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Responsabilidade Médica

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Direito médico resumo 
Responsabilidade profissional 
• Hierarquia legal 
O código de ética médica fica na parte de resoluções. Um artigo do código de ética irá 
prevalecer quando não tiver nada acima dele. Exemplo: o sigilo não é mais válido quando eu 
tenho o dever de informar, o adolescente tem o direito a sigilo enquanto aquilo não o colocá-
lo em risco.
• Ato médico x erro médico 
A obrigação do médico é de meio e de informação.
O erro médico é caracterizado pela imperícia, imprudência e negligência.
Negligência: descuido, desatenção. Deixar de fazer algo que deveria ser feito. 
Imprudência: agir precipitadamente ou sem cautela.
Imperícia: praticar ato sem conhecimento adequado.
Só haverá processo se houver dano resultante.
Processo criminal: objetivo de achar um culpado e responsabiliza-lo 
Processo civil (erro médico): reparo do dano, indenização 
O erro medico pode entrar como criminal em casos graves de negligência ou conduta 
criminosa.
Intercorrência x complicações: intercorrência é um acidente imprevisível e a complicação é 
um resultado incontrolável 
Obs: médico pode sair pra almoçar desde que não tenha nenhum paciente em risco de 
morte. 
O médico tem direito a se recusar a trabalhar em locais em condições ruins.
Sempre informar o responsável técnico sobre tudo.
• Classificação do erro médico
Quanto a natureza: orgânico, funcional, mora, psíquico ou misto 
Quanto ao agente: pessoa física, institucional (responsabilidade do hospital ou do médico?)
A responsabilidade do médico é subjetiva e a da instituição é objetiva. O hospital sempre 
responde por um erro que ocorre dentro dele. 
Quanto a vítima: individual ou coletivo 
Quanto ao tempo de aparecimento: imediato, tardio 
• Tipos de dano moral 
Violação de sigilo, assédio sexual, descortesia, ofensa pessoal, desrespeito ao pudor, 
reversão danosa de expectativa, perícia médica, pesquisa, trabalhos científicos, estresse, 
reoperação, outros. 
• Previsão de ação de qualquer natureza 
Informação e uma boa relação médico paciente.
Sempre escrever tudo no prontuário. 
A necessidade é uma exclusão de licitude de tudo, sempre. 
• Facilitadores do erro médico 
Pequenos procedimentos (porque quer fazer vários no mesmo dia e em sequência), 
exiguidade de tempo e indisponibilidade pessoal, escolha de instalações inadequadas, 
deficiente comunicação médico paciente, anotações lacônicas ou inexistentes, prontuários 
incompletos, decisões precipitadas, múltiplos empregos, falha na comunicação com 
familiares.
• O médico responde por ação ou por omissão 
O médico irá responder por algo que ele fez ou algo que não fez (deixou de fazer). 
Área penal: precisa da culpabilidade, tem que ser previsível e a preocupação é com o 
AUTOR. Código penal, código do processo penal e lei das contravenções penais.
Área civil: preocupação com a VÍTIMA. Código civil, código do processo civil e código de 
defesa do consumidor (embora a medicina não seja uma relação de consumo, existem 
alguns artigos do código de defesa do consumidor que são utilizados com muita frequência 
nos processos médicos).
• Conselhos de medicina 
Punição que os conselhos podem fazer: advertência verbal, advertência por escrito, 
suspensão e cassação do CRM. 
PIP - processo ético profissional - baseados no código de ética médica.
Denúncia de um processo ético-profissional: podem ter como origens o próprio paciente, o 
colega médico, comissão de ética médica do hospital.
Qualquer infração médica de dentro do hospital deve passar pela comissão. O hospital é 
obrigado a apurar todas as denúncias. 
Apuração de fatos: sindicância.
• Obrigação e responsabilidade 
- Obrigação 
Dever jurídico originário.
Quem tem obrigação de meio é o prestador de serviço e quem tem obrigação de resultado é 
o fornecedor de produtos. Como médicos, somos prestadores.
- Responsabilidade 
Dever jurídico secundário.
Médico é subjetivo e hospital objetivo. 
• Previsibilidade e evitabilidade
Se é algo imprevisível e inevitável, o médico não tem como responder.
Culpabilidade: negligência, imperícia e imprudência 
Em todo o processo médico, tem que ser provado que não houve dano, dolo, culpa e 
previsibilidade nem evitabilidade. 
Tem que ter nexo causal. 
• Cálculo de dano 
Dano patrimonial e extra patrimonial. Leva em consideração o dano emergente (o que 
efetivamente foi gasto), o lucro cessante (o que deixou de ganhar por conta do dano) e moral 
(direito de personalidade) 
• Muito importante: formador e excludente de licitudes 
Formadores: fato, culpa, dano e nexo de causalidade 
Excludentes: culpa exclusiva da vítima, fato de terceiros, caso fortuito, força maior 
• Responsabilidade civil dos hospitais 
Qualquer serviço extra médico ou para médico (objetivo), excluindo o médico (subjetivo). 
• Relação médico paciente 
Única, individual, não tem contrato, bilateral, de meio. 
O máximo de contrato aqui é o prontuário. 
Código de ética médica 
O conselho de medicina não prende ninguém, mas pode dar parecer para a área criminal. 
O código de ética serve para QUALQUER exercício da medicina, inclusive docência e 
pesquisa. 
• Capítulo 1 - princípios fundamentais (é o código mais importante, que resume tudo) 
I- A medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será 
exercida sem discriminação de nenhuma natureza.
Il - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual 
deverá agir com o maximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.
III- Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico necessita ter boas condições 
de trabalho e ser remunerado de forma justa.
IV- Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do 
progresso científico em benefício do paciente e da sociedade - infração ética e não erro.
Obs: erro é imprudência, negligência e imperícia, com dano.
Obs: um prontuário mal preenchido ou não preenchido é o paciente necessite desse dado, ou 
a justiça, é considerado erro médico. 
VI- O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício, 
mesmo depois da morte. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico 
ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativas contra sua 
dignidade e integridade. - assistência ao suicídio. 
VII- O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços 
que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as 
situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua 
recusa possa trazer danos à saúde do paciente.
Exemplo: aborto. O médico não é obrigado a fazer, a não ser que ele seja o responsável 
técnico, pois é direito da mulher de fazer, se sobrepõe a isso. Também tem que fazer em 
casos emergenciais.
X- O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivo de lucro, 
IX- A medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio. 
finalidade política ou religiosa 
XI- O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conhecimento no 
desempenho de suas funções, com exceção dos casos previstos em lei.
XII - O médico empenhar-se-á pela melhor adequação do trabalho ao ser humano, pela 
eliminação inerentes nos aividades laboratoriais 
XIII- O médico comunicará às autoridades competentes quaisquer formas de deteriorização 
do ecossistema, prejudiciais à saúde e a vida 
XIV - O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos serviços médicos e em assumir 
sua responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação 
referente à saude.
XVI- Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de instituição, pública ou 
privada, limitará a escolha pelo médico, dos meios cientificamente reconhecidos a serem 
praticados para o estabelecimento do diagnóstico e da execução do tratamento, salvo 
quando em benefício do paciente
XVII - As relações do médico com os demais profissionais devem basear-se no respeitomútuo, na liberdade e na independência de cada um, buscando sempre o interesse e o bem-
estar do paciente.
XVIII - O médico terá, para com os colegas, respeito, consideração e solidariedade, sem se 
eximir de denunciar atos que contrariem os postulados éticos.
XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos 
profissionais, resultantes de relação particular de confiança e executados com diligência, 
competência e prudência. - a responsabilidade do médico é pessoal, não se pode passar a 
responsabilidade para ninguém (a não ser que seja contratação de terceiros ou culpa da 
vítima 
XX - A natureza personalíssima da atuação profissional do médico não caracteriza relação de 
consumo.
XXI- No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de 
consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas 
aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos cientificamente reconhecidas.
O paciente tem escolha do próprio tratamento! É obrigação do médico informar todos os 
riscos da recusa do tratamento - recusa terapêutica ou desistência de tratamento. Em risco 
de morte, não acata a recusa do paciente!
XXII- Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de 
procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob 
sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados. 
XXIII - Quando envolvido na produção de conhecimento científico, o médico agirá com 
isenção, independência, veracidade e honestidade, com vista ao maior benefício para os 
pacientes e para a sociedade.
XXIV - Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o 
médico respeitará as normas éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos 
sujeitos da pesquisa.
XXV - Na aplicação dos conhecimentos criados pelas novas tecnologias, considerando-se 
suas repercussões tanto nas gerações presentes quanto nas futuras, o médico zelará para 
que as pessoas não sejam discriminadas por nenhuma razão vinculada à herança genética, 
protegendo-as em sua dignidade, identidade e integridade.
XXVI - A medicina será exercida com a utilização dos meios técnicos e científicos disponíveis 
que visem aos melhores resultados.
• Eutanásia, distanasia e ortotanásia 
Eutanásia: antecipação da morte 
Ortotanásia: cuidado paliativo (cuidados: dor, conforto e nutrição)
Distanasia: prolongar a dor com procedimentos desnecessários.
Obs: há normas de pesquisa definidas pela ANVISA e não pelo hospital. Não pode usar 
técnicas que ainda não foram reconhecidas cientificamente. Não pode descriminar pessoas 
por orientação, sexo ou cor. 
• Direito do médico 
Greve é permitida desde que não tenha situações de urgência e emergência e deve-se 
informar o RT e o CREMERJ.
Direito a nao trabalhar em condições ruins. 
• Vedado ao médico 
Causar dano ao paciente por ação ou omissão 
A responsabilidade do médico é sempre pessoal e não pode ser presumida.
Não posso deixar o paciente sem um responsável sobre ele.
Não posso abandonar um plantão.
A data de um atestado sempre deve ser do dia de emissão. Com o formulário de onde ele foi 
atendido. Se for na casa do paciente, deve ser com o formulário pessoal do médico ou do 
CREMERJ, nunca de um hospital que ele nunca foi.
Laudos sempre legíveis com número de registro.
Todo procedimento que foi realizado no paciente deve ter termo de consentimento, a não ser 
que seja urgência ou emergência.
Não se pode negar nunca atendimento emergencial, mesmo que não seja da sua 
especialidade. Não enquadra como imperícia pois é emergência.
O médico pode deixar de atender um paciente por questões pessoais, desde que eu 
assegure a continuidade dos cuidados. E que não seja urgência.
Em caso de morte encefálica, o médico que participa da equipe de transplante do hospital 
NÃO PODE participar do diagnóstico de morte encefálica. 
Quando fecha o diagnóstico de morte encefálica, a decisão de desligar os aparelhos é do 
médico e não da família, já que é considerado morto - muito importante!
Só nao irá desligar imediatamente os aparelhos caso a família decida por doar os órgãos. 
Em caso de paciente encaminhado por outro médico, deve-se encaminha-lo de volta com o 
resultado - Art. 53. Deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para procedimento 
especializado de volta do médico assistente e, na ocasião, fornecer-lhe as devidas 
informações sobre o ocorrido no período em que por ele se responsabilizou.
Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro 
médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de 
indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico 
responsável.
Só é permitido transmitir informações de um paciente para outro médico quando o paciente 
autorizar. 
Não pode aceitar vantagens de indústrias farmacêuticas. 
• Sigilo 
Não posso revelar segredos que coloquem o paciente em processo criminal. Exemplo: auto 
aborto, bandido baleado.
Não se pode falar do paciente mesmo que depois de falecido.
Mesmo em frente ao juíz, não se pode revelar dados do paciente.
O menor de idade tem direito ao sigilo a não ser que tenha risco a vida do paciente. 
Pegadinha: a mãe vai ao consultório e quer saber sobre as informações da filha, o médico 
não pode informar já que faz parte do direito de sigilo do menor de idade. Porém, se a mãe 
pedir o prontuário, ela poderá ter acesso por ser a responsável legal. 
Crimes contra a vida, como um homicida, pode ser denunciado. Obs: aborto não é crime 
contra a vida.

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