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Idoso - Perspectivas do Cuidado

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Rio de Janeiro – Recife, 2018
orgs.
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Idosos : perspectivas do cuidado / organização Spencer Júnior , Leopoldo Barbosa. 
- 1. ed. - Rio de Janeiro : Autografia ; Recife [PE] : EDUPE, 2018.
226 p. : il. ; 23 cm.
Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-518-0875-7
1. Envelhecimento. 2. Idosos - Saúde e higiene. 3. Idosos - Cuidado e tratamento. 
4. Velhice - Aspectos sociais. I. Spencer Júnior. II. Barbosa, Leopoldo.
18-47790 CDD: 618.97
 CDU: 616-053.9
I22
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
universidade de pernambuco – upe
Reitor: Pedro Henrique Falcão
Vice-reitor: Dra. Socorro Cavalcanti
editora universidade de pernambuco – edupe
Conselho editorial: 
Profª. Drª. Adriana de Farias Gehrer
Prof. Dr. Amaury de Medeiros
Prof. Dr. Alexandre Gusmão
Prof. Dr. Álvaro Vieira de Mello
Profª. Drª. Ana Célia O. dos Santos 
Profª. Drª. Aronita Rosenblatt
Prof. Dr. Belmiro do Egito
Prof. Dr. Carlos Alberto Domingos do Nascimento
Gerente científico:
Prof. Dr. Karl Schurster
Idosos: perspectivas do cuidado
Spencer Junior e Leopoldo Barbosa (org.)
isbn: 978-85-518-0875-7
1ª edição, fevereiro de 2018.
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem 
prévia autorização do autor, da Autografia e da Edupe.
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SUMÁRIO
SOBRE OS AUTORES � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �7
PREFÁCIO � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 15
IDOSOS: ESPERANÇA E FINITUDE DE VIDA � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 17
José Antônio Spencer Hartmann Júnior
A SAÚDE E A DOENÇA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO � � � � � � � � � � � � � � 27
Tânia Rudnicki , Carol ina Seabra e Viv ian Kratz 
PSICOLOGIA DA SAÚDE, FAMÍLIA 
E ADOECIMENTO CRÔNICO NO IDOSO � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 41
Leopoldo Nelson Fernandes Barbosa, Jul iana Monteiro Costa ,
Mônica Cr ist ina Bat is ta de Melo e João Car los Alchier i
O SUICÍDIO NA PESSOA IDOSA � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 52
Anésia Bezerra da Fonseca e José Antônio Spencer Hartmann Júnior
ESPIRITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE � � � � � � � � � � 58
Luciano da Fonseca Lins , Alessandra Andressa A . de M. Magalhães 
e Antônio Gabrie l Araújo Pimentel de Medeiros
CUIDADOS PALIATIVOS PARA O IDOSO � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 68
D aniela Achet te e Cr ist iane Ferraz Prade
LUTO COMPLICADO � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 97
Luciana Valença Garcia e José Antônio Spencer Hartmann Júnior
NEUROIMAGEM E ENVELHECIMENTO: 
ASPECTOS BÁSICO-CLÍNICOS AVANÇADOS � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �117
Carol ine Bozzet to Ambrosi , Car los Augusto Carvalho de Vasconcelos
e Patr íc ia Bozzet to Ambrosi
ENVELHECIMENTO, ALTERAÇÕES COGNITIVAS 
E A AUTONOMIA EM IDOSOS � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �128
Olív ia D ayse Lei te Ferre i ra , Leopoldo Nelson Fernandes Barbosa
e João Car los Alchier i
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A RELAÇÃO ENTRE AVÓS E NETOS: 
QUEM CUIDA E QUEM É CUIDADO? � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �141
Maria Teresa Barros Falcão Coelho, Waleska de Carvalho M. Medeiros
e Cr ist ina Maria de Souza Br i to D ias
NUTRIÇÃO E ENVELHECIMENTO: 
ASPECTOS BÁSICO-CLÍNICOS AVANÇADOS � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �160
Ana Carol ina Ribeiro de Amorim, Antonio Souto Gouveia
e Car los Augusto Carvalho de Vasconcelos
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AO PACIENTE IDOSO � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �179
El isângela S i lva , Íta la Nóbrega e Flávia Morais
EXERCÍCIO FÍSICO, ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA � � � � � � � � �199
Tiago Albuquerque
IDOSO INSTITUCIONALIZADO E QUALIDADE DE VIDA � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �209
Bruno Gi lberto de Melo e S i lva , Suely de Melo Santana
e Cir lene Francisca Sales da S i lva
ESPIRITUALIDADE E BEM-ESTAR MEDIANDO 
FUNCIONALIDADE, DOENÇAS NEUROPSIQUIÁTRICAS 
E TÉRMINO DA VIDA DA POPULAÇÃO DA TERCEIRA IDADE � � � � � � � � � � � � � � � �220
Ana Clara Gal indo Miranda e José Antônio Spencer Hartmann Júnior
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— 7 —
SOBRE OS AUTORES
Alessandra Andressa A. de M. Magalhães - Especialista em Neurop-
sicologia e Mestranda em Saúde Mental pela Universidade de Per-
nambuco - UPE.
Ana Carolina Ribeiro de Amorim - Universidade Federal de Per-
nambuco/UFPE, Recife, Brasil. Centro Universitário do Vale do Ipoju-
ca – UNIFAVIP/DEVRY, Caruaru/PE, Brasil.
Ana Clara Galindo Miranda – Acadêmica do Curso de Medicina da 
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco.
Antônio Gabriel Araújo Pimentel de Medeiros – Psicólogo. Inte-
grante do grupo de pesquisa Grupo de Estudos sobre Saúde Mental 
do Idoso, vinculado ao CNPq.
Antonio Souto Gouveia - Programa de Pós-Graduação em Ciências 
da Saúde, Faculdade de Medicina do ABC/FMABC, Santo André/
SP, Brasil.
Anésia Bezerra da Fonseca – Acadêmica de Medicina – FCM-UPE; 
Especialista em Diagnóstico Molecular – FPS – Biomédica - UFPE
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— 8 —
Bruno Gilberto de Melo e Silva – Fisioterapeuta. Doutorando em Psi-
cologia Clínica (UNICAP). Mestre em Psicologia Clínica (UNICAP), 
professor Assistente I da Universidade Católica de Pernambuco, Pós-
-graduado em Fisioterapia Traumato-ortopédica- FIR, Especialista 
em Fisioterapia Esportiva- SONAFE/COFITTO.
Carlos Augusto Carvalho de Vasconcelos – Universidade Federal de 
Pernambuco/UFPE Porfessor Efetivo, Recife/PE, Brasil: Colaborador 
no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Faculdade de 
Medicina do ABC/FMABC, Santo André/SP, Brasil
Carolina Seabra – Psicóloga. Mestre em Psicologia. Especialista em 
Psico-oncologia, Psicologia Médica e Psicologia Hospitalar. Especiali-
zanda em Terapia Cognitivo-comportamental. Sócia Diretora do Ins-
tituto de Terapia Cognitiva em Psicologia da Saúde. Tutora das espe-
cializações em Psico-oncologia e cuidados paliativos da Faculdade de 
Ciências Médicas de Belo Horizonte. 
Caroline Bozzetto Ambrosi - Residente em Clínica Médica do Insti-
tuto de Educação e Pesquisa - Hospital Moinhos de Vento, Porto Ale-
gre/RS, Brasil
Cirlene Francisca Sales da Silva - Psicóloga, Doutoranda em Psicolo-
gia Clínica (UNICAP). Mestre em Psicologia Clínica (UNICAP), Espe-
cialista em GerontologiaSocial (UFPE), Especialista em Gerontologia 
(SBGG), Especialista em Intervenções Clínicas na abordagem Psica-
nalítica (ESUDA), Coordenadora da Especialização em Gerontologia 
(UNICAP).
Cristiane Ferraz Prade - Psicóloga, co-fundadora e atual presidente 
da Casa do Cuidar
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— 9 —
Cristina Maria de Souza Brito Dias - Doutora em Psicologia (UnB). 
Professora aposentada da UFPB e professora adjunta III da UNICAP. 
Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clíni-
ca (UNICAP). Membro do Laboratório de Família, Gênero e Interação 
social (UNICAP). Pesquisadora do CNPq.
Daniela Achette - Psicóloga da Unidade de Psicologia e da Equipe 
Multiprofissional de Suporte e Cuidados Paliativos do Hospital Sírio 
Libanês, integrante da Comissão Científica da Pós Graduação em Cui-
dados Paliativos – IEP/Sírio Libanês
Elisângela Silva - Farmacêutica graduada pela Universidade Fede-
ral de Pernambuco (UFPE), 2003. Mestre em Ciências Farmacêuticas 
UFPE. Doutora em Ciências Farmacêuticas. Docente do Centro Uni-
versitário CESMAC e Centro Universitário Maurício de Nassau (UNI-
NASSAU). É tutor e membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) 
do curso de Farmácia da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS). 
Membro do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (FPS).
Flávia Morais - Graduada em Farmácia com habilitação em Indústria 
de Medicamentos pela Universidade Federal do Rio Grande do Nor-
te. Doutora pelo Programa de Pós-graduação de Ciências Farmacêuti-
cas - UFPE . Foi coordenadora de pesquisa & desenvolvimento do LA-
FEPE (2003 - 2011/março. Coordenadora do curso de Farmácia da FPS. É 
membro da Comissão de Ensino do CRF-PE a desde 2012. Foi membro 
em PE da Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (ABEF). Do-
cente permanente do Mestrado em Educação na área de Saúde da FPS.
Ítala Nóbrega - Mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFPE. Espe-
cialista em Farmácia Hospitalar pela SBRAFH, graduada em Farmácia 
e Farmácia Industrial pela UFPE, com aperfeiçoamento em Farmácia 
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— 10 —
Clínica pela Universidad de Chile. É tutor e membro do NDE do curso 
de Farmácia da FPS. Farmacêutica do IMIP e do Exército.
João Carlos Alchieri - Doutor em Psicologia pela Universidade Fede-
ral do Rio Grande do Sul (2004), bolsista produtividade (CNPq) e Prof 
Associado III na Universidade Federal do Rio Grande do Norte como 
orientador de mestrado e doutorado no PPG Ciências da Saúde.
José Antônio Spencer Hartmann Júnior - Psicólogo, Pós-doutoran-
do em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC- São 
Paulo e Doutor em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamen-
to Pela Universidade Federal de Pernambuco. Preceptor da Residên-
cia em Psiquiatria do Hospital Oswaldo Cruz da Universidade de Per-
nambuco. Professor Adjunto da Faculdade Ciências Médicas-UPE. 
Líder de pesquisa do Grupo Estudos sobre Saúde Mental do Idoso da 
Universidade de Pernambuco, vinculado ao CNPq.
Juliana Monteiro Costa - Psicóloga Clínica e Hospitalar. Doutora em 
Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco - UNI-
CAP. Coordenadora de Tutor do curso de Psicolgia da FPS e membro 
do Núcleo Docente Estruturante. Docente Permanente da Pós-Gra-
duação da FPS e do Mestrado Profissional em Psicologia da Saúde da 
FPS. Membro do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Saúde vincula-
do ao CNPq
Leopoldo Nelson Fernandes Barbosa - Psicólogo Clínico e Hospita-
lar. Doutor em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela 
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Preceptor da residência 
em Psiquiatria e Psicologia Instituto de Medicina Integral Prof. Fernan-
do Figueira – IMIP. Tutor da Graduação e Docente Permanente da Pós-
-Graduação da Faculdade Pernambucana de Saúde - FPS. Coordena-
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— 11 —
dor do Mestrado Profissional em Psicologia da Saúde da FPS. Líder do 
Grupo de Pesquisa em Saúde Mental vinculado ao CNPq.
Luciana Valença Garcia - Graduada em Medicina pela Universidade 
Federal de Pernambuco. Residente em psiquiatria do Hospital Ulys-
ses Pernambucano.
Luciano da Fonseca Lins - Professor Adjunto da Universidade de 
Pernambuco
Maria Teresa Barros Falcão Coelho - Psicóloga (UFPE). Mestre em 
Psicologia Cognitiva (UFPE). Doutoranda em Psicologia Clínica (UNI-
CAP). Docente Permanente do Mestrado Profissional em Psicologia 
da Saúde da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS). Docente da 
Graduação em Psicologia (FPS). Docente de Cursos de Pós-gradua-
ção na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), FPS, na Fa-
culdade Frassinetti do Recife (FAFIRE) e na Faculdade Redentor/ Ins-
tituto Desenvolvimento Educacional (IDE).
Mônica Cristina Batista de Melo - Psicóloga Clínica e Hospitalar. 
Doutora em Saúde Materno Infantil pelo IMIP. Supervisora e precep-
tora de estágio do IMIP. Tutora da Graduação e Docente Permanente 
da Pós-Graduação da Faculdade Pernambucana de Saúde - FPS. Vi-
ce-coordenadora do Mestrado Profissional em Psicologia da Saúde 
da FPS. Líder do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Saúde vincula-
do ao CNPq
Olívia Dayse Leite Ferreira - Psicóloga pela Universidade Federal 
da Paraíba ; Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte (UFRN) e atualmente é doutoranda do Programa de 
Ciências da Saúde da UFRN. Tem experiência na área de Psicologia 
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— 12 —
clínica (terapia cognitiva-comportamental), neuropsicologia e neuro-
ciências, com ênfase nos processos cognitivos.
Patrícia Bozzetto Ambrosi - Neuri- Brain Vascular Center, Paris, 
França, Sócia Fundadora da ABRAZ-Sub Regional, Bento Gonçalves/
RS, Brasil
Suely de Melo Santana – Psicóloga. Doutora em Psicologia pela Fa-
culdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do 
Porto (FPCE-UP/PT). Mestre em Psicologia Cognitiva pela Universi-
dade Federal de Pernambuco – UFPE. Terapeuta Cognitivo-Compor-
tamental Certificada pela Federação Brasileira de Terapias Cognitivas 
- FBTC. É Docente da Graduação em Psicologia da Universidade Ca-
tólica de Pernambuco – UNICAP e do Programa de Mestrado e Dou-
torado em Psicologia Clínica. Líder do Grupo de Pesquisa Família, 
Gênero e Interação Social vinculado ao CNPq. Membro do Grupo de 
Trabalho sobre Pesquisa Básica e Aplicada em uma Perspectiva Cog-
nitivo-Comportamental da ANPEPP.
Tânia Rudnicki - Psicóloga. Doutora em Psicologia (PUC/RS) e Pós-
-Doutorado em Psicologia da Saúde pelo ISPA/PT como bolsista Ca-
pes - Foundation Ministry of Education Of Brazil-Brasília/DF - Brazil. 
Terapeuta Cognitiva certificada pela FBTC. Mestre e Especialista em 
Psicologia Clínica com experiência na área da saúde e hospitalar. Pes-
quisadora Associada do Centro de Investigação William James ISPA/
PT. É membro do GT ANPEPP em TCC; Membro do comitê de Ética 
em Pesquisa do Centro Universitário da Serra Gaúcha/FSG. Sócia Di-
retora do Instituto de Terapia Cognitiva em Psicologia da Saúde.
Tiago Albuquerque. Graduado em Educação Física pela UFPE. 
(CREF G/PE 5318). Certificação Internacional em Treinamento Fun-
cional (FMS – Functional Moviments Systems). Certificado Interna-
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— 13 —
cional na metodologia Vipr. Master MVF (Motricidade Voluntária 
Funcional).
Vivian Kratz – Psicóloga. Especialista em Comunicação e Multimí-
dia pela Université de Toulon (França); Universidade Fernando Pes-
soa (Portugal) e Universidade de Caxias do Sul (UCS). Possui Aper-
feiçoamento em Terapias Cognitivas pela Wainer Psicologia e Work 
Experience pela Universidade de Cambridge (Inglaterra). Graduada 
em Psicologia, com ênfase em Saúde e Educação pelo Centro Univer-
sitário da Serra Gaúcha (FSG) e em Jornalismo pela UCS. Possui expe-
riência com grupos, orientação vocacional, clínica e projetos de pro-
moção de saúde e qualificação de equipes em Instituições de Longa 
Permanência paraIdosos (ILPI).
Waleska de Carvalho M. Medeiros - Psicóloga. Mestre em Psicologia 
Clínica pela UNICAP. Doutoranda em Psicologia Clínica na Universi-
dade Católica de Pernambuco. Tutora de Graduação e Pós-graduação 
da FPS. Docente Permanente do Programa de Mestrado Profissional 
em Psicologia da Saúde da FPS.
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— 15 —
PREFÁCIO
A afirmação “o mundo está envelhecendo” já é quase um mantra para 
qualquer pessoa que se proponha a analisar a estrutura tanto do pon-
to de vista social como do ponto de vista do indivíduo desse nosso sé-
culo XXI. As mudanças vêm através da transição demográfica e um 
aumento da proporção de idosos, da transição epidemiológica e o 
predomínio das doenças crônicas e degenerativas, e da transição tec-
nológica com o surgimento contínuo de novas estratégias diagnósti-
cas e terapêuticas, além da intensa produção de artigos científicos e 
papers diariamente.
Mas uma transição ainda em estágio inicial e que já está se tornan-
do o pilar da assistência ao idoso é a transição dos cuidados. Nela se 
propõe que tiremos o enfoque voltado para a doença e tragamos o en-
foque para o indivíduo. E essa é uma missão fácil na proposição, mas 
difícil na execução. Envolve a análise do indivíduo como um todo, 
suas fragilidades, suas dinâmicas familiares e sociais, suas vontades, e 
através disso entender o que é realmente o processo “saúde-doença” 
para aquela pessoa e como poderemos ajudá-la.
Esse desafio na transição dos cuidados envolve a participação de 
um número maior de profissionais de várias áreas do conhecimen-
to dedicados à geriatria e gerontologia. Mas ao contrário de nossas 
expectativas e de acordo com a realidade que estamos descobrindo, 
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— 16 —
esses profissionais não serão os especialistas pois, afinal, nunca tere-
mos a quantidade de especialistas suficientes para a quantidade cada 
vez maior de idosos e das demandas dos mesmos. Os conhecimentos 
em geriatria e gerontologia estão se mostrando ser metadisciplinares 
e permeando todas as áreas do conhecimento e já é necessário que 
todo profissional de saúde independente da especialidade, por exem-
plo, conheça as melhores práticas de assistência ao idoso.
Nesse ponto, é com grande prazer que vemos a execução e con-
clusão desse livro. O Idoso: Perspectiva do cuidado trás um forte as-
pecto interdisciplinar focado no indivíduo e suas relações, abordan-
do desde o quanto a tecnologia nos ajuda compreender o processo de 
envelhecimento do cérebro humano até as formas como o idoso e a 
família lidam com a compreensão da finitude e dos cuidados paliati-
vos. A relação do idoso e da família, do cuidar e do ser cuidado, os cui-
dados com medicações e com uma nutrição adequada, os benefícios 
da atividade física, e sem esquecer do importantíssimo papel da espi-
ritualidade, nos fazem lembrar sempre que os nossos cuidados têm 
que ser centrados no indivíduo, e para isso é importante o conheci-
mento dos fatores que o cercam.
“O mundo está envelhecendo” e esse livro nos ajuda a compreen-
der e ajudar de forma mais adequada esse novo mundo!
Sérgio Murilo Maciel Fernandes Filho
Médico geriatra
Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria 
e Gerontologia – Seccional Pernambuco de 2016 a 2018
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— 17 —
IDOSOS: ESPERANÇA E 
FINITUDE DE VIDA
José Antônio Spencer Hartmann Júnior
“Esperança não é esperar, é caminhar e caminhar no escuro...”
(Heráclito)
Há duas formas de contemplar uma vela acesa: uma é constatando 
que a luz que produz implica na própria consumação da cera que a 
alimenta; outra é apreciar que enquanto há cera, há luz. A finitude da 
cera, garantida pelo fogo que a consome, dá nobreza ao seu briho. Vi-
ver é brilhar na cera do nosso tempo finito.
Somos fruto do improvável. A vida é o acontecimento mais im-
provável. Soubéssemos da improbabilidade da vida e nos espanta-
ríamos encantadoramente com o milagre de existir. Mas, ao mesmo 
tempo, a consciência da improbabilidade da vida e o profundo reco-
nhecimento da sua precariedade nos colocam em contato direto com 
a percepção do fim eminente, e, com isso, aprendemos a tratar a mor-
te com negação. Mas negar o inevitável é deixar de saborear melhor o 
que realmente dispomos, que é o tempo presente. Negar a morte é ne-
gar o impermanente, negar o impermanente é negar a nossa máxima 
vulnerabilidade, e quando negamos a nossa máxima vulnerabilidade, 
negamos, paradoxalmente, a nossa máxima potência: a potência de 
viver cada momento como sendo talvez o último. Portanto, é no meio, 
ou seja, é durante a vida que está a salvação, e o meio é o tempo pre-
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— 18 —
sente, em que se tocam potência e gozo. Potência de saborear o me-
lhor possível a vida, e isso não deve ser confundido com imprevidên-
cia quanto ao futuro.
Qual a grande angústia humana sobre a morte? Não termos a cer-
teza para onde iremos? O medo que vem do inevitável fim biológico à 
medida que avançamos em idade e nos aproximamos da fatídica rea-
lização desta exígua matemática existencial?
Penso que a angústia e o medo venham mais de como morrere-
mos, se sofreremos, que dores enfrentaremos, as limitações impos-
tas pelo envelhecimento e a dependência total dos outros, viver uma 
morte que nos paralisa enquanto estamos vivos, do que a morte em si. 
Não é morrer, é deixar de viver; de se encantar e cantar a vida.
A máxima ambiguidade da natureza humana nasce da colisão en-
tre uma consciência de si e da sua condição precária. Disso brota a 
sua angústia: sabe que vai morrer e é vulnerável. Somente o homem 
sofre dessa consciência. A consciência adoeceu o homem diante da 
realidade da vida, pois reconhece que não tem controle sobre o seu 
inexorável destino. Essa é a sua queda; a sua expulsão do paraíso sur-
ge quando toma consciência da sua morte e sensível vida. A bendi-
ta inocência perdida com a consciência de si o joga no inferno exis-
tencial. Quando perde a sua ignorância parece perder a sua graça de 
viver. A sua mais intensa experiência é a da angústia da morte ou o 
que a angústia da morte anuncia: a perda da vitalidade. Mais do que 
morrer é a de não viver em plenitude de vigor. A morte não angus-
tia mais que a vida. E a vida angustia porque ela pode tanto trazer o 
melhor como pode também trazer o pior. Angústia é o pressentimen-
to do pior. Então, não é a morte, mas a vida a causa de nossa angús-
tia, e quando experimentamos a angústia de morte, experimentamos 
por que ela só pode ser sentida em vida. Portanto, é a vida o doce e o 
amargo, o mel e o fel. Tememos o que podemos passar de pior pela 
vida. Toda ameaça de perda de vitalidade nos coloca em estado al-
terado de ser. A angústia deflagra a nossa precariedade, a nossa im-
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— 19 —
potência, percebendo o homem não apenas a sua precariedade exis-
tencial, mas de não poder fazer nada sobre isso. Só podemos, e ainda 
assim de modo muito limitado, retardar processos de perda de vida, 
mas nunca evitar.
O que temos é o desejo de potência, mais do que potência em si. 
Mas esse desejo de potência mobiliza vitalidade; é o nosso esforço, a 
nossa perseverança em durar e durar em lutar; é resistir para existir.
A vida tem sabor de vitalidade, de felicidade. A nossa maior fome é 
a fome de viver e viver em usufruto. Saber apreciar é o ato que se con-
solida em aprender a produzir vitalidade que existe em potência. E 
essa potência não convertida em ato gera uma angústia paralisante. 
Portanto, a alegria é a ação consciente e inteligente de quem apren-
de a fomentar movimento que previne contra a possibilidade de que 
apenas o pior ocorra. Por isso que a angústia enfrentada e inteligen-
ciada nos coloca em contato com o fluxo do real e nos orienta melhor,porque sem ilusões, levando a tomada de decisões com mais sincro-
nia com as contingências. As ilusões são a fé impensada no meu de-
sejo sobre a contingência e que nos remete ao desespero. Isso porque 
o encontro com o desespero simboliza a negação da angústia e que a 
angústia é o prenúncio dos instantes inesperados da vida carregados 
de incertezas.
As contingências e sua altíssima imprevisibilidade são o forno do 
inferno de onde nasce a angústia. Por isso que a angústia sendo inteli-
genciada – entenda esse neologismo como tornar inteligente uma for-
ça potencialmente cega – faz perceber as contingências como uma di-
mensão existencial de alta motivação para a resistência humana.
Quando a angústia é bloqueadora da ação, ou seja, a paralisa, sua 
função fica letal, pois é a ação que produz alegria e que garante a vi-
talidade, que a é criadora, também, da esperança. A esperança vamos 
situar como sendo um afeto de horizontes e tudo que tem horizonte 
gera sentido, gera um caminho, uma alternativa. A esperança é o afe-
to do enfrentamento das contingências com uma ação programada e 
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flexível, à medida que as circunstâncias permitam ou alterem os obje-
tivos desse programa.
A conversão da potência em ato somente é possível pelo esforço, 
e esforço que traga mesmo que o pouco é melhor que não ter o alen-
to da tentativa. A tentativa ou a perseverança estimulam a esperança, 
que por si vai cavando caminhos novos de acordo com o andamento 
dos eventos, pois a esperança é a busca do esperado, mas com flexibi-
lidade de mudanças ao contato com o inesperado. Em verdade, a es-
perança é a disposição de luta com alegria no encontro com o inespe-
rado. Não há esperança renovada sem inesperado.
Podemos aventar a hipótese de que o maior pavor humano não 
seja o medo da morte, mas do autoconhecimento. Um conhecimen-
to que revele a nossa condição precária, sem os cosméticos que usa-
mos para esconder nossa angústia iminente. E esse conhecimento fá-
tico sobre a vida perpassa com a grande questão da morte. O modo 
como lidamos com a vida revela como lidamos com a morte. Conhe-
cer a vida em sua dinâmica impermanente é se preparar para extrair 
dela uma vida boa. Nossa cultura mascara essa dimensão mais obscu-
ra, no entanto, é o principal capital da existência humana que é a nos-
sa finitude biológica. Naturalmente, esse autoconhecimento em li-
dar com a finitude e, ao modo sábio, e considere sabedoria aqui como 
uma inteligência pragmática que resolve os problemas de nosso coti-
diano, e que coloca o maior desejo humano, que é a sua imortalidade, 
em sintonia com a sua realidade mortal e inexorável. Portanto, é fun-
damental discutirmos de forma corajosa essa realidade tão ignorada, 
mas não menos importante.
Ao idoso, aquele que se aproxima da última linha do tempo finito 
de sua vida, que esperança pode acionar para manter a sua potência 
de existir, quando as suas forças se exaurem no suspiro silencioso de 
cada célula? Seria vivendo intensamente o momento presente? Ade-
mais, que outro tempo realmente temos independente da nossa ida-
de? A esperança voltada apenas para o amanhã é casta de gozo, pois o 
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gozo se encontra no tempo que corre no instante vivido. E por que nos 
atormentamos tanto em nos colocarmos no tempo presente sem re-
correr ao passado ou antecipando o futuro? Porque o tempo presen-
te é o encontro com o caos, com a impermanência, com o inesperado, 
com o imprevísivel. E esse encontro é uma convocação para a gran-
de consciência da morte que negamos, pois a vida é o acontecimento 
mais improvável. Aceitar a finitude da vida é aprender a plenificá-la. A 
vontade da duração da vida não pode gerar a negação de sua dinâmi-
ca de perdas. Ganha mais quem sabe lidar com as perdas da idade. A 
afirmação da vida aumenta a sua potência e a potência de afirmação 
está em sabermos surfar nas flutuações. Não podemos ser os temerá-
rios do devir ou os ressentidos com o impermante, não podemos des-
prezar o que passa, escoa ou se vai.
Destarte, é o caminho que importa, não mais o fim. Não podemos 
nos limitar a falar da finitude da vida, mas da plenitude do meio, do 
trajeto; na estrada da vida toda reta é uma curva e toda curva uma 
nova paisagem.
Intrínseco ao ser humano se encontra o desejo de durar. Sim, que-
remos durar, o duro desejo de durar; de perseverar no ser; é essa nossa 
disposição natural: florescer, não importa em que inverno ou sob que 
tempestade; temos o desejo de florescer. Esperança é o desejo de du-
rar, de florescer, desejo de potência de existir. Durar é aumentar o pas-
sado bom que tivemos para melhorar, mediante um presente intenso, 
um futuro que se encurta e que deve ser cada vez melhor. Mas durar 
exige saber lidar com a mudança e saber mudar requer a mais dolorosa 
vivência humana: a aceitação da impermanência, a aceitação da nossa 
precariedade. Mas o que é de mais frágil em nós é o que há de mais va-
lioso: a vida. E viver é divisar horizontes, é navegar, é prosseguir, é du-
rar; é manter a chama acesa até o fim do pavio e da última gota de cera 
desta vela sensível às intempéries da existência do homem.
Mas a morte não é o dilema maior, mas uma vida sem esperança, 
uma vida em desespero é pior que qualquer tipo de morte.
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A morte nada pode sobre o momento que vivemos, somente sobre 
o próximo instante. A morte só há quando não há vida, então, não é a 
morte que tememos, mas sim uma vida pobre de alegria; uma exis-
tência desencantada.
Tudo muda, tudo flui, tudo passa, escreve O filósofo pré-socrático 
Heráclito, O Obscuro. A aceitação da impermanência implica na acei-
tação de nossa maior agonia: a fragilidade que se inscreve em nos-
sas vidas.
Refletir sobre essa mesma fragilidade conscientizada e enfren-
tada com um conhecimento baseado na condição humana, naqui-
lo que nos constitui em matéria e essência, pode nos ofertar uma es-
perança vivenciada no nosso extraordinário instante existencial, nos 
preparando de modo fático para um envelhecimento, enraizado na 
vida como ela é, com todas as suas misérias e alegrias, fragilidades e 
potências.
Desse modo, imagino que a esperança posta no meio e não mais 
no fim ou no além do fim; não no nunca mais e nem no ainda não, 
mas no que está se fazendo, é a nossa melhor resistência para a imper-
manência e a sua inevitável ocorrência: a finitude da vida, enquan-
to aprendemos a lidar com a nossa maior negação; a vida precária e 
a nossa miséria existencial. Esse é o ponto do grande encantamento, 
em que devemos florescer através da esperança como disposição para 
durar e durar em florescimento. Toda força humana brota da nossa 
fragilidade. A fragilidade é a mãe de todas as nossas maiores virtudes 
e das nossas melhores criações. A esperança não como esperar, mas 
como agir e agir para frente é a melhor forma de lidarmos com a fini-
tude existencial? Vejamos.
Os estoicos propunham alguns estratagemas curiosos para que 
nos conciliássemos com a morte. O primeiro seria que não há mo-
tivo em nos apavorarmos com a morte, desde que não nos singula-
rizemos, ou seja, desde que nos entendêssemos como fragmento de 
um todo e que logo seremos reabsorvidos como energia ou matéria 
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que será transformada numa outra parte de outra entidade viva. Esse 
modo proporciona profunda serenidade quanto ao nosso instinto de 
preservação referente à experiência de aniquilamento do nosso eu.
Assim sendo, não precisamos nos atormentar com a morte, pois 
seremos reaproveitados. Apenas temos que desapegar de nosso ego 
de uma eternidade privada ou particular. No entanto, isso não ajuda 
em nada, porque seria uma barganha ainda com a negação da mor-
te. Aqui a ideia de negação ainda subjaz, mesmo sob a efígiede uma 
reabsorção no todo e de forma despersonalizada. Querer ser tomado 
pelo todo é o mesmo que sendo um fragmento algo do meu eu se pre-
servaria. Nessa ideia não haveria ainda uma madura concepção da 
morte ou transcendência do medo da nadificação da minha persona.
O segundo modo seria em ser um herói. Fazer algo notável e ser 
lembrado na memória dos outros pelos meus feitos. E isso pode ser 
como herói ou como vilão. Os livros sobre História estão repletos de 
personagens heroicos e tiranos dos quais nunca esquecemos e que 
atravessam o périplo dos séculos sob loiros e refutações, respectiva-
mente, mas ainda assim imortalizados pelos seus atos do pretérito. 
Aqui se percebe também a negação do aniquilamento; outro drible 
semântico de buscar um dispositivo de fugir da morte.
Outro modo seria o da descendência. Ou seja, por meio dos meus 
filhos e parentes o meu DNA se perpetuaria. Esse recurso de todos pa-
rece o mais apelativo e pueril, igualmente camufla a angústia de mor-
rer, porque usa de um artifício lógico de que parte dos meus genes se 
espalharão, mas isso não garante em nada a superação do eu sobre 
a morte.
O modo estoico mais inteligente é o da sugestão quanto ao ajusta-
mento do homem à ordem cósmica. Quando o homem vive intensa-
mente o seu presente, ocupando-se com um labor e construindo uma 
obra com o qual ele se identifica profundamente. Quando esse ho-
mem descobre o seu talento e realiza na vida; quando ele encontra a 
sua excelência; quando retira de sua natureza a sua parte melhor, esse 
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homem sincroniza com o cosmos e vive o seu instante extraordina-
riamente. Viver essa intensidade nesse presente, onde a sua natureza 
beija a sua ação, quando a sua potência se converte em ato ou quan-
do a sua essência perfuma a sua atividade, então, ele encontra a eter-
nidade. Eterno não é ter uma vida depois da morte; é ter vida intensa 
na vida pouca extensa de sua finitude. É fazer da vida curta uma bela 
obra, e para isso deve viver o instante presente com toda força. Mas 
isso só é possível quando encontramos nosso talento e o vivemos.
Quando estou em florescimento, em total produção para aqui-
lo que a natureza me destinou, aí ocorre a grande apoteose; a minha 
conciliação com o mundo. Não importa mais a morte para quem está 
em intensidade com a vida. A alegria de obrar naquilo que tenho de 
melhor, e de compartilhar o que em mim transborda para a humani-
dade, me tira do passado e do futuro. Só um presente intenso pode 
nos proteger do passado e do futuro, e o pânico da morte existe para 
aquele que está preso no passado ou no futuro.
E para quem vive no passado e no futuro é porque não encontrou 
o seu talento, ou, se o encontrou, ainda não desenvolveu o maior de 
todos os talentos, que é o talento da realização dos seus próprios ta-
lentos. Por isso, mais importante do que ser imortal é ser eterno. Não 
é se vou morrer, mas o que vou deixar deve ser eterno, mas um eter-
no naquilo que tenho de melhor no que faço, e esse encontro do me-
lhor que tenho em mim com o melhor que faço é viver intensamen-
te o presente. Portanto, não tenho passado ou futuro, estou absorvido 
pelos afetos que nascem do atrito entre o que mais amo e sei fazer; 
quando estou envolvido com o meu tempo presente, sou eterno, isso 
é esperança. Esperança é ação sob inspiração da minha maior dispo-
sição de ser, de durar no tempo que me realizo.
O idoso, por mais longevidade que alcance, não se furtará de sua 
finitude. Por isso que para o idoso a melhor longevidade é a garantia 
de seu sentido de utilidade e manutenção de sua produtividade den-
tro de suas condições físicas e cognitivas. A esperança de uma vida 
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melhor se concentraria na seleção dos recursos que o idoso logrou 
durante a sua vida para otimizar no tempo presente. O aproveitamen-
to de sua reserva cognitiva e cerebral, engajando-o em uma sócio-e-
motividade seletiva, pode ajudá-lo a viver intensamente seu tempo 
presente no encontro com talentos que ficaram esquecidos ou secun-
darizados em função de outras prioridades de seus anteriores ciclos 
de vida. Essa presentificação estoica, acima destacada, em ajuste com 
as contribuições da Psicologia do Envelhecimento, podem facilitar a 
criar uma esperança-ação e um modo eficaz de enfrentamento com a 
sua perspectiva aproximativa de finitude de vida.
A esperança no idoso estaria em uma racionalização mais objetiva 
com a sua questão de finitude física e um plano de ação que fortaleça 
o idoso a gerar atividades adequadas às suas condições, permitindo 
sempre novas aprendizagens, e isso se encontra no trajeto de sua vida 
ou no seu momento presente. Peregrinar na vida enfrentando seus 
percalços diários com o encantamento, de maneira que as suas ativi-
dades possam promover alegrias, ajudaria a aumentar a sua potência 
de existir. A alegria de produzir sempre, e em consonância com o que 
cada idoso singularmente tem de melhor, é garantir uma vitalidade 
que o abstrairia do futuro e o descondicionaria do passado.
Essa seria uma nova compreensão sobre esperança como cons-
tructo cognitivo promotor de um afeto de autorregulação por estimu-
lar disposição para o amanhã, mas um amanhã calcado nas ações do 
hoje. Essa análise epistêmica, convertida em cognição e comporta-
mento, pode induzir uma percepção mais correta das contingências 
existenciais, e que aqui, podemos usar a metáfora do Fragmento de 
Heráclito ‘ ... caminhar no escuro ‘ como a dimensão da incerteza e 
das descontinuidades da vida. Esperança como ação no tempo pre-
sente, sempre indo para frente, em direção ao futuro, – enquanto for 
possível e estiver em nosso controle – permite enfrentar a vida com 
todas as suas imprevisibilidades do caminho. O que nos leva a dedu-
zir que a vida boa é a vida de sermos plenos no que podemos fazer. 
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Querer o que podemos e seremos onipotentes. A sabedoria do ancião 
é um campo de forças e uma lareira para os jovens, pois o conheci-
mento é ainda o melhor modo de gerar esperança e aumentarmos a 
nossa potência de existir.
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A SAÚDE E A DOENÇA NO PROCESSO 
DE ENVELHECIMENTO
Tânia Rudnicki
Carolina Seabra
Vivian Kratz 
INTRODUÇÃO
O crescimento acelerado da população idosa alterou conceitos e pre-
ceitos da sociedade em geral, desafiando-a em suas variadas perspec-
tivas, especialmente aquelas relativas à saúde. De acordo com a legis-
lação brasileira atual, que regulamenta a Política Nacional do Idoso, 
define-se idoso como aquele que conta com idade igual ou superior a 
60 anos (Brasil, Lei nº 8842/94).
O processo de envelhecimento é constituído e influenciado por 
mudanças complexas e não lineares. Estas envolvem aspectos bio-
lógicos, fisiológicos e psicossociais, não dizendo respeito somente à 
idade do indivíduo (OMS, 2015). Do ponto de vista cronológico, a par-
tir do modelo proposto por Belsky (2010), a fase do ciclo vital em que 
a pessoa se encontra, dos 60 aos 79 é denominada de velhice. A partir 
dos 80 anos, chama-se velhice avançada. Tendo em vista os conceitos 
apresentados neste texto e para fins de unificação do entendimento, 
utilizaremos os termos velho e idoso como sinônimos.
É consenso que o envelhecimento é caracterizado como um pro-
cesso determinado por múltiplos fatores e que atinge maior amplitu-
de na fase da velhice, entendida como uma etapa do desenvolvimento 
humano, consequência do processo de envelhecimento. Definida co-
mumente pela idade cronológica, a partir dos 60 anos, existem tam-
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bém as idades psicológica, funcional e biológica (Torres, Camargo, 
Boulsfield & Silva, 2015).
Junto ao aumento da expectativa de vida e ao fenômeno mundial 
do envelhecimento da população,o Brasil vive na atualidade, confor-
me dados do IBGE (2013), o início de um processo de inversão da pi-
râmide demográfica, em função do aumento da população mais velha 
e redução da mais jovem, em função da diminuição dos nascimentos. 
Ocorre, assim, um processo de mudança na configuração dos arran-
jos familiares (Camarano & Kanso, 2010).
Em decorrência do processo de envelhecimento, pessoas ido-
sas apresentam maiores chances de desenvolver doenças crônicas 
não-transmissíveis. Neste contexto, os fatores genéticos e os com-
portamentos de saúde prejudiciais desenvolvidos ao longo da vida 
contribuem para o agravo deste adoecimento (Tuoto, Lenardt & Ven-
turi, 2009).
Entre as mudanças biológicas do envelhecimento estão perdas 
sensoriais e psicomotoras: atenção e controle motor, memória, es-
truturação corporal e hormonal, além do sistema imunológico. No 
ponto de vista funcional e psicológico, envolvem-se aspectos rela-
cionados à autonomia, capacidade de executar tarefas, função cog-
nitiva, vida emocional e exercício de papeis, incluindo atividades 
básicas, instrumentais e avançadas do dia-a-dia, graduando-se a in-
capacidade funcional em níveis leve, moderado e grave (Ferreira & 
Batistoni, 2016).
SOBRE A VELHICE, A DOENÇA ONCOLÓGICA E O IDOSO
O próprio processo de envelhecimento, aliado a alguma doença, da-
das as variadas limitações, podem levar alguns idosos a múltiplas 
hospitalizações. Apesar dos avanços no campo da medicina, a inci-
dência e a mortalidade, principalmente na oncologia, aumentam 
cada vez mais na população idosa. A previsão entre 2007 a 2030 é de 
um aumento de 45% da mortalidade, devido à crise demográfica e en-
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velhecimento da população. Estima-se que o número de casos novos 
de câncer aumentará sensivelmente (OMS, 2015).
Entende-se que a prática de trabalho junto à velhice se enqua-
dra na disciplina de Psicologia da Saúde, uma vez que seu trabalho 
é realizado de forma abrangente. As intervenções, nessa perspectiva, 
se dão a partir de uma ótica biopsicossocial, relacionada ao conjunto 
dos fatores orgânicos, emocionais, comportamentais, sociais, econô-
micos, culturais, ecológicos e espirituais da saúde a da doença, sendo 
importante e necessário olhar ao que concerne ao idoso (Rudnicki & 
Schmidt, 2015). Desta forma, acredita-se no enfoque de integralidade 
da saúde proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), onde 
ter saúde não é apenas a ausência de doença, mas está ligado a um 
bem-estar físico, mental e social (Rudnicki, 2014).
Segundo dados do IBGE (2015), a expectativa de vida dos brasilei-
ros subiu para 75,2 anos em 2014. Para as mulheres, essa expectativa 
para nascidas em 2014 era de 78,8 anos, enquanto para os homens de 
71,6 anos. No ano de 2055 a participação de idosos na população to-
tal do Brasil será maior que a de crianças e jovens com até 29 anos de 
idade, representando mais de 30% da população (IBGE, 2013).
Combinando esse aumento da expectativa de vida com as que-
das acentuadas nas taxas de fertilidade, vemos, como resultado, um 
rápido envelhecimento da pirâmide populacional do mundo (OMS, 
2015). Esse fenômeno está ocorrendo em meio a um contexto de gran-
des mudanças sociais, culturais, econômicas, institucionais, no siste-
ma de valores e na configuração dos arranjos familiares.
Estudos mostram que pessoas em idade avançada (Baltes & Smith, 
2006; Bottino, Blay & Laks, 2012), os chamados velhos-velhos – aque-
les que se encontram na quarta idade, apresentam um nível de vulne-
rabilidade e imprevisibilidade maior que indivíduos na velhice inicial, 
chamada também terceira idade, marcada por aspectos mais positi-
vos. Pode-se observar na verbalização de João, 71 anos: “O sofrimento 
é a pior coisa que pode acontecer! Esta dor pelo corpo... eu tenho mui-
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ta dor nos ossos, é uma dor horrível”. Alberto, 76 anos, refere: “Eu so-
fro com a minha respiração que agora é difícil e pesada, ela dói. Não é 
do normal quando a gente respira. Eu sinto falta de ar e a dor que me 
acompanha é insuportável. ”
Envelhecer de forma saudável diz respeito a medidas subjetivas e 
objetivas como satisfação com a vida, afetos e boa disposição (Man-
tovani, Lucca & Neri, 2016), morbidade, independência e mortalida-
de. Assim, por uma perspectiva biomédica, a definição passaria por 
três critérios: pequeno risco para doenças e deficiências relacionadas 
a doenças, alta atividade física, mental e envolvimento ativo na vida 
diária (Mantovani, Lucca & Neri, 2016). Já sob a ótica de uma perspec-
tiva psicossocial, o bem-estar emocional é uma das dimensões mais 
valorizadas. Maria, 71 anos afirma que, “Já senti muita dor. Eu reclamo 
de dor e peço remédio, mas não sou de fazer alarme, fico quieta no meu 
cantinho até ela passar”. Roberto, 80 anos, refere “estou acostumado a 
trabalhar e agora eu tenho que ficar aqui deitado”.
O câncer acarreta complicações importantes em todos os aspec-
tos da vida de uma pessoa, sendo ainda mais complexo quando ido-
sa. Apresenta variadas limitações e imposições funcionais e de saúde 
concernentes ao envelhecimento. São complicações e imposições no 
aspecto físico, psíquico, social, levando o doente a frequentes hospi-
talizações. No período de internação, muitas vezes, ele experimenta 
situações capazes de provocar elevado nível de estresse contribuindo 
para significativo sofrimento (Tuoto, Lenardt & Venturi, 2009). Pedro, 
69 anos, conta que “No hospital é tudo ruim, mas o meu maior sofri-
mento é não conseguir comer, se como eu passo mal...”. Para o idoso o 
alimento traz força e energia. De tal forma, enfraquecidos pela dificul-
dade em se alimentar advinda do tratamento do câncer e pela hospi-
talização, o sofrimento é gerado no sentido de reforçar seu enfraque-
cimento, debilitando-o e fragilizando seu organismo.
Sofrimento é definido como sendo o estresse associado a eventos 
que ameacem a integridade ou o todo de uma pessoa. Suas causas po-
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dem ser agrupadas de acordo com a origem, seja física, psicossocial, 
cultural e/ou espiritual. Nos pacientes com câncer, o sofrimento pode 
resultar de uma ou várias causas. Roberto afirma que “...o sofrimento é 
a coisa mais triste que pode existir para alguém, é só você acabar numa 
cama de hospital ou fazendo quimioterapia”.
O termo sofrimento total, advindo da percepção de dor total, pro-
posta por Cicely Sauders, precursora dos cuidados paliativos, é usa-
do para descrever a soma dos fatores responsáveis pelo sofrimento 
(Santos, 2011). Seus vários aspectos são interdependentes, entretanto 
a dor pode ser causada ou agravada por outras causas de sofrimento. 
Os mecanismos de cronificação da dor em idosos relacionam-se à di-
minuição da capacidade de adaptação que acompanha o envelheci-
mento e às comorbidades médicas e psiquiátricas, como câncer e/ou 
depressão, por exemplo (Karp, 2008).
DEPRESSÃO E AS TÉCNICAS COGNITIVAS E/OU 
COMPORTAMENTAIS
Com aumento da expectativa de vida e as possíveis modificações físi-
cas, psicológicas e sociais causadas pelo envelhecimento, torna-se de 
fundamental importância uma boa qualidade de vida (Nascimento, 
Rodrigues, Medeiros, Ferreira & Duarte, 2015). Para uma melhor abor-
dagem de tratamento do câncer na pessoa idosa é preciso levar em 
consideração as comorbidades decorrentes da faixa etária, sendo que 
a deficiência do sistema imunológico, influências ambientais e psi-
cológicas e os distúrbios fisiológicos alteram o metabolismo, influen-
ciando o efeito no uso das medicações no organismo.
Os processos inerentes do idoso são obstáculos importantes que 
devem ser considerados no planejamento do cuidado, embora não se 
apresentem como fatores únicos para o sucesso terapêutico. Pode-se 
incluir aqui a depressão, identificada nesse grupo populacional.Os 
fatores de risco para depressão e ansiedade em idosos incluem luto, 
doenças físicas, incapacidades e dificuldades cognitivas (Lobo, Rigo-
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li, Sbardelloto, Rinaldi, Argimon & Kristensen, 2012; Valença & Andra-
de, 2011).
A terapia cognitivo-comportamental tem sido uma abordagem 
bastante utilizada no idoso pela facilidade de adaptação e flexibili-
dade, necessárias para este paciente. Através de seus estudos, Beck, 
Shaw e Emery (1997) e Beck (2013) constataram que experiências pes-
soais levam o indivíduo a formar pressupostos sobre si mesmo e so-
bre o mundo. Estes pressupostos compõem seu sistema de crenças 
que determinam o sentido que dá às ocorrências de sua vida atual. 
Formam-se então os chamados pensamentos automáticos, que inva-
dem a mente da pessoa, em geral associados a emoções desagradá-
veis. Estes pensamentos interferem nas interpretações de experiên-
cias atuais, previsões sobre eventos futuros, ou lembranças de fatos 
passados.
Uma crença é um padrão bastante estável e persistente que se de-
senvolve na infância e segue em elaboração durante a vida de uma 
pessoa. Cada pessoa percebe o mundo através de suas crenças. Es-
tas são cognições importantes em relação a si mesmo e ao ambiente, 
aceitas sem questionamento (Beck, 2013).
Habitualmente elas atuam de forma sutil, passam despercebi-
das, mas quando são acionados por eventos explodem pensamentos 
e emoções, por elas dominados. Nestes momentos é que as pessoas 
apresentam emoções extremamente negativas e pensamentos dis-
funcionais que podem apresentar variados sintomas, como perda de 
energia ou interesse; dificuldade de concentração; alterações do ape-
tite e do sono; lentificação; sentimento de pesar ou fracasso; irritabi-
lidade ou impaciência; sentimento de pena de si mesmo; persistên-
cia de pensamentos negativos, entre outros (Bottino & Moreno, 2006; 
Edelstein, Northrop & Staats, 2003).
As técnicas cognitivas e/ou comportamentais permitem um 
aprendizado sobre si mesmo e o funcionamento da mente, propor-
cionando novas estratégias e equilíbrio interno. Inicialmente, o psi-
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coterapeuta trabalha no sentido de devolver ao paciente a flexibilida-
de através da análise de suas cognições, a fim de promover mudanças 
nas emoções e comportamentos. Aliviar a ansiedade, a depressão e a 
insegurança; reduzir os comportamentos desadaptativos, facilitando 
melhor relacionamento familiar; instrumentalizar o paciente a com-
preender seu funcionamento e saber como lidar com este; aumentar 
ou reduzir o efeito protetor da família; orientar e dar suporte aos fa-
miliares e cuidadores (Tuoto, Lenardt & Venturi, 2009). A readapta-
ção dos pensamentos automáticos e das crenças disfuncionais provo-
ca mudanças positivas nas emoções e no comportamento.
Além disso, também é importante o aumento do repertório com-
portamental e a busca pela melhora no funcionamento global; a rees-
truturação de crenças irracionais e desmistificação de estigmas e pre-
conceitos relacionados ao processo de envelhecimento. Aliado a este 
processo, o profissional vai trabalhar o empoderamento por meio de 
conhecimentos sobre a utilização mais efetiva os recursos da comu-
nidade pelo idoso e o familiar e/ou cuidador, visando a reinserção so-
cial, bem como promover reflexões sobre a finitude, ressignificando 
suas vivências (Tuoto, Lenardt & Venturi, 2009).
Ao longo do processo terapêutico, atua diretamente sobre o siste-
ma de esquemas e crenças do paciente, promovendo sua reestrutura-
ção cognitiva. Objetiva não apenas a solução dos problemas imedia-
tos do paciente, mas através da reestruturação busca dotá-lo de um 
novo conjunto de técnicas e estratégias, capacitando-o a processar e 
responder de forma funcional, concorrendo para a realização de suas 
metas. Há uma relação colaborativa entre o terapeuta cognitivo e o 
paciente, onde ambos têm um papel ativo ao longo do processo psi-
coterápico (Beck, 2013).
Ao terapeuta cabe entender em que condições os comportamen-
tos ocorrem e o que ocorre quando o paciente apresenta esse com-
portamento: investigar outras variáveis que possam estar contribuin-
do para a manutenção dos sintomas, buscando identificar, além da 
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genética, em que condições os sintomas (o comportamento) ocor-
rem. A partir disso, busca compreender o que acontece quando apre-
sentam esse comportamento para ver qual o padrão cognitivo presen-
te e se há o agravamento ou manutenção do quadro.
A observação ao comportamento do paciente, a forma como vi-
vencia o tratamento e realiza seus cuidados, são indicativos impor-
tantes sobre como está sua capacidade de lidar e suportar as dificul-
dades. Diante disso, a equipe envolvida nos cuidados do paciente 
idoso, desde a equipe de saúde, ao cuidador formal e informal, deve 
estar atenta às suas formas de expressão. Muitas vezes não consegue 
expressar, mas pode ser observado, por exemplo, algum abatimento 
no humor ou desinteresse no seu dia-a-dia (Tuoto, Lenardt & Ventu-
ri, 2009).
O tratamento do idoso na abordagem cognitivo-comportamen-
tal envolve compreensão sobre a patologia especifica de tratamento 
(quando houver), conhecer o transtorno e sua plasticidade naquele 
idoso; o processo de envelhecimento, advindo das mudanças viven-
ciadas pelo idoso nesta fase da vida - entre perdas e ganhos; conhe-
cer as necessidades específicas do idoso em atendimento; planejar a 
intervenção, adequando cada procedimento as necessidades, habili-
dades ou dificuldades do paciente. Cabe ao terapeuta a síntese das in-
formações e a adequação de linguagem para melhorar a compreen-
são do paciente. Pode apresentar as informações de várias formas, 
como recursos áudio visuais, por exemplo, utilizar folders ou caderno 
para anotações, treino de memória, mudanças no registro cognitivo. 
Auxiliar no enfrentamento e correção, se necessário estimulando uso 
de apoios ou aparelhos, pode ser necessário explorar e mudar crenças 
associadas a estigma de uso. Outro exemplo é a utilização de material 
escrito em letras maiores e cores mais fortes, como em negrito.
O profissional deve estar atento pois o paciente pode apresentar 
dificuldade em comparecer no consultório do terapeuta e/ou se en-
gajar em experimentos comportamentais. Desta forma, pode ser ne-
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cessário o atendimento domiciliar, estabelecer metas realistas; consi-
derar qual o melhor tratamento para cada paciente, se individual ou 
grupal. Proceder a psicoeducação sobre o processo de envelhecimen-
to, promovendo mudanças de atitude em relação a velhice, sobre os 
transtornos e tratamento, aumentando a adesão ao tratamento. A te-
rapia pode avançar mais lentamente, utilizar treino de habilidades, 
resolução de problemas, resumos para ativar memória. Auto moni-
toramento do sono, alimentação, humor, pensamentos automáticos. 
Importante e necessário fornecer orientação familiar, como lidar com 
os comportamentos inadequados do idoso, dar suporte ao(s) cuida-
dor(es), informar sobre a doença e o tratamento.
A perda da autonomia, do papel social e as limitações físicas po-
dem fazer com que se apresentem sentimentos de incapacidade e 
desvalia. Neste sentido, cabe aos profissionais uma postura empática 
e de respeito aos desejos da pessoa idosa, motivando-a e a provendo 
de estratégias, de maneira a lhe oferecer estímulo em sua capacida-
de de autocuidado. Maria, 71 anos, conta que “ é ruim vir para o hos-
pital, as pessoas me tratam bem, mas eu sinto falta das minhas flores e 
do meu Tobi. Eu sofro muito por isso”. Joana, 80 anos reforça, “o maior 
problema de ficar no hospital é não ter nada para fazer. Em casa mexo 
em tudo o tempo todo e na hora que eu quero”.
No tratamento de câncer, o cuidado de si surge com mais intensi-dade no momento da necessidade de se fazer algo para amenizar ou 
sanar os sofrimentos advindos da enfermidade. Em pesquisa realiza-
da com pacientes oncológicos visando investigar os sofrimentos ad-
vindos da internação e as formas de enfrentamento para minimizar 
seu sofrimento (Maciel, Rodrigues, Naylor, Bettega, Barbosa, Burlá & 
Vale e Melo, 2006), foi identificado que este é geralmente, associado 
a dor e à perda da autonomia, atrelada a incertezas quanto à morte. 
O idoso com alguma doença permanece longos períodos acamado e 
isto significa tornar-se ainda mais frágil e desvalido (Tuoto, Lenardt & 
Venturi, 2009).
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Em idosos com câncer, em razão das limitações próprias do enve-
lhecimento e os episódios de oscilação da doença, ocorrem hospitali-
zações com maior frequência. Nestas, o doente poderá experimentar 
maior isolamento, ruptura de laços afetivos e situações importantes 
na vida pessoal. Pode-se observar a partir das verbalizações que seu 
pensamento e sentimento é depressivo e desvalido. José, 70 anos diz 
que “ a doença quando começa não tem dia para ir embora. Ela é a 
cruz que eu carrego. Não sei quando vai acabar”. “Eu trabalhei tanto 
na minha vida e agora estou aqui desse jeito, dependendo dos outros. 
Por isso que todo mundo fala que velho só atrapalha”.
Quando o idoso se recupera, mesmo que parcialmente, pode tentar 
retomar a vida que deixou enquanto hospitalizado. Muitas vezes imo-
bilizado fisicamente, não consegue, então, se manifestar por comple-
to. É preciso adaptar-se e aceitar a imobilização, a doença e/ou a mor-
te. A tendência do velho é reclamar de sua condição, considerando-se, 
muitas vezes, como incapaz. Joana, 80 anos, diz que “eu acho horrível 
depender dos outros! Eu sempre trabalhei e nunca dependi de ninguém 
para fazer meu serviço, até o da casa. Agora nem isso consigo...” 
O hospital, principalmente para indivíduos desta faixa etária, é vis-
to como ambiente diferenciado daquele que está acostumado, exigin-
do-lhe novas formas adaptativas. Esta adequação vem acompanha-
da de sofrimento que o impede de manter sua rotina. O cuidado de si, 
nesse momento, surge como uma tentativa de aliviar seu sofrimen-
to. Para Joana, “esta doença é minha cruz, não parece que vai acabar”.
No que se refere à adesão ao tratamento, na maioria das vezes, o 
idoso segue as orientações conforme seu próprio entendimento.  É 
importante que o profissional de saúde entenda esta atitude. Muitas 
vezes acreditam que eles estão absorvendo suas orientações, porém, 
na verdade, estão assimilando somente aquilo que consideram como 
relevante.
A equipe precisa entender as angústias frente a trajetória de tra-
tamento e cuidado. Precisa oferecer estímulo à capacidade do ido-
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so para cuidar de si, num processo que exige cooperação entrelaçada 
voltada para o sucesso do tratamento. Joana, 80 anos, enfatiza que “eu 
acho muito pesado ficar aqui no hospital, todo mundo me trata muito 
bem, mas eu sinto falta das minhas coisas”. O paciente idoso hospitali-
zado é centrado na anuência de um comportamento quase paralisa-
do por sua rotina, que parcamente se renova. Aos 80 anos o tempo fu-
turo se reduz a dimensão dos planos possíveis, ou no pior dos casos, 
a um total vazio de intenções (Goldfarb, 1998; Santos & Simoni, 2003).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A equipe que presta cuidados ao idoso deve ter em mente que é preci-
so trabalhar as aflições pelas quais eles passam, diante da trajetória de 
tratamentos e cuidados. Isto exige por parte dos profissionais empatia 
e cooperação frente às necessidades da pessoa idosa, auxiliando na 
provisão do autocuidado, oferecendo-lhe estímulos. Esta capacidade 
para cuidar de si é um processo que exige atitudes que irão fomentar 
o sucesso do tratamento.
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PSICOLOGIA DA SAÚDE, FAMÍLIA E 
ADOECIMENTO CRÔNICO NO IDOSO
Leopoldo Nelson Fernandes Barbosa
Juliana Monteiro Costa
Mônica Cristina Batista de Melo
João Carlos Alchieri
1. INTRODUÇÃO
A perspectiva de “bem-estar” tem sido amplamente discutida em 
todo o mundo e, considerando aspectos inerentes ao fazer da psico-
logia e sua estreita relação com a saúde, o conceito de psicologia da 
saúde vem ganhando destaque, avançando em um cenário de produ-
ções acadêmicas e embasando novas práticas profissionais. 
Sabe-se o quanto comportamento, hábitos e estilo de vida das pes-
soas podem se relacionar com aspectos da qualidade de vida; contu-
do, outros fatores que independem da nossa vontade podem ocasio-
nar condições crônicas de adoecimento. 
Uma condição crônica requer uma complexa rede de cuidados 
que envolve além do próprio sujeito acometido por esta condição. 
Esse contexto ganha relevo nos idosos, um grupo que naturalmente 
já seria “esperado” lidar com algum tipo de limitação à medida que a 
idade avança. Esse é um momento muito delicado para familiares em 
alguns pontos: um deles seria aprender a lidar com uma nova confi-
guração de alguém, antes ativo e de referência que agora requer cui-
dados; outro ponto é que muito embora condições crônicas possam 
acompanhar diversas pessoas por toda uma vida, na faixa etária dos 
idosos, em algum grau, isso pode gerar pensamentos irreais de fragili-
dade ou de uma aproximação com a finitude, ocasionando comporta-
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mentos de superproteção e preocupações excessivas. Por essas e ou-
tras razões, o cuidado à saúde mental de todos os envolvidos merece 
atenção.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) tem reforçado 
a necessidade do desenvolvimento de estratégias de prevenção em 
todo o mundo e em relação a diversas doenças e as mortes prematu-
ras causadas por estas doenças. Em relação ao câncer, por exemplo, 
o controle consiste em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, 
atendimento paliativo e apoio aos sobreviventes deve fazer parte de 
um planejamento governamental para implementação de estratégias. 
O câncer, junto com diabetes, doenças cardiovasculares e doenças 
crônicas do pulmão, foi o responsável por cerca de 40 milhões (70%) 
das 56 milhões de mortes no mundo em 2015 e mais de 40% das pes-
soas que morreram devido a alguma dessas doenças tinham menos 
de 70 anos (ONU-BR, 2017).
Nessa direção, observa-se que o conceito de psicologia da saúde 
vem se popularizando além do campo da psicologia. Ancorado em 
uma perspectiva biopsicossocial, busca a compreensão das possí-
veis relações do binômio saúde-doença favorecendo uma amplitude 
de possibilidades para o desenvolvimento de estratégias de preven-
ção e intervenção em saúde. Aqui devem ser considerados aspectos 
não apenas de doença, mas também os de saúde. Por isso, o desen-
volvimento de comportamentos e hábitos saudáveis e iniciativas para 
identificação precoce de agravos a saúde também fazem parte dos 
seus estudos.
Em condições de cronicidade, a psicologia da saúde poderá be-
neficiar toda a rede de suporte ao paciente. Na tentativa de manter 
sua condição de bem estar pode desenvolver estratégias para atenuar 
possíveis agravos a atual condição com informações sobre o quadro 
clínico e ainda favorecer a inserção de hábitos saudáveis física e emo-
cionalmente à medida que uma compreensão adequada do adoeci-
mento se instala. É elementar informar o quanto uma equipe multi-
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disciplinar trabalhando de modo integrado pode ser fundamental 
neste processo. Não obstante, a família, a comunidade e a perspectiva 
de rede de suporte à saúde são essenciais.
Condições crônicas, tais como alterações de taxas metabólicas, 
hipertensão, alterações cognitivas e neurológicas, sequelas de aci-
dentes, entre diversas outras condições médicas podem impac-
tar diretamente na saúde mental dos pacientes e dos seus familia-
res (principalmente os cuidadores mais próximos) exigindo um certo 
grau de resiliência. Tal conceito, tão caro para a psicologia, mesmo 
considerando a condição do conceito da física que versa sobre a pos-
sibilidade de um material voltar ao seu estado normal, resgata a con-
dição humana de poder vencer obstáculos e aprender a lidar com os 
problemas em momentos de crise.
2. FAMÍLIA, IDOSO E DOENÇA CRÔNICA
Quando se pensa em família, é possível imaginar o lugar de onde par-
te a construção da história de um sujeito. Existem vários conceitos de 
família. Conforme Levi Strauss (1982), a palavra família serve para de-
finir um grupo social com as seguintes características: tem sua ori-
gem no casamento, é constituído pelo marido, pela esposa e pelos fi-
lhos provenientes de sua união, os membros da família estão unidos 
entre si por laços legais, direitos e obrigações econômicas, religiosas 
ou de outra espécie com uma quantidade variada e diversificada de 
sentimentos psicológicos, tais como amor, afeto, respeito, medo en-
tre outros.
Osório (1996) define família como unidade grupal onde se desen-
volvem relações pessoais. Por outro lado, Cerveny (1994) conceitua a 
família como sistema dentro do qual os membros vivem no mesmo 
espaço físico e mantém relações significativas e significantes de inter-
dependências entre vários subsistemas dafamília. De acordo com Ac-
kerman (1986), a família é um grupo dotado de dinâmica e especifici-
dades próprias, lutando para equilibrar sentimentos, irracionalidades 
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e desejos. Complementando o conceito de família, Minuchin (1982) 
refere a uma unidade social que enfrenta uma série de tarefas de de-
senvolvimento, e que funciona como a matriz do desenvolvimento 
psicossocial de seus membros.
A família tem objetivos genéricos como preservar a espécie, nu-
trir e proteger a descendência, facilitar a construção de uma identida-
de pessoal, desempenhar funções como a de transmitir valores éticos, 
morais, estéticos, religiosos, culturais e de promover formas de aco-
modação quando ela está sujeita a pressões, tanto internas quanto ex-
ternas (Muscari,1998).
Algumas fases e situações são vivenciadas pela família demandan-
do por parte dos seus membros empenho, esforço e união, como é o 
caso do surgimento de uma doença crônica. Esta consiste em uma 
condição que afeta as funções do indivíduo em suas atividades diá-
rias, podendo causar hospitalização (Muscari,1998). As doenças crô-
nicas são patologias de evolução lenta, de longa duração e com cres-
cimento acelerado no número de mortes em todo mundo, em torno 
de 17 milhões de pessoas a cada ano e, no Brasil, ultrapassam os 60%, 
causando elevação nos custos econômicos e sociais (OMS, 2005).
Segundo Borghi et. al (2013), em decorrência do processo de en-
velhecimento populacional, observa-se aumento expressivo de 
doenças crônico-degenerativas no idoso. A família é o primeiro am-
biente propiciador de socialização, portanto quando existem pro-
blemas relacionados à inserção do idoso nesse espaço, este tende 
a se sentir sozinho, isolado e excluído (Herédia, Cortelletti & Casa-
ra, 2005). Além desses sentimentos, sabe-se que o envelhecimento e 
a doença crônica acarretam perdas inclusive da qualidade de vida e 
embora existam estratégias sociais para proteger os idosos de senti-
mentos negativos, o que se sabe é que a doença crônica interrompe 
aspectos da vida, podendo gerar depressão, estresse e perda de es-
perança (Guedes, et. al, 2006; Sena, et. al, 2006; Oman & Thoresen, 
2002; Rocha & Ciosak, 2014).
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Além dos custos e do impacto que a doença crônica pode acarre-
tar nas famílias, ela pode provocar incapacidade, prejuízo da cogni-
ção, sensação, movimento, produção de energia ou outras causas na 
pessoa. O efeito da incapacitação em uma pessoa e/ou na sua família 
depende da interação entre o tipo de incapacitação e as exigências de 
papel desempenhado anteriormente pelo membro doente e da estru-
tura, flexibilidade e recursos familiares. A cronicidade de uma doen-
ça pode ser marcada por um período de estresse e oscilações emocio-
nais, portanto a habilidade da família para manter a homeostase em 
muitos momentos não é uma tarefa fácil, demandando inclusive ca-
pacidade de resiliência dos seus membros (Gutierrez & Minayo, 2010).
O envelhecimento caracteriza-se como processo multidimensio-
nal onde fatores biológicos, psicológicos e sociais estão entrelaçados. 
Dessa forma, espera-se que as modificações na família rumo às no-
vas acomodações promovam novas modalidades relacionais, dentro 
e fora da família, para o idoso. Na perspectiva sistêmica, dependen-
do da dinâmica familiar e do processo de envelhecimento, as famílias 
precisam continuar promovendo saúde entre seus membros tanto em 
contextos de promoção da saúde ou de situações de doença, manten-
do-se como fonte primária de prestação e transmissão de cuidados 
de saúde e também como provedora de cuidados de saúde aos idosos 
(Figueiredo et al, 2011).
De acordo com Cerveny e Berthoud (1997), na velhice todos os 
membros das famílias vivenciam tentativas de reorganização dos seus 
padrões e regras de funcionamento. Essa experiência pode ser marca-
da por sofrimentos e perdas, principalmente quando resulta em mu-
danças de papéis, funções e saída de alguns membros. Garrido e Me-
nezes (2002) realçam que o enfrentamento das doenças vivenciado 
pelos idosos e seus familiares tornou-se um problema de saúde pú-
blica. No que se refere ao perfil sociodemográfico e de saúde dos ido-
sos no Brasil, supõe-se que haja um número maior de mulheres na 
faixa etária idosa, quanto ao estado civil, a maioria casada, seguido 
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de viúvas, grande parte delas responsáveis pela família, e no merca-
do de trabalho. No que se refere aos problemas de saúde, um núme-
ro expressivo dos idosos apresentam sintomas depressivos e síndro-
mes demenciais.
Corroborando com o achado anterior, Loyola Filho et al (2004) 
apontam que as causas mais importantes de internações hospitalares 
entre os idosos, para ambos os sexos, nas faixas etárias de 60-69, 70-79 
e 80+ anos foram descritas como insuficiência cardíaca, seguida por 
bronquite/enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crôni-
cas e pelas pneumonias.
Cabe, portanto, aos profissionais e familiares a verificação das ca-
pacidades funcionais do idoso, uma vez que seu declínio nas ativida-
des de vida diária por doenças crônico degenerativas ou por outras 
razões podem colocá-lo em vulnerabilidade e, consequentemente, 
contribuir para redução de sua qualidade de vida e do seu bem-estar 
geral (Alves et al, 2007).
3. O CUIDADO AO IDOSO COM DOENÇA CRÔNICA
Para Morin (1991), o ser humano é um indivíduo que apresenta ca-
racterísticas de sua realidade humana que são multidimensionais e 
englobam aspectos biológicos, psicológicos, sociais, espirituais, eco-
nômicos, sociológicos, históricos, dentre outros. Essas características, 
mesmo distintas, estão vinculadas, inteirando o mesmo ser humano e 
tornando-o complexo.
Para lidar com a complexidade humana, é fundamental remeter-se à 
noção do Cuidado, conceito presente na história da humanidade. Con-
sidera-se que o cuidado foi e ainda é essencial para o crescimento e de-
senvolvimento da espécie humana. O Cuidado visto como uma atitude 
ética em relação a si e aos outros levaria a inclusão de um todo maior, 
da sociedade, do ambiente, do respeito às pessoas (Carvalho, 2009).
Termo polissêmico e atravessado pelas concepções de saúde e 
doença, o conceito de Cuidado no campo da saúde indica um obje-
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to complexo, não-linear, sintético, plural, emergente, multifacetado 
e fonte de múltiplos discursos, extravasando os recortes disciplinares 
da ciência. Uma atitude, um sentimento, uma necessidade, um pro-
cesso, uma ação, uma presença e o Cuidado abrange diversas dimen-
sões teórico-filosóficas (Almeida Filho, 1997).
O termo Cuidado provém do latim cogitatu, que se refere ao pensa-
do, imaginado, meditado. O cuidado também apresenta uma relação 
de dedicação, cujo comportamento, aparência, formação moral e in-
telectual são primorosos (Houaiss & Salles, 2001). Dessa maneira, cui-
dar de alguém é ter estima e apreço pela pessoa, querendo o seu bem-
-estar de forma integral (Boff, 2003).
Franzen et al (2007) caracterizam o cuidado como troca de expe-
riências, conhecimentos, sentimentos e, especialmente respeito às 
crenças e valores de cada elemento envolvido. As autoras reforçam, 
ainda, que o cuidado não deve ficar restrito apenas à dimensão bioló-
gica, pois envolve atitudes, valores, empatia, ética, princípios técnicos 
e científicos de modo a enxergar o outro como prioridade, buscan-
do atender suas necessidades e de modo a restabelecer seu bem-es-
tar, não necessariamente a saúde, como no caso das condições crôni-
cas dos idosos.
As doenças crônicas são geralmente incuráveis e incapacitantes. 
De acordo com Bokhour et al (2009), apesar de não terem risco de 
vida imediato, causam sobrecarga substancial para a saúde, provo-
cando impacto econômico e deterioram a qualidade de vida

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