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AULA 4 INTERNET DAS COISAS Prof. Juliano de Mello Pedroso 2 TEMA 1 – REDES DE DADOS DE CELULAR Existem diversas tecnologias para a transmissão de dados na internet das coisas; a rede de dados de celular é uma delas. Na Figura 1, temos as gerações de redes de dados de celular que podem ser usadas para transmitir informações na IOT. Figura 1 – Gerações da rede de dados do celular Fonte: Hardqor4ik/Shutterstock. Todos os padrões são aplicáveis à internet das coisas 3G/4G/5G. Essa tecnologia é utilizada quando se precisa chegar a distâncias grandes, pois conseguem tirar proveito da rede de telefonia celular. Na Figura 2, temos uma estação rádio base com equipamentos de dados da telefonia celular. Figura 2 – Estação rádio base Fonte: KPhrom/Shutterstock. A grande desvantagem de se usar esse tipo de rede para a internet das coisas é o grande consumo de energia se comparamos com outras tecnologias. 3 1.1 3G No ano de 2003, a tecnologia 3G teve seu início, similar ao sistema europeu, operando com frequências de 2,1GHz, com velocidades de transmissão em torno de 330kbps até 2Mbps. A rede 3G manteve a compatibilidade com a rede 2G. E havia muitos indícios de que iria impulsionar o tráfego de dados em dispositivos móveis. Na Figura 3, temos a quantidade de possibilidades que a rede de celular proporcionava quando se fala em acesso à internet. Figura 3 – Crescente número de aplicativos disponíveis no celular Fonte: Sdecoret /Shutterstock. Uma torre com a tecnologia de rede de dados 3G pode suportar de 60 a 100 clientes compartilhando a rede de forma aceitável. 1.2 4G No 4G, na rede de dados de telefonia celular, as velocidades foram aumentadas para 3Mbps a 20Mbps e essa característica impulsionou essa tecnologia a ser chamada de banda larga móvel por apresentar valores de velocidades parecidas com a Adsl ou cable modem. O número de usuários conectados a essa rede por uma torre aumentou para até 400 pessoas. O 4G utiliza o LTE (Long Term Evolution). Além do 4G, temos outras subdivisões: a tecnologia 4G+ e 4,5G. 4 O 4G+ é um tipo de 4G que junta frequências diferentes e consegue aumentar a velocidade de transmissão e também tem mais estabilidade de conexão, porém, para que o dispositivo móvel atue em 4G+, tem que ter compatibilidade de software (sistema operacional) e também a operadora disponibilizar a tecnologia na região, senão o dispositivo irá conectar com o 4G simples mesmo. O 4,5G opera com uma junção ainda maior de faixa de frequências. Na Figura 4, temos um comparativo, porém depende muito da distância, da quantidade de usuários e da disponibilidade da operadora, então serve somente de comparativo de velocidades. Figura 4 – Velocidades de upload e download 1.3 5G A tecnologia mais nova de todas promete taxas de download na faixa de Terabits (Tbps), algo em torno de 65 mil vezes mais rápido que redes 4G. TEMA 2 – ETHERNET Essa tecnologia é a única citada que é cabeada, ou seja, tem sua transmissão de dados utilizando cabos metálicos ou não. 5 Esse padrão utiliza a norma IEEE 802.3 com o nascimento nos meados dos anos 80 e até os dias de hoje. Essa tecnologia de fácil adaptação e simples se difundiu de forma global. Hoje em dia temos dois tipos de cabeamentos principais: par trançado e fibra ótica. A grande diferença entre os dois cabeamentos é a vazão de dados e a distância em que cada uma das tecnologias alcança. O cabo par trançado alcança normalmente (se for de categoria 5) em torno de 100m, já o cabo de fibra ótica de 1km até 50 km. Já as velocidades também destoam de forma grande: o par trançado pode transmitir 1Gbps e a fibra ótica começa em 10 vezes mais. A desvantagem fica por conta de essa tecnologia não ter mobilidade, ou seja, como é um acesso a rede cabeado, a troca de lugar fica atrelada à disponibilidade de ponto de rede. 2.1 Par trançado O cabo par trançado é um cabo metálico constituído de oito pares de fios (se forem usados para redes de dispositivos) e utilizam um conector terminador chamado de RJ45 (macho) como pode ser visto na Figura 5 que está no final do cabo amarelo desconectado do roteador. Figura 5 – Conector RJ45 Fonte: Sombat Muycheen /Shutterstock. Esses cabos são interligados por equipamentos de rede, tais como switches, hubs e roteadores. 6 Um hub é um dispositivo de rede local mais antigo e está sendo substituído pelo switch, na figura 6 temos vários switches e com várias conexões cabeadas RJ45 par trançado. Figura 6 – Switches utilizando par trançado Fonte: Macka/Shutterstock. A partir do switch o cabeamento, segue até o usuário através de tubulações internas ou externas da parede até chegarem em tomadas próprias para receberem o cabo conforme Figura 7. Figura 7 – Tomada do cabo par trançado Fonte: Abscent/Shutterstock 2.2 Fibra óptica O cabo par trançado, por ser metálico, pode sofrer com ruídos eletromagnéticos, ou seja, se um cabo de par trançado ficar perto de uma fonte 7 de ruído elétrico tais como fornos, reatores de lâmpada fluorescente ou cabos elétricos em geral, poderá perder dados na transmissão. Já o cabo de fibra ótica, que é feita de vidro ou materiais não metálicos, não apresenta esse problema. Na Figura 8, temos um cabo com diversas fibras óticas diferenciadas pelas cores. Figura 8 – Cabo de fibra ótica Fonte: Sashkin/Shutterstock. As desvantagens da fibra ótica ainda são o preço e a construção de curvas para a passagem dentro das tubulações. TEMA 3 – WI-FI É um tipo de rede wireless, que significa redes sem fio, que não utilizam cabeamento, existem diversos tipos de redes sem fio, a rede Wi-Fi é uma das mais difundidas pelo seu uso em smartphones e tablets. Para ter acesso a uma rede Wi-Fi, é só participar da área de cobertura de um hotspot (ponto central da rede sem fio), sem a necessidade de se ter uma licença, pois a frequência de transmissão é uma das frequências liberadas pelo governo. O Wi-Fi é uma das tecnologias que mais cresce, pois é a que mais torna as conexões acessíveis. Esse tipo de tecnologia tem como base o padrão IEEE 802.11, que descreve um apanhado de regras para a transmissão e a codificação. Lançada em meados de dos anos 90, tinha velocidades de transmissão de 2Mbps, a versão seguinte já elevou para 11Mbps. Atualmente as velocidades estão entre 600Mbps e 1300Mbps se usar a versão IEEE 802.11ac. Na Figura 9 temos um dos símbolos clássicos do Wi-Fi. 8 Figura 9 – Símbolo do Wi-Fi Fonte: Mamadesigner/Shutterstock. A tecnologia Wi-Fi tem como grande função substituir o padrão ethernet e está conseguindo por causa da mobilidade. Esse tipo de tecnologia está em diversos estabelecimentos como vantagens para clientes. Na Figura 10, temos duas pessoas acessando a rede Wi-Fi num restaurante. Figura 10 – Acesso ao Wi-Fi num restaurante Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock. O Wi-Fi ajuda na mobilidade da rede ethernet, inclusive uma boa parte das redes mistura as duas tecnologias: um pedaço com a rede ethernet e outro com a rede sem fio. Tem grande alcance de conexão e também a velocidade na transmissão de dados. Entretanto não tem controle de consumo de energia, motivo tal que diminuía seu uso na IOT, principalmente em dispositivos que são autônomos. O Wi-Fi é geralmente confundido com o 3G/4G do celular, pois fornece internet ao aparelho celular, porém são duas tecnologias diferentes de acesso de 9 dados. A rede 3g\4G é fornecida pela operadora de celular e a rede Wi-Fi é fornecida pelo estabelecimento de trabalho, residência ou comercio e pode vir de uma operadora, porém são caminhos diferentes de transmissão de dados. Com o advento do crescimento douso das tevês inteligentes é uma solução ter uma rede Wi-Fi em casa, pois tem a possibilidade de se atender a todos os equipamentos (que só aumentam de número). Na Figura 11, temos um exemplo de smart tv que usa a tecnologia Wi-Fi. Nesse tipo de dispositivo pode-se assistir a vídeos sob demanda, acessar internet, comprar objetos em lojas virtuais, entre outras coisas. Figura 11 – Smartv Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock. TEMA 4 – ZIGBEE A tecnologia é baseada no padrão IEEE 802.15.4, sendo também uma tecnologia wireless. No Wi-Fi havia o problema da capacidade de consumo de energia, já o zigbee tem como características principais o baixo consumo energético e o baixo custo. Ambas as tecnologias são usadas para aplicativos domésticos. Ambas as tecnologias suportam protocolos baseados em segurança. A desvantagem é a velocidade baixa na transmissão de dados, porém trata de dispositivos que não têm alta taxa de transmissão, sendo uma tecnologia interessante para ser utilizada na internet das coisas. Na Figura 12 temos uma interface de comunicação zigbee. São módulos relativamente pequenos de baixo custo. E uma malha zigbee pode conter mais de 65000 dispositivos. 10 Figura 12 – Módulo de transmissão zigbee Fonte: Digi, S.d. Diferente do Wi-Fi, que tem maior acesso em internet para smartphones e outros dispositivos que acessam diretamente a internet, temos o protocolo zigbee ajudando dispositivos corriqueiros dentro da casa, principalmente para aplicativos de monitoramento e controle. Na Figura 13, temos diversos exemplos de utilização dessa tecnologia dentro de uma residência, tais como termostatos de temperatura, medidores de energia e dispositivos inteligentes. As aplicações típicas são interruptores de luz, detectores de fumaça, medidores inteligentes, sensores e assim por diante. Figura 13 – Zigbee na casa Fonte: Arka38/Shutterstock. 11 A tecnologia zigbee é similar ao TCP\IP, porém não tem compatibilidade com o TCP\IP. Dessa maneira, informações que usam o protocolo zigbee não são transmitidas de forma direta, pela internet. Para resolver essa questão, pode-se usar o DotDot. O DotDot é uma linguagem universal da internet das coisas que possibilita que objetos inteligentes trabalhem em conjunto, como zigbee, IP entre outras. Numa rede zigbee, três entidades se destacam: coordenador, roteadores e dispositivos finais. O coordenador (um para cada rede) é responsável pelo armazenamento de dados sobre a rede e atua na segurança de redes, sendo o repositório das chaves. O roteador tem o papel de transmitir dados para outros dispositivos de rede, já o dispositivo final consegue somente falar com o roteador ou com o coordenador. O roteador normalmente é ligado a uma fonte ilimitada de energia enquanto um dispositivo final é ligado a uma bateria. Na Figura 14 temos um esquemático de como é feita a interação da rede zigbee. Figura 14 – Rede zigbee 12 TEMA 5 – BLUETOOTH LOW ENERGY A empresa Ericsson criou o protocolo de comunicação bluetooth para ser uma alternativa ao protocolo RS-232. Atualmente uma das principais soluções para redes de pequeno alcance, na Figura 15 temos um fone de ouvido bluetooth. Figura 15 – Fones bluetooth Fonte: Sergey Eremin/Shutterstock. Essa tecnologia é utilizada em larga escala nos dispositivos inteligentes do dia a dia e os gadgets. Esse tipo de rede é definido como PAN (Personal Area Network) usado em celulares, computadores, videogames, entre outros. Existem alguns tipos de bluetooth tais como: bluetooth clássico, bluetotth high speed e bluetooth low energy. Diferente das outras a bluetooth low energy tem o foco em otimização da energia para dispositivos autônomos. O bluetooth low energy (BLE) foi arquitetado visando uma classe nova de aplicações tais como saúde e entretenimento. A Bluetooth Special Interest Group comercializa esse tipo de tecnologia sem fio. Nesse tipo de tecnologia, você poderia estar parado numa loja de departamentos e receber uma propaganda direcionada ao seu gosto. Para se economizar energia, o BLE permanece a maior parte do tempo em sleep (Idle), que significa desligado ou hibernando. Sai desse estado poucas vezes para transmitir poucos dados e através de conexões que duram pouquíssimo tempo em torno de milissegundos. Dispositivos que usam essa tecnologia tem gasto de energia de picos de 7mA, porém com média de 1uA somente. 13 Na Tabela 1 a seguir, temos um compilado das quatro tecnologias de rede sem fio. Tabela 1 – Características das tecnologias de rede sem fio Características Bluetooth Low energy Bluetooth Classic Wi-fi Zigbee Camada Física GFSK IEEE 802.15.1 IEEE 802.11 IEEE 802.15.4 Energia Consumo muito baixo Consumo muito alto Consumo muito alto Consumo muito baixo Quantidade de Dispositivo Indefinido 7 255 64.000 Alcance (metros) 50 10-100 100-250 10-100 A rede BLE utiliza uma topologia (arranjo físico e lógico) de três maneiras: Ponto a Ponto (P2P), estrela e mesh. A Figura 16 tem o esquemático de uma topologia ponto a ponto, um celular acessando uma geladeira bluetooth. Figura 16 – Rede ponto a ponto bluetooth Se compararmos as duas tecnologias de bluetooth, chegamos à conclusão que têm focos antagônicos. O bluetooth low energy foi construído para transmitir pequenas quantidades de informações, entretanto o bluetooth clássico foi projetado para a transmissão de uma quantidade bem maior de dados, como transferir streaming de vídeo por exemplo. Como o BLE tem um tipo de diferente de utilização, não é o foco substituir o bluetooth clássico e sim criar alternativas para abranger novos casos. 14 REFERÊNCIAS DIGI XBee® Wi-Fi. OEM Module with Fully Integrated Support for Digi Remote Manager. DIGI, S.d. Disponível em: <https://www.digi.com/products/embedded- systems/digi-xbee/rf-modules/2-4-ghz-modules/xbee-wi-fi>. Acesso em: 14 jan. 2020.
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