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Saúde Mental: Aspectos Políticos

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1 Professora Esp. Roberta Berté
SAÚDE MENTAL:
Aspectos Políticos e Legais
Roberta Berté
2 Professora Esp. Roberta Berté
Política Nacional de Saúde Mental
• Direitos Humanos no combate à Ditadura.
• Nas últimas décadas houve um processo de 
mudança que inclui o Movimento Social 
Antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica.
• Lei da Reforma Psiquiátrica: Lei Nº 10.216 de 
06 de abril de 2001.
3 Professora Esp. Roberta Berté
Lei Nº 10.216/2001.
• A lei dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas 
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo 
assistencial.
• Art. 1º - assegura que as pessoas acometidas por 
transtorno mental não serão discriminadas em razão da 
raça, cor, sexo, orientação sexual, religião...dentre outras.
• Art. 2º - Dispõe sobre os direitos das pessoas acometidas 
por transtorno mental, dentre eles:
• Acesso ao melhor tratamento de saúde mental, de acordo com 
suas necessidades;
• Se tratado com humanidade e respeito;
• Ser protegido contra qualquer forma de abuso e exploração;
4 Professora Esp. Roberta Berté
Lei Nº 10.216/2001.
• Art. 2º continuação...
• Ter a garantia dos sigilo em relação às informações 
prestadas;
• Ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para 
esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização 
involuntária;
• Ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
• Receber o maior número de informações possíveis sobre 
sua doença;
• Ser tratada com os meios menos invasivos possíveis;
• Se tratada, preferencialmente, em serviços comunitários 
de saúde mental.
5 Professora Esp. Roberta Berté
Lei Nº 10.216/2001.
• Art. 3º - A responsabilidade pela política de saúde 
mental, a assistência e a promoção de ações de 
saúde aos portadores de transtornos mentais é 
de responsabilidade do Estado, com a 
participação da sociedade e da família.
• Art. 4º A internação é medida excepcional 
indicada apenas quando os recursos extra-
hospitalares se mostrarem ineficientes.
– §3º - É vedada a internação dos pacientes em asilos 
desprovidos de recursos específicos.
6 Professora Esp. Roberta Berté
Lei Nº 10.216/2001.
• Art. 6º - A internação psiquiátrica depende de 
laudo médico circunstanciado com os motivos 
descritos.
• Tipos de Internação:
– I- internação voluntária: aquela que se dá com o 
consentimento do usuário.
– II – internação involuntária: aquela que se dá sem o 
consentimento do usuário ou a pedido de terceiro. 
Deve-se comunicar o Ministério Público Estadual.
– III – internação compulsória: determinada pela Justiça.
7 Professora Esp. Roberta Berté
Lei Nº 10.216/2001.
• Art. 6º continuação...
• A pessoa que solicita ou aceita a internação deve 
assinar uma declaração ciente desse tipo de 
tratamento.
• O término da internação voluntária se dá por 
vontade do paciente ou por determinação 
médica.
• O término da internação involuntária se dá por 
solicitação escrita do familiar, ou responsável 
legal ou ainda pelo especialista responsável pelo 
tratamento.
8 Professora Esp. Roberta Berté
Lei Nº 10.216/2001.
• Art. 9º - A internação compulsória determinada pelo juiz 
competente e de acordo com a legislação, deverá levar em 
conta a segurança do estabelecimento.
• Art. 10 – Evasão, transferência, acidente, intercorrência 
clínica grave e falecimento serão comunicados pela direção 
do estabelecimento aos familiares, ou ao representante 
legal do paciente, bem como à autoridade sanitária 
responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas.
• Art. 11 – as pesquisas científicas dependem do 
consentimento expresso do paciente, ou do representante 
legal, devendo ser comunicado aos conselhos profissionais 
competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.
9 Professora Esp. Roberta Berté
A Reforma Psiquiátrica
10 Professora Esp. Roberta Berté
A Reforma 
Psiquiátrica
• O processo de Reforma Psiquiátrica brasileira tem uma 
história própria, inscrita num contexto internacional de 
mudanças pela superação da violência asilar.
• Fundado, ao final dos anos 70, na crise do modelo de 
assistência centrado no hospital psiquiátrico, por um 
lado, e na eclosão, por outro, dos esforços dos 
movimentos sociais pelos direitos dos pacientes 
psiquiátricos.
• O processo da Reforma Psiquiátrica brasileira é maior 
do que a sanção de novas leis e normas e maior do que 
o conjunto de mudanças nas políticas governamentais 
e nos serviços de saúde. 
11 Professora Esp. Roberta Berté
A Reforma 
Psiquiátrica
• A Reforma Psiquiátrica é processo político e social 
complexo, composto de atores, instituições e forças de 
diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos 
governos federal, estadual e municipal, nas universidades, 
no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos 
profissionais, nas associações de pessoas com transtornos 
mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos 
territórios do imaginário social e da opinião pública. 
• É um conjunto de transformação de práticas e saberes, 
valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das 
instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o 
processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por 
impasses, tensões, conflitos e desafios. 
12 Professora Esp. Roberta Berté
Principais Desafios 
da Reforma Psiquiátrica
• Acessibilidade e Equidade.
• Formação de Recursos Humanos.
• O debate cultural: estigma, inclusão social, 
superação do valor atribuído ao modelo 
hospitalocêntrico, papel dos meios de 
comunicação.
• O debate científico: evidência e valor.
13 Professora Esp. Roberta Berté
Crítica ao modelo 
Hospitalocêntrico (1978-1991)
• O ano de 1978 costuma ser identificado como o de início efetivo do 
movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em 
nosso país. 
• O II Congresso Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o 
lema “Por uma sociedade sem manicômios”.
• Neste período, são de especial importância o surgimento do 
primeiro CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo, em 1987, e o início 
de um processo de intervenção, em 1989, da Secretaria Municipal 
de Saúde de Santos (SP) em um hospital psiquiátrico, a Casa de 
Saúde Anchieta, local de maus-tratos e mortes de pacientes. 
• Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o 
Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que propõe a 
regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a 
extinção progressiva dos manicômios no país. É o início das lutas do 
movimento da Reforma Psiquiátrica nos campos legislativo e 
normativo. 
14 Professora Esp. Roberta Berté
Crítica ao modelo 
Hospitalocêntrico (1978-1991)
• Com a Constituição de 1988, é criado o SUS – Sistema Único de 
Saúde, formado pela articulação entre as gestões federal, estadual 
e municipal, sob o poder de controle social, exercido através dos 
“Conselhos Comunitários de Saúde”. 
• Em 1990, o Brasil torna-se signatário da Declaração de Caracas a 
qual propõe a reestruturação da assistência psiquiátrica, e, em 
2001, é aprovada a Lei Federal 10.2016 que dispõe sobre a proteção 
e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e 
redireciona o modelo assistencial em saúde mental. 
• Dessa lei origina-se a Política de Saúde Mental a qual, basicamente, 
visa garantir o cuidado ao paciente com transtorno mental em 
serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos, superando assim a 
lógica das internações de longa permanência que tratam o paciente 
isolando-o do convívio com a família e com a sociedade como um 
todo.
15 Professora Esp. Roberta Berté
Implantação da rede 
extra-hospitalar (1992-2000)
• A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, inspirados pelo 
Projeto de Lei Paulo Delgado, conseguem aprovar em vários 
estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição 
progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de 
atenção à saúde mental. 
• É na década de 90, marcada pelo compromisso firmado pelo Brasil 
na assinatura da Declaração de Caracas e pela realização da II 
ConferênciaNacional de Saúde Mental, que passam a entrar em 
vigor no país as primeiras normas federais regulamentando a 
implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas 
experiências dos primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia, e as 
primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais 
psiquiátricos. 
• Ao final deste período, o país tem em funcionamento 208 CAPS, 
mas cerca de 93% dos recursos do Ministério da Saúde para a 
Saúde Mental ainda são destinados aos hospitais psiquiátricos. 
16 Professora Esp. Roberta Berté
A Reforma Psiquiátrica depois 
da Lei Nacional (2001-2005)
• É somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso 
Nacional, que a Lei Paulo Delgado é sancionada no país. 
• É no contexto da promulgação da lei 10.216 e da realização da III 
Conferência Nacional de Saúde Mental, que a política de saúde mental do 
governo federal, alinhada com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, passa 
a consolidar-se, ganhando maior sustentação e visibilidade. 
• Neste mesmo período, o processo de desinstitucionalização de pessoas 
longamente internadas é impulsionado, com a criação do Programa “De 
Volta para Casa”. 
• O período atual caracteriza-se assim por dois movimentos simultâneos : a 
construção de uma rede de atenção à saúde mental substitutiva ao 
modelo centrado na internação hospitalar, por um lado, e a fiscalização e 
redução progressiva e programada dos leitos psiquiátricos existentes, por 
outro. 
• É neste período que a Reforma Psiquiátrica se consolida como política 
oficial do governo federal. 
17 Professora Esp. Roberta Berté
III Conferência Nacional de 
Saúde Mental (2001)
• A III Conferência consolida a Reforma Psiquiátrica como 
política de governo, confere aos CAPS o valor 
estratégico para a mudança do modelo de assistência, 
defende a construção de uma política de saúde mental 
para os usuários de álcool e outras drogas, e estabelece 
o controle social como a garantia do avanço da 
Reforma Psiquiátrica no Brasil. 
• É a III Conferência Nacional de Saúde Mental, com 
ampla participação dos movimentos sociais, de 
usuários e de seus familiares, que fornece os 
substratos políticos e teóricos para a política de saúde 
mental no Brasil.
18 Professora Esp. Roberta Berté
O Processo de Desinstitucionalização
• Impulso em 2002 com uma série de 
normatizações do Ministério da Saúde, que 
instituem mecanismos claros, eficazes e seguros 
para a redução de leitos psiquiátricos a partir dos 
macro-hospitais. 
• Embora em ritmos diferenciados, a redução do 
número de leitos psiquiátricos vem se efetivando 
em todos os estados brasileiros, sendo muitas 
vezes este processo o desencadeador do 
processo de Reforma. Entre os anos de 2003 e 
2005 foram reduzidos 6227 leitos. 
19 Professora Esp. Roberta Berté
O Processo de Desinstitucionalização
• O Programa Nacional de Avaliação do Sistema 
Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), instituído 
em 2002, por normatização do Ministério da Saúde, é 
um dos instrumentos de gestão que permitem o 
fechamento de leitos de hospitais psiquiátricos de 
forma gradual e planejada.
• É a partir da instituição do PNASH/Psiquiatria que o 
processo de avaliação da rede hospitalar psiquiátrica 
pertencente ao Sistema Único de Saúde passa a ser 
sistemático e anual, e realizado por técnicos de três 
campos complementares: o técnico-clínico, a vigilância 
sanitária e o controle normativo.
20 Professora Esp. Roberta Berté
O Processo de Desinstitucionalização
• O PNASH/Psiquiatria avalia a estrutura física do hospital, a 
dinâmica de funcionamento dos fluxos hospitalares, os 
processos e os recursos terapêuticos da instituição, assim 
como a adequação e inserção dos hospitais à rede de 
atenção em saúde mental em seu território e às normas 
técnicas gerais do SUS. 
• Este instrumento gera uma pontuação que, cruzada com o 
número de leitos do hospital, permite classificar os 
hospitais psiquiátricos em quatro grupos diferenciados: 
aqueles de boa qualidade de assistência; os de qualidade 
suficiente; aqueles que precisam de adequações e devem 
sofrer revistoria; e aqueles de baixa qualidade, 
encaminhados para o descredenciamento pelo Ministério 
da Saúde, com os cuidados necessários para evitar 
desassistência à população. 
21 Professora Esp. Roberta Berté
As Residências 
Terapêuticas
• Os Serviços Residenciais Terapêuticos, residências terapêuticas ou 
simplesmente moradias, são casas localizadas no espaço urbano, 
constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas 
portadoras de transtornos mentais graves, egressas de hospitais 
psiquiátricos ou não. 
• Objetivo primeiro de garantir o direito à moradia das pessoas 
egressas de hospitais psiquiátricos e de auxiliar o morador em seu 
processo – às vezes difícil – de reintegração na comunidade.
• Uma Residência Terapêutica deve acolher, no máximo, oito 
moradores. 
• De forma geral, um cuidador é designado para apoiar os moradores 
nas tarefas, dilemas e conflitos cotidianos do morar, do co-habitar e 
do circular na cidade, em busca da autonomia do usuário. 
• Institui-se um processo de reabilitação que deverá buscar a 
progressiva inclusão social do morador. 
22 Professora Esp. Roberta Berté
O Programa 
“de volta pra casa”
• Criado pela lei federal 10.708, encaminhada pelo 
presidente Luís Inácio Lula da Silva ao Congresso, votada e 
sancionada em 2003, o Programa é a concretização de uma 
reivindicação histórica do movimento da Reforma 
Psiquiátrica Brasileira, tendo sido formulado como proposta 
já à época da II Conferência Nacional de Saúde Mental, em 
1992. 
• O objetivo do Programa é contribuir efetivamente para o 
processo de inserção social das pessoas com longa história 
de internações em hospitais psiquiátricos, através do 
pagamento mensal de um auxílio-reabilitação.
• Trata-se de um dos principais instrumentos no processo 
de reabilitação psicossocial, segundo a literatura mundial 
no campo da Reforma Psiquiátrica. 
23 Professora Esp. Roberta Berté
Programa Anual de Reestruturação da 
Assistência Hospitalar no SUS (PRH) 
• Aprovado em 2004.
• A principal estratégia do Programa é promover a redução 
progressiva e pactuada de leitos a partir dos macrohospitais (acima 
de 600 leitos, muitas vezes hospitais-cidade, com mais de mil leitos) 
e hospitais de grande porte (com 240 a 600 leitos psiquiátricos).
• Assim, todos os hospitais com mais de 200 leitos devem reduzir no 
mínimo, a cada ano, 40 leitos.
• O Programa também busca garantir que os recursos que deixem de 
ser utilizados nos hospitais, com a progressiva redução de leitos, 
permaneçam no campo das ações de saúde mental e sejam 
direcionados para os equipamentos da Reforma Psiquiátrica. 
• De janeiro de 2004 a maio de 2005, o Programa desativou cerca de 
2000 leitos.
24 Professora Esp. Roberta Berté
A Rede de Cuidados na Comunidade
• A construção de uma rede comunitária de cuidados é 
fundamental para a consolidação da Reforma 
Psiquiátrica.
• Uma rede se conforma na medida em que são 
permanentemente articuladas outras instituições, 
associações, cooperativas e variados espaços das 
cidades. 
• A rede de atenção à saúde mental do SUS define-se 
assim como de base comunitária. 
• O território é a designação não apenas de uma área 
geográfica, mas das pessoas, das instituições, das redes 
e dos cenários nos quais se dão a vida comunitária. 
25 Professora Esp. Roberta Berté
CAPS – Centro de Atenção 
Psicossocial
• É função dos CAPS prestar atendimento clínico 
em regime de atenção diária, evitando assim as 
internações em hospitais psiquiátricos; promover 
a inserção social das pessoas com transtornos 
mentais através de ações intersetoriais; regular a 
porta de entrada da rede de assistência em saúde 
mental na sua área de atuação e dar suporte à 
atenção à saúde mental na rede básica. 
• Os CAPS são os articuladores estratégicos desta 
rede e da política de saúde mental num 
determinado território. 
26 Professora Esp. Roberta BertéCAPS – Centro de Atenção 
Psicossocial
• Os Centros de Atenção Psicossocial começaram a 
surgir nas cidades brasileiras na década de 80 e 
passaram a receber uma linha específica de 
financiamento do Ministério da Saúde a partir do 
ano de 2002.
• Os CAPS se diferenciam pelo porte, capacidade 
de atendimento, clientela atendida e organizam-
se no país de acordo com o perfil populacional 
dos municípios brasileiros. 
• Assim, estes serviços diferenciam-se como CAPS I, 
CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad. 
27 Professora Esp. Roberta Berté
CAPS – Centro de Atenção 
Psicossocial
• Os CAPS I são os Centros de Atenção Psicossocial de 
menor porte, capazes de oferecer uma resposta efetiva 
às demandas de saúde mental em municípios com 
população entre 20.000 e 50.000 habitantes. 
• Estes serviços têm equipe mínima de 9 profissionais, 
entre profissionais de nível médio e nível superior, e 
têm como clientela adultos com transtornos mentais 
severos e persistentes e transtornos decorrentes do 
uso de álcool e outras drogas. 
• Funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e 
têm capacidade para o acompanhamento de cerca de 
240 pessoas por mês. 
28 Professora Esp. Roberta Berté
CAPS – Centro de Atenção 
Psicossocial
• Os CAPS II são serviços de médio porte, e dão 
cobertura a municípios com mais de 50.000 habitantes 
- cerca de 10% dos municípios brasileiros, onde 
residem cerca de 65% da população brasileira. 
• A clientela típica destes serviços é de adultos com 
transtornos mentais severos e persistentes. 
• Os CAPS II têm equipe mínima de 12 profissionais, 
entre profissionais de nível médio e nível superior, e 
capacidade para o acompanhamento de cerca de 360 
pessoas por mês. 
• Funcionam durante os cinco dias úteis da semana. 
29 Professora Esp. Roberta Berté
CAPS – Centro de Atenção 
Psicossocial
• Os CAPS III são os serviços de maior porte da rede CAPS. 
• Previstos para dar cobertura aos municípios com mais de 200.000 
habitantes, os CAPS III estão presentes hoje, em sua maioria, nas 
grandes metrópoles brasileiras.
• Os CAPS III são serviços de grande complexidade, uma vez que 
funcionam durante 24 horas em todos os dias da semana e em 
feriados. 
• Com no máximo cinco leitos, o CAPS III realiza, quando necessário, 
acolhimento noturno (internações curtas, de algumas horas a no 
máximo 7 dias). 
• A equipe mínima para estes serviços deve contar com 16 
profissionais, entre os profissionais de nível médio e superior, além 
de equipe noturna e de final de semana. 
• Estes serviços têm capacidade para realizar o acompanhamento de 
cerca de 450 pessoas por mês. 
30 Professora Esp. Roberta Berté
CAPS – Centro de Atenção 
Psicossocial
• Os CAPSi, especializados no atendimento de 
crianças e adolescentes com transtornos mentais, 
são equipamentos geralmente necessários para 
dar resposta à demanda em saúde mental em 
municípios com mais de 200.000 habitantes.
• Funcionam durante os cinco dias úteis da 
semana, e têm capacidade para realizar o 
acompanhamento de cerca de 180 crianças e 
adolescentes por mês.
• A equipe mínima para estes serviços é de 11 
profissionais de nível médio e superior. 
31 Professora Esp. Roberta Berté
CAPS – Centro de Atenção 
Psicossocial
• Os CAPSad, especializados no atendimento de pessoas que 
fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, são 
equipamentos previstos para cidades com mais de 200.000 
habitantes, ou cidades que, por sua localização geográfica 
(municípios de fronteira, ou parte de rota de tráfico de 
drogas) ou cenários epidemiológicos importantes, 
necessitem deste serviço para dar resposta efetiva às 
demandas de saúde mental. 
• Funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e têm 
capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 
240 pessoas por mês. 
• A equipe mínima prevista para os CAPSad é composta por 
13 profissionais de nível médio e superior. 
32 Professora Esp. Roberta Berté
Saúde Mental 
Crianças e Adolescentes
• A criação do Fórum Nacional de Saúde Mental de Crianças e 
Adolescentes, foi fundamental para possibilitar a ampla 
participação da sociedade na elaboração de propostas para o 
campo da saúde mental de crianças e adolescentes e para a 
construção e consolidação de uma política de saúde para esta 
população específica. 
• Sua composição inclui representantes de instituições 
governamentais, setores da sociedade civil, entidades filantrópicas, 
agentes da justiça e promotoria da infância & juventude, e sua 
atuação tem caráter deliberativo. 
• O Fórum busca incorporar as orientações do Estatuto da Criança e 
do Adolescente (ECA), importante documento legal, aprovado em 
1990, que tem o objetivo de assegurar os direitos de cidadania a 
crianças e jovens. 
• O ECA é uma importante conquista do movimento pelos direitos 
humanos no Brasil. 
33 Professora Esp. Roberta Berté
Saúde Mental 
Crianças e Adolescentes
• Conjunto de Diretrizes:
• Reconhecer aquele que necessita e/ou procura o serviço - seja a criança, o 
adolescente ou o adulto que a (o) acompanha - como portador de um 
pedido legítimo a ser levado em conta, implicando uma necessária ação 
de acolhimento; 
• Tomar em sua responsabilidade o agenciamento do cuidado, seja através 
dos procedimentos próprios ao serviço procurado, seja em outro 
dispositivo do mesmo campo ou de outro, caso em que o 
encaminhamento deverá necessariamente incluir o ato responsável 
daquele que encaminha; 
• Conduzir a ação do cuidado de modo a sustentar, em todo o processo, a 
condição da criança ou adolescente como sujeito de direitos e de 
responsabilidades, o que deve ser tomado tanto em sua dimensão 
subjetiva quanto social; 
34 Professora Esp. Roberta Berté
Saúde Mental 
Crianças e Adolescentes
• Comprometer o(s) responsável(is) pela criança ou adolescente 
a ser cuidado – sejam familiares ou agentes institucionais – no 
processo de atenção, situando-os, igualmente, como sujeito(s) 
da demanda. 
• Garantir que a ação do cuidado seja o mais possível 
fundamentada nos recursos teórico-técnicos e de saber 
disponíveis ao(s) profissional(is), técnico(s) ou equipe atuante(s) 
no serviço, envolvendo a discussão com os demais membros da 
equipe e sempre referida aos princípios e diretrizes 
coletivamente estabelecidos pela política pública de saúde 
mental para constituição do campo de cuidados. 
• Manter abertos os canais de articulação da ação com outros 
equipamentos do território, de modo a operar com a lógica da 
rede ampliada de atenção. 
35 Professora Esp. Roberta Berté
Saúde Mental e 
Inclusão Social
• Um dos principais desafios da Reforma Psiquiátrica é a 
potencialização do trabalho como instrumento de 
inclusão social dos usuários dos serviços. 
• A Economia Solidária, hoje política oficial do Ministério 
do Trabalho e Emprego, é um movimento organizado 
de resposta à exclusão por gênero, raça, idade, estilo 
de vida e instrução, entre outros fatores, das pessoas 
do campo do trabalho. 
• O financiamento destas iniciativas e a discussão 
permanente de seus dilemas práticos e teóricos são 
sem dúvida passos importantes para a consolidação da 
Reforma Psiquiátrica Brasileira. 
36 Professora Esp. Roberta Berté
Centros de Convivência 
e Cultura
• Os Centros de Convivência e Cultura são dispositivos públicos que 
compõe a rede de atenção substitutiva em saúde mental e que 
oferecem às pessoas com transtornos mentais espaços de 
sociabilidade, produção cultural e intervenção na cidade. 
• Estes Centros, através da construção de espaços de convívio e 
sustentação das diferenças na comunidade, facilitam a construção 
de laços sociais e a inclusão das pessoas com transtornos mentais.
• Os Centros são dispositivos públicos que se oferecem para a pessoa 
com transtornos mentais e para o seu território como espaços de 
articulação com a vida cotidiana e a cultura. 
• O Ministério da Saúde recomenda a implementação destes Centros 
para os municípios com população de mais de 200.000 habitantes.
37 ProfessoraEsp. Roberta Berté
A Participação dos Familiares 
e Usuários
• O processo de Reforma Psiquiátrica é um projeto de 
horizonte democrático e participativo. 
• São protagonistas deste processo os gestores do SUS, 
os trabalhadores em saúde, e principalmente os 
usuários e os familiares dos CAPS e de outros serviços 
substitutivos. 
• A II Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada 
em 1992, marca a participação expressiva, pela 
primeira vez na história, de usuários dos serviços de 
saúde mental e seus familiares. 
• O grande desafio da Reforma Psiquiátrica é construir 
um novo lugar social para os “loucos”. 
38 Professora Esp. Roberta Berté
A Política de Álcool e
outras Drogas
• Somente em 2002, e em concordância com as 
recomendações da III Conferência Nacional de Saúde 
Mental, que o Ministério da Saúde passa a 
implementar o Programa Nacional de Atenção 
Comunitária Integrada aos Usuários de Álcool e outras 
Drogas, reconhecendo o problema do uso prejudicial 
de substâncias como importante problema da saúde 
pública.
• Em especial, o uso do álcool impõe ao Brasil e às 
sociedades de todos os países uma carga global de 
agravos indesejáveis e extremamente dispendiosos, 
que acometem os indivíduos em todas os domínios de 
sua vida. 
39 Professora Esp. Roberta Berté
A Organização da 
Rede de Atenção
• Os CAPSad – Centros de Atenção Psicossocial para 
Atendimento de Pacientes com dependência e/ou uso 
prejudicial de álcool e outras drogas – são os dispositivos 
estratégicos desta rede, e passam a ser implantados 
sobretudo em grandes regiões metropolitanas e em regiões 
ou municípios de fronteira, com indicadores 
epidemiológicos relevantes. 
• No campo do álcool e outras drogas, o paradigma da 
redução de danos se situa como estratégia de saúde 
pública que visa a reduzir os danos causados pelo abuso de 
drogas lícitas e ilícitas, resgatando o usuário em seu papel 
auto-regulador, sem a exigência imediata e automática da 
abstinência, e incentivando-o à mobilização social. 
40 Professora Esp. Roberta Berté
A Organização da 
Rede de Atenção
• A estratégia de redução de danos e riscos 
associados ao consumo prejudicial de drogas vem 
permitindo que as práticas de saúde acolham, 
sem julgamento, as demandas de cada situação, 
de cada usuário, ofertando o que é possível e o 
que é necessário, sempre estimulando a sua 
participação e seu engajamento. 
• A estratégia de redução de danos sociais 
reconhece cada usuário em suas singularidades, 
traçando com ele estratégias que estão voltadas 
para a defesa de sua vida. 
41 Professora Esp. Roberta Berté
A Organização da 
Rede de Atenção
• São estratégias de redução de danos a ampliação do acesso 
aos serviços de saúde, especialmente dos usuários que não 
têm contato com o sistema de saúde, por meio de trabalho 
de campo; a distribuição de insumos (seringas, agulhas, 
cachimbos) para prevenir a infecção dos vírus HIV e 
Hepatites B e C entre usuários de drogas; a elaboração e 
distribuição de materiais educativos para usuários de álcool 
e outras drogas informando sobre formas mais seguras do 
uso de álcool e outras drogas e sobre as conseqüências
negativas do uso de substâncias psicoativas; os programas 
de prevenção de acidentes e violência associados ao 
consumo, e a ampliação do número de unidades de 
tratamento para o uso nocivo de álcool e outras drogas, 
entre outras. 
42 Professora Esp. Roberta Berté
43 Professora Esp. Roberta Berté
A Rede de Atenção Básica
• As intervenções em saúde mental devem 
promover novas possibilidades de modificar e 
qualificar as condições e modos de vida, 
orientando-se pela produção de vida e de saúde e 
não se restringindo à cura de doenças.
• O acolhimento realizado nas unidades de Saúde é 
um dispositivo para a formação de vínculo e a 
prática de cuidado entre o profissional e o 
usuário. 
44 Professora Esp. Roberta Berté
A Rede de Atenção Básica
• Ações Terapêuticas comuns à todos os profissionais: 
– Proporcionar ao usuário um momento para pensar/refletir.
– Exercer boa comunicação.
– Exercitar a habilidade da empatia.
– Lembrar-se de escutar o que o usuário precisa dizer.
– Acolher o usuário e suas queixas emocionais como 
legítimas.
– Oferecer suporte na medida certa; uma medida que não 
torne o usuário dependente e nem gere no profissional 
uma sobrecarga.
– Reconhecer os modelos de entendimento do usuário.
45 Professora Esp. Roberta Berté
O Projeto Terapêutico 
Singular - PTS
• O PTS pode ser definido como uma estratégia de 
cuidado que articula um conjunto de ações resultantes 
da discussão e da construção coletiva de uma equipe 
multidisciplinar e leva em conta as necessidades, as 
expectativas, as crenças e o contexto social da pessoa 
ou do coletivo para o qual está dirigido (BRASIL, 2007).
• A noção de singularidade advém da especificidade 
irreprodutível da situação sobre a qual o PTS atua, 
relacionada ao problema de uma determinada pessoa, 
uma família, um grupo ou um coletivo. 
46 Professora Esp. Roberta Berté
O Projeto Terapêutico 
Singular - PTS
• Não é viável nem necessário elaborar um PTS 
para todas as pessoas atendidas em um serviço 
de Atenção Básica. 
• O PTS deve ser implementado diante da extensão 
ou intensidade dos problemas apresentados por 
uma pessoa, família ou grupo/coletivo, para 
avaliar as dimensões afetadas, podendo ainda ser 
sugerido nos casos que exigirem maior 
articulação da equipe e que exigem outras 
instâncias como os recursos comunitários.
47 Professora Esp. Roberta Berté
Dimensões da Vida
• Os três pontos auxiliam 
a entender os 
mecanismos e criar 
táticas individualizadas 
de cuidado, tendo em 
vista a singularidade de 
cada ser humano.
• Dimensões básicas: 
corporal, psicossocial e 
instrumental.
• Etapas da ação (3): 
reparação, potenciação 
e emancipação.
48 Professora Esp. Roberta Berté
Redução de Danos
49 Professora Esp. Roberta Berté
Redução dos Danos
• Redução de Danos (RD) é uma estratégia de 
saúde pública pautada no princípio da ética do 
cuidado, que visa diminuir as vulnerabilidades de 
risco social, individual e comunitário, decorrentes 
do uso, abuso e dependência de drogas. 
• A inclusão da redução de danos como uma das 
ações de Saúde desta política pressupõe sua 
utilização como abordagem possível para lidar 
com diversos agravos e condições de saúde. 
50 Professora Esp. Roberta Berté
Redução de Danos
• Atuar em uma perspectiva da redução de danos 
na Atenção Básica pressupõe a utilização de 
tecnologias relacionais centradas no acolhimento 
empático, no vínculo e na confiança como 
dispositivos favorecedores da adesão da pessoa, 
conforme já apresentado no tópico sobre Projeto 
Terapêutico Singular.
• A clandestinidade associada ao uso de drogas 
ilícitas cria medo, dificulta a busca de ajuda e 
agrava o estado de saúde física e psíquica dessas 
pessoas.
51 Professora Esp. Roberta Berté
Redução de Danos
• Há duas vertentes principais a respeito da 
Redução de Danos (COMTE et al., 2004): 
– 1) a Redução de Danos compreendida como uma 
estratégia para reduzir danos de HIV/DST em usuários 
de drogas e 
– 2) a Redução de Danos ampliada, concebida como 
conceito mais abrangente, no campo da Saúde 
Pública/Saúde Coletiva, por abarcar ações e políticas 
públicas voltadas para a prevenção dos danos antes 
que eles aconteçam (DIAS et al., 2003).
52 Professora Esp. Roberta Berté
Portaria Nº 1.028/2005
• A Portaria nº 1.028/2005 indica, em seu art.4º, o 
estabelecimento de conteúdos necessários para as 
ações de informação, educação e aconselhamento:
• I. informações sobre os possíveis riscos e danos 
relacionados ao consumo de produtos, substâncias ou 
drogas que causem dependência;
• II. desestímulo ao compartilhamento de instrumentos 
utilizados para consumo de produtos, substâncias ou 
drogas que causem dependência;
• III. orientação sobre prevenção e conduta em caso de 
intoxicação aguda (“overdose”);
53 Professora Esp. Roberta Berté
Portaria Nº 1.028/2005• IV. prevenção das infecções pelo HIV, hepatites, 
endocardites e outras patologias de padrão de 
transmissão similar;
• V. orientação para prática do sexo seguro;
• VI. divulgação dos serviços públicos e de 
interesse público, nas áreas de assistência social 
e de saúde; e
• VII. divulgação dos princípios e garantias 
fundamentais assegurados na Constituição 
Federal e nas declarações universais de direitos.
54 Professora Esp. Roberta Berté
RAPS – Rede de Atenção 
Psicossocial
• A Raps é a concretude dos princípios e diretrizes 
da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e 
Outras Drogas. 
• Ela insere-se como uma das redes indispensáveis 
do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde (RAS), 
com a finalidade de criar, ampliar e articular os 
pontos de atenção à saúde para pessoas com 
sofrimento ou transtorno mental e com 
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool 
e outras drogas.
55 Professora Esp. Roberta Berté
RAPS – Rede de Atenção 
Psicossocial
• Funções: ser a base do serviço de descentralização; ser 
resolutiva; coordenar o cuidado e ordenar as redes, 
reconhecendo as necessidades da população sob sua 
responsabilidade.
• Além disso, a Portaria nº 3.088/2011 normatiza a Raps 
enquanto uma rede transversal, mas que não se forma 
apenas com base nos equipamentos de saúde, mas se 
estende à comunidade na medida em que grupos 
comunitários dispõem de recursos que podem ser úteis 
ao cuidado às pessoas com sofrimento ou transtorno 
mental e com necessidades decorrentes do uso de 
drogas (FRANCO; ZURBA, 2014). 
56 Professora Esp. Roberta Berté
RAPS – Rede Apoio
57 Professora Esp. Roberta Berté
Ferramentas Úteis para
o Trabalho com a Família
• Entrevista Familiar: identificar a estrutura, 
desenvolvimento e funcionamento familiares, 
condições de vida...
• Genograma: sistema intergeracional de no mínimo três 
gerações, relacionado ao meio familiar.
• ECOMAPA: identifica as relações da família com o meio 
em que vivem.
• F.I.R.O: Fundamental Interpersonal Relations
Orientation (Orientações Fundamentais nas Relações 
Interpessoais): Objetiva compreender melhor o 
funcionamento da família estudando as suas relações 
de poder, comunicação e afeto.
58 Professora Esp. Roberta Berté
Ferramentas Úteis para 
o Trabalho com a Família
• P.R.A.C.T.I.C.E.: Objetiva a avaliação do 
funcionamento da família de um paciente 
específico. 
– A Sigla PRACTICE significa: Presenting
problem(problema apresentado); Roles and
structure(papéis e estrutura); Affect (afeto); 
Comunication (comunicação); Time of life cycle (fase 
do ciclo de vida); Illness in Family (doença na família); 
Copingwith stress (enfrentamento do estresse); 
Ecology(meio ambiente, rede de apoio).
• Discussão e reflexão dos casos clínicos.
• Projeto Terapêutico de cuidado à família.
59 Professora Esp. Roberta Berté
Recomendações para 
o trabalho com a família
• Existência sem preconceitos: saber agir diante 
dos acontecimentos da vida.
• Disponibilidade para os outros: flexibilidade 
pessoal.
• Habilidade para se desfocar do problema, não 
se restringindo à ele.
• Primar pelo cuidado integral onde a 
abordagem familiar é fundamental.
60 Professora Esp. Roberta Berté
Recomendações para 
o trabalho com a família
• Os profissionais devem: pensar em suas experiências 
de vida; evitar julgamentos baseados em preconceitos; 
priorizar o atendimento mais imediato às familiares 
com maiores dificuldades psicossociais; identificar 
pessoas que podem ajudar no cuidado em saúde 
mental; observar como a família se coloca no espaço 
físico do atendimento; observar como a família se 
comunica; diminuir a culpa; reconhecer os movimentos 
saudáveis; promover sempre o diálogo; lembrar que os 
CAPS ou equipes de saúde mental pode auxiliar na 
condução de cada família.
61 Professora Esp. Roberta Berté
Crianças e Adolescentes 
na Atenção Básica
• Em relação aos tipos de problemas encontrados, verificou-
se que os mais comuns são:
– ansiedade (5,2% – 6,2%);
– problemas de conduta/comportamento (4,4% – 7,0%); 
– hiperatividade (1,5% – 2,7%) ;
– depressão (1,0% – 1,6%). 
• Autismo e problemas correlatos apresentam taxa de 
prevalência abaixo de 1%. 
• Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 
apontaram que 71,4% dos alunos já havia experimentado 
bebida alcoólica, sendo que 27,3% referiram consumo 
regular de álcool e 9,0% problemas com uso de álcool; 8,7% 
informaram experimentação de outras drogas.
62 Professora Esp. Roberta Berté
Crianças e Adolescentes 
na Atenção Básica
• Do ponto de vista da saúde mental, cada criança e adolescente é 
um sujeito singular e deve ser abordado a partir dessa condição.
• Mesmo que tenham diagnósticos semelhantes, são pessoas únicas, 
que vivem sob dinâmicas familiares também próprias e, como tais, 
devem ser tratadas e respeitadas.
• A orientação atual é a de um encaminhamento implicado, em que 
aquele que encaminha se corresponsabiliza e participa ativamente 
de todo o processo de chegada do caso a seu novo destino. 
• As escolas devem ser vistas também como pontos de saúde 
ampliados, onde são possíveis desde ações de promoção e 
prevenção, até mesmo intervenções em situações de gravidade.
63 Professora Esp. Roberta Berté
Crianças e Adolescentes 
na Atenção Básica
64 Professora Esp. Roberta Berté
Crianças e Adolescentes 
na Atenção Básica
65 Professora Esp. Roberta Berté
Diretrizes gerais 
Crianças e Adolescentes
• Crianças não são adultos em miniatura: implica em 
conhecer a forma de ser de cada um.
• Crianças, em especial, e os adolescentes geralmente 
não demandam por si próprios os cuidados em saúde 
mental, são trazidos pelos pais ou adultos o que 
demanda reconhecimento dos sinais e sintomas.
• Deve-se conhecer bem a família, a dinâmica familiares 
e a forma de relacionamento entre os membros.
• A avaliação inicial inclui formular hipóteses sobre o 
problema e delinear as primeiras intervenções. O 
nome da doença não deve ser o foco central.
66 Professora Esp. Roberta Berté
Diretrizes gerais 
Crianças e Adolescentes
• A avaliação deve sempre ser ampla e integral 
compreendendo todo o contexto da criança e do 
adolescente.
• Conversar diretamente com a criança ou adolescente é 
primordial.
• Identificar: sintomas emocionais como ansiedade, medo; 
problemas de conduta como agressividade, agitação; 
atrasos de desenvolvimento; dificuldade de 
relacionamento; uso de drogas.
• Estar sempre atento para identificar sintomas mais graves 
como destrutividade, autoagressividade, desinibição social 
excessiva, isolamento ou retração importantes e 
persistentes, alucinações, tentativas de suicídios, uso 
abusivo de drogas.
67 Professora Esp. Roberta Berté
Práticas Integrativas e 
Complementares (PICs)
• Medicina Tradicional Chinesa (MTC): teoria do 
Yin-Yang e teoria dos Cinco Movimentos.
• Utiliza como elementos diagnósticos, no intuito 
de avaliar estas desarmonias, a anamnese, 
segundo os preceitos da MTC, a palpação do 
pulso, a observação da face e língua entre outros 
elementos, e, como principais recursos 
terapêuticos, utiliza a acupuntura, 
auriculopuntura, eletroacupuntura, moxaterapia, 
ventosaterapia, plantas medicinais, dietoterapia, 
práticas corporais e mentais.
68 Professora Esp. Roberta Berté
Práticas Integrativas e 
Complementares (PICs)
• Homeopatia: ancorado em três princípios 
fundamentais: a lei dos semelhantes, a 
experimentação no homem sadio e no uso de 
doses infinitesimais. 
• Esta racionalidade se caracteriza pela visão de 
unidade do binômio corpo/mente, e por 
reconstruir o indivíduo em sua dimensão integral, 
vivo e dinâmico em suas relações sociais. 
• Busca a compreensão e o alívio do sofrimento 
físico e mental em todas as etapas da vida.
69 Professora Esp. Roberta Berté
Práticas Integrativas e 
Complementares (PICs)
• O objetivo do tratamento homeopático é traçar 
um projeto de valorização da vida, de 
conservação e recuperação da saúde. 
• Os serviços de Homeopatia da rede de atençãoà 
Saúde têm sido opção terapêutica bastante 
frequente entre as pessoas com quadros de 
ansiedade, depressão, insônia e outros 
transtornos mentais, além de auxiliar no processo 
de redução e retirada de medicamentos 
psicotrópicos (NOVAES, 2007).
70 Professora Esp. Roberta Berté
Práticas Integrativas e 
Complementares (PICs)
• Fitoterapia e Plantas Medicinais: A Fitoterapia é a 
“terapêutica caracterizada pelo uso de plantas 
medicinais em suas diferentes apresentações e formas 
farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas 
isoladas, ainda que de origem vegetal” (LUZ NETTO, 
1998 apud Brasil, 2006, p. 18).
• Além dos fitoterápicos prescritos na prática clínica, as 
plantas medicinais cultivadas em hortos públicos são 
também contribuições da prática da Fitoterapia para o 
cotidiano dos equipamentos de saúde. 
71 Professora Esp. Roberta Berté
Práticas Integrativas e 
Complementares (PICs)
• Medicina Antroposófica: baseiam-se na 
aplicação, no campo da saúde, de conhecimentos 
inspirados na Antroposofia, filosofia proposta 
pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner nos anos 
1920.
• A Psicologia Antroposófica propõe processo 
psicoterapêutico baseado na imagem de ser 
humano ampliada e pode ser acompanhada de 
outras terapias tais como a Terapia Artística, a 
Cantoterapia e a Musicoterapia, entre outras.
72 Professora Esp. Roberta Berté
Alcóol e outras Drogas
• Em 2015 foi lançado o Guia Estratégico para o Cuidado 
de Pessoas com necessidades relacionadas ao consumo 
de álcool e outras droga: GUIA AD.
• Este guia aborda justamente o Projeto Terapêutico 
Singular, a Redução dos Danos a Prevenção, a Rede de 
Atenção Psicossocial e Estratégias de Organização, 
abordando ainda aspectos da saúde mental e a justiça.
• O guia reforça a importância do cuidado integral, sem 
preconceitos e pré-julgamento, abordando condutas 
que devem ser evitar e outras que devem ser 
oportunizadas, bem como a importância do território 
na acessibilidade do paciente.
73 Professora Esp. Roberta Berté
GUIA AD
• De acordo com a Política Nacional de Promoção 
da Saúde (2014), os seguintes valores devem ser 
adotados pela equipe:
– Solidariedade.
– Felicidade.
– Ética.
– Respeito às diversidades.
– A humanização.
– A corresponsabilidade.
– A justiça social.
– A inclusão social.
74 Professora Esp. Roberta Berté
Tipos de Drogas
As drogas psicotrópicas (ou psicoativas) podem ser 
classificadas de diversas formas. Mas em termos 
gerais, os seguintes critérios pode ser adotados:
• a)Segundo o tipo de alteração farmacológica que 
provocam no sistema nervoso central (SNC) e no 
comportamento do usuário;
• b)Segundo a origem, se naturais ou sintéticas; ou
• c)Conforme o estatuto jurídico, se lícitas ou 
ilícitas. 
75 Professora Esp. Roberta Berté
Tipos de Drogas
• Grupo A – deprimem ou diminuem a atividade do 
cérebro, sendo chamadas de Depressor do Sistema 
Nervoso Central (SNC).
• Exemplos: álcool; soníferos; hipnóticos, barbitúricos 
(fenobarbital) utilizados contra convulsão; ansiolíticos 
como o diazepam também chamados de calmantes; 
opiáceos ou narcóticos como a morfina que são 
analgésicos e potencialmente anestésicos e seus 
derivados coo a heroína, codeína; e ainda os inalantes 
e solventes como a cola de sapateiro, tintas e 
removedores.
76 Professora Esp. Roberta Berté
Tipos de Drogas
• Grupo B – atuam de forma contrária ao Grupo 
A, essas drogas atuam ativando o SNC, são 
também chamados de estimulantes.
• Exemplos: cocaína, as anfetaminas e 
derivados, incluindo alguns anorexígenos 
usados em fórmulas de emagrecimento e o 
tabaco. 
77 Professora Esp. Roberta Berté
Tipos de Drogas
• Grupo C – drogas que modificam a qualidade 
do funcionamento cerebral, são chamados 
também de perturbadores do SNC.
• Exemplos: alucinações) como a mescalina (do 
cacto mexicano); maconha ou THC 
(tetrahidrocanabinol); psilocibina
(cogumelos); lírio (trombeteira, zabumba ou 
saia branca), o LSD, o ecstasy e os 
anticolinérgicos.
78 Professora Esp. Roberta Berté
Bibliografia
• http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf
• http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/eixo_4/abep2010_25
26.pdf
• http://www.ccs.saude.gov.br/vpc/reforma.html
• Manual Ministério da Saúde – Saúde Mental – Caderno nº 34: 
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf
• http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/15/Guia-Estrat--
gico-para-o-Cuidado-de-Pessoas-com-Necessidades-Relacionadas-ao-Consumo-de-
--lcool-e-Outras-Drogas--Guia-AD-.pdf
• http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/marco/10/Aten----o-
Psicossocial-a-Crian--as-e-Adolescentes-no-SUS--Tecendo-Redes-para-Garantir-
Direitos---Vers--o-Preliminar--2013-.pdf
• http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/marco/10/Aten----o-
Psicossocial-a-Crian--as-e-Adolescentes-no-SUS--Tecendo-Redes-para-Garantir-
Direitos---Vers--o-Preliminar--2013-.pdf
• http://www.caminhosdocuidado.org/wp-
content/uploads/2014/02/guia_saude_mental-2ed-web.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/eixo_4/abep2010_2526.pdf
http://www.ccs.saude.gov.br/vpc/reforma.html
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/15/Guia-Estrat--gico-para-o-Cuidado-de-Pessoas-com-Necessidades-Relacionadas-ao-Consumo-de---lcool-e-Outras-Drogas--Guia-AD-.pdf
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/marco/10/Aten----o-Psicossocial-a-Crian--as-e-Adolescentes-no-SUS--Tecendo-Redes-para-Garantir-Direitos---Vers--o-Preliminar--2013-.pdf
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/marco/10/Aten----o-Psicossocial-a-Crian--as-e-Adolescentes-no-SUS--Tecendo-Redes-para-Garantir-Direitos---Vers--o-Preliminar--2013-.pdf
http://www.caminhosdocuidado.org/wp-content/uploads/2014/02/guia_saude_mental-2ed-web.pdf

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