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Saúde Mental 2 
Professora Rosiane Andrade 
Transtornos 
mentais 
Transtornos mentais 
 
• Humor – É um tom emocional persistente 
percebido ao longo de uma linha contínua 
normal de triste ou alegre. Os transtornos do 
humor são caracterizados por sentimentos 
anormais de depressão e euforia. 
• Transtorno – É o termo usado para definir um 
conjunto de sintomas que geralmente envolvem 
sofrimento pessoal e interferência nas funções 
que o indivíduo precisa exercer em sua vida. O 
transtorno mental precisa ser identificado para 
que possa ser tratado adequadamente. 
• Transtornos do humor 
 
 É caracterizado pela fixação do humor de 
forma que prejudique a vida habitual da pessoa, 
pode ser de forma eufórica ou apática, podendo 
variar entre elas. Os transtornos do humor são 
também chamados de transtornos afetivos, pois 
se caracterizam principalmente por dificuldades 
na área do afeto, que é nossa capacidade de 
vivenciar internamente nossos sentimentos. 
Depressão 
 Caracteriza-se por um estágio mais prolongado 
e grave de abatimentos do humor, a pessoa com 
depressão apresenta tristeza patológica com perda 
da autoestima, normalmente reclama de falta de 
animo, cansaço fácil, desejo de fuga, anorexia e 
perda de peso, diminuição do interesse sexual, 
insônia, concentração e atenção reduzida, 
autoconfiança reduzida, ideias de culpa e inutilidade, 
visão desolada e pessimista do futuro, pensamentos 
suicidas. Grau profundo de tristeza aparentemente 
não relacionada com estímulos externos e por um 
longo período. 
 A tristeza é a resposta normal e apropriada a 
uma perda externa e consciente reconhecida, 
desaparece em um ano. 
 O Luto é um estado subjetivo, que ocorre 
após uma perda. 
 Envolve estresse, dor e sofrimento e um 
prejuízo do funcionamento que pode durar dias, 
meses ou anos. 
 As respostas do luto podem ser 
descomplicadas e adaptadas ou mórbidas e 
patológicas. 
 A depressão é uma resposta patológica do 
luto. 
Tipos de depressão: 
• Depressão endógena – é de origem interna, pode 
ser por perda ou crise (tratamento medicamentoso 
é o mais indicado). 
• Depressão psicogênica – é de origem pela história 
de vida do indivíduo, sintomas são menos graves 
(tratamento psicoterapêutico é mais indicado). 
• Depressão somatogênica - é originada 
principalmente por fatores orgânicos, como uso de 
medicamentos ou interrupção dos mesmos. 
• Depressão pós-parto – algumas mulheres podem 
apresentar na 2° ou 3° semana pós-parto, depressão de 
moderada à grave, com queixas de fadiga excessiva e 
ideação suicida. 
 Casos severos de psicose puerperal ocorrem 
subitamente nos primeiros dias até 3 semanas depois do 
parto com alucinações, delírios e ideias de suicídio e 
infanticídio. 
 
 A maioria das mães com depressão pós-parto 
apresenta grande sentimento de culpa, pois a 
maternidade deveria ser um momento de alegria. 
 Observa-se maior frequência do quadro em mães 
com idade inferior a 16 anos, desajuste conjugal, 
eventos estressantes na história de vida, estado civil 
(solteira ou divorciada), desemprego (puérpera ou 
conjugue), suporte social inadequado, gravidez não 
planejada, número de gestações, antecedente 
psiquiátrico pessoal e/ou familiar. 
Transtorno de ansiedade 
 Constituem grande parte da demanda 
psiquiátrica, sendo classificados como: 
• Transtorno de ansiedade generalizada – Permanece 
em estado de irritabilidade, impaciência e 
apreensão. 
• Transtorno fóbico ansioso – Sintomas de ansiedade 
ocorrem diante de objetos. 
• Fobia específica – Refere-se a medo específico 
de objetos ou situações. 
• Fobia social – Refere-se a medo de se expor em 
ambientes e/ou diante de pessoas. 
• Agorafobia – Refere-se a medo excessivo de 
espaços abertos e/ou multidões. 
Transtornos alimentares: 
 
• Anorexia nervosa – não consegue comer, 
emagrecendo exageradamente, entrando muitas 
vezes em estado de desnutrição. 
• Bulimia – caracteriza-se pelo ato de a pessoa 
provocar vômitos após a ingestão de alimentos 
pelo medo de ganhar peso. 
• Hiperfagia – é a fome insaciável, fazendo com 
que a pessoa coma compulsivamente. 
Transtornos mentais orgânicos 
 
 Causados por comprometimento 
orgânico, seja por doença degenerativa ou 
doença sistêmica que leva a uma disfunção 
do cérebro; podem ocorrer em qualquer 
idade; podem ocorrer em qualquer idade 
sendo transitórias ou não. 
• Dependência química 
 O relato sobre o uso de drogas pela humanidade 
remonta os tempos mais remotos, embora o principal 
objetivo de sua utilização fosse o alívio da dor ou 
servisse como parte da realização de rituais de uma 
determinada cultura. 
 A utilização de substâncias para alterar o estado 
psíquico é conhecida há mais de 4 mil anos, 
principalmente pelo povo egípcio, que naquela época 
já relatava o uso de opiáceos e maconha. 
 A maioria dos medicamentos utilizados na 
antiguidade era originária de plantas, a palavra droga é 
derivada de droog, que em holandês significa folha 
seca. 
 A definição de droga utilizada no meio 
científico é qualquer substância capaz de trazer 
alterações no funcionamento do organismo de um 
ser vivo, resultando em mudanças fisiológicas e 
comportamentais, sejam elas nocivas ou 
medicinais. 
 Embora exista uma diversidade de 
conceituações de dependência química, todas elas 
são unânimes ao afirmar que a dependência é 
considerada uma relação alterada entre o 
indivíduo e seu modo de consumir uma 
determinada substância. 
 A dependência química é uma doença crônica, 
caracterizada por comportamentos impulsivos e 
recorrentes de utilização de uma determinada substância 
para obter a sensação de bem-estar e de prazer, aliviando 
sensações desconfortáveis como ansiedade, tensões, 
medos, entre outras. 
 Quando a dependência a uma droga começa a se 
desenvolver, é comum (principalmente para drogas que 
envolvam o mecanismo de tolerância) que o indivíduo 
aumente as doses e a frequência de uso. 
 A maior parte dos dependentes aumente a dose da 
droga até chegar a um plateau, no qual se estabiliza a 
dose. Há com frequência períodos de aumento e de 
diminuição, assim como a abstinência e recaídas. 
 Os dependentes químicos são vistos como pessoas 
fracas, de pouca força de vontade, sem bom censo e sem 
sabedoria. Porém quando consideramos uma doença, 
podemos olhar sob outra perspectiva: de que se trata de 
um transtorno em que o indivíduo perde o controle do uso 
de determinada substância, e sua vida psíquica, emocional, 
espiritual e física vão se deteriorando gravemente. 
 Segundo os critérios diagnósticos do Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – 
IV), a dependência de substâncias se apresenta sob os 
seguintes sintomas: 
 Um padrão mal adaptativo de uso de substâncias, 
causando prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, 
demonstrado pelo menos três dos seguintes critérios, 
ocorrendo a qualquer momento no mesmo período de 12 
meses. 
 1. Tolerância – definida por qualquer um dos aspectos: 
A) necessidade progressiva de maiores quantidades da 
substância para atingir o efeito desejado; 
B) significativa diminuição do efeito após o uso continuado 
da mesma quantidade da substância. 
 2. Abstinência – manifestada por qualquer um dos 
aspectos: 
A) presença de sintomas e sinais fisiológicos e cognitivos 
desconfortáveis após a interrupção do uso da substância 
ou diminuição da quantidade consumida usualmente; 
B) consumo da mesma substância ou outra similar a fim de 
aliviar ou evitar sintomas de abstinência. 
 3. Utilização da substância em quantidades maiores ou 
por um período maior do que o inicialmente desejado. 
4. O indivíduo expressa o desejo de reduzir ou 
controlar o consumo e a quantidade da substância ou 
apresenta tentativas nesse sentido, porém mal 
sucedidas. 
5. Boa parte do tempo do indivíduo é gasto na busca e 
obtenção da substância, na sua utilização ou na 
recuperação de seus efeitos. 
6. O repertório de comportamentodo indivíduo, como 
atividades sociais, ocupacionais ou de lazer encontra-
se extremamente limitado em virtude do uso da 
substância. 
7. Embora o indivíduo se mostre consciente dos 
problemas ocasionados, mantidos ou exacerbados 
pela substância, sejam físicos ou psicológicos, seu 
consumo não é interrompido. 
 
 
Tipos de drogas e suas ações: 
• Ansiolíticos – Também chamados de tranquilizantes 
são medicamentos capazes de atuar no sistema 
nervoso sobre o estado de ansiedade e a tensão, 
trazendo ao indivíduo uma sensação de calma 
tranquilizadora. 
 Porém, muitas pessoas utilizam de forma 
indiscriminada, sempre que pensa enfrentar uma 
situação que gera ansiedade. 
 Outro grande problema é a mistura dos 
ansiolíticos com bebida alcoólica, o que potencializa os 
efeitos do fármaco e pode gerar uma parada 
respiratória. 
• Cocaína – é uma substância capaz de estimular o 
sistema nervoso central, causando aceleração do 
pensamento, agitação psicomotora, aumento do 
estado de alerta, inibição do apetite, perda do 
medo e sensação de poder. 
 No entanto, as sensações agradáveis por ela 
proporcionados são curtas, e após o seu efeito, o 
usuário pode ser levado a um estado de depressão, 
necessitando de outras doses da droga para ter a 
sensação que está saindo desse quadro. 
• Crack - É obtido a partir da mistura da pasta-base de coca ou 
cocaína refinada (feita com folhas da planta Erythroxylum 
coca), com bicarbonato de sódio e água. Quando aquecido a 
mais de 100ºC, o composto passa por um processo de 
decantação, em que as substâncias líquidas e sólidas são 
separadas. O resfriamento da porção sólida gera a pedra de 
crack, que concentra os princípios ativos da cocaína. O nome 
‘crack’ vem do barulho que as pedras fazem ao serem 
queimadas durante o uso. 
 A diferença entre a cocaína em pó e o crack é apenas a 
forma de uso, mas o princípio ativo é o mesmo. Por ser 
produzido de maneira clandestina e sem qualquer tipo de 
controle, há diferença no nível de pureza do crack, que também 
pode conter outros tipos de substâncias tóxicas – cal, cimento, 
querosene, ácido sulfúrico, acetona, amônia e soda cáustica são 
comuns. 
 O crack geralmente é fumado com cachimbos 
improvisados, feitos de latas de alumínio e tubos de PVC, que 
permitem a aspiração de grande quantidade de fumaça. 
 O uso contínuo pode levar a sérias 
complicações cardiovasculares, respiratórias, 
gastrointestinais, perda da capacidade sexual, 
entre outros. 
 Quanto aos problemas psicológicos 
causados pelo uso prolongado está a 
depressão, ansiedade, irritabilidade, 
agressividade, dificuldades de concentração e 
sentimento de perseguição (paranoia). 
• Maconha – Nome popular da Cannabis Sativa é uma planta que 
possui mais de 400 substâncias, entre elas o THC 
(tetrahidrocanabidol). 
 
 Efeitos agudos e crônicos do uso da maconha 
 Efeitos agudos: 
• Despersonalização; 
• Ilusões (visuais/auditivas) transitórias; 
• Excitação psicomotora, euforia; 
• Irritabilidade; 
• Aumento da sensibilidade aos estímulos sensoriais, maior 
percepção de cores, sons, texturas, paladar, apetite; 
• Boca seca; 
• Aumento da autoconfiança; 
• Comprometimento da memória recente; 
• Conjuntivite, pupilas dilatadas; 
• Taquicardia. 
 
 Efeitos Crônicos 
• Células e Sistema imunológicos - Comprometimento da 
imunidade, aumento de infecções bacterianas e virais, 
carcinogênese e mutação celular. 
• Sistema Cardiovascular - Maior risco de hipertensão 
arterial, doença cérebro vascular ou coronariana como 
consequência da taquicardia e aumento da pressão 
arterial. 
• Sistema Reprodutor - Diminuição da testosterona e da 
produção de esperma, desorganização do ciclo 
ovulatório. Uso na gravidez: hipóxia fetal, 
comprometimento do desenvolvimento fetal, baixo peso 
ao nascimento. 
• Sistema Respiratório - Bronquite crônica, câncer 
pulmonar, faringite, sinusite. 
• Ecstasy – É uma substância inicialmente usada 
como moderador de apetite, porém atualmente 
é extremamente usado por pessoas que 
frequentam festas rave e casas noturnas. 
 Seus efeitos agudos são intensa hipertermia 
(o que leva a desidratação), taquicardia e 
hipertensão, alucinações, aumento da atividade 
física e insônia. 
 Os efeitos causados pelo uso prolongado são 
hepatopatias, cardiopatias, emagrecimento e 
lesão cerebral. 
• LSD – Também conhecido como ácido, é 
uma substância sintética capaz de 
provocar grandes alterações mentais. As 
alucinações ocorrem na área visual e 
auditiva, estados de intensa euforia 
podem ser intercalados com sentimentos 
de medo e tristeza, além de sentimentos 
persecutórios. 
• Esteroides anabolizantes – Estas drogas são utilizadas para a 
substituição de testosterona. Os anabolizantes apresentam 
dois tipos de efeitos: o anabólico (hipertrofia muscular) e 
androgênico (desenvolvimento de características sexuais 
masculinas, como crescimento de pelos, voz grossa e etc.). 
 O uso indevido pode acarretar redução na produção de 
esperma, impotência sexual, dificuldade ou disúria, calvície e 
ginecomastia (crescimento das mamas nos homens e 
diminuição em mulheres), neoplasia hepática, coagulopatias, 
dislipidemia, HAS, cardiovasculopatias, acnes, aumento da 
oleosidade tissular, agressividade, alteração do humor, 
distração. 
• Álcool - é uma das poucas drogas que tem o 
consentimento da sociedade para a sua utilização, o que 
facilita a sua aquisição e o uso indiscriminado em 
qualquer faixa da população. Só é visto como um 
problema, quando é utilizado de forma exacerbada. 
 Os efeitos causados pelo álcool incluem duas fases: 
uma estimulante e outra depressora. 
 Na fase estimulante surge a euforia, desinibição 
social e facilidade para falar em público. Os efeitos 
depressores se traduzem por falta de coordenação motora, 
sonolência e descontrole. O efeito depressor é acentuado 
pelo consumo excessivo do álcool, podendo levar ao 
estado de coma. 
Tratamento 
 
 A dependência química é reconhecida como uma 
doença que afeta o indivíduo no campo biopsicossocial, e 
as estratégias de seu tratamento busca o restabelecimento 
físico, psicológico e a reinserção social do dependente. 
 O tratamento da dependência química é muito 
complexo, e seu sucesso e efetividade estão intimamente 
ligados ao grau de motivação do indivíduo. 
 Os sintomas da dependência não diferem em grande 
escala de pessoa para pessoa, mas a motivação para a 
mudança se apresenta de uma determinada forma para 
cada um, sendo assim, variável. 
 Após uma avaliação do quadro, o tratamento mais 
indicado será discutido junto com o dependente, sua 
família e a equipe multidisciplinar. 
 A internação é parte do tratamento, e não uma única 
estratégia. Ela é utilizada com o objetivo de desintoxicar o 
indivíduo, e não implica na cura da dependência química. 
 Além disso, a internação é necessária quando o 
dependente apresenta sintomas de abstinência muito 
intensos, ou quando quadros psiquiátricos são desencadeados 
pelo uso excessivo de drogas. 
 Após o período de internação (quando necessária), o 
acompanhamento continuado é a estratégia mais indicada nos 
quadros de dependência química. Dessa forma, o tratamento 
multidisciplinar permitirá ao indivíduo lidar com os sintomas 
de abstinência, que poderão estar mais amenos. 
 O tratamento psicológico da dependência química visa 
mostrar ao paciente que ele possui em si próprio meio de 
enfrentamento de situações desconfortáveis sem a utilização 
de drogas. 
 Os aspectos psicossociais exercem um papel muito 
importante na manutenção da doença, pois passados os 
sintomas de abstinência, são eles que permanecem. 
 Assim, o acompanhamento de um psicólogo é de 
extrema relevância para o tratamento da dependência 
química, pois mais importante do que a abstenção das 
substâncias que causaram a dependência, é manter o 
indivíduo afastado das drogas, que será um desafio 
constante na vida do paciente. 
 A participaçãodo dependente químico em grupos 
de apoio, como Alcoólicos Anônimos, Narcóticos 
Anônimos, e de sua família em grupos respectivos, pode 
ser muito importante para determinados casos no sentido 
de promover uma maior motivação e de fazê-lo 
compreender que a dependência química não é um 
problema que afeta apenas a sua vida. 
 Ao perceber que outros dependentes 
conseguem se manter afastados das drogas, o 
paciente se sente motivado a conquistar o 
mesmo. 
 A família, ao frequentar grupos de apoio 
divide suas dificuldades com familiares de outros 
dependentes químicos, e aprende diferentes 
estratégias para lidar com o problema.

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