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Tributos em espécie

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Tributo
Conceito e definição
Como mencionamos no módulo anterior, além dos princípios básicos da tributação, o Código Tributário Nacional apresenta conceitos fundamentais para a compreensão do funcionamento da atuação fiscal do poder público.
Art. 3º do CTN
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Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Esse artigo 3º determina os aspectos básicos de todo e qualquer valor exigido e, por isso, a partir de agora, estudaremos cada parte componente.
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória
O tributo representará uma obrigação, com pagamento obrigatório em dinheiro. Trata-se de um encargo financeiro de natureza pecuniária e compulsória, isto é, o devedor deve cumpri-lo em dinheiro (pecúnia), além de se tratar de prestação forçada (compulsória), nunca da vontade de qualquer pessoa.
Ainda que socialmente tenhamos várias obrigações que decorrem da vontade individual, os valores devidos ao poder público têm sua compulsoriedade determinada da própria lei instituidora do tributo, que é de natureza impositiva.
Resulta daí que não se deve considerar como tributo as prestações que muitas vezes são devidas ao Estado, mas que ou não são entregues em dinheiro ou não são compulsórias.
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Exemplo
O serviço militar (por ser prestação em forma de serviço, ainda que compulsória) ou, pelo mesmo motivo, as requisições (quando o Poder Público determina que o particular lhe entregue certos bens).
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
Em dinheiro, ou valor de moeda que se possa exprimir. Claro que toda obrigação tributária deve ser primeiramente pensada para o seu cumprimento em dinheiro, mas nada impede que se possa admitir outras formas de cumprimento, especialmente a partir dos próprios mecanismos definidos no CTN.
Sempre se discutiu sobre a possibilidade de satisfação do dever tributário com a entrega de bens, mas somente a partir da Lei Complementar nº 104/01, que acrescentou o inciso XI ao art. 156 do Código Tributário Nacional, passou-se a admitir a dação (a entrega do imóvel como meio de pagamento) em pagamento em bens imóveis, na forma e nas condições estabelecidas em lei.
Destaca-se da própria disposição incluída no CTN: será sempre (e tão somente) em bens imóveis. E, mesmo assim, cada unidade federativa ainda deve fazer uma lei para estabelecer as condições e os critérios para tanto.
A Lei nº 13.259/2016 estabeleceu as condições para extinção do crédito tributário inscrito em dívida ativa da União mediante dação em pagamento de bens imóveis.
O tributo representará um dever assumido pelo particular que jamais constitui sanção de ato ilícito (contrário à lei). O ato ilícito é sancionável por algumas formas (art. 5º, inciso XLVI, da CF), ali prevista a possibilidade de pena pecuniária (multa). A sanção – advinda ou não de situações criminais – expressa em multa não é tributo, assim como não o são as sanções administrativas e civis, quando o particular é condenado a entregar dinheiro ao Estado.
Fato gerador do tributo
Enseja prestação pecuniária - tributo
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Ato ilícito
Enseja prestação pecuniária - multa
Nesse sentido, conclui-se que não se pode dar ao tributo qualquer sentido punitivo, o que não quer dizer que os atos ilícitos não possam ensejar resultados tributáveis.
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Exemplo
Se uma pessoa comete conduta tratada como crime ou contravenção penal, sofrerá a condenação criminal pelo exercício ilegal. Por outro lado, se a referida pessoa obteve renda com aquela ilegalidade, essa renda é tributável pelo imposto de renda. Não se confunde o ato criminoso com os resultados – percepção dos rendimentos – daquele ato.
O próprio Código Tributário Nacional expressa que a interpretação do fato gerador (art. 118, CTN) será dada abstraindo a validade dos atos praticados. É a consagração do princípio do pecunia non olet (expressão em latim que significa “dinheiro não tem cheiro”). Essa máxima tributária afirma que, uma vez ocorrendo o fato gerador, ainda que tenham ocorrido fatos ilícitos antes, o tributo será devido. É o caso de alguém que pratica atividade ilícita e, a partir dela, venha a auferir renda. Nesse caso, o imposto de renda será devido.
Para ilustrar, veja um caso que chegou ao Supremo Tribunal Federal que assim concluiu a sua análise:
Exemplo
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Jogo do Bicho. Possibilidade jurídica de tributação sobre valores oriundos de prática ou atividade ilícita. Princípio do Direito Tributário do non olet. Precedente. Ordem parcialmente conhecida e denegada.
1. A pretendida desclassificação do tipo previsto no art. 1º, inciso I, para art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.137/90 não foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça. Com efeito, sua análise neste ensejo configuraria, na linha de precedentes, verdadeira supressão de instância, o que não se admite.
2. A jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código Tributário Nacional, assentou entendimento de ser possível a tributação de renda obtida em razão de atividade ilícita, visto que a definição legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade jurídica do ato efetivamente praticado, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC nº 77.530/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98.
3. Ordem parcialmente conhecida e denegada.
Instituído em lei
O tributo só pode ser instituído mediante lei expressa; nenhum tributo poderá ser criado por circulares, portarias, decretos etc. Trata-se de exigência decorrente do Estado de Direito e fundamental para a segurança jurídica dos contribuintes.
Evidentemente, não é o CTN que afirma o tipo de lei necessária. Isso ficará a cargo da Constituição, que indicará, nos casos em que entender, a necessidade eventual de lei complementar. Caso contrário, será mantido o padrão da lei ordinária. Por outro lado, nos limites estabelecidos pelo art. 62 da Constituição, admite-se a utilização das medidas provisórias para instituição (ou majoração) de impostos que naturalmente não sejam reservadas à lei complementar.
Além disso, instituir significa dizer que o legislador deverá trazer a previsão dos elementos mínimos caracterizadores do tributo, ou seja:
1. O fato gerador
2. A base de cálculo
3. A alíquota
4. O sujeito passivo
Naturalmente, a norma instituidora possui capacidade de estabelecimento de outros elementos, sejam decorrentes desses aspectos essenciais do tributo ou periféricos. Contudo, ainda que não exista a previsão de outros dados, tais elementos são indispensáveis para a existência válida da tributação.
Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada
Além de se preocupar com a fase legislativa do tributo, a definição do CTN ainda traz o tratamento da cobrança administrativa. Para esta, afirma que será sempre cobrada por meio de uma atividade da administração pública. E os agentes públicos atuarão sem qualquer exercício de conveniência ou oportunidade nessa cobrança. Toda atividade do Estado em relação a tributo estará disciplinada na lei tributária, sem qualquer discricionariedade do agente fiscal responsável pela arrecadação.
Espécies de tributos
A primeira referência às espécies de tributos reporta ao art. 5º do CTN, que prevê que os tributos seriam:
· impostos;
· taxas;
· contribuições de melhorias.
Apesar de apenas essas três espécies estarem previstas no art. 5º, a Constituição Federal, além de manter a existência dessas formas clássicas no art. 145, considera também tributos:
· empréstimos compulsórios;
· contribuições especiais ou parafiscais.
Os dois últimos se encaixam perfeitamente na definição de tributo e tiveram sua natureza tributária reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal.
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Comentário
Para completo conhecimento das espécies, é fundamental a análise de cada uma dessas modalidades.
Impostos
Conceitualmente, os impostos são tributos não vinculados a qualquer atividade específica doEstado que justifique o pagamento. Ou como afirma o próprio Código, o imposto é o tributo cuja obrigação tem como fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte (art. 16).
De acordo com a Constituição Federal, os impostos são de competência privativa de cada ente tributante, tudo na forma dos arts. 153 a 156, separando os federais, os estaduais e do Distrito Federal e os municipais, a saber:
Impostos da União Art. 153 CF
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• Imposto de importação (II).
• Imposto de exportação (IE).
• Imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza (IR).
• Imposto sobre produtos industrializados (IPI).
• Imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro e títulos e valores mobiliários (IOF).
• Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR).
• Imposto sobre grandes fortunas (IGF)*.
* Desses, o único ainda não legislado é o imposto sobre grandes fortunas, sendo que os demais já foram objeto de atividade legislativa e são efetivamente exigidos pela secretaria da Receita Federal.
Impostos dos estados Art. 155 CF
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• Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação (ITCMD).
• Imposto sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e de comunicações (ICMS).
• Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA).
Impostos dos municípios Art. 156 CF
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• Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU).
• Imposto sobre a transmissão, inter vivos, de bens imóveis (ITBI).
• Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS ou ISSQN).
Além desses, a Constituição ainda autoriza que a União institua novos impostos, desde que por lei complementar, ou mesmo extraordinários no caso de guerra externa ou na sua iminência (art. 154 CF).
Orienta a Constituição (art. 145, §1°) que, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultando à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Dessa forma, o § 1° determina que os impostos, sempre que possível, observarão a pessoalidade e serão calculados de acordo com a capacidade contributiva.
Taxas
As taxas são tributos vinculados a uma atividade específica do Estado, que visa à vantagem direta a quem paga, podendo ser a prestação de serviços públicos, específicos e divisíveis, ou o exercício do poder de polícia. Como qualquer entidade federativa pode executar tais atividades, a União, os estados, o DF e os municípios podem instituir esses tributos por serem de competência comum.
A definição do CTN (art. 77) é praticamente repetida pela Constituição (art. 145, inciso II). A partir daqueles dispositivos, podemos dividir as taxas de acordo com os seus dois fatos geradores admitidos.
Taxa de polícia
Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, que é uma das maiores manifestações do poder de império realizado pelo Estado, conceituado no art. 78 do CTN.
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Atenção!
Deve-se observar que esse poder de polícia de que trata o art. 78 não diz respeito ao poder da polícia, aí entendido como órgão de segurança pública. Poder de polícia é aquele que o Estado tem para disciplinar ou limitar a liberdade ou os direitos dos particulares, visando ao interesse público, como, por exemplo, normas de construção em relação ao direito de propriedade, entre outros. Sem prejuízo da diversidade entre as unidades federativas, temos como exemplos comuns as taxas de fiscalização: taxa de alvará, taxa de inspeção e taxa sanitária.
Taxas de serviços
São as taxas cobradas pelos serviços públicos já existentes e que estejam em funcionamento, tendo como fato gerador a utilização efetiva ou potencial de determinados serviços públicos, específicos, divisíveis, prestados efetivamente ao contribuinte, ou ao menos aqueles que estejam à disposição e sejam passíveis de utilização efetiva ou potencial.
Serviços específicos
São serviços públicos estruturados em unidades autônomas de intervenção.
Serviços divisíveis
São serviços que podem ser utilizados individualmente, em separado, por cada um dos usuários.
Tais definições são reforçadas pelos conceitos dispostos no art. 79 do CTN.
Por outro lado, basta o usuário estar com o serviço à sua disposição para existir a justificativa da cobrança da taxa, independentemente de o serviço estar sendo utilizado efetivamente ou em potencial. Isso porque, para serem remunerados por taxas, os serviços púbicos devem estar fixados sem alternativas de outras utilizações. Se não houver essa compulsoriedade, os serviços serão remunerados por preços públicos (receita não tributária).
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Taxa
• Regime jurídico tributário.
• Sujeita aos princípios tributários.
• Decorre de lei.
• Receita derivada.
• Pode ser cobrada por utilização de serviço disponível.
• Indisponível.
• Sujeito ativo é sempre pessoa jurídica de direito público.
Preço público
• Regime jurídico contratual.
• Sem aplicação das normas tributárias.
• Autonomia das vontades.
• Receita originária.
• Não pode ser cobrado por utilização de serviço disponível.
• Passível de rescisão.
• Sujeito ativo pode ser pessoa de direito privado (ex.: concessionária).
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Essas distinções foram feitas pela interpretação do Supremo Tribunal Federal que chegou, ainda antes da promulgação da atual Constituição, a editar a seguinte súmula:
Súmula 545 (1969)
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Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque taxas são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que institui.
Ainda para nortear a cobrança da taxa, o art. 145, § 2º, da CF determina que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos, reproduzindo o conceito já anteriormente previsto no parágrafo único do art. 77 codificado.
Sobre as taxas, podemos destacar os seguintes entendimentos já firmados pelo Supremo Tribunal Federal (STF):
Súmula 595
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É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem, cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural.
Súmula 665
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É constitucional a Taxa de Fiscalização do Mercado de Títulos e Valores Mobiliários instituída pela Lei nº 7.940/89.
Súmula 667
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Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
Súmula Vinculante 19
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A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
Súmula Vinculante 29
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É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
Súmula Vinculante 41
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O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado por taxa.
Contribuições de melhorias
A contribuição de melhoria é tributo vinculado, de competência comum, ou seja, a União, os estados, o DF e os municípios podem instituí-la, conforme previsão do art. 145, inciso III, da CF, a partir da realização de obras públicas.
Assim, as contribuições de melhorias decorrem de obras públicas, na medida em que estas gerarem valorização na propriedade imobiliária de outros, sendo esse fato gerador estabelecido no art. 81 do CTN.
Além de determinar o fato gerador, o Código prevê ainda os limites da cobrança. O art. 81 do CTN determina a existência dos limites global e individual, segundo os quais não pode o poder público cobrar além do ressarcimento do gasto da obra pública e, no que é pertinente ao limite individual, deve respeitar a valorização ou o benefício decorrente de obras públicas.
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Atenção!
Vale lembrar que não é toda obra públicaque pode ter a cobrança da contribuição de melhoria autorizada. É preciso que fique caracterizada a valorização do imóvel do contribuinte em função dessa obra. O art. 82 do Código Tributário Nacional traz ainda algumas exigências para que o legislador possa exercer tal competência tributária.
Empréstimo compulsório
Os empréstimos compulsórios têm como característica principal a promessa de restituição dos valores pagos, já que devem ser devolvidos em determinado período.
Na forma da atual redação do art. 148 CF, compete exclusivamente à União a criação dos empréstimos compulsórios, mediante lei complementar, e devem obedecer ao regime jurídico-tributário, com exceção do princípio da anterioridade e da noventena, no caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência.
Então, para esses casos, eles podem ser cobrados no mesmo exercício em que foram instituídos, ou seja, no mesmo ano da publicação da lei, diferentemente da maioria dos impostos, que só podem ser cobrados no 1º dia do ano subsequente àquele em que foram instituídos. A cobrança, no caso, poderia ser imediata, justificando-se tal situação pelos motivos excepcionais de sua criação.
Sendo reservado para a lei complementar, é impossível que o presidente da República legisle sobre a matéria por meio da edição de uma medida provisória, o que pode ser conferido no art. 62, §1º, da CF.
Diante das disposições constitucionais e do conceito geral do empréstimo compulsório, podemos identificar as seguintes características que diferenciam esse tributo dos demais:
· São restituíveis.
· A aplicação dos recursos arrecadados está vinculada à despesa extraordinária que fundamentou sua instituição (art. 148, parágrafo único, CF).
· A União não poderá utilizar a receita arrecadada pelos empréstimos compulsórios para outros fins diferentes daqueles para que foram instituídos.
· A lei complementar que instituiu o empréstimo compulsório deverá prever a devolução total da importância arrecadada, respeitando ainda o art. 15, parágrafo único, do CTN.
As determinações do art.148 da CF restaram recepcionando, em parte apenas, o art. 15 do CTN, no que se excepciona o inciso III. Na forma da Constituição temos, portanto, que a criação do empréstimo compulsório somente pode ocorrer:
· Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência. Despesas extraordinárias são aquelas imprevisíveis e urgentes que, por sua imprevisibilidade, não estão contempladas no orçamento anual da União e, por sua urgência, requerem atendimento imediato.
· No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
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Atenção!
É importante repetir que a criação de empréstimos compulsórios somente pode ser feita por lei complementar (art. 148 da Constituição Federal). É preciso ainda registrar que o princípio da anterioridade e da noventena (art. 150, inciso III, alíneas “b” e “c”, da Constituição Federal) aplica-se apenas aos empréstimos compulsórios instituídos em caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Contribuições especiais
A doutrina tradicional já identificava que as contribuições parafiscais corresponderiam ao emprego das finanças públicas com objetivos que não visavam principalmente à obtenção de receitas, mas, sim, a regular ou a modificar a distribuição da riqueza nacional, a equilibrar os níveis de preços de utilidades ou de salários, bem como outras finalidades econômicas ou sociais semelhantes.
Atualmente, tais contribuições estão amparadas no art. 149 da CF e, em regra, são instituídas por lei ordinária de competência da União e estão classificadas em:
1. people
Contribuições sociais.
2. monetization_on
Contribuições de intervenção no domínio econômico.
3. badge
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas.
Contribuições sociais
São contribuições cobradas para o financiamento de áreas de interesse social ou para custeio da seguridade social. Além da previsão do art. 149, trata também das contribuições para a seguridade social o art. 195 da Constituição Federal, dispondo sobre as seguintes incidências:
· Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
· a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
· a receita ou o faturamento;
· o lucro.
· Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
· Sobre a receita de concursos de prognósticos.
· Do importador de bens ou serviços do exterior ou de quem a lei a ele equiparar.
Com base nessa previsão, foram instituídas as seguintes contribuições:
1. filter_1
Sobre a folha de pagamento.
2. filter_2
Do seguro de acidente do trabalho.
3. filter_3
Do PIS/PASEP, recaindo sobre o faturamento ou a receita bruta.
4. filter_4
Do Cofins, recaindo sobre o faturamento ou a receita bruta.
5. filter_5
Contribuição social sobre o lucro líquido.
6. filter_6
Dos empregados e trabalhadores.
7. filter_7
Sobre a receita de prognósticos, aí entendidos os jogos e as loterias em geral.
8. filter_8
Sobre a importação.
As contribuições sociais previstas no art. 195 da Constituição Federal podem ser exigidas após noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado (art. 195, § 6°), não se sujeitando, portanto, ao princípio da anterioridade (art. 150, III, “b”, da Constituição Federal). Por outro lado, a lei que institui contribuição social baseada no § 4° do art. 195 da Constituição Federal (outras fontes) tem que ser de natureza complementar.
Sobre essas contribuições, que fazem parte do Regime Geral da Previdência Social, existe também o regime de previdência típico dos servidores, sendo que cada unidade federativa deverá manter tal sistema. Para tanto, o art. 149, §1º da CF determinou que, além da União, os estados, o Distrito Federal e os municípios instituam contribuição sobre os servidores – unicamente para os fins previdenciários – não podendo utilizar alíquota menor do que a prevista na norma federal.
Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE)
Em algumas situações, o poder público utiliza o tributo para intervir no domínio econômico com o objetivo de controlar a produção de certos bens ou para financiar determinados setores econômicos por meio de recursos de outros domínios.
De todas essas contribuições, a mais destacada é a CIDE-combustíveis, atualmente tratada no art. 177, § 4º, da CF, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001. Ela possui a clara demonstração do seu campo de incidência e da destinação dos recursos obtidos, além de algumas regras específicas ali contidas.
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas
São as contribuições compulsórias instituídas pela União e destinadas a sindicatos, conselhos ou organizações, tendo atualmente como grande exemplo as contribuições das anuidades para financiamento dos conselhos profissionais.
Importante observar que a atual redação do art. 149 ainda atribui algumas características para as contribuições sociais e para a CIDE, tudo na forma do §2º, a saber:
· Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.
· Incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.
· Poderão ter alíquotas, ad valorem (na forma de percentuais), tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; ou específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
Além dessas contribuições, a Emenda Constitucional nº 39, de 2002, introduz o art. 149-A com a previsão de contribuição de iluminação pública (COSIP), de natureza distinta das demais e com características diferentes dos demais tributos, de competência dos municípios e do Distrito Federal, sendo ali facultada a cobrança nas contasde consumo de energia elétrica.
A partir disso tudo, podemos entender que as contribuições especiais são assim divididas:
· Art. 149 União
· Sociais
· Sociais gerais
· Seguridade social - Art. 195
· Interventivas ou CIDE
· Profissionais ou corporativas
· Art. 149-A Municípios/DF
· COSIP (contribuição sobre iluminação pública)
· Classificação dos tributos
· Os tributos podem ser classificados das seguintes formas:
· Tributos vinculados e não vinculados
· expand_more
· Na estrutura original do Código Tributário Nacional, os tributos estão distribuídos em duas categorias:
· • Tributos vinculados: têm por fato gerador uma ação estatal voltada diretamente para a prestação de uma atividade específica ao contribuinte.
· A exigência desses tributos encontra sua justificativa na existência de uma atuação do Estado diretamente dirigida a beneficiar o particular. Nesse contexto, são tributos vinculados as taxas e as contribuições de melhoria. Se de um serviço público, como o da coleta de lixo, ou de uma obra pública, como o asfaltamento de uma rua, resulta uma vantagem direta ou um benefício para o particular, o Estado pode dele cobrar, respectivamente, uma taxa ou uma contribuição de melhoria.
· • Tributos não vinculados: têm por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Ou seja, o Estado cobra tais tributos em razão de seu poder de império e porque precisa de recursos para satisfazer os interesses gerais da sociedade. Os tributos não vinculados são os impostos especificados no texto constitucional.
· Fiscalidade, extrafiscalidade e parafiscalidade
· expand_more
· A razão original dos tributos sempre foi associada à obtenção de recursos financeiros para o Estado. No entanto, esse não é mais o seu único objetivo. Mais recentemente, o tributo passou a ser utilizado como fonte de recursos destinados ao custeio de atividades que, em princípio, não são próprias do Estado, mas que ele as desenvolve por intermédio de entidades específicas, como, por exemplo, a Previdência Social. Assim, quanto ao seu objetivo, o tributo é puramente fiscal, extrafiscal e parafiscal.
· • Fiscais: são os tributos que visam basicamente ao objetivo de obter recursos para os cofres públicos. Sua instituição tem como fundamental finalidade satisfazer a essa necessidade, seja para remunerar-se pela prestação de um serviço – como no caso das taxas e das contribuições de melhoria –, seja para atender à manutenção do Estado em geral. São normalmente desse tipo os impostos sobre o patrimônio e a renda.
• Extrafiscais: são os tributos cuja finalidade ultrapassa aquela simples necessidade de arrecadação. Sua criação visa também, entre outros, a disciplinar o mercado, a corrigir distorções sociais ou econômicas e a alcançar certos objetivos econômicos. Os impostos extrafiscais por excelência são os do comércio exterior e o de operações financeiras.
• Parafiscais: contribuições destinadas a sustentar encargos paralelos da administração pública direta, resultantes da intervenção da União no domínio econômico, no interesse social ou de categorias profissionais. Os grandes exemplos são as contribuições para a seguridade social, a sindical, Sesc, Sesi, entre outras.
· Separados por competência
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· Além desses critérios, é possível classificar os tributos de acordo com a competência das unidades federais, sendo natural a distinção entre os tributos de competência:
· • federal;
• dos estados membros;
• do Distrito Federal; e
• municipal.

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