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MEDIDAS RESTRITIVAS ÀS PRÁTICAS COMERCIAIS

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ESTUDO DE CASO
O comércio internacional é uma atividade totalmente regulada por acordos e tratados entre os países. Os
operadores do Comex precisam estar atentos a essas regras, que mudam o tempo todo, atendendo à vontade
político-econômica dos agentes envolvidos.
As empresas que atuam nessa área possuem pro�ssionais que se mantêm sempre atualizados sobre essa
legislação. Nesse complexo sistema, vimos que existe a criação de áreas de livre comércio, com objetivos de
padronização de tarifas alfandegárias aplicadas a um determinado grupo de países.
Após ler o conteúdo desta aula, re�ita sobre quais seriam os benefícios, para os países de determinado bloco,
de aplicar tarifas idênticas às de seu país vizinho nessas operações.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
É preciso compreender que as áreas de livre comércio têm por objetivo o fomento das operações comerciais
entre seus integrantes, de modo a desenvolver e fortalecer a economia local, tornando seus produtos cada
vez mais evoluídos e competitivos.
Resolução do Estudo de Caso
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Um comportamento comum de algumas empresas que operam no mercado internacional é praticar preços
inferiores aos aplicados no mercado interno, com o objetivo de se tornarem competitivas diante de empresas
já consolidadas localmente.
Essa é uma prática desleal, pois afeta a livre concorrência. Podemos tomar como exemplo a comercialização
de produtos oriundos da China no Brasil. Diante dos preços mais baixos aplicados aos produtos chineses,
algumas medidas podem ser adotadas pelo Brasil, como o aumento das tarifas alfandegárias, para fazer com
Aula 3
MEDIDAS RESTRITIVAS ÀS PRÁTICAS COMERCIAIS
INTERNACIONAIS
Medidas antidumping. Direitos compensatórios. Franquias territoriais.
42 minutos
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que os preços desses produtos se aproximem dos preços nacionais. São as chamadas medidas antidumping
que estudaremos nesta aula. Vamos adiante?
MEDIDAS ANTIDUMPING
Como vimos anteriormente, a segunda metade do século XX foi marcada pela abertura do comércio
internacional, contrariando o protecionismo até então existente. A Carta de Havana tentou normatizar essa
liberalização, criando a Organização Internacional do Comércio, mas com a recusa dos EUA em aderir ao
tratado, a tentativa não prosperou.
Foi então celebrado um acordo para regular as relações comerciais, chamado Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio, ou GATT, que foi o principal tratado que regulamentou as práticas comerciais internacionais até o
ano de 1995, quando foi criada a Organização Mundial do Comércio.
Apesar de primar pela liberalização do mercado internacional, o GATT previu algumas medidas protecionistas,
entre elas o antidumping.
O dumping é uma prática que consiste em comercializar um produto no mercado externo a preço muito
inferior ao valor pelo qual, normalmente, ele seria comercializado no mercado interno. Essa é considerada
uma prática desleal, que compromete a competitividade, e está prevista no art. 6º do GATT (OMC, 1994, [s.
p.]) nos seguintes termos:
Portanto, a �m de evitar as práticas desleais de comércio, as medidas antidumping são adotadas pelos
países com o intuito de taxar certos produtos de forma diferenciada, para que seu ingresso no país seja
feito a preços competitivos com o mercado interno. Não se trata de protecionismo ao mercado interno,
As partes contratantes reconhecem que o dumping, pelo qual os produtos de um país são
introduzidos no comércio de outro país por menos do que o valor normal dos produtos,
deve ser condenado se causar ou ameaçar dano material a uma indústria estabelecida no
território de uma parte contratante ou retarda materialmente o estabelecimento de uma
indústria nacional. Para os �ns deste Artigo, um produto é considerado como sendo
introduzido no comércio de um país importador por um valor inferior ao seu valor normal,
se o preço do produto exportado de um país para outro: a) é menor do que o preço
comparável, no curso normal do comércio, para o produto similar quando destinado ao
consumo no país exportador, ou; b) na ausência de tal preço doméstico, é inferior a
qualquer preço comparável mais alto para o produto similar para exportação para
qualquer país terceiro no curso normal do comércio ou ao custo de produção do produto
no país de origem mais um acréscimo razoável para custo de venda e lucro.
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mas sim de medidas de defesa comercial. Se a diferença de preço entre os produtos é decorrente de práticas
normais de mercado, a aplicação das medidas não se justi�ca, pois se caracterizaria como protecionismo e
descumprimento das regras do GATT.
Se os preços dos produtos importados forem menores, mas não forem identi�cadas práticas desleais, as
medidas antidumping não serão aplicadas, prevalecendo então a livre concorrência, o interesse público e o
acesso do consumidor a preços mais baixos.
 Saiba mais
Você sabia que o Ministério da Economia mantém atualizada em seu site a lista de medidas antidumping
aplicadas pelo Brasil? Consulte as Medidas de defesa comercial em vigor e �que por dentro das medidas
que visam proteger o mercado interno das práticas desleais aplicadas por empresas estrangeiras. É uma
lista bem variada, abrangendo diversos produtos, como calçados, batatas congeladas, pneus de bicicleta
e muitos outros. Vale a pena consultar!
VIDEOAULA: MEDIDAS ANTIDUMPING
No vídeo são demonstrados alguns exemplos de práticas antidumping, por meio da ilustração grá�ca de
tarifas de determinados produtos, com o intuito de deixá-los com preços mais próximos aos praticados no
mercado interno.
DIREITOS COMPENSATÓRIOS
Outra medida de defesa comercial existente é denominada direitos compensatórios. Por vezes, os produtos
destinados à exportação podem ter seu custo de produção drasticamente reduzido por conta de subsídios
oferecidos pelos Estados à indústria. Evidentemente, devido à redução desse custo, o preço de venda pode
também ser reduzido sem afetar a margem de lucro da empresa exportadora.
Doutrinariamente, de acordo com Barral (apud MUNHOZ, 2004, [s. p.]), de�ne-se subsídio como uma
vantagem indevida, concedida pelo Estado, que bene�cia determinadas empresas ou setores. Sua
condenação é fundamentada nas incorreções por ele induzidas no mercado, impedindo dessa forma uma
melhor alocação de recursos e criando uma concorrência desleal, uma vez que a concessão de subsídios pode
causar danos a empresas nacionais na fabricação de produtos similares.
Videoaula: Medidas antidumping
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/medidas-em-vigor/medidas-em-vigor
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A Rodada Uruguai do GATT implementou o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, em que se
de�niu a concessão de subsídios como incompatível com o livre comércio. No Brasil, esse acordo foi
promulgado pelo Decreto nº 1.355, em 30 de dezembro de 1994.
Dispõe o art. 1º desse Acordo (OMC, [s. d.;s. p.]) que um subsídio será caracterizado:
Ainda de acordo com Munhoz (2004, [s. p.]), “um subsídio existe se reunir três condições básicas: ser
concedido através de uma contribuição do governo; signi�car um benefício que é conferido a uma indústria; e,
por �m, tal benefício deve ser especí�co a uma indústria ou setor determinado”.
Se uma empresa nacional se sentir prejudicada por um subsídio concedido por um país, poderá solicitar por
escrito a abertura de uma investigação, a �m de constatar o dano sofrido. Se o Estado importador
con�rmar o dano, poderá aplicar as medidas compensatórias a �m de promover o reequilíbrio nas relações
comerciais.
VIDEOAULA: DIREITOS COMPENSATÓRIOS
O vídeo aborda a relação entre os direitos antidumping e o direito concorrencial, evidenciando que as
restrições devem ser aplicadas apenas de forma excepcional, pois a livre concorrência pode bene�ciar o
consumidor �nal com a redução dos preços praticados no mercado.
Quando houver contribuição �nanceira por um governo ou órgão público no interior do
território de um Membro;
Quando a prática do governo implicar a transferência direta de fundos (por exemplo,
doações, empréstimos e aportes de capital), potenciais transferências direta de fundos ou
obrigações (por exemplo, garantias de empréstimos);
Quando receitas públicas devidas forem perdoadas ou deixadas de serem recolhidas (por
exemplo, incentivos �scais tais como boni�cações �scais);
Quando o governo fornecer bens ou serviços além daqueles destinados a infraestrutura
geral ou quando adquire bens;
Quando o governo �zer pagamentos a um sistema de fundos, con�ar ou instruir órgão
privado a realizar uma ou mais funções descritas acima.
Videoaula: Direitos compensatórios
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FRANQUIAS TERRITORIAIS
Como vimos até agora, equilibrar a balança entre a liberalização do comércio e o protecionismo é uma
tarefa difícil. Na mesma medida em que se procura taxar certos produtos para proporcionar algum equilíbrio
no mercado nacional (o caráter extra�scal), existem políticas que visam exatamente o contrário, desonerando
produtos das taxas alfandegárias.
Por vezes, essa desoneração tem por objetivo propiciar o desenvolvimento de uma região, trazendo
incentivos para a instalação de novas empresas e gerando empregos. Para que isso ocorra, é comum a
criação de áreas onde não haverá incidência dos impostos de importação e exportação sobre quaisquer
mercadorias que as adentrarem.
Nessas áreas, chamadas de franquias territoriais, uma parte do território nacional poderá ser subtraída à
jurisdição aduaneira, onde mercadorias procedentes do exterior poderão ingressar sem pagar os impostos
correspondentes e sair para o exterior com igual benesse. Somente serão devidos os impostos se os produtos
passarem para outra área do país.
De acordo com Sehn (2021), essas áreas são classi�cadas como Regimes Aduaneiros Especiais, onde
não há cobrança dos créditos tributários que, em outras circunstâncias, seriam devidos na operação de
comércio internacional, e onde a legislação autoriza a entrada ou saída de bens estrangeiros no/do
território nacional com redução ou isenção do tributo, para realização de uma �nalidade de interesse
público.
As franquias territoriais abrangem zonas francas, portos livres, depósitos francos e entrepostos
aduaneiros, em que a desoneração das obrigações aduaneiras impacta diretamente o preço dos produtos
que ingressam nesses locais sem o devido recolhimento de impostos.
De acordo com Carlucci (2001, p. 173):
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VIDEOAULA: FRANQUIAS TERRITORIAIS
O vídeo trabalha o conceito de zona franca e trazendo ao contexto a Zona Franca de Manaus, explicando sua
origem, suas regras de funcionamento e seu panorama atual, de modo a contextualizar o conteúdo abordado.
ESTUDO DE CASO
Estudos apontam que a maior concentração de pedidos de investigação antidumping está nos setores
industriais com problemas de competitividade, como têxtil e aço, ou mesmo em setores mais modernos, mas
que possuem um custo de produção elevado, como é o caso de determinados produtos agrícolas.
Imagine que uma empresa XPTO, localizada em determinado país, exporta certo produto para o Brasil ao
preço de US$ 150 (cento e cinquenta dólares), mas vende produto similar em seu mercado interno ao preço
de US$ 100 (cem dólares). Salvo prova em contrário, há prática de dumping.
Quais são os elementos que justi�cam a aplicação de uma medida antidumping?
• Zonas francas: são áreas livres para a importação ou exportação de mercadorias e
gozam de incentivos �scais especiais, destinados a promover o desenvolvimento local.
Estão, normalmente, situadas em áreas servidas de portos marítimos ou �uviais ou
aeroportos estratégicos para a navegação internacional;
• Portos livres: diferem da zona franca porque oferecem facilidades apenas ao trânsito de
mercadorias, não envolvendo sua legislação os fatores de produção. Têm por objetivo
apenas estimular as relações comerciais com o exterior, sem cuidar especi�camente do
desenvolvimento econômico regional.
• Depósitos francos ou de trânsito direto: são pontos de entrada de mercadoria,
geralmente de países que não dispõem de porto. As mercadorias que por eles ingressam
estão isentas de quaisquer impostos e somente serão taxadas, pela legislação comum, no
local a que se destinam. Têm tempo de armazenamento limitado e não podem sofrer
transformação, bene�ciamento e embalagem. Só é admitida a instalação de depósito
franco quando autorizada em acordo com o convênio internacional.
• Entrepostos aduaneiros: são usados, geralmente, pelos países que não instituíram o
regime de zona franca. Servem ao depósito de mercadorias vindas do exterior, destinadas
à reexportação (para o próprio país ou para outros países), por tempo indeterminado e
com certas franquias alfandegárias, e também destinadas ao consumo interno.
Videoaula: Franquias territoriais
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

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