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E-BOOK INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Noções gerais da Profissão: Definição e Histórico APRESENTAÇÃO As demandas desenfreadas que surgiram por causa do crescimento da população e do desenvolvimento industrial desordenado geraram grandes impactos ambientais. Em função disso, a preocupação ambiental foi alavancada nas três últimas décadas do século XX, sendo direcionada para um estudo mais amplo no século XXI. Nessa perspectiva, nasceu a necessidade da criação dos cursos de gestão ambiental, que formam profissionais detentores de competências e habilidades a serviço da promoção de um desenvolvimento mais sustentável. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a linha cronológica dos acontecimentos que modificaram os paradigmas ambientais e vai se familiarizar com os conceitos essenciais de gestão ambiental. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a cronologia dos principais eventos da evolução histórica da preocupação ambiental que impulsionaram o surgimento da gestão ambiental. • Identificar conceitos e práticas de sustentabilidade.• Relacionar contexto econômico e meio ambiente no contexto da profissão de gestor ambiental. • DESAFIO Provavelmente você percebeu que nos últimos anos ocorreram alterações significativas no meio ambiente. Embora a tecnologia e o desenvolvimento de estudos estejam avançados, você sabe que muitas alterações não poderão ser recuperadas e caberá aos profissionais de meio ambiente o desafio de controlar e reduzir as consequências. Considerando as questões ambientais atuais, descreva ao menos cinco aspectos negativos associados ao impactos ambientais gerados ao longo dos anos e explique como você, na condição de gestor ambiental, poderá contribuir para minimizar os aspectos gerados. INFOGRÁFICO Na linha do tempo da gestão ambiental, conhecemos fatos históricos que contribuíram para a evolução dos conceitos e do modelo de pensar e agir em relação ao meio ambiente. Entretanto, muitas ações do homem ocorreram sobre o meio ambiente e impactaram de forma significativa, gerando destruição de ambientes naturais e provocando desequilíbrios que ainda se perpetuam. Para você conhecer um pouco mais da história do meio ambiente, observe alguns dos importantes acontecimentos que envolvem acidentes ambientais: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO Qual é a importância da Revolução Industrial para o desenvolvimento do processo de gestão ambiental? No trecho selecionado para sua leitura, você vai entender as proporções sem precedentes que a degradação ambiental alcançou desde então. O capítulo Noções gerais da Profissão: Definição e Histórico, da obra Introdução à gestão ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, explica a você mais detalhes a respeito do conceito de gestão ambiental e do surgimento da gestão ambiental no Brasil. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Juliana Saccol I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Noções gerais da profissão – definição e histórico Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deverá apresentar os seguintes aprendiza- dos: Reconhecer a cronologia dos principais eventos da evolução histórica da preocupação ambiental que impulsionaram o surgi- mento da gestão ambiental. Identificar conceitos e práticas de sustentabilidade. Relacionar o contexto econômico e meio ambiente diante da pro- fissão de gestor ambiental. Introdução As demandas desenfreadas que surgiram por conta do crescimento da população e do desenvolvimento industrial desordenado geraram grandes impactos ambientais. Em função disso, a preocupação am- biental foi alavancada nas três últimas décadas do século XX, sen- do direcionada para um estudo mais amplo no século XXI. Nessa perspectiva, nasceu a necessidade da criação dos cursos de Gestão Ambiental, que formam profissionais detentores de competências e habilidades a serviço da promoção de um desenvolvimento mais sustentável. Neste texto, você vai estudar a linha cronológica dos acontecimen- tos que modificaram os paradigmas ambientais e vai se familiarizar com os conceitos essenciais de gestão ambiental. A linha do tempo e a preocupação ambiental Neste texto, você aprenderá sobre alguns eventos que modificaram de forma significativa o modo de pensar e agir sobre as questões ambientais. A preocupação com as questões ambientais iniciou a partir da década de 60. Anteriormente a este período, tivemos, de forma isolada, em 1947, a fun- dação da UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza, na Suíça, organização fundada com o objetivo de influenciar ideias de conser- vação da natureza. Década de 1960 – A década de 1960 ficou conhecida pelo conflito entre preservacionistas e desenvolvimentistas. O debate iniciou-se com a publicação do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, em 1962, que trouxe um alerta sobre a utilização de pesticidas na agricultura. Este fato levou a preocupações ambientais inéditas para uma parcela da opinião pública americana, que visualizou o impacto das ativi- dades antrópicas sobre o meio ambiente. O livro impulsionou uma inversão na política nacional sobre os pesticidas, levando a uma proibição nacional do DDT (e de outros pesticidas). Os movimentos ambientalistas levaram à criação da Environmental Protection Agency – EPA, Agência Americana de Proteção Ambiental. O DDT (sigla de diclorodifeniltricloroetano) é um inseticida barato e altamente eficiente a curto prazo, mas, a longo prazo, tem efeitos prejudiciais à saúde humana, podendo ocasionar câncer em seres humanos e interferir na vida animal, causando o aumento de mortalidade entre os pássaros. Também em 1968, surgiu o Clube de Roma, no qual um grupo de pessoas formado por empresários, diplomatas, cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários governamentais de dez países diversos se reuniu para tratar de assuntos relacionados ao uso indiscriminado dos re- cursos naturais do meio ambiente em termos mundiais. Década de 1970 – Em 1972, um grupo de cientistas do Massachusetts Institute of Technology – MIT, que assessorava o Clube de Roma, alertou sobre os riscos do crescimento econômico contínuo baseado na exploração de recursos naturais não renováveis. Utilizando modelos matemáticos, o MIT chegou à conclusão de que o planeta Terra não suportaria o crescimento po- pulacional devido às pressões geradas sobre os recursos naturais e energéticos e ao aumento da poluição, mesmo tendo em conta o avanço tecnológico. As projeções afirmavam o esgotamento desses recursos em poucas décadas, e o relatório afirmava que somente o crescimento zero e a gestão dos recursos finitos poderiam salvar o planeta. Muitas das previsões do relatório não se Introdução à gestão ambiental2 concretizaram, e outras permanecem como um cenário possível, para o qual a humanidade ainda não encontrou soluções. No entanto, o documento foi im- portante para chamar a atenção sobre o impacto da exploração dos recursos e degradação do meio ambiente, despertando a consciência ecológica mundial. A I Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, organizada pela Organi- zação das Nações Unidas – ONU, em 1972, foi um reflexo disso (NASCI- MENTO; LEMOS; MELLO, 2008). A I Conferência Mundial sobre Meio Ambiente ficou conhecida como a Conferência de Estocolmo, por ter sido realizada na capital da Suécia. A ONU – Organização das Nações Unidas – é uma organização internacional for- mada por países que se reuniram voluntariamentepara trabalhar pela paz e pelo de- senvolvimento mundial. No final da década de 70, pode-se dizer que iniciou a fase da regulamen- tação e do controle ambiental, e poluir passou a ser considerado crime em diversos países. Juntamente com isso surgiu o primeiro selo ambiental, o selo Blue Angel, lançado na Alemanha com o objetivo de rotular produtos ambien- talmente corretos. Este selo é utilizado até hoje para certificar a sustentabili- dade dos produtos (ver Fig. 1). Figura 1. Selo para certificação de sustentabilidade de produtos. Fonte: SustentArqui (2014). 3Noções gerais da profissão – definição e histórico Década de 1980 – No início da década de 1980, a ONU retomou o debate sobre as questões ambientais, e foi criada a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento com o intuito de reavaliar as questões críticas relativas ao meio ambiente e reformular propostas no sentido de fazer as mu- danças necessárias para garantir um desenvolvimento sustentável. A partir desta comissão, foi criada a declaração universal sobre a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável – o Relatório Brundtland, publicado com o título “Nosso Futuro Comum”. Essa nova percepção de desenvolvimento e limites necessários ao uso dos bens esgotáveis deixou claro a necessidade de equilíbrio, com limites para o bem-estar da sociedade, assim como para utilização dos recursos naturais. Na década de 80, iniciou o controle ambiental através das legislações e fiscalizações, as quais tinham por objetivo controlar a instalação de novas in- dústrias e estabelecer condicionantes para seu funcionamento. Nesta década, o enfoque foi para o controle da poluição, o que muitos chamavam controle de “final de tubo” por focar no tratamento dos poluentes gerados através de processos e equipamentos que minimizassem os poluentes gerados a um nível aceitável. Um importante marco ambiental na história foi em 1985, quando um con- junto de países se reuniu manifestando preocupação quanto aos impactos ge- rados pela redução da camada de ozônio. Desta convenção, surgiu o Protocolo de Montreal, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1989. Fique por dentro dos assuntos sobre proteção da camada de ozônio acessando: http:// www.protocolodemontreal.org.br/eficiente/sites/protocolodemontreal.org.br/pt-br/ home.php Década de 1990 – Na década de 1990, já havia uma consciência comum sobre a necessidade de preservação ambiental e constância na equação de desenvolvimento versus sustentabilidade do planeta. Em 1992, líderes mundiais de 108 países reuniram-se no Rio de Janeiro e realizaram a conferência mundial conhecida como Cúpula da Terra ou Rio-92. Os fundamentos deste evento foram baseados em cinco documentos: Convenção da Diversidade Biológica, Convenção sobre as Mudanças Climá- ticas, Princípios sobre Florestas, Declaração do Rio e Agenda 21. Introdução à gestão ambiental4 Outro marco importante na década de 90 foi a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, na qual, em 1997, foi anunciado o Proto- colo de Quioto, que estabelecia metas para a redução das emissões dos gases do efeito estufa. Na década de 1990, também entraram em vigor as normas britânicas BS 7750- Specification for Environment Management Systems, que serviram de base para a elaboração de um sistema de normas ambientais em nível mundial, a série ISO 14000. A integração entre a série ISO 14000 e a série ISO 9000, de gestão da qualidade, representou um avanço em relação à con- servação ambiental e ao desenvolvimento sob bases sustentáveis. ISO 14001: A ABNT NBR ISO 14000 é uma norma certificadora que especifica os requi- sitos de um Sistema de Gestão Ambiental e permite a uma organização desenvolver e praticar políticas e metas ambientalmente sustentáveis. A norma leva em conta as- pectos ambientais influenciados pela organização e outros passíveis de serem contro- lados por ela. Como você pode perceber, a introdução da gestão ambiental e a adoção de códigos de conduta modificaram a postura reativa das empresas – a preo- cupação empresarial que buscava meios de evitar multas e autos de infração dos órgãos fiscalizadores –, que passaram a se preocupar com sua imagem da empresa perante as questões ambientais. Surge a preocupação com a preservação do meio ambiente, tendo em vista a otimização de processos produtivos e a redução dos impactos ambientais gerados. Século XXI – Após 10 anos da Rio-92, em 2002, foi realizada pela ONU, em Johanesburgo, na África do Sul, a Cúpula Mundial sobre o Desenvol- vimento Sustentável, também conhecida como Rio+10. Nesta conferência, trataram-se, além de aspectos ambientais, de aspectos sociais. Foram de- batidas questões sobre fornecimento de água, saneamento básico, energia, saúde, agricultura e biodiversidade e teve início a busca por medidas para reduzir o número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza (com aproximadamente 1 dólar por dia) até 2015. Os países participantes acor- daram em reduzir em 50% o número de pessoas que não possuía acesso à água potável e a saneamento básico. Além deste acordo, houve a busca por 5Noções gerais da profissão – definição e histórico colocar em prática a Agenda 21 e cobrar posições sobre os compromissos firmados na ECO-92. Em 2012, ocorre, no Rio de Janeiro, a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, com a participação de 193 países que fazem parte da ONU. Considera-se que esta foi a segunda etapa da Cú- pula da Terra (ECO-92), cujos temas principais foram dois: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. Houve vários desfechos para a Rio+20; um documento final de 53 pá- ginas, acordado por 188 países, dita o caminho para a cooperação interna- cional sobre desenvolvimento sustentável. Além disso, governos, empresários e outros parceiros da sociedade civil registraram mais de 700 compromissos com ações concretas que proporcionem resultados para responder a necessi- dades específicas, como energia sustentável e transporte. Os compromissos assumidos no Rio incluem 50 bilhões de dólares que ajudarão um bilhão de pessoas a ter acesso à energia sustentável. O setor empresarial, que há 20 anos esteve praticamente ausente na Rio-92, durante a Rio+20 liderou a realização de compromissos voluntários, reconhecendo o valor do capital natural e se comprometendo a usar os re- cursos naturais de forma responsável. De acordo com a declaração do coordenador do programa de mudanças climáticas e energia do WWF Brasil, o resultado da conferência foi “fraquíssimo”. “O cenário após a COP 18 é muito incerto para uma grande parte da população mun- dial, para a economia global e para a biodiversidade e os ecossistemas. O tempo é o re- curso mais precioso agora e está cada vez mais escasso. As respostas e decisões daqui para frente terão de ser muito mais fortes e incisivas, e as ações, mais rápidas”, afirmou. Em 2014, ocorreu em Lima, no Peru, a 20ª Conferência das Partes da Con- venção – Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima (COP 20). O objetivo da conferência foi analisar e propor diversas ações para conter o aumento da temperatura global e, consequentemente, mitigar os impactos da mudança do Introdução à gestão ambiental6 clima. O evento iniciou com avanços significativos, como o anúncio do com- promisso de redução de Estados Unidos, China e União Europeia, que, juntos, respondem por mais de 50% das emissões mundiais de GEE. GEE: Gases integrantes da atmosfera, de origem natural ou antrópica (quando pro- duzidos pelo homem), que absorvem e reemitem radiação infravermelha para a su- perfície da Terra e para a atmosfera, causando o efeito estufa. O vapor d’água (H 2 O), o dióxido de carbono ou gás carbônico (CO 2 ), o óxido nitroso (N 2 O), o metano (CH 4 ) e o ozônio (O 3 ) são os principais GEEs na atmosfera. Existem também na atmosfera GEEs to- talmente produzidospor atividades humanas, como os halocarbonetos e outras subs- tâncias com cloro e bromo, objeto do Protocolo de Montreal. O Protocolo de Quioto também aborda o hexafluoreto de enxofre (SF 6 ), além de duas famílias de gases: os hidrofluorocarbonetos (HFC) e os perfluorocarbonetos (PFC). Entre os gases do efeito estufa que estão aumentando de concentração, o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso são os mais importantes. Em 2015, a busca por ações efetivas para a redução dos efeitos climáticos e para a contenção do aumento da temperatura do planeta continuou com a COP 21, na França, em Paris. A conferência resultou no documento chamado Acordo de Paris, no qual os países representantes reiteraram compromissos que visam manter o aquecimento global “muito abaixo de 2º C”, buscando ainda “esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5° C acima dos níveis pré-industriais .̈ Por todos os fatos estudados, você pode observar que, do início do século XX até 1972, predominavam ações do tipo reativas com o meio ambiente, sem considerar qualquer conceito de prevenção, o que inicia “timidamente” a partir da Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972, e se estende até meados de 1990. A partir deste período, a preocupação ambiental ganha um novo conceito com a Rio-92: passa-se a considerar meio ambiente como tudo aquilo que está inserido no contexto da vida, o que amplia o escopo de conservação dos recursos naturais para questões socioambientais. Com isso, entra-se em uma fase proativa que se estabelece a partir do século XXI. 7Noções gerais da profissão – definição e histórico A partir da mudança de paradigmas, a qual se visa à preservação ambiental e não so- mente à correção de processos e de agentes poluidores, surgem diversos selos verdes ou rotulagem ambiental. Eles fornecem referência sobre produtos, processos e serviços que apresentam menor impacto sobre o meio ambiente. Para saber sobre eles, acesse: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_298573. shtml ou leia: Arquivo Selos Verdes. Desenvolvimento sustentável Neste texto, será apresentado a você o conceito de desenvolvimento susten- tável, que está inserido em uma série de fundamentos indispensáveis ao seu conhecimento de gestor ambiental. É importante compreender a totalidade e a complexidade da expressão “desenvolvimento sustentável”. Para isso, serão abordados, inicialmente, al- guns conceitos individuais: Desenvolvimento: significa um estágio econômico, social ou político de determinada comunidade, o qual é caracterizado por altos índices de rendimento dos fatores de produtos, ou seja, dos recursos naturais, do capital e do trabalho (FERREIRA, 1986). Crescimento: relaciona-se à expansão da escala das dimensões físicas do sistema econômico (GOODLAND apud BELLA, 1996). Sustentável: possui dois significados: o primeiro, estático, que é “impedir que caia, suportar, apoiar, conservar, manter e proteger”; o segundo significado é dinâmico e positivo: “favorecer, auxiliar, esti- mular, incitar e instigar” (BELLA, 1996). Além dos conceitos evidenciados anteriormente, existem percepções asso- ciadas ao que realmente se possa considerar um desenvolvimento sustentável. Uma delas estabelece que, no desenvolvimento sustentável, as relações entre ambiente e desenvolvimento estão integradas e que deve existir um cuidado entre as políticas de desenvolvimento e as atividades setoriais, que devem levar em consideração os limites existentes para renovação dos recursos natu- Introdução à gestão ambiental8 rais. Isso faria com que os padrões ambientais fossem estabelecidos em bases ecológicas a partir da noção da capacidade de suporte dos ecossistemas, con- forme definido por Ivan Carlos Maglio. É possível observar que o desenvolvimento sustentável passou a repre- sentar o progresso econômico associado à utilização adequada dos recursos naturais, promovendo a melhoria na qualidade de vida da população. Na busca por esse progresso sustentado, surge a necessidade de se avaliar o sistema socioeconômico atual de maneira a verificar se realmente evolui em direção à sustentabilidade em todos os seus âmbitos. Essa ideia foi ampla- mente apoiada a partir da criação da Agenda 21 Global, na Rio 92. Para ampliar seu conhecimento sobre a Agenda 21, acesse: http://www.mma.gov.br/ responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global Relações do sistema econômico com o meio ambiente O sistema econômico, considerado como um organismo vivo e complexo, não atua independentemente do sistema natural que o sustenta (MUELLER, 2007). Ao contrário, o sistema econômico interage com o meio ambiente ex- traindo recursos naturais (componentes estruturais dos ecossistemas) e devol- vendo resíduos. Em razão do enfoque dado pelas diferentes vertentes teóricas de tratamento das questões ambientais, privilegia-se apenas a dinâmica do sistema econômico ou as interfaces entre este e o meio ambiente. O fato é que um esquema analítico focado somente nas relações existentes dentro da “caixa” que representa o sistema econômico será fatalmente reducionista e limitado, dado que o meio ambiente interage com a economia como forne- cedor de insumos e receptor de dejetos/resíduos resultantes dos processos de produção e consumo (ver Fig. 2). Além disso, o sistema econômico atua em um determinado espaço, alte- rando-o consideravelmente devido a sua expansão. Assim, pode-se dizer que a economia apresenta impactos sobre o meio ambiente, os quais se devem à escala (tamanho, dimensão) do sistema econômico e ao estilo dominante de crescimento econômico (modo como o sistema econômico se expande). 9Noções gerais da profissão – definição e histórico Figura 2. Um esboço das relações do sistema econômico com o meio ambiente. Fonte: Mueller (2007, p. 465). Diante de toda preocupação ambiental, o desenvolvimento sustentável tornou-se a principal alternativa de desenvolvimento socioeconômico da so- ciedade atual. O desenvolvimento sustentável procura satisfazer as necessidades da ge- ração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfa- zerem as suas próprias necessidades. Por meio do Relatório Brundtland, que foi publicado com o título “Nosso Futuro Comum”, definiu-se o conceito de desenvolvimento sustentável como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gera- ções futuras atenderem às suas necessidades”. Fique por dentro de modelos de consumo sustentáveis assistindo ao vídeo https:// www.youtube.com/watch?v=_eUUTYCDGvc Introdução à gestão ambiental10 Atualmente, são utilizadas ferramentas para mensurar o desenvolvimento econômico e social de uma atividade, as quais são chamadas de Indicadores de Sustentabilidade. Para saber mais, acesse: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ ids/default_2015.shtm Conservação e preservação ambiental Dentro dos conceitos ambientais, é importante deixar clara a diferença entre conservação e preservação ambiental. O preservacionismo e o conservacionismo são correntes ideológicas que surgiram no fim do século XIX, nos Estados Unidos. Com posicionamento contra o desenvolvimentismo – uma concepção que defende o crescimento econômico a qualquer custo, desconsiderando os impactos ao ambiente na- tural e o esgotamento de recursos naturais –, estas duas correntes se contra- põem no que diz respeito à relação entre o meio ambiente e a nossa espécie. O preservacionismo aborda a proteção da natureza independentemente de seu valor econômico e/ou utilitário, apontando o homem como o causador da quebra desse “equilíbrio”. De caráter explicitamente protetor, propõe a criação de santuários intocáveis, sem sofrer interferências relativas aos avanços do progresso e sua consequente degradação. De posição considerada mais radical, este movimento foi responsável pela criação de parques nacio- nais, como o Parque Nacionalde Yellowstone, em 1872, nos Estados Unidos. (LIMA, 2008). O conservacionismo contempla o amor à natureza aliado a seu uso racional e manejo criterioso pela nossa espécie, a qual executa um papel de gestão e parte integrante do processo. Podendo ser identificado como o meio-termo entre o preservacionismo e o desenvolvimentismo, o pensamento conserva- cionista caracteriza a maioria dos movimentos ambientalistas e é alicerce de políticas de desenvolvimento sustentável, que são aquelas que buscam um modelo de desenvolvimento que garanta a qualidade de vida hoje que não destrua os recursos necessários às gerações futuras. Redução do uso de maté- rias-primas, o uso de energias renováveis, a redução do crescimento popula- 11Noções gerais da profissão – definição e histórico cional, combate à fome, mudanças nos padrões de consumo, equidade social, respeito à biodiversidade e inclusão de políticas ambientais no processo de tomada de decisões econômicas são alguns de seus princípios. Esta corrente propõe, inclusive, que se destinem áreas de preservação, por exemplo, em ecossistemas frágeis, com um grande número de espécies endêmicas e/ou em extinção. (LIMA, 2008) A imagem abaixo deixa mais clara a diferença entre estes conceitos (Fig. 3). Figura 3. Representação da diferença entre atos prelecionistas e conservacionistas. Fonte: Ecolmeia (2016). Associadas aos conceitos de preservação e conservação, pode-se men- cionar ecoeficiência e sustentabilidade. Ecoeficiência é uma das grandes ati- tudes que pode levar à sustentabilidade. Entende-se como ecoeficiê ncia as atividades que uma organização desenvolve e a dedicação para otimizar os processos com a redução na fonte da utilização dos recursos naturais, tendo como finalidade restringir o impacto ambiental e resultando em benefícios ecológicos e também econômicos (ALMEIDA, 1998). Introdução à gestão ambiental12 1. Na linha cronológica do desenvolvi- mento e da preocupação ambiental, pode-se afirmar que a década consi- derada de conflito entre preservacio- nistas e desenvolvimentistas foi: a) 1970 b) 1950 c) 1992 d) 1960 e) 1980 2. O fato que impulsionou a criação da EPA – Agência Americana de Pro- teção Ambiental – foi: a) Protocolo de Quioto. b) Livro “ Primavera Silenciosa”, da bióloga Raquel Carson. c) Protocolo de Montreal. d) Desenvolvimento industrial na década de 50. e) Agenda 21. 3. Diante de todos os fatos citados na linha do tempo do meio ambiente, pode-se considerar um marco na história do meio ambiente o acordo que trata da proteção da camada de ozônio que tinha como meta eliminar o uso do CFC (cloro – flúor – car- bono). Este é o tratado de: a) Tratado de Cúpula da Terra b) Convenção da Biodiversidade c) Protocolo de Montreal d) Relatório Brundtland, conhecido como “Nosso Futuro Comum” e) Normas britânicas BS 7750 4. Dentro do conceito de desenvol- vimento sustentável, existe um sistema dependente do sistema que o sustenta. Pode-se afirmar que é o: a) Sistema econômico. b) Sistema de geração de resíduos. c) Sistema de crescimento. d) Sistema de desenvolvimento. e) Sistema de reciclagem. 5. Dentre os conceitos de meio am- biente, é importante deixar claro o conceito de conservacionismo. O mesmo pode ser entendido como: a) Ato ou efeito de impedir a modifi- cação de qualquer forma do meio ambiente. b) Equilíbrio entre o preservacio- nismo e o desenvolvimentismo, caracteriza-se por movimentos ambientalistas baseados em políticas de desenvolvimento sustentável. c) Equilíbrio entre o preservacio- nismo e o desenvolvimentismo, não está baseado em ambienta- listas. d) Conceito reativo que visa corrigir danos ocasionados ao meio ambiente por medidas de con- servação. e) Ato ou efeito de proteger o meio ambiente das ações do homem. 13Noções gerais da profissão – definição e histórico ALBUQUERQUE, J. L. Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações. São Paulo: Atlas, 2009. ALMEIDA, R. O. Ecoeficiência e as empresas do terceiro milênio. Revista Tendências do Tra- balho, São Paulo, set. 1998. BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Pau- lo: Saraiva, 2011. BELLA, V. 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Introdução à gestão ambiental14 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Responsabilidade social: conceito adotado atualmente pelas empresas diante de um contexto que define o meio ambiente como um "todo". O vídeo a seguir explica como esse conceito se estabeleceu e como uma empresa pode evoluir seu papel e sua atuação como agente socialmente responsável. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Na linha cronológica do desenvolvimento e da preocupação ambiental, que década (ou ano) é considerada de conflito entre preservacionistas e desenvolvimentistas? A) 1970. B) 1930. C) 1990. D) 1960. E) 1980. 2) Qual fato impulsionou a criação da Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA)? A) O Protocolo de Quioto. B) A Conferência de Estocolmo. C) O desenvolvimento industrial na década de 50. D) O livro “Primavera Silenciosa” da bióloga Raquel Carson. E) A Agenda 21. 3) Pode-se considerar o acordo que trata da proteção da camada de ozônio tendo como meta eliminar o uso do CFCs (Cloro- Fluor- Carbono) um marco na história do meio ambiente. A qual tratado a afirmativa anterior se refere? A) Tratado de Cúpula da Terra. B) Convenção da Biodiversidade. C) Protocolo de Montreal. D) Relatório Brundtland, o qual conhecemos "Nosso Futuro Comum". E) Normas britânicas BS 7750. 4) É possível afirmar que existe um tripé básico no qual se apoia a ideia de desenvolvimento sustentável. O conceito possui três bases de apoio. Quais são elas? A) Social, econômica e ambiental. B) Ambiental, ecológica e social. C) Ambiental, ética e social. D) Social, moral e ética. E) Ecológica, administrativa e ambiental. 5) Dentre os conceitos apresentados de meio ambiente, é importante reconhecê-los dentro do contexto ambiental da atualidade. Existem dois conceitosque estão alinhados. Quais são eles? A) Preservação e desenvolvimento sustentável. B) Sustentabilidade e conservação. C) Conservação e preservação. D) Conservação e produção. E) Economia e preservação NA PRÁTICA Na prática, você pode definir gestão ambiental como o conjunto de atividades gerenciais determinadas pela política ambiental e aplicadas tanto nos setores públicos como em setores privados. Já gerenciamento ambiental é um conjunto de rotinas e procedimentos que permite a uma organização administrar adequadamente as relações das atividades com o meio ambiente. Observe um exemplo: SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Gestão ambiental e sustentabilidade: Eloy Casagrande Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Economia e meio ambiente: uma discussão introdutória Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Resolução CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Associação Nacional dos Gestores Ambientais: ANAGEA Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Meio ambiente e sustentabilidade Leia o capítulo 16 - Gestão ambiental, o tópico Conceitos Gerais (páginas 375 a 378). Ambiente - Tecnologias [Série Tekne - IFRS] Leia do tópico Histórico do processo de gestão ambiental (página 226) e finalize no tópico Gestão ambiental pública, que se encerra na página 232. Formação Acadêmica do Profissional APRESENTAÇÃO As organizações públicas e privadas cada vez mais necessitam incluir políticas ambientais, objetivos e metas em seu planejamento estratégico, visando ao desenvolvimento sustentável. Diante desse cenário, surge a demanda por profissionais da área ambiental, os quais, durante sua formação, recebem conhecimento para viabilizar essa perspectiva de evolução e atender essa demanda. Por ser um especialista nas relações com o meio ambiente (química, biologia, etc.), e, ao mesmo tempo, com formação que contempla disciplinas de administração, torna-se um profissional com diferencial no mercado de trabalho. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre as diferentes modalidades dos cursos de graduação que formam gestores ambientais e identificar as áreas de conhecimento desse profissional, contextualizando a profissão dentro das demais existentes no mercado de trabalho. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os cursos que formam gestores ambientais.• Identificar as áreas de conhecimento de um gestor ambiental.• Caracterizar a profissão de gestor ambiental.• DESAFIO No cenário atual, as empresas e órgãos públicos buscam alinhar práticas sustentáveis associadas às suas atividades, produtos e serviços; com isso, aumenta, consequentemente, a busca por profissionais de gestão ambiental. Imagine-se atuando como Gestor Ambiental em uma mineradora e necessitando de auxílio de um profissional especializado para a implementação da certificação ambiental. Você precisa elaborar um anúncio para a vaga, destacando o nome da vaga, os requisitos/perfil desejado e as atribuições e responsabilidades do profissional procurado. INFOGRÁFICO No infográfico a seguir, acompanhe algumas das disciplinas abordadas durante os cursos de graduação na área da gestão ambiental. Note que todos denotam grandes desafios da profissão! CONTEÚDO DO LIVRO Em que compreende a profissão de gestor ambiental? O gestor ambiental é um profissional que trabalha no planejamento e na execução de atividades que visam à preservação do meio ambiente aliada ao progresso e ao desenvolvimento, mas há mais detalhes que você precisa saber a esse respeito: é preciso entender que essa é uma atuação que requer conhecimentos multidisciplinares. Aprofunde seu conhecimento com a leitura do capítulo Formação Acadêmica do Profissional, da obra Introdução à gestão ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Juliana Saccol I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Formação acadêmica do profissional Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os cursos que formam gestores ambientais. Identificar as áreas de conhecimento de um gestor ambiental. Caracterizar a profissão de gestor ambiental. Introdução Frente à realidade atual, as organizações públicas e privadas, cada vez mais, necessitam incluir em seu planejamento estratégico políticas ambientais, objetivos e metas com vistas ao desenvolvimento sus- tentável. Diante deste cenário, surge a demanda por profissionais da área ambiental, os quais, durante sua formação, recebem conhecimento para viabilizar esta perspectiva de evolução e atender essa demanda. Por ser um especialista nas relações com meio ambiente (química, biologia, entre outras) e, ao mesmo tempo, com formação que con- templa disciplinas de administração, torna-se um profissional com diferencial no mercado de trabalho. Neste texto, você estudará as diferentes modalidades do curso de graduação que formam gestores ambientais e identificará as áreas de conhecimento deste profissional, de modo a contextualizar a profis- são dentro das demais existentes no mercado de trabalho. Formação em gestão ambiental A área de conhecimento e trabalho intitulada “Gestão Ambiental” vem cau- sando muita confusão entre os especialistas em meio ambiente. A dúvida se inicia com a pergunta: afinal, o que é gestão ambiental? Gestão ambiental é a área que deve promover o desenvolvimento susten- tável, ou seja, a utilização dos recursos naturais de forma mais consciente e por meio de técnicas não poluentes ou que produzam o menor impacto pos- sível ao meio ambiente. O que deve ficar claro é que “gerir” ou “gerenciar” significa saber manejar as ferramentas existentes da melhor forma possível e não necessariamente desenvolver a técnica ou a pesquisa ambiental em si. Para atuar como um gestor ambiental, é necessário diploma de graduação ou de tecnologia em gestão ambiental. O curso de Gestão Ambiental é oferecido em grau superior tecnológico (curso de tecnólogo) e bacharelado, podendo durar entre 2 e 4 anos. Ambos conferem diploma de nível superior, mas são diferentes em sua duração e foco. Entenda as diferenças entre os cursos de tecnologia e bacharelado em Gestão Ambiental: Tecnológico: O curso de tecnólogo desenvolve competências profissionais mais específicas. Por atender especificamente a uma demanda do mercado de trabalho, o curso de gestão ambiental capacita o profissional para atuar no planejamento, no gerenciamento e na execução de atividades ambientais – corretivas e preventivas – dentro das empresas. Um tecnólogo em gestão ambiental trabalha em projetos específicos li- gados ao meio ambiente e atuará no gerenciamento de resíduos sólidos, no planejamento ambiental, na remediação de áreas contaminadas e nos sistemas de gestão, por exemplo. O curso possui duração reduzida em relação à graduação comum, geral- mente, de 2 ou 3 anos. Bacharelado: O curso de bacharel possui uma carga maior de disciplinas teó- ricas, e seus alunos também são preparados para atuação na área de pesquisa. O graduando deverá ser capacitado, científica e analiticamente, para es- tudar, diagnosticar, gerar dados e propor soluções relacionadas a impactos ambientais causados por atividades humanas (atividades agropecuárias, ins- talação de empreendimentos industriais e agrícolas, obras de infraestrutura, entreoutras), além de propor alternativas que melhorem a qualidade do meio ambiente e as condições de vida (saúde, saneamento básico, lazer, educação, entre outras) O bacharel em gestão ambiental, além de poder ocupar as funções exer- cidas por um tecnólogo, ainda poderá desenvolver papéis de gerência nas áreas financeira, de marketing e de recursos humanos. “É um profissional que tem na carga horária do curso mais disciplinas da área administrativa”. A duração média é de 4 anos e forma profissionais generalistas. Introdução à gestão ambiental16 Ambos possuem semelhanças importantes: São cursos de nível superior; Podem ser encontrados em universidades e faculdades públicas e pri- vadas; Existem nos formatos presencial e a distância (EAD); Ambos conferem diploma de grau superior. Independentemente da modalidade a ser escolhida, é importante lembrar que o curso escolhido deverá ser reconhecido pelo MEC – Ministério da Educação e Cultura. Áreas de conhecimento do profissional As áreas de conhecimento de um gestor ambiental são definidas como espe- cificidades dentro de uma determinada área profissional ou eixo tecnológico, visando ao desenvolvimento, à aplicação, à socialização de novas tecnolo- gias, à gestão de processos e à produção de bens e serviços. A organização curricular deve possibilitar a compreensão crítica e a avaliação dos impactos sociais, econômicos e ambientais resultantes da interferência do homem na natureza em virtude dos processos de produção e de acumulação de bens. Esse conhecimento interdisciplinar se faz necessário frente à demanda e à atuação do profissional, a qual é vasta devido aos diversos aspectos asso- ciados às atividades humanas e industriais que podem causar contaminação na água, no ar e no solo, assim como modificações, muitas vezes irreversíveis, na fauna e flora. O currículo de gestão ambiental varia de acordo com a instituição que oferece o curso e do grau conferido (bacharelado ou tecnólogo). Abaixo, algumas das disciplinas específicas que compõem o currículo de formação profissional e suas diretrizes: Análise de Riscos Ambientais Industriais: busca desenvolver no aluno a habilidade de analisar e avaliar as condições de segurança para o pa- trimônio, público e privado, para as pessoas e para o meio ambiente, de forma que os riscos associados às instalações, operações e atividades avaliadas possam ser controlados com o objetivo de prevenir acidentes. Aspectos Socioambientais Regionais: tem por objetivo investigar a re- lação entre desenvolvimento regional e meio ambiente da perspectiva de dimensões ecológicas, econômicas, políticas, sociais e culturais. 17Formação acadêmica do profissional Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais: tem por finalidade desenvolver a prática de identificar aspectos e impactos gerados por processos produtivos, produtos ou serviços e direcionar metodologias de avaliação do nível destes, assim como elencar possíveis medidas mitigadoras. Certificação e Auditoria Ambiental: busca promover o aprendizado multidisciplinar necessário para o desempenho das atividades de audi- toria e certificação ambiental nos mais variados campos de atuação do profissional da gestão ambiental. Comunicação Empresarial: trabalha fundamentos da comunicação para conversação e apresentação em público, promovendo o desen- volvimento de técnicas e estratégias de comunicação oral para desen- volver no profissional habilidades de comunicação no meio em que está inserido, além de direcionar o planejamento de reuniões, apresentações e seminários. Controle de Parâmetros Ambientais Industriais: trata de poluentes am- bientais, métodos de análise, parâmetros de controle e amostragem. Ecologia: proporciona aos alunos uma base teórica para compreender a importância da ecologia e da biodiversidade para a manutenção do ecossistema e da vida humana, bem como identificar fatores que a ameaçam e conhecer algumas formas de manejar a biodiversidade, vi- sando a sua conservação. Educação Ambiental: aborda a questão ambiental e seus desdobra- mentos educativos, contribuindo para capacitar os acadêmicos para os desafios que hoje se apresentam na constituição das práticas de edu- cação ambiental. Geoprocessamento: provê conhecimentos gerais sobre o uso de geotec- nologias no planejamento ambiental e na elaboração de soluções para problemas ambientais espacialmente distribuídos. Gestão de Projetos Ambientais: propicia noções fundamentais sobre a produção do conhecimento cientifico, ressaltando a importância da teoria do conhecimento e do uso de técnicas de pesquisa, bem como as diferentes formas de fazê -la em projetos ambientais. Gestão de Recursos Energéticos: proporciona aos alunos subsídios para compreensão e aquisição de conhecimentos básicos sobre recursos energéticos. Busca compreender os principais tipos de energia e re- cursos energéticos, as tecnologias básicas de exploração, suas potencia- lidades e eficiências, seus impactos ambientais, sociais e econômicos, Introdução à gestão ambiental18 solucionar problemas simples e aplicar corretamente os princípios da mecânica na sua área de formação. Gestão de Recursos Hídricos: provê conhecimentos fundamentais sobre a dinâmica hidrológica e hidrogeologia das bacias hidrográficas, bem como os mecanismos e ferramentas de gestão integrada e partici- pativa das aguas atualmente vigentes no Brasil. Gestão e Tratamento de Efluentes: permite ao aluno o entendimento sobre a caracterização de efluentes líquidos, análise de seus possíveis impactos ao meio ambiente, identificação de suas fontes, além de apre- sentar alternativas de prevenção e controle. Gestão e Tratamento de Emissões: provê conhecimentos básicos sobre a poluição atmosférica e os procedimentos de gestão ambiental apli- cados ao controle e ao monitoramento de poluentes atmosféricos em fontes móveis e estacionárias. Legislação Ambiental: Fomentar no aluno o interesse e o entendimento das principais normas legais e regulamentações que regem a matéria ambiental em âmbitos federal, estadual e municipal. Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos: apresenta conhecimentos básicos sobre o tratamento e a disposição adequada destes poluentes, assim como desenvolve no profissional habilidades de atuar como agente multiplicador através de instrumentos adequados para sensi- bilizar e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de repensar, reduzir, reutilizar, reciclar e recusar produtos que agridam o meio am- biente. Planejamento Ambiental e Economia: transmite conhecimentos de ad- ministração e seus principais conceitos, formas de planejamento admi- nistrativo e meios a avaliação da viabilidade econômica. Química Ambiental: relaciona os fundamentos da química com as de- mais áreas de conhecimento, de modo a consolidá-los na aquisição dos conhecimentos necessários no campo da gestão ambiental que preo- cupam a sociedade atual, compreendendo suas dinâmicas e seus papéis no ambiente. Recuperação de Áreas Degradadas: apresenta as principais técnicas de recuperação de áreas degradadas, bem como as medidas mitigadoras dos principais empreendimentos de infraestrutura. Responsabilidade Social e Meio Ambiente: busca desenvolver con- ceitos que têm por objetivo inserir a sociedade no contexto ambiental. 19Formação acadêmica do profissional Sistema de Gestão Ambiental: tem como objetivo desenvolver a visão sistêmica e o conhecimento de sistemas de gestão ambiental de acordo com a norma NBR ISO 14001:2004, bem como discutir o processo de implantação da mesma em diferentes tipos de organizações. A grade curricular ainda pode conter disciplinas de Administração, Me- todologia de Pesquisa, Cálculo, Química Geral, Gestão da Qualidade, Gestão de Projetos e Gestão de Pessoas. O grande desafio é formar profissionais com conhecimento multidisciplinar e detentores de métodos e técnicas inovadoras e não poluentes, que sejam capazesde atuar de forma sustentável nos mais diversos setores da sociedade. É importante ressaltar que, após a formação em graduação, o profissional poderá se especializar nas distintas áreas específicas de sua formação. Quanto ao mercado de trabalho, o profissional da área de gestão ambiental pode tra- balhar em empresas privadas, órgãos públicos e no terceiro setor. O que é um gestor ambiental? Perante toda demanda para atender o desenvolvimento sustentável, faz-se ne- cessária a implementação de um conjunto de ações envolvendo o controle efetivo da poluição, a garantia da qualidade ambiental de produtos, processos e serviços, o uso racional dos recursos naturais e o impacto positivo na qua- lidade de vida dos trabalhadores, dos consumidores e da sociedade como um todo. Nesse contexto, surge o gestor ambiental, um profissional com conheci- mento multidisciplinar atento à relação do ser humano com o meio ambiente e formado para compatibilizar três grandes áreas, a econômica, a social e a ambiental. O gestor ambiental estará apto, por exemplo, a identificar o im- pacto causado e decidir qual tecnologia utilizar para solucionar a problemá- tica apresentada, estará capacitado a desenvolver projetos de melhoria e de inovações, sempre de acordo com a legislação vigente, assim como atuar em sistemas de gestão. Dessa forma, é possível citá-lo como um Administrador do Meio Ambiente. Para um desempenho eficaz, é importante que o profissional possua capa- cidade de gerenciamento e facilidade em comandar equipes, habilidade para analisar e desenvolver pesquisas, interesse na proteção ambiental e desenvol- vimento sustentável do planeta, facilidade para analisar e criar soluções para problemas ambientais nos segmentos públicos e privados. Introdução à gestão ambiental20 Regulamentação da profissão: A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou proposta que regulamenta a profissão de gestor ambiental – profissional res- ponsável, entre outras atividades, pela elaboração de políticas ambientais, pareceres e projetos ambientais ou de desenvolvimento sustentável; avaliação de impactos am- bientais e licenciamento ambiental. A regulamentação está prevista no Projeto de Lei 2664/11, do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP). A proposta determina que o gestor ambiental tenha diploma de gra- duação em gestão ambiental, mas garante o direito dos profissionais que já atuam na área na data da publicação da lei. O Catálogo Nacional de Cursos Superiores define que a profissão de gestor ambiental compreende tecnologias associadas à melhoria da qualidade de vida, à preservação da natureza e à utilização, desenvolvimento e inovação do aparato tecnológico de su- porte e atenção à saúde. Abrange ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos recursos ambientais, de controle e avaliação de risco, programas de educação ambiental. Tais ações vinculam-se ao suporte de sistemas, processos e métodos uti- lizados na análise, diagnóstico e gestão, provendo apoio aos profissionais da saúde nas intervenções no processo saúde- doença de indivíduos, bem como propondo e gerenciando soluções tecnológicas mitigadoras e de avaliação e controle dos recursos naturais. Pesquisa e inovação tecnológicas, constante atualização e capacitação, fun- damentadas nas ciências da vida, nas tecnologias físicas e nos processos gerenciais são características comuns deste eixo. 1. Considerando os conceitos apresen- tados, é possível afirmar que o gestor ambiental é um: a) Técnico com conhecimentos aprofundados em recursos hídricos. b) Profissional que visa à preser- vação do meio ambiente, de forma independente. c) Profissional que estuda disciplinas exclusivamente associadas ao meio ambiente. 21Formação acadêmica do profissional d) É um administrador do meio ambiente. e) Profissional que trabalha em área específica e isolada. 2. Dentro da grade curricular do gestor ambiental, a disciplina Controle de Parâmetros Ambientais Industriais tem por objetivo: a) Desenvolver a prática de identi- ficar aspectos e impactos asso- ciados aos processos. b) Relacionar os fundamentos da química com os poluentes ge- rados nas atividades industriais. c) Tratar de poluentes ambientais, métodos de análise, parâmetros de controle e amostragem. d) Proporcionar noções fundamen- tais sobre a produção do conhe- cimento cientifico, ressaltando a importância da teoria do conhe- cimento e o uso de técnicas de pesquisa. e) Prover conhecimentos básicos sobre a poluição atmosférica e os procedimentos de gestão ambiental. 3. Considerando o contexto atual, no qual o gestor ambiental tem o grande desafio de equilibrar o desenvolvimento com os impactos associados, é possível afirmar que a área de gestão ambiental abrange três grandes áreas, que são: a) Química, Geografia e Física. b) Emissões atmosféricas, Efluentes e Resíduos. c) Econômica, Social e Ambiental. d) Biologia, Química e Física. e) Administração, Gestão de Pessoas e Gestão de Recursos. 4. Com base no texto estudado, com- plete a frase: Diante do contexto atual, as empresas estão buscando se inserir na evolução ambiental e buscam associar suas mar- cas e __________. É com este foco que contratam os gestores ambientais. a) Produtos ao desenvolvimento. b) Produtos à sustentabilidade. c) Produtos, exclusivamente, a pro- cessos que não gerem resíduos. d) Produtos, exclusivamente, a pro- cessos que não gerem efluentes. e) Produtos, exclusivamente, com atendimento à legislação am- biental. 5. O Catálogo Nacional de Cursos Superiores define que a profissão de gestor ambiental abrange: a) Ações de proteção e preservação dos seres humanos e dos recursos ambientais, do controle e da avaliação de risco, programas de educação ambiental. b) Ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos recursos ambientais, do controle e da avaliação de risco, programas de educação ambiental. c) Ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos recursos hí- dricos, do controle e da avaliação de risco, programas de educação ambiental. d) Ações de proteção e preservação dos seres vivos e do solo, do con- trole e da avaliação de risco, pro- gramas de educação ambiental. e) Ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos recursos am- bientais e da identificação do risco. Introdução à gestão ambiental22 ABREU, B. S. O que você deve saber sobre a profissão de gestor ambiental?. 2016. Disponível em: <http://blog.unipe.br/graduacao/5-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-o-curso- -de-gestao-ambiental>. Acesso em: 11 ago. 2016. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecno- lógica. Catálogo Nacional de Cursos Superiores. Brasília, DF: Ministério da Educa- ção, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=7931-cat-cur-sup-05-11-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 02 ago. 2016. BRASIL. Ministério da Educação. Ementário do Curso de Tecnologia Ambiental: matriz 2014/1. 2014. Disponível em: <http://www.ifmg.edu.br/site_campi/g/images/arqui- vos_governador_valadares/EMENTARIO2014_1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2016. BRASIL PROFISSÕES. Profissão Gestor Ambiental. 2016. Disponível em: <http://www.bra- silprofissoes.com.br/profissao/gestor-ambiental/>. Acesso em: 31 jul. 2016. BRUNS, G. B. Afinal, o que é gestão ambiental?. 2011. Disponível em: <http://ambientes. ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/afinal,_o_que_e_gestao_ambiental%3F.html>. Acesso em: 02 ago. 2016. GUIA DA CARREIRA. O que faz um Gestor Ambiental? 2016. Disponível em: <http://www. guiadacarreira.com.br/carreira/o-que-faz-um-gestor-ambiental/>. Acesso em: 31 jul. 2016. Leitura recomendada BARBIERI, J. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Pau- lo: Saraiva, 2004. 23Formação acadêmica do profissional Conteúdo: DICA DO PROFESSOR A profissão de gestorambiental permite uma ampla atuação profissional, desde intervenções mais técnicas a atividades focadas em sistemas de gestão que requerem conhecimentos ambientais. No vídeo a seguir, você vai conhecer um pouco mais sobre a área de atuação de auditor ambiental. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Assinale a alternativa que define corretamente o gestor ambiental. A) Técnico com conhecimentos aprofundados em recursos hídricos. B) Profissional que visa à preservação do meio ambiente de forma independente. C) Profissional que estuda disciplinas exclusivamente associadas ao meio ambiente. D) É um administrador do meio ambiente. E) Profissional que trabalha em área específica e isolada. 2) Dentro da grade curricular do gestor ambiental, a disciplina Controle de Parâmetros Ambientais Industriais tem qual objetivo? A) Desenvolver a prática de identificar aspectos e impactos associados aos processos. Relacionar os fundamentos da química com os poluentes gerados nas atividades B) industriais. C) Irá tratar de poluentes ambientais, métodos de análise, parâmetros de controle e amostragem. D) Proporcionar noções fundamentais sobre a produção do conhecimento científico, ressaltando a importância da teoria do conhecimento e o uso de técnicas de pesquisa. E) Prover conhecimentos básicos sobre a poluição atmosférica e os procedimentos de gestão ambiental. 3) Considerando o contexto atual, em que o gestor ambiental tem o grande desafio equilibrar o desenvolvimento com os impactos associados, é possível afirmar que a área de gestão ambiental abrange três grandes áreas. Quais são elas? A) Química, geografia e física. B) Emissões atmosféricas, efluentes e resíduos. C) Econômica, social e ambiental. D) Biologia, química e física. E) Administração, gestão de pessoas e gestão de recursos. 4) Diante do contexto atual, e o foco em que são contratados os gestores ambientais, as empresas estão buscando se inserir na evolução ambiental. Essas empresas buscam associar suas marcas a(ao) quê? A) Associar marcas e produtos ao desenvolvimento. B) Associar marcas e produtos à sustentabilidade. C) Associar marcas e produtos, exclusivamente, a processos que não gerem resíduos. D) Associar marcas e produtos, exclusivamente, a processos que não gerem efluentes. E) Associar marcas e produtos, exclusivamente, com atendimento à legislação ambiental. 5) De acordo com o estabelecido no Catálogo Nacional de Cursos Superiores, a profissão de gestor ambiental compreende atividades caractarizadas de que forma? A) Por ações de proteção e preservação dos seres humanos e dos recursos ambientais, do controle e avaliação de risco, programas de educação ambiental. B) Por ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos recursos ambientais, do controle e avaliação de risco, e programas de educação ambiental. C) Por ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos recursos hídricos, do controle e avaliação de risco, e programas de educação ambiental. D) Por ações de proteção e preservação dos seres vivos e do solo, do controle e avaliação de risco, e programas de educação ambiental. E) Por ações de proteção e preservação dos seres vivos e recursos ambientais e identificação do risco. NA PRÁTICA Muitos alunos e interessados no curso de Gestão Ambiental já possuem cursos técnicos na área ambiental, e são assim motivados pela demanda de mercado em suas próprias empresas de atuação. Débora é técnica de segurança do trabalho, estuda gestão ambiental em uma faculdade e trabalha em uma construtora local. Suas atribuições na empresa são especificamente sobre a segurança do trabalho, mas, nos últimos meses, houve aumento na demanda na área ambiental, o que motivou Débora a realizar sua graduação. Durante o curso, Débora teve contato com diversos conteúdos que pode aplicar diretamente no seu serviço na empresa. Dessa forma, e antes mesmo da finalização do curso, já assumiu distintas responsabilidades na empresa relacionadas à área ambiental: - gestão da licença de operação; - elaboração de relatório de avaliação de aspectos e impactos ambientais; - elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Instituições de Ensino Superior e Cursos Cadastrados (e-MEC) Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! NBR ISO 19011: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Níveis e áreas de atuação APRESENTAÇÃO A profissão de gestor ambiental surgiu diante da necessidade urgente da conservação dos recursos naturais e está projetada como uma das mais importantes para o século XXI. Para pensar em “conservação ambiental”, é preciso analisar quais são os impactos ambientais diários das atividades com as quais estamos envolvidos e como isso afeta nossas vidas. Para tanto, é necessário desenvolvimento e aplicação de metodologias e tecnologias capazes de proporcionar a tão “aspirada” sustentabilidade. Um dos papeis do gestor ambiental é a aptidão para atuar em processos que buscam melhorias contínuas dos meios de produção e outros setores da economia. Existem vários métodos e ferramentas para auxiliar o gestor a desempenhar seu papel. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o sistema de gestão ambiental (SGA), o incremento da certificação ISO 14001 nas empresas e o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar o papel de um gestor ambiental em um sistema de gestão ambiental.• Reconhecer seu papel nas etapas de implantação de um sistema de gestão ambiental (SGA) e respectiva certificação ambiental. • Definir o escopo de um programa de gerenciamento de resíduos sólidos.• DESAFIO No cenário atual, as empresas e os órgãos públicos buscam alinhar práticas sustentáveis associadas as suas atividades, produtos e serviços. Considere que você é gestor ambiental de uma empresa “X”, que passou por uma auditoria do órgão fiscalizador e recebeu uma notificação devido a um armazenamento inadequado de uma grande quantidade de embalagens plásticas de óleo lubrificante – as embalagens estavam sendo armazenadas em local aberto (o que propicia contaminação de solo e água em dias de chuva), sem identificação de área restrita e não havia um plano de destino a esse tipo de resíduo. Dentro do cenário representado, qual prática poderia ser adotada? Para resolução desse desafio, considere a(s) lei(s) envolvida(s) nesse caso. INFOGRÁFICO Observe, no infográfico a seguir, algumas das possibilidades para o trabalho do gestão ambiental em empresas. CONTEÚDO DO LIVRO Aprofunde seu conhecimento com a leitura do capítulo Níveis e áreas de atuação, da obra Introdução à gestão ambiental. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Vanessa de Souza Machado I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Níveis e áreas de atuação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar o papel de um gestor ambiental em um sistema de gestão ambiental. Reconhecer seu papel nas etapas de implantação de um SGA e respectiva certificação ambiental. Definir o escopo de um programa de gerenciamento de resíduos sólidos. Introdução A profissão de gestor ambiental surgiu diante da necessidade urgente da conservação dos recursosnaturais e está projetada como uma das mais importantes para o século XXI. Para que possamos pensar em “conservação ambiental”, é neces- sária uma análise sobre quais são os impactos ambientais (negativos ou positivos) diários de todas as atividades com as quais estamos envolvi- dos e como isso está afetando nossas vidas. Para que essa análise seja possível, é necessário desenvolvimento e aplicação de metodologias e tecnologias capazes de proporcionar a tão aspirada sustentabilidade. Um dos papéis do gestor ambiental é a aptidão para atuar em pro- cessos que buscam melhorias contínuas dos meios de produção e outros setores de nossa economia. Existem vários métodos e ferramentas para auxiliar o gestor a de- sempenhar seu papel; neste capítulo, serão abordados o SGA – siste- ma de gestão ambiental, o incremento da certificação ISO 14001 nas empresas, e o PGRS – programa de gerenciamento de resíduos sólidos. O papel do gestor ambiental no sistema de gestão ambiental As empresas possuem papel-chave devido ao seu grande impacto na socie- dade e no meio ambiente em geral. Dessa forma, foram criados os chamados “sistemas de gestão” para que as empresas se comprometam com maior foco com a satisfação dos clientes externos e internos, com a qualidade dos pro- dutos, com a proteção do meio ambiente e com os aspectos sociais. Conceito: Sistema de gestão é uma estrutura comprovada para gerenciar e, continua- mente, melhorar as políticas, os procedimentos e os processos de uma organização. Um sistema de gestão ambiental (SGA) é uma estrutura desenvolvida para auxiliar as organizações, independentemente de seu tipo ou porte, a planejar consistentemente ações, prevenir e controlar impactos significativos sobre o meio ambiente, gerenciar riscos e melhorar continuamente o desempenho ambiental e a produtividade. Além destes aspectos, um SGA permite avaliar e monitorar a conformidade em relação ao atendimento dos requisitos legais. O princípio básico de um SGA é o ciclo planejar, executar, verificar e agir (PDCA, do inglês plan, do, check, action), que permite que as organizações busquem a melhoria contínua de seu sistema de gestão. O gestor ambiental é um profissional com formação básica de compe- tência para atuar no sistema de gestão ambiental. Hoje, é comum as grandes empresas possuírem um departamento/setor de meio ambiente, como é o caso da maioria das indústrias químicas. Nesse sentido, a integração da gestão ambiental nas atividades de gestão se justificam pela importância do plane- jamento estratégico e do suporte de tomada de decisão. Além disso, é funda- mental a integração do cargo/departamento de gestão ambiental com as de- mais áreas de competência da empresa, como mostrado na Figura 1, visando, assim, à melhora de todo o sistema. Figura 1. Integração do cargo/departamento de gestão ambiental com as demais áreas de competência da empresa. Fonte: Corazza (2003). 37Níveis e áreas de atuação As atividades do gestor ambiental nas empresas são várias e englobam: Planejamento, organização e controle da política ambiental da alta ad- ministração; Controle das operações através da análise de relatórios técnicos e de visitas periódicas; Assessoramento técnico em todas as unidades da empresa; Acompanhamento da execução das medidas propostas; Acompanhamento do desenvolvimento da legislação ambiental; Execução de treinamentos com foco no meio ambiente; Representação da empresa quando o assunto for relacionado com meio ambiente. Para desempenhar o papel de gestor ambiental, vários instrumentos podem ser utilizados, como, por exemplo, a contabilidade ambiental, a análise de fluxo de materiais, a análise de fluxo de energia, a análise de ciclo de vida ou ecobalanço, ou mesmo a ecoauditoria e relatório ambiental. Acesse este link para compreender um pouco mais sobre o ciclo de vida dos produtos e como essa prática influencia de forma positiva na minimização dos impactos ambien- tais: http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2009/artigos/E2009_T00481_PCN81956.pdf Quanto às competências, destacam-se algumas, como a implementação de procedimentos, auditorias internas, segurança, qualidade, gestão de riscos e sensibilização pessoal. Uma competência do gestor ambiental nas empresas que merece ser res- saltada é a aplicação da norma ISO 14001, requisitos para a implementação do SGA, que é alvo de auditorias. A ISO 14001 é uma norma internacional re- lacionada à gestão ambiental que tem como versão brasileira a norma ABNT NBR ISO 14001. Nela, são estabelecidos os requisitos para o sistema de gestão ambiental – SGA. A utilização da ISO 14001 auxilia na promoção da efetivi- dade organizacional, integrando novos requisitos de gestão que contribuam para o alcance dos objetivos ambientais. Introdução à gestão ambiental38 Na implementação de uma ISO 14001, é importante o gestor ambiental compreender que ela se aplica a qualquer organização que deseje: Estabelecer, implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental; Assegurar a conformidade com uma política ambiental definida; Demonstrar através de avaliações e declarações, para as partes inte- ressadas (clientes, acionistas, funcionários, sociedade, entre outros), que está em conformidade com o que a norma estabelece. Para algumas empresas, o custo da implantação de um sistema de gestão ambiental pode até assustar no começo; no entanto, as vantagens vêm em longo prazo. O gestor ambiental é o profissional certo para apontar os benefí- cios da implantação do SGA (Fig. 2). Figura 2. Benefícios da implantação de um sistema de gestão. Para finalizar, o papel do gestor ambiental dentro da criação do SGA é de extrema importância, pois é ele o responsável pela coordenação de toda a polí- tica ambiental da empresa, dando suporte à equipe de profissionais envolvidos, definindo as estratégias e os investimentos na área de proteção ambiental. 39Níveis e áreas de atuação Etapas de implantação de um SGA e respectiva certificação ambiental Para estabelecer um sistema de gestão ambiental seguindo os princípios da NBR ISO 14001, o gestor ambiental seguirá os seguintes passos: 1. Definição da política ambiental pela direção; 2. Definição de metas e objetivos ambientais; 3. Estabelecer um plano de ação para o atendimento de metas; 4. Realizar auditorias, medições e monitoramentos; 5. Promover ações corretivas e ações de melhoria. Considere que: A política ambiental é a declaração de uma organização que expõe suas intenções e princípios em relação ao desempenho ambiental global e prevê uma estrutura para ação e definição de objetivos e metas ambientais. Para garantir o adequado funcionamento do SGA, o gestor de meio am- biente deverá considerar os requisitos gerais: 1. Estabelecer uma política ambiental apropriada; 2. Identificar os aspectos ambientais decorrentes de suas atividades para poder determinar os impactos ambientais significativos; 3. Identificar os requisitos legais aplicáveis, acompanhando as mudanças e planejando o atendimento; 4. Obter e atualizar licenciamentos ambientais; 5. Estabelecer e documentar os objetivos e metas ambientais e suas prio- ridades; 6. Estabelecer a forma de definir e documentar os programas de gestão ambiental para poder atingir os objetivos e metas; 7. Estabelecer todas as atividades e documentos de planejamento, con- trole, monitoramento, ação preventiva e corretiva, auditorias e análise para que o sistema de gestão ambiental permaneça apropriado; 8. Implementar as ações necessárias para garantir sua capacidade de se adaptar às mudanças de circunstâncias. Os sistemas de gestão são auditáveis, podendo receber ou não as devidas certificações de acordo com o grau de conformidade com as normas. Introdução à gestão ambiental40 NOVA ISO 14001:2015 – Todas as normas ISO passam por revisões periódicas para incor- porar mudanças e novas exigências do mercado. O processo de revisão da norma ISO 14001, iniciado em 2012e concluído em 2015, teve como base o documento elaborado pela ISO, chamado Anexo SL, que fornece uma estrutura única para todas as normas de sistema de gestão. Esta estrutura comum permite maior harmonização e simplifica a integração entre todas as normas de sis- tema de gestão. A norma ISO 14001:2015 terá um período de transição de 3 anos a partir de sua pu- blicação; após este período, os certificados emitidos com base na ISO 14001:2004 não serão mais válidos. Os órgãos certificadores são responsáveis por recomendar os certificados de diferentes tipos de gestão, dando direito à empresa auditada e aprovada de usar o logotipo do órgão que a certificou. Conceito: A certificação, emitida por um organismo de certificação é o atestado formal – “de ser verdade” – que comprova que a conformidade dos sistemas com os requisitos especificados foi demonstrada. Para uma empresa obter a certificação de uma norma ISO, antes de seu sistema ser avaliado pelas entidades certificadoras, ela deve cumprir os se- guintes passos: 1. Preparação da organização (incluindo auditorias internas); 2. Realização da pré-auditoria; 3. Realização da auditoria inicial; 4. Realização de auditorias de manutenção; 5. Realização de auditorias de recertificação. A Organização Internacional para Normalização – ISO, em 2011, publicou a nova versão da ISO 19011 – Diretrizes para auditoria do sistema de gestão, 41Níveis e áreas de atuação conhecida no Brasil como ABNT ISO 19011:2012, cujo escopo expandiu sua aplicação para refletir a situação atual das múltiplas normas do sistema de gestão existentes nas organizações. As auditorias do sistema de gestão devem ser conduzidas de acordo com os princípios, diretrizes e procedimentos que constam na ISO 19011. Cabe destacar alguns princípios a serem adotados nas auditorias: Princípios Relacionados ao auditor Conduta ética Reportar com veracidade e exati- dão os fatos Habilidade técnica Relacionados ao processo de auditoria Autonomia do auditor Abordagem baseada em evidência Quadro 1. Um SGA implementado segundo a ISO 14001 permite a obtenção de cer- tificação após auditoria por organismo certificador acreditado. Para uma organização auditar, avaliar e recomendar a certificação de outra empresa, a organização auditora deverá estar “acreditada” pelo Inmetro, o que confirma os requisitos de competências para realizar suas atividades com confiança. Isso lhe confere poder e autoridade de recomendar ou não a certificação de uma empresa ou processo. Para muitas empresas, obter a certificação da ISO 14001 é uma demanda de mercado, pois demonstra seu comprometimento com práticas sustentáveis e padrões internacionais de gestão ambiental. Além disso, possibilita a integração com os demais sistemas de gestão já implementados pela empresa ou a serem im- plementados, como, por exemplo, o sistema de gestão da qualidade (ISO 9001). A certificação de um sistema de gestão ambiental baseado na NBR 14001:2015 é uma das formas mais eficientes de demonstrar o comprometi- mento das organizações e a melhoria do desempenho ambiental. Quando uma empresa é aprovada na auditoria formal, recebe um certifi- cado ISO 14001 válido por três anos. A empresa passará por auditorias de ma- nutenção do sistema, com periodicidade anual, para garantir que o seu sistema não apenas permaneça em conformidade, mas que melhore continuamente. Introdução à gestão ambiental42 Após este período, a empresa passa novamente pelo processo de recertifi- cação e recebe uma análise mais aprofundada em seus processos. A série de normas ISO 14000 corresponde a um sistema de gestão ambiental (SGA) editado pela ISO (International Organization for Standardization). A série e composta por várias normas: ISO 14001, trata do sistema de gestão ambiental (SGA) ISO 14004, que correspon- de ao suporte da gestão ambiental; ISO 14010, normas sobre as auditorias ambientais; ISO 14031, estabelecem diretrizes sobre desempenho ambiental; ISO 14020, referente à rotulagem ambiental; ISO 14040, análise do ciclo de vida; Guia ISO 64, direcionado aos aspectos ambientais nos produtos. Plano de gerenciamento de resíduos sólidos Outro papel do gestor ambiental é a implementação de programas de geren- ciamento ambientais, os quais têm por objetivo a padronização e melhoria de processos associados e, muitas vezes, atendimento a legislações pertinentes. Neste texto, falaremos do PGRS – programa de gerenciamento de resíduos sólidos. É habitual associar processos produtivos à geração de resíduos. A falta de gerenciamento de resíduos, ou o seu gerenciamento ineficiente, é um fator ampliador dos impactos ambientais gerados pelas mais diversas atividades humanas. Para o combate deste problema, nota-se o aumento da exigência dos órgãos ambientais como decorrência da crescente abrangência e restritividade da legislação brasileira; soma-se ainda, a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e sua regulamentação no ano de 2010. A Lei 12.305, de 02/08/2010, institui a Política Nacional dos Resíduos Só- lidos e reúne um conjunto de diretrizes a serem cumpridas por pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indireta- mente, pela geração de resíduos sólidos e fortalece a necessidade de ações relacionadas ao gerenciamento de resíduos sólidos. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/2010 –, a elaboração e execução dos PGRS são obrigatórias para os geradores de 43Níveis e áreas de atuação resíduos sólidos, responsáveis pelo seu adequado gerenciamento. A lei deter- mina que devem elaborar o plano: 1. Geradores de resíduos de serviços públicos de saneamento básico; 2. Geradores de resíduos industriais; 3. Geradores de resíduos de serviços de saúde; 4. Geradores de resíduos de mineração; 5. Estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos perigosos ou que sejam definidos como de responsabilidade privada por sua natureza, composição e volume; 6. Empresas de construção civil; 7. Terminais ou outras instalações de serviços de transportes; 8. Atividades agrossilvopastoris, conforme exigência do órgão ambiental ou de vigilância sanitária. Conforme regulamentação específica, é definida a responsabilidade pri- vada pelos resíduos ou conceituados como grandes geradores. Como exemplos, podem ser citados supermercados, shopping centers, restaurantes e hotéis. Desenvolver e implantar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos é fundamental para qualquer organização, privada ou pública, que deseje ma- ximizar as oportunidades e reduzir custos e riscos associados à gestão de resíduos sólidos. Os mesmos preceitos da implantação de qualquer sistema de gestão devem ser aplicados no caso de um PGRS. Isso significa dotar os passos apresentados na Figura 3, a seguir: Figura 3. Ciclo de um PGRS. Fonte: Manual de gerenciamento de resíduos UFRJ – Guia passo a passo. Introdução à gestão ambiental44 O PGRS deve assegurar que todos os resíduos sejam gerenciados de forma apropriada e segura, desde a geração até a destinação final, e deve envolver as seguintes etapas: 1. Geração (fontes): nesta etapa, deve ser realizada uma avaliação de toda a empresa, identificando todos os pontos de geração de resíduos. 2. Caracterização e Classificação dos Resíduos: com base em informa- ções obtidas durante a identificação da geração e de análises químicas, os resíduos são classificados em perigosos, não inertes e inertes. Nesta etapa, identificam-se os resíduos reversos e os rejeitos. 3. Manuseio: o manejo dos resíduos, no âmbito interno dos estabeleci- mentos, deve obedecer a critérios que conduzam à minimização do risco à saúde das pessoas envolvidas e à qualidade do meio ambiente. 4. Acondicionamento e Armazenamento: uma vez identificados todos os resíduos, eles devem ser segregados entre si e acondicionados de modo independente, sendo armazenados temporariamente atéa pró- xima etapa. 5. Coleta: compreende a operação de transferência dos resíduos acondi- cionados do local da geração para o armazenamento temporário e/ou tratamento interno. 6. Transporte: considera o tipo de veículo utilizada para encaminhamento do resíduo ao tratamento ou reciclagem. Os resíduos classificados como classe I – perigosos, necessitam de veículos com prévia autori- zação do órgão ambiental, geralmente estadual, para o seu transporte. 7. Pré-tratamento: em muitos casos, os resíduos requerem algum tipo de pré-tratamento antes do seu encaminhamento. Por exemplo, latas de alumínio para reciclagem precisam ser prensadas antes do transporte para redução de volume. O pré-tratamento pode ser conduzido dentro ou fora das dependên- cias da empresa geradora e deve ser verificado se a etapa requer li- cenciamento aplicável para o processo em questão. 8. Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos envol- vendo a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos pro- dutos, observados as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes, se assim houver. Ainda nesta etapa, é possível considerar o reúso, processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação. 45Níveis e áreas de atuação 9. Tratamento: conjunto de unidades, processos e procedimentos que al- tera as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos visando à redução da periculosidade, toxicidade, ou seja, agressividade ao meio ambiente e/ou seres humanos. 10. Destinação final: deverá ser realizada de acordo com as características e classificação, podendo ser objeto de tratamento (reprocessamento, reciclagem, descontaminação, incorporação, coprocessamento, rerre- fino, incineração) ou disposição em aterros sanitário ou indústria. O importante em um plano de gerenciamento de resíduos sólidos é obe- decer à hierarquia de prioridades, conforme demonstra a Figura 4. Figura 4. Hierarquia de prioridades em PGRS. Fonte: Adaptado de Tochetto (2009). Observa-se o papel fundamental do gestor ambiental para o equaciona- mento das questões ambientais nos empreendimentos, sendo o elo de ligação entre a hierarquia mais alta das empresas e os setores operacionais e tendo um papel desafiador na implementação de sistemas de gerenciamento e SGA. 1. O SGA, implementado segundo a ISO 14001, permite a obtenção de certifi- cação após auditoria por organismo certificador acreditado. Para muitas empresas, obter a certificação da ISO 14001 é uma demanda de mercado, pois demonstra seu comprometi- mento com práticas sustentáveis e Introdução à gestão ambiental46 padrões internacionais de gestão ambiental. O princípio que permite que as organizações busquem a melhoria contínua está alicerçado em que conceito? a) Sistema de gestão. b) Órgão acreditado. c) Política ambiental. d) Ciclo PDCA. e) Auditoria interna. 2. Estabelecer um sistema de gestão ambiental baseado nos princípios da NBR ISO 14001 requer considerar 5 passos. Abaixo, elencamos alguns deles; assinale a opção que contém a relação correta: a) Definir política ambiental e ciclo PDCA. b) Promover ações corretivas e redução de custos. c) Desenvolver cultura preventiva e estabelecer objetivos e metas. d) Estabelecer política ambiental e objetivos e metas. e) Padronizar procedimentos e realizar avaliação através de auditorias. 3. Complete a sentença com a alterna- tiva correta: Ao ser implementado um sistema de gestão ambiental, vários ganhos são observados, como, por exem- plo: ___________________________ e ____________________________. a) Imagem da organização e atuação responsável. b) Política ambiental e comprometi- mento da alta direção. c) Reconhecer aspectos e impactos e definir política ambiental. d) Padronizar procedimentos e iden- tificar requisitos legais aplicáveis. e) Obter e atualizar licenciamentos ambientais. 4. Dentro de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, é importante obedecer à hierarquia de priori- dades. Em relação a isso, podemos afirmar: a) Deve-se priorizar a etapa de geração visando identificar as fontes. b) Evitar a geração de resíduos é a base da hierarquia. c) Identificar a destinação final ade- quada é a etapa mais importante em um PGRS. d) Caracterizar os resíduos gerados é a segunda etapa a ser conside- rada. e) A etapa de acondicionamento é essencial para evitar contami- nação de resíduos perigosos e não perigosos. 5. Considerando as afirmativas abaixo, assinale F (falso) ou V (verdadeiro). A série ISO 14000 é composta por várias normas, as quais podemos re- lacionar: a) ISO 14001 – Estabelece diretrizes sobre desempenho ambiental. b) ISO 14010 – Referente à rotu- lagem ambiental. c) ISO 14040 – Trata da análise do ciclo de vida. d) Guia ISO 64 – Guia sobre as normas de auditorias ambientais. e) ISO 14020 – Corresponde ao suporte da gestão ambiental. 47Níveis e áreas de atuação BRAGA, B. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002. CORAZZA, R. I. Gestão ambiental e mudanças da estrutura organizacional. RAE Eletrôni- ca, São Paulo, v. 2, n. 2, jul./dez. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/raeel/ v2n2/v2n2a06.pdf >. Acesso em: 01 set. 2016. INMETRO. Organizações acreditadas. 2012. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/ credenciamento/organizacoesCredenciadas.asp>. Acesso em: 14 ago. 2016. MASTER AMBIENTAL. Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). [2016?]. Dispo- nível em: <https://www.masterambiental.com.br/consultoria-ambiental/gerenciamen- to-de-residuos/plano-de-gerenciamento-de-residuos-solidos-pgrs>. Acesso em: 15 ago. 2016. PIMENTA, H. C. D. Gestão ambiental. Curitiba: Editora do Livro Técnico, 2012. RAMOS, G. G. C.; CAMPANI, D. B. Elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos de uma empresa do ramo de construção civil de infraestrutura. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE QUALIDADE AMBIENTAL, 8., 2012, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre: ABES, 2012. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/sga/biblioteca-sga/textos-cga/links/ID558. pdf>. Acesso em: 15 ago. 2016. SEIFFERT M. E. B. ISO 14001 Sistemas de gestão ambiental: implantação objetiva e econô- mica. São Paulo: Atlas, 2011. TOCHETTO, M. Gerenciamento de resíduos sólidos. Santa Maria, RS: Departamento de Química UFSM, 2009. UNIQ. Roteiro resumido de implantação ISO 14001. [2005?]. Disponível em: <http://uniq. com.br/meio-ambiente/roteiro-resumido-de-implantacao-iso-14001/>. Acesso em: 14 ago. 2016. Leitura recomendada Para ampliar seu conhecimento sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, leia o Manual de Gerenciamento de Resíduos – anexo. Introdução à gestão ambiental48 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Na Dica do Professor desta Unidade de Aprendizagem, você vai perceber os níveis de atuação do gestor ambiental nas empresas, bem como seus desafios e objetivos. Você perceberá que o gestor ambiental pode desempenhar um papel estratégico dentro das empresas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O gestor ambiental pode atuar em distintos níveis dentro das empresas. Assinale a alternativa que contém um nível considerado estratégico. A) Gestor da qualidade. B) Técnico em meio ambiente. C) Gestor de meio ambiente. D) Diretor de sustentabilidade. E) Diretor de RH. 2) Estabelecer um sistema de gestão ambiental (SGA) baseado no princípios da NBR ISO 14001 requer considerar cinco passos. Assinale a opção que cita corretamente dois desses passos propostos na NBR ISO 14001. A) Definição de política ambiental e ciclo PDCA. B) Promover ações corretivas e redução de custos. C) Desenvolver cultura preventiva e estabelecer objetivos e metas. D) Estabelecer política ambiental e objetivos e metas. E) Padronizar procedimentos e realizar avaliação por meiode auditorias. 3) Complete a sentença com a alternativa correta: Ao ser implementado um sistema de gestão ambiental, vários ganhos são observados, como, por exemplo: _________ e _________. A) Imagem da organização e atuação responsável. B) Política ambiental e comprometimento da alta direção. C) Reconhecer aspectos e impactos e definir política ambiental. D) Padronização de procedimentos e identificar requisitos legais aplicáveis. E) Obter e atualizar licenciamentos ambientais. 4) Considerando que um dos papéis do gestor é atuar de forma a reduzir impactos ambientais, seguir o princípio dos 3Rs para atuar em gestão de resíduos é uma diretriz efetiva. Em relação ao princípio dos 3Rs, assinale a alternativa correta. A) Deve-se priorizar a etapa de geração, visando identificar as fontes. B) Evitar a geração de resíduos é a base da hierarquia. C) Identificar a destinação final adequada é a etapa mais importante em um PGRS. D) Caracterizar os resíduos gerados é a segunda etapa a ser considerada. E) A etapa de acondicionamento é essencial para evitar contaminação de resíduos perigosos e não perigosos 5) Para a implantação de um SGA, o gestor ambiental deverá seguir alguns passos. Marque a alternativa correta a esse respeito. A) A primeira tarefa é estabelecer um plano de ação para o atendimento de metas. B) A última tarefa é a definição de metas e objetivos ambientais. C) O estabelecimento de planos de ações para o atendimento de metas é a etapa que antecede a realização de monitoramentos. D) Promover ações corretivas de melhoria integra a primeira tarefa do gestor. E) A segunda tarefa no SGA é a implementação da NBR ISO 14001. NA PRÁTICA Considere que uma empresa está estruturando uma implementação de um SGA e você é o gestor que irá estruturar esse programa de gestão. Dentro do seu papel de gestor, deverá considerar: Alguns exemplos mais comuns desses planos e programas aplicáveis à indústria são: PGRS – Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos PCEA – Programa de Controle de Emissões Atmosféricas PCS – Programa de Coleta seletiva PCMEI – Programa de Controle e Monitoramento de Efluentes Industriais PCO – Programa de Controle de Odores. O estabelecimento de procedimentos operacionais e de gestão e da realização dos devidos treinamentos e consequente implementação das ações descritas possibilita que a gestão ambiental e seus conceitos sejam eternizados e façam parte da rotina dos trabalhadores em todos os níveis. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Gestão de resíduos: Política Nacional de Resíduos Sólidos Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Melhores práticas ambientais em empresas do Rio Grande do Sul Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! ISO - International Organization for Standardization Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Ambiente - Tecnologias [Série Tekne - IFRS] Inicie sua leitura com o tópico Gestão ambiental organizacional (página 232) e finalize em Norma internacional ISO 14001, que se encerra na página 238. O trabalho e as organizações: atuações a partir da psicologia Inicie sua leitura com o tópico O sistema de gestão ambiental que se inicia na página 188 e finaliza na página 190. Meio Ambiente e Sustentabilidade Inicie sua leitura no tópico Sistema de Gestão Ambiental: Série ISO 14000 e Norma ISO 14001 (página 394) e leia até o final do tópico Produção mais limpa (página 398). O papel do profissional APRESENTAÇÃO Para que se desenvolva uma consciência de preservação e a consequente mudança dessa realidade de degradação ambiental, é preciso entender importantes conceitos ambientais, como a ecoeficiência, a sustentabilidade, a responsabilidade social e a consciência ecológica. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar esses conceitos e o importante papel do gestor ambiental na transformação da realidade em que vivemos (de retirada excessiva de recursos naturais e poluição), por meio de ferramentas como a educação ambiental. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar a ecoeficiência e a sustentabilidade como agentes necessários para a melhoria das relações humanas com o meio ambiente. • Analisar o papel do gestor na responsabilidade social e como suas ações refletem no entorno de onde ela é aplicada. • Identificar o papel do educador ambiental e da educação ambiental na construção da consciência ecológica. • DESAFIO A sustentabilidade é a capacidade de atender as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades. Nesse sentido, o papel do gestor ambiental é educar, buscando soluções que se encaixem nos três pilares da sustentabilidade (social, ambiental e econômico). Essas são estratégias de gestão ambiental: prevenção à poluição (PP), produção mais limpa (P+L), análise do ciclo de vida (ACV), ecoeficiência e ecodesign. Imagine-se como um educador/pesquisador de uma Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT) que acaba de participar de um edital de fomento à pesquisa para o desenvolvimento de um projeto cuja a linha possui ênfase no beneficiamento de um processo industrial. O primeiro passo desse projeto é elaborar um escopo de trabalho focado nessas estratégias sustentáveis para viabilizar o processo industrial de uma empresa. Seu desafio é pesquisar e descrever uma metodologia (que já tenha sido aplicada com êxito dentro de alguma empresa para beneficiamento de seu processo industrial) caracterizando elementos de produção mais limpa e ecoeficiência. Faça um roteiro com as principais ações a serem aplicadas e dê um exemplo como case de sucesso. INFOGRÁFICO O gestor ambiental deve sempre agir com base nos três pilares da sustentabilidade e, a partir deles, pensar em estratégias que reduzam o consumo dos recursos naturais, mas que ainda atendam as necessidades dos clientes. Os desafios são grandes e incluem a melhoria da qualidade de vida das comunidades. CONTEÚDO DO LIVRO Um dos grandes desafios para a humanidade é conciliar o crescimento econômico e social com o equilíbrio ecológico, e que também é claramente o papel do gestor ambiental no exercício de sua profissão. Aprofunde seus conhecimentos com a leitura do capítulo O papel do profissional, da obra Introdução à gestão ambiental. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Juliana Saccol I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 O papel do profissional Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar a ecoeficiência e a sustentabilidade como agentes necessários para a melhoria das relações humanas com o meio ambiente. Analisar o papel do gestor na responsabilidade social e como suas ações refletem no entorno em que ela é aplicada. Identificar o papel do educador ambiental e da educação am- biental na construção da consciência ecológica. Introdução Neste texto, você estudará o importante papel do gestor ambiental na transformação da realidade em que vivemos, de poluição e de re- tirada excessiva de recursos naturais, através de ferramentas como a educação ambiental. O texto traz importantes conceitos ambientais que precisam ser entendidos para que se desenvolva uma consciên- cia de preservação e a consequente mudança desta realidade de degradação ambiental. Alguns conceitos trazidos neste texto são a ecoeficiência, a sustentabilidade, a responsabilidade sociale a cons- ciência ecológica. Mudanças a partir da ecoeficiência e da sustentabilidade A ecoeficiência é um conceito trazido pela World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e surgiu em 1991, após a publicação do livro Changing Course. Este conceito diz que, para atingir a ecoeficiência, de- vemos prestar serviços e oferecer bens necessários para as pessoas sem causar poluição, sem retirar os recursos em excesso e respeitando a capacidade de sustentação do nosso planeta. Já o conceito de sustentabilidade surgiu a partir da criação do documento chamado Estratégia Mundial para a Conservaç ã o da Natureza elaborado pela Uniã o Internacional para a Conservaç ã o da Natureza (IUCN), pelo Programa de Meio Ambiente das Naç õ es Unidas (PNU- MA) e pelo World Wildlife Fund (WWF). A sustentabilidade é a capacidade de atender as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gera- ções futuras de atenderem suas próprias necessidades. World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) é a mais importante instituição em sustentabilidade empresarial no mundo. Conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países de 22 setores industriais, além de 200 empresas mul- tinacionais que atuam em todos os continentes. Através dos seus membros, o conselho aplica ajuda para gerar soluções construtivas e tomar medidas compartilhadas para impulsionar a implementação do desenvolvimento sustentável nas empresas. Por meio da ecoeficiência, busca-se reduzir o consumo de recursos como materiais, água e energia, reduzir o impacto causado na natureza por causa dos gases poluentes e efluentes lançados nos rios e melhorar o valor de um produto ou serviço oferecendo preço mais justo e utilizando menos os re- cursos da natureza. A sustentabilidade trabalha a favor do bem-estar geral por meio da utilização racional dos recursos sem produzir a desigualdade e causar pobreza por essa exploração excessiva. Uma empresa sustentável deve gerar melhorias para a comunidade de seu entorno, melhorando a qualidade de vida, trazendo renda para os moradores locais e preservando o ambiente natural. O desenvolvimento sustentável tem como função proporcionar de- senvolvimento humano; distribuição justa dos recursos naturais; desenvolvi- mento trazendo saúde e qualidade de vida com as conexões entre economia, ecologia, tecnologia, política e sociedade. Pode-se citar como exemplos de políticas sustentáveis a agricultura orgânica, o manejo florestal, a reciclagem, a produção de energia limpa, entre outros (NASCIMENTO, 2009). A ecoefi- ciência e a sustentabilidade são extremamente necessárias para o reequilíbrio Introdução à gestão ambiental26 do ambiente em que vivemos, pois elas trazem melhorias em todas as esferas, social, ambiental e econômica, além de gerar um diferencial competitivo para a empresa que a pratica. Deverá ficar claro para você que a sustentabilidade não está ligada somente ao meio ambiente, mas que ela envolve a parte social, econômica e também a ambiental. Estes três pilares são conhecidos como tripple bottom line ou tripé da sustentabilidade (Fig. 1). Uma empresa sustentável é aquela que consegue manter-se economicamente ao mesmo tempo em que se preocupa com o meio ambiente e a comunidade do seu entorno. Figura 1. Tripé da sustentabilidade. Fonte: Emprenext (2016). 27O papel do profissional Você sabe algumas atitudes que podem ser consideradas sustentáveis e ecoeficientes? Vamos citar algumas: Reaproveitamento de resíduos como matéria-prima, como fazer camisas a partir de garrafas pet. Reciclagem de materiais como plástico, metal, vidro e papel e compostagem dos orgânicos, como cascas de fruta e vegetais. Criação de sistemas de aproveitamento de água da chuva. Criação de tecnologias para produção de energia renovável por meio das fontes mais conhecidas como a energia solar e eólica. Disseminação da educação ambiental para que todos possam contribuir com a melhoria das relações humanas com o meio ambiente. O papel do gestor ambiental como agente transformador através da responsabilidade social A responsabilidade social em seus diversos aspectos A Responsabilidade Social (RS) ligada as questões ambientais se trata de ir além de cumprir o básico necessário para ter um ambiente saudável. Ela co- meça quando pessoas e organizações sentem a necessidade de fazer mais pelo bem-estar coletivo, fazendo muitas vezes ações voluntárias para melhorar a qualidade ambiental e de vida, do seu entorno, que vão além da obrigação de cumprir a legislação. Há algumas variantes do conceito de responsabilidade social como a res- ponsabilidade social corporativa (RSC), responsabilidade social empresarial (SER) e responsabilidade social ambiental (RSA). Para saber mais, acesse o link: http://www.responsabilidadesocial.com/o-que-e-res- ponsabilidade-social/?id=1. Introdução à gestão ambiental28 O gestor ambiental tem papel fundamental na responsabilidade social, pois é ele quem planeja e administra os programas ambientais da empresa, a implantação de certificações e, o mais importante, a preservação ambiental. Ele terá de estar apto a trabalhar nos diversos segmentos econômicos, sociais, ambientais, políticos e culturais. O gestor ajuda a empresa a garantir o equi- líbrio entre ter lucros, atender as necessidades dos clientes, garantir a preser- vação ambiental e o bem-estar social. A responsabilidade social nas empresas está ligada a 4 eixos: a qualidade de vida na empresa, a saúde e bem-estar, o vínculo com a comunidade e o cuidado com o meio ambiente (ver Fig. 2). Figura 2. Eixos da Responsabilidade Social. Fonte: Campanhã (2011). Eixo 3 Vínculo com a comunidade Eixo 2 Saúde e bem-estar Eixo 1 Qualidade de vida na empresa Eixo 4 Cuidado do meio ambiente 29O papel do profissional A responsabilidade social é um assunto tão importante que está relacionada a uma norma ISO. No dia 1° de novembro de 2010, foi publicada a ISO 26000, uma norma de diretrizes sobre responsabilidade social que pode ser aplicada a todos os tipos e portes de organizações, de pequenas a grandes e de todos os setores, desde o governo até ONG’s e empresas privadas. A ISO 26000:2010 define a responsabilidade social como a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente por meio de um comportamento ético e transparente que: Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive para a saúde e para o bem-estar da sociedade; Leve em consideração as expectativas das partes interessadas; Esteja em conformidade com a legislação aplicável; Seja consistente com as normas internacionais de comportamento; e Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações. A implantação da reponsabilidade social é muito benéfica para todos, pois atinge os diversos aspectos da sociedade, melhorando o ambiente de trabalho ao criar novos vínculos e melhorar o trabalho em equipe e a comunicação no ambiente empresarial. O gestor possibilita que as ações sociais se tornem parte dos valores da empresa, ajudando, assim, a comunidade do seu entorno e podendo ir muito além dela. Deverá ficar claro para você que a responsabilidade social atinge todas as esferas, desde a social até a ambiental e traz benefícios tanto para a organização que a pratica quanto para as pessoas e o ambiente à sua volta. Introdução à gestão ambiental30 Educação ambiental O educador ambiental e o desenvolvimento da consciência ecológica Com a constante degradação da natureza e a falta de responsabilidade so- cial, a educação ambiental tem se tornado uma ferramenta muito importante e transformadora, pois seu objetivo é criar uma consciência ecológica para reverter o atual quadro de degradação socioambiental. A consciência eco- lógica é a capacidade de entender que cada ação humana no meio ambiente gera uma reação que pode ser positivaou negativa. É a capacidade de per- ceber que fazemos parte do meio ambiente e que quando geramos poluição e contaminação, estamos prejudicando a nós mesmos. Através da consciência ecológica, as pessoas passam a se inserir no meio ambiente e cultivar valores e sentimentos de proteção da natureza. O conceito educação ambiental aparece na Constituição Federal de 1988; porém, apenas em 1999 surgiu a Lei 9.795, pertinente à educação ambiental. Esta lei traz as diretrizes para a educação ambiental, além de instituir a Política Nacional de Edu- cação. Nesta lei, são relacionados objetivos muito importantes da educação am- biental, entre eles: O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; A garantia de democratização das informações ambientais; O estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; O incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da quali- dade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, de- mocracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; O fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; O fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. 31O papel do profissional O educador ambiental tem o grande desafio de fazer com que as pessoas desenvolvam valores e comportamentos de respeito mútuo e compromisso com a conservação dos recursos naturais, além de estimular uma visão crí- tica sobre as questões ambientais e o papel de cada um na defesa do meio ambiente. Uma importante ação relacionada à educação ambiental é a política dos 5R’s. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), os cinco R’s (ver Fig. 3), são um processo edu- cativo que reflete a mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos. A questão-chave desta política é levar as pessoas a repensarem seus valores e práticas em relação ao meio ambiente, reduzindo o consumo de bens não essenciais e o desperdício. Os 5R’s são reduzir o consumo de recursos naturais, repensar o consumo exagerado e as prá- ticas relacionadas ao meio ambiente, reaproveitar ao invés de descartar, reciclar os ma- teriais que têm essa possibilidade e recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos. Esta prática traz diversos benefícios: Redução da extração de recursos naturais; Redução dos resíduos nos aterros e o aumento da sua vida útil; Redução dos gastos do poder público com o tratamento do lixo; Redução do uso de energia nas indústrias e intensificação da economia local (su- cateiros, catadores, etc.). Figura 3. Política dos 5R’s. Fonte: Cagna (2013). Introdução à gestão ambiental32 As práticas em educação ambiental são uma boa ferramenta para o de- senvolvimento desta consciência ecológica. O educador ambiental ensina conceitos e desenvolve atividades práticas como a criação de composteira, montagem de horta comunitária, plantio de mudas e reaproveitamento de ma- teriais que seriam jogados fora, entre outras diversas atividades. Com estas atividades práticas, o educador ambiental consegue aproximar as pessoas da natureza e desenvolver a consciência ecológica, fazendo com que cada um mude seus comportamentos e comece a respeitar mais o ambiente. 1. Considerando os conceitos apre- sentados, é possível afirmar que a ecoeficiência: a) É sinônimo exclusivo de susten- tabilidade. b) Abarca apenas o cuidado com o meio ambiente. c) É uma prática que está relacio- nada principalmente aos cida- dãos. d) Busca a prestação de serviços e a venda de produtos de maneira eficiente, reduzindo o consumo dos recursos naturais. e) Não embasa sua prática nas ques- tões ambientais e sociais. 2. Considerando os conceitos apre- sentados, é possível afirmar que a sustentabilidade: a) Abarca apenas as questões ambientais. b) Trata-se de um conceito que en- globa a parte econômica, social e ambiental. c) Apresenta o conceito do tripé da sustentabilidade, no qual estão incluídas as partes social, am- biental e empresarial. d) Está relacionada exclusivamente à saúde. e) Surgiu em uma conferência junto ao conceito de ecoeficiência. 3. Dentre estas, qual é considerada uma prática sustentável: a) Descarte de materiais recicláveis. b) Envio de resíduos orgânicos para o aterro. c) Reaproveitamento de resíduos como matéria-prima. d) Utilizar recursos não renováveis como matéria-prima. e) Misturar resíduos orgânicos com recicláveis. 4. Assinale a alternativa que comple- menta corretamente a frase a seguir: Através da ______________________ , busca-se equilibrar o ambiente ____ _____________ , social e ambiental, melhorando assim a relação com o ambiente, enquanto na ____________ busca-se reduzir o consumo de ________________ sem deixar de ofe- recer serviço de melhor qualidade com preço justo. a) ecoeficiência, empresarial, susten- tabilidade, energia 33O papel do profissional b) ecoeficiência, econômico, sus- tentabilidade, matéria-prima c) sustentabilidade, econômico, ecoeficiência, recursos naturais d) sustentabilidade, empresarial, ecoeficiência, recursos naturais e) ecoeficiência, econômico, sus- tentabilidade, recursos naturais 5. Com relação à educação am- biental, assinale a alternativa correta: a) As práticas em educação ambiental não são suficientes como ferramenta para o de- senvolvimento da consciência ecológica. b) São práticas ligadas à educação ambiental a criação de compos- teira, a destinação de resíduos para o aterro, a montagem de hortas e a reciclagem. c) Os 5R’s se tratam de reduzir, repensar, reaproveitar, reciclar e reorganizar. d) Com a educação ambiental, as pessoas desenvolvem uma cons- ciência ecológica e se inserem no meio ambiente, o que gera maior preocupação com a preservação da natureza. e) A Lei 12.305 trata das diretrizes para a educação ambiental. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 26000. 2010. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/[field_ge- nerico_ imagens-filefield-description]_65.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2016. BRASIL. Lei n° 9.795 de 27 de abril de 1999. Institui a Política Nacional de Educação Am- biental. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L9795.htm>. Acesso em: 01 set. 2016. CAGNA, C. E. Os 5 “Rs” da reciclagem. É simples ajudar o planeta. jan. 2013. Disponí- vel em: <http://ecohospedagem.com/os-5-rs-da-reciclagem-e-simples-ajudar-o- -planeta/#ixzz4KBboCb3V>. Acesso em: 01 set. 2016. CAMPANHÃ, M. R. Responsabilidade Social Corporativa, funciona?!. 14 abr. 2011. Dispo- nível em: <https://www.ufrgs.br/vies/vies/responsabilidade-social-corporativa-rsc- -funciona/>. Acesso em: 01 set. 2016. DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2. ed., rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2011. EMPRENEXT. 2016. Disponível em: <http://emprenext.com/>. Acesso em: 01 set. 2016. JACOBI, P. et al. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de pesquisa, São Paulo, v. 118, n. 3, p. 189-205, 2003. Introdução à gestão ambiental34 NASCIMENTO, L. F.; LEMOS, Â. D. C.; MELLO, M. C. Gestão socioambiental estratégica. Porto Alegre: Bookman, 2011. NASCIMENTO, M. S. Direito ambiental e o princípio do desenvolvimento sustentável. Âmbito Jurídico, Rio Grande, v. 12, n. 71, dez. 2009. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6973>. Acesso em: 10 ago. 2016. SILVA, S. C. Gestão ambiental: O papel do gestor no desenvolvimento socio-econômico e sustentável do meio ambiente. 2012. 32 f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão Am- biental)–Faculdade Apogeu, Brasília, DF, 2012. TEIXEIRA, M. Ecoeficiência e sustentabilidade organizacional: o relatório de sustentabilidade. 2010. Disponível em: <http://www.academia.edu/9629667/Ecoefici %C3%AAncia_e_ Sustentabilidade_Organizacional>. Acesso em: 10 ago. 2016. Leitura recomendada RUPPENTHAL, J. Gestão ambiental. Santa Maria, RS: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, 2014. 35O papel do profissional Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir apresenta os conceitos básicos inerentes ao papel do profissional gestor ambiental como educador e transformador da realidade em que vivemos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Considerando os conceitos apresentados, assinale a alternativa correta sobre ecoeficiência. A) É sinônimo exclusivo de sustentabilidade. B) Abarca apenas o cuidado com o meio ambiente. C) É uma prática relacionada principalmente aos cidadãos. D) Busca a prestação de serviços e a venda de produtos de maneira eficiente, reduzindo o consumo dos recursos naturais. E) Não embasa sua prática nas questões ambientais e sociais. 2) Considerando os conceitos apresentados, assinale a alternativa correta sobre sustentabilidade. A) Abarca apenas as questões ambientais. B) É um conceito que engloba a parte econômica, a social e a ambiental. C) Apresenta o conceito do tripé da sustentabilidade, em que estão incluídas a parte social, a ambiental e a empresarial. D) Está relacionada exclusivamente à área da saúde. E) Surgiu em uma conferência junto ao conceito de ecoeficiência. 3) Assinale a alternativa que contém uma prática sustentável. A) Descarte de materiais recicláveis. B) Envio de resíduos orgânicos para o aterro. C) Reaproveitamento de resíduo como matéria-prima. D) Utilizar recursos não renováveis como matéria-prima. E) Misturar resíduos orgânicos com recicláveis. 4) A responsabilidade social (RS) se apresenta como um tema cada vez mais importante no comportamento das organizações. Referente a ela, escolha a alternativa correta. A) A RS está relacionada à norma ISO 14001, que se trata de uma norma para a certificação empresarial em responsabilidade social. B) RS significa seguir corretamente a legislação ambiental e social, ajudando, desta forma, a preservar o meio ambiente e as relações sociais. C) Na RS empresarial, estão relacionados dois eixos, o vínculo com a comunidade e a qualidade de vida na empresa. D) A RS traz melhorias apenas na organização onde é implantada. E) A RS vai além de seguir a legislação, ela se trata de ações voluntárias que beneficiam tanto a organização quanto a comunidade e o meio ambiente. 5) Com relação à educação ambiental, assinale a alternativa correta. A) As práticas em educação ambiental não são suficientes como ferramenta para o desenvolvimento da consciência ecológica. B) São práticas ligadas à educação ambiental: criação de composteira, destinação de resíduos para o aterro, montagem de hortas e reciclagem. C) Os 5Rs tratam de reduzir, repensar, reaproveitar, reciclar e reorganizar. D) Com a educação ambiental, as pessoas desenvolvem uma consciência ecológica e se inserem no meio ambiente, o que gera maior preocupação com a preservação da natureza. E) A Lei no 12.305 trata das diretrizes para a educação ambiental. NA PRÁTICA Em uma aula de gestão ambiental, o professor, pensando em mostrar aos alunos a importância do consumo consciente e de se optar por produtos sustentáveis, decide propor um desafio. Ele solicita que os alunos pesquisem e elaborem uma análise do ciclo de vida de um produto para que entendam a necessidade de buscar soluções sustentáveis, pensando na aplicabilidade de todos os conceitos já estudados no semestre. Na prática, eles podem estruturar uma cadeia produtiva, elaborando o ACV em forma de um fluxograma ou de um infográfico. Veja as etapas do ciclo de vida de um produto e, em seguida, o ciclo de vida de um produto específico. *Obs.: A ACV é regulamentada pelas normas internacionais ISO 14040 e ISO 14044, que no Brasil são chamadas de NBR ISO 14040 e NBR ISO 14044, respectivamente. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Guia da Rede Produção mais Limpa Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Perspectivas do ciclo de vida a partir da nova ISO 14001:2015 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Atividades autônomas APRESENTAÇÃO Você conhece as características e habilidades necessárias para desenvolver atividades autônomas dentro da gestão ambiental? E os riscos e benefícios, você sabe quais são? Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer três possíveis nichos para a formação do gestor ambiental, sendo elas a de auditor, a de consultor e de especialista. Além disso, vai entender quais são as vantagens dessas atuações e o que elas têm em comum. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar as principais características entre auditores, consultores e especializados.• Relacionar as características e habilidades de um profissional autônomo.• Identificar os nichos de trabalho para o exercício do gestor ambiental autônomo.• DESAFIO Você, como gestor ambiental, e atuando como auditor, é chamado por uma empresa de fabricação de telhas para realizar um trabalho. Ao chegar na primeira reunião, o diretor administrativo recebe você e explica que está precisando que seja elaborado e implantado um plano de gerenciamento de resíduos (incluindo o efluente gerado) dentro de sua unidade. Percebendo que sua atuação não corresponde ao que está sendo solicitado, você deve explicar para o diretor qual é a diferença entre os dois profissionais - auditor e consultor, explicar em qual fase você poderá auxiliar e colocar seu serviço à disposição. INFOGRÁFICO As possibilidades de atuação para o gestor ambiental, como profissional autônomo, exigem capacidades específicas para cada ramo: CONTEÚDO DO LIVRO No capítulo Atividades autônomas, da obra Introdução à gestão ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai complementar seu entendimento a respeito da atuação do consultor no mercado. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Vanessa de Souza Machado I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Atividades autônomas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar as principais características entre auditores, consul- tores e especializados. Relacionar as características e habilidades de um profissional au- tônomo. Identificar os nichos mais adequados para o exercício do gestor ambiental autônomo. Introdução Neste texto, você estudará características e habilidades necessá- rias para desenvolver atividade autônoma, para ter condição de entender, avaliar, decidir e reconhecer os riscos e benefícios desta atividade. Dentre as possibilidades existentes, vamos abordar três possíveis nichos para a formação do gestor ambiental: a de auditor, a de con- sultor e a de especialista. Para cada um desses ramos profissionais possa ser mais bem entendido, serão abordadas principais carac- terísticas, suas diferenças, habilidades relacionadas e atividadesen- volvidas. Gestor ambiental consultor, auditor e especialista Ao ser um gestor ambiental você já é um consultor. Para ser um consultor, não precisa atender a nenhum novo requisito legal. Qualquer profissional pode ser um consultor, e esta é a boa e a má notícia. Por ser uma atuação que não limita e não define critérios para a concorrência, dependerá muito de suas habilidades pessoais e de seu grau de inteligência adquirida durante a formação o sucesso neste ramo. Um gestor ambiental consultor pode atuar diretamente na elaboração de procedimentos e de controles para garantir os resultados propostos pela empresa, assim como também poderá atuar em parcerias com outros pro- fissionais de áreas específicas. Neste caso, por exemplo, poderá fazer o gerenciamento de todo processo de licenciamento, contratando e gerindo os profissionais envolvidos e as informações encaminhadas. Uma das carên- cias identificadas no processo é justamente a do profissional que gerencie as informações. Desta forma, garante que não ocorra nenhuma divergência de informações entre áreas de conhecimentos, pois este profissional fará a compilação e a revisão das informações, garantindo que tudo tenha relação e coerência ao final. Desta forma, o gestor ambiental garantirá maior qua- lidade e agilidade nos trâmites do processo. O consultor atua em diferentes segmentos, em assuntos relacionados às questões ambientais, e tem oportunidade de vivenciar uma grande diversi- dade de assuntos. Isso possibilita que sua experiência seja cada vez maior e desenvolva sua visão macro e geral dos assuntos, garantindo, desta forma, bons resultados em sua atuação. Além disso, este profissional pode atuar como consultor, conforme já mencionado, no gerenciamento de pequenos a grandes projetos, nos quais coordenará uma equipe multidisciplinar, a qual atenderá as necessidades específicas identificadas caso a caso, melhorando a situação do cliente. Neste ramo de atuação, é fundamental que o gestor ambiental imponha seu valor, evidenciando, durante todo o processo e, principalmente, no final, os resultados alcançados com o serviço proposto, se possível, compa- rando a situação anterior com a situação alcançada com evidências claras. Outra atividade autônoma que o gestor pode desempenhar é a de au- ditor. Auditor é o profissional que avaliará de forma sistemática o cumpri- mento de um determinado programa, sistema de gestão, licença ambiental, processo e assim por diante. Um gestor ambiental no ramo auditoria precisa ser capaz de identificar e apontar possíveis problemas operacionais que afetem os resultados es- perados, causando, de forma direta ou indireta, efeitos adversos ao meio ambiente. Para ficar mais claro, este profissional autônomo não atuará na fase de planejamento ou até mesmo na de elaboração de procedimentos e normas; ele busca evidências para comprovar o cumprimento das normas e procedimentos (conforme escopo pré-definido com empreendedor) já es- tabelecidos em fases anteriores. Um auditor não elabora e não propõe solu- ções, ele avalia/identifica. Introdução à gestão ambiental50 Algumas habilidades pessoais são necessárias neste ramo. As principais são capacidade de interpretação (inteligência) e habilidade para tratar com pessoas (em diferentes níveis hierárquicos). Neste ramo de atuação, é fundamental que o gestor ambiental desem- penhe seu papel sem nenhum tipo de interferência pessoal/emocional. Ele deve avaliar de forma clara, objetiva e ética o escopo que está sendo auditado. O gestor ambiental também pode atuar como especialista. Nesta área, deverá ser um profissional altamente especializado em alguma das di- versas áreas relacionadas ao meio ambiente, como, por exemplo, gestão de resíduos. Ele poderá migrar para uma atuação mais generalista; no entanto, é uma decisão que deverá tomar avaliando seus objetivos profissionais e realização pessoal. Uma decisão difícil de ser tomada, que deve ser amadu- recida durante a vida profissional. Nas empresas, o cuidado com o meio ambiente não é mais burocrático e superficial; passou a ser real e estratégico para os resultados. Para que o gestor tenha qualificação para desempenhar a função de es- pecialista, é necessário mais que habilidades pessoais como relacionamento interpessoal. Ele deverá possuir um grande conhecimento e vivências prá- ticas, independentemente da área escolhida para especialidade. É muito importante entender bem as habilidades que serão exigidas em um ou outro caminho. Por exemplo, se você gosta de ‘botar a mão na massa’, melhor ser especialista, mas se tem habilidade em lidar com pessoas e ne- gócios, pode buscar a área de consultor ou auditor. Deverá ficar claro que o mais adequado seria escolher um segmento apenas, sob pena de não conseguir a colocação em nenhuma das áreas. Todas possuem suas especificidades, as quais demandam tempo de estudo aprofundado (para o com- plemento da formação) e experiência para formarem um bom profissional. Assim, é prudente optar por qual segmento será trilhada essa caminhada de formação, sob pena de perder o foco. 51Atividades autônomas Tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo, desde o dia 1º de abril de 2016, o Projeto de Lei 265/2016, do deputado Celso Nascimento (PSC). O projeto dispõe sobre a realização de auditorias ambientais compulsórias nos empreendimentos que desen- volvam atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, que impliquem riscos aos ecossistemas e à qualidade de vida, no âmbito do Estado de São Paulo. As auditorias envolveriam a execução de avaliações e estudos destinados ao de- sempenho da gestão ambiental dos empreendimentos; o cumprimento das normas legais ambientais em vigor; a implementação dos programas ambientais, de controle, compensação e monitoramento ambiental, bem como das condicionantes técnicas das licenças e das determinações dos órgãos ambientais competentes; identificação de eventuais falhas na operação dos empreendimentos e mensuração dos riscos de danos ambientais; e proposição de medidas para proteger o meio ambiente e a saúde humana de danos ambientais indesejados. Características e habilidades associadas ao profissional autônomo Um profissional autônomo depende de sua produtividade para alcançar re- sultados de acordo com metas estabelecidas. Mesmo podendo ter muita faci- lidade em horários, deve ter planejamento e metas a serem cumpridas, visto que justamente por ter estas e outras vantagens, terá de cumprir com metas estabelecidas para alcançar sucesso e garantir a perpetuidade do negócio pro- posto. A vantagem de não ficar preso às vagas do mercado de trabalho e poder atuar na área que escolheu por conta própria garante a tão sonhada flexibili- dade de horário, mas não o exime da responsabilidade de cumprir prazos com clientes. Um profissional autônomo possui vantagens únicas. A mais ressaltada é a possibilidade de gerenciamento de seus horários, o que possibilita que ele tenha uma vida pessoal equilibrada com a profissional, de forma a conduzir concomitantemente atividades físicas, lazer e convivência com a família. Como tudo que possui boas vantagens, esta forma de atuação no mer- cado de trabalho possui desvantagens. A mais evidente é a falta de vínculos empregatícios e de todas as vantagens associadas (férias e fundo de garantia, por exemplo). Neste caso, será necessário que o profissional desenvolva ou Introdução à gestão ambiental52 aprimore uma habilidade-chave, a de planejamento e organização da vida fi- nanceira, assim como, se achar conveniente, tenha um plano de previdência privada a seu critério. Com isso, garante que não tenha nenhum prejuízo e possa aproveitar tranquilamente todos os benefícios associados à sua opção profissional. A competência e os conhecimentos não são antagônicos, pois qualquer atuação profissional competente sempre vai relacionar a utilização de conhe- cimentos com habilidades e atitudes. Trazendo um pouco de conceitos básicos,habilidade é a capacidade téc- nica para uma determinada atividade; é a soma do conhecimento e da prá- tica. O talento está diretamente relacionado com a habilidade de realizar algo, porém se diferencia pelo simples fato de ser natural; também chamado de vocação. Desta forma, podemos dizer que competência é a soma de habilidade e talento, ou seja, a capacidade de realizar determinada tarefa real de forma eficiente, e está sempre relacionada à qualidade dos resultados do trabalho. Sempre estará associada a habilidades individuais natas ou adquiridas na for- mação intelectual e do ser humano. Dentre as muitas competências que o profissional autônomo precisa ter ou desenvolver, podemos citar a expertise, que está mais diretamente relacionada aos consultores e especialistas, visto que se verificarmos o conceito, expertise é a capacidade de aplicar, tendo um resultado eficaz, o conhecimento adqui- rido em estudos (teoria). Para melhor elucidar e garantir que você possa ter sucesso como profis- sional autônomo, ressaltaremos o que deverá ser considerado nesta caminhada. Um bom relacionamento, que resulte em bons contatos, é fundamental, se não indispensável, além de paixão pelo que se faz e vontade de fazer o melhor. Cabe salientar que um profissional autônomo deve ter como premissa um endereço eletrônico que não seja domínio privado, uma logomarca própria com material personalizado, página na internet, pontualidade nos compro- missos profissionais assumidos (tanto em reuniões quanto na entrega do ser- viço contratado), saber ouvir para identificar potencialidades no cliente e falar com clareza. Como o relacionamento interpessoal é uma habilidade indispensável, de forma rápida, vamos abordar seus cinco pilares. São eles: o autoconheci- mento, fundamental para administrar bem os relacionamentos; a empatia, que compreende considerar os outros, suas opiniões, sentimentos e motiva- ções; assertividade, pois para ter bons relacionamentos, além de ouvir, é pre- 53Atividades autônomas ciso falar, expressar nossas opiniões; cordialidade, pois tratar as pessoas com cordialidade é ser gentil, solícito, agradável e simpático; por último, a ética, que abarca ter atitudes que não prejudiquem os outros, não quebrem acordos e não contrariem o que se considera certo e justo. A Figura 1 ilustra o espírito que deve prevalecer. Não menos importante, cabe ressaltar ainda neste tópico o instinto em- preendedor, que precisa estar aflorando em todos os profissionais autônomos. Cabe ressaltar que o empreendedor, de forma equivocada, é sempre rela- cionado ao profissional que abre uma nova empresa. O empreendedorismo está muito relacionado à questão de inovação, à criação algo novo, diferente do que tem até o momento. Figura 1. Ilustra de forma abrangente a prática dos cinco pilares do relacionamento inter- pessoal. Fonte: Shutterstock (2016a). Comparando as diferenças entre consultor e auditor, um consultor presta um serviço mais completo dentro de uma empresa. Ele atua desde o planejamento, elaborando, por exemplo, planos e programas ambientais para o processo de licenciamento am- biental, o que um auditor não faz. Introdução à gestão ambiental54 Potencialidades do mercado para profissionais autônomos Necessidades do mercado podem estar evidentes ou você deverá ser capaz de criá-las. Por isso, uma das habilidades mencionadas anteriormente é a ca- pacidade de saber ouvir. A todo momento, em qualquer lugar, com qualquer pessoa, temos de estar atentos às possibilidades de atuação do gestor am- biental como profissional autônomo, independentemente do ramo escolhido. Porém, de nada adianta ser um bom ouvinte e não aplicar o que se sabe. Por este motivo, o instinto empreendedor deve estar fortemente vincu- lado a este profissional. É necessário ter muita atenção a todas possibilidades, mesmo que pareçam pequenas, e astúcia de potencializar as demandas já exis- tentes no mercado. Obviamente o empreendedorismo está diretamente relacionado ao plane- jamento, que traça passo a passo todas metas a serem alcançadas, avaliando riscos, identificando possibilidades e iniciando a caminhada. A Figura 2 ilustra estes passos a serem seguidos, os quais são fundamentais para o sucesso. Figura 2. Ilustra a relação entre empreendedorismo (sucesso) e um caminho sólido (metas) a ser trilhado. Fonte: Shutterstock (2016b). 55Atividades autônomas A inovação, pensando em empreendedorismo, é movida pela habilidade de estabelecer relações. Não basta apenas detectar as oportunidades; é im- prescindível saber tirar proveito delas. No mercado, você, como gestor autônomo terá o desafio de também iden- tificar a possibilidade de oferecer serviço de forma diferenciada, melhorada, aprimorando todas as formas já existentes. Independentemente do ramo, con- sultor, auditor ou especialista, as formas de atender as demandas devem ser inovadas, identificando pontos fracos e atuando nesta oferta. De forma inteligente, o profissional autônomo pode criar um serviço que traga muito resultado para certo ramo de atividade, tendo como partida uma oferta de serviço já existente há muitos anos. Não podemos ter o pensamento que no que está dando certo não me mexe; de forma alguma podemos per- manecer ofertando algo só porque tem resultado assertivo já testado. Muitas vezes, encontramos algo novo na soma ou mescla de duas ofertas já existentes alcançando o potencial de mudar a qualidade de vida das futuras gerações. Há muitas possibilidades no mercado, desde que se tenha o espírito inovador e se acredite em fazer a diferença. Um profissional de sucesso não deve pensar em inovação como sendo im- portante para seu crescimento individualizado, mas como crescimento eco- nômico em proporções maiores. O conceito se aplica a uma pequena ação proposta em um pequeno e localizado ponto, a uma grande nova forma de se extrair petróleo, tendo esta última um resultado de proporções muito maiores. O profissional dificilmente prosperará e dificilmente será capaz de com- petir com outros se não buscar soluções inovadoras para problemas emer- gentes relacionados ao meio ambiente. Por este motivo, estamos enfatizando a necessidade de o gestor ambiental, sendo ele um profissional autônomo, aderir a esta forma de pensar. Lembre-se, o mesmo já está ofertado; o desafio é sempre inovar, criar e realizar (testar) para alcançar o principal objetivo desta forma de atuação. Introdução à gestão ambiental56 1. Considerando as diferenças apre- sentadas entre auditor e consultor, é possível afirmar que: a) São atividades muito seme- lhantes, podendo um desen- volver a atividade do outro. b) São atividades facilmente con- fundidas, porém com grandes diferenças de atuação. c) São atividades complementares à do especialista. d) Complementam-se em um pro- cesso de avaliação sistemática. e) Ambas são executadas por especialista. 2. Conforme descrito no capítulo, qual das atividades abaixo se relaciona mais com consultor: a) Avaliação sistemática do cumpri- mento de programas ambientais. b) Fiscalização. c) Identificação de riscos iminentes à atividade e proposição de medidas de prevenção. d) Identificação de problemas nos planos ambientais implantados. e) Busca de evidências para cumpri- mento da licença ambiental. 3. Considerando a dinâmica das ativi- dades desenvolvidas nos três ramos discutidos, é correto afirmar: a) O ramo de consultoria requer o desenvolvimento de habilidades pessoais, além das técnicas. b) A auditoria trabalha na expertise do especialista. c) O ramo da consultoria está associado à identificação de problemas sem necessidade de indicar solução. d) O especialista identifica pro- blemas operacionais. e) A auditoria deve sempre propor melhorias. 4. É correto afirmar que a habili- dade expertise está diretamente associada a: a) Gestores ambientais b) Consultores c) Auditores e consultores d) Consultores e especialistas e) Auditores e especialistas5. Considerando que existem habili- dades comuns entre as diferentes atuações autônomas, qual seria a que aparece em todas como principal? a) Relacionamento interpessoal. b) Conteúdo técnico específico. c) Visão macro do negócio. d) Identificação de problemas. e) Criatividade na solução dos problemas. 57Atividades autônomas BESSANT, J.; TIDD, J. Inovaç ã o e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2009. SÃO PAULO. Assembleia Legislativa. Projeto prevê auditorias ambientais compulsórias em empreendimentos potencialmente poluidores. 2016. Disponível em: <http://al-sp.jusbrasil. com.br/noticias/321560443/projeto-preve-auditorias-ambientais-compulsorias-em- -empreendimentos-potencialmente-poluidores>. Acesso em: 25 ago. 2016. SHUTTERSTOCK. Team teamwork togetherness collaboration concept. 2016a. Disponível em: <http://www.shutterstock.com/pic-343048862/stock-photo-team-teamwork-to- getherness-collaboration-concept.html?src=oYaj_UV9MsjftQER9W1bQA-1-7>. Acesso em: 10 ago. 2016. SHUTTERSTOCK. Image of businessman with suitcase. Promotion concept. 2016b. Disponí- vel em: <http://www.shutterstock.com/pic-343048862/stock-photo-team-teamwork- -togetherness-collaboration-concept.html?src=oYaj_UV9MsjftQER9W1bQA-1-7>. Aces- so em: 10 ago. 2016. WEISS, A. Consultor de ouro: guia profissional para a construção de uma carreira. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Penso, 2014. E-pub. Leituras recomendadas HISRICH, R. D.; PETERS, M. P.; SHEPERD, D. A. Empreendedorismo. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. E-book. POUND, E. S.; BELL, J. H.; SPEARMAN, M. L. A ciência da fábrica para gestores: como lí- deres melhoram o desempenho em um mundo pós-Lean Seis Sigma. Porto Alegre: Bookman, 2015. TIDD, J.; BESSANT, J. Gestã o da inovaç ã o. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. STUART, I. C. Serviç os de auditoria e asseguraç ã o na prática. Porto Alegre: AMGH, 2014. Introdução à gestão ambiental58 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir apresenta alguns tópicos fundamentais sobre os pontos principais das atividades autônomas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Considerando as diferenças apresentadas entre auditor e consultor, assinale a alternativa correta. A) São atividades muito semelhantes, podendo um profissional desenvolver a atividade do outro. B) São atividades facilmente confundidas, porém com grandes diferenças de atuação. C) São atividades complementares à atuação do especialista. D) As funções se complementam em um processo de avaliação sistemática. E) As duas funções são executadas por especialista. 2) Qual das atividades a seguir se relaciona mais com a função de consultor? A) Avaliação sistemática do cumprimento de programas ambientais. B) Fiscalização. C) Identificar riscos iminentes à atividade e propor medidas de prevenção. D) Identificar problemas em planos ambientais já implantados. E) Buscar evidências para cumprimento da licença ambiental. 3) Considerando a dinâmica das atividades desenvolvidas nos três ramos discutidos, assinale a alternativa correta. A) O ramo de consultoria requer o desenvolvimento de habilidades pessoais, além das técnicas. B) A auditoria trabalha na expertise do especialista. C) O ramo da consultoria está associado à identificação de problemas sem necessidade de indicar solução. D) O especialista identifica problemas operacionais. E) A auditoria deve sempre propor melhorias. 4) Para atuação como autônomo, faz-se necessário ter espírito empreendedor, como se diz. Quanto ao empreendedorismo, qual das palavras a seguir se relaciona melhor com o conceito? A) Gestão. B) Inovar. C) Repetir. D) Coragem. E) Rotina. 5) Considerando que existem habilidades comuns entre as diferentes atuações autônomas, qual seria a que aparece em todas como sendo a principal? A) Relacionamento interpessoal. B) Conteúdo técnico específico. C) Visão macro no negócio. D) Identificação de problemas. E) Criatividade na solução dos problemas. NA PRÁTICA A vida de auditor de uma empresa internacional certificadora parece bastante atrativa. Rotina de viagens, tratamento vip e bom salário. No entanto, não se engane: é de grande dedicação e responsabilidade. Dedicação porque são necessárias horas de estudos e treinamentos, além de viagens constantes e produção de relatórios. Responsabilidade porque o auditor certifica ou não uma determinada empresa. Você consegue dimensionar essa responsabilidade? Acompanhe agora a contextualização de um case profissional da área de um auditor que atua em empresa certificadora internacional. Na ocasião, irá auditar, com vista à recertificação, uma empresa de beneficiamento de tecidos fornecedora de uma marca esportiva renomada. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: FEPAM Ordem de Serviço nº 30/2010 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! HISRICH, R. D.; PETERS, M. P.; SHEPHERD, D. A. Empreendedorismo. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. POUND, E.S.; BELL, J. H.; SPEARMAN, M. L. A ciência da fábrica para gestores: como líderes melhoram o desempenho em um mundo pós-Lean Seis Sigma. Porto Alegre: Bookman, 2015. STUART, I. C. Serviços de auditoria e asseguração na prática. Porto Alegre: AMGH, 2014. TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. Consultor de ouro: guia profissional para a construção de uma carreira Inicie no Capítulo 1 O que é um consultor (página 03) e leia até o final do tópico Digressão (página 15). Atividades no mercado de trabalho APRESENTAÇÃO A profissão de gestor ambiental é nova, mas a ofertas na área só tendem a aumentar, visto a crescente procura pela sustentabilidade, e em âmbito mundial. Mas, além disso, e por obrigatoriedade dos órgãos públicos brasileiros, qualquer empreendimento precisa apresentar relatórios ambientais sobre os impactos de suas atividades, e é nesse contexto que se destacam as consultorias ambientais, que absorvem esses profissionais para o gerenciamento dos mais diversos projetos na área do meio ambiente. Nesta Unidade de Aprendizagem, serão abordadas as perspectivas da gestão ambiental no Brasil, assim como a demanda de mercado, além das atividades de consultorias e diagnósticos ambientais associadas a sua área no mercado de trabalho. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as perspectivas da profissão de gestão ambiental no Brasil.• Reconhecer a demanda do mercado de trabalho do gestor ambiental no Brasil.• Caracterizar o trabalho do gestor ambiental em empresas de consultorias.• DESAFIO Recentemente, o Brasil assistiu a um dos maiores desastres ambientais do país: a queda da barragem da empresa Samarco, em Mariana, Minas Gerais. Milhares de pessoas foram afetadas pela lama tóxica da barragem do Fundão. Para garantir que outros desastres como esse não aconteçam, é de suma importância o papel do gestor ambiental. Esse profissional tem a capacidade de prever acidentes ambientais e, quando desempenha sua função com competência, diminui e até mesmo elimina os impactos das empresas e indústrias no meio ambiente. Contudo, essa não é uma tarefa fácil! Por isso, hoje você é esse gestor ambiental capacitado e competente de uma grande multinacional petrolífera. Ocorre que a plataforma Sirius acabou de ter um rompimento em uma de suas bombas e você é acionado. Indique assim os primeiros passos para o atendimento desse acidente ambiental. Não esqueça que a mancha de combustível já começa a se espalhar pelo mar. INFOGRÁFICO A oferta de emprego para profissionais com capacidade de gerenciamento de projetos que envolvam o meio ambiente está em expansão no mercado de trabalho. Confira, no infográficoa seguir, uma oferta de emprego cada vez mais comum e que pode ser preenchida com competência pelos gestores ambientais. CONTEÚDO DO LIVRO No capítulo Atividades no mercado de trabalho, da obra Introdução à gestão ambiental, server de base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Vanessa de Souza Machado I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Atividades no mercado de trabalho Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as perspectivas da profissão de gestão ambiental no Brasil. Reconhecer a demanda do mercado de trabalho do gestor am- biental no Brasil. Caracterizar o trabalho do gestor ambiental em empresas de con- sultoria. Introdução A profissão de Gestor Ambiental é nova, mas as ofertas na área só ten- dem a aumentar, visto a crescente procura pela sustentabilidade em nível mundial. Além disso, e por obrigatoriedade dos órgãos públicos brasileiros, qualquer empreendimento precisa apresentar relatórios ambientais sobre os impactos de suas atividades, e é nesse contex- to que se destacam as consultorias ambientais, que absorvem esses profissionais para o gerenciamento dos mais diversos projetos na área do meio ambiente. Neste texto, serão abordadas as perspectivas da Gestão Ambiental no Brasil, a demanda de mercado, além das atividades de consulto- rias e diagnósticos ambientais associadas à sua área no mercado de trabalho. Perspectivas da profissão de gestão ambiental no Brasil Oportunidades no mercado de trabalho para os formados e formandos na área de gestão ambiental não faltam. O profissional de gestão ambiental deve se enquadrar nas necessidades e demandas de cada setor. Existem grandes áreas de atuação possíveis e, dentro delas, existem perspectivas diferentes. A atuação em órgãos públicos da área de meio ambiente, agências regu- ladoras e afins (Secretarias municipais, estaduais e federais), órgãos da ad- ministração direta (IBAMA, por exemplo), depende de concursos públicos e da oferta de vagas, mas há uma tendência de abertura de muito espaço, pois há uma enorme escassez de profissionais, principalmente no IBAMA. Nestes casos, a pós-graduação na área é uma grande vantagem, senão um pré-requisito indispensável. Já a atuação em órgãos certificadores tem cada vez mais demanda no Brasil. Isso se deve ao crescente nível de especialização das empresas. Para quem tem interesse em atuar nesta área, é imprescindível além da formação e especialização, cursos na área de auditoria. Com o crescimento dos órgãos certificadores, crescem ainda mais as em- presas prestadoras de serviços de preparação e adequação para certificação em normas e selos ambientais. Nestes casos, o profissional precisa ter conhe- cimentos sólidos de processos de planejamento e de auditoria ambiental, além de forte familiarização com as normas como, por exemplo, a NBR ISO 14000, além de conhecer muito bem a metodologia e os requisitos dos órgãos certi- ficadores. Este tipo de empresa costuma ter programas de trainee; por isso, é uma das áreas com maior possibilidade de início na profissão. Geralmente, são projetos com equipes multidisciplinares, gerando muita experiência ao jovem profissional. A contratação por concessionárias públicas (empresas de saneamento, for- necimento e abastecimento de água, energia e afins) também depende de con- curso e da existência de vagas, mas há uma tendência de muito espaço, pois há grande escassez de profissionais, principalmente nas concessionárias li- gadas à questão do saneamento urbano e distribuição de água. Normalmente, é exigida alguma especialização ou pós-graduação na área de engenharia de saneamento, ambiental, química ou semelhantes. As indústrias possuem uma forte demanda por profissionais na área am- biental. No entanto, existe uma forte concorrência com os profissionais de áreas afins, até porque não há uma base consolidada de pré-requisitos que facilitem a oferta de vagas nas indústrias para formados especificamente em gestão ambiental. Este é um dos custos de uma profissão nova. Atualmente, a produção industrial no País está declinando e demitindo funcionários, mas assim que houver uma mudança desse cenário, é muito provável que a de- manda de profissionais da área ambiental aumente, pois há uma crescente tendência de mercado focada em sustentabilidade e “compra consciente” que forçará empresários a investirem cada vez mais em cuidados ambientais. A docência é sempre uma boa aposta aos profissionais, pois, salvo em tempos de forte crise, o setor de educação está sempre em crescimento. A ten- Introdução à gestão ambiental60 dência deste setor é a contratação somente de profissionais com experiência de campo fora da docência, principalmente os que trabalham ou já traba- lharam em empresas. Isso se deve a exigências do MEC no credenciamento de cursos de pós-graduação, uma vez que essa instituição está exigindo que as universidades tenham docentes com projetos em conjunto com empresas. A docência em educação ambiental tem muitas oportunidades, pois faltam pro- fissionais com experiência de campo, fundamental na área. Para suprir isso, são necessárias vivências, que, muitas vezes, não são remuneradas. O campo de trabalho do gestor ambiental dentro de organizações não go- vernamentais (ONG ś) está se abrindo e tem oferecido boas oportunidades aos recém-formados e estagiários. Não oferece grandes horizontes de re- muneração, mas traz consigo algo incalculável: a experiência. A tendência nesse setor é difícil de entendermos; o aumento do número de ONG’s na área ambiental depende de muitos fatores, inclusive da existência de verbas go- vernamentais para manter muitos projetos. O aumento da economia criativa/ colaborativa associado ao fortalecimento da proteção ambiental na indústria talvez reduza as ações de ONG’s ambientalistas. Devido a esses fatores e muitos outros, principalmente políticos, as projeções de mercado para os pró- ximos anos entre especialistas são muito divergentes. As perspectivas na área são, em geral, muito boas; cabe ao profissional de gestão ambiental investir na área com que mais se identifica, pois assim tenderá à excelência. No link a seguir, você encontrará um trabalho sobre os desafios e perspectivas da pro- fissão de gestor ambiental: http://bdm.unb.br/bitstream/10483/9748/1/2014_Nayara- FerreiraDeMatosLima.pdf A demanda do gestor ambiental no mercado de trabalho no Brasil O mercado de trabalho para gestores ambientais é amplo, está em expansão e tende a crescer ainda mais com o aumento da preocupação das empresas e instituições com a responsabilidade ambiental. 61Atividades no mercado de trabalho Nos últimos anos, houve uma crescente preocupação com as questões am- bientais. Isso ocorre por diversos fatores, como divulgação de resultados de pesquisas que demonstram uma piora na qualidade ambiental a níveis alar- mantes, aumento na especialização dos profissionais, maior rigor da legislação, aumento de fiscalização e o surgimento de uma geração mais preocupada com a sustentabilidade ambiental e a busca de vida com mais qualidade. Essa nova ge- ração é responsável por muitas modificações em empresas tradicionais, e novos empreendedores estão surgindo mais conscientes e motivados. Como nunca antes visto, agora as pessoas, ao comprarem um produto, estão se preocupando com a origem, a embalagem, o descarte e o impacto dessa compra (veja na Fi- gura 1 como as empresas estão se preparando para atender este público). Esse conjunto de fatores está forçando queempresas se regularizem nas questões ambientais, empreguem produção cada vez mais limpa, se preocupem com a origem da matéria-prima, com o tratamento de suas emissões e seus efluentes, com o tratamento e destinação de seus resíduos, com a implantação de pro- cessos de reciclagem e reaproveitamentos, além de motivar a implementação de sistemas de certificação ambiental e, principalmente, o marketing ambiental. Para tudo isso, é imprescindível a presença do profissional da área ambiental. O ano de 2016 foi marcado pelo recuo nas contratações em função da queda na produção industrial brasileira, que até o mês de junho já tinha mar- cado 25 meses de quedas consecutivas. Apesar do cenário desfavorável, o crescente mercado de produtos naturais mostra que a busca por “compras conscientes” é uma tendência de mercado e que cada vez mais os profissionais de gestão ambiental serão procurados e valorizados. Os profissionais dessa área são requisitados tanto no setor privado quanto no setor público. Organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente também empregam profissionais da área. Os trabalhos internos em organi- zações vêm crescendo, mas, além da atuação organizacional, o gestor am- biental pode, também, criar a sua própria empresa de consultoria, participar de projetos públicos em educação ambiental, ajudar no planejamento e/ou recuperação de áreas degradadas, dar aulas em universidades e até mesmo pleitear vagas em concursos públicos. As empresas voltadas para atividades de alto impacto ambiental, como as hidrelétricas, siderúrgicas, mineradoras e petrolíferas são as que mais empregam esses profissionais. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, estima-se que 85% das grandes empresas do País empreguem esse tipo de profissional. Outros segmentos que costumam contratar gestores ambientais são centros de saúde, hospitais, companhias de abastecimento de água e energia, aeroportos, portos, construtoras e fábricas de produtos plásticos, pré-moldados, cerâmicas, cimentos, entre outras. Introdução à gestão ambiental62 Oportunidades de trabalho também são encontradas em fazendas, coope- rativas e agroindústrias, uma vez que o novo Código Florestal impõe regras mais rígidas para o uso da terra. Apesar de tudo, o setor ainda deveria ser mais incentivado, pois ainda há muito que fazer nesse sentido. Empresas públicas e privadas investem em projetos de gestão ambiental e de preservação natural, embora ainda não seja o bastante. Figura 1. Infográfico mercado e consumo consciente. Fonte: SEBRAE (2016). Em busca de divulgar suas atividades de controles e cuidados com meio ambiente e até para ter ações na bolsa de valores, as empresas estão cada vez mais interessadas e preocupadas com sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Um texto muito interessante sobre demanda na área ambiental pode ser encontrado neste link: http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2016/06/26/ demanda-na-area-ambiental-e-crescente/ 63Atividades no mercado de trabalho O trabalho do gestor ambiental em empresas de consultoria Empresas de consultoria possuem um grande campo de trabalho, pois existem muitos clientes em potencial, empresas que não possuem ainda a estrutura ne- cessária para ter um setor de meio ambiente próprio ou simplesmente empresas que preferem terceirizar essas atividades. Muitas, também, são as exigências dos órgãos ambientais como IBAMA e agências estaduais e municipais para as atividades produtivas, sendo que, quanto maior o potencial poluidor ou maior a produção, maiores são as cobranças. Como dito no tópico anterior, o gestor ambiental pode criar a sua própria em- presa de consultoria ou ser um dos colaboradores de uma firma de consultoria. O trabalho que ele realizará será voltado a atender as demandas dos clientes. Esses clientes podem ser empresas privadas ou, caso a consultoria concorra a licitações, instituições públicas. Na maior parte do tempo, salvo seja uma empresa de consultoria mais es- pecializada, o gestor ambiental trabalha na obtenção e manutenção de licenças ambientais; geralmente, são trabalhos realizados para empresas com atividades industrias, sendo que, ao emitir a licença, a agência ambiental exige condicio- nantes para operação do empreendimento. Essas condicionantes são compostas por controles e monitoramentos ambientais, tabelas de gerações e comprovações de destinação dos resíduos, relatórios de auditorias ambientais, entre outras, que devem, periodicamente, ser encaminhadas à agência ambiental. Essas atividades são gerenciadas pelo gestor ambiental da empresa de consultoria contratada. Apesar desse trabalho, tão burocrático quanto técnico, o gestor possui grandes desafios a serem enfrentados com alguns clientes como, por exemplo, encontrar soluções tecnológicas capazes de controlar a poluição sem alterar ex- pressivamente os processos de produção e o produto final. Outro grande desafio é o gerenciamento de passivos ambientais; neste caso, o gestor tem o papel de mitigar um problema ambiental que já ocorreu utilizando tecnologias desenvol- vidas para esse fim (a Figura 2 demonstra com uma foto o que é um passivo ambiental). Um tema muito em voga nos últimos tempos, devido ao desastre ambiental da queda da barragem da empresa Samarco, recentemente ocorrido em Mariana/Minas Gerais, é a prevenção de riscos naturais, sendo esse outro dos maiores desafios do gestor ambiental na atualidade. Para adiantar-se aos problemas, ele precisa ter conhecimentos avançados sobre solo, materiais e seus efeitos. Também é necessário fazer protótipos e imaginar as mais diversas si- tuações para evitar que muitas áreas e pessoas sejam prejudicadas, inclusive que empresas percam muito dinheiro em multas e indenizações. Introdução à gestão ambiental64 Outro papel comum do gestor ambiental em empresas de consultoria é arti- cular situações de conflito. Em muitas ocasiões, consultorias ambientais são cha- madas para resolver uma questão entre empresa e órgão ambiental ou empresa e comunidade, e ele deve ser capaz de articular e negociar nessas situações. Não é raro encontrar empresários que, por serem donos do terreno e possuírem pouca compreensão do assunto, negligenciam as questões ambientais. No entanto, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos (artigo 225 da Constituição Federal), incluindo clientes, acionistas, colaboradores, concor- rentes e a comunidade, ou seja, as questões ambientais vão muito além da área física da empresa. Na atuação em empresas de consultoria, o gestor ambiental pode ser con- tratado para criar programas de conscientização sobre a importância da preser- vação ambiental. Ele pode implementar e coordenar programas de educação am- biental e pode também elaborar material educativo e dar palestras sobre temas ambientais, orientando sobre como ajudar o meio ambiente e adotar atitudes mais sustentáveis no dia a dia. Portanto, a atuação do profissional nas empresas de consultorias é bem re- quisitada, e o trabalho se caracteriza por ser bastante variado, apresentar desa- fios, mas também ser muito focado na obtenção e manutenção de licenciamento ambiental e suas condicionantes, que necessita lidar com a parte técnica e buro- crática. Sendo assim, é um campo de trabalho que produz grandes experiências em pouco tempo. Fica a dica! Figura 2. Foto de uma área contaminada. O gerenciamento dessas áreas é um desafio na atualidade para o gestor ambiental. Fonte: Mediotejo (2015). 65Atividades no mercado de trabalho A Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/10, lançada em agosto de 2010, trouxe grandes mudanças para a preservação e cuidados com o meio ambiente no País e também abriu um vasto campo de oportunidades de atuação em empresas de con- sultoria. Tenha domínio dela! Você pode encontrar a PNRS no link: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm 1. É correto afirmar que a demanda do mercado de trabalhodo gestor ambiental _________________. a) está saturada. b) é limitada a consultorias am- bientais. c) tem boas perspectivas devido ao desenvolvimento insustentável. d) tem boas perspectivas, pois os profissionais dessa área são requisitados em diversos setores da sociedade. e) é maior em fazendas, coopera- tivas e agroindústrias. 2. Como podemos descrever a principal função do gestor ambiental em empresas de consultoria: a) Sua principal função é desen- volver as soluções para pro- blemas ambientais como po- luição no solo, nas águas ou no ar. b) Sua principal função é manter o licenciamento ambiental da sede da empresa de consultoria em ordem, cumprindo com as normas e condicionantes da licença. c) Sua principal função é ser respon- sável técnico pelos estudos de levantamento de fauna e flora. d) Sua principal função é gerenciar projetos de meio ambiente, como, por exemplo, licencia- mentos ambientais de clientes. e) Sua principal função é de auditor. 3. Quais são as organizações que mais contratam gestores ambientais no Brasil? a) Devido ao novo Código Florestal, fazendas, cooperativas e agroin- dústrias atualmente são as que mais contratam gestores ambien- tais no Brasil. b) Organizações não governamen- tais ligadas ao meio ambiente são as que mais empregam profissio- nais de gestão ambiental. c) Empresas de consultoria são as que mais empregam profissionais de gestão ambiental. d) A maior parte das vagas para gestor ambiental está em pro- jetos públicos em educação ambiental. Introdução à gestão ambiental66 e) As grandes empresas voltadas para atividades de alto impacto ambiental, como as hidrelétricas, siderúrgicas, mineradoras e petro- líferas são as que mais empregam esses profissionais. 4. Marque um dos maiores desafios atuais da profissão, além de ser emergencial: a) Gerenciar processos de licencia- mento ambiental. b) Elaborar planos de gerencia- mento de resíduos. c) Gerenciar e recuperar áreas degradadas. d) Criar programas de conscienti- zação sobre a importância da preservação ambiental. e) Implantar um sistema de gestão ambiental. 5. Como vimos nessa unidade, o gestor ambiental em uma empresa de consultoria passa a maior parte do tempo trabalhando na obtenção e na manutenção de licenças ambien- tais, sendo que, ao emitir a licença, a agência ambiental exige condicio- nantes para operação do empreen- dimento. Pois bem, marque a opção que possui exemplos de condicio- nantes de licença ambiental: a) Controles e monitoramentos am- bientais, tabelas de funcionários e comprovações de destinação dos resíduos, relatórios de auditorias ambientais. b) Relatório de auditoria ISO 9001. c) Exclusivamente tabelas de gera- ções e comprovações de desti- nação dos resíduos. d) Controles e monitoramentos ambientais, tabelas de gerações e comprovações de destinação dos resíduos, relatórios de auditorias ambientais. e) Contabilidade mensal da em- presa. ABREU, B. S. Os 3 principais desafios da carreira do gestor ambiental. [2016]. Disponível em:<http://blog.unipe.br/graduacao/os-3-principais-desafios-da-carreira-do-gestor- -ambiental>. Acesso em: 22 ago. 2016. ALBUQUERQUE, D. Gestão e marketing: o gestor ambiental nas organizações. [2008]. Disponível em: <http://certificacaoiso.com.br/gestor-ambiental-nas-organizacoes>. Acesso em: 24 ago. 2016. ALEGRIA, M. A importância do gestor ambiental no processo SGA. [2008]. Disponível em: <http://www.revistameioambiente.com.br/2008/02/25/a-importancia-do-gestor-am- biental-no-processo-sga>. Acesso em: 24 ago. 2016. 67Atividades no mercado de trabalho ALMEIDA, J. R. Gestão ambiental para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Thex Editora, 2008. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. GUIA DA CARREIRA. O que faz um gestor ambiental? [2016]. Disponível em: <http://www. guiadacarreira.com.br/carreira/o-que-faz-um-gestor-ambiental>. Acesso em: 23 ago. 2016. GUIA DO ESTUDANTE. Gestão ambiental. [2016]. Disponível em: <http://guiadoestudan- te.abril.com.br/profissoes/meio-ambiente-ciencias-agrarias/gestao-ambiental-686365. shtml>. Acesso em: 22 ago. 2016. MERCADO EM FOCO. O papel do gestor ambiental no controle da poluição. [2016]. Dispo- nível em: <http://mercadoemfoco.unisul.br/o-papel-do-gestor-ambiental-no-contro- le-da-poluicao>. Acesso em: 23 ago. 2016. SEBRAE. Infográficos: gestão ambiental. [2016?]. Disponível em: <http://sustentabilida- de.sebrae.com.br/sites/Sustentabilidade/Para%E2%80%93sua%E2%80%93Empresa/ Publicacoes/Infograficos/Gest%C3%A3o-ambiental>. Acesso em 20 de agosto de 2016. SEBRAE. Infográficos: mercado e consumo consciente. [2016?]. Disponível em: <http:// sustentabilidade.sebrae.com.br/sites/Sustentabilidade/Para%E2%80%93sua%E2%80% 93Empresa/Publicacoes/Infograficos/Mercado-e-consumo-consciente>. Acesso em: 10 ago. 2016. VETORAZZO, L. Mercado: produção industrial recua 11,4% em março e comple- ta 25 meses de queda. [2016]. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ mercado/2016/05/1767220 -producao-industr ial-recua-114-em-marco-e- -completa-25-meses-de-queda.shtml>. Acesso em: 20 ago. 2016. Leituras recomendadas ENVOLVERDE. A evolução e desafios da gestão ambiental nas empresas. 2008. Disponí- vel em: <http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/3264>. Acesso em: 22 ago. 2016. MERCADO EM FOCO. O consumidor-cidadão e os novos hábitos de consumo. [2016?]. Disponível em: <http://mercadoemfoco.unisul.br/o-consumidor-cidadao-e-os-novos- -habitos-de-consumo/>. Acesso em: 22 ago. 2016. NOVAIS, V. M. S. Desafios para uma efetiva gestão ambiental no Brasil. [2011]. Disponível em: <http://www.uesb.br/eventos/ebg/anais/4h.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2016. Introdução à gestão ambiental68 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir apresenta um pouco mais sobre os desafios e principais atividades do gestor ambiental no mercado de trabalho. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Sobre a demanda do mercado de trabalho do gestor ambiental, assinale a alternativa correta. A) O mercado de trabalho está saturado. B) A área de trabalho é limitada às consultorias ambientais. C) Tem boas perspectivas devido ao desenvolvimento insustentável. D) Tem boas perspectivas, pois os profissionais dessa área são requisitados em diversos setores da sociedade. E) É maior em fazendas, cooperativas e agroindústrias. 2) Como podemos descrever a principal função do gestor ambiental em empresas de consultoria? A) Sua principal função é desenvolver as soluções para problemas ambientais como poluição no solo, nas águas ou no ar. B) Sua principal função é manter o licenciamento ambiental da sede da empresa de consultoria em ordem, cumprindo com as normas e com os condicionantes da licença. C) Sua principal função é ser responsável técnico pelos estudos de levantamento de fauna e flora. D) Sua principal função é gerenciar projetos de meio ambiente, como, por exemplo, licenciamentos ambientais de clientes. E) Sua principal função é de auditor. 3) Quais são as organizações que mais contratam gestores ambientais no Brasil? A) Devido ao novo Código Florestal, fazendas, cooperativas e agroindústrias atualmente são as que mais contratam gestores ambientais no Brasil. B) Organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao meio ambiente são as que mais empregam profissionais de gestão ambiental. C) Empresas de consultoria são as que mais empregam profissionais de gestão ambiental. D) A maior parte das vagas para gestor ambiental é por meio de projetos públicos em educação ambiental. E) As grandes empresas voltadas para atividades de alto impacto ambiental, como as hidrelétricas, siderúrgicas, mineradoras e petrolíferas, são as que mais empregam esses profissionais. 4) Marque um dos maiores desafiosatuais da profissão, além de emergencial. A) Gerenciar processos de licenciamento ambiental. B) Elaborar planos de gerenciamento de resíduos (PGRs). C) Gerenciar e recuperar áreas degradadas. D) Criar programas de conscientização sobre a importância da preservação ambiental. E) Implantar um sistema de gestão ambiental (SGA). 5) Em uma empresa de consultoria, o gestor ambiental passa a maior parte do tempo trabalhando na obtenção e na manutenção de licenças ambientais, sendo que, ao emitir a licença, a agência ambiental exige condicionantes para operação do empreendimento. Nesse sentido, marque a opção que possui exemplos de condicionantes de licença ambiental. A) Controles e monitoramentos ambientais, tabelas de funcionários e comprovações de destinação dos resíduos, relatórios de auditorias ambientais, etc. B) Relatório de auditoria ISO 9001. C) Exclusivamente por tabelas de gerações e comprovações de destinação dos resíduos. D) Controles e monitoramentos ambientais, tabelas de gerações e comprovações de destinação dos resíduos, relatórios de auditorias ambientais, etc. E) Contabilidade mensal da empresa. NA PRÁTICA Com os avanços da legislação ambiental cada vez mais atuante para que as empresas se condicionem a controlar seus impactos ambientais, temos o licenciamento ambiental, instrumento de gestão ambiental estabelecido pela Lei Federal nº 6938, de 31 de agosto de 1981, também conhecida como Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Essa lei é utilizada para licenciar a instalação, ampliação, modificação e operação de atividades e empreendimentos que utilizam recursos naturais, ou que sejam potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental. Observe como, na prática, um gestor ambiental deve agir para elaborar um projeto de educação ambiental (PEA), integrante do processo de licenciamento ambiental: Tatiana é gestora ambiental de uma consultoria que acaba de assumir a elaboração de um PEA para um condomínio horizontal. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: A Última Hora - Trailer Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Implementação de certificação ISO 14.001 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Manual de Licenciamento Ambiental Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Meio Ambiente e Sustentabilidade Leia todo o tópico Gestão de resíduos sólidos no Brasil (página 371 a 373). Ética Profissional e bases legais da profissão APRESENTAÇÃO A educação ética é complexa, pois trabalha com princípios, valores, e não apenas com regras. Assim, aprendemos não apenas racionalmente, mas envolvendo os sentimentos e toda a nossa personalidade. Além disso, precisamos conhecer as bases legais da nossa profissão, para que possamos ter consciência de nossos deveres e direitos profissionais. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a ética profissional e as bases legais da profissão: alguns conceitos e os principais tópicos associados à ética, assim como bases legais para exercer a profissão de gestor ambiental. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar os conceitos da ética profissional.• Identificar os princípios que norteiam a ética do gestor ambiental.• Reconhecer as bases legais da profissão de gestor ambiental.• DESAFIO Imagine-se formado em gestão ambiental. Recentemente você assumiu um cargo na Secretaria de Meio Ambiente de seu Município, localizado próximo à região de Cubatão, em São Paulo. Todos na secretaria são convocados para uma reunião geral e, como pauta, tem-se a apresentação do arquivo final do Plano Diretor Municipal. Na ocasião, é então apresentado o plano de desenvolvimento do Município, e você se surpreende com a localização da área destinada para as indústrias. No mapa apresentado, é possível observar a área industrial em apenas um local, mas, como plano para o desenvolvimento do Município para os próximos anos, essa área aparece bem ampliada. Como um profissional da área ambiental, é necessário que você faça um alerta na reunião. Como você faria esse alerta? (1) Explique por que é seu dever fazê-lo, relacionando-o com a questão de responsabilidade ética que está envolvida. Em seguida, (2) explique quais são os riscos de degradação da área escolhida, (3) argumentando com um exemplo que ocorreu na mesma região nos anos 1970/1980. Por fim, (4) dê uma possível saída para evitar o problema. INFOGRÁFICO Observe o infográfico a seguir, que apresenta dois importantes artigos do projeto de lei, ainda em construção, e indica duas lacunas existentes. Quando completo, o documento será a base legal da profissão de gestor ambiental. CONTEÚDO DO LIVRO Aprofunde seus conhecimento com a leitura do capítulo Ética Profissional e bases legais da profissão, da obra Introdução à gestão ambiental. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Vanessa de Souza Machado I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Ética profissional e bases legais da profissão Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar os conceitos da ética profissional. Identificar a importância dos princípios que norteiam a ética. Reconhecer as bases legais da profissão. Introdução Neste texto, você estudará sobre ética profissional e bases legais da profissão. Serão abordados os conceitos, além dos principais tópicos associados à ética, assim como bases legais para exercer a profissão de gestor ambiental. A educação ética é complexa, pois trabalha com princípios, valores e não apenas com regras. Quando começamos a estudar ética pro- fissional, podemos nos formar ou nos deformar, pois não podemos utilizar a imposição, e sim a inspiração e a cooperação. Assim, apren- demos não apenas racionalmente, mas envolvendo os sentimentos e toda nossa personalidade. Além disso, precisamos conhecer as bases legais da nossa profissão para que possamos ter consciência de nos- sos deveres e direitos profissionais. Diante deste cenário, surge a reflexão sobre o tema ética profissio- nal por parte dos profissionais da gestão ambiental. Estes, durante sua formação, devem explorar o tema para vivenciar alguns pontos cruciais na atividade profissional. Conceitos de ética profissional De acordo com a literatura, os conceitos de ética profissional tendem a con- vergir; mesmo assim, alguns autores debatem alguns tópicos por considerá- -los mais significativos que outros. Portanto, a concepção de ética é exteriori- zada, visto que o mundo ético é o mundo do “deve ser” e do “ser”; o primeiro significa o mundo dos juízos de valor, e o segundo, o mundo dos juízos de realidade. Também é importante mencionar que “a moral é a parte subjetiva da ética”. Sendo assim, a moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo, pois se trata dos costumes, deveres e modo de proceder dos homens com os outros homens segundo a justiça e a equidade natural. Em outras palavras, os princípios éticos e morais são, na verdade, os pilares da construção de uma identidade profissional e de sua moral mais do que sua representação social contribui com a formação da consciência profissional. Refletindo sobre o tema, a moral é o conjunto de regras restritivas de con- duta consideradas válidas no convívio social. É imperativa, restritiva, sujei- tando o ato à condenação, à punição e conduzindo à heteronomia. A ética é aconselhadora: sujeita o ato à avaliação crítica e conduzà autonomia. Ética profissional é um conjunto de normas e valores de relacionamento e comportamento que é adotado no ambiente de trabalho. Ética, em um sentido mais amplo, refere-se à ciência da conduta. De origem grega, éthos, a palavra ética significa “costume”, “propriedade do caráter” ou “modo de ser”. Também pode-se trabalhar com o conceito de ética como o conjunto de normas tomado pela pessoa que vai adquirindo consciência de como deve se portar um profissional, e isso passa a fazer parte de sua conduta. O indivíduo que possui ética profissional e cumpre com as normas de conduta de uma organização é mais valorizado e reconhecido, afinal, ética é a reflexão crítica sobre valores e princípios referentes à conduta humana para o agir consciente, o senso crítico e a arte de conviver e de ser feliz. A ética profissional é comparada com a filosofia do agir humano, visto que a vida é considerada como o bem em organizações humanas. A vida ple- namente humana participa da cidadania, assumindo com plena consciência a recíproca relação entre direitos e deveres, sem esquecer que consiste essa mesma existência na esfera profissional. Esse mundo humano não é uma dádiva da natureza; é uma conquista cul- tural. A ética é aplicada no campo das atividades profissionais; assim, há a ética profissional do estudante de gestão ambiental e das demais outras pro- fissões. A ética é ainda indispensável ao profissional, porque “o fazer” e “o agir” estão interligados na ação humana. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua pro- fissão; o agir refere-se à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão. Introdução à gestão ambiental70 Trabalhamos com a informação que a moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa como uma forma de garantir o seu bem-viver. Inde- pende das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial; valem apenas para a área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Pode se reafirmar que a ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos seus objetivos é a busca de justificativas para as regras propostas pela moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos – moral e Direito – porque não estabelece regras. Os líderes de empresas têm defendido a ideia de que as pessoas éticas pro- fissionalmente têm mais comprometimento com o trabalho e contribuem para o aumento do nível de confiança, o que resulta em mais produção e desenvol- vimento da organização. No ambiente profissional, a ética se refere ao caráter e é nela que se baseiam as relações interpessoais, objetivando principalmente o bem-estar e respeito no campo laboral. Mais uma reflexão importante: afinal, quando se inicia a pensar sobre ética profissional? Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve iniciar bem antes da prática profissional. A escolha profissional, muitas vezes, pode acontecer na adolescência e já deve ser permeada por esta reflexão. Escolher uma profissão é uma opção, mas, ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Muitas vezes, quando somos jovens, escolhemos uma carreira sem conhecer o conjunto de deveres que estamos prestes a assumir, tornando-nos, assim, parte daquela categoria. Voltando a reforçar a ideia da reflexão, esta deve incluir toda a fase de for- mação profissional, o aprendizado das competências e habilidades referentes à prática específica em uma determinada área antes do início do trabalho. Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa seu comprometimento com a categoria profissional em que formal- mente ingressa. A adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício é entendida pelo aspecto moral da chamada ética profissional. É importante ter sempre em mente que há atitudes que não estão escritas, ou mesmo descritas nos códigos de todas as profissões, mas são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer. Estas atitudes são, por 71Ética profissional e bases legais da profissão exemplo, generosidade e cooperação no trabalho em equipe. Mesmo quando exercidas solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior de atividades de que depende o bom desempenho desta. Também há atitudes consideradas como postura proativa como, por exemplo, não ficar restrito às tarefas solicitadas, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que temporário. A pessoa ética segue estritamente todas as tarefas exigidas de seu cargo e cumpre os princípios estabelecidos pela sociedade e por sua equipe de tra- balho. Também se menciona que qualquer profissão possui um conjunto de normas que serve de base da conduta dos profissionais, ou seja, a ética pro- fissional vale para todos os colaboradores de uma empresa. Esse conjunto de normas se chama código de ética. Identificar a importância dos princípios que norteiam à ética O código de ética profissional é um dos princípios que norteiam a ética e tem algumas diferenciações, pois varia de acordo com os campos de atuação. Porém, alguns itens da ética profissional são universais, ou seja, são aplicados independentemente da área em que o profissional atua. Alguns elementos de ética profissional são válidos para qualquer pro- fissão: Respeito à vida; Cooperação; Seriedade; Competência; Respeito à hierarquia; Responsabilidade, entre outros. Os conselhos de representação das profissões têm como responsabili- dade criar os códigos de ética para cada área de atuação. Os códigos de ética servem para padronizar as condutas de comportamento e procedimentos ope- racionais. Dessa maneira, será garantida a segurança dos usuários de cada serviço e dos profissionais atuantes. Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém deveria ter força simbólica para tal. Embora um código de ética possa prever sanções para os descumprimentos de seus dispositivos, elas sempre dependerão da Introdução à gestão ambiental72 respectiva legislação, ou mesmo da sua existência; sendo assim, o código de ética é por ela limitado. Por essa limitação, o código de ética é um instru- mento frágil de regulação dos comportamentos de seus membros. Essa regu- lação só será ética quando o respectivo código for uma convicção que venha do interior das pessoas. Sendo assim, a elaboração do código de ética é um ato de muita responsabilidade para que ele tenha a força da legitimidade. Não se pode esquecer que quanto mais democrático e participativo esse processo de elaboração do código de ética, maiores as chances de identifi- cação dos membros do grupo com seu referido código. Como consequência, serão maiores as suas chances de eficácia. Este é o princípio fundamental que constitui a ética: o outro é um sujeito de direitos e sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser. O fun- damento dos direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a sua liberdade de viver plenamente. Um dos princípios que norteiam a ética é o meio ambiente. A voracidade predatória do sistema econômico vigente o faz enxergar a natureza tão so- mente como fonte de matérias-primas para a produção de mercadorias. Com isso, a natureza torna-se ela própria uma mercadoria. O trabalho é a ação humana que transforma a natureza para o homem. No entanto, para que cumpra essa finalidade de sustentar e humanizar o homem deve realizar-se de modo autossustentável para a natureza e para o homem. A fúria predatória de nosso sistema econômico está rompendo perigosamente o equilíbrio de autossustentabilidade entre a naturezae o homem. Do trabalho do gestor ambiental, dentre as atitudes e valores, é esperado o respeito à qualidade e complexidade ambiental e a todas as formas de vida. Espera-se, assim, que suas ações no decorrer da vida profissional sejam pau- tadas na ética para com o ambiente e na manutenção da qualidade de vida, na perspectiva da busca por uma sociedade justa, democrática e ambientalmente sustentável. O gestor ambiental deve, portanto, ter uma série de valores consolidados, como os seguintes: Respeito à qualidade e à complexidade ambiental e a todas as formas de vida; Percepção do papel da natureza e suas relações com a humanidade; Postura ética frente ao meio ambiente e à qualidade de vida, na pers- pectiva da busca por uma sociedade justa, democrática e ambiental- mente sustentável; 73Ética profissional e bases legais da profissão Ética profissional, tanto no desenvolvimento de suas pesquisas e de- mais atividades, quanto no relacionamento com colegas; Engajamento e compromisso sociopolítico para a conservação da bio- diversidade e para a melhoria da qualidade de vida da sociedade; Conscientização ecológica da sociedade. Preservar e cuidar da natureza são o mesmo que preservar e cuidar da hu- manidade, das gerações atuais e futuras. Preservar e cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da natureza humana. O pensamento pós-moderno rejeita o conceito defendido pela moderni- dade de que existem verdades absolutas e fixas. Toda verdade é relativa e de- pende do contexto social e cultural em que as pessoas vivem. Como cada um percebe a verdade de sua própria forma, podemos dizer que não há “verdade”, mas sim “verdades” que não se contradizem, mas se complementam. A única “inverdade” que existe é insistir em dizer que existe verdade fixa e absoluta. Nesta época de pós-modernidade, surgiu o conceito que é tão utilizado nas questões ambientais: o politicamente correto. A opinião e as convicções de todos têm de ser respeitadas. A razão para esse “respeito” é que a opinião de um é vista como tão verdadeira quanto a do outro. Assim, torna-se poli- ticamente incorreto criticar a conduta, as opiniões e as preferências morais, religiosas e políticas de alguém. Existem quatro eixos de conteúdos relativos a ética. São eles: justiça, res- peito mútuo, solidariedade e diálogo. Quando nos referimos ao espectro ético em uma determinada prática so- cial/profissional, de maneira que possamos reconhecer a existência de ex- pectativas e de avaliações, cabe-nos sempre uma profunda indagação: o que se tem feito e dito a respeito de nós, profissionais da área ambiental? Qual a nossa imagem de ética vivenciada? Essa imagem de gestor ambiental consi- derada como ética revela a essência de minha função profissional e obscurece uma prática contrária aos princípios que acredito existirem? A transgressão da ética surge pela inconformidade e pela falta do conhe- cimento, não necessariamente pela má-fé, a não ser que estejam atreladas ao não moral. No entanto, não podemos esquecer que, no campo da ética, não devemos estabelecer configurações prontas, afinal de contas, as regras dificilmente serão as mesmas. Porém, mesmo quando o conhecimento e as competências são diferentes, a funcionalidade processual formal deve ser ex- plicitada. Caso existam rompimentos de regras, é preciso rever o contrato e Introdução à gestão ambiental74 refletir a prática do exercício, nascendo, assim, a semente da ética do sucesso de qualquer profissão. A ação do gestor ambiental, por exemplo, observa sob uma visão multilo- cular o mesmo fenômeno, realizando múltiplas leituras para interpretar a rea- lidade refletida na compreensão global do real. Deve, de forma clara e compe- tente, transformar o universo interdisciplinar e multidisciplinar de sua formação acadêmica através de um suporte sólido o suficiente para a formação do conhe- cimento a partir de suas próprias experiências ambientais, sociais e humanas. Reconstruir valores de forma convergente, contínua e integradora ao co- nhecimento de outras disciplinas permite desenvolver, no campo filosófico, espaços para a compreensão na prática humana que dão real sentido à vida ambiental, social e profissional. As bases legais da profissão A regulamentação de uma determinada profissão é realizada por meio de lei. A iniciativa desse processo pode ser dos deputados federais e dos senadores, bem como do presidente da República. A apreciação é feita pelo Congresso Nacional e a posterior sanção, pelo presidente da República. A regulamentação delimita as atribuições da profissão, o que significa um conjunto de habilidades e competências atribuídas a uma carreira pro- fissional. Faz-se quando o exercício das atribuições pertinentes pode criar mecanismos de prevenção e/ou identificação e punição do profissional que cometa transgressões das atribuições regulamentadas. Com atribuições delimitadas por lei e instrumentos de fiscalização sobre o exercício profissional, a tendência é de que a inserção desse profissional no mercado de trabalho se consolide em definitivo. Antes de criar mecanismos de controle sobre o exercício, nosso pleito pela regulamentação pretende co- locar esse profissional em igualdade de condições com outras carreiras. A profissão gestor ambiental ainda é uma carreira recente, mas a cada dia ganha espaço no mercado profissional. A profissão surgiu diante da necessi- dade das empresas e dos órgãos públicos se adaptarem às questões ambien- tais, especialmente para economizar e evitar danos. A profissão de gestor ambiental ainda não foi regulamentada. A regu- lamentação está na etapa de projeto de lei (PL 2664/2011) e deve colocar ponto final em uma discussão que transborda para além do ofício em questão. 75Ética profissional e bases legais da profissão O projeto pretende que a profissão de gestor ambiental seja regulamentada de acordo com a norma de criação do curso de graduação, por intermédio do MEC, em obediência à lei 9.394 de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Edu- cação Nacional (LDB). De acordo com o projeto de lei (PL 2664/2011), no art. 3, é mencionado que o exercício da profissão no País compete: I – aos que possuam diploma de graduação em Gestão Ambiental, re- conhecido oficialmente; II – aos que possuam diploma de graduação no exterior, devidamente revalidado e registrado no País. Também é apresentado no projeto de lei (PL 2664/2011), no art. 4, que a profissão de gestor ambiental apresenta características de interesse social, humano e ambiental que implicam na realização das seguintes atividades: I – educação ambiental; II – gerenciamento e implantação de Sistema de Gestão Ambiental (SGA); III – gestão de resíduos; IV – elaboração de políticas ambientais; V – desenvolvimento, implantação e assinatura de projetos ambientais; VI – auditorias, elaboração e assinatura de laudos e pareceres am- bientais; VII – avaliação de impactos ambientais; VIII – assessoria ambiental; IX – implementação de procedimentos de remediação; X – docência; XI – elaboração de relatórios ambientais; XII – monitoramento de qualidade ambiental; XIII – avaliação de conformidade legal; XIV – recuperação de áreas degradadas; XV – elaboração e implantação de projetos de desenvolvimento sus- tentável; XVI – licenciamento ambiental; XVII – elaboração de plano de manejo. Introdução à gestão ambiental76 De acordo com o PL 2664/2011, no art. 8, constam as informações sobre atuação ilegal da profissão, que pode ocorrer quando: I – a pessoa jurídica que realizar atos ou prestar serviços públicos ou privados em nome de um profissional de que trata essa lei sem a efetiva participação do mesmo; II – o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas, organi- zações ou empresas sem sua real participação nos trabalhos por elas desenvolvidos; III – o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em ati- vidade. A justificativapara este projeto de lei considera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, além da Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre Educação Am- biental, particularmente em seu capítulo I, inciso IV, que versa sobre a for- mação de profissionais educadores na área de meio ambiente. Regulamentação da profissão de gestor ambiental: a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei (PL 2664/2011), apresentado em outubro de 2011 pelo deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP). O profissional da área ambiental é responsável, entre outras atividades, pela elaboração de políticas ambientais, pare- ceres e projetos ambientais ou de desenvolvimento sustentável; avaliação de impactos ambientais; e licenciamento ambiental. A proposta determina que o gestor ambiental tenha diploma de graduação em gestão ambiental, mas garante o direito dos profissio- nais que já atuarem na área na data da publicação da lei. A ética profissional é de extrema relevância no exercício da profissão de gestor am- biental, assim como em qualquer outra. O importante é sempre estar revendo postura, princípios, atitudes, valores. Assim estará avaliando sua atuação profissional dentro de uma linha ética. 77Ética profissional e bases legais da profissão 1. O conceito de ÉTICA aborda uma reflexão crítica. A partir desta infor- mação, assinale a assertiva abaixo que representa a verdadeira reflexão crítica associada ao conceito de ética: a) É apenas uma reflexão crítica sobre valores humanos, muito mais do que suas ações e com- portamentos. b) É a reflexão crítica sobre valores e princípios referentes à conduta humana, para o agir consciente, o senso crítico e arte de conviver e de ser feliz. c) É a reflexão crítica sobre o com- portamento profissional durante sua jornada na empresa. d) É a reflexão crítica sobre a moral de convivência. e) É a reflexão crítica sobre as restri- ções, condenações, punições, a qual conduzindo à heteronomia. 2. Partindo do pressuposto de que toda atividade profissional é sujeita à norma moral, a deontologia pro- fissional elabora sistematicamente os ideais e as normas que devem orientar a atividade profissional. A partir deste entendimento, assinale a assertiva que apresenta o esquema básico de conduta profissional, visto que este é composto por três áreas: a) A área social, a área ambiental e a área econômica. b) A área pessoal, a área profissional e a área afetiva. c) A área da profissão, a área da ordem profissional e a área da clientela profissional. d) A área do serviço, a área do empreendedorismo e a área do plano de negócios. e) A área da ética, a área da moral e a área social. 3. De acordo com o Projeto de Lei nº 2664/2011, a profissão de gestor ambiental é caracterizada pela realização de atividades de interesse _____________________ que impli- quem na realização das atividades profissionais. Assinale a assertiva que preenche a lacuna acima. a) dos acionistas e da empresa como um todo b) dos stakeholders c) econômico d) ambiental e) social, humano e ambiental 4. É fundamental ter sempre em mente que há atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer. Assinale a assertiva abaixo que contemple algumas destas atitudes que sejam comuns a todas as profissões. a) Atitudes individualistas no trabalho. b) Uma postura proativa. c) Atitudes egoístas para priorizar o resultado final. d) Atitudes que priorizem o resul- tado final, independentemente Introdução à gestão ambiental78 de existir o comprometimento com a empresa que trabalha. e) Atitudes inconsequentes, inde- pendentes das regras estabele- cidas pela empresa. 5. No Projeto de Lei nº 2664/2011, está definida a “responsabilidade e autoria de planos ou projetos” pelo gestor ambiental. Assinale a assertiva abaixo que apresenta uma das responsa- bilidades e autorias da profissão de gestor ambiental de acordo com este projeto de lei. a) Os direitos de autoria de um plano ou projeto ambiental, res- peitadas as relações contratuais expressas entre o autor e outros interessados, serão direcionados somente ao diretor da empresa. b) No empreendimento ambiental, deverá constar uma placa ou identificação pública com o nome do diretor da empresa. c) O projeto ou plano original só poderá ser alterado pelo diretor da empresa. d) Em um plano ou projeto que for elaborado em conjunto por profissionais legalmente habili- tados, todos terão seus direitos e deveres correspondentes com suas habilitações. e) O autor do projeto ou seus pre- postos não poderão acompanhar a execução do projeto, mesmo que disso dependa a garantia do serviço. BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 2664/2011. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://www.anagea.org.br/wp-content/uploads/pl-2664-11.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2016. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecno- lógica. Catálogo Nacional de Cursos Superiores. Brasília, DF: Ministério da Educa- ção, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=7931-cat-cur-sup-05-11-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 25 ago. 2016. BRASIL PROFISSÕES. Profissão Gestor Ambiental. 2016. Disponível em: <http://www.bra- silprofissoes.com.br/profissao/gestor-ambiental/>. Acesso em: 25 ago. 2016. GUIA DA CARREIRA. O que faz um Gestor Ambiental? 2016. Disponível em: <http://www. guiadacarreira.com.br/carreira/o-que-faz-um-gestor-ambiental/>. Acesso em: 25 ago. 2016. 79Ética profissional e bases legais da profissão OLIVEIRA, A. R. Ética profissional. Belém: IFPA; Santa Maria: UFSM, 2012. Disponível em: <http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/ifpa/tecnico_metalurgica/etica_profissional. pdf>. Acesso em: 25 ago. 2016. PINEDA, E. S.; MARROQUÍN, A. C. J. Ética nas empresas. Porto Alegre: AMGH, 2009. Leituras recomendadas IRIGARAY, H. A. R.; VERGARA, S. C. O tempo como dimensão de pesquisa sobre uma política de diversidade e relações de trabalho. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 9, n. 4, p. 1085-1098, dez. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1679-39512011000400009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 ago. 2016. PATI, C. 7 dilemas éticos e como os profissionais reagem a eles. Revista Exame, São Pau- lo, 11 jun. 2013. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/7-dilemas- -eticos-e-como-os-profissionais-reagem-a-eles?page=2>. Acesso em: 21 ago. 2016. SERAFIM, M.; BENDASSOLLI, P. A redução da dimensão ética nas organizações. Revista Por- tuguesa e Brasileira de Gestão, Lisboa, v. 8, n. 3, p. 46-54, jul. 2009. Disponível em: <http:// www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-44642009000300005&ln g=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 ago. 2016. Introdução à gestão ambiental80 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir apresenta uma contextualização relacionada à ética profissional, mais especificamente sobre quais são as posturas que o gestor ambiental deve estabelecer no exercício da sua profissão. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O conceito de ética aborda que seja uma reflexão crítica. A partir dessa informação, assinale a assertiva a seguir que representa a verdadeira reflexão crítica associada ao conceito de ética: A) É apenas uma reflexão crítica sobre valores humanos, muito mais do que suas ações e comportamentos. B) É a reflexão crítica sobre valores e princípios referentes à conduta humana, para o agir consciente, o senso crítico e a arte de conviver e de ser feliz. C) É a reflexão crítica sobre o comportamento profissional durante sua jornada na empresa. D) É a reflexão crítica sobre a moral de convivência. E) É a reflexão críticasobre as restrições, condenações e punições, conduzindo à heteronomia. Partindo do pressuposto de que toda atividade profissional é sujeita à norma moral, a deontologia profissional elabora sistematicamente os ideais e as normas que devem orientar a atividade profissional. A partir desse entendimento, assinale a assertiva que apresenta o esquema básico de conduta profissional, visto que este é composto 2) por três áreas: A) Na área social, na área ambiental e na área econômica. B) Na área pessoal, na área profissional e na área afetiva. C) Na área da profissão, na área da ordem profissional e na área da clientela profissional. D) Na área do serviço, na área do empreendedorismo e na área do plano de negócios. E) Na área da ética, na área da moral e na área social. 3) De acordo com o Projeto de Lei n.o 2.664/2011, a profissão de gestor ambiental é caracterizada pela realização de atividades de interesse _________________ que impliquem na realização das atividades profissionais. Assinale a assertiva que preenche corretamente a lacuna acima. A) dos acionistas e da empresa como um todo B) os stakeholders C) econômico D) ambiental E) social, humano e ambiental É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer. Assinale a assertiva a seguir que contemple algumas 4) dessas atitudes que sejam comuns a todas as profissões: A) Atitudes individualistas no trabalho. B) Uma postura proativa. C) Atitudes egoístas para priorizar o resultado final. D) Atitudes que priorizem o resultado final, independentemente de existir o comprometimento com a empresa em que trabalha. E) Atitudes inconsequentes, independentes das regras estabelecidas pela empresa. 5) No Projeto de Lei n.o 2.664/2011, está definida a "Responsabilidade e Autoria de Planos ou Projetos" pelo gestor ambiental. Assinale a assertiva a seguir que apresenta uma das responsabilidades e autorias da profissão de gestor ambiental de acordo com esse projeto de lei: A) Os direitos de autoria de um plano ou projeto ambiental, respeitadas as relações contratuais expressas entre o autor e outros interessados, serão direcionados somente ao diretor da empresa. B) No empreendimento ambiental, deverá constar uma placa ou identificação pública com o nome do diretor da empresa. C) O projeto ou plano original só poderá ser alterado pelo diretor da empresa. D) Um plano ou projeto que for elaborado em conjunto por profissionais legalmente habilitados; todos terão seus direitos e deveres correspondentes com suas habilitações. E) O autor do projeto ou seus prepostos não poderão acompanhar a execução do projeto, mesmo que dependa da garantia do serviço. NA PRÁTICA Todos os profissionais devem agir de acordo com o código de ética da sua profissão. O gestor ambiental considera a ética pautada na busca por uma sociedade ambientalmente sustentável. Observe uma demonstração na prática a esse respeito: Pedro atua como gestor de projetos em uma consultoria ambiental e no momento está gerenciando a realização de um estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental (EIA-RIMA) para a construção de uma hidroelétrica. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: A redução da dimensão ética nas organizações Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O tempo como dimensão de pesquisa sobre uma política de diversidade e de relações de trabalho Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Ética nas Empresas Pineda, Eduardo S.; Marroquín, José Antonio C. Entidades de classe APRESENTAÇÃO É importante você saber que o mercado de trabalho na área ambiental está bem concorrido. Os atributos para ser um gestor ambiental estão previstos na grade da formação da área. Há uma variação entre essa grade pelos estados brasileiros, sendo assim, de acordo com a formação da área, o gestor escolhe um conselho profissional para se registrar, entre eles são: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), Conselho Regional de Administração (CRA) ou Conselho Regional de Química (CRQ). Os conselhos profissionais são entidades que se destinam ao controle e à fiscalização de determinadas profissões regulamentadas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as entidades de classe associadas à profissão do gestor ambiental. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as entidades de classe do gestor ambiental.• Caracterizar os registros profissionais do gestor ambiental.• Relacionar as atribuições legais da profissão.• DESAFIO Você foi contratado para trabalhar como gestor ambiental em uma empresa de consultoria ambiental. Os serviços de uma consultoria são os mais diversos possíveis dentro do segmento meio ambiente. Você já trabalhou na equipe de atendimento e vendas, já trabalhou no setor de execução de projetos e agora foi transferido para o setor de elaboração de projetos e vai fazer parte da equipe que participará de uma licitação. A você cabe elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS). Para participar de uma licitação, é necessário vários documentos comprobatórios da equipe e da empresa. O que o gestor ambiental deve providenciar junto a sua entidade de classe para comprovação de sua experiência profissional? E qual é a entidade de classe mais adequada para que o gestor ambiental tenha o referido registro profissional? INFOGRÁFICO Observe, no infográfico a seguir, as principais atribuições dos três conselhos de classes para os profissionais da gestão ambiental. CONTEÚDO DO LIVRO Existem distintas organizações que regulam a atuação profissional, como as entidades de classe, os conselhos e os sindicatos. As entidades de classe, por exemplo, são independentes do Estado, tanto para a sua sustentação econômica quanto para sua afirmação institucional. São instituições de natureza política e cultural, dedicadas ao debate das questões decisivas das profissões. O gestor ambiental hoje conta com uma entidade de classe, a Associação Nacional dos Gestores Ambientais (ANAGEA). No capítulo Entidades de classe do livro Introdução à gestão ambiental, você vai encontrar mais informações a respeito das entidades de classe da profissão de gestor ambiental. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Vanessa de Souza Machado I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Entidades de Classe Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as entidades de classe do Gestor Ambiental. Caracterizar os registros profissionais do Gestor Ambiental. Relacionar as atribuições legais da profissão. Introdução Neste texto, você irá estudar sobre as entidades de classe. Serão abordados os tipos de entidades de classe, além da avaliação da im- portância do registro profissional, assim como estudar as atribuições legais da profissão de gestor ambiental. O reconhecimento profissional, a regulamentação da profissão e a efetiva inserção do gestor ambiental no mercado de trabalho contri- buíram para a necessidade da existência do registro profissional. Este momento ocorre quando se conclui o curso de Gestão Ambiental. Seja ele bacharelado ou tecnólogo, o profissional tem a necessidade de se registrar em um conselho de classe, e este fica vinculado às atribuições de acordocom o conselho escolhido, para validar e reco- nhecimento do exercício profissional. Diante deste cenário, surge a necessidade de informações sobre o tema entidades de classe pelos profissionais da gestão ambiental, os quais, durante sua formação, devem estudar as atribuições legais da profissão de acordo as opções entre os conselhos profissionais que este profissional tem a sua disposição. Entidades de classe do gestor ambiental Entidades de classe existem por iniciativa e responsabilidade exclusiva dos profissionais, que as fundam e as mantêm. Entidades profissionais são ins- tituições de natureza política e cultural, dedicadas ao debate das questões decisivas das profissões em torno das quais se constituem, visando ao apri- moramento dessas profissões. As entidades de classe são caracterizadas como independentes do Estado, tanto para sua sustentação econômica quanto para sua afirmação institu- cional. Para existir, uma entidade profissional conta apenas com sua própria capacidade de coletar os recursos necessários à sua sobrevivência e com sua própria capacidade de legitimar-se perante os profissionais que procura repre- sentar, sendo aquela a viabilização econômica, que é decorrência direta desta, a legitimidade. A legitimidade de uma entidade profissional se constrói na defesa de prin- cípios e valores considerados fundamentais e justos, tanto pelos profissionais que a constituem quanto pela sociedade em seu todo; sendo assim, podemos afirmar que é uma legitimidade de natureza política e, ainda, antes disso, ÉTICA. Sem ela, uma entidade não sobrevive, pois precisa obter da capaci- dade de seus afiliados e da sociedade, com autoridade moral, os recursos de que necessita para manter sua estrutura administrativa em funcionamento. A gestão ambiental conta com uma entidade de classe. A ANAGEA – As- sociação Nacional dos Gestores Ambientais, é uma instituição que tem por objetivo promover, congregar e representar os gestores ambientais em âmbito nacional. Foi fundada em 2008, na capital do estado de São Paulo, devido à ausência de representação da classe frente às discussões relacionadas ao reconhecimento, regulamentação profissional e inserção no mercado de tra- balho. Tem a presença de graduandos e graduados em gestão ambiental de várias partes do Estado e conta com apoio de gestores de outros estados do País. A ANAGEA também atua junto à sociedade, isenta do vínculo político- -partidário, compartilhando o conhecimento de seus profissionais nas ques- tões ambientais, cumprindo assim com suas responsabilidades ideológicas intrínsecas à profissão. Veja mais sobre a Associação Nacional dos Gestores ambientais (ANAGEA) no link: http://www.anagea.org.br/ Já os conselhos profissionais, por seu turno, diferentemente das entidades profissionais, são instituições do Estado, por ele criadas e mantidas pelas contribuições compulsórias que todos os profissionais vinculados aos respec- tivos conselhos estão legalmente obrigados a pagar. Na condição de órgãos do Introdução à gestão ambiental82 Estado, conselhos profissionais existem para controlar e fiscalizar o exercício das diferentes profissões, visando ao benefício e à proteção dos interesses da sociedade. Os conselhos de fiscalização das profissões regulamentadas exercem uma função que lhes é delegada pelo Poder Público. Logo, são considerados uma “autarquia especial ou corporativa”, pois são dotados da função de fiscalizar os membros de determinadas categorias profissionais para a defesa da socie- dade. Diz-se que tal atribuição lhes é delegada, pois, originalmente, a fisca- lização das profissões é uma atribuição da União, prevista na Constituição Federal, a qual pode ser delegada. Para tanto, somente gozam destas prerrogativas os conselhos criados por lei federal para atuarem como um braço auxiliar do Estado. São dotados de personalidade jurídica de direito público, e as anuidades são consideradas obrigatórias e, se não forem pagas, poderão ser executadas na via judicial. O profissional que deixar de pagá-la corre o risco de não ter mais permitida sua atuação profissional. Portanto, para fiscalizar cada profissão, foi criado um Conselho Federal com sede em Brasília, mas existem Conselhos Regionais em todos os Estados, e todos eles estão sob fiscalização contábil e financeira do Tribunal de Contas da União, por força do inciso II do artigo 71 da Constituição Federal. No caso da área da Gestão Ambiental, que não possui conselho próprio, esse profissional encontra amparo em conselhos de outras áreas. São eles: CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), CRA (Conselho Re- gional de Administração) ou CRQ (Conselho Regional de Química). Dentro da temática de entidades de classe, também é importante mencionar os sindicatos, visto que é a associação sindical de primeiro grau de trabalha- dores pertencentes a uma mesma categoria profissional e tem o intuito de res- guardar seus interesses econômicos e laborais, bem como a representatividade e a defesa desta categoria de trabalhadores. Portanto, eles têm como missão principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração dos profissionais, das relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e colaboradores, bem como a defesa da classe, entre outras atividades. A Constituição Federal assegura a organização sindical e, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, é livre a associação no Brasil para fins defesa e coordenação dos interesses econômicos ou profissionais de todos os que exerçam a mesma atividade ou profissão. 83Entidades de Classe Os sindicatos têm como atribuição específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT. A obrigatoriedade da contribuição sindical anual está prevista no artigo 579 da CLT, que dispõe: “A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão, ou inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591”. A Gestão Ambiental ainda não tem um sindicato próprio. Para que isto aconteça, é necessário que o Projeto de Lei – PL 2664 seja aprovado, e a profissão seja regulamentada. Enquanto isto não ocorre, a profissão fica am- parada por um dos sindicatos vinculados as profissões vinculadas de acordo com os conselhos de classe (Administração, Química ou Engenharia), depen- dendo do registro profissional que este profissional escolher. Sendo assim, é importante ter o conhecimento de tudo que envolve a organização sindical. O registro profissional para o gestor ambiental Antes de entrar no mérito da questão do registro profissional, é importante falar sobre o projeto de lei 58/2009 que, aprovado, exige que todas as em- presas do cadastro de potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais contratem um profissional graduado ou pós-graduado em gestão am- biental exigindo apenas o diploma na área correspondente. Sem dúvida, a grande conquista dos tecnólogos em gestão ambiental foi o reconhecimento profissional por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que, sob o código 2140-10, com a denominação “Tecnólogo em Gestão Ambiental” incluiu esse profissional no mercado de trabalho de forma con- sistente e definitiva. Sendo assim, qualquer empresa pública ou privada que necessite contratar um gestor ambiental sob o regime de trabalho celetista, ou seja, com a carteira de trabalho assinada e com todos os direitos trabalhistas assegurados, a partir de agora poderá fazê-lo, ou, até mesmo, contratar uma assessoria de um tecnólogo em gestão ambiental. O reconhecimento por parte do governo federal desse profissional também é digno de menção. A lei 10.410, de 2002, que cria e disciplina a carreira de especialista em meio ambiente no âmbito da administração públicafederal, Introdução à gestão ambiental84 prevê a presença do gestor ambiental, com todas as atribuições. Para isso, basta a comprovação do diploma de curso superior na área para, depois de processo seletivo, ingressar na carreira e, o mais importante, sem a necessi- dade de registro em conselho de classe para o ingresso. Também é importante ter o conhecimento da existência da CBO (Classi- ficação Brasileira de Ocupações). Esta classificação, instituída por portaria ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Os efeitos de uniformização preten- didos pela Classificação Brasileira de Ocupações são de ordem administrativa e não se estendem a relações de trabalho. Já a regulamentação da profissão, diferentemente da CBO, é realizada por meio de lei, cuja apreciação é feita pelo Congresso Nacional, por meio de seus deputados e senadores, e levada à sanção do presidente da República. A nova CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) reconhece o profissional de gestão ambiental como ativo no mercado de trabalho e o codifica com o nº 2140-10 com a denominação “Tec- nólogo em Gestão Ambiental”. Como já mencionado neste material, o gestor ambiental não possui con- selho próprio. Em contraponto, e em virtude das diferentes grades de formação deste profissional pelos estados brasileiros e também pela diversificação nas atividades profissionais, o gestor ambiental poderá contar com a opção de três conselhos profissionais para seu registro: CREA (Conselho Regional de En- genharia e Agronomia), CRA (Conselho Regional de Administração) ou CRQ (Conselho Regional de Química). O CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) é um conselho profissional que não recebe nenhum tipo de subsídio do governo. Assim como todos os outros distribuídos pelo Brasil, é vinculado ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA, que é a instância superior de regula- mentação das profissões abrangidas. Cabe ao CONFEA garantir a unidade de ação e a normatização de todos os CREAs, exercendo funções de super- visão financeira e administrativa sobre eles, formando-se assim, o Sistema CONFEA/CREA. Ciente da importância do papel que desempenha na so- ciedade em que está inserido, o Conselho abrange os profissionais da En- genharia Civil; Geografia; Agrimensura; Engenharia Elétrica e Eletrônica, Eletrotécnica; Engenharias Industrial, Mecânica, Têxtil, Naval, Aeronáutica e Metalúrgica; Agronomia; Meteorologia; Geologia; Engenharia de Minas; 85Entidades de Classe Engenharia Florestal; Engenharia Química; Engenharia de Segurança do Tra- balho; Tecnólogos e os Técnicos de nível médio. O CRA (Conselho Regional de Administração) é o órgão disciplinador e fiscalizador do exercício profissional do Administrador. Foi criado com a pro- mulgação da Lei nº. 4.769, de 09/09/1965, que previa a constituição de órgãos que garantissem o cumprimento da mesma. É uma entidade de vida própria, que se mantém sem nenhuma verba governamental, sendo sua única fonte de recursos as anuidades e taxas de serviços pagas pelos administradores e empresas registrados. Porém, presta contas ao TCU, Tribunal de Contas da União, e ao CFA, Conselho Federal de Administração. O órgão maior dos conselhos é o CFA, que atua como controlador e fiscalizador das atividades financeiras e administrativas do Sistema CFA/CRAs. Sua sede é em Brasília. Por fim, o CRQ (Conselho Regional de Química) promove o exercício legal da atividade química dentro do Estado em que se localize, registrando e fiscalizando empresas e profissionais, visando ao bem-estar da sociedade. O Conselho Federal (CFQ) e os Conselhos Regionais (CRQs) são agrupados informalmente em um Sistema de Química. No dia 18 de junho de 1956, a Lei 2.800 criou os Conselhos Profissionais de Química em âmbitos federal e regional. Fica aqui o registro que o profissional, após sua formatura, para exercer sua profissão, terá de ter o registro em um conselho profissional. Caso con- trário, estará exercendo a profissão ilegalmente. A escolha do conselho po- derá ser feita a partir das orientações da instituição em que o gestor ambiental estiver se formando ou o próprio profissional poderá escolher o seu conselho de acordo com as atribuições que lhe forem mais adequadas para o exercício de suas atividades. Todo profissional da área técnica necessita apresentar um documento para comprovar sua responsabilidade diante do serviço executado. Os conselhos chamam de documento que comprova a responsabilidade técnica de elabo- ração e/ou execução de uma determinada atividade profissional. No Conselho de Administração (CFA/CRA) e de Engenharia e Agronomia (CONFEA/ CREA), chama-se ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). No Con- selho de Química, AFT (Anotação de Função Técnica). As duas designações (ART ou AFT) definem o documento necessário para os profissionais que assumem a responsabilidade técnica pela atividade desenvolvida em uma in- dústria, prestadora de serviço, laboratório ou outro tipo de pessoa jurídica, de acordo com o artigo 350 da CLT, de 1943. É importante lembrar que este Introdução à gestão ambiental86 documento faz parte do histórico profissional e assegura às pessoas jurídicas que a atividade do gestor ambiental anotada é de responsabilidade exclusiva do profissional para todos os fins. De acordo com o Projeto de Lei – PL 2664/2011, existe a sugestão para que todas as em- presas cadastradas sejam obrigadas a contratar um gestor ambiental. Assim, foram am- pliados, de forma extraordinária, os postos de trabalho, além da segurança ambiental desejada ao sistema produtivo. Mesmo sabendo que a Constituição Federal não per- mite, a princípio, a reserva de direitos, por sua vez, a resolução do CONAMA 001/86 também prevê a presença de equipes multidisciplinares. Tudo isso só reforça que esta sugestão será muito bem-vinda se for aprovada junto ao projeto de lei em questão. Atribuições legais da profissão Tendo em vista que a regulamentação da profissão de gestor ambiental ainda é um Projeto de Lei, o PL 2664/11, as atribuições legais até o momento são consideradas as dos Conselhos, que determinam as atribuições de cada pro- fissional no âmbito de sua área de atuação. Abaixo, serão apresentadas as atribuições previstas pelas resoluções dos conselhos de classe em que o pro- fissional da gestão ambiental pode atuar. Atribuições previstas pelas resoluções do CONFEA, do CFA e do CFQ, que o MEC estabeleceu para esta formação. Sendo assim, para quem possui registro no CREA, aplica-se a Resolução CONFEA n° 218: “Art. 23: Compete ao TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR ou TECNÓLOGO: – o desempenho das atividades 09 a 18 do artigo 1º desta Resolução, circunscritas ao âmbito das respectivas modalidades profissionais; II – as relacionadas nos números 06 a 08 do artigo 1º desta Resolução, desde que enquadradas no desempenho das atividades referidas no item I deste artigo. ART 1°: Atividade 06 – Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e pa- recer técnico; 87Entidades de Classe Atividade 07 – Desempenho de cargo e função técnica; Atividade 08 – Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; Atividade 09 – Elaboração de orçamento; Atividade 10 – Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11 – Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12 – Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 – Produção técnica e especializada; Atividade 14 – Condução de trabalho técnico; Atividade 15 – Condução de equipe de instalação, montagem, ope- ração, reparo ou manutenção; Atividade 16 – Execução de instalação, montagem e reparo; Atividade 17 – Operação e manutenção de equipamento e instalação; Atividade 18 – Execução de desenho técnico.” Para quem possui registro no CRQ, aplica-se a Resolução Normativa nº36, de 25/04/1974, do Conselho Federal de Química – CFQ “Art. 6º – Com- pete ao profissional com currículo de “Química Tecnológica”, de acordo com a extensão do mesmo, o desempenho de atividades constantes dos números 01 a 13 do artigo 1º desta Resolução Normativa”. “Art. 1º – fica designado, para efeito do exercício profissional, corres- pondente às diferentes modalidades de profissionais da química, o seguinte elenco de atividades: 1. Direção, supervisão, programação, coordenação, orientação e res- ponsabilidade técnica no âmbito das atribuições respectivas. 2. Assistência, assessoria, consultoria, elaboração de orçamentos, di- vulgação e comercialização, no âmbito das atribuições respectivas. 3. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e serviços técnicos; ela- boração de pareceres, laudos e atestados, no âmbito das atribuições respectivas. 4. Exercício do magistério, respeitada a legislação específica. 5. Desempenho de cargos e funções técnicas no âmbito das atribuições respectivas. 6. Ensaios e pesquisas em geral. Pesquisa e desenvolvimento de mé- todos e produtos. Introdução à gestão ambiental88 7. Análise química e físico-química, químico-biológica, bromatoló- gica, toxicológica e legal, padronização e controle de qualidade. 8. Produção, tratamentos prévios e complementares de produtos e re- síduos. 9. Operação e manutenção de equipamentos e instalações, execução de trabalhos técnicos. 10. Condução e controle de operações e processos industriais, de traba- lhos técnicos, reparos e manutenção. 11. Pesquisa e desenvolvimento de operações e processos industriais. 12. Estudo, elaboração e execução de projetos de processamento. 13. Estudo de viabilidade técnica e técnico-econômica no âmbito das atribuições respectivas”. O CFQ determina que o tecnólogo pode realizar qualquer atividade dentro da área da Química, menos aquelas que envolvam planejamento, projeto e montagem de equipamentos e instalações industriais. O tecnólogo em determinada área da Administração com registro em CRA e em dia com as suas obrigações tem o direito a assumir Responsabi- lidade Técnica Específica, desde que seja dentro da sua área de formação profissional. Segue o elenco de atividades: Elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos. Realização de perícias, assessoria e consultoria em geral, pesquisas, estudos, análises, interpretações, planejamento, implantação, coor- denação e controle de trabalhos. Exercício de funções e cargos de administrador do serviço público federal, estadual, municipal, autárquico, sociedades de economia mista, empresas estatais, paraestatais e privadas, em que fique ex- presso e declarado o título do cargo abrangido. Exercício de funções de chefia ou direção intermediária ou superior, assessoramento e consultoria em órgãos, ou seus compartimentos, da administração pública ou de entidades privadas, cujas atribuições envolvam, principalmente, a aplicação de conhecimentos inerentes a técnicas de administração. Magistério em matérias técnicas dos campos da administração e or- ganização. 89Entidades de Classe Avaliar a importância do registro profissional, estudar as atribuições legais da profissão, assim como conhecer as entidades de classe da sua profissão é de extrema relevância no exercício da profissão de gestor ambiental, assim como em qualquer outra. O im- portante é estar sempre atento às responsabilidades associadas à profissão, assim como quais são suas direitos e deveres junto a essas entidades. Sites: CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA. Disponível em: <http://www. confea.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2016. obs.: procurar o CREA da sua região. CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA. Disponível em: <http://www.cfq.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2016. obs.: procurar o CRQ da sua região. CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Disponível em: <http://www.cfa.org.br/>. Acesso em: 22 ago. 2016. obs.: procurar o CRA da sua região. 1. De acordo com as diferenças exis- tentes entre conselho profissional, sindicato e entidades de classe, assi- nale a alternativa abaixo que apre- senta o entendimento de conselho profissional. a) Conselho profissional tem como atribuição específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso salarial, acordos anuais, entre outros, para garantir os direitos trabalhistas. b) Conselho profissional é uma instituição de natureza política e cultural dedicada ao debate das questões decisivas das profissões em torno das quais se consti- tuem. c) Conselho profissional são insti- tuições do Estado por ele criadas e mantidas pelas contribuições compulsórias que todos os profis- sionais vinculados aos respectivos conselhos estão legalmente obrigados a pagar. d) Conselho profissional tem como missão principal a luta pela me- lhoria das condições de trabalho, da remuneração, das relações entre outras atividades. e) Conselho profissional é carac- terizado pelo fato de que são independentes do Estado, tanto para sustentação econômica quanto para sua afirmação institucional. Introdução à gestão ambiental90 2. O profissional da gestão ambiental, quando se registra no Conselho de Química e for exercer suas atribui- ções, estas necessitam de um registro técnico junto a este conselho. Como é a sigla do registro junto ao Con- selho de Química? a) ART. b) SINDQUIM. c) SENGE. d) AFT. e) ARF. 3. Os Conselhos de Fiscalização Pro- fissional são entidades prestadoras de serviços públicos, com “poder de polícia”, criados por lei federal para fiscalizar o exercício da profissão respectiva, em defesa da sociedade. Assinale a assertiva CORRETA sobre o assunto. a) Habilitar legalmente os profissio- nais para o exercício da profissão, mas não existe a necessidade do registro profissional. b) Fiscalizar somente o exercício de algumas atividades profissionais, informadas previamente. c) Aplicar e cobrar multas somente quando o profissional for regis- trado como pessoa jurídica. d) Cobrar anuidades somente quando exercer a atividade profissional. e) Aplicar o Código de Ética Profis- sional. 4. De acordo com ________________ , a qual foi instituída por portaria ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a identi- ficação das ocupações no mercado de trabalho para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Assinale a assertiva que preenche a lacuna acima. a) a Classificação Brasileira de Ocu- pações (CBO) b) o Projeto de Lei 58/2009 c) o artigo 579 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT d) a Lei nº. 4.769, de 09/09/1965 e) a Lei 2.800, de 18/06/1956 5. Uma entidade de classe pretende zelar pela ética profissional, cuidar dos interesses dos profissionais associados, promover a cidadania, defender o meio ambiente e a sociedade. Assinale a assertiva que contempla esta afirmação. a) O objetivo comum da entidade de classe é que os profissionais estejam apenas se qualificando tecnicamente. b) Entidades de classe são criadas apenas para contribuir com o conhecimento técnico dos profissionais. c) Uma entidade de classe desen- volve um importante papel de conscientização e fiscalização da sociedade, porque através de suas ações é que se criam espaços de partilha, pontos de encontro, dinâmicas desportivas, entre outros, zelando pela ética e a defesa dos profissionais. d) Entidade de classe tem um papel superficial no desenvolvimento de aprendizagem dos profis- sionais. e) Uma entidade de classe só terá sucesso a partir do pagamento mensal dos profissionais filiados. 91Entidades de Classe ANTUNES, J. et al. Uma revolução na produtividade: a gestão lucrativa dos postos de trabalho. Porto Alegre: Bookman, 2013. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS GESTORES AMBIENTAIS. Relatório da família. 2016. Dispo- nível em: <http://anagea-rj.org/wp-content/uploads/CBO-2140.10.pdf>. Acesso em:27 ago. 2016. BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 2664/2011. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://www.anagea.org.br/wp-content/uploads/pl-2664-11.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2016. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/ cbosite/pages/home.jsf>. Acesso em: 28 ago. 2016. GUIA TRABALHISTA. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/sindica- to.htm>. Acesso em: 27 ago. 2016. Leitura recomendada FERRAZ, D. L. S.; MENNA-BARRETO, J. A. A organização dos trabalhadores desempre- gados como mediação para a consciência de classe. Organizações e Sociedade, Sal- vador, v. 19, n. 61, p. 187-207, jun. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1984-92302012000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 24 ago. 2016. Introdução à gestão ambiental92 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir promove uma contextualização relacionada às entidades de classe. Conheça a diferença entre as entidades, conselhos e sindicatos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) De acordo com as diferenças existentes entre conselho profissional, sindicato e entidades de classe, assinale a alternativa a seguir que apresenta o entendimento de conselho profissional. A) Conselho profissional tem como atribuição específica verificar a jornada ideal de trabalho do profissional, o piso salarial, os acordos anuais, entre outros, para garantir os direitos trabalhistas. B) Conselho profissional é uma instituição de natureza política e cultural, dedicada ao debate das questões decisivas das profissões em torno das quais se constituem. C) Conselho profissional são instituições do Estado, criadas por ele, e mantidas pelas contribuições compulsórias que todos os profissionais vinculados aos respectivos conselhos estão legalmente obrigados a pagar. D) Conselho profissional tem como missão principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração, das relações, entre outras atividades. E) Conselho profissional é caracterizado pelo fato de que são independentes do Estado, tanto para sustentação econômica quanto para sua afirmação institucional. 2) O profissional da gestão ambiental, quando se registra no Conselho de Química e for exercer suas atribuições, estas necessitam de um registro técnico junto a este conselho. Como é a sigla do registro junto ao Conselho de Química? A) ART. B) SINDQUIM. C) SENGE. D) AFT. E) ARF. 3) Os conselhos de fiscalização profissional são entidades prestadoras de serviços públicos, com “poder de polícia”, criados por lei federal para fiscalizar o exercício da profissão respectiva, em defesa da sociedade. Assinale a assertiva correta sobre o assunto. A) Habilitar legalmente os profissionais para o exercício da profissão, mas não existe a necessidade do registro profissional. B) Fiscalizar somente o exercício de algumas atividades profissionais informadas previamente. C) Aplicar e cobrar multas somente quando o profissional for registrado como pessoa jurídica. D) Cobrar anuidades somente quando exercer a atividade profissional. E) Aplicar o código de ética profissional. 4) De acordo com _____________, a qual foi instituída por Portaria Ministerial no 397, de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Assinale a assertiva que preenche corretamente a lacuna acima. A) A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). B) O Projeto de Lei (PL) no 58/2009. C) O artigo 579 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). D) A Lei no 4.769 de 09 de setembro de 1965. E) A Lei no 2.800 de 18 de junho de 1956. 5) Uma entidade de classe pretende zelar pela ética profissional, cuidar dos interesses dos profissionais associados, promover a cidadania, defender o meio ambiente e a sociedade. Assinale a assertiva que contempla essa afirmação. A) O objetivo comum da entidade de classe é que os profissionais estejam apenas se qualificando tecnicamente. B) Entidades de classe são criadas apenas para contribuir com o conhecimento técnico dos profissionais. C) Uma entidade de classe desenvolve um importante papel de conscientização e fiscalização da sociedade, porque, por meio de suas ações, criam-se espaços de partilha, pontos de encontro, dinâmicas desportivas, entre outros, zelando pela ética e a defesa dos profissionais. D) Entidade de classe tem um papel superficial no desenvolvimento de aprendizagem dos profissionais. E) Uma entidade de classe só terá sucesso a partir do pagamento mensal dos profissionais filiados. NA PRÁTICA Para o desempenho do exercício de qualquer profissão técnica, é essencial o registro no respectivo conselho. Essa entidade de classe também comprova a competência do profissional para atuar na sua área. De que forma? Acompanhe o que acontece com Laura, formada há três anos em gestão ambiental. Ela atua como consultora autônoma e tem registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Laura separa as suas ARTs sobre o assunto e encaminha para a empresa contratante. Logo recebe a resposta com o aceite das ARTs, mas solicitando que seja feita a baixa desses documentos no respectivo conselho. Então descobre que, após realizado o trabalho, é necessário levar duas cópias das ARTs ao conselho, que irá enquadrar e fiscalizar o trabalho, e, caso tudo esteja em ordem, irá carimbar e assinar a baixa do documento. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: A organização dos trabalhadores desempregados como mediação para a consciência de classe Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conselho Federal de Química (CFQ) Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conselho Federal de Administração (CFA) Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! ANTUNES, Junico; KLIPPEL, Altair Flamarion; SEIDEL, André; KLIPPEL, Marcelo. Uma revolução na produtividade: a gestão lucrativa dos postos de trabalho. Porto Alegre: Bookman, 2013. Os serviços da profissão APRESENTAÇÃO Você sabe o que implica os serviços prestados pelo gestor ambiental tanto na esfera privada quanto na pública? Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai perceber que o gestor ambiental pode se inserir em distintas áreas do setor público, mas também atuar em praticamente todos os setores dentro de uma organização. Você também vai ter informações importantes sobre os serviços prestados, como o de planejamento ambiental, gestão de resíduos, auditorias, políticas ambientais, programa de recuperação de áreas degradadas, plano diretor, zoneamento ambiental, entre outros, além de discutir algumas das principais características dos serviços prestados por esse profissional. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar os serviços do gestor ambiental.• Identificar os serviços prestados pelo gestor ambiental.• Relacionar os serviços do gestor ambiental no setor público.• DESAFIO Imagine-se gestor ambiental e trabalhando como consultor autônomo. Você é procurado por uma empresa de tintas que foi autuada, e fechada, pelo órgão ambiental devido a três aspectos: falta de estação de tratamento de esgoto (ETE), falta de licença e presença de resíduos sólidos, inclusive contaminados com corantes ao longo de toda a área da empresa, incluindo uma parcela de área de preservação permanente (APP) da margem de córrego. Diante do fato, você realiza vistoria e constata o cenário de degradação ambiental. Os proprietários informam que não vão regularizar a atividade naquele local, mas necessitam finalizar as atividades e entregar o terreno, pois é alugado. Seu desafio, assim, é orientar essa empresa na finalização de sua atividade, explicando os serviçosque serão realizados por você. INFOGRÁFICO Acompanhe, no infográfico a seguir, algumas das consequências da incorporação do gestor ambiental e seus serviços nos distintos setores de atuação, público, privado e filantrópico. CONTEÚDO DO LIVRO Um dos grandes desafios do gestor ambiental é buscar tecnologias energéticas menos impactantes, além de alternativas aos combustíveis fósseis, que são recursos não renováveis. Leia o capítulo Os serviços da profissão, do livro Introdução à gestão ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Vanessa de Souza Machado I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Os serviços da profissão Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar os serviços do gestor ambiental. Identificar os serviços prestados pelo gestor ambiental. Caracterizar os serviços do gestor ambiental no setor público. Introdução Neste texto, você aprenderá sobre os serviços prestados pelo gestor ambiental, tanto na esfera privada, quanto na pública. Você perceberá que o gestor ambiental pode se inserir em distintas áreas do setor público, mas também atuar em praticamente todos os setores dentro de uma organização. O texto trará informações importantes sobre os serviços prestados, como o de planejamento ambiental, gestão de re- síduos, auditorias, políticas ambientais, programa de recuperação de áreas degradadas, plano diretor, zoneamento ambiental, entre outros, além de discutir algumas das principais características dos serviços prestados por esse profissional. Características dos serviços do gestor ambiental O gestor ambiental é um administrador do meio ambiente; seu trabalho é o de administrar a relação das atividades/empresas com respeito às questões de meio ambiente, impostas principalmente na legislação brasileira e em nor- matizações internacionais. Nesse sentido, o trabalho e serviço do gestor am- biental deverá sempre estar em concordância com os aspectos legais aplicados às distintas áreas de atuação desse profissional. O gestor ambiental é o profissional que fará a administração de programas e projetos vinculados à área do meio ambiente. Nesse sentido, o serviço do gestor ambiental requer conhecimentos e práticas em várias áreas ao mesmo tempo. Além disso, em muitos serviços vinculados à profissão, como, por exemplo, a elaboração do estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental (EIA-RIMA), previsto na legislação para novos em- preendimentos, o gestor ambiental terá também de compor e gerenciar uma equipe de profissionais especializados, como geólogos, biólogos, topógrafos, entre outros. De forma geral, podemos dizer que qualquer serviço do gestor ambiental envolve um ciclo que tem início com a fase de planejamento ambiental, de de- finição de objetivos, seguida pela fase de inventário, que fundamenta a última etapa, de diagnóstico e de prognóstico. Os passos seguintes são de tomada de decisão e formulação de diretrizes, conforme pode ser observado na Figura 1. Após esses passos de planejamento propriamente dito, temos, então, a implan- tação e o início da gestão do serviço. Esse processo finaliza com a avaliação dos resultados e produção de conhecimento, o que permite uma retroalimen- tação em que os resultados servem como subsídio para o início de um novo ciclo de planejamento e melhoria do sistema. Figura 1. Ciclo e composição do processo de gestã o ambiental. Fonte: Rosa A. H., 2012. PLANEJAMENTO AMBIENTAL Definição de objetivo Avaliação de resultados GESTÃO AMBIENTAL Produção de conhecimento Formulação de diretrizes Tomada de decisões Inventário Diagnóstico Prognóstico Implantação Quando inferimos planejamento e prognósticos, outro aspecto do serviço do gestor ambiental pode ser ressaltado: o de identificar impactos e riscos Introdução à gestão ambiental94 ambientais dentro de uma empresa ou mesmo para futuros empreendimentos, seja ela do setor privado ou público, além de propor soluções para os pro- blemas detectados. Nesse sentido, o trabalho do gestor deve ser minucioso e extremamente correto na hora de relatar impactos, riscos e/ou possíveis acidentes, além de estratégico, prevendo e antecipando qualquer situação de risco. Um dos principais serviços do gestor ambiental é a implantação de um sistema de gestão ambiental – SGA, que é fundamental para o cumprimento da legislação e benéfico para a empresa e para a comunidade na qual está inserida. O gestor ajuda a empresa a ganhar um diferencial competitivo e conquista benefícios como gerenciamento de riscos, redução de custos, de- sempenho ambiental melhorado, economia de energia e imagem corporativa. Um aspecto do serviço do gestor ambiental de extrema importância e que merece destaque está na conscientização dos administradores e funcionários em relação à responsabilidade ambiental, para que ela seja incorporada nos valores de cada um. Sem a consciência ambiental e a colaboração de todos, o gestor não consegue exercer suas funções (Fig. 2). Através de seu trabalho, ele deve promover um meio ambiente equilibrado, socialmente justo e econo- micamente viável. Figura 2. O gestor em serviço. Fonte: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS GESTORES AMBIENTAIS, 2016. 95Os serviços da profissão Para finalizar essa narrativa acerca das características do serviço de gestor ambiental, é de fundamental importância dizer que o objetivo direto é a me- lhoria dos resultados de produtos/processos em concordância com a preser- vação do meio ambiente, mas também e fundamentalmente quanto a melhoria do meio social e de saúde coletiva. Nesse sentido, destacam-se os serviços na área do saneamento básico, recuperação de áreas degradadas e educação am- biental, que promovem diretamente uma melhora no ambiente e na qualidade de vida das pessoas, e assim, consequentemente, na saúde coletiva. Os serviços prestados pelo gestor ambiental De acordo com a regulamentação da profissão de gestor ambiental ainda em elaboração e tramitação no Brasil, Projeto de Lei 2664/11, a profissão de gestor ambiental será regulamentada de acordo com a norma de criação do curso de graduação, por intermédio do MEC, em obediência à lei 9.394 de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Nesse PL, art. 4, já podemos ter uma ideia dos serviços que serão delimitados para o gestor ambiental por essa lei. São os seguintes: I – educação ambiental; II – gerenciamento e implantação de sistema de gestão ambiental (SGA); III – gestão de resíduos; IV – elaboração de políticas ambientais; V – desenvolvimento, implantação e assinatura de projetos ambientais; VI – auditorias, elaboração e assinatura de laudos e pareceres ambientais; VII – avaliação de impactos ambientais; VIII – assessoria ambiental; IX – implementação de procedimentos de remediação; X – docência; XI – elaboração de relatórios ambientais; XII – monitoramento de qualidade ambiental; XIII – avaliação de conformidade legal; XIV – recuperação de áreas degradadas; XV – elaboração e implantação de projetos de desenvolvimento sustentável; Introdução à gestão ambiental96 XVI – licenciamento ambiental; XVII – elaboração de plano de manejo. De qualquer forma, o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agro- nomia), o CRA (Conselho Regional de Administração) e o CRQ (Conselho Regional de Química) já possibilitam a atuação do gestor ambiental no mer- cado de trabalho exercendo as atribuições colocadas acima. Vamos agora detalhar algunsdesses serviços? Educação ambiental Na educação ambiental, o gestor tem o papel de contribuir na criação de uma consciência ecológica fazendo com que a comunidade perceba os problemas derivados da relação do homem com a natureza. Neste processo, busca-se despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental. Ele deve ser realizado com atividades práticas e acesso à informação com uma linguagem fácil. Através da educação ambiental, ocorre a mudança cultural e a transformação social. Sistema de gestão ambiental O sistema de gestão ambiental (SGA) é uma forma de tornar uma empresa mais sustentável. São necessários vários passos para que se consiga imple- mentar um SGA. Entre eles, estão a política ambiental, que trará medidas a serem implementadas; o planejamento, em que serão planejadas as medidas e sua forma de implementação através de um plano de ação, implementação e operação, no qual será oferecido um treinamento pelo gestor para implemen- tação. Além disso, há a etapa de verificação e ação corretiva, na qual serão realizadas atividades de monitoramento, medição, ações corretivas e preven- tivas e registros de tudo que está sendo realizado; por fim a análise crítica, em que será avaliado o SGA implantado e será considerada possibilidade de mudança na política ambiental. Gestão de resíduos Na gestão de resíduos, busca-se a diminuição do impacto causado pela falta de gerenciamento, separação inadequada e o excesso de resíduos encami- 97Os serviços da profissão nhados para o aterro. Nela são trazidos dois conceitos muito importantes; o conceito de resíduo é aquele material que sobra, como garrafas pet, cascas de alimentos, entre outros, e que podem ser recuperados de alguma forma, seja na reciclagem ou na sua utilização como matéria-prima para outro produto. Já o rejeito é aquilo que não se pode aproveitar de nenhuma forma e não existe ainda tecnologia adequada para recuperá-lo. O gestor deve implementar um sistema para os resíduos que vise primeiramente a não geração, a redução, a reutilização como matéria prima, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos através de processos como a incineração e a compostagem e, por fim, disposição dos rejeitos em um aterro sanitário. Elaboração de políticas ambientais As políticas ambientais são ações tomadas com o objetivo de preservar o meio ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável, que alia o crescimento econômico com a preservação da natureza. O gestor tem o papel de elaborar e implementar as políticas ambientais dentro de uma empresa. Essas políticas, além de ajudarem na obtenção de uma certificação ambiental, também trazem benefícios como economia de recursos, energia e podem até gerar lucros para empresa. Auditorias As auditorias podem estar ligadas diretamente ao sistema de gestão ambiental que trabalha com o conceito de melhoria contínua. A auditoria pode ser rea- lizada pelo gestor e deve ser toda registrada. Ela procura avaliar requisitos como o cumprimento da legislação ambiental, os danos que a empresa pode estar causando, se as melhorias que ela implementou estão gerando resul- tados, entre vários outros pontos que podem ser analisados em uma auditoria. Recuperação de áreas degradadas Atualmente, o País possui muitas áreas que foram degradadas através de ati- vidades como mineração, desmatamento e disposição de resíduo. Estas áreas não podem ser utilizadas novamente sem que seja feito um trabalho de re- cuperação. O gestor tem o papel de fazer um plano de recuperação de áreas degradadas identificando o que ocorreu naquela área, quais foram os danos Introdução à gestão ambiental98 causados e como ela pode ser recuperada, se é através do plantio de mudas, sementes ou de sua regeneração natural. Avaliação de impacto ambiental A avaliação de impactos ambientais é uma atribuição muito importante do gestor ambiental, pois é através dela que são identificados os danos que um projeto pode causar ao meio físico, ou seja, no ambiente, meio biótico, com- posto pela fauna e flora e meio socioeconômico, composto pela população e suas atividades. Sem esta avaliação, empreendimentos altamente impactantes poderiam se instalar em qualquer lugar, causando um grande problema para a sociedade. Aplicação de métodos de eliminação ou de redução de impactos ambientais O gestor pode identificar dentro de uma empresa os impactos positivos e ne- gativos e partir desta avaliação. Ele desenvolve e aplica métodos para que os impactos positivos sejam preservados e melhorados e os impactos negativos sejam reduzidos ou até mesmo eliminados através da substituição de matérias primas danosas, máquinas obsoletas e através da eliminação de práticas er- radas como o desperdício de água, uso de materiais descartáveis, entre outros. Estudo de impacto de vizinhança (EIV) Previsto pelo estatuto da cidade, Lei Federal 10.257/2001, pode ser conside- rado um instrumento básico e fundamental para a aplicação de forma legal e adequada da avaliação de impactos do meio urbano de qualquer empreendi- mento para a gestão ambiental urbana. Trata-se de um documento técnico exi- gido legalmente para empreendimentos que possam causar impactos no meio urbano. Nesse sentido, ele trata dos impactos que um determinado empreen- dimento terá no seu entorno, com foco na infraestrutura urbana e, sobretudo, na proposição de melhorias. Em alguns casos, as melhorias esperadas para a área já estarão indicadas no respectivo plano diretor do município e podem ser, durante a instalação do empreendimento, colocadas em prática como con- trapartida para a cidade/vizinhança. 99Os serviços da profissão O gestor ambiental, quando atua em uma empresa/indústria específica, acaba exer- cendo as suas atividades nos mais diversos departamentos dessa instituição, como nas áreas de marketing, relações jurídicas, qualidade, manutenção, comunicação externa, relações com representantes internos, sensibilização do pessoal, segurança, gestão de riscos, auditoria interna, implementação de procedimentos e relações/administração. Na Figura 3, estão relacionadas às frequências de trabalho nas empresas em cada área. Figura 3. Competências do gestor ambiental nas corporações e frequência das tarefas exe- cutadas. Fonte: Corazza (2003 apud VATIMBELLA, 1992). marketing relações jurídicas qualidade manutenção comunicação externa relações com representantes internos sensibilização do pessoal segurança gestão de riscos auditoria interna implementação de procedimentos relações/administração Competências do “responsável ambiental” nas corporações (frequência das tarefas executadas) O papel do gestor no setor público O gestor ambiental, apesar de ainda pouco representado no setor público, possui formação adequada para o desempenho de funções em distintos de- partamentos que tenham como foco o meio ambiente ou mesmo o planeja- Introdução à gestão ambiental100 mento urbano. Promover o desenvolvimento sustentável é o grande objetivo do gestor ambiental na gestão pública, pois fornece alternativas e mecanismos para que o município possa se desenvolver mais sem agredir o meio ambiente e prejudicar o bem-estar dos seus habitantes. No setor público, o desafio do gestor ambiental é maior, pois envolve não só a gestão ambiental dentro dos setores públicos, mas também a conscienti- zação da população através de campanhas e programas. Este é outro grande desafio, pois, no setor público, a gestão ambiental não é um dos pontos prin- cipais de preocupação. No entanto, na verdade, este é o fator principal quando pensamos em qualidade de vida e saúde coletiva. Dentre os serviços do gestor ambiental no setor público, podemos destacar sua atuação direta no plane- jamento urbano e ambiental. Hoje, o planejamento urbano não é mais visto como separado das questões ambientais; muito pelo contrário, é integrado e essencial para a tomada de decisão. São serviços vinculados à gestão am- biental no setor público: Planodiretor: previsto na Constituição Federal para municípios com mais de 20 mil habitantes, é o principal instrumento da política de desenvolvimento e de ordenamento territorial. Pode ser entendido como um plano básico de desenvolvimento municipal. São assuntos que integram o plano diretor: orde- namento territorial, diretrizes para infraestruturas, transporte urbano, áreas de preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental, por exemplo. Acesse o link e saiba mais sobre o plano diretor de Porto Alegre, Lei complementar nº 434. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre: http:// www.portoalegre.rs.gov.br/planeja/spm/default.htm Zoneamento Ambiental: é a divisão do território em zonas distintas, vi- sando ao desenvolvimento planejado e levando em consideração aspectos re- lacionados à proteção, à conservação e à recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. Questões de uso e ocupação do solo são os principais focos do zoneamento. Desenvolvimento urbano sustentável: A Portaria n° 61, de 15 de maio de 2008 do Ministério do Meio Ambiente (MMA), estabelece práticas de sus- 101Os serviços da profissão tentabilidade ambiental a serem observadas pelo MMA e suas entidades vin- culadas. Nesta portaria, são listados bons exemplos de práticas sustentáveis que o gestor pode implementar na gestão pública, como a preferência por fornecedores e produtos de menor impacto ambiental nas licitações e, nos procedimentos licitatórios de compras públicas, escolher preferencialmente lâmpadas de alto rendimento, usar o correio eletrônico sempre que for pos- sível ao invés de papéis, utilizar equipamentos duráveis e reparáveis, adotar práticas corretas de descarte, utilização de papel reciclado, previsão de utili- zação de produtos biodegradáveis nos contratos de limpeza, desenvolvimento de medidas de redução do consumo e reuso de água, entre outras práticas mais sustentáveis. Além desses serviços, também podemos listar outras atividades em que o gestor pode se envolver na administração pública: Criação de benefícios como incentivos fiscais para empresas sustentá- veis e ecoeficientes; Estabelecimento de padrões ambientais de qualidade para ajudar na preservação de rios e conservação do ar sem poluentes; Licenciamento de empresas e avaliação dos seus impactos ambientais; Controle do uso de recursos ambientais para que eles não sejam reti- rados em excesso; Promoção da educação ambiental; Pesquisa sobre a situação ambiental das cidades, com o planejamento de ações de melhoria e mapeamento estratégico; Elaboração de plano de metas; Criação de projetos como cidades sustentáveis com mais áreas verdes, menos áreas de inundação, com planejamento urbano, com uma qua- lidade do ar melhor e com a destinação correta dos resíduos sólidos. As atividades ambientais dentro da administração pública não são só estas; elas envolvem também a fiscalização, a pesquisa, o monitoramento e a penalização daqueles que não cumprem com as legislações ambientais. Estas atividades realizadas pelo poder público são fundamentais para melhoria da qualidade de vida, pois fazem a gestão de recursos da flora e da fauna, de pessoas e de tecnologias (Fig. 4). Introdução à gestão ambiental102 Figura 4. Gestão de pessoas, recursos e tecnologias. Fonte: Grupo Anchieta (2014). 1. Considerando os conceitos apre- sentados, é possível afirmar que as políticas ambientais: a) São criadas para certificar as em- presas do setor público e privado. b) São políticas formuladas exclusi- vamente pelo governo. c) É uma prática social interdisci- plinar. d) É exclusivamente uma disciplina acadêmica. e) São um conjunto de práticas que visam preservar o ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável. 2. O gestor ambiental pode trabalhar com: a) Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD). b) Laudos geológicos. c) Fiscalização e regulação de empresas. d) Laudos de cobertura vegetal. e) Controle e auditoria em saúde. 3. Sobre os serviços prestados pelo gestor, é correto afirmar que: a) O sistema de gestão ambiental envolve alguns passos, como formulação das políticas públicas, planejamento, verificação e análise crítica. b) A educação ambiental visa ao desenvolvimento de uma consciência ecológica para que se possa aliar o crescimento econômico com a preservação da natureza. 103Os serviços da profissão c) Na recuperação de áreas degra- dadas, o gestor avalia os danos causados por atividades como plantio de monoculturas e mineração e faz um plano para recuperá-las, podendo escolher entre a regeneração natural do local ou plantio com espécies exóticas. d) As auditorias visam à certificação das empresas que não a possuem ainda. e) As políticas ambientais devem ser elaboradas apenas pelo poder público. 4. É um serviço do gestor ambiental no setor público: a) Implementação SGA. b) Elaboração do zoneamento ambiental. c) Elaboração do EIA-RIMA. d) Elaboração do EIV. e) Elaboração do PGRS. 5. Plano diretor é: a) Um instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. b) Um processo administrativo associado ao licenciamento ambiental. c) Um instrumento de comando e controle do município. d) Um instrumento de tomada de decisão do município. e) Um documento que trata dos impactos do meio urbano. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS GESTORES AMBIENTAIS. [2016]. Disponível em: <http:// www.anagea.org.br/>. Acesso em: 01 set. 2016. BARBIERI, J. C. Avaliação de impacto ambiental na legislação brasileira. Revista de Admi- nistração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 78-85, 1995. BARBOSA, M. S.; KRAVETZ, M. C. Gestão ambiental na gestão pública. Caderno Meio Am- biente e Sustentabilidade, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 5-20, 2013. CORAZZA, R. I. Gestão ambiental e mudanças da estrutura organizacional. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 1-23, 2003. COUTO, S. Gestão ambiental: o caminho da sustentabilidade. [2009]. Disponível em: <http://www.academiadetalentos.com.br/05.pdf >. Acesso em: 20 jul. 2015. DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. FERRAZ, J. C.; KUPFER, D.; HAGUENAUER, L. Made in Brazil: desafios competitivos para a indústria. Rio de Janeiro: Campus, 1995. GRUPO ANCHIETA. IX Semana de Estudos: gestão ambiental nas esferas pública e pri- vada – propostas e desafios. 2014. Disponível em: <http://www.anchieta.br/evento/ Introdução à gestão ambiental104 ix-semana-de-estudos-gestao-ambiental-nas-esferas-publica-e-privada-propostas-e- -desafios/>. Acesso em: 01 set. 2016. INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Cadernos de formação. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2006. v. 1 a 5. OLIVEIRA, R. C.; SANTOS, J. B. Gestão ambiental nas empresas do setor de petróleo e gás em mossoró-rn. Holos, Natal, v. 3, p. 126-137, maio 2008. Disponível em: <http://www2. ifrn.edu.br/ojs/index. php/HOLOS/article/view/135/123>. Acesso em: 10 ago. 2016. QUINTAS, J. S. Introdução à gestão ambiental pública. Brasília, DF: IBAMA, 2005. ROSA, A. H., FRACETO, L. F., MOSCHINI-CARLOS, V. Meio Ambiente e Sustentabilidade. Por- to Alegre: Bookman, 2012. VATIMBELLA, A. Le capitalisme vert. Coll. Alternatives Économiques. Paris: Syros, 1992. Leituras recomendadas MENEGUETTI, C. F. Gestão ambiental empresarial. 22. ed. Maringá, PR: Cesumar, 2012. v. 1. SABBAGH, R. B. Gestão ambiental. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 2011. (Ca- dernos de Educação Ambiental, 16). Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/ wp-content/uploads/2011/10/16-GestaoAmbiental.pdf>. Acesso em: 10 set. 2016. 105Os serviços da profissão Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir apresenta informações sobre os serviços do gestor ambiental nos setores privado e público. Você vai concluir que todos os serviços desse profissional possuem umfoco bastante específico: o desenvolvimento sustentável. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Marque a alternativa que apresenta corretamente o serviço do gestor ambiental e sua descrição. A) Assessoria ambiental, que corresponde à elaboração de inúmeros laudos e relatórios. B) A recuperação de áreas degradadas consiste na elaboração de projetos de desenvolvimento sustentável. C) A educação ambiental nas empresas promove o desenvolvimento sustentável do processo de produção da empresa. D) A avaliação de impactos ambientais é um documento técnico de avaliação prévia de impactos ambientais imposto a qualquer empreendimento que utilize recursos naturais ou que possa causar danos ao meio ambiente. E) O estudo de impacto de vizinhança (EIV) está relacionado com a identificação e com os impactos de uma atividade no meio ambiente. 2) Quanto ao planejamento ambiental, característica presente em praticamente todos os serviços do gestor ambiental, assinale a alternativa correta. A) O planejamento ambiental inclui o diagnóstico e a avaliação de resultados. B) O prognóstico trata do levantamento de dados. C) O planejamento ambiental é fundamental para a correta implantação e avaliação de resultados. D) A definição dos objetivos deve ser feita no final da fase de planejamento. E) A produção de conhecimento subsidia a etapa de avaliação de resultados. 3) O programa de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) já é uma realidade nas indústrias. Sobre o objetivo direto desse serviço do gestor ambiental, assinale a alternativa correta. A) Promover a sustentabilidade. B) Promover a preservação ambiental. C) Promover a qualidade ambiental e sanitária. D) Promover a reutilização dos resíduos. E) Promover apenas a compostagem. 4) Qual das alternativas a seguir contém um serviço do gestor ambiental no setor público? A) Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD). B) Laudos geológicos. C) Implantação SGA. D) Laudos de cobertura vegetal. E) Zoneamento ambiental. 5) O gestor ambiental é preparado para a elaboração do plano diretor. Assinale a alternativa que define corretamente o plano diretor. A) Um instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. B) Um instrumento do licenciamento ambiental. C) Um instrumento de comando e controle do município. D) Um documento de análise de impactos urbanos. E) É um documento que trata dos impactos do meio urbano. NA PRÁTICA O gerenciamento do processo de licenciamento nas empresas hoje é uma demanda real do mercado de trabalho, incluindo a do gestor ambiental. Esse processo possui distintas fases (prévia, instalação e operação), e cada uma delas associadas a condicionantes que controlam e regulam o funcionamento das distintas atividades que utilizam recursos naturais ou mesmo que podem de alguma forma impactar o meio ambiente. Imagine a seguinte situação: Resolvido o problema prático, Bárbara abre uma notificação. Como sugestão de ação para o ocorrido, sugere um treinamento com todos os funcionários sobre os condicionantes legais para o funcionamento da empresa, garantindo assim que novas irregularidades voltem a ocorrer. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Gestão ambiental nas empresas do setor de petróleo e gás em Mossoró (RN) Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Avaliação de impacto ambiental na legislação brasileira Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Meio Ambiente e Sustentabilidade Inicie sua leitura no Capítulo 6, Recursos energéticos e meio ambiente, com o tópicos Energia (página 126) e finalize em Conversão de outras energias em energia elétrica, que se encerra na página 132. A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial APRESENTAÇÃO Os problemas ambientais são alguns dos problemas mais sérios vividos pela humanidade, porque neles estão embutidos a fome e a situação de miséria em que se encontram milhões de pessoas no mundo. Há uma vertente de maior preocupação com as questões ambientais, sobretudo a partir de focos significativos de cidadania, tendo como importantes atores as organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao ambientalismo e demais segmentos sociais. Estas fazem pressão pela criação de mecanismos legais, como políticas públicas, com o objetivo de promover efetivamente a proteção ambiental. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as atuações do gestor ambiental no primeiro, segundo e terceiro setor. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar as áreas de atuação do gestor ambiental nos âmbitos regional e nacional.• Apontar a atuação do gestor ambiental no âmbito internacional.• Reconhecer a atuação do gestor ambiental no terceiro setor.• INFOGRÁFICO O infográfico a seguir possui informações acerca dos setores correspondentes às áreas de atuação nas esferas regional, nacional e internacional. Por meio dele, é possível entender o amplo mercado de trabalho que engloba o segmento ambiental. CONTEÚDO DO LIVRO Alguns instrumentos do gestor ambiental possuem reconhecimento internacional de qualidade. Acompanhe a leitura do trecho selecionado a seguir para aprofundar o seu conhecimento sobre a importância do sistema de gestão ambiental nas empresas, e que está baseada em normas e procedimentos internacionais. Aprofunde seus conhecimentos com o capítulo A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial, da obra Introdução à gestão ambiental. Boa leitura! INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL Vanessa de Souza Machado I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] / Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-89-0 1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3. Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol, Juliana. CDU 658:504 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar as áreas de atuação do Gestor Ambiental nos âmbitos regional e nacional. Discutir a atuação do Gestor Ambiental no âmbito internacional. Verificar a atuação do Gestor Ambiental no terceiro setor. Introdução Os problemas ambientais, talvez sejam os mais sérios vividos pela humanidade, porque neles estão embutidos a fome e situação de miséria em que se encontram milhões de indivíduos no mundo. Contudo, há uma vertente de maior preocupação com as questões ambientais, sobretudo a partir de focos significativos de cidadania, tendo como importantes atores as ONG’s (Organizações Não Gover- namentais) ligadas ao ambientalismo e demais segmentos sociais, que fazem pressão pela criação de mecanismos legais, como políti- cas públicas, com o objetivo de promover efetivamente a proteção ambiental. Empresas públicas e privadas investem em projetos de gestão am- biental e de preservação, por isso, profissionais dessa área são muito requisitados. ONG’s (Organizações Não Governamentais) ligadas ao meio ambiente também empregam profissionais da área. Áreas de atuação do gestor ambiental nos âmbitos regional e nacional O profissional da área de Gestão Ambiental pode trabalhar em três instân- cias, como órgãos públicos ou primeiro setor, empresas privadas ou segundo setor, e terceiro setor (ONGs – Organizações Não Governamentais e sem fins lucrativos). Primeiro Setor – Governamental: atividades técnico/administrativas. Municipais: (secretarias de meio ambiente das prefeituras e outros se- tores institucionais vinculados ao Município de cada região); Estaduais: (os próprios conselhos regionais, secretarias demeio am- biente ou órgãos de proteção ambiental, de licenciamento, fiscali- zação e execução de condicionantes ambientais dentro de cada Estado, exemplo FEPAM, CETESB, IAP, Ministério Público Estadual etc.); Federais: (órgãos legisladores, fiscalizadores e executivos a nível Na- cional, como por exemplo, o SISNAMA, IBAMA, CONAMA, Mi- nistério Público Federal, ICMBio, ANA, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, etc.). Segundo Setor – Empresas privadas ou parceria publica-privadas: ativi- dades técnicas de gestão ambiental. Micro e pequenas empresas. Terceiro Setor – ONGs (organizações não governamentais e sem fins lu- crativos): atividades de gestão socioambiental e ativismo ambiental. ONGs tanto regionais como nacionais, podendo receber remuneração pelos projetos desenvolvidos, ou se condicionar as ações voluntárias. Particularmente tratando do Primeiro Setor, o surgimento da lei nº 6938 de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, criou um Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), com a finalidade de es- tabelecer um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas res- ponsáveis pela proteção e pela melhoria da qualidade ambiental. Os órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal, e dos municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, são apresentados na Figura 1. Cabe des- tacar que o Gestor Ambiental tem competência para atuar em todos esses órgãos, mas claro, mediante concurso público. 107A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial Figura 1. Composição do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA. Fonte: Cadernos de formação (IBAMA, 2006). Atuação do gestor ambiental no âmbito internacional De modo geral, a gestão ambiental internacional baseia-se essencialmente nos princípios da Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, na Agenda 21 e nos preceitos ditados por organismos internacionais como a ONU, ISO e OMC. Organizações financeiras internacionais como Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial com suas exigên- cias direcionam o campo da gestão ambiental internacional também. As atuações do Gestor Ambiental nesse contexto são diversas, ele pode atuar em ONG’s contribuindo para o desenvolvimento de políticas ambien- tais, nos organismos internacionais como na ONU, e ainda, nas organiza- ções financeiras como BID, onde pode atuar como analista. Em empresas privadas, as questões ambientais são objeto de inicia- tivas de normatização e certificação no âmbito nacional e internacional. Introdução à gestão ambiental108 Algumas destas normas são certificáveis possibilitando a empresa de- monstrar para terceiros o atendimento a suas diretrizes. Isso é importante pois traz visibilidade a marca empresarial e cada vez mais é cobrado por organismos financiadores, acionistas, companhias de seguro e clientes, sejam eles pessoa física ou jurídica. Essas normas de âmbito nacional e internacional visam à melhoria da gestão ambiental nas empresas, tendo como destaque a ISO 14000, instrumento mundial de critérios ambientais na gestão de empresas (Figura 2). Pode-se dizer que a gestão ambiental virou um fator de competição co- mercial, isso devido à tendência das pessoas em preferir produtos e ser- viços ambientalmente corretos e, além disso, contratos de comércio in- ternacional são facilitados para as organizações que adotam sistemas de gestão baseados em normas reconhecidas internacionalmente como as do FSC e da ISO. Ainda no âmbito internacional, as organizações que encaminham seus resíduos para outros países devem seguir a Convenção de Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu De- pósito, essa trata-se de um acordo que define mecanismos de organização dos movimentos transfronteiriços de resíduos sólidos e líquidos perigosos e sua disposição final. As atuações do Gestor Ambiental nesse contexto de empresas privadas que necessitam interagir com órgãos internacionais são relacionadas ao atendimento das normas e certificações. Empresas que realizam exporta- ções, multinacionais e empresas que encaminham resíduos para fora do país necessitam de Gestores Ambientais capazes de trabalhar com ques- tões internacionais. Há também empresas que importam matéria-prima e possuem política de comprar apenas de empresas ambientalmente respon- sáveis, neste caso, o Gestor Ambiental deve ser capaz de analisar se a em- presa ofertante da matéria-prima se enquadra nesse preceito. Há também algumas certificadoras internacionais onde o Gestor Ambiental pode atuar como analista. Profissionais que desejam adentrar nessa área de atuação internacional precisam ter um bom conhecimento dos acordos internacionais e de como eles são operacionalizados, além disso, é indispensável conhecimentos em inglês. Porém, essa é a área onde os profissionais de gestão são melhores remunerados. 109A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial Figura 2. Figura representando a importância que a normatização da ISO 14001 tem para as corporações. Fonte: ShutterStock. Em um mundo no qual as fronteiras políticas se tornam cada vez mais voláteis e a velo- cidade de informações aumenta exponencialmente, novas questões e atores assumem o protagonismo no cenário internacional, em especial na área ambiental. Atuação do gestor ambiental no terceiro setor Organizações não se limitam as empresas com fins lucrativos, há também as organizações públicas e as organizações sem fins lucrativos. Estas últimas fazem parte do chamado Terceiro Setor e também são chamadas de Organi- zações Não Governamentais (ONGs). O Terceiro Setor engloba todas as or- ganizações não governamentais e sem fins lucrativos presentes na sociedade. Estas organizações são criadas a partir da sociedade civil e desempenham um importante papel social. Introdução à gestão ambiental110 Este setor, até poucos anos atrás, não era muito organizado, teria se ini- ciado com as ações filantrópicas promovidas pela Igreja e outras obras de ca- ridade, porém, nos últimos anos vem sendo profissionalizado. A qualificação necessita ser específica para este setor, pois o gerenciamento de uma ONG é bem diferente do gerenciamento de uma empresa com fins lucrativos. Por se tratarem de organizações que visem o atendimento de fragilidades sociais, se supõe que elas deveriam ser mais conscientes dos cuidados com o meio ambiente do que as organizações com fins lucrativos. Porém, muitas delas ainda não possuem processos de gerenciamento devidamente estrutu- rados, assim, a gestão ambiental também não recebe a devida atenção. Esta lacuna abre espaço para o profissional em gestão ambiental nesse setor, in- dependentemente do tipo de serviço oferecido pela ONG. Apesar destas en- tidades terem um forte impacto, a utilização de algum tipo de Gestão Am- biental especificamente em ONG’s que não se dedicam a causa ambiental, não foi ainda suficientemente abordada, e a bibliografia a respeito é ainda pobre. Existem ONG’s espalhadas pelo mundo, de diversos portes, que traba- lham diretamente com a questão ambiental, como o Greenpeace (Figura 3), Friends of the Earth, World Conservation Union, Fundação SOS Mata Atlân- tica, TAMAR e a World Wide Fund for Nature. As primeiras ONG’s com atuação no ambientalismo surgiram no século XVII, e eram formadas, em sua maioria, por cientistas. Hoje, essas organizações são formadas por pessoas de vários seguimentos sociais diferentes, porém com objetivos comuns. Estas ONG’s prestam serviços à comunidade e realizam diversos projetos voltados a conservação, o Gestor Ambiental pode atuar nestes dois campos. Entre os serviços realizados ativamente pelas ONG’s que se dedicam a causa ambiental, podemos destacar: análises para identificar contaminações; tratamento de resíduos domésticos e industriais; sistemas de gestão ambiental; reaproveitamento de matérias primasatravés de reciclagem e reutilização; educação ambiental; entre outros. O profissional de Gestão Ambiental pode atuar também junto as ONG’s na formulação de políticas ambientais. O trabalho das ONG’s é importante na formulação de políticas ambientais, não só em nível internacional, mas também na formulação de políticas ambientais brasileiras. As políticas de gestão ambiental são criadas, principalmente, durante as conferências das Nações Unidas relacionadas a esta área. O documento de maior importância é a AGENDA 21, nela estão às principais políticas ambien- tais e de desenvolvimento em nível internacional. A AGENDA 21 foi criada 111A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial durante a ECO-92, Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desen- volvimento, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992. Na mesma conferência foi criada a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, esta contém 27 princípios para proteção da integridade dos sistemas ambientais globais e para o desenvolvimento humano de forma sustentável. Gestor Ambiental é um profissional multidisciplinar, isso traz muitos benefícios tanto para as ONG’s quanto para o profissional que ganha muita experiência e transita em áreas distintas, como: Direito, Administração, Bio- logia, Engenharia, Relações internacionais entre outras. Além disso, com a profissionalização das ONG’s, se abrirá cada vez mais oportunidades para este profissional dentro do terceiro setor. Figura 3. O Greenpeace é uma das ONG’s mais conhecidas no mundo, sua atuação em prol do meio ambiente é marcada por ações enérgicas. Fonte: ShutterStock. Leia mais sobre sustentabilidade no terceiro setor no link: http://revistas.una.br/index. php/reuna/article/view/431/470 Introdução à gestão ambiental112 1. Quanto à atuação do profissional de Gestão Ambiental em âmbito Regional e Federal, ela pode ser realizada em três instâncias (primeiro, segundo e terceiro setor), quais são eles de acordo com as alternativas abaixo. a) Órgãos públicos, empresas pri- vadas e ONGs. b) Nacional, estadual e primeiro setor. c) Governamental, ONGs e terceiro setor. d) Empresas, segundo setor e ONGs. e) Pessoa Física, pessoa jurídica e parcerias público/privadas. 2. Particularmente sobre o Primeiro Setor, é correto afirmar que: a) O Gestor Ambiental desempenha atividades técnico/administra- tivas nas esferas estaduais e municipais. b) A FEPAM, CETESB e IAP são órgãos públicos de atuação do Gestor Ambiental nos municípios. c) A ANA é uma instituição de atuação do Gestor Ambiental a nível federal. d) O Primeiro Setor corresponde as organizações não governamen- tais e sem fins lucrativos. e) O Gestor atuando a nível muni- cipal pode trabalhar também em empresas privadas ou de parceria publica-privadas. 3. Marque a alternativa que apresenta corretamente a sigla e a descrição do organismo internacional que norteia a atuação do Gestor Ambiental a nível mundial. a) ONU – International World Wide Fund for Nature. b) BID – Banco Mundial. c) OMC – Organização Mundial do Comércio. d) ONG – Organização das Nações Unidas. e) ISO – Organização Internacional para a Sustentabilidade. 4. O Gestor Ambiental atuando nas em- presas privadas necessitam interagir com órgãos internacionais para o atendimento de normas e certifica- ções. Marque a alternativa que apre- senta as normas mais conhecidas e utilizadas no mundo: a) FSC e ISO. b) ONG e ISO. c) ISO e BID. d) Selo AQUA e FSC. e) LEED e FSC. 5. Em se tratando de políticas am- bientais internacionais, existe um documento de maior repercussão criado em uma Conferência Brasileira. De acordo com o texto a alternativa que responde corretamente essa questão é: a) Acordo Global sobre Sustentabili- dade na COP 21. b) PNRS na ECO-92. c) Protocolo de Montreal na ECO-92. d) Protocolo de Kyoto na COP 21. e) Agenda 21 na ECO-92. 113A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial A INFLUÊNCIA da certificação ISO 14001 nas empresas: gestão ambiental empresarial. [2006]. Disponível em: <http://docplayer.com.br/5106756-A-influencia-da-certificacao- -iso-14001-nas-empresas-gestao-ambiental-empresarial.html>. Acesso em: 20 ago. 2016. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecno- lógica. Catálogo Nacional de Cursos Superiores. Brasília, DF: Ministério da Educa- ção, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=7931-cat-cur-sup-05-11-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 25 ago. 2016. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Convenção de Basiléia. [2012]. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-perigosos/convencao-de-ba- sileia>. Acesso em: 10 set. 2016. CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA. Resolução n° 218, de 29 jun 1973. Brasília, DF, 1973. Disponível em: <http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza. asp?idEmenta=266>. Acesso em: 20 ago. 2016. CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA. 4ª Região. Resolução normativa nº 36, de 25/04/1974. Pi- nheiros, SP, 1974. Disponível em: <http://www.crq4.org.br/resolucao_normativa_n_36__ de_250474>. Acesso em: 20 ago. 2016. FLORIANO, E. P. Políticas de gestão ambiental. 3. ed. rev. Santa Maria, RS: UFSM, 2007. Dispo- nível em: <http://coral.ufsm.br/dcfl/seriestecnicas/serie7.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2016. GONÇALVES, A. G. C. Órgãos ambientais do Brasil: federais e estaduais. 27 nov. 2010. Dis- ponível em: <http://diariodoverde.com/orgaos-ambientais-do-brasil-federais-e-estadu- ais/>. Acesso em: 20 ago. 2016. VEIGA, M. M. A competitividade e a gestão ambiental internacional de resíduos sólidos perigosos. Revista Pesquisa & Desenvolvimento Engenharia de Produção, Itajubá, MG, n. 4, p. 67-80, fev. 2005. Disponível em: <http://docplayer.com.br/17158181-A-competitividade- -e-a-gestao-ambiental-internacional-de-residuos-solidos-perigosos.html>. Acesso em: 25 ago. 2016. VIRTUOSO, J. C. Desenvolvimento, gestão ambiental e sustentabilidade: compreendendo o novo paradigma. Revista Espaço Acadêmico, Florianópolis, n. 38, jul. 2004. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/038/38cvirtuoso.htm>. Acesso em: 25 ago. 2016. Leituras recomendadas INDICADORES ambientais para uma globalização sustentável. [201-?]. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/mre000099.pdf>. Acesso em: 10 set. 2016. SABBAGH, R. B. Gestão ambiental. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 2011. (Ca- dernos de Educação Ambiental, 16). Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/ wp-content/uploads/2011/10/16-GestaoAmbiental.pdf>. Acesso em: 10 set. 2016. Introdução à gestão ambiental114 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir apresenta os três setores de atuação do gestor público: público, privado e organizações não governamentais (ONGs). Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Quanto à atuação do profissional de gestão ambiental em âmbito regional e federal, ela pode ser realizada em três instâncias (primeiro, segundo e terceiro setor). Quais são eles de acordo com as alternativas a seguir? A) Órgãos públicos, empresas privadas e organizações não governamentais (ONGs). B) Nacional, estadual e primeiro setor. C) Governamental, ONGs e terceiro setor. D) Empresas, segundo setor e ONGs. E) Pessoa física, pessoa jurídica e parcerias público-privadas. 2) Particularmente sobre o primeiro setor, assinale a alternativa correta. A) O gestor ambiental desempenha atividades técnico-administrativas nas esferas estaduais e municipais. A Fundação Ambiental de Proteção Ambiental (FEPAM), a CETESB e o Instituto B) Ambiental do Paraná (IAP) são órgãos públicos de atuação do gestor ambiental nos municípios. C) A Agência Nacional das Águas (ANA) é uma instituição de atuação do gestor ambiental em âmbito federal. D) O primeiro setor corresponde às organizações não governamentais e semfins lucrativos. E) O gestor atuando em âmbito municipal pode trabalhar também em empresas privadas ou de parceria público-privadas. 3) Marque a alternativa que apresenta corretamente a sigla e a descrição do organismo internacional que norteia a atuação do gestor ambiental em âmbito mundial. A) ONU - International World Wide Fund for Nature. B) BID - Banco Mundial. C) OMC - Organização Mundial do Comércio. D) ONG - Organização das Nações Unidas. E) ISO - Organização Internacional para a Sustentabilidade. 4) O gestor ambiental atuando nas empresas privadas necessita interagir com órgãos internacionais para o atendimento de normas e certificações. Marque a alternativa que apresenta as normas mais conhecidas e utilizadas no mundo. A) FSC e ISO. B) ONG e ISO. C) ISO e BID. D) Selo AQUA e FSC. E) LEED e FSC. 5) Quanto às políticas ambientais internacionais, existe um documento de maior repercussão criado em uma Conferência Brasileira. De acordo com o texto, qual alternativa responde corretamente essa questão? A) Acordo Global sobre Sustentabilidade na COP 21. B) PNRS na ECO-92. C) Protocolo de Montreal na ECO-92. D) Protocolo de Kyoto na COP 21. E) Agenda 21 na ECO-92. NA PRÁTICA Agnes, gestora ambiental, passou em um concurso público para fiscal do IBAMA. Em sua primeira ação de fiscalização ambiental, foi chamada para integrar uma equipe que irá acompanhar o Projeto Arara Azul na Amazônia brasileira. No entanto, chegando no local, a equipe se deparou com a terrível realidade da caça ilegal e do tráfico de animais nessa região, e indicou a realização de um plano de ação com medidas de controle para solucionar ou amenizar o problema. Visando diminuir a incidência dessa prática de crime ambiental, Agnes sugere as seguintes ações: O IBAMA é um dos órgãos de atuação do gestor ambiental que tem fundamental importância para o meio ambiente no Brasil. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Política Nacional do Meio Ambiente Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O Trabalho e as Organizações - Atuações a partir da Psicologia Leia o item O Sistema de Gestão Ambiental (página 188) e os Quadros 6.2, 6.3 e 6.4.