Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Imunologia Clínica Diagnóstico laboratorial em imunologia: Antígeno de superfície do vírus da Hepatite B Prof. Ms. Flávia Soares Lassie Realizar a determinação qualitativa de antígeno de superfície do vírus da Hepatite B por imunocromatografia; Conhecer os critérios de biossegurança para o descarte dos diferentes tipos de materiais utilizados em laboratório. Paciente, 35 anos, apresenta-se com queixa de “pele amarela” há 15 dias. Paciente relata que há 24 dias cursa com febre 38ºC, náuseas, vômitos, fadiga e dor em hipocôndrio direito. Refere que há 15 dias notou que a pele se mantém amarelada. Nega doenças pregressas e alergias. Refere internamento prévio para cirurgia em MID, sendo necessário hemotransfusão. Nega tabagismo e etilismo. Vida sedentária. Exame físico: Geral: REG, eupneica, ictérica, febril ao toque. PA: 120x85 mmHg; FC: 90 bpm; FR: 18 inc/min.; Temp: 38,4ºC. ABD: Globoso as custas de hepatoesplenomegalia, maciço a percussão. Solicitados exames laboratoriais: Hemograma, função renal, eletrólitos, transaminases, bilirrubina total e frações, albumina e proteína total, PCR, VHS. Sorologias: Anti-HAV IgM, AgHBs, Anti-HBs, Anti-Hbe, AgHBe, Anti-HBc IgM, Anti-HCV, HCV RNA SUSPEITAS DIAGNÓSTICAS Síndrome ictérica??? Hepatite aguda???? Hepatite B Determinação qualitativa de antígeno de superfície do vírus da Hepatite B por imunocromatografia Fonte: https://bit.ly/2N6wBab acesso fev. 2022 Imunocromatografia Popularmente conhecido como teste rápido; São testes de triagem; Alta sensibilidade; O sistema é realizado em uma matriz constituída de membrana de nitrocelulose ou de náilon coberta por acetato transparente para facilitar a visualização do teste; Antígeno ou anticorpo: é fixado na membrana na forma de linhas ou pontos e o restante da membrana é bloqueado com proteína inerte Emprego de corante insolúvel: ouro coloidal (róseo) ou prata coloidal (azul marinho) como revelador da interação Ag-Ac; Amostra aplicada se liga ao conjugado colorido e após migração por cromatografia a formação do imunocomplexo é revelado pelo depósito do corante coloidal na linha de captura; Controle interno: assegurar a qualidade dos reagentes Imunocromatografia Principio metodológico Fonte: https://bit.ly/2N6wBab acesso fev. 2022 Determinação qualitativa de antígeno de superfície do vírus da Hepatite B por imunocromatografia Finalidade: Kit para determinação qualitativa do antígeno de superfície do vírus da Hep. B(HBsAg) por método imunocromatográfico Usando anticorpos mono e policlonais imobilizados na membrana para identificação seletiva de HBsAg; Amostras: soro. HBsAg Teste : Os antígenos de superfície HBsAg presentes na amostra ligam-se no conjugado gamaglobulina-corante formando um complexo antígeno-anticorpo. Este complexo flui pela área absorvente da placa-teste indo se ligar aos anticorpos anti-HBsAg na área da reação positiva (T), determinando o surgimento de uma banda colorida rosa- clara. Fonte: Bula Kit para determinação qualitativa do antígeno de superfície do vírus da Hep.B Analisa: Imunocromatografia. https://bit.ly/3qxBabP acesso fev. 2021. HBsAg Teste : Na ausência dos antígenos de superfície HBsAg não haverá o aparecimento da banda colorida na área T. A mistura da reação continua a fluir atingindo a área controle (C). O conjugado não ligado ao antígeno une-se aos reagentes desta área produzindo uma banda colorida rosa-clara, demonstrando que os reagentes estão funcionando corretamente. Fonte: Bula Kit para determinação qualitativa do antígeno de superfície do vírus da Hep.B Analisa: Imunocromatografia. https://bit.ly/3qxBabP acesso fev. 2021. Hep. B Hepatites virais Doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos com tropismo primário pelo tecido hepático; Vírus de DNA: dupla fita circular com a transcrição de um RNA fita simples intermediário pela ação da transcriptase reversa; Nucleocapsídeo icosaédrico envelopado; Hepatite A(HAV), B (HBV), C (HCV), D (HDC), E (HED); Fonte: BROOKS, G.F. et al. Microbiologia médica. 26.ed. Porto Alegre: AMGH, 2014 (pág. 410). Hepadnaviridae Hepatites Virais- Quadro Clínico Atinge hepatócitos gerando inflamação do fígado; 1.Fase de incubação: início da infecção e aparecimento dos primeiros sintomas 2.Fase prodrômica ou pré-ictérica – 1 semana Sintomas mais comuns: gastro-intestinais (anorexia, náuseas, vômitos, diarreia), febre, cefaleia, adinamia, etc. 3.Fase ictérica: 2 a 4 semanas Colúria, hipocolia fecal e icterícias Melhora do estado geral Convalescença: Desaparecimento da icterícia, fase de recuperação Hepatites virais Caract Virus A Virus B Virus C Virus D Virus E Família Picorna virus Hepadna- virus Flavivirus Deltavírus Calicivirus Tamanho 27 42 60 22 32-34 Genoma RNA DNA RNA RNA RNA Via transmissão Fecal/Oral Parenteral Vertical sexual Parenteral Vertical sexual Parenteral Fecal/Oral Incubação (dias) 14-45 15-180 15-180 28-140 27-35 Cronicidade Não Sim Sim Sim Não Portador Não Sim Sim Sim Não Fonte: Adaptada de MELO, P. S.. Fisiopatologia e Farmacoterapia das doenças infecciosas, imunes e virais. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2018. Hepatites virais • VÍRUS A Contágio: Via fecal-oral água ou alimentos contaminados. Maioria das infecções sub-clínicas e não diagnosticadas Evolução: 99,5% para cura e 0,5% fulminante • VÍRUS B Contágio: Injeções endovenosas, transfusões, relações sexuais, transmissão materno-infantil Evolução: 90% para cura (4 a 6 semanas) e 10% portadores crônicos (podendo evoluir para hepatite crônica e cirrose hepática) Hepatites virais • VÍRUS C Antigamente chamado não A não B Maior responsável pelas hepatites pós-transfusionais Contágio: O mesmo do VHB Evolução: Hepatite aguda e 75% casos – cronicidade • VÍRUS D Vírus defectivo necessita do vírus B (HBsAg) para tornar-se patogênico Contágio: O mesmo do VHB No Brasil praticamente só existe na Amazônia Pode originar uma superinfecção em paciente com VHB: fulminante ou crônica Hepatites virais • Vírus E: • Transmissão oral-fecal; • Essa via de transmissão favorece a disseminação da infecção nos países em desenvolvimento; • Contaminação dos reservatórios de água mantém a cadeia de transmissão da doença. Diagnóstico laboratorial Testes sorológicos e de biologia molecular são específicos para o diagnóstico Dosagens séricas de ALT/AST: indicam lesão celular hepática não especifica a etiologia. HEPATITE A Fonte: Hepatites virais: O Brasil está atento MS disponível em: https://bit.ly/3archsW acesso fev.2022 IgG IgM ALT Fonte: Manual diagnóstico hepatites virais MS disponível em: https://bit.ly/3rZut2u acesso fev.2022 HEPATITE B Fonte: https://binged.it/2ZaCbug acesso fev. 2022 HBsAg Ag de superfície – infecção pelo HBV Anti-HBs Ac contra Ag de superfície do HBV – imunidade contra o HBV Anti-HBe Ac contra Ag “ e”- marcador de bom prognóstico na hepatite aguda pelo HBV HBeAg indica alta atividade replicativa (cargas virais elevadas) Anti-HBc detectável no soro, indicando contato com o HBV Anti-HBc IgMmarcador de infecção recente (Hep. B aguda) Anti-HBc IgG (ou total) Ac IgG contra HBsAg – indica contato com o vírus Fonte: Hepatites virais: O Brasil está atento MS disponível em: https://bit.ly/3archsW acesso fev.2022 HEPATITE B Fonte: Hepatites virais: O Brasil está atento MS disponível em: https://bit.ly/3archsW acesso fev.2022 HEPATITE C Fonte: Hepatites virais: O Brasil está atento MS disponível em: https://bit.ly/3archsW acesso fev.2022 Resultados dos exames..... Hemograma: leucopenia com linfocitose, anemia e trombocitopenia BT 3,1 mg/dL Até 1,0 mg/dL BD 1,2 mg/dL Até 0,4 mg/dL ALT 1989 4 a 36 U/L AST 1800 4 a 32 U/L GGT 102 0 e 30 U/L FA 240 50 a 136 U/L PCR 40 mg/L ≤ 8mg/L VHS 58mmDe 0 a 20 mm SOROLOGIA Anti-HAV IgM Não reagente AgHBs Reagente Anti-HBs Não reagente Anti-HBc IgM Reagente Anti- HBc IgG Não reagente Anti-Hbe Não reagente AgHBe Reagente Anti-HCV Não reagente HCV RNA Não reagente HEPATITE B AGUDA Fonte: autor
Compartilhar