Buscar

Fundamentos do estudo de degradação ambiental

Prévia do material em texto

5
Climatologia e MeteorologiaClimatologia e MeteorologiaFundamentos do estudo de degradação ambiental
Aluno: Vanderson Ferreira
Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária
São Luís
2024
INTRODUÇÃO
Em áreas urbanas, diversas atividades podem contribuir para que ocorra a degradação ambiental, tais como: a ocupação desordenada, com ocupação de encostas e margens dos cursos de água; a falta de impermeabilização do solo, que gera inundações nas cidades; o descarte incorreto de resíduos; e a falta de saneamento. Todos esses fatores ocorrem geralmente em cidades que apresentam o crescimento urbano sem planejamento. No meio rural, as áreas podem ser degradadas por vários motivos, como: erosão, utilização de máquinas agrícolas e pisoteio do gado que acarretam a compactação do solo; uso de cultivos sucessivos sem a reposição de nutrientes, resultando na redução da fertilidade do solo pela exportação de nutrientes pela cultura; queima de restos vegetais e de pastagens; falta de períodos de pousio e de culturas de cobertura; e uso intensivo de insumos químicos (fertilizantes e agrotóxicos) que ocasionam a morte de organismos benéficos ao solo e interferem também na cadeia trófica como um todo, matando polinizadores, insetos aquáticos e peixes dos riachos e cursos de água próximos aos plantios. Além disso, a drenagem inadequada pode acarretar o encharcamento do solo ou a salinização (quantidade elevada de sais), sendo assim, tais fatores ameaçam a capacidade produtiva de áreas de vocação agrícola. Dessa forma, neste livro buscou-se abordar o termo degradação associado a diferentes aspectos, como: degradação do ar, degradação da água e degradação do solo. Além disso, foram considerados aspectos legais que regem o conceito de áreas degradadas. A degradação da qualidade do ar ocorre principalmente em consequência do desenvolvimento social e industrial, pessoas com maior poder aquisitivo passam a consumir mais produtos.
DESENVOLVIMENTO
Entre os principais agentes geradores de poluentes da atmosfera citam-se: os automóveis, indústrias siderúrgicas, fábricas de cimento e papel, refinarias, além de atividades como incineração de lixos e queimadas de florestas. Em relação à degradação dos ecossistemas aquáticos, esta é frequentemente caracterizada por águas poluídas que podem ser toleradas por poucas espécies. As atividades do homem tanto no meio rural quanto em áreas urbanas influenciam no ciclo da água. O ciclo da água ocorre por meio da evaporação das águas das superfícies (rios, oceanos e outros) e pela transpiração dos seres vivos. A evaporação forma as nuvens quando elas ficam sobrecarregadas e atingem altitudes elevadas (condições de baixa temperatura contribuem com a mudança do estado gasoso para o líquido), atingindo posteriormente rios e oceanos que evaporam para formar o ciclo da água novamente.
São conhecidos alguns fatores que levam à deterioração da água, podendo ser por fontes pontuais e difusas. Por fontes pontuais entendem-se os resíduos domésticos e industriais, enquanto as fontes difusas podem ser exercidas por atividades na agricultura e pecuária, ou, ainda, pelo escoamento superficial proveniente de áreas urbanas, com transporte de resíduos provenientes de indústrias, postos de gasolinas e outros (TAVARES et al., 2008). Entre os produtos químicos que levam à deterioração dos cursos d’água tem-se o uso de fertilizantes, herbicidas, inseticidas e fungicidas. Outro processo de poluição dos cursos d’água consiste na eutrofização, compreendida pelo enriquecimento dos cursos d’água por nutrientes, principalmente por fósforo e nitrogênio, tais nutrientes influenciam no desenvolvimento de algas, acarretando a diminuição U1 - Fundamentos do estudo de degradação ambiental 15 do oxigênio e a proliferação de bactérias anaeróbias. A presença dessas bactérias resulta na mortalidade de peixes, além de deixar a água com cheiro e sabor desagradáveis (TAVARES et al., 2008). A urbanização e a industrialização sem planejamento promovem o lançamento de esgoto e lixo em rios/lagos, ocasionando deterioração dos recursos hídricos. Os processos de erosão, inundações e assoreamentos refletem direta ou indiretamente na qualidade da água e nas zonas de drenagem e abastecimento de uma região.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de degradação ambiental também está intimamente relacionado ao conceito de degradação de terra, referindo-se à perda parcial ou total da capacidade de uso dos solos no presente e futuro, e uma das formas de degradação do solo são: a erosão e deterioração química, física e desertificação. A erosão é caracterizada pelo desgaste da superfície das terras, rochas e solos e pode ser classificada entre geológica e antrópica. Denomina-se erosão geológica aquela decorrente de atividade geológica e de processo natural, ou seja, sem a influência do homem. Seus principais agentes causadores são água, vento e gelo. Já a erosão antrópica é aquela influenciada pela ação do homem no ambiente, tornando, assim, mais intensas as ações da água da chuva e/ou ventos sobre os solos (TAVARES et al., 2008, p. 106). A capacidade de erosão dos agentes causadores ocorrerá em diferentes intensidades, e um dos fatores que possuem influência direta são a topografia dos terrenos, os tipos de solos, o tipo de vegetação presente e a extensão das áreas vegetadas. Pois, a partir da retirada da cobertura vegetal dos solos, eles ficam mais vulneráveis a processos erosivos (FILIZOLA et al., 2011). Decorrentes dos agentes água e vento, tem-se dois tipos de erosão: hídrica e eólica. O processo de erosão envolve basicamente três fases, sendo desagregação do solo ou das partículas do solo, o transporte de partículas e deposição de partículas. Uma vez que a erosão eólica apresenta características relativamente similares às da erosão hídrica, partiremos do detalhamento desta última – erosão hídrica – para esclarecer essas três fases.
O acúmulo de sais nas camadas superiores do solo, conhecido como salinização, é a deterioração química ocasionada por práticas como irrigação. Quando essas práticas não são executadas de maneira adequada, possibilitam altos níveis de concentração de sais nas águas utilizadas. O processo de salinização é comum em regiões áridas, visto que altas taxas de evaporação favorecem o processo. Outra forma de salinização é quando ocorre invasão por águas salinas ou águas do mar em reservas de águas doce. Este último processo pode ocorrer por conta de desequilíbrio nos rios e diminuição de sua vazão, que pode ocorrer por meio da construção de barragens e das altas taxas de captação por cidades ou grandes áreas de agricultura. A utilização de fertilizantes ácidos em excesso pode provocar a acidificação, na qual o pH do solo é alterado, sobretudo em determinados tipos de solos. As alterações químicas, além dos fatores citados, ocorrem por uma gama de tipos de poluição, como derramamento de óleo, acúmulo de lixo, derramamento de produtos químicos variados e descarte de animais mortos. Existe uma relação entre deterioração química e física, pois alguns tipos de deterioração física ocasionam direta ou indiretamente a deterioração química. Por exemplo, quando ocorre a elevação do lençol freático, fazendo-se que ele chegue até o sistema radicular das plantas, em especial quando ocorre entrada da água além da capacidade de drenagem dos solos, pode ocorrer também salinização, ou seja, uma deterioração física ocasionando uma química. O mesmo ocorre no caso de subsidência, ou seja, quando ocorre o rebaixamento da superfície da terra por perda de matéria orgânica do solo (ARAÚJO et al., 2010)
image1.png

Continue navegando