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AULA 2 INTERNET DAS COISAS Prof. Juliano de Mello Pedroso 2 TEMA 1 – ÁREAS DE IMPACTO DA IOT A IOT tem a promessa de incrementar a eficiência dos processos nas empresas. De acordo com o relatório “Internet das coisas: um plano de ação para o Brasil”, de 2017, executado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, a IOT vai impactar quatro setores produtivos até 2025: • Saúde: impacto entre US$ 5 bilhões e US$ 39 bilhões; • Indústria: impacto entre US$ 11 bilhões e US$ 45 bilhões; • Rural: impacto entre US$ 5 bilhões e US$ 21 bilhões; • Cidades: impacto entre US$ 13 bilhões e US$ 27 bilhões. Na Figura 1, temos uma loja de departamentos, em que a IOT pode ajudar de diversas formas. A primeira delas é o controle de estoque: se cada peça receber uma TAG com a tecnologia RFID, por exemplo, cada vez que chegar um produto para ser comprado no caixa, ele será descontado do estoque de forma automática. Além disso, a mesma TAG pode servir de proteção, pois se passar na porta de forma não autorizada os responsáveis pela loja também saberão. Figura 1 – Loja de departamentos Crédito: Larina Marina/Shutterstock. Existem projetos que usam essas determinadas TAGs em conjunto com um aplicativo de celular para ajudar pessoas cegas a saber o tamanho da roupa, cores, modelos e preços. As TAGs RFID substituem o código de barra usado nas etiquetas dos produtos. No agronegócio, não é diferente: existe uma infinidade de oportunidades do uso da IOT. Na Figura 2, temos o esquema de um tablete acessando informações úteis do campo. 3 Figura 2 – Aquisição de dados no agronegócio Crédito: PanAek Photographer/Shutterstock. Existem sensores que podem analisar o PH da água que está sendo utilizada para irrigar, tudo em tempo real. Pode se ter o sensoriamento da temperatura em estufas em que as plantas exigem tal controle. A criação animal pode ser sensoriada por meio de TAGs que forneçam a localização geográfica, ou que monitorem o ambiente. Na habitação, também existe um sem número de melhorias que podem ser feitas por meio da IOT. Diversos condomínios já adotam procedimentos de segurança utilizando câmeras IP, assim como TAGs para acessar locais privativos nos condomínios, até mesmo substituindo as chaves nos apartamentos. Na Figura 3, temos uma fechadura que é aberta por meio da aproximação de uma TAG RFID. Esse tipo de fechadura também controla os horários de entrada, quais pessoas entraram no ambiente e quanto tempo ficaram. A controladoria do prédio também pode instalar dispositivos inteligentes para controlar consumo de gás, energia elétrica e água dentro das instalações, identificando se há pontos de desperdício, para que seja possível tomar medidas de conscientização. Figura 3 – Acesso controlado por RFID Crédito: Chutima Chaochaiya/Shutterstock. 4 TEMA 2 – TUDO SE CONSEGUE PROGRAMAR A IOT tem crescido em atenção dos fabricantes e de profissionais da área de TI. Entretanto, ainda não está totalmente claro quais profissões serão criadas; o que se pode saber é que haverá uma nova variedade de cargos e serviços com o advento da IOT. Nesse contexto, é importante saber as definições e os conceitos que permeiam a IOT, muitos dos quais derivados de redes de computadores ou dispositivos, e da Tecnologia da Informação. Um dos conceitos mais básicos da programação em geral, e que foi trazido para a IOT, é o fluxograma, que é uma ilustração gráfica do processo que será utilizado no procedimento a ser programado. O fluxograma é utilizado em diversa áreas, como engenharia, programação de aplicativos e ciências. Trata-se de uma ferramenta poderosa, que pode ser usada em tantas outras atividades. O fluxograma mostra os estados possíveis, as tomadas de decisões e o que acontece quando se escolhe uma dessas decisões. Na Figura 4, temos um fluxograma de troca de uma lâmpada. Figura 4 – Fluxograma de troca de uma lâmpada 5 2.1 Sistema operacional, software de aplicativo e linguagens de programação O sistema operacional é um software que faz uma interface entre o ser humano e o hardware a ser usado. Tem as funções de implementar, via software, os comandos a serem executados pelo hardware, por exemplo uma impressão. Existem diversos sistemas operacionais, tais como Windows, Linux, Apple OSX. Na Figura 5, temos um sistema operacional em uso. Figura 5 – Sistema operacional Windows Crédito: manaemedia/Shutterstock. Um software de aplicativo é um programa que faz alguma função útil ao usuário, ou até mesmo a outro software. Há uma infinidade de aplicativos, tanto de computadores quanto de dispositivos, tais como Word, Excel, Autocad, WhatsApp. Na Figura 6, temos um aplicativo para chamar táxi. Figura 6 – Táxi on-line Crédito: Jongsuk/Shutterstock. Um aplicativo é concebido em uma linguagem de programação; ou seja, para se fazer um programa tem de se construi-lo em uma linguagem de programação qualquer. Existem diversas linguagens de programação, como Python, C, C++, C#, Java, Assembler, entre muitas outras. Na Figura 7, temos uma tela de uma linguagem de programação. 6 Figura 7 – Linguagem de programação Crédito: Chenyang Lin/Shutterstock. O processo parte da escolha de uma linguagem de programação que tenha mais vantagens para implementar. Depois disso, é feito um fluxograma ou algum tipo de algoritmo, para que se possa dar início ao processo de concepção do aplicativo que quer se programar. Existem diversas linguagens de programação que podem ser usadas em IOT. Elas dependem muito do hardware que for escolhido, em linguagem C ou Python e diversas outras. Diversas linguagens compilam os programas junto com as instruções de linguagem de máquina. Por exemplo, a linguagem C++ usa esse processo, chamado de linguagem compilada. Já a linguagem de programação Python é interpretada: as instruções são interpretadas diretamente, sem passar pela fase de compilação. TEMA 3 – PROTOTIPAGEM DA IDEIA Fazer um protótipo é implica desenvolver um modelo rudimentar de um dispositivo ou sistema. Para se construir um protótipo na IOT, é importante ter as seguintes habilidades: projetista, elétrica, mecânicas e saber uma linguagem de programação. São diferenciais úteis conhecer o protocolo de rede TCP/IP (Transfer Control Protocol/ Internet Protocol) e ter alguma habilidade manual para construir um modelo funcional. Como a IOT é relativamente nova, agora é a hora de se desenvolver novos protótipos. A IOT envolve pessoas, procedimentos, informações e objetos; assim, quase não há limite de criação e incorporação. A primeira etapa de prototipação é a concepção da ideia. Depois de concebida a ideia, é a hora dos materiais físicos. É necessário ter habilidades 7 técnicas em trabalho manual, com diversos tipos de matérias, como madeira e metais. Inicialmente, pode haver um problema de gargalo no projeto, ou seja, atrasa-se a entrega do protótipo. Na Figura 8, temos uma montagem em madeira. Figura 8 – Prototipagem em madeira Crédito: rawf8/Shutterstock. Além de peças e ferramentas, é interessante procurar fabricantes que tenham know how para ajudar a conceber a ideia. Por exemplo, a Lego Mindstorms tem uma coleção voltada para a prototipagem de robôs didáticos e outros dispositivos que envolvem movimento e automação. Na Figura 9, temos uma criança utilizando um kit desse. Figura 9 – Prototipagem em madeira Crédito: AlesiaKan/Shutterstock. E uma das ferramentas atuais mais interessantes para a prototipação é a impressora 3D. Ela tem como objetivo a construção de objetos com base em um arquivo concebido em software 3D. Atualmente, possibilita uma infinidade de 8 aplicações. Na Figura 10, temos uma impressora 3D executando a impressão de umapeça. Figura 10 – Impressão 3D Crédito: asharkyu/Shutterstock. TEMA 4 – TUDO GERA DADOS Dados podem ser definidos por informações que são enviadas por todos os dispositivos ou softwares conectados à rede. Um celular pode gerar diversos tipos de dados tais como fotos, mensagens, áudio, vídeo, entre outros. Na Figura 11, temos uma pessoa sentada no parque acessando um site de compras online e escolhendo a cor de um sapato. Figura 11 – Compras online Crédito: Georgejmclittle/Shutterstock. 9 Nesse caso, são gerados diversos tipos de dados. Como há pagamento, pergunta-se o endereço de entrega. Isso acontece a todo momento. O número de sensores tem crescido de forma exponencial, em câmeras de segurança, automóveis inteligentes, medidores de temperatura e até mesmo no agronegócio. Por esse motivo, e vários outros, nasce o Big Data. O Big Data é um número elevado de informações, porém ainda não está definido o que é um grande volume de dados. Pode-se classificar uma empresa que tem um Big Data por algumas características: • Trabalhar com dados que exige aumento de armazenamento periódico; • As informações crescem em base exponencial ou numa velocidade muito grande; • Dados provenientes de diversas fontes. Por exemplo, um voo da Itália para Cingapura em um Airbus A380 pode gerar mais de um PetaByte de informações. Vamos a um exemplo prático na Figura 12, em que vemos uma plantação de laranjas. Imagine uma fazenda que colhe laranjas com sensores em cada árvore e uma câmera na máquina, que faz a colheita das frutas, enviando uma foto em close da laranja de dez em dez minutos. Os dados chegam a um fornecedor, que recebe os dados de 500 empresas. Esse fornecedor trabalha com Big Data? Figura 12 – Plantação de laranjas Crédito: KorArkaR/Shutterstock. 10 A resposta é sim, pois: • recebe, em tempo real, uma quantidade grande de dados; • recebe dados de diferentes fontes. As empresas enfrentam desafios de armazenamento, pois se a quantidade de dados aumentar, a empresa deve arranjar formas de guardá-los. Por esse motivo, normalmente as empresas adquirem serviços de armazenamento de terceiros. Na maioria das vezes, o Big Data é armazenado em diversos servidores, quase sempre em Data Centers. Esses lugares fornecem segurança, acesso direto e caminhos redundantes de acesso. Existe também o conceito de armazenamento em nuvem. A nuvem é composta por grupos de servidores que, por meio da internet, fornecem locais remotos para o armazenamento de dados. Na Figura 13, temos a representação desse tipo de tecnologia, que é como se fosse uma nuvem. Figura 13 – Representação de nuvem Crédito: Billion Photos/Shutterstock. TEMA 5 – BATERIA A bateria é um componente que fornece energia para os dispositivos IOT. Sua função é crítica, porque, apesar da grande possibilidade de uso da Internet das coisas, por outro lado não é interessante trocar a bateria de sensor por sensor na IOT. Por exemplo, na Figura 14, temos um desenho de um carro elétrico sendo recarregado. 11 Figura 14 – Carro elétrico em recarga Crédito: Irina Strelnikova/Shutterstock. Mesmo sendo um carro elétrico, que pode ser recarregado, se aumentamos a quantidade de sensores inteligentes, precisaremos de cada vez mais energia da autonomia do carro. Além de conceber novas e melhores baterias, os fabricantes devem tomar cuidado com o descarte. Como pode ser visto na Figura 15, existem diversos tipos de baterias. Utilizar materiais que não agridam o meio ambiente é quase que uma palavra de ordem. Figura 15 – Diversas baterias Crédito: VectorShow/Shutterstock. 12 Nesse contexto, existem diversos projetos que usam IOT para retirar energia do ambiente ao seu redor. Por exemplo, diversos sensores utilizam a luz solar para ativar os seus circuitos e as suas comunicações. Em paralelo, fabricantes desenvolvem circuitos cada vez menores e mais eficientes energeticamente. Outra tendência é o uso do grafeno, que é um arranjo de carbono do tipo cristalino, similar ao grafite. Pode ser usado como semicondutor de energia e está sendo preparado para ser usado em baterias de smartphones. Na Figura 16, temos a estrutura do grafeno em um desenho esquemático, por meio de uma ilustração 3D. Figura 16 – Estrutura do grafeno Crédito: Rost9/Shutterstock. 13 REFERÊNCIAS COELHO, P. Internet das Coisas. Introdução Prática. FCA Editora de Informática, 2017. JUNIOR, S. L. S. IOT - Internet das coisas: Fundamentos e aplicações em Arduino e NodeMCU. São Paulo: Érica, 2018. OGLIARI, R. D. S. Internet Das Coisas Para Desenvolvedores. São Paulo: Novatec, 2019. OLIVEIRA, S. D. Internet das Coisas com Esp8266, Arduino e Raspberry Pi. São Paulo: Novatec, 2017. SANTOS et al. Internet das Coisas: da Teoria à Prática. Disponível em: <https://homepages.dcc.ufmg.br/~mmvieira/cc/papers/internet-das-coisas.pdf>. Acesso em: 23 dez. 2019.
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