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O Zelo da Casa de Deus

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O Zelo da Tua Casa
João 2.12-25
Depois do primeiro milagre num casamento em Caná da Galiléia, Jesus desce para Cafarnaum, fica alguns dias e vai para o cenário principal do evangelho de João: Jerusalém e o Templo de Jerusalém. Esse é o ambiente mais falado e palco dos principais milagres de Jesus no evangelho de João. O trecho que lemos é o primeiro contato de Jesus, já adulto, com o Templo de forma mais intensa.
As três principais festas judaicas sempre chamavam muito público, principalmente os judeus prosélitos (estrangeiros que se converteram ao judaísmo e moravam distante de Jerusalém). O Templo de Jerusalém se tornou num grande centro de eventos. O que antes a essência era o louvor e a adoração, nesse contexto, se transformou em comércio e evento. O Templo tinha perdido o propósito, as festas tinham perdido o propósito, agora era apenas comércio. Precisamos tomar muito cuidado para que nossa vida de devoção coletiva, como igreja, não se torne apenas um evento e um entretenimento. Quando viemos ao templo, o nosso coração precisa estar disposto a cultuar. Precisamos estar dispostos a oferecer ao Senhor o louvor e a adoração que são devidos! A reação de um louvor sincero não se constrói num momento de duas horas, mas é reflexo de conexão diária com o Senhor. Eu não venho cultuar porque eu preciso, ou para me sentir melhor, ou para curar minhas feridas. Em resumo, eu não venho para receber, mas para ofertar!
1 – O templo não é casa de negócios!
Jerusalém foi sede política e religiosa da Palestina e o lugar onde se esperava que o Messias aparecesse. Ali se encontrava o templo e muitas famílias judias de todo o mundo viajavam a Jerusalém durante as festas importantes. O templo foi construído num lugar majestoso, um monte. Salomão construiu o primeiro templo quase nesse mesmo lugar, uns mil anos antes (949 a.C.), mas os babilônios o destruíram (2 Reis 25). O templo reconstruído em 515 a.C. por Herodes, o Grande foi remodelado e embelezado para conquistar o coração dos judeus. O templo era um lugar muito concorrido durante a Páscoa com milhares de visitantes de todas partes. Os líderes religiosos permitiam que os espaços do templo ficassem muito mais concorrido ao deixarem os cambistas e mercadores se estabelecerem no átrio dos gentis. Aceitaram esta prática como uma maneira de ajudar aos adoradores e uma forma de obter dinheiro para a manutenção do templo. Mas os líderes religiosos pareciam não dar importância do átrio dos gentios estarem cheio de mercadores e os estrangeiros tinham dificuldade para adorar. E o motivo principal de visitar o templo era a adoração. Com razão Jesus ficou furioso! Os impostos do templo tinham que ser pagos com a moeda local, de maneira que os estrangeiros tinham que trocar seu dinheiro com os cambistas, os que frequentemente eram desonestos e impunham tarifas altas. As pessoas também demandavam oferecer sacrifícios pelo pecado e devido as viagens tão longas, muitos não levavam seus animais. Muitas vezes, os animais que levavam eram considerados imperfeitos para o sacrifício, fazendo o visitante a comprar nas mãos dos vendedores do templo. Os vendedores de animais tinham um forte negócio no pátio do templo. O preço dos animais para o sacrifício no templo era mais alto que em qualquer outro lugar. Jesus se incomodou pela desonestidade e voracidade praticada por cambistas e mercadores. Essas atitudes difamavam o templo, o lugar de adoração a Deus. Muitas vezes viemos ao templo não com o objetivo de adorar, mas de outras coisas em vez de adorar. Viemos para observar os irmão, para despejar o que pensamos, para fugir de situações e esquecemos que o objetivo principal é adorar a Deus.
2 – O templo é Casa de oração
“E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores”. Mateus 21.13
Jesus sita Isaías 56.6-7 nesse trecho de Mateus ensinando aos que estavam no templo a importância e o zelo pela sua casa. A Casa de Deus foi construída por um único objetivo: Oração! Quando falamos de oração, falamos de clamor, súplica e de devoção e contemplação! Orar é para quem quer ter intimidade com o Pai. As pessoas que antes eram excluídas pelo povo, tinham a oportunidade de adorar a Deus no Templo. Precisamos dar passos práticos para nos tornarmos mais eficazes como uma igreja que ora. Precisamos nos reunir para orar. Em Mateus 21.13, Jesus disse que “minha casa será chamada uma casa de oração”. Certamente oramos individualmente, mas precisamos orar corporativamente também. Mais do que um programa, a oração precisa se tornar um estilo de vida da Igreja. A oração precisa voltar a ser prioridade na vida da igreja. Não podemos esquecer que “não é por força, nem por violência, mas pelo espírito do Senhor” (Zacarias 4.6).
3 – O zelo da tua casa 
Os discípulos viram a reação de Jesus e se lembraram do que está escrito em Salmos 69.9: “Pois o zelo da tua casa me consumiu, e as injúrias dos que te ultrajam caem sobre mim”. O santuário é o objeto do zelo do salmista. Davi demonstrou seu zelo ao trazer a arca para o monte Sião (2Sm 6.12-19) e ao desejar construir uma habitação permanente para o Senhor em Jerusalém (2Sm 7.2). Fez o mesmo ao reunir material para a construção que não lhe foi permitido erigir (1Cr 28.14-18; 29.2-5). Ao instruir Salomão com respeito ao templo (1Cr 28:9-13). Quando Jesus expulsou os cambistas e os mercadores do templo, os discípulos se lembraram disso para nos lembrar que na obra de Deus não existe lugar para servos displicentes (omisso, indiferente, negligente, desinteressado). Zelar é cuidar. Jesus se preocupa com o cuidado da Casa de Deus. Ter cuidado com o Templo também é sinal de amor e adoração. Muitas vezes não refletimos esse cuidado para com a Casa de Deus. Deixamos lixo espalhados, conversamos em vez de cultuar, não rasgamos o coração como deveríamos.
4 – Por um relacionamento sincero – leva-nos mais fundo!
O Filho de Deus conhece como é relacionamento e a natureza humana. Estava a par da verdade expressa em Jr 17.9: "Enganoso é o coração mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" Ninguém é capaz de conhecer a fundo a maldade. Jesus discernia e conhecia que a fé de alguns seguidores era superficial. Alguns que proclamavam acreditar em Jesus, mais tarde gritariam: "Crucifica-o". É fácil acreditar quando tudo é emocionante e todos acreditam na mesma forma. Mas a fé firme permanece quando não é popular seguir a Cristo. Como está a sua fé e o seu relacionamento com Jesus? Fica bem até vir a primeira crise? Fica tranquila até vir a primeira batalha? As lutas e as adversidades têm mexido com a intensidade da sua adoração? Não permita que o nível de sua adoração e devoção diminua por conta das adversidades, pois Ele responde os seus clamores (Jr 33.3), Ele te consola nos momentos mais difíceis de sua vida (Sl 46.1), Ele está conosco (S 46.7), O seu Espírito intercede por nós (Rm 8.26-27). É tempo de mergulharmos mais fundo nos mistérios de Deus. Mistérios que nos mudam, que nos revelam o seu propósito, que nos tornem intensos para com Deus e para com a tua Igreja.
Concluindo
Jesus tem zelo pela sua casa. Ele conhece as intenções do nosso coração quando viemos até a sua Casa. Ele conhece a nossa natureza, sabe quando viemos para pedir, para adorar, para clamar. Mas precisamos tomar cuidado para que nosso culto não vire apenas um evento na nossa agenda de domingo à noite. Precisamos rasgar o coração na presença de Deus, se entregar de forma sincera, verdadeira e estarmos abertos para que a Palavra de Deus ajuste a nossa conduta!

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