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. 1 Prefeitura Municipal de Goiânia/GO Auditor de Tributos do Município de Goiânia 1. O poder de tributar: competência tributária e capacidade tributária. ................................................. 1 2. Tributo: conceito e espécies (taxas, impostos, contribuição de melhoria e contribuições sociais/especiais). .................................................................................................................................. 11 3. Limitações ao poder de tributar: princípios e imunidades. .............................................................. 22 4. Legislação tributária: fontes do Direito Tributário, vigência, aplicação, integração e interpretação. 28 5. Obrigação tributária: conceito e espécies (principal e acessória). 6. Sujeitos ativos da obrigação tributária. 7. Sujeito passivo da obrigação tributária: contribuinte e responsável, solidariedade, responsabilidade por substituição, por sucessão, o terceiro responsável, responsabilidade por infrações. Repartição das Receitas Tributárias. ...................................................................................................... 37 8. Lançamento: competência, regras e modalidades. 9. Crédito tributário: suspensão. 10.Crédito tributário: extinção. 11. Crédito tributário: exclusão. ............................................................................... 47 12. Administração tributária: fiscalização. .......................................................................................... 70 13. Simples Nacional – Lei Complementar nº 123/2006 e alterações. ............................................... 75 14. Tributos Municipais: ISS, IPTU, ITBI (fato gerador, sujeito passivo e lançamento)..................... 121 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 1 Competência tributária. Competência tributária é o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos. Refere-se ao poder de criar tributos, sendo esse poder conferido pela Constituição Federal à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios. O legislador constitucional determinou quais tributos cada ente político pode criar, bem como limitou esse poder de criação, impondo limites. O Código Tributário Nacional trata do tema nos artigos 6º a 8º: “Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. § 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. § 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. § 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.” O exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição constitucional. Cada ente decide, de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política, sobre seu exercício. No entanto, importante ressaltar que constituem requisitos essenciais da responsabilidade fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da federação (LRF, art. 11). Isso deve ser entendido com razoabilidade, já que se o tributo for antieconômico, não há como se entender pela obrigatoriedade de sua instituição. São características da competência tributária: - Indelegabilidade: a competência tributária é indelegável, conforme disposição expressa do artigo 7º do CTN; o ente político não pode delegar, conferir a outra pessoa de direito público a competência tributária que tenha recebido da Constituição Federal. O poder de tributar é exclusivo do ente político que o recebeu. - Irrenunciabilidade: o ente político pode até não exercer sua competência tributária, mas esta é irrenunciável, quem a possui não pode dela abrir mão. - Incaducabilidade: o poder de tributar é um poder-faculdade, o ente político o exerce quando lhe seja mais conveniente e oportuno, o fato de permanecer inerte e não criar o tributo não altera em nada sua competência tributária que permanece a mesma. O não exercício da competência não tem como consequência a perda da mesma. - Exclusividade: excetua esse princípio somente a possibilidade de instituição do imposto extraordinário de guerra; 1. O poder de tributar: competência tributária e capacidade tributária. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 2 - Inalterabilidade: não pode ser alterada pela própria pessoa jurídica que a detém; se uma pessoa política pretender, por meio de norma legal ou infra legal, dilatar as raias de sua competência tributária, de duas, uma: ou esta norma invadirá seara imune à tributação ou vulnerará competência tributária alheia. Em ambos os casos será inconstitucional. Classificação. Há classificação doutrinária dividindo a competência em: Competência privativa Refere-se à competência para criar impostos atribuída com exclusividade a um ente político. Os impostos tiveram sua competência para instituição definida pela CF/88 de maneira privativa. Assim, cabe privativamente a instituição dos seguintes impostos: a) À União: IR, II, IE, IOF, IPI, IEG, IGF, ITR, impostos residuais. b) Aos Estados e DF: IPVA, ITCMD, ICMS. c) Aos Municípios e DF; ISS, IPTU, ITBI. A lista de impostos dos Estados, DF e Municípios é absolutamente exaustiva, não podendo eles instituírem quaisquer outros. Já a da União é exemplificativa, já que os impostos residuais permitem a criação de uma série de outros impostos por meio de lei complementar, inclusive permitindo a bitributação e o bis in idem. Competência Tributária Comum É comum a competência para instituir taxas e contribuições de melhoria, já que caberá ao ente instituidor do serviço a sua cobrança. Porém, não se pode afirmar que todos os entes podem cobrar quaisquer taxas e contribuições de melhoria, já que a Constituição repartiu, também, competências administrativas, cabendo ao ente a quem ela foi deferida criar a respectiva taxa. O fato de os Estados-membros deterem a denominada competência residual na divisão constitucional de competências administrativas atribui a estes a competência residual para a instituição de taxas e contribuições de melhoria.Competência Tributária Cumulativa Prevista no art. 147 da CF/88, refere-se à competência da União em instituir impostos estaduais nos Territórios e os Municipais, caso eles não sejam divididos em Municípios, e da competência do DF instituir os impostos municipais em seu território. Por exemplo, a União poderia instituir, por meio de lei federal, o IPVA em dado território. Assim, possuem competência cumulativa a União e o DF. Competência Tributária Plena A União poderá instituir e cobrar todos os tributos previstos na Constituição da República, em caso de criação de Território e não sendo o território subdividido em Municípios. Seria o único caso de competência tributária plena. Entretanto, ela pode também, no caso de guerra externa ou sua iminência, exercer a bitributação e o bis in idem. Exercício da competência tributária. Como dito anteriormente, o exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição constitucional. Cada ente decide, de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política, sobre seu exercício. No entanto, importante ressaltar que constituem requisitos essenciais da responsabilidade fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da federação (LRF, art. 11). Isso deve ser entendido com razoabilidade, já que se o tributo for antieconômico, não há como se entender pela obrigatoriedade de sua instituição. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 3 Além disso, impôs a LRF a proibição de transferências voluntárias para os entes federados que deixem de instituir impostos de sua competência (art. 11, p. único). Dica! Em provas de concursos públicos, sugere-se seguir a literalidade da LRF, no sentido de que todos os tributos do ente devem ser instituídos e arrecadados, apesar de que, se na prática o tributo se revelar antieconômico, poderá o ente não instituí-lo. Porém, em provas que não se refiram direta ou indiretamente à LRF, deve-se entender que uma das características da competência tributária é a facultatividade do exercício. Capacidade tributária ativa. A competência tributária se distingue da capacidade tributária ativa. A primeira é o poder, a aptidão de criar tributos, é legislar instituindo tributos, já a segunda diz respeito à capacidade de ser sujeito ativo da relação jurídica tributária. A capacidade tributária ativa é a aptidão para ser colocado, por lei, na posição de sujeito ativo da relação tributária, ou seja, na posição de credor, com as prerrogativas que lhe são inerentes de fiscalizar o cumprimento das obrigações pelos contribuintes, lançar e cobrar os respectivos créditos tributários. Apenas as pessoas jurídicas de direito público é que têm capacidade tributária ativa, podendo, pois ser colocadas na posição de sujeito ativo de obrigações tributárias (art. 119 do CTN); aliás só as pessoas políticas de direito público desenvolvem atividade administrativa plenamente vinculada (art. 3º do CTN). Assim, sujeito ativo será o próprio ente político do qual a lei instituidora do tributo emana (posição esta que se presume) ou, se a lei expressamente designar, outras pessoa jurídica de direito público, ou seja, uma autarquia ou uma fundação. O INSS é uma autarquia federal colocada, por lei, na condição de sujeito ativo de diversas contribuições especiais.1 A capacidade tributária ativa é o poder de cobrar e fiscalizar o tributo; esta, ao contrário da competência tributária, é delegável a outras pessoas jurídicas de direito público. A delegação da capacidade tributária compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. Importante o seguinte dispositivo do CTN: Art. 7º (...) (...) § 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Esse dispositivo trata do caso, por exemplo, do estabelecimento bancário ou responsável por recolher determinado tributo ou de particulares que têm que reter na fonte determinados valores. O mero arrecadador não detém a capacidade tributária ativa, logo, não possui privilégio processual ou direito de ir a juízo cobrar. Imunidade tributária. A imunidade ocorre quando a Constituição Federal impede os entes de tributar determinadas situações, isso ocorre quando da delimitação da competência. Em termos simples, pode-se dizer que a imunidade é o impedimento constitucional de se tributar pessoas, coisas ou situações. Trata-se de hipótese de não incidência. Distinção entre imunidade, isenção e não incidência. Difere da isenção porque essa é concedida por meio de lei e é exercício de competência, podendo ser definida como a dispensa legal do pagamento. Trata-se de hipótese de exclusão do crédito tributário, uma vez que impede a formação do mesmo. 1 PAULSEN, Leandro. Direito tributário – Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. 6ª ed. rev. e atual. Porto Alegre: 2004. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 4 Perceba-se que na isenção há o fato gerador abstrato e concreto, porém não haverá o lançamento, uma vez que exclusão impede sua feitura. Já na imunidade sequer há fato gerador abstrato, portanto não poderá haver sua realização e tampouco lançamento, isso porque a imunidade é uma limitação constitucional ao poder de tributar. A isenção ocorre quando, o ente competente para instituir determinado tributo, resolve dispensar do pagamento certas pessoas e ou situações. É, portanto, uma faculdade daquele que detém a competência constitucional para instituir o tributo. IMUNIDADE ISENÇÃO Impedimento Constitucional à Tributação Causa de Exclusão do Crédito Tributário Delimitação de Competência/ Hipótese de Não Incidência Exercício da Competência Somente é Veiculada pela Constituição Federal Veiculada por meio de Lei Não há fato gerador Há fato gerador abstrato e concreto, porém não há lançamento. O rol de imunidades contidos nesse capítulo não é exaustivo, haja vista haver previsão de outras na Constituição Federal. Assim, sempre que a CF proibir a tributação de determinada situação ou pessoa, haverá imunidade. Atenção!!! Nem sempre a CF usa as expressões “imune”, “imunidade”. Muitas vezes as imunidades estão descritas com as seguintes expressões “não incidem”, “são isentos”. Ainda que se utilize a expressão isenção, em se tratando de impedimento constitucional à tributação, haverá imunidade. Vejamos o art. 5°, LXXIII que a um só tempo é exemplo de imunidade constante fora do rol do art. 150 e exemplo de imunidade veiculada sob a expressão “isento”. LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Imunidades em espécie. Imunidade Recíproca: contida no art. 150, IV, ‘a’, CF/88, é cláusula pétrea porque protege o pacto federativo. Proíbe que um ente tribute, por meio de imposto, a renda, o patrimônio e os serviço de outro. Como essa regra só é aplicável aos impostos, fica permitido a tributação por meio das demais espécies tributárias. Deve-se observar o disposto no § 2º do mesmo dispositivo legal que estende a imunidade para as autarquias e fundações públicas porém, diferentemente dos entes federados, esses órgãos somente terão imunidade se seu patrimônio, renda e serviços estiverem vinculados às suas finalidades essenciais. O § 3º veda a aplicação das imunidades ao patrimônio, à renda e aos serviços das empresas ou sociedades que, embora tenham capital público, sesujeitam às normas de direito privado ou que haja contraprestação ou pagamento pelo usuário. Isso se deve ao fato de a própria Constituição proibir a concorrência desleal. As pessoas jurídicas objeto de vedação são aquelas que atuam no mercado em concorrência com as pessoas jurídicas de direito privado. Ora, se essas recebem a imunidade, instala-se a concorrência desleal, visto que as demais continuarão a arcar com a carga tributária. Em que pese isso, o Supremo Tribunal Federal decidiu em 28 de fevereiro de 2013 pela extensão da imunidade recíproca aos Correios sob o fundamento de que a ECT realiza serviços essenciais e mesmo nas atividades em que há concorrência com a iniciativa privada, seu lucro é totalmente revertido para o cumprimento de suas finalidades institucionais. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 5 O Ministro Lewandowsk2 afirmou que a concessão da imunidade não constitui concorrência desleal, veja-se: “Não se pode equiparar os Correios a empresas comuns em termos de concorrência porque não concorre de forma igualitária com estas. Primeiro porque precisa contratar seus bens e serviços mediante a Lei 8.666/93, que engessa sobremaneira a administração pública”, afirmou o ministro ao destacar que “não há nenhuma disparidade de armas no que tange ao reconhecimento dessa imunidade fiscal relativamente aos Correios”. Ementa3 Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade. Precedentes. 4. Exercício simultâneo de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido. A Corte também entendeu ser estendível a imunidade às sociedades de economia mista. Ricardo Alexandre4 explica: “resumindo a tese esposada, o Supremo Tribunal Federal afirmou que, sem prejuízo da necessidade de cumprimento de outros requisitos constitucionais e legais, a aplicabilidade da imunidade deve observar os seguintes requisitos (denominados “estágios” pela Corte): a) restringir-se à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; b) não beneficiar atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares; c) não deve ter como efeito colateral a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita.”. Veja-se outros julgados importantes5: “Recurso extraordinário interposto de acórdão que considerou tributável propriedade imóvel utilizada pela Petrobras para a instalação e operação de condutos de transporte de seus produtos. Alegada imunidade tributária recíproca, na medida em que a empresa agravante desempenha atividade sujeita a monopólio. É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre -iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobras, pois: trata -se de sociedade de economia mista destinada à exploração econômica em benefício de seus acionistas, pessoas de direito público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger aumento patrimonial dissociado de interesse público primário; a Petrobras visa à distribuição de lucros, e, portanto, tem capacidade contributiva para participar do apoio econômico aos entes federados; a tributação de atividade econômica lucrativa não implica risco ao pacto federativo.” (RE 285.716-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2-3- 2010, Segunda Turma, DJE de 26-3-2010.). “A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é da espécie recíproca (art. 150, VI, a, da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e o controle disciplinar dos advogados). A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder -dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga.” (RE 259.976-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-2010, Segunda Turma, DJE de 30-4-2010.) Vide: 2 Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=232199 3 Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE%24%2ESCLA%2E+E+601392%2ENUME%2E%29+OU+%28RE %2EACMS%2E+ADJ2+601392%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/b96q46d 4 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2014. 5 Julgados disponíveis em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/publicacaoLegislacaoAnotada/anexo/Completo.pdf. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 6 RE 233.843, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 1º-12-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12- 2009. “As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF.” (RE 580.264, Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 16-12-2010, Plenário, DJE de 6-10-2011, com repercussão geral.). Imunidade Religiosa: como o Brasil é um estado laico, entendeu por bem o constituinte não permitir que fossem cobrados impostos das instituições religiosas, visto que esse poderia ser um meio utilizado para dificultar ou até mesmo impedir o exercício de determinada religião. Esse dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o § 4º, de sorte que não somente o templo (prédio) seja imune mas, todo patrimônio, renda e serviços relacionados às atividades essenciais da instituição religiosa. Assim, se determinada igreja aluga a casa paroquial, a renda obtida é imune desde que empregada na manutenção das atividades essenciais. Nesse sentido, dois julgados do STF: “Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade Tributária. IPTU. Art. 150, VI, b, CF/1988. Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos arts. 5º, VI, 19, I, e 150, VI, b. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-2008, Plenário, DJE de 12-9-2008.)”. "Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços ‘relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelasmencionadas’. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da CF. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas." (RE 325.822, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18-12-2002, Plenário, DJ de 14-5-2004.) No mesmo sentido: ARE 658.080-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 13-12-2011, Primeira Turma, DJE de 15-2-2012; AI 690.712-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 23-6-2009, Primeira Turma, DJE de 14- 8-2009; AI 651.138-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-6-2007, Segunda Turma, DJ de 17-8- 2007.”. Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos de Trabalhadores e Entidades Educacionais e Assistenciais sem fins lucrativos: Ao conferir imunidade aos partidos políticos, buscou o legislador constituinte proteger o pluralismo político, necessário para a manutenção da democracia. As entidades sindicais são imunes devido à necessidade de efetivar a liberdade de associação sindical, prevista constitucionalmente. Para que as entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos gozem da imunidade precisam atender aos requisitos previstos em lei complementar, obedecendo ao disposto no art. 146, II, CF. Como essa lei não foi editada, utiliza-se o art. 14 do CTN, abaixo: Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 7 § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. Os rendimentos obtidos por essas instituições, se aplicados em suas finalidades essenciais, também gozam de imunidade; ex: estacionamento, aluguel de imóvel, etc. Veja-se a Súmula 724 do STF: Súmula 724. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”. Imunidade Cultural: tem por objetivo facilitar o acesso à cultura, promover a livre manifestação do pensamento, proporcionar a expressão artística, científica e intelectual bem como favorecer o acesso à informação. Por ser uma imunidade objetiva somente proíbe a cobrança de impostos sobre livros, jornais, periódicos e sobre o papel destinado a impressão desses. Logo, o estabelecimento comercial que os vende, por exemplo, não está imune. Sobre a possibilidade ou não de estender a imunidade aos demais materiais que são utilizados na confecção dos livros, jornais e periódicos, seguem alguns julgados do STF: Súmula 657 do STF - A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. “A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa, e não exaustiva.” (RE 202.149, Rel. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-4-2011, Primeira Turma, DJE de 11-10-2011.) Em sentido contrário: RE 324.600-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-9-2002, Primeira Turma, DJ de 25-10-2002. Vide: RE 178.863, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 25-3-1997, Segunda Turma, DJ de 30-5-1997. “A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF não abrange os serviços prestados por empresas que fazem a distribuição, o transporte ou a entrega de livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão. Precedentes. O STF possui entendimento no sentido de que a imunidade em discussão deve ser interpretada restritivamente.” (RE 530.121-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 9-11-2010, Primeira Turma, DJE de 29-3-2011.) No mesmo sentido: RE 630.462-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 7-2-2012, Segunda Turma, DJE de 7-3-2012; RE 206.774, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 3-8-1999, Primeira Turma, DJ de 29-10-1999. Discute a doutrina acerca da possibilidade da imunidade ser aplicada aos livros e publicações que ocorrem por outro meio que não o impresso, como os softwares e os chamados e-books. Muitos se mostram favorável posto que estar-se-ia cumprindo com o objetivo para o qual a imunidade foi criada. Outros, discordam por não haver previsão legal, já que a CF utiliza o termo “papel”. Os Tribunais ainda não se posicionaram concretamente sobre a matéria, portanto, caso haja questão sobre a temática é aconselhável que se afirme que não é estendível. Imunidade da Música Nacional: essa limitação foi introduzida pela EC 75/2013 oriunda da aprovação da chamada PEC da Música e proíbe a tributação de fonogramas e videofonogramas musicais desde que produzidos no Brasil e que contenham obras de autores brasileiros ou interpretadas por artistas nacionais. A intenção do legislador foi combater à pirataria e facilitar o acesso à cultura. Perceba-se que a imunidade atinge todos os suportes materiais e digitais que contenham fonogramas e videofonogramas, exceto a replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 8 Ricardo Alexandre6 trata dos tributos que a imunidade abrange: “Da mesma forma que comentado para as demais imunidades constantes do art. 150, VI, da Constituição Federal, deve-se atentar para o fato de que a imunidade musical somente se aplica a impostos, não impedindo a cobrança de contribuições como PIS, COFINS, CSLL etc. Além disso, por incidir sobre a renda dos agentes envolvidos com a produção, gravação, replicação, distribuição e venda dos fonogramas e videofonogramas, e não sobre estes arquivos, a incidência do Imposto de Renda não foi impedida pela nova regra. De maneira semelhante, tendo em vista o entendimento do STF no sentido de que a imunidade cultural não impede a incidência do ISS sobre os serviços de composição gráfica voltada para a impressão de livros, jornais e periódicos (AgRg no AI 723.018), tem-se como bastante provável que a Corte entenda pela incidência do imposto sobre os serviços de contratação de estúdio, músico, mixagem, produção fonográfica e videofonográfica. Por conseguinte, somente estão abrangidos pela imunidade os impostos que incidiriam diretamente sobre os fonogramas e videofonogramas se não fora o impeditivo constitucional. Nesta situação estão o IPI e o ICMS, que incidiriam na etapa de “prensagem” (salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser), e o ICMS, que incidiria sobre a distribuição e a venda, seja da mídia física, seja dos arquivos disponibilizados on-line. Na hipótese de exportação, também a incidência do imposto de exportação estará impedida.” Questões 01. (TCM/GO - Auditor Controle Externo – Jurídica – FCC/2015) A Constituição Federal atribui competência à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir impostos, taxas e contribuições de melhoria. Essas pessoas jurídicas de direito público também têm competência para instituir contribuições. De acordo com a Constituição Federal, os Municípios podem instituir contribuições (A) 1. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário e2. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis. (B) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis, 2. sociais e 3. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário. (C) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis, 2. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário e 3. de intervenção no domínio econômico. (D) 1. de intervenção no domínio econômico e 2. de interesse das categorias profissionais ou econômicas. (E) 1. de intervenção no domínio econômico, 2. sociais e 3. de interesse das categorias profissionais ou econômicas. 02. (TCM/GO - Auditor Conselheiro Substituto – FCC/2015) De acordo com a Constituição Federal, os Municípios brasileiros podem (A) instituir imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. (B) em caráter excepcional, mediante lei complementar e prévia autorização do Senado Federal, instituir empréstimos compulsórios, no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse social. (C) instituir imposto sobre a prestação de serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar, inclusive a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, definida na Lei Complementar n° 87/1996. (D) mediante prévia autorização do Congresso Nacional, e por meio de lei complementar, instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública. (E) instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observados os princípios da legalidade, anterioridade, anterioridade nonagesimal (noventena) e da irretroatividade. 03. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe – VUNESP/2015) Cabe ao Distrito Federal o imposto sobre (A) exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). (B) a importação de produtos estrangeiros (II). (C) a propriedade predial e territorial urbana (IPTU). 6 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2014. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 9 (D) produtos industrializados (IPI). (E) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). 04. (SEFAZ- MT - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal - Prova 2 - FGV - 2014) Com relação ao Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), assinale a afirmativa correta. (A) Pode ser instituído pela União, pelos Estados e pelos Municípios, no exercício de competência concorrente. (B) Pode ser instituído pela União, mas, enquanto esta não o fizer, poderão instituí-lo os Estados, no exercício de competência supletiva. (C) Pode ser instituído pela União, mas, enquanto esta não o fizer, poderão instituí-lo os Municípios, no exercício de competência supletiva. (D) Pode ser instituído apenas pela União, por meio de lei complementar, inexistindo competência concorrente ou supletiva de qualquer outro ente público. (E) Pode ser instituído apenas pela União, por meio de lei ordinária, inexistindo competência concorrente ou supletiva de qualquer outro ente público. 05. (PGM - Niterói - Procurador do Município, 3ª Categoria (P3) – FGV/2014) Para custear serviço de saúde em favor de seus servidores, o Município X institui, por lei ordinária, contribuição compulsória equivalente a um dia de remuneração dos funcionários públicos a seu serviço. A esse respeito, assinale a afirmativa correta. (A) A lei municipal é inconstitucional, porque tal contribuição só poderia ser instituída por lei complementar. (B) A lei municipal é constitucional, pois se insere no exercício da autonomia político-administrativa do Município. (C) A lei municipal é inconstitucional, por violação à vedação de exigência de tributo com efeito confiscatório. (D) A lei municipal é constitucional, pois compete ao Município instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário próprio. (E) A lei municipal é inconstitucional, porque só à União compete instituir contribuições sociais para custeio da seguridade social, que abrange os serviços de saúde. 06. (LIQUIGAS - Profissional Júnior - Ciências Contábeis – CESGRANRIO/2014) Na organização constitucional das competências tributárias, existem tributos exclusivos da União. Nessa categoria, encontra-se a(o) (A) contribuição social (B) taxa sobre serviços de água (C) contribuição de iluminação pública (D) imposto sobre doações (E) imposto sobre serviços 07. (Prefeitura de Recife/PE - Auditor do Tesouro Municipal - Prova II – FGV/2014) Com relação à competência tributária, assinale a afirmativa correta. (A) Permite que uma pessoa jurídica de direito público delegue a outra a atribuição de executar leis em matéria tributária, conforme a legislação. (B) Significa que todos os entes políticos que compõem a Federação estão dotados de competência legislativa plena. (C) Representa o poder que é outorgado pela Constituição Federal para a criação de tributos a todos os entes administrativos de direito público. (D) Admite a delegação da administração dos tributos, porém não confere ao delegatário as garantias e privilégios do poder delegante. (E) Autoriza que pessoa jurídica de direito público possa exercer, em caráter residual, a competência conferida a outrem que, entretanto, não a exerce. 08. (TJ/SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – VUNESP/2014) Em relação à competência residual tributária da União Federal, outorgada pela Constituição, é correto afirmar que: (A) esse direito não está sujeito ao princípio de legalidade e somente pode ser utilizado em caso de guerra ou comoção interna grave. (B) é o direito de instituir taxas e contribuições de melhoria. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 10 (C) é direito de a União instituir impostos não previstos no artigo 154, I da Carta Magna, desde que eles sejam não cumulativos e não tenham base de cálculo própria dos demais impostos descritos na Constituição. (D) é o direto de a União instituir impostos e contribuições sociais por lei complementar, desde que não cumulativos. 09. (DESENVOLVESP – Advogado – VUNESP/2014) A competência tributária para instituir imposto sobre a propriedade territorial rural pertence (A) exclusivamente à União. (B) privativamente aos municípios que optarem por fiscalizar e cobrar o imposto, na forma da lei, conforme determina a Constituição Federal. (C) concorrentemente à União e aos municípios que optarem por fiscalizar e cobrar o imposto, na forma da lei, conforme determina a Constituição Federal. (D) concorrentemente à União e ao Distrito Federal. (E) residualmente aos Estados e ao Distrito Federal, caso optem por fiscalizar e cobrar o imposto, na forma da lei, conforme determina a Constituição Federal. 10. (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área III – CESPE/2014) O fato de o produto da arrecadação do imposto de renda retido na fonte ser destinado aos estados e ao Distrito Federal não retira a competência tributária ativa da União. ( ) Certo ( ) Errado Respostas 01. Resposta: A A regra de competência para as contribuições está descrita nos arts. 149 e 149-A da Constituição. Em regra, a competência é da União, contudo, há duas exceções. A primeira refere-se às contribuições para custeio de regime previdenciário em que são competentes os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 149, § 1º). A segunda confere competência paraos Municípios e o Distrito Federal instituírem contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública (art. 149-A). 02. Resposta: E Essa alternativa está de acordo com o previsto no art. 149-A da Constituição Federal. 03. Resposta: C O Distrito Federal é competente para estabelecer os impostos estaduais (art. 155, CF) e municipais (art. 156, CF). Logo, pode instituir o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. 04. Resposta: D Os impostos atribuídos aos entes da federação pela Constituição são de competência privativa, logo, somente o ente competente poderá instituí-lo. Como a competência é facultativa, cabe ao ente verificar a conveniência da instituição. Em não exercendo essa faculdade, não poderá outro fazê-lo. Logo, o IGF, imposto de competência privativa da União, só pode ser instituído por ela e por nenhum outro ente. 05. Resposta: E De acordo com o art. 149 e 149-A da Constituição, os municípios são competentes para instituir contribuições para custeio de regime de previdência e para o custeio do serviço de iluminação pública. Dessa forma, lei que crie contribuição para outra finalidade é inconstitucional. 06. Resposta: A De acordo com a Constituição Federal (art. 149) somente a União pode instituir contribuições sociais. As taxas podem ser instituídas pelo ente que exerce a contraprestação, ou seja, é um tributo de competência comum. A contribuição para custeio da iluminação pública é de competência dos municípios e do Distrito Federal. Os impostos sobre doação competem aos Estados e ao Distrito Federal e os impostos sobre serviços são de competência dos municípios. 07. Resposta: A 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 11 De acordo com o art. 7º do CTN, a competência tributária é indelegável mas, a capacidade tributária ativa pode ser delegada. Essa envolve as funções de arrecadar, fiscalizar e executar leis. 08. Resposta: C A competência residual que somente a União possui está descrita no art. 154, I da CF e deve ser exercida por meio de lei complementar. Por meio da competência residual, a União fica autorizada a instituir impostos diferentes dos que estão previstos na Constituição, ou seja, que nela não estejam previstos e que não tenham o mesmo fato gerador e nem a mesma base de cálculo daqueles impostos já previstos. 09. Resposta: A De acordo com a Constituição Federal (art. 153, VI) o ITR é imposto de competência exclusiva da União. 10. Resposta: CERTO O fato de o produto da arrecadação do imposto de renda ser destinado aos estados e ao Distrito Federal nada tem que ver com a competência e sim com a repartição constitucional de rendas. Competência é a capacidade conferida pela Constituição a determinado ente para instituição de tributos. Nesse caso, a competência é exclusiva da União, de acordo com o art. 153, III. 2 Tributo. 2.1 Conceito. Tributo vem conceituado no art. 3º do CTN: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. A primeira palavra utilizada para descrever tributo foi “prestação” e isso é da mais extrema importância, haja vista que toda obrigação jurídica tem por objeto uma prestação, seja ela de dar, de fazer, de não fazer, etc. Logo, vê-se que o tributo tem natureza jurídica obrigacional. Essa prestação é pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir o que significa que é uma obrigação mensurável economicamente, que deve ser cumprida, em regra, em dinheiro, especificamente na moeda corrente no País, o que exclui o pagamento do tributo por meio do recebimento de coisas ou através da prestação de serviços. Existe, contudo, uma exceção que é a dação em pagamento, prevista no art. 156, IX, CTN. Por esse instituto é possível que o devedor entregue para a Fazenda Pública um bem imóvel a fim de extinguir o crédito tributário. O tributo é ainda uma prestação compulsória ou seja, na relação jurídico-tributária, diferentemente da relação contratual cível, não cabe manifestação de vontade das partes. Assim, a prestação é obrigatória porque decorrente da vontade da lei, não cabendo disposição de vontade das partes. O sujeito deve cumprir com a obrigação tributária não porque quer, mas porque realizou o fato gerador e, portanto, incidiu em hipótese que a lei determina o cumprimento de obrigação, qual seja, o pagamento. O tributo não deve constituir sanção de ato ilícito. Essa característica deve ser analisada sob dois ângulos. Primeiro, tributo não é sanção, não é penalidade, não é castigo, logo, ele não é instituído para punir o cidadão, ao contrário, o instrumento sancionatório é a multa. O segundo ângulo diz que não se pode tributar ato ilícito, ou seja, não se pode ter por fato gerador de um tributo um ato ilícito. Isso não significa que a renda e os bens que são obtidos por meios ilícitos não estejam sujeitos à tributação. Veja: não se pode ter um tributo cujo fato gerador seja o tráfico de substância entorpecentes (ato ilícito) mas, se determinado traficante compra uma casa, ela será tributada pelo IPTU. Isso porque para o Direito 2. Tributo: conceito e espécies (taxas, impostos, contribuição de melhoria e contribuições sociais/especiais). 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 12 Tributário não importa de onde veio o recurso, importa somente que o sujeito realizou o fato gerador. É o princípio segundo o qual o dinheiro não tem cheiro. Todo tributo é uma prestação instituída em lei, em decorrência do princípio da legalidade e do princípio democrático. Logo, somente a lei pode criar um tributo. De acordo com o princípio da legalidade previsto no art.5º, II da Constituição Federal, somente a lei pode obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Ora, se o tributo implica em obrigação, ele somente pode ser instituído mediante lei. Deve ainda o tributo ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, o que significa que o agente público não exerce nenhum juízo de discricionariedade no que reporta à cobrança. Não se pode escolher entre cobrar ou não o tributo, ao contrário, deve-se total obediência à lei e se é a lei quem determina a cobrança, o agente obedece. Para ser considerado tributo se faz necessário a presença de todos esses cinco elementos. Aspecto Material O aspecto material do tributo, segundo ensinamento de Paulo de Barros Carvalho7 é o critério que faz referência a um comportamento seja ele de pessoas físicas ou jurídicas, de forma a designar o fazer, o não fazer, o dar e o ser. Logo, percebe-se que o critério material está sempre ligado a um verbo. Ex: circular mercadorias, ser proprietário de veículo automotor, etc. De acordo com Geraldo Ataliba8, o aspecto material é o mais complexo aspecto da hipótese de incidência, visto que contém a designação de todos os dados de ordem objetiva, que descreve os aspectos que lhe são substanciais, que lhe dão suporte, ou seja, é a própria consistência material do fato. A alíquota e a base de cálculo são dados que compõem o aspecto quantitativo do tributo, que é aquele que reporta ao valor, ao quantum será pago a título de tributo. São, portanto, os parâmetros utilizados para o cálculo do valor. A base de cálculo, como o próprio nome indica é o elemento sobre o qual a alíquota será aplicada para se descobrir o valor da obrigação tributária. Ex: valor venal do imóvel. A alíquota pode ser: Específica: é aquela em que o valor a ser pago se dá de acordo com unidade de quantificação, ex: Suponha-se que para determinada mercadoria a alíquota específica seja de trinta reais para cada cem unidades. Se o sujeito importou mil unidades, deverá pagar 300 reais a título de imposto de importação. Ad valorem: é aquele percentual que é aplicado sobrea base de cálculo para se saber qual o valor do tributo. Ex: imagine que a alíquota que incide sobre sua casa é de 2% e que a base de cálculo seja o valor venal do imóvel. Se sua casa possui o valor venal de R$ 200.000,00, você deverá pagar, a título de IPTU R$ 4.000,00. Os tributos são classificados em: - Quanto à Discriminação das Rendas por Competência: Federais: são os tributos de competência da União; Estaduais: os tributos de competência dos estados e Distrito Federal; Municipais: tributos de competência dos Municípios e Distrito Federal. Pelo fato de o Distrito Federal ter competência para instituir os tributos estaduais e municipais, a doutrina classifica sua competência como cumulativa. - Quanto ao Exercício da Competência Impositiva: Privativos: aqueles cuja competência a Constituição conferiu somente a determinado ente. Ex: IPVA, somente os estados podem instituí-lo, por isso é um tributo de competência privativa dos estados. Comuns: são aqueles que a Constituição disse ser de competência de todos os entes. Ex: taxas Residual: reportam à criação dos impostos previstos no art. 154, I, CF e das contribuições sociais para a seguridade social previstas no art. 195, § 4° também da Constituição. - Quanto à Finalidade: Fiscais: são aqueles cuja principal função é arrecadar recursos para os cofres públicos. Extrafiscais: a principal função é intervir no domínio econômico ou em uma situação social. Ex: Imposto de Importação e ITR. 7 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2007 8 ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São Paulo: Malheiros, 1999. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 13 Parafiscais: são os tributos que se destinam a custear os serviços públicos de competência do Estado mas, que são desenvolvidos por outra pessoa jurídica. - Quanto à Hipótese de Incidência: Vinculados: são os tributos em que há uma contraprestação específica por conta do Estado. Ex: taxa de coleta de lixo. Ela é paga porque existe o serviço de coleta de lixo, logo o sujeito paga o tributo para receber ou após receber uma contraprestação específica. Não Vinculados: são aqueles tributos em que inexiste a contraprestação específica. Assim, o sujeito deve pagá-los porque realizou o fato gerador. É o caso dos impostos. O valor arrecadado com os impostos são aplicados nas mais diversas áreas de atuação do Estado, logo, o cidadão receberá uma contraprestação mas, em forma de serviços públicos, nada específico. -Quanto ao Destino da Arrecadação: Vinculada: quando todo o dinheiro arrecadado dever ser empregado em determinada(s) atividade(s). Ex: Empréstimo Compulsório, todo o valor arrecadado deve ser empregado na situação que deu origem à instituição do referido tributo. Não Vinculada: o Estado escolhe onde empregar o dinheiro arrecadado. Ex: impostos. -Quanto à Possibilidade de Repercussão do Encargo Econômico-Financeiro: Diretos: são os tributos em que o sujeito passivo da relação jurídico-tributária é quem deve suportar os encargos financeiros do tributo, não tendo possibilidade de repassar a outrem. Indiretos: são os tributos em que há um contribuinte de direito (aquele que realiza o fato gerador) e um contribuinte de fato (aquele que suporta o encargo econômico). Ex: ICMS: o contribuinte de direito é o estabelecimento que realiza a saída da mercadoria mas, quem suporta o encargo financeiro é o consumidor (contribuinte de fato). -Quanto aos Aspectos Objetivos e Subjetivos do Fato Gerador: Reais: são aqueles que incidem sobre bens, sobre coisas. Ex: IPVA: incide sobre o veículo automotor, sem se importar com a pessoa que é seu proprietário. Pessoais: levam em consideração as características pessoais do sujeito passivo. Ex: Imposto de Renda: preocupa-se com os dependentes, os gastos em determinadas áreas, etc. -Quanto às bases econômicas de incidência: Sobre o comércio exterior: Imposto de Importação e Imposto de Exportação. Sobre o patrimônio ou a renda: Imposto de Renda, ITR, IGV, IPVA, ITCMD, IPTU e ITBI. Impostos extraordinários: Imposto Extraordinário de Guerra. 2.2 Natureza jurídica. A NATUREZA JURÍDICA dos tributos é regulamentada pelo art. 4º do Código Tributário Nacional: Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Vê-se que o fato gerador é o elemento que define a natureza jurídica do tributo, não importando o nome que a ele foi atribuído e nem mesmo o destino da arrecadação. Para o estudo do fato gerador é preciso distinguir os tributos vinculados dos não vinculados. Os primeiros são aqueles em que há uma contraprestação específica por parte do Estado. Ex: taxa, toda vez que uma pessoa paga uma taxa, ela recebe algo do Estado. Paga-se a taxa de coleta de lixo e tem-se o serviço de coleta de lixo, ou seja, o contribuinte paga o tributo para receber algo em troca do Estado. Já nos tributos não vinculados, o contribuinte tem o dever de pagar o tributo porque realizou o fato gerador mas, não receberá nada específico por parte do Estado a exemplo dos impostos. Logo, para se saber a natureza jurídica do tributo deve-se analisar seus elementos e verificar em qual espécie tributária ele se enquadra. Conhecendo isso é possível descobrir a natureza jurídica do tributo. Em concursos públicos, em regra, é cobrada a literalidade do art. 4º, acima transcrito. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 14 O Código Tributário Nacional adotou a teoria tripartida, pela qual a natureza jurídica do tributo vinculado é de imposto e dos não vinculados de taxa ou contribuição de melhoria. 2.3 Espécies. Existem três principais correntes sobre as espécies de tributos: a) Teoria dualista: são espécies tributárias apenas as taxas e os impostos; b) Teoria tripartida: adotada pelo CTN, são espécies as taxas, os impostos e as contribuições de melhoria; c) Teoria pentapartida ou quinquipartida: adotada pelo STF, são espécies os impostos, as taxas, os empréstimos compulsórios, as contribuições de melhoria e as contribuições especiais. 2.4 Imposto. São tributos não vinculados que tem incidência sobre as manifestações de riqueza por isso, diz-se que os impostos promovem a solidariedade social, afinal, aquele que, de alguma forma manifesta riqueza se obriga a fornecer recursos para o Estado cumprir com suas obrigações e objetivos. Alguns doutrinadores preferem dizer que os impostos incidem sobre fatores econômicos como a renda, a produção e a propriedade. Ambas as posições são harmônicas, haja vista que os fatos econômicos nada mais são do que manifestações de riqueza. Veja-se a definição do art. 16 do CTN: Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Percebe-se que o próprio conceito de imposto afirma ser esse um tributo não vinculado. Suas receitas, em regra, também não são vinculadas, cabendo ao administrador público, utilizando os critérios de conveniência e oportunidade, decidir pela melhor destinação. Dizer que o imposto é um tributo não vinculado significa que o cidadão deve pagá-lo, mas não receberá do Estado nenhuma prestação específica. O dever de pagar o imposto decorre unicamente da lei. Embora não se receba contraprestação direta e específica, os contribuintes de todos os impostos são beneficiados pela renda arrecadada pelos mesmos, haja vista que essas financiam vários serviços públicos como segurança, saúde, educação. Imagine que uma pessoa compre um automóvel. Nesse ato ela realiza o fato gerador do IPVA e deverá pagá-lo, contudo, nãoirá e não terá o direito de receber, em contrapartida, estradas e vias melhores porque o IPVA é um imposto e, como tal, é não vinculado. O dinheiro arrecadado pelo IPVA poderá ser aplicado no financiamento de outros serviços públicos que não a manutenção e conservação de vias e estradas públicas. De acordo com o art. 145, § 1º da Constituição Federal sempre que for possível os impostos devem respeitar a capacidade contributiva, leia-se: § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Impostos de caráter pessoal são aqueles que incidem de forma subjetiva, ou seja que considera os aspectos pessoais do contribuinte. Ex: Imposto de Renda: esse considera aspectos subjetivos como a quantidade de dependentes, os gastos com educação, saúde e previdência, etc. Já os impostos de caráter real são aqueles que desconsideram os aspectos subjetivos e incidem sobre uma determinada base econômica. Assim, pelo princípio da capacidade contributiva, o legislador deve considerar a possibilidade de instituir impostos de caráter pessoal e, se isso for possível, deve fazê-lo. 2.5 Taxa. São tributos vinculados e de competência comum pois, podem ser instituídos por todos os entes da Federação, desde que prestem o serviço ou exerçam o poder de polícia. Sua definição está no art. 145, II da Constituição Federal e 77 do Código Tributário Nacional. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 15 Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: [...] II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Dos dispositivos acima pode-se concluir que a taxa possui dois fatos geradores, quais sejam o exercício regular do poder de polícia e a prestação de serviço público específico e divisível, efetivo ou posto à disposição do contribuinte. Poder de Polícia: é uma atividade administrativa fundamentada no princípio da supremacia do interesse público. O art. 78 do CTN o define: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando- se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Pelo poder de polícia os interesses individuais são restringidos de forma que o bem coletivo seja preservado. É exercido pela polícia administrativa. Ex: fiscalização. Imagine que João tenha um restaurante e que atenda diariamente uma média de 300 pessoas. Certo dia a vigilância sanitária bate às portas do estabelecimento comercial de João a fim de verificar se o mesmo segue todas as normas referentes à higiene. A fiscalização estará exercendo o poder de polícia e João deve submeter-se a esse procedimento, ou seja, o direito de propriedade e direito à livre iniciativa de João estão sendo restringidos em prol do bem comum: saúde dos consumidores. O mesmo ocorre com a inspeção veicular, com a expedição de alvarás, etc. Serviços Públicos Específicos e Divisíveis, Efetivos ou Potenciais: os serviços públicos são específicos quando o contribuinte sabe o que está pagando. Assim, se desejo retirar um passaporte, pago a taxa sabendo que é para a utilização do serviço de emissão desse documento. Para ser divisível é preciso que se possa identificar os usuários daquele serviço, que se possa mensurar quem e quanto cada um utilizou daquele serviço. Foi justamente por faltar a divisibilidade que o custeio do serviço de iluminação pública não pode ser cobrado mediante taxa, afinal, não é possível identificar todos os seus beneficiários. Veja-se Súmula a esse respeito: STF – Súmula 670 – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. O serviço efetivo é aquele efetivamente prestado ao contribuinte, a exemplo do serviço de coleta de lixo. Já o serviço potencial é aquele posto à disposição do contribuinte, como o serviço de combate a incêndio. O contribuinte não o utiliza cotidianamente mas, se precisar, ele está disponível. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 16 As taxas não podem ter a mesma base de cálculo ou o mesmo fato gerador dos impostos, contudo, a adoção de um ou alguns elementos da base de cálculo é permitida. Esse é o entendimento do STF, esposado na Súmula Vinculante nº 29, veja-se: STF – Súmula Vinculante 29 – é constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Sobre os serviços dispõe o CTN: Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público. 2.6 Contribuição de melhoria. A Contribuição de melhoria é um tributo de competência comum, assim, todo o ente que fizer a obra pública que valorizar imóveis, é competente para a sua cobrança. Está descrita no art. 145, III da Constituição Federal: Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: [...] III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública. Assim, se uma obra pública valorizar sua casa, você deve pagar esse tributo, haja vista ser proibido o enriquecimento sem causa no ordenamento jurídico brasileiro. Perceba-se então que, são dois os requisitos da contribuição de melhoria: obra pública e valorização imobiliária. A contribuição de melhoria possui dois limites, quais sejam: o individual(o contribuinte não pode pagar valor maior que o quantum da valorização experimentada) e geral (a soma das contribuições não pode ultrapassar o valor total da obra). Imagine que foi construída uma escola pública municipal no seu bairro. O custo total da escola foi de um milhão de reais. Antes da construção, sua casa valia R$ 100.000, 00. Após a obra passou a valer R$ 150.00,00, ou seja, houve uma valorização de R$ 50.000,00. De acordo com esse exemplo, você poderá pagar até R$ 50.000,00 a título de contribuição de melhoria (limite individual) e o município não poderá receber mais de um milhão de reais, somando-se os valores pagos por todos os contribuintes (limite geral). Veja-se a regulamentação do Código Tributário: Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 17 realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: I - publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. § 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. 2.7 Empréstimo compulsório. Nessa espécie tributária, o contribuinte é obrigado a emprestar dinheiro para o Estado sempre que realizar o fato gerador. Veja-se a definição constante do art. 148 da Constituição: Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. A primeira consideração a se fazer é que os empréstimos compulsórios são tributos de competência privativa da União, portanto, somente ela pode instituí-los. Para fazer isso, deve utilizar de lei complementar, sob pena de inconstitucionalidade formal. O empréstimo compulsório somente pode ser instituído quando ocorrerem os motivos descritos nos incisos do artigo supra e todos os recursos angariados com essa espécie devem ser aplicados na situação que motivou sua instituição, logo, são classificados como tributos de receita vinculada. Assim, se a União institui empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias na área da saúde, toda a receita deve ser destinada para a área da saúde. Qualquer desvio, implica em crime de responsabilidade. Importante notar que, em regra, o empréstimo compulsório é exceção ao princípio da anterioridade, seja do exercício financeiro seguinte, seja nonagesimal, porém, se o motivo que ensejou sua instituição for o descrito no inciso II deve-se obedecer o princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte. A lei que institui tal tributo deve conter especificações quanto à forma e o prazo para a devolução dos valores emprestados. 2.8 Contribuições. Conforme disposto no texto Constitucional: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 18 § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; III - poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro. b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. Da leitura dos dispositivos supra, extrai-se que a União é a única competente para instituir as contribuições sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. As únicas exceções constam do § 1º do mesmo artigo e no art. 149-A. O § 2º declara que as receitas decorrentes da exportação são imunes às contribuições sociais e às contribuições de intervenção no domínio econômico. Logo, os exportadores estão imunes ao pagamento do PIS, da COFINS e de qualquer outra contribuição que incida sobre a receita originária da exportação. As contribuições sociais dividem-se em contribuições de seguridade social, contribuições sociais gerais e outras contribuições sociais. As contribuições sociais para o financiamento da seguridade social são reguladas pelo art. 195 da Constituição, veja-se: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviçosdo exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 19 § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. Essas contribuições não se sujeitam ao princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte, assim podem ser cobradas no mesmo exercício financeiro em que foram instituídas ou majoradas. Contudo, devem respeitar ao princípio da anterioridade nonagesimal. O supremo Tribunal Federal classifica como contribuições sociais gerais aquelas que são destinadas para outras áreas de atuação da União, como por exemplo, o salário-educação. Ainda pertencem a essa categoria as contribuições para financiar os serviços sociais autônomos, como o SESI e o SENAI. As contribuições para intervenção no domínio econômico possuem natureza extrafiscal, pois sua principal função é a intervenção no domínio econômico por meio da destinação da arrecadação para uma determinada atividade, configurando assim, um incentivo. As contribuições corporativas tem natureza parafiscal, visto que sua função é a arrecadação de recursos para financiar atividades de interesses de instituições que representam e fiscalizam as categorias profissionais e econômicas. A contribuição sindical encontra amparo no art. 8º, IV da Constituição. É obrigatória para todos os aqueles que exercem atividade dentro de uma categoria econômica ou profissional, bem como para os profissionais liberais. É destinada aos sindicados ou às federações sindicais, na ausência dos primeiros. Somente estão dispensados do pagamento desse tributo os aposentados. A contribuição para o custeio da iluminação pública – COSIP – encontra previsão no art. 149-A da CF, o qual atribui competência para os Municípios e o Distrito Federal institui-la. A própria Constituição vinculou o valor arrecadado à sua finalidade, ou seja, ao custeio da iluminação pública, de sorte que é defeso ao administrador utilizar esse recurso para outra finalidade. Questões 01. (TCM/GO - Auditor Controle Externo – Jurídica – FCC/2015) A Constituição Federal atribui competência à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir impostos, taxas e contribuições de melhoria. Essas pessoas jurídicas de direito público também têm competência para instituir contribuições. De acordo com a Constituição Federal, os Municípios podem instituir contribuições: (A) 1. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário; e 2. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis. (B) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis,2. sociais e 3. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário. 1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA . 20 (C) 1. para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma das respectivas leis, 2. cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário estatutário e 3. de intervenção no domínio econômico. (D) 1. de intervenção no domínio econômico e 2. de interesse das categorias profissionais ou econômicas. (E) 1. de intervenção no domínio econômico, 2. sociais e 3. de interesse das categorias profissionais ou econômicas. 02. (SEFAZ/MT - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL – FGV/2014) Assinale a opção que apresenta elemento estranho ao conceito legal de tributo. (A) Prestação compulsória (B) Prestação pecuniária (C) Prestação com natureza de sanção (D) Prestação cobrada mediante atividade administrativa vinculada (E) Prestação instituída em lei 03. (MANAUSPREV – Procurador Autárquico – FCC/2015) De acordo com o que estabelece o Código Tributário Nacional, a contribuição de melhoria é um tributo que pode ser cobrado (A) em decorrência da valorização de imóvel de propriedade da pessoa jurídica de direito público que nele realizou benfeitorias. (B) como consequência do aumento do faturamento dos estabelecimentos comerciais próximos ao local em que foi realizada a obra pública que atraiu a freguesia. (C) como resultado da melhoria do fluxo viário de determinada região, em razão de obra pública realizada em suas cercanias. (D) em decorrência da melhoria da qualidade de vida de uma região, com o consequente aumento do valor dos imóveis ali localizados, ocasionada pela remoção das indústrias poluentes daquela área. (E) de sujeito passivo que teve seu imóvel valorizado em decorrência da realização de obra pública. 04. (SEFAZ/PI – Auditor Fiscal da Fazenda Estadual – FCC/2015) O caput do art. 77 do Código Tributário Nacional estabelece que as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Para fins de aplicação da norma acima transcrita, I. consideram-se serviços públicos divisíveis, os
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