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Venture Capital nos EUA

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Estudos Estratégicos
Capital empreendedor
Os Estados Unidos da América têm o mais antigo e um dos mais extensos 
mercados de venture capital na OCDE. Não apenas os EUA têm uma cul-
tura empresarial e de assunção de riscos, como as pequenas firmas tem se 
beneficiado de uma oferta contínua de venture capital provida por business 
angels, fundos privados e programas públicos de investimento em participa-
ções. Entretanto, o fornecimento de venture capital nos EUA, assim como 
na maior parte dos países da OCDE, tem sofrido as consequências do re-
cente retrocesso global nos mercados financeiros e de tecnologia. Os EUA e 
os outros países da OCDE devem reavaliar e redirecionar as iniciativas go-
vernamentais relacionadas ao venture capital para assegurar sua contínua 
contribuição à medida que as condições de mercado se alterem. Ademais, 
como o mercado tem se tornado mais global, os países devem aprimorar seus 
laços com o fluxo internacional de venture capital, os quais são fontes tanto 
de financiamento como de expertise. 
A avaliação por pares efetuada em relação a dez países da OCDE tem for-
necido diversos insights relacionados a abordagens efetivas de políticas para 
a área de venture capital, embora essas políticas devam ser ajustadas para 
contextos específicos das economias e finanças de cada país. As políticas 
voltadas ao empreendedorismo, as quais são complementares às iniciativas 
voltadas ao venture capital, são essenciais para assegurar suficiente deman-
da para financiamentos. As restrições enfrentadas por empresas jovens com 
grande potencial de crescimento poderiam ser diferentes daquelas observadas 
por pequenas empresas em geral. Uma estrutura de suporte mais ampla deve 
ter por objetivo assegurar que pequenas e inovadoras firmas tenham acesso a 
programas de desenvolvimento tecnológico e de transferência de tecnologia, 
a mão de obra altamente especializada e a mercados internacionais. 
Do ponto de vista da oferta, há um grande conjunto de ações políticas que po-
dem expandir o acesso a venture capital a pequenas firmas empreendedoras. A 
flexibilização de restrições quantitativas incidentes sobre investidores institu-
cionais (por exemplo, fundos de pensão) pode diversificar as fontes de venture 
capital. A redução da tributação sobre ganhos de capital pode estimular a 
oferta de empreendedores e de investidores em venture capital. Programas go-
vernamentais de investimentos em participações podem auxiliar a alavancar 
fontes privadas de venture capital. A construção de pontes entre redes de busi-
ness angels e outras iniciativas voltadas a pequenas firmas como incubadoras 
de tecnologia pode aprimorar o fluxo de recursos. Ademais, estratégias de saída 
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de pequenas firmas podem ser propiciadas por meio do incentivo a mercados 
de acesso à bolsa de valores (OCDE, 2004, p. 4-5).
Quadro 1 Recomendações para políticas ao Venture Capital 
Regulação sobre investimentos
 » Flexibilizar restrições quantitativas incidentes sobre investidores institucionais de 
forma a diversificar fontes de venture capital;
 » Apoiar o desenvolvimento de uma cultura voltada ao private equity entre o corpo 
gerencial de investidores institucionais;
 » Facilitar a criação de veículos alternativos de captação de investimentos, como 
fundos de fundos;
 » Aprimorar os padrões de contabilidade;
 » Remover barreiras ao recebimento de recursos externos de venture capital.
Tributação
 » Reduzir a complexidade das regras tributárias incidentes sobre capitais oriundos de 
diferentes fontes e tipos de investimentos;
 » Reduzir as elevadas alíquotas tributárias incidentes sobre ganhos de capital e sobre 
o patrimônio as quais podem inibir empreendedores e investimentos em venture 
capital;
 » Avaliar os incentivos tributários direcionados a investimentos em venture 
capital e considerar a retirada gradual daqueles que não atendem às avaliações 
custo-benefício.
Programas voltados a investimento em participações
 » Utilizar fundos públicos de investimento em participações para alavancar os 
financiamentos privados;
 » Orientar programas públicos de financiamento para onde há lacunas, como por 
exemplo nas start-ups;
 » Utilizar administradores privados em fundos públicos e híbridos;
 » Consolidar fundos de investimento em participações regionais e locais ou utilizar 
programas alternativos de apoio;
 » Direcionar financiamentos de risco para clusters de empreendimentos baseados em 
conhecimento, universidades, serviços de apoio, etc.
 » Avaliar fundos públicos de investimento em participações e retirá-los gradualmente 
à medida que amadurecer o mercado privado desses investimentos.
Redes de investidores-anjo
 » Conectar redes de investidores-anjo locais e regionais entre si e com iniciativas de 
âmbito nacional;
 » Assegurar a existência de vínculos entre redes de investidores-anjo e incubadoras 
de tecnologia, pesquisas públicas, etc.
 » Prover serviços de apoio complementares que estimulem as pequenas empresas 
a se tornarem aptas a receberem investimentos e aumentem a demanda a esses 
investimentos.

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