. 4. Informação visual e somatossensorial também são utilizadas reativamente para a correção de erros durante o alcance e a preensão. 5. A lei de Fitts expressa o relacionamento entre o tempo, a distância e a precisão do movimento, afirmando que, quando as exigências para precisão aumentam, o tempo de movimento também aumenta. 6. Há duas teorias em relação ao controle neural do alcance: a programação de distância e teorias de localização. 7. De acordo com a teoria de programação da distância, quando as pessoas realizam um movimento do braço em direção a um alvo, eles visualmente percebem a distância a ser alcançada e, então, ativam uma série particular de músculos agonistas para impulsionar o braço até o alvo na distância apropriada. Em um certo ponto, eles desativam os músculos agonistas e ativam os músculos antagonistas na articulação para fornecer uma força de quebra a fim de cessar o movimento. 8. De acordo com a teoria de programação de localização, o sistema nervoso programa o equilíbrio relativo das tensões (ou rigidez) de duas séries opostas de músculos (agonista e antagonista). De acordo com essa teoria, toda localização no espaço corresponde a relações de rigidez entre os músculos opostos. 9. Provavelmente, ambas as estratégias são utilizadas para os movimentos do braço, dependendo da tarefa e do contexto. Profa. MSc. Patrícia Angélica de Oliveira Pezzan COMPORTAMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO HUMANO Unidade 2 CONTROLE MOTOR: Alcance, Preensão e Manipulação Controle do Alcance, Preensão e Manipulação FUNÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES NAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA PAPEL IMPORTANTE NAS HABILIDADES MOTORAS GROSSAS (Arrastar, Andar, Equilibrar) BASE DAS HABILIDADES MOTORAS FINAS (Comer, Vestir e Higienizar) T AI M M O V I M E N T O 1) LOCALIZAÇÃO DE UM ALVO 2) ALCANCE 3) PREENSÃO 4) HABILIDADES MANIPULADORAS MANUAIS Controle do Alcance, Preensão e Manipulação ELEMENTOS-CHAVE: ALCANCE, PREENSÃO E MANIPULAÇÃO suporte postural ✓ Componentes musculoesqueléticos • ADM, flexibilidade, força ✓ Componentes neurais • Processos motores • Processos sensoriais • Representações internas (percepção-ação) • Processos de nível superior: adaptação e antecipação SISTEMAS QUE CONTRIBUEM: ALCANCE, PREENSÃO E MANIPULAÇÃO Sistema Somatossensorial Sistema Visual Sistema Vestibular PERCEPÇÃO AÇÃO Controle do Alcance, Preensão e Manipulação PRINCÍPIOS DO CONTROLE DO MOVIMENTO 1) FEEDBACK ✓Ajuste muscular reativo ✓ Controle de movimento REATIVO 2) FEEDFORWARD ✓Ajuste muscular antecipatório ✓ Controle de movimento ANTECIPATÓRIO Controle do Alcance, Preensão e Manipulação PRINCÍPIOS DO CONTROLE DO MOVIMENTO Controle do Alcance, Preensão e Manipulação FEEDBACK – situação inesperada FEEDFORWARD - situação esperada MENSAGEM PRINCIPAL DA AULA FUNÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES NAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA T AI M Quanto melhor meu controle postural, melhor será os ajustes para a coordenação motora! Referências SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Alcance, Preensão e Manipulação Normais. In: SHUMWAY-COOK, Anne, WOOLLACOTT, Marjorie. Controle motor teoria e aplicações práticas. 3. São Paulo Manole 2010 E-book . Cap. 16, p. 460-484. SUGESTÃO DA PROFESSORA • Foque em seus estudos! • Não deixe de realizar as atividades propostas no canvas. • Faça novas buscas na literatura!
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