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Ergonomia no Transporte de Cargas

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Prévia do material em texto

Conteudista: Prof. Me. Gabriel Henares Eroico
Revisão Textual: Esp. Jéssica Dante
Objetivos da Unidade:
Aprender a maneira mais recomendada e segura para transportar e levantar cargas;
Compreender profundamente a aplicação da ferramenta do NIOSH no levantamento de
cargas e ter uma noção geral de outras ferramentas biomecânicas para a avaliação dos
membros superiores;
Entender o uso da antropometria estática para o projeto do posto de trabalho, em pé ou
sentado.
📄 Contextualização
📄 Material Teórico
📄 Material Complementar
📄 Referências
A Antropometria e Biomecânica para o Estudo da
Atividade e Melhoria dos Postos de Trabalho
Imagine que você foi contratado para prestar uma consultoria em uma transportadora que recebe
milhares de encomendas para despachar por dia, a fim de verificar se a condição de trabalho dos
empacotadores é segura (ênfase nos riscos ergonômicos). Qual ferramenta quantitativa de
ergonomia você irá utilizar para verificar se o peso que os empacotadores estão carregando é
seguro a eles? Nesta unidade essa pergunta será respondida.
Página 1 de 4
📄 Contextualização
Introdução
Até agora, nesta disciplina, aprendemos diversos conceitos teóricos sobre a importância de um
bom projeto ergonômico para o posto de trabalho, visando proporcionar conforto e segurança ao
trabalhador. Nosso foco principal foi na atividade de transporte e levantamento de cargas, pois é
uma das que mais prejudicam os trabalhadores. Carregar pesos sem adotar uma postura correta
pode resultar em lesões irreversíveis, e isso se agrava ainda mais quando a tarefa é realizada
rotineiramente. Mas afinal, o que seria a ‘postura correta’ para levantar uma carga? Até que peso e
frequência diária de levantamento de carga um homem ou mulher adulta pode suportar sem
comprometer sua saúde física? Isso varia conforme a idade do trabalhador? Nesta unidade,
explicaremos algumas ferramentas biomecânicas de ergonomia que se preocupam em estudar a
sobrecarga nos membros superiores, e abordaremos a equação do NIOSH, que se propõe a
responder a essas questões. Por fim, discutiremos o estudo da antropometria estática e sua
importância para o projeto físico do posto de trabalho.
O Transporte e Levantamento Manual de Cargas
Aspectos Gerais
O transporte e levantamento manual de cargas são sempre muito problemáticos ao ser humano e
vários fatores precisam ser considerados sobre a atividade. A princípio, devemos fazer de tudo
para que seja evitado o máximo possível que esse tipo de tarefa seja executada pelo trabalhador,
sem nenhum tipo de ajuda mecânica. Vimos na unidade anterior que a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) estipula um peso máximo de levantamento de carga de até 60 kg para um homem
adulto e de até 25 kg para uma mulher em um trabalho ocasional ou de até 20 kg para um trabalho
Página 2 de 4
📄 Material Teórico
contínuo. Porém, a NR-17 é muito mais restritiva quanto a isso e relata que os trabalhadores não
podem levantar e manusear cargas que comprometam a sua saúde, sendo esta orientação que
deve ser seguida. Logo, veremos a forma mais recomendada de realizar o levantamento de
cargas para garantir o máximo possível a integridade física do trabalhador.
A massa da carga não é a única coisa que importa no levantamento de cargas. Há outros
aspectos que precisam ser considerados, como a facilidade da pega, formato do objeto,
distância do centro de gravidade do corpo humano (coluna vertebral) até o centro do objeto:
As Posturas e Algumas Patologias da Coluna
A Figura 1 representa os valores de força referentes à pressão exercida na região da coluna
lombar no corpo humano, conforme ocorre a mudança de postura. Por exemplo, se a pessoa
estiver deitada com as costas para baixo (decúbito dorsal), a força média de compressão é de 45
kgf; caso esteja em pé com a coluna ereta, a força é de 80 kgf. No entanto, se estiver em pé com
a coluna arqueada para frente, a força será de 120 kgf. Se ela estiver sentada com a coluna ereta,
Características individuais do trabalhador:
capacidade física (resistência); treinamento; sexo;
idade;
Esforço físico: exigência de movimentos de torção do tronco; qualidade
da pega das mãos na carga; tempo; 
Características da carga: peso; dimensões; formato físico; localização;
se possui local apropriado para a pega do trabalhador;
Ambiente de trabalho: disposições físicas do local; tipo de piso onde o
material será levantado; condições da iluminação;
Imposições da atividade: ritmo; pressão de tempo; frequência (tempo de
duração e repetição do levantamento); precisão; deslocamento.
a força é de 112 kgf; no entanto, se estiver sentada com a coluna arqueada para frente, a força
será de 148 kgf. 
Figura 1 – Pressão estimada exercida nos discos intervertebrais
na região da coluna lombar, conforme a mudança de postura. A
força varia conforme as características físicas da pessoa
Fonte: Adaptada de TOSO, 2003, n.p.
#ParaTodosVerem: a Figura ilustra oito situações diferentes envolvendo a mudança de
postura, sendo as seis primeiras relacionadas a situações sem levantamento de carga e
as duas últimas a levantamento de uma carga de 10 kg. Todas elas se referem à pressão
exercida na região lombar da coluna vertebral. Seguem as situações representadas,
respectivamente: 1) caso a pessoa fique com as pernas elevadas e deitada em decúbito
dorsal a força exercida na coluna lombar será de 27 kgf; 2) em decúbito dorsal a força
será de 45 kgf; 3) caso a pessoa fique em pé e com a coluna ereta, a força será de 80 kgf;
4) se a pessoa ficar sentada e com a coluna ereta, a força será de 112 kgf; 5) se a pessoa
estiver em pé e com a coluna muito arqueada para a frente, a força será de 120 kgf; 6) se
a pessoa estiver sentada e com a coluna muito arqueada para a frente, a força será de
148 kgf; 7) se a pessoa estiver agachada e com a coluna ereta, levantando um peso de 10
kg próximo ao corpo, a força será de 227 kgf; e 8) se a pessoa estiver em pé e com a
coluna totalmente arqueada para frente, e levantando um peso de 10 kg longe do corpo, a
força será de 340 kgf. Fim da descrição.
Portanto, o simples ato de arquear a coluna sem carregar qualquer tipo de peso enquanto está
sentado, resultará em uma compressão adicional de 36 kgf, levando ao aumento da pressão na
região da coluna lombar. Se o arqueamento da coluna ocorrer em pé, também sem levantar
qualquer peso, o aumento será de 40 kgf.
A Figura 1 também ilustra duas situações envolvendo o levantamento manual de carga nas duas
últimas representações. Na penúltima, ao levantar 10 kg na posição recomendada para o
levantamento de peso (costas eretas, carga próxima ao corpo e agachada), a força é de 227 kgf.
No entanto, na última ilustração, se a pessoa pegar os mesmos 10 kg com a coluna totalmente
arqueada para a frente, sem se agachar, ela exercerá uma força de 340 kgf na região lombar, ou
seja, 113 kgf a mais, simplesmente por não ter adotado a posição recomendada para o
levantamento da carga.
Você Sabia?
Por que ocorre esse aumento drástico na pressão exercida sobre a coluna?
Isso ocorre resumidamente devido ao princípio físico do momento fletor
(braço de alavanca) sobre a força exercida pela carga. Quanto mais distante
o centro de gravidade da carga estiver da nossa coluna, maior será a pressão
Para tornar essa situação mais didática, imagine uma mulher que trabalha em uma creche
precisando colocar diversas crianças para dormir no berço durante um determinado período do
dia. Suponhamos que cada criança pese 10 kg. Se a mulher pegar a criança na posição
recomendada para o levantamento da carga, ela exercerá uma força de 227 kgf em sua região
lombar. No entanto, se ela pegar a criança na posição não recomendada, a força será de 340 kgf.
A mulher poderia também abaixar uma das pernas no chão para erguer o peso.
exercida nela. Nosso corpo também é uma carga e o peso dos nossos
membros influenciam nessa pressão.
Figura 2 – Homem pegando caixa de aproximadamente 10 kg no
colo, empé e com a coluna arqueada para frente (posição não
recomendada) 
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: a Figura mostra um homem jovem, em pé, pegando uma caixa de
aproximadamente 10 kg no colo, longe do seu corpo, com a coluna totalmente arqueada
para a frente. Fim da descrição. 
Figura 3 – Homem pegando caixa de aproximadamente 10 kg no
colo, em posição agachada, com a coluna totalmente ereta e
levantando a caixa (posição recomendada)
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: a Figura mostra um homem jovem agachado, com a coluna
totalmente ereta, pegando no colo uma caixa de aproximadamente 10 kg. Fim da
descrição. 
O levantamento de cargas além do limite seguro para cada pessoa pode gerar diversos
problemas na coluna vertebral, sendo o mais conhecido deles a lombalgia. Em casos mais
graves, o quadro pode evoluir para hérnia(s) de disco, na qual o disco intervertebral localizado
entre as vértebras da coluna sofre um esmagamento além do comum, resultando em fortes dores
na coluna. A Figura 1 ilustra o esmagamento do disco intervertebral conforme o aumento da
pressão exercida na coluna. Em situações mais críticas da hérnia de disco, alguns pacientes
podem necessitar de intervenção cirúrgica para aliviar a dor.
No entanto, é preciso ressaltar que não apenas o transporte e levantamento de cargas acarretam
problemas na coluna. Posturas incorretas ao sentar-se e até mesmo ao andar podem, ao longo do
tempo, levar a patologias na coluna, devido à sobrecarga exercida sobre ela, como também
ilustrado na Figura 1.
Mas afinal, como vamos descobrir quantitativamente de fato, qual realmente é o limite de peso
mais seguro para um trabalhador poder levantar de carga? Quais são as variáveis que
influenciam? 
Em 1981, nos Estados Unidos, o National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH)
liderou a iniciativa de desenvolver uma ferramenta para estabelecer a carga recomendada
máxima a ser levantada e movimentada manualmente durante uma atividade laboral. Foi
desenvolvido então a equação do NIOSH que foi revista em 1991. Veremos a seguir.
Ferramentas de Ergonomia
Para viabilizar o dimensionamento do posto de trabalho, com ênfase em aspectos ergonômicos, é
possível empregar diversas ferramentas que visam avaliar a probabilidade de surgimento de
doenças ocupacionais. Com o intuito de realizar uma análise ergonômica precisa e técnica do
ambiente laboral, são empregadas ferramentas auxiliares pertinentes ao campo da ergonomia. 
As ferramentas conseguem apenas estimar a probabilidade de ocorrer lesão, uma vez que são
concebidas com base nas características da maioria da população. No entanto, mesmo se os
resultados indicarem condições aceitáveis, não há garantia de que algum trabalhador não
desenvolverá alguma doença. Por isso, é imprescindível analisar também a organização do
trabalho.
Algumas das características dessas ferramentas são: obtenção rápida de resultados; resultados
objetivos; avaliação comparativa pós-implementação de melhorias; aplicação simplificada;
reconhecimento dos resultados em nível internacional; identificação de tarefas com maior risco
ergonômico; prevenção de riscos ergonômicos; aplicabilidade comercial; e uso em ações
judiciais.
Há diversas ferramentas de análise de riscos ergonômicos encontradas na literatura,
determinadas a identificar e mensurar a exposição a fatores de risco relacionados à sobrecarga
biomecânica dos membros superiores. Entre elas, sobressaem aquelas que qualitativamente
evidenciam características ocupacionais indicativas de possíveis riscos, as que, por meio
de checklists, possibilitam uma rápida categorização do problema, e as mais complexas que
conseguem caracterizar a multiplicidade de fatores da exposição. Não existem ferramentas que
possam cobrir completamente todos os critérios.
Explicaremos a seguir algumas dessas ferramentas: NIOSH, REBA, RULA e Questionário Nórdico.
Daremos uma ênfase maior no detalhamento do NIOSH, devido a atividade de levantamento de
carga ter sido muito explorada no decorrer desta disciplina. 
Equação revisada do NIOSH (2021)
A equação do NIOSH é fundamentada pela ISO 11228-1, na qual sua última versão é de 2021
(WATERS; PUTZ–ANDERSON; GARG, 2021). Ela consiste em calcular o limite de peso
recomendado (LPR) para o levantamento de cargas e o índice de levantamento (IL).
Ao calcular o LPR e o IL, pode-se estimar o nível do risco de lesão física ao trabalhador, caso ele
execute o trabalho naquele cenário, naquele posto de trabalho.
Essa equação compreende o peso que uma pessoa pode levantar em situação de trabalho, no
qual 90% dos homens adultos e, no mínimo, 75% das mulheres, executem a tarefa sem lesão
física. 
A Figura 4 ilustra três variáveis da equação do NIOSH que compõem a fórmula, referente aos
fatores de carga:
Figura 4 – Fatores de carga considerados na equação do NIOSH
Fonte: Adaptada de Getty Images
#ParaTodosVerem: a Figura 4 representa um homem em pé que está levantando uma
carga (caixa). Na figura há a representação das medidas de três variáveis, todas
relacionadas a partir do corpo do homem: 1) “H” que é medido do centro dos tornozelos
até o centro da carga que está nas mãos do homem; 2) “V” que é a altura que a caixa
estava antes do momento que o homem a pegou, em relação ao piso; e 3) “D” que é a
altura que o homem efetivamente levantou a carga (ponto inicial até o ponto final da
elevação). Fim da descrição.
Listaremos a seguir as nove variáveis que compõem a equação do NIOSH para cálculo do LPR,
conforme a ISO 11228-1:2021. Com a integração da equação com a norma BS EN 1005-2:2003, há
mais duas variáveis incluídas, totalizando então 11 variáveis envolvidas no cálculo:
LPR = LC × HM × VM × DM × AM × FM × CM × OM × PM1 PM2 × eM
Explicaremos cada uma das variáveis em detalhes, a seguir:
Limites de Carga (LC)
A equação de NIOSH 1991 estabelece um limite de carga de 23 kg, tanto para homens quanto
mulheres. A partir de 2003, a ISO 11228-1 estabeleceu uma nova relação (ver Tabela 1) que varia
conforme o sexo e idade. Portanto, usar os valores da ISO 11228-1 ou da NIOSH 1991, irá
depender de qual dos dois o analista irá escolher.
Tabela 1 – Limites de Carga da ISO 11228-1 e da NIOSH 1991
ISO
11228-1
Homens Mulheres
NIOSH
1991
LC
18 a 45
anos
25 kg 20 kg
23 kg
<18 anos
e >45
anos
20 kg 15 kg
Fonte: Adaptada de MARCATTO, 2023
Multiplicador Horizontal (HM)
Representa a distância horizontal entre o centro dos tornozelos e o centro da carga (pega), que é
o “H” representado na Figura 4. O “M” do HM apenas significa o “multiplicador” que irá na
equação do NIOSH, assim como os outros “M” que aparecem nas outras variáveis. 
O valor de H deve variar entre 25 e 63 cm: (25 cm ≤ H < 63 cm).
HM = 25/H
Caso o H seja menor que 25 cm, pode-se adotar o valor de 25 cm, pois
isso significa que a carga está muito próxima ao corpo do trabalho, não
acarretando excesso de esforços;
Caso o H seja maior que 63 cm, significa que a carga que o trabalhador
está pegando está muito longe do seu corpo, acarretando esforços
excessivos e prejudiciais, portanto, a tarefa não deve ser realizada.
Multiplicador Vertical (VM)
É a distância vertical entre o piso e o local da pega (centro onde o trabalhador põe a mão), no
momento do levantamento, que é o “V” da Figura 4. O valor de V não pode ser superior a 175 cm
(V<175 cm), pois caso contrário a altura de levantamento da carga estaria muito alta.
VM = 1 – (0,003 × |V – 75|)
Multiplicador de distância (DM)
É a distância vertical (altura) entre o início e o fim do levantamento. Deve ser satisfeita a seguinte
expressão: (25 cm ≤ D < 175 cm). 
DM = 0,82 + (4,5/D)
Multiplicador Assimétrico (AM)
É o ângulo de torção do tronco do trabalhador caso ele gire o tronco, representado pela variável
“A”. O valor de A deve ser menor que 135° (0° ≤ A < 135°), pois caso seja maior, significa que o
trabalhador está girando excessivamente o seu tronco, correndo grande risco de lesão. Quanto
menos o trabalhador girar otronco, mais seguro será para ele.
AM = 1 – (0,0032 × A)
Caso o D seja menor que 25 cm, deve-se assumir que D
é igual a 25 cm;
Caso o D seja maior que 175 cm, significa que a altura de levantamento
está muito alta e o trabalho não deve ser realizado.
Figura 5 – Representação gráfica do ângulo de simetria do
levantamento (A)
Fonte: Adaptada de MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2002
#ParaTodosVerem: a Figura 5 representa duas imagens. A primeira mostra um desenho
3D de um homem de corpo inteiro em pé, em preto e branco, onde seus pés estão fixos no
chão e seu tronco girou para a esquerda em um ângulo de simetria “A”. O homem está
com uma caixa nas mãos, representando que ele está movimentando um peso. A segunda
imagem mostra apenas os pés desse homem em um desenho 2D, preto e branco,
ilustrando o ângulo de simetria “A” na vista em planta. No meio do homem passa um plano
sagital, onde o ponto médio entre os tornozelos é definido como “ponto 1” e o centro da
projeção do ponto médio entre as agarras da carga é definido como “ponto 2”. O
deslocamento angular entre o ponto 1 e o ponto 2, é definido como ângulo “A”. Fim da
descrição.
Obs.: Plano sagital é um plano imaginário que divide o corpo humano em duas metades, esquerda
e direita.
Multiplicador de Frequência (FM)
É necessário calcular a frequência com que o trabalhador realiza levantamentos com carga por
minuto. Para isso, é preciso observá-lo durante a tarefa com o auxílio, por exemplo, de uma
filmadora, que ajudará a cronometrar quantas vezes ele executa a repetição em um determinado
período. 
O valor de FM é obtido através da Tabela 2. Por exemplo, se um trabalhador executa 6
levantamentos/min em um período de 1,5 h, e a distância vertical (V) seja de 70 cm, então o FM
será 0,50.
a) Para frequências abaixo de ≤ 0,2 levantamentos/min, pode-se considerar 0,2.
Tabela 2 – Multiplicador de frequência de levantamento (FM)
Reflita 
Caso o trabalhador movimente totalmente os pés ao virar junto com a carga,
haverá ângulo de simetria ou não?
Nesse caso, o ângulo de simetria será zero, pois ele somente ocorre quando
há uma rotação do tronco que não é acompanhada totalmente pelos pés.
Caso o trabalhador não fixe total ou parcialmente os pés no chão,
movimentando os pés junto com o deslocamento angular da carga, ele não
irá rotacionar o tronco. Essa situação é a mais ideal para tarefas que exigem
esse tipo de movimento no levantamento.
Fonte: Adaptada de INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2021, n.p.
Multiplicador de Qualidade da Pega (CM)
É preciso definir a qualidade da pega que o trabalhador terá ao segurar o objeto que ele levantará.
Para isso, a qualidade da pega é obtida qualitativamente por meio do Quadro 1. Após determinar
isso, deve-se obter o fator multiplicador da pega (CM) na Tabela 3, a partir do resultado obtido no
Quadro 1.
Quadro 1 – Qualidade da pega
Boa Razoável Pobre
1. Para recipientes
com desenho ótimo
e com local para
pega
1. Para recipientes
com desenho
ótimo, mas razoável
local para pega
1. Para recipientes
com desenho
desfavorável ou
objetos irregulares
e volumosos, difícil
para manusear, ou
com quinas vivas
2. Para objetos
irregulares, que
normalmente não
estão em
recipientes, uma
“BOA” pega pode
ser definida como
confortável quando
cada mão pode
envolver o objeto
2. Para recipientes
com desenho
ótimo, mas sem
local para pega,
objetos irregulares,
uma pega
“RAZOÁVEL” é
definida quando
cada mão pode ser
flexionada em torno
de 90 graus
2. Manuseando
objetos não rígidos,
pelo meio do
mesmo
Fonte: Adaptada de MARCATTO, 2023
Tabela 3 – Fator multiplicador da Pega (CM)
Tipo de pega Multiplicador da Pega (CM)
V < 75 cm V ≥ 75 cm
Boa 1 1
Tipo de pega Multiplicador da Pega (CM)
Razoável 0,95 1
Pobre 0,9 0,9
Fonte: Adaptada de INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2021, n.p.
Multiplicador de Levantamento com uma das Mãos
(OM)
A norma BS EN 1005-2 integrada junto a equação do NIOSH prevê que caso o levantamento seja
feito somente com uma das mãos, o multiplicador (OM) deve ser 0,60. Caso seja feito com as
duas mãos, o OM será 1,00.
Levantamento por dois trabalhadores (PM1)
A norma BS EN 1005-2 integrada junto a equação do NIOSH prevê que caso o levantamento seja
feito por dois trabalhadores, o multiplicador PM1 deve ser 0,85. Caso seja feito por apenas um
trabalhador, será 1,00. 
Obs.: No caso de dois trabalhadores carregando a carga, a massa da carga (L) que é colocada na
fórmula do Índice de Levantamento (IL) deve ser dividida por dois.
Levantamento por três trabalhadores (PM2)
A norma BS EN 1005-2 integrada junto a equação do NIOSH prevê que caso o levantamento seja
feito por três trabalhadores, o multiplicador PM2 deve ser 0,50. Caso seja feito por apenas um
trabalhador, será 1,00. 
Obs.: No caso de três trabalhadores carregando a carga, a massa da carga (L) que é colocada na
fórmula do IL deve ser dividida por três.
Multiplicador de Tempo Estendido da Jornada (eM)
Caso a jornada de trabalho ultrapasse oito horas diárias, haverá multiplicadores que incidirão na
diminuição do LPR (ver Tabela 4), devido ao cansaço do trabalhador.
Tabela 4 – Fator multiplicador do tempo estendido da jornada (eM)
Horas no
turno
≤ 8 8 a 9 9 a 10
10 a
11
11 a
12
Multiplicador 1,00 0,97 0,93 0,89 0,85
Fonte: Adaptada de MARCATTO, 2023
Depois de calculado o LPR, é preciso calcular o Índice de Levantamento (IL). O L representa a
massa da carga (kg) que o trabalhador levanta.
IL = L/LPR
Caso o IL seja ≤ 1,0, então a condição de trabalho é aceitável da forma como é executada. Caso
IL seja > 1,0, é necessário verificar a classificação do risco (Figura 6).
Figura 6 – Caracterização e classificação do risco do IL
Fonte: Adaptada de MARCATTO, 2023
Importante! 
Cada uma das variáveis (multiplicadores) na equação do NIOSH serve para
determinar se o peso recomendado que o trabalhador irá carregar (LPR) deve
ser reduzido visando à sua segurança.
É necessário reforçar que a organização do trabalho também deve ser analisada, além deste
método quantitativo, para confirmar se a tarefa é segura ao(s) trabalhador(es).
Exercício Prático do NIOSH Envolvendo a Tarefa de
Inspeção de Caixas
O trabalho ilustrado na Figura 7 consiste em um trabalhador inspecionando
caixas em uma prateleira baixa e, em seguida, levantando-as com ambas as
mãos diretamente à frente do corpo da prateleira 1 para a prateleira 2, a uma
taxa de 3 levantamentos por minuto em um período de 45 minutos. Para esta
análise, assuma que (1) o trabalhador não pode dar um passo à frente ao
colocar o objeto no destino, devido à prateleira inferior, e (2) é necessário um
controle significativo do objeto no destino, no qual o trabalhador deve
posicionar com precisão a caixa na prateleira 2. As caixas têm um design
otimizado, mas não possuem alças. O trabalhador é um homem de 46 anos
de idade. Utilize o Limite de Carga (LC) de 23 kg da NIOSH 1991. O turno de
trabalho é de 8 horas por dia em uma transportadora de cargas.
Figura 7 – Inspeção de caixas em prateleiras
Fonte: Adaptada de WATERS; PUTZ–ANDERSON; GARG, 2021
#ParaTodosVerem: a Figura 7 mostra o desenho de um homem segurando uma caixa de
11,79 kg com as duas mãos. Na frente dele há duas prateleiras. A tarefa dele consiste em
pegar a caixa que está na prateleira de baixo (prateleira 1) e levantar até a prateleira
superior (prateleira 2). A prateleira 1 está a 56 cm de altura do chão e a prateleira 2 está a
150 cm. A distância horizontal do homem até o centro da caixa na prateleira 1 é de 25 cm e
na prateleira 2 é de 51 cm. Fim da descrição.
Portanto, para esse exemplo, vamos fazer os cálculos da equação do NIOSH.
Nesse exercício, há duas situações que devem ser calculadas separadamente. A inspeção das
caixas que ocorre na prateleira 1 (situação 1 – origem) deve ser calculada separadamente do
momento que o trabalhador termina de levantar a caixa e posicioná-la na prateleira 2 (situação 2 –
destino). Logo, haverá duas equações doNIOSH a serem aplicadas. Iremos adotar a qualidade da
pega do tipo razoável.
C O NT I NU E
Expectativa de Resposta
Passo 1 (obter o valor das variáveis): 
Horigem = 25 cm; Hdestino = 51 cm; Vorigem = 56 cm; Vdestino = 150 cm; Dorigem = 94 cm;
Ddestino = 94 cm; Aorigem = 0° ; Adestino = 0°.
FMorigem = 0,88; FMdestino = 0,88; CMorigem = 0,95; CMdestino = 1,00; OMorigem = 1,00;
OMdestino = 1,00.
Devido ao trabalhador realizar o trabalho sozinho e seu turno não ultrapassar 8 horas diárias,
obtemos: PM1 = 1,00; PM2 = 1,00; eM = 1,00.
Passo 2 (cálculo do Limite de Peso Recomendado – LPR): 
LPR = LC × HM × VM × DM × AM × FM × CM × OM × PM1 PM2 × eM
LPRorigem = 23 X 1,00 X 0,94 X 0,87 X 1,00 X 0,88 X 0,95 X 1,00 X 1,00 X 1,00 X 1,00 
LPRorigem = 15,72 kg
LPRdestino = 23 X 0,49 X 0,78 X 0,87 X 1,00 X 0,88 X 1,00 X 1,00 X 1,00 X 1,00 X 1,00
LPRdestino = 6,73 kg
Passo 3 (cálculo do Índice de Levantamento – IL):
IL = L/LPR
ILOrigem = 11,79 kg/15,72 kg = 0,75 < 1,0; ILdestino = 11,79 kg/6,73 kg = 1,75 > 1,0
Interpretando os Resultados:
Devido ao ILOrigem ser < 1,0, a condição do risco é aceitável e a classificação dele é considerada
muito baixa, portanto, segundo o método NIOSH, a forma como é feita a tarefa na condição de
origem é segura ao trabalhador. Porém, na situação de destino, o ILdestino fica na faixa de
categoria de risco entre 1,5 < LI ≤ 2,0, que significa risco moderado, indicando que é necessária
uma intervenção no modo como é feita a tarefa para não ocasionar lesões ao trabalhador.
Reflita
Como identificar as variáveis na equação do NIOSH que são mais
prejudiciais ao trabalhador? 
É simples, basta observar as variáveis que estão mais distantes do valor
“1,00”. Se algum multiplicador tiver o valor de 1,00, isso significa que ele
não está contribuindo para a redução do peso que o trabalhador pode
levantar ao realizar aquela tarefa. Quanto mais distante do valor 1,00 a
O multiplicador que mais influenciou a situação de destino foi o HMdestino, com um valor de 0,49.
Apenas esse multiplicador foi suficiente para reduzir pela metade o LPR. Isso ocorreu porque, nas
condições do exercício, o trabalhador não pode avançar os pés para colocar a caixa na prateleira
2. Esse impedimento pode ser atribuído a um possível erro de projeto, já que a prateleira 1 é muito
larga, impedindo o trabalhador de se aproximar da prateleira 2 para depositar a caixa. Portanto,
nesse caso específico, não deveria haver esse obstáculo físico que obrigasse o trabalhador a se
projetar para frente. Devido à necessidade de posicionar a caixa com precisão na prateleira 2, a
variável “D”, tanto na origem quanto no destino, é a mesma.
Se não houvesse esse obstáculo físico na prateleira 1, não seria necessário calcular duas
situações distintas (origem e destino). Suponhamos que a prateleira 1 tivesse o mesmo tamanho
da prateleira 2. Nesse caso, como o trabalhador não precisaria se projetar para frente com os pés
fixos no chão, seria necessário calcular apenas uma situação, que já seria a situação de destino
da carga.
RULA
A ferramenta RULA (Rapid Upper Limb Assessment) é um instrumento de avaliação postural para
avaliação dos membros superiores e inferiores (JUNNIOR; SILVA; CANEDO, 2017). Foi
desenvolvida em 1993 por McAtamney e Corlett. É uma das ferramentas mais indicadas para
avaliação de atividades administrativas.
Seu principal objetivo é propor uma avaliação da exposição de trabalhadores a fatores de risco
ergonômicos referentes a lesões musculoesqueléticas na atividade em que exercem (MATEUS
JUNIOR, 2009). 
variável do multiplicador estiver, maior é a influência que ela exerce na
necessária redução de peso.
A aplicação da ferramenta inicia-se com a observação da atividade durante vários ciclos de
trabalho. Feito isso, o ergonomista pode apontar as posturas na análise com maior significância e
propriedade. O avaliador deve utilizar diagramas de postura corporal e tabelas de pontuação para
conseguir avaliar a exposição do trabalhador aos fatores de risco. Há cinco fatores de risco que
são avaliados no RULA: força, número de movimentos, tempo trabalhado sem pausa, posturas
de trabalho e trabalho muscular estático. Os resultados devem oferecer suporte para que
possam ser incorporados em uma análise ergonômica do trabalho (MATEUS JUNIOR, 2009). 
O RULA oferece suporte para que o avaliador identifique a necessidade de uma análise mais
profunda, cujos resultados devem ser combinados com outras ferramentas ou métodos. Ele é um
instrumento de avaliação genérico, assim como outros checklists.
O fator determinante do risco ergonômico nessa ferramenta está associado às posições
assumidas pelos trabalhadores durante a jornada de trabalho. As posições avaliadas são aquelas
adotadas nos membros superiores, pescoço, tronco e membros inferiores. A análise de risco é
realizada por meio de uma observação sistemática dos ciclos de trabalho, atribuindo pontos às
posturas, frequência e força em uma escala que varia de 1 (um) a 9 (nove). O valor 1 corresponde
ao intervalo de movimento ou postura de trabalho com risco correlato mínimo, enquanto o valor 9
representa o risco correlato máximo. Essa pontuação é embasada na literatura especializada em
biomecânica ocupacional (SIQUEIRA, 2014).
Por fim, no final da aplicação da ferramenta, deve-se estabelecer o nível de ação com base na
pontuação obtida, conforme Tabela 5:
Tabela 5 – Nível de ação para os resultados obtidos na ferramenta RULA
Nível de Ação Pontuação Intervenção
1 1 – 2
A postura é aceitável se não
for mantida ou repetida por
longos períodos
Nível de Ação Pontuação Intervenção
2 3 – 4
São necessárias investigações
posteriores; algumas
intervenções podem se tornar
necessárias
3 5 – 6
É necessário investigar e
mudar em breve
4 ≥ 7
É necessário investigar e
mudar imediatamente
Fonte: Adaptada de PAVANI; QUELHAS, 2006
REBA
O método REBA foi desenvolvido em 2000 por Hignett e McAtamney, e é uma ferramenta para
avaliar a quantidade de posturas forçadas em tarefas que envolvem manipulação de pessoas ou
qualquer tipo de carga animada. Ele apresenta grande semelhança com o método RULA e, assim
como este, é direcionado para análises dos membros superiores e para trabalhos que envolvem
movimentos repetitivos. Esse método inclui fatores de carga postural dinâmicos e estáticos na
interação pessoa-carga, e introduz um conceito denominado “gravidade assistida” para a
manutenção da postura dos membros superiores. Isso significa que a ajuda da gravidade é
utilizada para manter a postura do braço, onde é mais oneroso manter o braço levantado do que
deixá-lo pendurado para baixo. Inicialmente, foi desenvolvido para analisar posturas forçadas
adotadas por profissionais da área médica e hospitalar, como auxiliares de enfermagem e
fisioterapeutas (PAVANI; QUELHAS, 2006).
A avaliação de risco também é realizada por meio de uma observação sistemática dos ciclos de
trabalho, atribuindo pontos às posturas do tronco, pescoço, pernas, carga, braços, antebraços e
punhos em tabelas específicas para cada grupo. Após pontuar cada grupo, é obtida uma
pontuação final que é comparada com uma tabela de níveis de risco e ação (tabela 7) em uma
escala que varia de 0 (zero), correspondente ao intervalo de movimento ou postura de trabalho
aceitável que não requer melhorias na atividade, até o valor 4 (quatro), onde o fator de risco é
considerado muito alto, exigindo intervenção imediata (PAVANI; QUELHAS, 2006).
Tabela 6 – Nível de ação para os resultados obtidos na ferramenta REBA
Nível de
Ação
Pontuação Nível de risco
Intervenção e
posterior análise
0 1 Inapreciável Não necessário
1 2 – 3 Baixo
Pode ser
necessário
2 4 – 7 Médio Necessário
3 8 – 10 Alto
Prontamente
necessário
4 11 – 15 Muito Alto Atuação imediata
Fonte: Adaptada de PAVANI; QUELHAS, 2006
Questionário Nórdico
O questionário nórdico foi desenvolvido para autopreenchimento (ver quadro 2). No questionário,
há um desenho que divide o corpo humanoem nove partes. Os trabalhadores devem responder
“não” ou “sim” para três situações específicas envolvendo essas nove partes:
Você teve algum problema nos últimos 7 dias?
Você teve algum problema nos últimos 12 meses?
Apesar do questionário ficar sujeito a subjetividade e a memória pessoal de cada trabalhador,
foram feitos estudos antes da sua validação e os testes foram considerados aceitáveis. Ele é
válido, sobretudo, quando se quer fazer um levantamento de baixo custo, abrangente e rápido.
Seu tempo para preenchimento varia de 2 a 9 minutos. Seu objetivo principal é descobrir se os
trabalhadores de um determinado setor estão contraindo problemas relacionados a sintomas
musculoesqueléticos.
Quadro 2 – Questionário nórdico para levantamento dos problemas
musculoesqueléticos
Você teve que deixar de trabalhar algum dia nos últimos 12 meses devido
ao problema?
Fonte: Adaptado de KUORINKA, 1986 apud LIDA, 2005, p. 174
Antropometria Estática para Auxílio no Projeto do Posto
de Trabalho
Para o auxílio do projeto físico do posto de trabalho, é preciso conhecer as características e
dimensões antropométricas do trabalhador. Para isso, existe uma tabela de antropometria
estática que já possui as dimensões médias das partes específicas do corpo de um ser humano
(ver Tabelas 7 e 8). Esse estudo engloba tanto o trabalho em pé, quanto sentado.
É representado as distribuições métricas da antropometria estática para o trabalho sentado na
Figura 8 e na Figura 9 para o trabalho em pé. As Tabelas 7 e 8 mostram os valores
correspondentes que são indicados nas marcações das Figuras 8 e 9. Para encontrar as medidas
correspondentes, basta conhecer a altura do trabalhador. Caso a altura do trabalhador não esteja
exatamente marcada nas Tabelas 7 e 8, é necessário encontrar o valor por meio de uma
interpolação.
Figura 8 – Distribuições métricas da antropometria estática para
o trabalho sentado
Fonte: Adaptada de MARCATTO, 2018
#ParaTodosVerem: a Figura em preto e branco representa o desenho lateral de uma
pessoa sentada em uma mesa. Nessa ilustração, estão marcados vários pontos no corpo
da pessoa e no posto de trabalho, indicando medidas médias para que ela possa sentar-
se de forma ergonomicamente confortável. Seguem as marcações: 1) M00: Distância
entre o cotovelo ao piso – digitação; 2) M01: Distância entre o tampo da mesa ao piso –
escrita; 3) M02: Altura recomendada para o assento; 4) M03: Limite do alcance normal;
5) M04: Espaço mínimo sob a mesa para encaixe das pernas; 6) M05: Distância entre o
tampo da mesa e a linha imaginária dos olhos; 7) M13: Largura da mão; 8) M14:
Comprimento da mão; 9) M17: Distância ótima para pega em preensão; 10) M18: Largura
da coxa; 11) M19: Espaço entre o assento e a parte inferior do tampo; 12) M25: Distância
entre o topo da cabeça à base da cadeira “posição sentada”; e 13) M26: Comprimento do
braço. Fim da descrição.
Figura 9 – Distribuições métricas da antropometria estática para
o trabalho em pé
Fonte: Adaptada de MARCATTO, 2018
#ParaTodosVerem: a Figura em preto e branco representa o desenho lateral e frontal de
um ser humano em pé. Nessa ilustração, estão marcados vários pontos no corpo da
pessoa, indicando medidas médias para que ela possa trabalhar em pé de forma
ergonomicamente confortável. Seguem as marcações: 1) M06: Largura dos ombros; 2)
M07: Estatura do indivíduo; 3) M08: Distância do piso ao nível dos olhos; 4) M09: Altura
indicada para o apoia pés – “trabalho em pé x sentado”; 5) M10: Distância entre o cotovelo
ao chão – “trabalho em pé”; 6) M11: Comprimento do braço e antebraço - alcance
máximo; 7) M12: Altura máxima para alcance; 8) M15: Comprimento do pé; 9) M20:
Distância entre o topo da cabeça e o pivô dos ombros; 10) M21: Distância entre o pivô do
ombro ao pivô femoral; 11) M22: Distância entre o pivô femoral ao pivô do joelho; 12)
M23: Distância entre o pivô dos joelhos ao pivô do calcanhar; e 13) M24: Distância entre o
piso ao pivô do calcanhar. Fim da descrição.
Tabela 7 – Distribuições antropométricas médias das partes do corpo
de um ser humano
Fonte: Adaptada de MARCATTO, 2018
Fonte: Adaptada de MARCATTO, 2018
Em Síntese
Ao longo desta unidade, exploramos os fundamentos essenciais da
antropometria e da biomecânica, destacando sua importância no estudo das
atividades laborais, com ênfase no levantamento de carga, e na melhoria
do design do posto de trabalho. Nosso objetivo principal foi compreender os
aspectos relevantes desses assuntos para assegurar que os postos de
trabalho sejam construídos de maneira segura e ergonômica, promovendo a
saúde e o bem-estar dos trabalhadores.
No contexto da consultoria fictícia em uma transportadora, identificamos a
necessidade de avaliar os riscos ergonômicos enfrentados pelos
empacotadores, com foco específico no peso que estão carregando. Nesse
sentido, discutimos a aplicação da ferramenta quantitativa de ergonomia
conhecida como a Equação Revisada do NIOSH. Estas e outras ferramentas
utilizadas nas abordagens da ergonomia biomecânica, como RULA e REBA,
oferecem um enfoque para avaliar quantitativamente os riscos ergonômicos
do posto de trabalho, a fim de prevenir futuras lesões que podem surgir nos
trabalhadores.
A compreensão das posturas adequadas e o conhecimento das patologias
associadas à coluna também foram abordados, ressaltando a importância de
adotar práticas que minimizem os riscos de lesões musculoesqueléticas.
Além disso, exploramos a aplicação da antropometria estática como uma
ferramenta valiosa no design do posto de trabalho, tanto para atividades
realizadas em pé quanto sentado. A consideração das características físicas
e dimensionais dos trabalhadores é crucial para garantir ambientes
ergonômicos que promovam a eficiência e evitem desconfortos a longo
prazo.
Em suma, a união dos conhecimentos em antropometria e biomecânica
fornece uma base sólida para a criação de ambientes de trabalho seguros,
eficientes e adaptados às necessidades dos trabalhadores. A aplicação
diligente desses conceitos contribui não apenas para a prevenção de lesões
ocupacionais, mas também para a promoção da qualidade de vida no
ambiente de trabalho.
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta
Unidade:
  Vídeos  
Série NAPO: Ergonomia – Postura e Mobiliário
Esse vídeo da série NAPO ilustra de uma forma animada os problemas para a saúde ao trabalhar
em um posto de trabalho inadequado ergonomicamente para a tarefa de digitação (mesa de
computador).
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📄 Material Complementar
Série NAPO: Ergonomia – Coluna Lombar
Esse vídeo da série NAPO ilustra de uma forma animada as lesões na região lombar da coluna, ao
sentar-se em uma postura inadequada para trabalhar e também por carregar excesso de pesos.
Série NAPO: Ergonomia - Postura e MobiliárioSérie NAPO: Ergonomia - Postura e Mobiliário
Série NAPO: Ergonomia - Coluna LombarSérie NAPO: Ergonomia - Coluna Lombar
https://www.youtube.com/watch?v=PFkHH17ZZzg
https://www.youtube.com/watch?v=6cXmk3V1b1U
  Filme  
Charlie Chaplin – Tempos Modernos
"Tempos Modernos", dirigido e estrelado por Charlie Chaplin em 1936, é uma sátira brilhante da
era industrial e da desumanização causada pelo avanço tecnológico. O filme aborda questões
relacionadas à ergonomia de maneira impactante, destacando a alienação do trabalhador nas
linhas de produção devido as condições de trabalho precárias. Chaplin, por meio de sua persona
icônica, o "Vagabundo", ilustra de maneira humorística e crítica os desafios enfrentados pelos
trabalhadores diante das máquinas modernas. A narrativa destaca a falta de adaptação entre o
homem e as tecnologias, ressaltando a necessidade de considerar os aspectos ergonômicos
para garantir um ambiente de trabalho mais humano e equitativo.
Apesar do filme já ter quase 90 anos, ele continua sendo extremamente atual, pois diversos dos
problemas relatados no filme, continuam acontecendo.
Charlie Chaplin- Tempos Modernos (1936)- Blu-Ray 1080p- LegenCharlieChaplin- Tempos Modernos (1936)- Blu-Ray 1080p- Legen……
https://www.youtube.com/watch?v=_ISUw7ysIGI
  Leitura  
Levantamento Manual de Cargas: Equação de NIOSH
Essa apresentação da USP conta com um conteúdo resumido sobre a equação do NIOSH e sobre
o levantamento manual de cargas, além de mostrar alguns exemplos práticos que elucidam a
aplicação da ferramenta.
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5286833/mod_resource/content/1/2020%20NIOSH%20Levantamento%20manual%20de%20cargas.pdf
BRITISH STANDARD. BS EN 1005-2: Safety of machinery — Human physical performance — Part
2: Manual handling of machinery and component parts of Machinery. All Civil Standard, 2003.
Disponível em: <https://allcivilstandard.com/wp-content/uploads/2019/02/BS-01005-2-
2003.pdf>. Acesso em: 28/12/2023.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 11228-1: Ergonomics — Manual
handling - Part 1: Lifting, lowering and carrying. CDN Standards, 2021.
JUNNIOR, R. C. D.; SILVA, B. C. B. da; CANEDO, G. R. Aplicação do Método Rula (Rapid Upper Limb
Assessment) em um Laboratório Didático. Enegep, Joinville, p. 1-26, out. 2017. Disponível em:
<https://abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_241_401_32996.pdf>. Acesso em: 28/12/2023.
LIDA, I. Ergonomia, projeto e produção. São Paulo. Editora Blucher, 2005.
LIMA, V. R. T. de; LEITE, J. C.; SOUZA, J. A. da S. Análise Ergonômica do Trabalho (AET) no Posto
de Embalagem com Foco na Indústria de Produtos à Base de Plásticos. Sodebras, [S. l.], v. 10, n.
118, p. 61-69, out. 2015.
MARCATTO, E. J. Análise Ergonômica do Trabalho: Aplicando: ABNT NBR ISO 11228-1, ABNT NBR
ISO 11228-2, ABNT NBR ISO 11228-3 e ISO TR 12295. São Paulo: Marcatto's Treinamentos, 2018.
Disponível em: <http://marcattos.com.br/>. Acesso em: 28/12/2023.
MARCATTO, E. J. Equação Revisada de Levantamento de Cargas. São Paulo: Marcatto's
Treinamentos, 2023. Disponível em: <http://marcattos.com.br/>. Acesso em: 28/12/2023.
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📄 Referências
MATEUS JUNIOR, J. R. Diretrizes para uso das ferramentas de avaliação de carga física de
trabalho em ergonomia: equação NIOSH e Protocolo Rula. 2009. 152 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora n°
17. 2. ed. Brasília: MTE, SIT, 2002.
PAVANI, A. R.; QUELHAS, O. L. G. A avaliação dos riscos ergonômicos como ferramenta gerencial
em saúde ocupacional. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 13., 2006, Bauru, SP.
Anais [...]. Bauru, SP: Simpep, 2006.
SIQUEIRA, O. C. de. Análise ergonômica do posto de trabalho do operador de produção em uma
indústria de injeção plástica utilizando o método Rula (Rapid Upper Limb Assessment). 2014. 71
f. Monografia (Especialização em Segurança do Trabalho) - Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, Curitiba, 2014.
TOSO, B. Back School, Neck School, Bone School: programmazione, organizzazione, conduzione
e verifica. [S. l.]: Edi. Ermes, 2003.
WATERS, T. R.; PUTZ–ANDERSON, V.; GARG, A. Applications manual for the revised NIOSH lifting
equation. Cincinnati, OH: U.S. Department of Health and Human Services, Centers for Disease
Control and Prevention, National Institute for Occupational Safety and Health, DHHS (NIOSH),
2021. Publicado em 1994 e revisado em Setembro de 2021. p. 94-110.

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