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Nutrição Parenteral: Indicações e Administração

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LIVIA HONORATO DOS SANTOS - 049.094.326-80
 
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LIVIA HONORATO DOS SANTOS - 049.094.326-80
 
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Bem-vindo (a) a mais uma aula do nosso curso. 
É importante rememorar que a leitura e resolução de questões comentadas são as melhores 
ferramentas para alcançar a APROVAÇÃO desejada. 
 
 
Boa aula! 
 
Profº. Caique Jordan 
Profº. Rômulo Passos 
 
 
 
 
www.romulopassos.com.br 
 
LIVIA HONORATO DOS SANTOS - 049.094.326-80
 
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NUTRIÇÃO PARENTERAL 
 
Segundo a Resolução COFEN 453/2014, que dispõe sobre a atuação da equipe de Enfermagem em 
Terapia Nutricional, a terapia nutricional parenteral (TNP) é um conjunto de procedimentos terapêuticos para 
manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de nutrição parenteral (NP). 
A NP é uma solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, 
vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à 
administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou 
domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas (COFEN, 2014). As metas dessa 
modalidade nutricional são (SMELTZER et al., 2011): 
 Melhorar o estado nutricional; 
 Estabelecer um balanço nitrogenado positivo; 
 Manter a massa muscular; 
 Promover a manutenção ou ganho de peso; 
 Estimular o processo de cicatrização. 
O volume de líquido necessário para fornecer as calorias proporcionadas pela NP perifericamente pode 
ultrapassar a tolerância de líquidos devido à sua alta concentração de nutrientes. Comumente, uma veia 
calibrosa e de alto fluxo, como a subclávia ou a cava superior, é o local preferido, haja vista ser uma via de 
administração que dilui rapidamente os nutrientes (SMELTZER et al., 2011). 
 
INDICAÇÕES PARA TNP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
A TNP pode ser administrada por via periférica ou central conforme a osmolaridade da solução (COFEN, 
2014; SMELTZER et al., 2011). 
 Periférica: indicada para soluções com osmolaridade até 900 mOsm/L. As fórmulas da nutrição 
parenteral periférica (NPP) não são nutricionalmente completas devido ao baixo teor de glicose. 
Geralmente é prescrita para suplementar a ingesta oral e sua duração usual é de 5 a 7 dias. 
 Central: a nutrição parenteral total (NPT) é indicada para soluções que tem osmolaridade maior que 
700 mOsm/L. Utiliza-se veia central de grosso calibre e alto fluxo sanguíneo, tais como: veias subclávias 
e jugulares. Está contraindicada a femoral pelo risco de infecção. 
 
Incapacidade de ingerir uma quantidade adequada de alimento ou líquido VO dentro de 7 dias; 
Capacidade comprometida para absorver alimentos VO ou enteral; 
O paciente não deseja ou não consegue ingerir nutrientes adequados VO ou enteral; 
Necessidade pré e pós-operatórias prolongadas. 
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 INÍCIO E INTERRUPÇÃO DA NP 
 
As soluções de NP são iniciadas lentamente e avançadas gradualmente a cada dia até a velocidade 
desejada, conforme permitido pela tolerância do paciente aos líquidos e à glicose. 
Um total de 1 a 3 L de solução é administrado durante o período de 24h. Uma bomba de infusão sempre 
é utilizada para administração de NP. Antes de a infusão ser administrada, a solução deve ser inspecionada 
quanto à separação em camadas, aspecto oleoso ou qualquer precipitado. No caso de qualquer um desses 
estar presente, ela não é utilizada (SMELTZER et al., 2011). 
A solução de NP é descontinuada gradualmente para permitir ao paciente ajustar-se aos níveis 
diminuídos de glicose. Os sintomas específicos da hipoglicemia de rebote incluem fraqueza, desmaio, 
sudorese, tremores, sensação de frio, confusão mental e taquicardia (SMELTZER et al., 2011). 
 
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM 
 
Os principais diagnósticos de enfermagem que podem ser encontrados em pacientes com indicação ou 
em uso de NP são (SMELTZER et al., 2011): 
 Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais; 
 Risco de desequilíbrio eletrolítico; 
 Risco de desequilíbrio do volume de líquidos; 
 Risco de glicemia instável; 
 Risco de infecção. 
 
COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NA TNP 
 
De acordo com a Resolução COFEN 453/2012, compete ao Enfermeiro: 
a) Proceder a punção venosa periférica de cateter intravenoso de teflon ou poliuretano, ou cateter 
periférico central (PICC), desde que habilitado e/ou capacitado para o procedimento de acordo com a 
Resolução COFEN Nº 260/2001. 
b) Participar com a equipe medica do procedimento de inserção de cateter venoso central. 
c) Assegurar a manutenção e permeabilidade da via de administração da Nutrição Parenteral. 
d) Receber a solução parenteral da farmácia e assegurar a sua conservação até a completa 
administração. 
e) Proceder à inspeção visual da solução parenteral antes de sua infusão. 
f) Avaliar e assegurar a instalação da solução parenteral observando as informações contidas no rótulo, 
confrontando-as com a prescrição. 
g) Assegurar que qualquer outra droga, solução ou nutrientes prescritos, não sejam infundidos na 
mesma via de administração da solução parenteral, sem a autorização formal da Equipe Multiprofissional de 
Nutrição Parenteral (EMTN). 
h) Prescrever os cuidados de enfermagem inerentes a Terapia de Nutrição Enteral, em nível hospitalar, 
ambulatorial e domiciliar. 
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i) Detectar, registrar e comunicar a EMTN ou ao médico responsável pelo paciente as intercorrências de 
qualquer ordem técnica e/ou administrativa. 
j) Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e a evolução do 
paciente, quanto aos dados antropométricos, peso, sinais vitais, balanço hídrico, glicemia, tolerância digestiva 
entre outros. 
 
COMPLICAÇÕES DA TNP 
 
As complicações mais comuns da TNP são pneumotórax, embolia gasosa, cateter obstruído ou 
deslocado, sepse, hiperglicemia, hipoglicemia de rebote e sobrecarga de líquidos (SMELTZER et al., 2011). 
 
 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
MEU AMIGO (A), VAMOS APROFUNDAR OS SEUS CONHECIMENTOS, 
QUE O LEVARÃO À SUA APROVAÇÃO! 
 
1. (HU-UFES/EBSERH/AOCP/2014) Para que haja sucesso na terapia nutricional é importante que, no mínimo, 
o médico, o enfermeiro, o nutricionista e o farmacêutico trabalhem em equipe. Ao considerar as competências 
do enfermeiro estabelecidas pela Portaria MS/SNVS nº 272/1998 e Resolução RDC ANVISA nº 63/2000, que 
dispõem sobre os Regulamentos Técnicos para Terapia de Nutrição Parenteral (NP) e Nutrição Enteral (NE), 
respectivamente, é correto afirmar que 
a) ao enfermeiro, compete confrontar as informações do rótulo da NP e/ou NE com a prescrição médica e 
assegurar a conservação de ambas até o horário de instalação destas. 
b) a via de administração da NP pode ser estabelecida pelo enfermeiro. 
c) a via de administração da NE é estabelecida apenas pelo enfermeiro. 
d) ao enfermeiro, compete assegurar as vias de administração e de forma exclusiva para a NP e NE. 
e) o preparo e a administração da NP e NE industrializadas são de responsabilidade do enfermeiro. 
 
COMENTÁRIOS: 
Primeiramente, veremos as atribuições do enfermeiro em relação ao processo de terapia nutricional 
enteral (TNE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atribuições do Enfermeiro, segundo RCD N° 63/ 20001, para Terapia Nutricional Enteral (TNE) 
 
 Orientar o paciente, a família ou o responsável legal quanto à utilização e controle da TNE; 
 Preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral; 
 Prescrever os cuidados de enfermagem na TNE, em nível hospitalar, ambulatorial e 
domiciliar; 
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 7Agora, veremos as atribuições do enfermeiro em relação ao processo de terapia nutricional Nutricional 
(TN) Parenteral Total. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou transpilórica (a via de 
administração da NE deve ser estabelecida pelo médico ou enfermeiro, por meio de 
técnica padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido); 
 Assegurar a manutenção da via de administração; 
 Receber a NE e assegurar a sua conservação até a completa administração (o enfermeiro 
é o responsável pela conservação após o recebimento da NE e pela sua administração). 
 Proceder à inspeção visual da NE antes de sua administração; 
 Avaliar e assegurar a administração da NE observando as informações contidas no 
rótulo, confrontando-as com a prescrição médica; 
 Avaliar e assegurar a administração da NE, observando os princípios de assepsia, de 
acordo com as BPANE (Anexo III); 
 Detectar, registrar e comunicar à Equipe Médica de TN e ou o médico responsável pelo 
paciente, as intercorrências de qualquer ordem técnica e ou administrativa; 
 Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e à 
evolução do paciente quanto ao: peso, sinais vitais, tolerância digestiva e outros que se 
fizerem necessários; 
 Garantir a troca do curativo e ou fixação da sonda enteral, com base em procedimentos 
pré-estabelecidos; 
 Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, 
garantindo a atualização de seus colaboradores; 
 Elaborar e padronizar os procedimentos de enfermagem relacionadas à TNE; 
 O enfermeiro deve participar do processo de seleção, padronização, licitação e aquisição 
de equipamentos e materiais utilizados na administração e controle da TNE. 
 Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão; 
 Assegurar que qualquer outra droga e ou nutriente prescritos, sejam administrados na 
mesma via de administração da NE, conforme procedimentos preestabelecidos (a 
utilização da sonda de administração da NE não é exclusiva, podendo ser empregada 
para medicamentos e outras soluções quando necessário). 
 Orientar o paciente, a família ou o responsável legal, quanto à utilização e controle da 
TN; 
 Preparar o paciente, o material e o local para a inserção do cateter intravenoso; 
 Prescrever os cuidados de enfermagem na TN; 
 Proceder ou assegurar a punção venosa periférica, incluindo a inserção periférica 
central (PICC); 
 Assegurar a manutenção das vias de administração; 
 Receber a Nutrição Parenteral da Farmácia e assegurar a sua conservação até a sua 
completa administração; 
 
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Após introdução do tema, vamos analisar cada alternativa. 
Item A. INCORRETO. Ao enfermeiro, compete confrontar as informações do rótulo da NP e/ou NE com a 
prescrição médica e assegurar a conservação de ambas a partir do momento que recebê-las do Serviço de 
Nutrição e Dietética ou Farmácia até a sua completa administração. 
Item B. CORRETO. Ao enfermeiro cabe proceder ou assegurar a punção venosa periférica, incluindo a 
inserção periférica central (PICC) para administração da NPT. Portanto, as vias de administração da Nutrição 
Parenteral Periférica (NPP) e da Nutrição Parenteral Central (NPC) de inserção periférica podem ser 
estabelecidas pelo enfermeiro. 
Item C. INCORRETO. A via de administração da NE deve ser estabelecida pelo médico ou enfermeiro, 
por meio de técnica padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido. Logo, a via de administração 
da NE não é estabelecida apenas pelo enfermeiro. 
Item D. INCORRETO. Como consta na alternativa anterior, a via de administração da NE não é 
estabelecida apenas pelo enfermeiro e quanto a NPT o estabelecimento de acesso venoso central, por veias de 
grande calibre (subclávia ou jugular interna) e próximo ao coração, é atividade exclusiva do médico. Porém, a 
inserção periférica central (PICC) para administração da NPT é também é uma atribuição do enfermeiro, já 
regulamentada pela Portaria MS/SNVS nº. 272/1998 e pelo COFEN 258/201, que segundo esta, há necessidade 
de qualificação/capacitação profissional para efetuar tal procedimento. 
Item E. INCORRETO. O preparo da NP e NE industrializadas é de responsabilidade da indústria. O 
nutricionista e farmacêutico são responsável pela manutenção da qualidade da NE e NPT, respectivamente, até 
a sua entrega ao profissional responsável pela administração e devem orientar e treinar os funcionários que 
 Proceder a inspeção visual da Nutrição Parenteral antes de sua administração; 
 Avaliar e assegurar a instalação da Nutrição Parenteral observando as informações 
contidas no rótulo, confrontando-as com a prescrição médica; 
 Avaliar e assegurar a administração da Nutrição Parenteral, observando os princípios de 
assepsia; 
 Assegurar a infusão do volume prescrito, através do controle rigoroso do gotejamento, de 
preferência com uso de bomba de infusão; 
 Detectar, registrar e comunicar à EMTN e ou o médico responsável pelo paciente as 
intercorrências de qualquer ordem técnica e/ou administrativa; 
 Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e à 
evolução do paciente, quanto ao: peso, sinais vitais, balanço hídrico, glicosuria e glicemia, 
entre outros; 
 Efetuar e/ou supervisionar a troca do curativo do cateter venoso, com base em 
procedimentos preestabelecidos; 
 Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, 
garantindo a atualização de seus colaboradores; 
 Elaborar, padronizar procedimentos de enfermagem relacionados à TN; 
 Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão. 
 Assegurar que qualquer outra droga e /ou nutriente prescritos, não sejam infundidos na 
mesma via de administração da Nutrição Parenteral, sem a autorização formal da EMTN 
(a via da administração de NPT é exclusiva, sendo em alguns serviços proibido a 
utilização de cateter de mais de um lúmen ou extensores de dupla/tripla vias). 
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realizam o seu transporte. O profissional responsável pela administração da NPT e NE é o enfermeiro, que 
deve receber a NP/NE da Farmácia/SND e assegurar a sua conservação até a sua completa administração. 
Mas quais são critérios para escolha da via para suporte nutricional mais adequado às especificidades de 
cada paciente? 
Deve-se considera, no geral, a patologia, o estado clínico do paciente e as condições para estabelecimento de 
um suporte nutricional precoce. 
 
 
 
Chegamos ao final de mais uma aula. 
Esperamos que mantenha o foco nos estudos, tenha fé e muita disciplina! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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