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AULA 1 INTERNET DAS COISAS Prof. Juliano de Mello Pedroso 2 TEMA 1 – INTRODUÇÃO AS REDES DE COMPUTADORES A definição de redes de computadores é uma das mais conhecidas do público em geral. Talvez pelo motivo de vivermos numa sociedade conectada, como colegas de trabalho, amigos, entre outros – ou seja, temos uma rede de contatos. Quando se fala em computadores, é da mesma forma, se estiverem conectados uns aos outros estão em rede. Na Figura 1, temos um esquema de alguns dispositivos conectados. Figura 1 – Dispositivos conectados Crédito: Dukes / Shutterstock. Nesse momento, troca-se a palavra computadores por dispositivos, pois atualmente existem vários dispositivos que também entram na rede. As principais funções de se colocar um dispositivo conectado em outro, ou seja, em rede, é o compartilhamento de hardware e software e a transmissão de arquivos (dados). Atualmente, a conexão com a internet é uma das mais importantes transmissões de arquivos ou informações usadas nas empresas em geral. Os tipos de redes são classificados de diversas maneiras. A primeira delas é quanto ao tamanha da abrangência da rede. A seguir, tem-se várias designações, que descrevem as redes quanto à abrangência: LAN – É o acrônimo de Local Area Network, que significa rede local, ou seja, de pequena abrangência. 3 CAN – Significa Campus Area Network; são redes restritas a um condômino, uma universidade, centro comercial etc. MAN – A Metropolitan Area Network é uma rede que conecta redes locais a uma distância maior. Um exemplo a ser citado é a conexão de dois escritórios em dois municípios vizinhos. WAN – A sigla significa Wide Area Network, que são redes de longas distâncias. Sendo bem maiores que a LAN e a MAN, interligam dispositivos em localidades bem longas, como países diferentes e até mesmo continentes. PAN – A Personal Area Network é uma rede com limitação de distância, e tem crescido muito pois são os tipos de redes do bluetooth, por exemplo. SAN – O acrônimo de Storage Area Network trata de uma rede que tem a principal função de armazenar dados e comunicação entre servidores. VLAN – Significa Virtual LAN, que é uma subdivisão virtual de uma rede física. Mas existem diversas situações que é desnecessário ou a impossibilidade de se passar cabos, nesse caso usam-se redes Wireless ou redes sem fio. Quanto aos tipos de redes de computadores sem fio: o WLAN – Significa Wireless Local Area Network, que é um tipo de rede local que não utiliza cabos, somente tecnologias que usam ondas de rádio para transmitir dados ou se conectar a outros dispositivos. o WMAN – Wireless Metropolitan Area Network, redes metropolitanas interligadas por links sem fio. o WWAN – Wireless Wide Area Network, redes de grande distância interligadas por links sem fio. Na Figura 3 temos a visão área de uma antena que fornece o serviço de celular e internet sem fio para uma localidade. 4 Figura 2 – Rede local sem fio Crédito: Cacezy idea / Shutterstock. Figura 3 – Antena WWAN Crédito: Cristian ghisla / Shutterstock. Toda essa sopa de letrinha vai ajudar a entender os termos e definições da internet das coisas, além de várias outras siglas outras estão por vir. Entretanto, é importante lembrar o quanto de benefício a rede de computadores traz para o ambiente produtivo. TEMA 2 – PERSPECTIVA HISTÓRICA A Internet das Coisas (IOT – Internet of Things) cresceu através das melhorias em diversas áreas, como sistemas embarcados, TI e eletrônica. O cenário é de crescimento do uso da IOT no universo acadêmico e industrial, porque se tem a esperança de que as melhorias sejam expressivas. Considerada 5 uma extensão da internet atual, a IOT é usada para conectar objetos comuns, do dia a dia, com a internet. Nesse ponto, deve-se citar que vários autores abordam o envelhecimento do termo redes de computadores, pois há diversos outros dispositivos que se interconectam com a rede, não fazendo mais sentido uma rede somente de computadores. Há uma grande gama de equipamentos que se conectam de alguma maneira à internet, como TVs, notebooks, smartphones e carros; a quantidade de dispositivos só aumenta. Na Figura 4, temos diversos exemplos desses dispositivos. Figura 4 – Dispositivos da rede Crédito: PureSolution / Shutterstock. Esse tipo de conexão viabiliza o controle de forma remota a objetos sem conexão com a rede mundial ou a LAN. Inclusive, permite que esses objetos sejam acessados por provedores de serviço. A IOT evidencia uma fatia crescente da tecnologia digital, se aproveitando de uma extensão da internet para melhorar a vida das pessoas, O nome internet of Things apareceu em 1999. Nessa época, o termo era muito relacionado à tecnologia RFID (Identificação por rádio frequência). Na Figura 5, temos vários sensores (tags) dessa tecnologia. 6 Figura 5 – Dispositivos da rede Crédito: Cake 78 / Shutterstock. Na Figura 6, temos um exemplo de uso dessa tecnologia, com o pagamento de passagens em um transporte público. Figura 6 – Uso do RFID Crédito: DRogatnev / Shutterstock. No ano de 2005, aumentou a procura por esse tipo de rede, crescendo o uso em automação residencial, comercial e dentro da indústria. Entre 2008 e 2010, o termo internet das coisas passou a ser usado em relação com o amadurecimento da tecnologia de redes de sensores sem fio (RSSF). 7 A partir de 2012, foi declarada uma das redes mais promissoras, provisionado que em 10 anos seria visto um pico de utilização no mercado residencial, comercial e industrial, assim como no âmbito acadêmico. Atualmente, diversos dispositivos têm a característica de se comunicar uns com os outros, conseguindo inclusive atuar em determinados eventos, provendo informações. São chamados de objetos inteligentes. TEMA 3 – TRANSFORMAÇÃO DIGITAL É cada vez mais difícil encontrar pessoas que passam o dia sem telefones celulares. No mundo, tem-se 7,4 bilhões de pessoas; esse número já foi ultrapassado pelos dispositivos inteligentes. Cresce a quantidade de pessoas que ficam conectadas à internet, inclusive com vários dispositivos diferentes durante o dia. Na Figura 7, temos um smartwatch e um smartphone, ou seja, um relógio inteligente e um telefone inteligente. São acessórios que nesse contexto fazem a aquisição de dados durante a prática de exercícios, dando subsídios para que os praticantes de esporte tenham informações valiosas para a melhoria de sua performance ou de sua saúde. Figura 7 – Dispositivos inteligentes Crédito: Redpixel.pl / Shutterstock. Nesse momento, surge a pergunta: como é possível tanto dispositivos estarem conectados? Bem, as redes atuais tornam tudo isso possível: uma nova era de endereçamento promete englobar um número gigantesco de dispositivos inteligentes conectados à rede mundial. Imagine uma malha de interconexão que permite adicionar smartphones, sensores de tipos variados, dispositivos médicos ou de medição. 8 Essa é a transformação digital que cresce diariamente, definida pela aplicação e pelo fornecimento de tecnologia para as empresas, para as pessoas evoluírem em termos de processos e produtos. Tem-se a estimativa de que 3 milhões de dispositivos sejam conectados à internet de forma mensal. Na Internet das Coisas, o dispositivo físico básico deve conter pelo menos uma desses componentes: Processador – é um componente eletrônico especializado. Esse componente pode ser comparado com o cérebro humano, pois no computador processa dados, resolve situações programadas e toma decisões; é um componente central de um dispositivo inteligente. Na Figura 8, temos uma foto de um processador em uma placa de circuito impresso. Memória – Nesse tipo de componente, são guardados informações ou dados necessáriospara o processamento. Por exemplo, se tivermos um sensor de temperatura que armazena o valor da temperatura mais alta no dia, ele guardará numa memória. Interface de comunicação – Na interface de comunicação que é feita a transmissão de dados para o mundo externo. Existem vários tipos de tecnologia de comunicação, como bluetooth, Wi-Fi, 3G, ethernet, entre outros. Sensores ou atuadores – Esses componentes são responsáveis por sensoriar e atuar no mundo real ou físico. Toma-se por exemplo a Figura 9, que é um dispositivo de marcação de ponto eletrônico para o controle de horário de trabalho. Nesse caso, o sensoriamento é feito por uma leitora de digital, ou seja, a impressão digital que se tem nos dedos, assim que o leitor de digital faz a aquisição dos dados e compara com um banco de dados de funcionários. Se a impressão digital corresponder a uma que tenha no banco e seja relacionada com um profissional, é “batido o ponto”. Aqui, entra em cena o atuador, que pode registrar o ponto do funcionário em um banco de dados de horário, e também imprimir um recibo de marcação para o funcionário ter como forma de recibo. 9 Figura 8 – Processador em uma placa de circuito impresso Crédito: Blue Andy / Shutterstock. Figura 9 – Processador em uma placa de circuito impresso Crédito: K.Chuansakul / Shutterstock. Quando o dispositivo tem algum desses componentes, é chamado de objeto inteligente (smart objects). TEMA 4 – TUDO CONECTADO A quantidade de dispositivos ligados na IOT é grande, como foi relatado nos tópicos anteriores, porém a pergunta de agora é o que pode ser ligado na IOT? Ainda não há limites; se o dispositivo tiver algum dos itens como processador, memória, interface de comunicação, sensores e atuadores, pode ser praticamente qualquer “coisa”. 10 Fica difícil limitar o uso da IOT, pois basta preparar qualquer dispositivo que se quiser conectar à internet com o hardware necessário. Se quiser que uma geladeira acesse a internet, adequa-se uma placa de circuito impresso com processador, memória e interface de rede, e se tem minimamente o acesso à internet; finalmente, instala-se os sensores ou atuadores que se desejar. Na verdade, só é preciso saber o quanto de hardware colocar no dispositivo que se quer controlar, e se vale a pena financeiramente. Aliás, esse é um ponto de extrema importância, pois, como pode-se implementar-se em quase tudo, é preciso analisar as vantagens de se colocar tal dispositivo na internet. Na Figura 10, temos uma geladeira conceito inteligente, mostrando que há somente meio litro de leito dentro da geladeira. Figura 10 – Geladeira Inteligente Crédito: Andrey Suslov / Shutterstock. Os dispositivos podem ser chamados de endpoints, e normalmente utilizam o endereçamento IP para funcionar. Um dispositivo que cresce em quantidade de usuários é a câmera IP, que é um tipo de câmera de vídeo controlada ou acessada por rede local ou pela Internet. 11 Figura 11 – Câmera IP Crédito: Casezy idea / Shutterstock. Com a vantagem de transmitir as imagens para internet, sendo vistas em um smartphone, esse tipo de câmera tem caído no gosto das pessoas que quererem monitorar empreendimentos, patrimônio, pessoas etc. Além do monitoramento, pode-se interligar um sistema de alarme e/ou aviso de autoridades, que podem ter acesso a essas imagens, aumentando a segurança. Na Figura 12, temos um sistema de alarme com câmeras e as imagens sendo transmitidas a um dispositivo – nesse caso, um tablet. Figura 12 – Sistema de segurança Crédito: Andrey_Popov / Shutterstock. Já no âmbito da saúde, existem diversos wearables (dispositivos tecnológicos que se usam como peças de vestuário) que se conectam com dispositivos móveis, que fazem a aquisição de dados para melhoria da saúde. 12 Pessoas com doenças degenerativas que afetam as funções do cérebro podem instalar sensores que se conectam aos smartphones e coletam dados sobre tremores, insônia (com ajuda de sleep trackers), localização (se as pessoas vaguearem sem rumo), entre tantas outras funções. A coleta de dados e a atualização do prontuário fica muito mais dinâmica e efetiva. Nos planos de saúde não é diferente: a coleta de dados ajuda a monitorar os clientes e nesse contexto premiar os que tiverem uma vida mais saudável e com maior quantidade de atividades físicas. TEMA 5 – BLOCOS BÁSICOS DA IOT Pode-se dizer que a IOT é um combinado de tecnologias que têm como foco viabilizar a integração de dispositivos no mundo real para a realidade virtual. Esses dispositivos têm suporte de diversos aplicativos, que fazem a aquisição de informações úteis com o apoio de várias tecnologias, realizando de forma autônoma a comunicação mútua para a melhoria dos processos do dia a dia. A Figura 13 mostra os blocos da IOT. Figura 13 – Blocos básicos da IOT Fonte: Santos et al., 2019. Sensores e Atuadores – sensores têm o papel de fazer a aquisição dos dados, podendo fazer a função de armazenar dados ou enviá-los para dispositivos que têm essa função, ou para uma cloud. As clouds são usadas 13 para armazenamento de dados em servidores remotos sob o domínio de uma empresa. São servidores que, além de armazenar e fazer a gestão de dados, podem fazer a execução de aplicativos e fornecer serviços ligados à internet. Já os atuadores são utilizados para a manipulação do ambiente ou para a reação a eventos programados. Identificação – Esse bloco tem extrema importância, pois é essencial que os objetos inteligentes sejam identificados de um jeito único, para garantir a conectividade com a internet. Neste bloco, se escolhe qual tecnologia de identificação será usada. Existem diversas, como: RFID, NFC e o endereçamento IP. NFC é a sigla de Near Field Communication. Essa tecnologia não usa cabos, e troca informações somente aproximando os dois dispositivos. Na Figura 14, temos uma pessoa pagando sua conta com esse tipo de tecnologia Comunicação – Neste bloco, são feitas as conexões entre os dispositivos, tais como WI-FI, bluetooth, IEEE 802.15.4, entre outros. Apresentam importância elevada, por conta de seu papel relevante no consumo de energia, item cíitico na IOT. Computação – Neste bloco, é definida a tecnologia de processamento utilizada, como microcontroladores, processadores ou FPGAs (Field Programmable Gate Array, placas programáveis). Eles têm a função de executar, de forma local, os programas contidos no dispositivo IOT. Quanto mais poderio tiver este bloco, mais rapidamente serão executadas as funções, aspecto proporcional ao custo. Serviços – a IOT consegue entregar vários tipos de serviços, como serviços de identificação, que fornecem o mapeamento de entidades físicas, como temperatura, ou coordenadas geográficas de um determinado objeto: o Serviços de agregação de dados – aquisição de dados. o Serviços de colaboração e inteligência – depois da aquisição dos dados os utilizam para a reação de eventos ou tomada de decisões. o Serviços ubíquos – serviços de colaboração e inteligência disponíveis a todo momento e em qualquer lugar. Semântica – Trata-se da capacidade de retirar o conhecimento dos dispositivos IOT, ou seja, da utilização dos recursos técnicos dos 14 dispositivos. Para tanto, podem ser utilizadas técnicas como RDF (Resource Description Framework), OWL (Wen Ontology Language) e EXI (Efficient XML Interchange). Figura 14 – Tecnologia NFC Crédito: Rido / Shutterstock. 15 REFERÊNCIAS COELHO, P. Internet das Coisas. Introdução Prática. FCA Editora de Informática, 2017. JUNIOR, S. L. S. IOT - Internet das coisas: Fundamentos e aplicações em Arduino e NodeMCU. São Paulo: Érica, 2018. OGLIARI, R. D. S. Internet Das Coisas Para Desenvolvedores. São Paulo: Novatec,2019. OLIVEIRA, S. D. Internet das Coisas com Esp8266, Arduino e Raspberry Pi. São Paulo: Novatec, 2017. SANTOS et al. Internet das Coisas: da Teoria à Prática. Disponível em: <https://homepages.dcc.ufmg.br/~mmvieira/cc/papers/internet-das-coisas.pdf>. Acesso em: 23 dez. 2019.
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