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FRAUDES NA IMPORTAÇÃO

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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Chegamos em uma das aulas mais importantes do módulo de Direito Aduaneiro. Depois de aprendermos a
respeito da �nalidade da aduana, vamos estudar a �scalização dos procedimentos de importação. Indícios de
fraude nas operações de compra de mercadorias provenientes do exterior podem levar à parametrização no
canal cinza, e isso acarretará a instauração de procedimento especí�co para apuração, que poderá ocasionar,
inclusive, retenção da mercadoria.
A legislação aduaneira prevê uma série de condutas que serão classi�cadas como infrações. Não se esqueça
que o Regulamento Aduaneiro e o Decreto-Lei 37/66 devem estar ao seu lado, para complementar o
aprendizado. Algumas práticas, consideradas mais graves ainda, podem ser enquadradas como crime, e estão
previstas no Código Penal.
Bons estudos!
FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA
Conforme dispõe o artigo 44 do Decreto-Lei nº 37/66, toda mercadoria proveniente do exterior deve ser
submetida a despacho aduaneiro. Trata-se do exercício de poder da aduana, que confere ao Estado o dever
de �scalizar a correta observância dos procedimentos de importação e exportação previstos na legislação
aduaneira.
Art. 44 - Toda mercadoria procedente do exterior por qualquer via, destinada a consumo ou a outro regime,
sujeita ou não ao pagamento do imposto, deverá ser submetida a despacho aduaneiro, que será processado
com base em declaração apresentada à repartição aduaneira no prazo e na forma prescritos em regulamento.
(BRASIL, 1966, [s. p.])
Procedimentos especiais de �scalização
Aula 3
FRAUDES NA IMPORTAÇÃO
Fiscalização aduaneira; Infrações, fraudes e delitos aduaneiros; Contrabando e descaminho.
44 minutos
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O despacho aduaneiro tem por objetivo �scalizar e reprimir a saída ou entrada de produtos ilegais, impedindo
fraudes contra o erário, indústria, comércio e consumidores de uma forma geral.
Quando houver indícios de infração punível com a pena de perdimento, a mercadoria importada será retida
pela Secretaria da Receita Federal até a conclusão do procedimento de �scalização. Normalmente, quando
surgirem esses indícios, a mercadoria será parametrizada no canal cinza. Os procedimentos dessa �scalização
estão detalhados na Instrução Normativa 1986/2020 e na Portaria RFB nº 6478/2017.
Na zona primária foram criados órgãos de �scalização denominados Seção de Procedimentos Especiais
Aduaneiros (SAPEA), aos quais competem realizar a análise documental, a conferência de cargas e demais
apurações destinadas a veri�car elementos indiciários de fraude nos despachos aduaneiros, bem como
instaurar o Procedimento Especial de Controle Aduaneiro (PECA). É importante se familiarizar com essas siglas
caso você queira atuar no comércio exterior. Você vai ter bastante trabalho se sua mercadoria for
parametrizada no canal cinza.
Encontrados indícios de que o valor declarado pelo importador não tenha sido efetivamente praticado no
contrato internacional de compra e venda de mercadorias, a Receita Federal poderá instaurar um
procedimento de valoração aduaneira, intimando o importador a comprovar documentalmente as
informações prestadas no Siscomex.
Após a apresentação de documentos e demais informações, se as dúvidas persistirem, o Auditor Fiscal da
Receita Federal poderá desconsiderar o valor constante da Declaração de Importação (DI) e arbitrar o valor
que entender correto, aplicando os métodos previstos no Acordo de Valoração Aduaneira.
Esse valor aduaneiro, que compreende não apenas o custo da mercadoria adquirida no exterior, mas também
as despesas de transporte, carga, descarga e seguro, será considerado como base de cálculo para o imposto
de importação. Não raro, são identi�cadas diversas fraudes na declaração de valor da mercadoria, com
declaração a menor, visando ao pagamento de menos impostos. Essa prática é chamada de subfaturamento,
e é combatida com empenho pela Receita Federal do Brasil.
VIDEOAULA: FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA
No vídeo do Bloco 1, faremos a distinção entre subfaturamento e subvaloração. O subfaturamento na
importação consiste na inserção de dados falsos, especi�camente, na redução do valor da importação, nos
documentos indicativos da compra e venda internacional. A subvaloração é a declaração a menor do valor
aduaneiro.
INFRAÇÕES, FRAUDES E DELITOS ADUANEIROS
Videoaula: Fiscalização aduaneira
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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A infração jurídica representa o comportamento humano que seja contrário ao previsto pela norma como
regra de conduta a ser seguida, imputando ao infrator uma penalidade.
Solon Sehn (2021, p. 401) de�ne infração como “a não prestação de uma obrigação ou de um dever
instrumental prescrito pela legislação, decorrente de uma conduta comissiva ou omissiva”.
Encontramos, ainda, no sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil (BRASIL, 2019, [s. p.]), a seguinte de�nição:
“constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe inobservância, por parte de
pessoa física ou jurídica, de norma estabelecida ou disciplinada na legislação aduaneira vigente”.
As penalidades aduaneiras, que têm sua base no artigo 675 do Regulamento Aduaneiro (BRASIL, 2009),
dividem-se em cinco espécies: perdimento de veículo; perdimento de mercadoria; perdimento de moeda;
multa; sanção administrativa.
Perdimento é a expropriação de um bem material, sem contrapartida indenizatória, decorrente da prática de
uma ação ou omissão tipi�cada como infração pela legislação aduaneira. A multa se con�gura como uma
prestação de conteúdo pecuniário, e as sanções administrativas são penas restritivas de direitos, aplicáveis
aos intervenientes nas operações de comércio exterior, como o cancelamento de registros e habilitações para
operar no comércio exterior.
Pena de Perdimento de Veículo
A pena de perdimento de veículo encontra-se tipi�cada no artigo 104 do Decreto-Lei 37/66, e será aplicada a
veículos em situação ilegal; carga ou descarga em local não habilitado; atracação e proximidade com risco de
transbordo em zona primária; transporte de mercadoria sujeita a pena de perdimento; desvio de rota no
trânsito aduaneiro e abandono do veículo transportador.
Pena de Perdimento de Mercadoria
A pena de perdimento de mercadoria não se aplica aos bens importados para �ns de integração ao ativo
imobilizado de uma empresa. Não sendo destinados à revenda, tais bens não se enquadram no conceito de
mercadoria, que é um requisito obrigatório para a aplicação desta penalidade.
Para estes �ns, mercadoria é o bem adquirido com a �nalidade de revenda.
As infrações sujeitas à pena de perdimento estão tipi�cadas no artigo 105 do Decreto-Lei nº 37/66
Pena de perdimento de moeda
A Lei nº 9.069/95 estabelece que o ingresso e a saída de moeda nacional ou estrangeira só pode ocorrer por
meio de instituição autorizada a operar no mercado de câmbio. Para viajantes, é permitido o porte, em
espécie, de valores até R$ 10.000 (dez mil reais). Valores superiores a este limite deverão ser declarados à
Receita Federal, mediante o registro da Declaração Eletrônicade Bens do Viajante (e-DBV).
Multa
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São aplicadas multas por extravio, subfaturamento, erro no preenchimento da Declaração de Importação e
por classi�cação aduaneira equivocada, dentre outras hipóteses previstas no artigo 106 do Decreto-Lei nº
37/66.
VIDEOAULA: INFRAÇÕES, FRAUDES E DELITOS ADUANEIROS
No vídeo do Bloco 2 trabalharemos com o artigo 676 do Regulamento Aduaneiro, que estabelece a
competência de aplicação de penalidades ao Auditor Fiscal da Receita Federal. Contudo, veremos que há
exceções a essa regra. Uma delas é a competência do Delegado da Receita Federal para a aplicação de pena
de perdimento.
CONTRABANDO E DESCAMINHO
Até este momento tratamos das infrações aduaneiras na esfera administrativa. Passaremos, então, a estudar
os crimes aduaneiros.
Considera-se crime aduaneiro toda e qualquer conduta típica, antijurídica e culpável protagonizada no âmbito
das atividades aduaneiras.
Os crimes de contrabando e descaminho são os principais delitos na esfera aduaneira.
O contrabando pode ser de�nido como uma conduta que insere um produto proibido ou de origem delituosa
no país. Neste caso, a natureza do bem é o critério utilizado para de�nir a conduta como criminosa. Está
previsto no artigo 334-A do Código Penal, que dispõe:
Videoaula: Infrações, fraudes e delitos aduaneiros
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Podemos citar como exemplos de contrabando: cigarros e bebidas fabricados no exterior e destinados à
venda no Brasil, comercialização de animais da fauna silvestre sem autorização dos órgãos competentes, e
comercialização de mercadorias provenientes do exterior cuja fabricação tenha violado direito autoral, ou
seja, a pirataria.
Por outro lado, o crime de descaminho pode ser conceituado como uma conduta de sonegação de tributos
quando da entrada de uma mercadoria estrangeira no país. Neste caso, a natureza do bem não tem relação
com a conduta criminosa, pois a importação da mercadoria é permitida. O ilícito está no procedimento de
importação e arrecadação de tributos. A essência do crime de descaminho está na intenção do contribuinte
em lesar o �sco.
O crime de descaminho está previsto no artigo 334 do Código Penal, que dispõe:
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou
autorização de órgão público competente;
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida
pela lei brasileira;
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências.
§ 3º - A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou �uvial. 
— (BRASIL, 1940, [s. d.])
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VIDEOAULA: CONTRABANDO E DESCAMINHO
No vídeo do Bloco 3 estudaremos a Lei nº 8.137/1990, que estabelece tipos penais que caracterizam crimes
contra a ordem tributária, aproximando-os muito do crime descaminho. Veremos, inclusive, que algumas
condutas previstas nesta lei levam à confusão.
ESTUDO DE CASO
O comércio exterior se caracteriza por um conjunto de operações de compra e venda de mercadorias ou
serviços entre países. Na exportação, busca-se escoar o excedente de produção de um país, visando ao
desenvolvimento de sua economia no contexto internacional.
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º - Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território
nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências.
§ 3º - A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou �uvial.
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A importação é caracterizada pela entrada de bens ou serviços provenientes de outros países, onde ocorre a
incidência de diversos impostos para a nacionalização daquilo que foi adquirido no exterior.
Em um processo de importação, é necessário que se tome extremo cuidado na veri�cação da legalidade e
eventuais restrições para a entrada de bens ou serviços no país de destino. Além disso, deve-se fazer um
levantamento detalhado do custo de nacionalização, que inclui o pagamento de impostos e despesas de
armazenagem, frete e seguro. Muitos desses fatores in�uenciam a base de cálculo do imposto de importação.
Até a classi�cação �scal pode se mostrar extremamente difícil.
Se esses cuidados não forem tomados, o importador pode ter sérios problemas no momento de realizar o
despacho aduaneiro, tendo sua mercadoria retida pela autoridade aduaneira.
Será que conseguimos pensar nas consequências de uma análise feita de forma super�cial? Qual seria
efetivamente o objetivo deste estudo prévio dos custos de nacionalização de um produto ou serviço? Não
estamos tratando de fraudes, mas apenas de erros e decisões equivocadas no processo de importação. 
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Essa análise prévia à negociação internacional tem por objetivo evitar que a mercadoria permaneça do recinto
alfandegado além do prazo estipulado, sem prova do recolhimento dos tributos aduaneiros, caracterizando,
portanto, o abandono e a consequente aplicação da pena de perdimento.
Resolução do Estudo de Caso
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 Saiba mais
No site da Receita Federal do Brasil você encontra uma página com muitas informações que tratam de
infrações e penalidades aduaneiras.
Não perca a oportunidade de aprenderum pouco mais. 
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/remessas-postal-e-expressa/topicos/Infracoes_e_penalidades

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