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PRODUÇÃO GRÁFICA AULA 4 Prof. Humberto Costa 2 CONVERSA INICIAL Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Esta aula expande o que foi inicialmente apresentado anteriormente. Em que tratamos de forma introdutória acerca dos principais processos de produção. Agora, vamos falar mais detidamente sobre eles. Nesta aula, trataremos dos seguintes processos: Offset, Flexografia, Rotogravura, Serigrafia e Tipografia. CONTEXTUALIZANDO Como vimos, no universo da Produção Gráfica, é imprescindível definir, antes de tudo, qual sistema de impressão é o mais adequado, considerando o tipo de papel, as cores, as tintas e os acabamentos que serão utilizados. Por isso é indispensável conhecer os processos de impressão para que tenhamos claro suas diferenças, assim como suas possibilidades e limitações. Isso tudo é indispensável para se alcançar o resultado ideal e satisfatório! A intenção nesta aula é tratar dos processos de impressão mais usados no mercado gráfico. Vamos tratar de suas particularidades e especificidades, buscando trazer informações para ajudá-lo a adquirir conhecimento acerca de um assunto de grande importância. TEMA 1 – OFFSET O Offset é o processo de impressão mais utilizado no segmento da Produção Gráfica. Esse processo favorece as demandas por grande quantidade de impressos (acima de 1000) e, de outro lado, torna-se praticamente inviável para demandas de baixa tiragem. Trata-se de um dos processos que aceita praticamente qualquer tipo de papel e alguns tipos de plástico, em especial o poliestireno (Villas-Boas, 2008). É também muito utilizado devido à alta qualidade dos materiais que são produzidos nesse sistema. O termo Offset origina-se da expressão latina offset litography que, se traduzido de forma literal, quer dizer “litografia fora do lugar”. Por ser derivado da Litografia, há uma relevância para essa significação. De outro lado, “é possível que o termo Offset tenha surgido do fato de não se utilizar matrizes metálicas ou relevográficas nesse processo de impressão” e há quem considere que “o prefixo off signifique ‘desligado’ e o sufixo set ‘espaço fechado’ (Caixa de Tipos). Sendo 3 assim, uma interpretação livre para o termo Offset seria: ‘desligado da caixa de tipos’” (Silva, 2008, p. 88). O processo de impressão Offset é uma evolução de outro processo de impressão chamado Linotipo. No linotipo, gravamos uma imagem em uma pedra e a transferimos para o papel mediante pressão exercida entre a pedra e o papel. Eis aqui o que chamamos de impressão direta. No sistema Offset, a impressão é indireta. Tudo começa com a parte mais característica desse processo: a blanqueta. Trata-se de uma chapa de borracha que circunda o cilindro intermediário (cilindro da blanqueta) que está entre a matriz e o suporte. Assim, a imagem que está na matriz (chapa) é transferida para um cilindro que está coberto com borracha (a blanqueta) e, então, para o suporte (papel, por exemplo). Em suma, podemos dizer que a matriz imprime a blanqueta e esta imprime o suporte. Figura 1 – Diagrama do mecanismo de funcionamento do Offset Como é possível notar, a partir da Figura 1, no sistema de impressão Offset, seis elementos são básicos: a blanqueta, a chapa, o suporte (papel ou outros), o cilindro de pressão, a água e a tinta. 4 A impressão no processo Offset acontece pela repulsão entre a água e a tinta gordurosa e, assim, não há a necessidade de relevo para que a tinta se assente nas áreas que devem ser impressas. Também, a umidade que está nas demais áreas impede que a tinta se espalhe e borre a imagem. Além disso, há a necessidade de regular a máquina impressora para que a quantidade de água, bem como de tinta, esteja adequada para que todo o mecanismo funcione satisfatoriamente (Silva, 2008). Nesse ponto, um bom impressor pode fazer a diferença entre um bom e um mau resultado. É importante ressaltar que a blanqueta é o fator relevante de qualidade da impressão final. Devidamente entintada, a chapa imprime a imagem na blanqueta que, por sua vez, transfere a imagem para o suporte, porque ele é pressionado contra a blanqueta. A imagem no suporte fica nítida dado ao fato de que a blanqueta também trata de conter qualquer excesso de tinta. A chapa, que está no cilindro porta-chapa, tem grande durabilidade, isso porque seu contato se dá com a superfície flexível da borracha. Já o suporte (geralmente o papel), resiste bem ao processo por não entrar em contato nem com a umidade, tampouco com a maior quantidade de tinta da chapa. Todo esse conjunto ajuda a conferir a qualidade que o processo de impressão Offset oferece ao resultado. Com relação à chapa, esta pode ser produzida por fotogravura e aqui se utiliza o fotolito. A chapa, que geralmente é feita de alumínio, é colocada no gravador ou prensa de contato, sob o fotolito. Após o tempo de exposição à luz, as imagens que estão presentes no fotolito são reproduzidas na chapa e essa parte é finalizada com a revelação. Na revelação, a chapa é banhada com químicos especiais que reagirão, formando área hidrófilas (atraem a umidade) e áreas lipófilas (atraem a gordura). Está na área lipófila as imagens que serão, de fato, impressas. Em outras palavras, as superfícies lipófilas atrairão a tinta (que é gordurosa) quando da impressão (Villas-Boas, 2008). As chapas também podem ser produzidas por gravação digital e aqui temos dois processos: o CtP (computer to plate) e o CtPress (computer to press). Ambos são sistemas mais sofisticados e mais caros. O sistema CtP usa chapas específicas, que são gravadas diretamente do arquivo digital por meio de feixes de laser. É importante colocar que podem ser produzidas chapas em CtP também para Rotogravura e Flexografia (falaremos na sequência). No sistema CtPress, o equipamento para a gravação das chapas está alojado na própria impressora. 5 As impressoras Offset podem ser planas ou rotativas. As planas utilizam folhas soltas. São comumente encontradas em gráficas pequenas e médias, uma vez que custam menos e requerem instalações menores. Já as impressoras rotativas utilizam bobinas de papel e geralmente são encontradas em grandes gráficas. As principais características desse tipo de impressora está na sua alta velocidade de impressão e a impressão frente-e-verso simultâneo. Também podem realizar certos acabamentos como refiles, dobras e certos tipos de encadernação. Tais características conferem grande velocidade ao processo de produção com a utilização de impressoras Offset rotativas. Com as inovações, há impressoras Offset que são capazes de imprimir até em quatro cores, de uma única vez, tal como mostra a Figura 2. Cada castelo (torre) é responsável por imprimir uma cor. Há impressoras mais modernas, compostas por 10 castelos que imprimem cores especiais e fazem acabamentos especiais, como aplicação de verniz localizado. Figura 2 – Impressora Offset com quatro castelos e com capacidade para imprimir 4 cores Créditos: Zefart/Shutterstock. 6 Saiba mais Para saber mais sobre o processo de impressão offset, assista ao vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NvmtlkOS3zE. Acesso em: 27 jan. 2021. Em resumo, podemos dizer que o processo de impressão Offset possibilita alta resolução, alta qualidade, agilidade e grandes tiragens. Por tais características, esse processo é muito utilizado na produção gráfica, viabilizando a produção de diversos tipos de materiais promocionais e publicitários, tais como flyers, catálogos, folders, embalagens, cartazes etc. TEMA 2 – FLEXOGRAFIA A Flexografia similar à que conhecemos hoje surgiu no começo do século XX, por meio dos fabricantes de máquinas Fischer & Krecke e Holweg, Windmoller & Holscher. Esses especialistas criaram novos elementos, tais como peças, tintas,bem como um dos principais elementos que possibilitou a flexografia: o fotopolímero (Villas-Boas, 2008). A flexografia é assim denominada porque consiste na impressão em diversos tipos de materiais flexíveis, tais como papéis, papelão ondulado, plásticos diversos, vidro e metal e não necessita de superfícies macias, como é o caso do Offset. A Flexografia é um processo de impressão relevográfica, isto é, trata-se de um processo de impressão que é realizado por meio de uma chapa que tem relevo e é constituída por uma borracha chamada cliché. Outro elemento importante é o anilox, que é dotado de pequenos sulcos nos quais a tinta é depositada e, assim, transferida do cilindro do tinteiro para o cilindro da borracha. A Figura 3 apresenta um esquema com os principais elementos que ilustram o funcionamento da Flexografia. A impressora flexográfica utiliza matrizes flexíveis, originalmente feitas de borracha (e nas últimas décadas, feitas de plástico). As borrachas apresentam as vantagens do custo mais acessível, alta durabilidade e podem ter formatos variados, o que facilita a adaptação em quaisquer máquinas (Silva, 2008). 7 Figura 3 – Diagrama do mecanismo de funcionamento da Flexografia Outra vantagem importante é que as impressoras flexográficas possuem várias etapas de acabamento, tais como a laminação, dobra, corte e colagem. Por exemplo, na fabricação de sacolas plásticas, tais como aquelas que são distribuídas no comércio em geral, a impressora imprime o plástico, faz a moldagem e a colagem (solda) e pode até finalizar com a montagem dos fardos para o transporte futuro. Com os diversos avanços ocorridos no processo de impressão flexográfico, faz-se necessário abordar tal processo de forma não genérica. Assim, podemos dizer que há uma divisão em três grandes grupos: Flexografia rudimentar, Flexografia convencional e Flexografia de última geração (Villas- Boas, 2008). A Flexografia rudimentar está mais voltada a embalagens com a única função de conter um produto para estocagem ou transporte, tais como 8 maquinários industriais, materiais de construção, eletrodomésticos etc., e também pode ser utilizada na produção de materiais de baixo custo. A Flexografia convencional é a mais usada, no mundo inteiro, na produção de grandes tiragens, pois apresenta baixo custo em grandes tiragens, pode trabalhar com materiais diversos (com superfícies irregulares, flexíveis e tridimensionais) e oferece razoável qualidade de impressão para diversos tipos de projetos. Muitos projetos são realizados nesse processo de impressão. Podemos citar: embalagens de doces e balas, fitas, etiquetas, caixas, banners, rótulos de produtos de limpeza, produtos descartáveis como toalhas de papel, papel de presente e guardanapos, e sacolas plásticas que não demandam alta qualidade etc. A Figura 4 apresenta uma impressora flexográfica destinada à produção de etiqueta. Figura 4 – Impressora flexográfica sendo utilizada para a produção de etiquetas Créditos: Moreno Soppelsa/Shutterstock. A Flexografia de última geração é marcada por inovações que ocorreram com as matrizes, as tintas e os próprios equipamentos de impressão. O uso do CtP com feixes a laser para a gravação das matrizes tornou possível o uso massivo de retículas com excelente resolução. A substituição das borrachas planas pela forma cilíndrica foi outra importante inovação. Com isso, foi possível impressões mais precisas. 9 O desenvolvimento de tintas U.V. específicas para a Flexografia resolveu o problema da aquosidade e da baixa resistência das tintas, conferiu cores vibrantes aos impressos, meios-tons mais sutis e uma impressão com maior duração. Além disso, as impressoras flexográficas passaram por modificações sendo a mais relevante, a adoção do uso de cilindros porta-borracha que utiliza ar comprimido para soltar ou prender a matriz. Isso confere maior precisão ao processo, uma vez que a matriz fica exatamente no lugar. Saiba mais Para saber mais sobre a Flexografia, assista ao vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sHyP1tdLyKE>. Acesso em: 27 jan. 2021. Para saber como é o dia a dia de um impressor flexográfico, ao vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LsSotj1-EAE>. Acesso em: 27 já. 2021. Quais as vantagens da impressão flexográfica? Leia este texto e descubra: <https://www.tiliform.com.br/flexografia-ou-rotogravura>. Acesso em: 27 jan. 2021. Saiba mais sobre os benefícios da flexografia para a impressão de embalagens plásticas flexíveis: <https://mundodoplastico.plasticobrasil.com.br/gest-o/veja-os-benef-cios-da- flexografia-para-impress-o-de-embalagens-pl-sticas-flex-veis>. Acesso em: 27 jan. 2021. Com todos os avanços e as vantagens oferecidas pela Flexografia, esse processo de produção se tornou o mais utilizado na produção de rótulos e etiquetas. No Brasil, há um parque de impressão flexográfico de alta qualidade, capaz de competir com qualquer outra nação mundial. TEMA 3 – ROTOGRAVURA A Rotogravura é um processo encavográfico e utiliza uma matriz de baixo- relevo. Foi Kark-Klick, artista, pesquisador e grande conhecedor de fotografia, quem criou esse processo de impressão (Silva, 2008). Em 1860, tendo por base suas pesquisas, Kark conclui que uma das formas possíveis de alterar os valores tonais era alterar a espessura das tintas impressas. O que motivou Kark foi a busca por uma técnica que fosse capaz de reproduzir ilustrações, pinturas e fotografias com riqueza de detalhes e variações de cores. 10 Esse processo consiste em uma impressão direta, com alimentação por bobina, possui alta velocidade de impressão e com qualidade uniforme. Algumas gráficas oferecem impressão em Rotogravura plana, sendo esse tipo de impressão voltada a impressos de luxo e livros de arte. Todavia, na impressão plana, o processo perde velocidade e, portanto, dificulta a possibilidade de se obter alta tiragem. Basicamente, na impressão rotográfica, o cilindro é constantemente entintado em toda a sua superfície e, em muitos casos, estão parcialmente imersos no repositório de tinta. Uma lâmina de aço, a racla, retira a tinta das áreas lisas do cilindro, mantendo a tinta apenas nos sulcos. A Figura 5 apresenta um diagrama do mecanismo de funcionamento da Rotogravura. Figura 5 – Diagrama do mecanismo de funcionamento da Rotogravura O processo de impressão Rotogravura é chamado de encavográfico porque a matriz está em baixo relevo e a imagem é gravada em um cilindro. Em outras palavras, o que deve ser impresso é formado por sulcos em baixo relevo na matriz (semelhante a alvéolos), que armazenam a tinta, que será transferida para o suporte por meio de forte pressão. Esse processo é o inverso do adotado na Flexografia (chapa em alto relevo). Alterando a profundidade dos alvéolos, altera-se a quantidade de tinta que ele carrega, e isso vai influenciar diretamente na definição da imagem. Assim, alvéolos rasos armazenam pouca tinta e alvéolos profundos e largos armazenam 11 mais tinta e são usados para imprimir cores escuras. Hoje em dia, podemos alterar, também, o tamanho dos alvéolos e isso vai melhorar a definição da imagem impressa, especialmente nas áreas de meio-tom. Veja o diagrama presente na Figura 6 para melhor compreender. Figura 6 – Alteração na profundidade e no tamanho dos alvéolos Na Figura 7, podemos ver uma impressora rotográfica. Atente-se para o cilindro que está imerso dentro do tinteiro e este está usando tinta na cor amarela. A secagem da tinta é muito rápida e se dá mediante a evaporação dos solventes. 12 Figura 7 – Diagrama do mecanismo de funcionamento da Rotogravura Créditos: Pavel L Photo and Video/Shutterstock. Se tivermos várias unidades, podemos imprimir em várias cores de uma única vez. Veja o diagramada presente na Figura 8. Figura 8 – Diagrama de impressão rotográfica em quatro cores A matriz, no processo de Rotogravura, pode ser gravada de duas formas: química ou eletrônica. A forma química é a mais antiga e a forma eletrônica mais recente e com grande aceitação, já que oferece melhor qualidade para os trabalhos. As vantagens de se usar a Rotogravura está na rápida secagem da tinta, na alta durabilidade da matriz que pode durar até 10 milhões de cópias e o fato de poder imprimir sobre qualquer suporte desde que seja flexível. 13 Financeiramente, a Rotogravura compensa quando empregada para produzir altas tiragens de materiais (milhões de impressos). A Rotogravura pode ser utilizada para imprimir: papéis em geral, cartões, azulejos, plásticos, tecidos, cortinas, alumínio, papéis de parede, papéis-toalha, toalhas de mesa, envoltórios, vinis, revestimentos de pisos. Também devemos considerar que a Rotogravura é muito requisitada no setor de embalagens para produzir embalagens flexíveis, cartonagens, dobráveis, papéis de diferentes tipos, cartonagens, adesivos, películas diversas e folhas de rótulos. Saiba mais Para saber mais sobre a Rotogravura, assista aos vídeos disponíveis em: <https://www.youtube.com/watch?v=2_Uw2ZcZ_as> e <https://www.youtube.com/watch?v=Z4uym-gJvec>. Acesso em: 27 jan. 2021. TEMA 4 – SERIGRAFIA De acordo com os historiadores, a técnica de uso de estênceis para gravar algo foi inventada pelos antigos egípcios e, mais tarde, tal técnica foi utilizada pelos chineses (Silva, 2008). A Serigrafia, originada dos estênceis, é um processo permeográfico, também conhecida como silkscreen. No início, a tela usada no processo era feita de seda e daí deriva o nome silkscreen printing. A Serigrafia, tal como conhecemos hoje, surgiu no século XX e no Brasil, tal processo ganhou expressão a partir de 1970 (Villas-Boas, 2008). A Serigrafia foi popularizada especialmente pelas gráficas de médio e pequeno porte. Isso porque o processo é relativamente barato, permite pequenas tiragens e pode utilizar diversos suportes, tais como: tecido, papel, laminados plásticos, lonas, laminados rígidos, metais, vidro, cerâmica etc. Além do mais, outra grande vantagem da Serigrafia está na diversidade de tipos, texturas e densidades de tintas, o que favorece enormemente a variação de projetos. Para imprimir algo, temos de fazer a tinta vazar pela tela com o uso de pressão. Para tanto, utilizamos um rodo ou puxador (ver Figura 9). A tela (ou matriz serigráfica) é esticada em um bastidor de madeira, aço ou alumínio (quadro). Figura 9 – O puxador com tinta, pronto para ser utilizado por sobre a tela serigráfica 14 Créditos: Emerson Andre/Shutterstock. A Figura 10 apresenta uma tela gravada, pronta para receber a tinta e ser utilizada em um suporte (no caso da foto, tecido). A gravação da matriz ocorre pela fotossensibilidade. Em uma tela de náilon, aplica-se uma emulsão fotossensível. A seguir, um fotolito é colocado sobre a tela e esta é exposta à luz. Nos locais em que a luz não agir, teremos a área de grafismo, ou seja, o local por onde a tinta vai passar e se fixar no suporte. A qualidade da reprodução está ligada à densidade da trama do náilon utilizada na tela. Quanto mais densa for a tela, mais cara ela será e maior poderá ser a qualidade do produto final. O contrário também se aplica, ou seja, quanto menos densa for a tela de náilon, mais barata ela será e menor será a definição obtida. Outros fatores importantes e que influenciam muito na qualidade do trabalho é a qualificação do impressor, a qualidade dos equipamentos e o original a ser impresso. Figura 10 – A tela utilizada no processo de impressão Serigrafia Créditos: Odua Images/Shutterstock. Na Figura 11 podemos ver o trabalho de um impressor serigráfico. Note que as camisetas em tecido estão em uma mesa e sobre a camiseta vai a tela. 15 Então, com a ajuda do puxador, o impressor transfere a tinta para o suporte (camiseta). É importante ter em mente que o processo permite a impressão de uma cor por vez. Assim, várias cores demandarão várias telas e várias passagens. Figura 11 – O trabalho de um impressor serigráfico Créditos: Edusma7256/Shutterstock. Alguns avanços tecnológicos, como o desenvolvimento de novas tintas, softwares de computador específicos para a projetação de layouts serigráficos e a presença de vários processos informatizados para a gravação das telas impulsionaram esse processo de impressão. Ademais, o emprego do CtS (computer to screen) que permite a gravação da tela diretamente do arquivo digital e elimina o uso do fotolito, foi um grande avanço. Toda essa versatilidade permite a produção de diferentes produtos: camisetas promocionais, display de pontos de venda, brindes em geral, cartazes, faixas, elementos de sinalização, circuitos térmicos, circuitos eletrônicos, decoração de azulejos, capas de livros, capas de brochuras etc. No geral, devemos esperar um resultado mediano quando optamos pela Serigrafia. No entanto, isso é muito relativo, caso estejamos trabalhando com uma gráfica de ponta e que utiliza equipamentos atualizados. O fator mais importante a ser levado em conta é a tiragem e o tipo de suporte que receberá a impressão. Conforme for o caso, esse método de impressão oferecerá resultados e custos satisfatórios. 16 Saiba mais Para saber mais sobre Serigrafia ou silkscreen, assista aos vídeos disponíveis em: <https://www.youtube.com/watch?v=Y_nbbf0LHMM> e <https://www.youtube.com/watch?v=VesLrLQ5pog>. Acesso em: 27 jan. TEMA 5 – TIPOGRAFIA A Tipografia é outro processo de impressão relevográfico e, em essência, foi o processo criado por Gutenberg no século XV. Por quase cinco séculos, foi o principal processo de impressão utilizado. Começou a perder espaço para o processo Offset a partir dos anos de 1940 e, no Brasil, a partir de 1970 (Villas- Boas, 2008). Trata-se de uma técnica de impressão que é ainda muito utilizada em gráficas de baixo custo, na confecção de impressos padronizados, tais como notas fiscais, formulários, talões de pedidos, peças gráficas com pouco texto (ex. convites e cartões de visita). É cada vez menos utilizada para produzir embalagens e livros. Na Tipografia, a matriz (chamada de rama) é formada for tipos móveis que contém um caractere em relevo em cada um deles, tal como podemos ver na Figura 12. Os tipos móveis são confeccionados em chumbo, bronze ou em latão, de modo tal que a área a ser impressa fica em alto relevo. Colocados lado a lado, os tipos formam aquilo que será impresso (matriz). Figura 12 – Tipos móveis Créditos: Spr/Shutterstock. Uma vez que a matriz está montada, ela será entintada. Usa-se uma tinta pastosa com o propósito de evitar respingos no suporte. A seguir, a matiz é prensada contra o suporte e temos, então, o resultado do trabalho. 17 A Tipografia permite apenas a impressão de uma cor. Por isso, tal processo é muito utilizado para a produção de textos ou de ilustrações de traços contínuos e simples. Além disso, trata-se de um processo lento, uma vez que, para preparar a matriz, é necessário arranjar os tipos móveis um a um. Imagine o trabalho que uma pequena alteração no texto pode causar no processo! Outro fator importante é que as tiragens não são altas devido ao processo de preparação. A Tipografia tem um valor histórico imenso. Foi o processo de impressão que viabilizou a popularização de livros e de jornais, uma vez que foi possível a impressão em escala praticamente industrial. Lembre-se, antes da invenção de Gutenberg, os livros eram, praticamente, feitos à mão (copiados à mão). Só a título de comparação e para quem conhece, as antigas máquinas de escrever utilizavam tipos. Ao digitar um caractere, este é projetado contra uma fita e ambosentram em contato com o papel para imprimir o caractere. Assim, toque a toque, tipo a tipo, os textos eram impressos naquela época. Atualmente, as máquinas de escrever viraram, na grande maioria, objetos de colecionadores e de museu. As vantagens da utilização desse processo de impressão se relacionam à densidade da tinta que não é diluída em álcool ou água e, assim, confere mais qualidade à impressão. Isso é muito importante na produção de trabalhos artísticos que exigem alta qualidade. No século XIX, os tipos móveis começaram a ser substituídos pelo linotipo, especialmente na produção de revistas, jornais e livros. No linotipo, podemos construir linhas inteiras e que são fundidas de uma só vez. Saiba mais Para saber mais sobre o processo de impressão Tipografia, assista aos vídeos disponíveis em: <https://www.youtube.com/watch?v=9W64dK9aszQ> e <https://www.youtube.com/watch?v=YzOhCiimbM0>. Acesso em: 27 jan. 2021. TROCANDO IDEIAS Nesta aula, vimos os principais processos de impressão. No entanto, há outros processos que também são usados em dias atuais. Para ampliar seus conhecimentos, pesquise por vídeos que mostrem como funciona o processo de impressão híbrido. 18 NA PRÁTICA Para ampliar os conhecimentos adquiridos nesta aula, propomos que você, prezado(a) aluno(a), faça uma pesquisa com o propósito de conhecer os seguintes processos: 1) Tampografia; 2) Água-forte; 3) Talho-doce; É interessante que você diversifique os tipos de informações. Assim, procure por informações em blogues, artigos em sites da internet e vídeos. Por fim, elabore um pequeno texto que exponha as vantagens e desvantagens de cada um dos processos de impressão pesquisados. Troque com seus colegas para poder comparar as informações coletadas. Para tanto, você pode utilizar os fóruns de discussão. É muito importante que você faça essa atividade, pois ela enriquecerá seu repertório acerca dos processos de impressão e isso será um diferencial em termos de conhecimentos. FINALIZANDO Vimos, nesta aula, a importância de alguns dos mais difundidos e utilizados métodos de impressão. É importante adquirir conhecimentos acerca dos processos, pois, no universo da produção gráfica, é imprescindível definir de antemão qual sistema de impressão é o mais adequado, considerando o tipo de papel, as cores e os acabamentos que serão utilizados. Cada um dos processos de impressão tratados nesta aula apresentam vantagens e desvantagens. Alguns permitem a utilização com baixa tiragem de impressos. Outros só compensam quando o número de impressos atinge e ultrapassa a casa dos milhares. Há processos que conferem grande qualidade ao resultado final e há outros que permitem a utilização de diferentes suportes. Diante desse universo com muitas variações, o profissional deve selecionar aquele processo que oferece o melhor custo x benefício. Assim, o cliente ficará satisfeito, pois terá em mãos um produto de qualidade, sem gastar muito. 19 REFERÊNCIAS BANN, David. Novo manual de produção gráfica. Porto Alegre: Bookman, 2012. CAPELASSO, E. L.; NICODEMO, S.; MENEZES, Vinicius D.R. Produção Gráfica: do projeto ao produto. São Paulo: Editora Senac, 2018. MEGGS, P. B.; PURVIS, A. W. História do Design Gráfico. São Paulo: Cosac Naify, 2009. SILVA, C. Produção gráfica: novas tecnologias. São Paulo: Pancrom, 2008. VILLAS-BOAS, A. Produção Gráfica para Designers. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2008.