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PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
A MEDIAÇÃO DIGITAL NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
LARESSA CARVALHO MARTINS1 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo aborda a mediação digital como uma das formas de solução de 
conflitos trazida pelo direito processual civil brasileiro diante dos avanços 
tecnológicos e sociais que alcançaram a sociedade brasileira nos últimos anos. 
Dessa forma, objetiva-se tratar da mediação digital esclarecendo seu conceito, a 
importância da sua aplicação, seus efeitos nos campos jurídico e social, bem como 
analisar os desafios que precisam ser superados para que a execução desse 
instituto seja eficiente e eficaz. Para tanto, a abordagem metodológica consiste no 
método dedutivo, por meio da análise de princípios, regras, legislações e doutrinas. 
O trabalho apresentado possibilitará a averiguação de que a mediação digital é um 
instrumento de grande relevância no sistema jurídico. A mediação, quando realizada 
por pessoa capacitada, se torna eficiente e eficaz, trazendo maior satisfação entre 
as partes e maior celeridade na solução dos conflitos. Ao trazer a tecnologia para a 
mediação, permitindo sua realização por vias digitais, contribui-se com a diminuição 
de casos judiciais que abarrotam os tribunais, bem como ocorre a colaboração para 
que as partes não tenham maiores custos e desgastes, resolvendo o conflito de 
forma prática. 
 
Palavras-chave: mediação; digital; instrumento; jurídico; relevância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1Laressa Carvalho Martins – Pós – graduanda em Direito Processual Civil pela Faculdade Ipemig; 
Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Campus São Gabriel, e-
mail: laressa.direito2013@gmail.com 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A mediação é uma das formas de resolução de conflito estabelecidas pelo 
Código de Processo Civil brasileiro que determina que sua prática deve ser 
estimulada antes e no curso do processo judicial. A mediação consiste na atuação 
de um terceiro imparcial que direcionará as partes envolvidas a refletirem sobre as 
questões e interesses conflitantes, possibilitando que, por meio do fortalecimento da 
relação, as partes consigam construir soluções consensuais que gerem benefícios 
mútuos (Código de Processo Civil, 2015). O uso dos meios digitais para promover o 
uso do referido método de auto composição é crescente, uma vez que a conexão 
digital adquiriu um lugar de destaque em vista das facilidades que propiciou para 
maior interação social entre os indivíduos. O avanço tecnológico impulsionou a 
digitalização dos meios de comunicação possibilitando a resolução de demandas de 
forma ágil, prática e célere. 
Abordar a mediação digital na resolução de conflitos é essencial por se tratar 
de uma das principais formas de pacificação de problemas sociais, garantindo que 
as partes encontrem uma solução justa e se sintam satisfeitas com a conclusão da 
celeuma. Ao promover a mediação digital, busca-se a facilitação do acesso à justiça 
por meio da tecnologia, o que contribui para a diminuição de casos sujeitos a tutela 
jurisdicional, reduzindo a sobrecarga do judiciário com demandas que podem ser 
resolvidas entre as partes, por meio da auto composição. Para tanto, é necessário 
analisar cada caso concreto para verificar se as partes possuem condições de 
acessar os meios digitais utilizados como canal para a promoção da mediação. 
Dessa forma, objetiva-se demonstrar a importância da mediação digital como 
forma de resolução de conflitos. Para tanto, é imperioso abordar as causas que 
justificaram a criação e as que impulsionam o uso atual de tal instituto, além de 
explorar o que a legislação brasileira preceitua a respeito da temática, como também 
esclarecer sobre os efeitos da aplicação da mediação digital na sociedade e no 
campo jurídico. 
Portanto, o presente trabalho abordará sobre a mediação digital como 
mecanismo de pacificação social, sendo um importante método de resolução de 
conflitos. Com esse fim, tratar-se-á de maneira breve e concisa sobre os conflitos 
sociais e a tutela jurisdicional para em seguida explanar o tema proposto. 
3 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
A compreensão da importância da aplicação da mediação digital perpassa por 
tópicos que envolvem os conflitos sociais inerentes a vida em sociedade, bem como 
o papel exercido pelo estado para pacificar e dirimir as dissensões objetivando 
manter a paz social. 
 
2.1 CONFLITOS SOCIAIS 
 
Observando a história da humanidade nota-se que conflitos e dissenções 
sempre fizeram parte da vida social. Uma sociedade é composta de diversas 
pessoas, cada uma com sua história, com suas características e com seus 
interesses, sendo necessário estabelecer direitos e deveres para que as interações 
sociais ocorram respeitando condições mínimas de dignidade. Assim, quando há 
“descumprimento da lei, abuso, desrespeito a convenções e quebra de princípios” 
(Bacellar, 2012, p. 18) bem como, divergência de interesses qualificada por uma 
pretensão resistida, ocorre a existência de um conflito ou lide (Bacellar, 2012, p. 18). 
Desse modo, em determinados casos as pessoas não conseguem resolver 
suas desavenças voluntariamente, necessitando, muitas vezes, da tutela 
jurisdicional do Estado para dirimir a celeuma. O Estado atua como um terceiro 
imparcial a situação. O Juiz analisará cada caso concreto, considerando as provas 
apresentadas e produzidas, aplicando a legislação de forma mais objetiva, na busca 
de uma solução justa. Entretanto, a intervenção estatal não precisa ser a única 
forma de resolução de conflito entre as partes, sendo imprescindível a aplicação de 
outros métodos facilitadores que incentivarão as partes a construírem uma solução 
pacífica, o que contribuirá para a diminuição da sobrecarga do poder judiciário e 
maior satisfação social. 
Nesse sentido, Roberto Portugal Bacellar (2012) afirma que: 
 
 
Para que o sistema judiciário como um todo possa cumprir o seu papel com 
eficiência e em tempo razoável (nossa posição), deve ser reservado ao 
Poder Judiciário, fundamentalmente, causas mais significativas que exijam 
o controle da legalidade nos casos de lesão ou ameaça de lesão a direitos. 
Todas as demais questões relativas a divergências de interesses, ruídos de 
comunicação, relações convencionais conflituosas, dentre outras, podem 
encontrar melhor resolução por outros métodos que não aqueles 
4 
 
 
adversariais originados no modelo público tradicional desenvolvido perante 
o Poder Judiciário. 
 
 
Dessa forma, é imprescindível a aplicação de métodos que promovam a 
resolução de conflitos, nos quais as partes consigam construir uma solução, 
eliminando os ruídos de comunicação e considerando os interesses envolvidos. 
 
2.2 TUTELA JURISDICIONAL 
 
Ao Estado pertencem os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, sendo 
estes classificados como uno, indivisíveis e indelegáveis, com funções típicas e 
atípicas. 
A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu art. 5º, inciso XXXV, que 
“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Dessa forma, os conflitos sociais devem ser apresentados ao Poder Judiciário para 
que este exerça sua função de processar e julgar o caso, aplicando a lei, exercendo 
sua função jurisdicional. 
Quando surge uma controvérsia, as partes envolvidas submetem a demanda 
ao Poder Judiciário por meio da propositura de ação. Assim, os órgãos jurídicos 
competentes, de acordo com as matérias estabelecidas à apreciação, analisarão a 
situação, para conceder a tutela do direito pleiteado a quem de direito, conforme o 
julgamento a ser realizado. 
Nesse sentido, o Ministro Luiz Fux (2004) afirmou: 
 
 
O Estado, como garantidor da paz social, avocou para si a solução 
monopolizada dos conflitos intersubjetivos pela transgressão à ordem 
jurídica, limitando o âmbito da autotutela.Em consequência, dotou um de 
seus Poderes, o Judiciário, da atribuição de solucionar os referidos conflitos 
mediante a aplicação do direito objetivo, abstratamente concebido, ao caso 
concreto. A supremacia dessa solução revelou-se pelo fato incontestável de 
a mesma provir da autoridade estatal, cuja palavra, além de coativa, torna-
se a última manifestação do Estado soberano acerca da contenda, de tal 
sorte que os jurisdicionados devem-na respeito absoluto, porque haurida de 
um trabalho de reconstituição dos antecedentes do litígio, com a 
participação dos interessados, cercados, isonomicamente, das mais 
comezinhas garantias. Essa função denomina-se jurisdicional e tem o 
caráter tutelar da ordem e da pessoa [...] 
 
 
O Juiz atua como representante do Estado, que aplicará a legislação 
respeitando os princípios constitucionais e processuais, a fim de proferir uma 
5 
 
 
decisão justa para solucionar a causa apresentada, exercendo a função jurisdicional 
estatal. 
No entanto, apesar do Estado ter o monopólio da função jurisdicional devendo 
exercê-la em tempo razoável de duração processual, a forma tradicional de pacificar 
e resolver as demandas somente por meio da propositura de ação e decisão judicial, 
tornou-se insuficiente para dirimir todos os conflitos, em razão do aumento das 
dissensões entre os indivíduos, que em muitos casos também ficavam insatisfeitos 
com as soluções impostas, nos casos julgados. Tal fato, ocasionou a sobrecarga do 
Poder Judiciário, que precisou analisar e criar formas de resolução de conflitos 
alternativas, como as que serão tratadas abaixo. 
 
2.3 MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITO 
 
O Código de Processo Civil (2015) prevê que “o Estado promoverá, sempre 
que possível, a solução consensual dos conflitos”. Dessa maneira, é possível 
realizar a arbitragem, considerando que a conciliação, a mediação e outros métodos 
de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados (2015, art. 3º). 
A arbitragem é regulamentada pela Lei 9.307/96 e aplica-se a causas que 
envolvem diretos patrimoniais disponíveis. Sua aplicação não pode ser compulsória, 
necessitando de instrumento assinado pelas partes. Esse método afasta o Poder 
Judiciário, uma vez que as partes escolhem pessoas de confiança para serem 
árbitros e julgarem o conflito. Assim, tem-se que a decisão exarada pelo árbitro 
possui a mesma eficácia que uma sentença, apenas se diferenciando pelo fato da 
impossibilidade recursal. 
Nesse sentido, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 
(2021) entende que: 
A arbitragem depende de convenção das partes, em cláusula específica e 
expressa, para ser aplicada. Quando as partes optam pela arbitragem, elas 
afastam a via judicial e permitem que um ou mais terceiros, os árbitros, que 
geralmente detém vasto conhecimento da matéria em questão, decidam o 
conflito. Os árbitros atuam como juízes privados e suas decisões têm 
eficácia de sentença judicial e não pode ser objeto de recurso. 
Outro método bastante utilizado é a conciliação. Nela, uma terceira pessoa 
imparcial atua, preferencialmente, em casos em que não há relação anterior entre as 
partes, com o objetivo de auxiliá-las na construção de uma solução que contemple 
6 
 
 
os interesses de ambas (Código de Processo Civil, 2015). O conciliador deverá 
respeitar a vontade dos envolvidos, bem como os princípios estabelecidos em 
legislação, aplicando técnicas de negociação para ajudar as partes a alcançarem 
uma solução. A conciliação pode ocorrer tanto no âmbito extrajudicial, como judicial. 
Conforme descrito no Manual de Mediação e Conciliação da Justiça Federal 
(2019): 
 
 
Associa-se ao conciliador uma postura mais propositiva direcionada para 
disputas de cunho objetivo em que não haja, preferencialmente, um vínculo 
anterior entre as partes. 
O foco do conciliador, portanto, é a resolução amigável dessa disputa, 
contemplando-se os interesses das partes e as possibilidades concretas de 
acordo. 
 
 
Há também o método da mediação regulado pela Lei 13.140/2015. Este 
instituto é semelhante à conciliação, diferenciando-se pelo fato de ser aplicado a 
casos em que há vínculo prévio entre as partes (Código de Processo Civil, 2015), o 
que, por vezes, traz maiores desafios para que seja realizado um acordo. Quando 
existe uma relação anteriormente estabelecida é provável que as partes, por seus 
próprios meios, tenham tentado solucionar o problema, sem contudo ter êxito. Desse 
modo, muitas vezes, os problemas que culminaram no conflito maior estão 
relacionados com ruídos de comunicação, com a dificuldade de expressar 
claramente os interesses reais, entre outras situações. Assim, o mediador precisa 
atuar com maior subjetividade, para que instrua os envolvidos na busca da melhora 
na comunicação, e consequentemente, na identificação dos sentimentos, 
necessidades e objetivos de cada parte dentro da demanda, facilitando a construção 
de soluções. 
 
2.4 MEDIAÇÃO DIGITAL 
 
Conforme abordado anteriormente, a mediação é uma das formas de 
resolução de conflitos estabelecidas no direito brasileiro. A sua realização tem sido 
incentivada pelos operadores do direito, em meios extrajudiciais e judiciais. 
O artigo 46 da Lei 13.140/2015 prevê que “a mediação poderá ser feita pela 
internet ou por outro meio de comunicação que permita a transação à distância, 
desde que as partes estejam de acordo”. 
7 
 
 
Dessa forma, há a integração da tecnologia para ampliar o alcance e facilitar 
o acesso da população a esse meio de resolução de conflitos o que configura a 
utilização de ODR´s “online dispute resolution”, que “consistem na utilização da 
tecnologia no processo de solução de conflitos, seja na totalidade do procedimento 
ou somente em parte deste” (Lima, 2016, p. 67). 
O uso dos meios digitais e tecnológicos ganharam muito espaço na sociedade 
atual. As redes sociais e alguns aplicativos possibilitaram a conexão de pessoas 
distantes, por meio de chamadas de vídeo, salas de reuniões online, que 
possibilitam o agrupamento de inúmeras pessoas no mesmo ambiente virtual, sendo 
possível o acesso pelo celular, notebook, computador, entre outros, possibilitando 
que a pessoa acesse de qualquer lugar, desde que possua internet. 
As inovações tecnológicas passaram a ser mais acessadas durante a 
pandemia da Covid 19 que trouxe inúmeros desafios sociais. Em tempos de 
isolamento devido ao crescimento dos índices de contaminação, a sociedade de um 
modo geral precisou encontrar meios para continuar a exercer suas atividades, o 
que inclui o setor judiciário e extrajudiciário que atuam na resolução de conflitos. Os 
atos, após curto período de suspensão, voltaram a ser praticados. Segundo 
Albuquerque e Ribas (2022, p. 312-313) “as sessões de mediação e conciliação 
foram realizadas no ambiente virtual por meio de plataformas digitais adotadas pelas 
Instituições Judiciárias”. 
O uso de plataformas online tornou-se mais frequente. Contudo, foi 
necessária uma ampla mobilização e capacitação dos profissionais envolvidos para 
que as sessões de mediação acontecessem em observância à legislação, sem que 
violasse os direitos dos envolvidos em aspectos como privacidade, 
confidencialidade, direito ao acesso e igualdade de condições. 
Inicialmente, parte da população teve dificuldade de se adaptar a 
digitalização. Muitas pessoas, mesmo possuindo acesso à internet, tiveram 
dificuldades para entender a dinâmica de funcionamento dos aplicativos. Outros, 
sequer tinham acesso à tecnologia, por residirem em local de difícil acesso 
tecnológico ou ainda, em função da falta de conhecimento sobre meios digitais. 
Dessa forma, em que pese a mediação digital ter trazido inúmeros benefícios 
como a celeridade na resolução de conflitos, diminuição de custos com 
deslocamentos, maior flexibilidade, ampliação e facilitação de acesso, é 
8 
 
 
imprescindível reconhecer os desafios que a digitalizaçãodos métodos de resolução 
de conflitos também precisam enfrentar. 
Como já citado anteriormente, um dos principais desafios consiste em 
possibilitar que todos tenham igualdade no acesso das plataformas. É essencial 
verificar se todos os envolvidos possuem as condições básicas para conseguir 
acessar o meio digital utilizado, como aparelho tecnológico, internet e entendimento 
sobre os passos que precisam seguir para conseguir ingressar na reunião. Os 
profissionais envolvidos precisam de capacitação para adequar a legislação ao 
ambiente virtual, bem como para lhe dar com incidentes tecnológicos. Nesse 
entendimento, verifica-se que: 
 
 
 A utilização da mediação on-line e o acesso à justiça virtual são meios 
pertinentes de tornar mais célere, encurtar distâncias e diminuir os custos 
do tratamento dos conflitos. No entanto, o acesso aos equipamentos 
eletrônicos (i.e., computador e celular) e o acesso à internet ainda não são 
uma realidade de grande parcela da população brasileira, bem como, a 
população enfrenta dificuldades técnicas ao acessar os sistemas, o que 
acaba agravando a exclusão digital (SPENGLER; SPENGLER NETO, 
2021). (Schwantes; Spengler, 2023) 
 
 
 Desse modo, é notável que a mediação na forma digital é de suma 
importância na resolução de conflitos, diante do cenário tecnológico que atinge a 
sociedade atual. Os benefícios são grandes, tanto na esfera extrajudicial como nos 
casos judicializados, promovendo a solução em tempo hábil, com celeridade e 
satisfação das partes envolvidas, pois construíram em conjunto o acordo sem 
qualquer imposição. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados para garantir 
que o direito de todos os envolvidos sejam respeitados, principalmente em relação 
ao direito de acesso e igualdade de condições para que as partes resolvam seu 
conflito. 
9 
 
 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
 Para abordar o tema proposto utilizou-se o método dedutivo. A partir da 
análise de princípios, da legislação e teorias tornou-se possível tratar da mediação 
digital como forma de resolução de conflitos, à qual deve-se atribuir grande 
importância em razão de seus efeitos e da modernização social. 
A pesquisa foi realizada com o intuito de aprofundar os conhecimentos sobre 
o tema de modo a identificar os fatores relevantes, bem como explicitar os motivos 
da aplicação da mediação digital. Para tanto, consultou-se livros, artigos científicos e 
manuais que já trataram do tema, possibilitando maior análise e reflexão para a 
coleta das informações necessárias. Desse modo, o presente trabalho é qualitativo, 
explicativo e bibliográfico. 
As obras consultadas contribuíram com a elaboração do presente trabalho por 
abordarem tópicos importantes para a compreensão do tema. 
Rodrigo Portugal Bacellar (2012, p. 46) aborda com clareza e precisão sobre 
a mediação e arbitragem esclarecendo sobre o acesso a apropriada solução de 
conflito sendo a mediação uma delas. 
O Ministro Luís Fux (2004, p 41) abordou com maestria o tema da tutela 
jurisdicional do estado no seu curso de direito processual civil. Esta é de grande 
relevância para o entendimento da importância da aplicação da mediação digital, 
como meio de exercício da função jurisdicional e como meio alternativo a métodos 
tradicionais anteriormente estabelecidos. 
O Tribunal Federal do Distrito Federal (2021), assim como o manual de 
mediação e conciliação da justiça federal (2019) trouxe conceitos dos métodos de 
resolução de conflitos já adotados, tratando da “conciliação e mediação como 
movimento da pacificação social por caminhos alternativos, sendo um trabalho mais 
preventivo do que curativo” (2019, p. 9) 
Por fim, para tratar sobre a mediação digital realizou-se a revisão bibliográfica 
de artigos científicos que exararam a respeito das soluções de conflitos adequadas, 
realizadas de modo online, levantando os motivos que trouxeram a integração da 
tecnologia bem como os efeitos e desafios ocasionados. 
 
10 
 
 
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Ao analisar o presente trabalho verifica-se que mediação digital é de suma 
importância para a promoção da pacificação de conflitos. O uso de formas 
alternativas de solução de conflitos tornou-se imprescindível para incentivar as 
partes envolvidas a construírem soluções adequadas e satisfatórias, com maior 
autonomia, resolvendo a situação com maior celeridade e agilidade, o que diminui a 
sobrecarga do Poder Judiciário. 
Desse modo, é essencial que o terceiro imparcial que atuará no caso conduza 
as reuniões de maneira a trazer melhoria no relacionamento e comunicação dos 
envolvidos, possibilitando que estes identifiquem as reais necessidades e interesses, 
para a partir disso buscarem as soluções adequadas à situação apresentada. 
Outrossim, a integração da tecnologia, possibilitando o uso de plataformas e 
meios digitais facilitou e ampliou o acesso da população à justiça e aos núcleos que 
realizam os métodos alternativos. Além disso, trouxe maior flexibilidade e economia. 
Contudo, faz-se necessário superar os desafios apresentados, por meio da 
análise de cada caso apresentado, a fim de averiguar a viabilidade da mediação 
online, o que envolve a verificação das condições que os participantes terão para 
adentrar nas plataformas. Desse modo, os profissionais envolvidos devem participar 
de capacitações que adequem a modalidade online da mediação aos preceitos 
estabelecidos na legislação. Devem ainda, orientar as partes para que consigam 
acessar e utilizar com maior facilidade os meios e plataformas disponíveis. 
Assim, o direito de acesso deverá ser em igualdade de condições aos 
envolvidos de modo, que ninguém tenha seus direitos violados, mas sim, a 
contribuição dos meios digitais para resolução pacífica do conflito. 
 
11 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Observando a história da humanidade nota-se que conflitos e dissenções 
sempre fizeram parte da vida social. Entretanto, quando as partes envolvidas não 
conseguem resolver seus conflitos em razão de um pretensão resistida, faz-se 
necessária a atuação estatal por meio do exercício da sua função jurisdicional. 
Todavia, nota-se que a forma tradicional de pacificação de conflitos tornou-se 
insuficiente para alcançar todas as demandas apresentadas, trazendo morosidade, 
bem como insatisfação a aplicação de sentenças e soluções consideradas 
inadequadas. Assim, têm-se os métodos de soluções de conflitos alternativos como 
forma de auxiliar a população e o Poder Judiciário na resolução mais rápida dos 
conflitos existentes. A arbitragem, a conciliação e a mediação são formas 
estabelecidas pela legislação. As duas últimas podem ocorrer tanto no âmbito 
judicial como extrajudicial. A mediação é aplicada em casos nos quais há relação 
prévia entre as partes, visando, inicialmente, a melhoria na comunicação dos 
envolvidos e em decorrência, possibilitar a construção de uma solução adequada e 
satisfatória. 
A mediação digital tornou-se possível em razão dos avanços tecnológicos. O 
uso de plataformas e aplicativos possibilitam a resolução de conflitos de modo mais 
célere, flexível e econômico, o que teve maior amplitude com a ocorrência da 
pandemia da COVID 19. 
Entretanto, apesar do inúmeros benefícios da integração tecnológica à 
mediação, deve-se atentar aos desafios trazidos para que o direito de todos sejam 
respeitados. Desse modo, cada caso deve ser analisado considerando as condições 
das partes para participar da modalidade online da mediação, para que assim, os 
profissionais possam atuar possibilitando a igualdade de acesso a todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
REFERÊNCIAS 
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(Coleção saberes do direito; 53). 
 
BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da 
União, Brasília, 5 de outubro de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>Acesso em: 10 de abr. de 2024. 
 
BRASIL. Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996. Diário Oficial da União. Brasília, 
DF, 23 set. 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm 
Acesso em: 11 de abr. 2024. 
 
BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. 
Diário Oficial da União. Brasília, DF, 16 mar. 2015. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015 
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DF, 26 jun. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
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FUX, Luiz. Curso de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
 
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Spengler, Fabiana Marion; Pinho, Humberto Dalla Bernardina De. A mediação digital 
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13 
 
 
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Acesso em: 15 de abr. 2024. 
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