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Análise de custo para implantação de uma fazenda modelo de camarão com 10 hectares

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA 
BACHARELADO EM ENGENHARIA DE AQUICULTURA 
 
 
DIÓGENES KALEBE DA SILVA 
 
 
 
 
ANÁLISE DE CUSTO PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA FAZENDA MODELO DE 
CAMARÃO COM 10 HECTARES 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2023 
 
DIÓGENES KALEBE DA SILVA 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE CUSTO PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA FAZENDA MODELO DE 
CAMARÃO COM 10 HECTARES 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial para a obtenção do título 
de Bacharel em Engenharia de 
Aquicultura. 
 
Orientador(a): Prof. Dr. Wallace Silva do 
Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2023
 
 
DIÓGENES KALEBE DA SILVA 
 
ANÁLISE DE CUSTO PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA FAZENDA MODELO DE 
CAMARÃO COM 10 HECTARES 
 
 
Monografia apresentada à Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial para a obtenção do título 
de Bacharel em Engenharia de 
Aquicultura. 
 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - -Centro de Biociências - CB 
 
 Silva, Diogenes Kalebe da. 
 Análise de custo para implantação de uma fazenda modelo de 
camarão com 10 hectares / Diogenes Kalebe da Silva. - 2023. 
 72 f.: il. 
 
 Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, Centro de Biociências, Curso de Engenharia de 
Aquicultura. Natal, 2023. 
 Orientador: Prof. Dr. Wallace Silva do Nascimento. 
 Coorientador: Jonathas Sales Costa Araújo. 
 
 
 1. Carcinicultura - Monografia. 2. Custo de implantação - 
Monografia. 3. Análise de custo - Monografia. 4. Corte e aterro 
- Monografia. I. Nascimento, Wallace Silva do. II. Araújo, 
Jonathas Sales Costa. III. Título. 
 
RN/UF/BSCB CDU 639.512 
 
 
Elaborado por KATIA REJANE DA SILVA - CRB-15/351 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E 
CONTRATOS
FOLHA DE ASSINATURAS
Emitido em 12/07/2023
ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Nº 3/2023 - CEA (17.43) 
 NÃO PROTOCOLADO)(Nº do Protocolo:
 (Assinado digitalmente em 19/07/2023 12:31 )
EMERSON EDUARDO SILVA DE MOURA
TECNICO DE LABORATORIO AREA 
EAJ (11.22)
Matrícula: ###753#5
 (Assinado digitalmente em 17/07/2023 18:21 )
WALLACE SILVA DO NASCIMENTO
PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR
DOL/CB (17.15)
Matrícula: ###668#2
 (Assinado digitalmente em 21/07/2023 08:26 )
JONATHAS SALES COSTA ARAÚJO
ASSINANTE EXTERNO
CPF: ###.###.114-##
Visualize o documento original em informando seu número: , ano: , tipo: https://sipac.ufrn.br/documentos/ 3 2023
, data de emissão: e o código de ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 17/07/2023
verificação: beb8c503b4
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AGRADECIMENTOS 
Quero expressar minha gratidão ao supremo mestre, que possibilitou todas as 
experiencias que vivi, a DEUS. Sou grato por tudo que tem realizado na minha 
trajetória, pelo seu amor inesgotável e por cada pessoa que colocou em minha vida. 
O que seria de mim sem ele? Nada! 
 À minha mãe, Ana Rosa, uma mulher resiliente e incrível, que se esforçou e 
superou limites para proporcionar uma vida digna a seus filhos, mesmo que isso 
implicasse renunciar seu próprio conforto. 
Ao meu pai, Erivan Silvino, um grande exemplo, que se dedicava 
incansavelmente à luta diária, despertando nas madrugadas para trazer o melhor para 
nossa família. Jamais esquecerei tanto esforço. 
A todos os membros da minha família (avó, tios, tias), em especial minha Irmã 
(Kaliny), meu sobrinho (Asafe) e cunhado, expresso minha gratidão por sempre me 
ajudar, incentivar e apoiar. 
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em particular ao 
Departamento de Oceanografia e Limnologia, pelo apoio oferecido durante a 
realização deste curso. 
Ao Prof. Dr. Wallace, agradeço pela oportunidade de receber orientação na 
carreira acadêmica, pela confiança depositada em mim, pela paciência e por sempre 
me ajudar nos trâmites da UFRN. 
Ao meu chefe, Jonathas Sales, pela coorientação e parceria. Tenho uma 
imensa gratidão pela amizade que construímos ao longo do estágio, pelas 
oportunidades que você me proporcionou e por ser um exemplo como pessoa e 
referência como Engenheiro de Aquicultura a quem quero trilhar o mesmo caminho. E 
à BR AQUA por ter me acolhido, onde foi uma escola para mim, sendo fundamental 
para meu crescimento. 
Ao Me. Emerson, pelas dicas, orientações e indicações, sou muito grato por 
tudo. Ao Eng. Civil, Roan Tarquinio. À todos que me deram carona para EAJ. À todos 
os professores, colegas, funcionários do DOL e EAJ. Aos meus amigos, agradeço por 
estarem sempre ao meu lado. E à todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram 
para a minha formação, expresso meu sincero agradecimento. 
 
RESUMO 
A aquicultura brasileira tem apresentado resultados promissores e um dos setores é 
a carcinicultura, onde os estados do Ceará e Rio Grande do Norte são os que mais 
crescem em números de fazendas. Dado os recordes de produção que o país registra 
ano após ano, e com o aumento do número de fazendas de produção, é possível 
afirmar que esse setor tem recebido investimentos tanto das empresas que já atuavam 
no mercado como também de novas empresas que estão surgindo. Sendo assim, o 
presente trabalho tem como objetivo mensurar e analisar o custo de implantação de 
uma fazenda de camarão, considerando o recente e constante avanço na quantidade 
de fazendas implantadas nos últimos anos, bem como, realizar levantamento 
quantitativo dos custos para implantação, sendo a propriedade de estudo no município 
de Carnaubais/RN; Avaliar se viveiros maiores são menos dispendiosos; Encontrar o 
item mais oneroso de uma implantação; Verificar o melhor custo de abastecimento: 
com tubulação ou por canal e analisar a viabilidade de implantar (construir) ou comprar 
uma fazenda pronta. Inicialmente, foi identificado a propriedade e suas características, 
descrito todos os quesitos construtivos e de projeto, dentro das leis vigentes, como 
corte e aterro, tamanho dos viveiros, comportas, altura dos taludes, entre outros. Após 
isso, foram separados os custos de implantação e, para isso, foi utilizado a definição 
de Hoffman em relação aos custos fixos. Todos os valores apresentados foram de 
orçamentos feitos durante a pesquisa e distribuídos em custos de corte e aterro; 
custos de elétrica; custos com hidráulica; custo com equipamentos e custos com 
licenças para legalização do empreendimento. Após a análise, pode-se observar que 
o custo total estimado para a implantação de uma fazenda de camarão de 10 hectares 
é de R$ 629.266,48, com o item mais oneroso, corte e aterro, representando 27,62% 
desse valor. Verificou-se que o abastecimento por meio de canal escavado é a opção 
mais vantajosa, considerando que os custos do sistema de tubulação são 63,24% 
mais elevados em comparação com o sistema de canais. Além disso, constatou-se 
que é mais econômico implantar uma fazenda, ou seja, construí-la, do que adquirir 
uma já pronta, uma vez que o valor por hectare de uma fazenda pronta é 2,21 vezes 
maior do que o de uma fazenda a ser implantada. 
Palavras-chave: Custo de implantação; Análise de custo; corte e aterro; 
Carcinicultura. 
 
 
ABSTRACT 
Brazilian aquaculture has shown promising results and one of the sectors is shrimp 
farming, where the states of Ceará and Rio Grande do Norte are the ones that grow 
the most in number of farms. Given the production records that the country registers 
year after year, and with the increase in the number of production farms, it is possible 
to state that this sector has received investments both from companiesthat were 
already operating in the market and also from new companies that are emerging. 
Therefore, the present work aims to measure and analyze the cost of implementing a 
shrimp farm, considering the recent and constant advance in the number of farms 
implemented in recent years, as well as carrying out a quantitative survey of the costs 
for implementation, with the study property in the municipality of Carnaubais/RN; 
Evaluate whether larger nurseries are less expensive; Finding the most costly item in 
a deployment; Check the best cost of supply: with piping or by channel and analyze 
the feasibility of deploying (building) or buying a ready-made farm. Initially, the property 
and its characteristics were identified, all construction and project requirements were 
described, within the current laws, such as cut and fill, size of nurseries, floodgates, 
height of slopes, among others. After that, the implementation costs were separated 
and, for that, Hoffman's definition of fixed costs was used. All values presented were 
from budgets made during the research and distributed into cutting and filling costs; 
electric costs; hydraulic costs; cost with equipment and costs with licenses for the 
legalization of the enterprise. After the analysis, it can be observed that the total 
estimated cost for the implementation of a shrimp farm of 10 hectares is R$ 
629,266.48, with the most expensive item, cutting and landfill, representing 27.62% of 
this value. It was found that supplying through an excavated channel is the most 
advantageous option, considering that the piping system costs are 63.24% higher 
compared to the channel system. In addition, it was found that it is more economical 
to implant a farm, that is, to build it, than to acquire a ready-made one, since the value 
per hectare of a finished farm is 2.21 times greater than that of a farm to be implanted. 
 
Keywords: Implementation cost; Cost analysis; cut and fill; Shrimp farming. 
 
 
 
 
INDICE DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Produção aquícola mundial, 1991-2020 .................................................... 11 
Figura 2 - Os maiores produtores mundiais de camarão em 2019 ........................... 13 
Figura 3 - Declínio, evolução e expectativas de produção de camarão marinho 
cultivado no mundo ................................................................................................... 15 
Figura 4 – Mapa de localização do município de Carnaubais/RN ............................. 21 
Figura 5 - Terreno plano do investidor próximo ao rio Piranhas. ............................... 21 
Figura 6 - Solo Latossolo Vermelho Amarelo ............................................................ 22 
Figura 7 - Bacia Hidrográfica Piranhas-Açu. ............................................................. 24 
Figura 8 - Imagem ilustrativa da correnteza de um rio. ............................................. 26 
Figura 9 - Imagem ilustrativa da correnteza de um rio. ............................................. 27 
Figura 10 - Posição correta do abastecimento/drenagem ......................................... 28 
Figura 11 - Representação do talude - Trapezoidal ................................................... 29 
Figura 12 - Layout 1 da fazenda de 10 ha ................................................................. 31 
Figura 13 - Layout 2 da fazenda de 10 ha ................................................................. 32 
Figura 14 – Representação da profundidade média dos viveiros, bem como a borda 
livre ............................................................................................................................ 36 
Figura 15 – Vista superior do viveiro – Visualização das valas de drenagem ........... 37 
Figura 16 - Corte transversal da bacia de sedimentação .......................................... 37 
Figura 17 - Corte transversal da fazenda – lado inicial (menor profundidade dos 
canais) ....................................................................................................................... 38 
Figura 18 - Corte transversal da fazenda – lado final (maior profundidade dos canais)
 .................................................................................................................................. 39 
Figura 19 - Corte transversal entre viveiros – Lado raso das valas ........................... 39 
Figura 20 - Corte transversal entre viveiros – Lado profundo das valas ................... 39 
Figura 21 – Guia para áreas da volumetria ............................................................... 40 
Figura 22 – Percentual dos custos com licenças ...................................................... 43 
Figura 23 – Comporta de drenagem Y ...................................................................... 48 
Figura 24 – Percentual dos custos com corte e aterro .............................................. 49 
Figura 25 – Dimensionamento dos postes e localização dos equipamentos elétricos
 .................................................................................................................................. 51 
Figura 26 - Distanciamento dos postes ..................................................................... 51 
Figura 27 – Percentual dos custos com elétrica ........................................................ 52 
Figura 28 – Corte transversal do talude de abastecimento – Canal .......................... 53 
Figura 29 – Corte transversal do talude de abastecimento – Tubulação ................... 53 
Figura 30 – Especificações da bomba e suas vazões ............................................... 55 
Figura 31 - Representação gráfica do abastecimento por tubulação ........................ 56 
Figura 32 – Percentual do custo do abastecimento por tubulação ............................ 57 
Figura 33 – Percentual dos custos do abastecimento por canal ............................... 58 
Figura 34 – Percentual dos custos de equipamentos ................................................ 60 
Figura 35 – Representatividade dos custos de implantação por categoria ............... 62 
Figura 36 – Comparativos dos custos – com tubulação vs sem tubulação. .............. 64 
Figura 37 – Custo de implantação 2010 - 2013......................................................... 65 
Figura 38 – Implantação: com aquisição do terreno vs Terreno próprio .................... 66 
Figura 39 – Custo por hectare – Fazenda pronta vs Implantação ............................. 66 
 
INDICE DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Comparativo do número de fazendas ativas, municípios, área, produtividade 
e produção anual das fazendas do Ceará nos anos de 2011, 2016, 2020 e 2021. ... 16 
Tabela 2 - Faixa da APP conforme a largura do Rio .................................................. 25 
Tabela 3 – Quadro de áreas do layout 1 ................................................................... 33 
Tabela 4 – Quadro de áreas do layout 2 ................................................................... 33 
Tabela 5 – Resumo do quadro de áreas ................................................................... 34 
Tabela 6 - Quadro volumétrico de aterro ................................................................... 40 
Tabela 7 - Quadro volumétrico escavado .................................................................. 40 
Tabela 8 – Resumo do quadro de volumes ............................................................... 40 
Tabela 9 - Custos com licenças e planejamento ....................................................... 43 
Tabela 10 - Especificações gerais para o cálculo de escavação e movimentação de 
terra ........................................................................................................................... 45 
Tabela 11 - Especificações e desempenho da escavadeira ...................................... 45 
Tabela 12 – Custo (investimento) com a escavação ................................................. 46 
Tabela 13- Custos com corte e aterro (construção civil dos viveiros) ....................... 49 
Tabela 14 – Custos com a elétrica ............................................................................ 52 
Tabela 15 – Quadro da vazão necessária para abastecer os viveiros ...................... 55 
Tabela 16 – Custos com o abastecimento por tubulação .......................................... 56 
Tabela 17 - Custos com o abastecimento por canal .................................................. 58 
Tabela 18 – Custos com equipamentos .................................................................... 60 
Tabela 19 - Resumo dos Custos de implantação por categoria ................................ 62 
Tabela 20 - Top 5 itens que mais custam na implantação de uma fazenda de 
camarão .................................................................................................................... 63 
Tabela 21 - Comparativo do custo de corte aterro com tamanhos diferente de 
viveiros. ..................................................................................................................... 63 
Tabela 22 – Custo por hectare .................................................................................. 64 
 
9 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 
1.1. AQUICULTURA MUNDIAL ........................................................................... 11 
1.2. AQUICULTURA NO BRASIL ........................................................................ 12 
1.3. CARCINICULTURA NO BRASIL E NO MUNDO .......................................... 13 
1.4. IMPLANTAÇÃO DE UMA FAZENDA DE CAMARÃO ................................... 16 
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 19 
2.1. GERAL ......................................................................................................... 19 
2.2. ESPECÍFICOS ............................................................................................. 19 
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 19 
3.1. LOCALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE ........................... 20 
3.2. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO................................................................ 21 
3.2.1. Solo e Clima .......................................................................................... 22 
3.2.2. Fonte de abastecimento ........................................................................ 23 
3.3. PORTE DA FAZENDA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................. 24 
3.4. CARACTERIZAÇÃO DO LAYOUT ............................................................... 27 
3.4.1. Quantidade e tamanho dos viveiros ...................................................... 28 
3.5. SIMULAÇÃO DE CORTE E ATERRO .......................................................... 35 
3.6. CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO ...................................................................... 41 
3.6.1. Custo com licenças ................................................................................ 42 
3.6.2. Custo do corte e aterro .......................................................................... 44 
3.6.3. Custo elétrico ......................................................................................... 49 
3.6.4. Custo hidráulico ..................................................................................... 53 
3.6.5. Custos com equipamentos .................................................................... 59 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 62 
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 67 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
A criação de organismos aquáticos, em diferentes estágios de 
desenvolvimento, dentro de um ambiente confinado e controlado é denominada de 
aquicultura. 
 Essa atividade pode ser classificada como Aquicultura Continental, quando a 
produção dos organismos aquáticos se dá em ambientes de água doce como lagos, 
rios, açudes etc. Já a Aquicultura Marinha se desenvolve, geralmente na região 
costeira, como oceanos e estuários. No Brasil, 69,7% da produção é proveniente em 
terra firme (piscicultura continental), e há projeções que indicam uma tendência de 
crescimento nessa modalidade. A preferência por essa forma de produção se deve à 
disponibilidade de vastas extensões de terra adequadas para o cultivo, à abundância 
de água doce e limpa, e à boa adaptabilidade das espécies criadas (Oliveira, R.C., 
2009). 
A aquicultura é uma atividade de grande importância e diversidade, que 
abrange uma variedade de setores produtivos. Além da tradicional piscicultura, onde 
são cultivados diferentes tipos de peixes, existem outras áreas que se destacam 
nessa prática. Uma delas é a carcinicultura, voltada para a produção de camarões. 
Esse ramo tem ganhado cada vez mais relevância, sendo uma fonte lucrativa de 
alimentos e impulsionando a economia em diversas regiões. A criação de camarão em 
ambientes controlados permite o fornecimento de produtos de alta qualidade, 
atendendo à demanda crescente no mercado global. 
Além do mais, engloba diversos outros setores, incluindo a ranicultura, a 
malacocultura e a algocultura. A ranicultura dedica-se à criação de rãs, fornecendo 
carne para consumo humano na indústria de alimentos exóticos. A malacocultura é 
voltada para a produção de moluscos, como ostras e mexilhões, em ambientes 
controlados, ampliando a oferta de frutos do mar saudáveis e sustentáveis. Já a 
algocultura cultiva algas e microalgas, que têm múltiplas aplicações, desde a 
alimentação até a produção de biocombustíveis e compostos bioativos. Esses 
segmentos da aquicultura visam garantir a segurança alimentar, a conservação dos 
recursos naturais e atender às demandas por produtos sustentáveis. 
 
11 
 
Com isso, a aquicultura, em suas diferentes vertentes, desempenha um papel 
fundamental na segurança alimentar, no desenvolvimento econômico e na 
conservação dos recursos naturais. A busca por práticas sustentáveis e o manejo 
adequado dos ecossistemas aquáticos são essenciais para garantir o crescimento 
contínuo desse setor e o equilíbrio entre produção e preservação ambiental. 
 
1.1. AQUICULTURA MUNDIAL 
 
De acordo com as informações do último relatório estatístico global da 
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU, 2022), 
intitulado State of The World Fisheries and Aquaculture (SOFIA 2022), a produção 
mundial de peixes provenientes da aquicultura e pesca atingiu uma estabilização em 
2020, quando comparada a anos anteriores. Sendo uma queda de 4,4% nas capturas 
foi observada, principalmente devido à diminuição nos volumes pesqueiros. Além 
disso, a redução na atividade pesqueira da China e os impactos globais da pandemia 
de Covid-19 também contribuíram para esse cenário. 
Por outro lado, o setor da aquicultura mostrou-se mais resiliente, registrando 
um crescimento de 5,7% na produção. O cultivo de animais aquáticos e algas 
contribuiu para alcançar um volume total de 122,6 milhões de toneladas em todo o 
mundo (Figura 1). No entanto, é importante destacar que esse crescimento também 
foi contido pelos reflexos da pandemia global, que afetaram as operações e cadeias 
de suprimento do setor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: FAO, 2020 
Figura 1 - Produção aquícola mundial, 1991-2020 
 
12 
 
Contudo a aquicultura tem seguido uma progressão constante ao longo do 
tempo, comparado pesca. E, de acordo com o gráfico, disponibilizada pela FAO, a 
produção de animais aquáticos em 2020 registrou um aumento significativo,sendo 
mais de 60% superior que em 2010. 
 
1.2. AQUICULTURA NO BRASIL 
 
A produção de organismos aquáticos no Brasil tem mostrado resultados 
promissores, impulsionando a oferta de alimentos saudáveis e sustentáveis. Os 
produtores têm se dedicado a aprimorar as técnicas de criação e manejo, visando à 
produtividade e à qualidade dos produtos. Além disso, a busca por práticas 
sustentáveis na aquicultura tem sido uma prioridade, garantindo a conservação dos 
recursos naturais e a preservação dos ecossistemas. 
A aquicultura no Brasil também desempenha um papel importante no 
abastecimento interno de alimentos, contribuindo para a segurança alimentar e 
nutricional da população. Além disso, a produção excedente tem potencial para 
exportação, promovendo a economia do país e fortalecendo a presença brasileira no 
mercado global de pescados. 
Diante desse cenário favorável, é fundamental que haja apoio e investimentos 
contínuos no setor da aquicultura, por meio de políticas públicas adequadas, 
incentivos fiscais e capacitação dos produtores. Dessa forma, será possível explorar 
todo o potencial do Brasil nessa área, promovendo um crescimento sustentável e 
competitivo da aquicultura, beneficiando não apenas os produtores, mas também a 
sociedade como um todo. 
De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Pesca e 
Aquicultura, a aquicultura brasileira teve um crescimento notável de 123% na última 
década. Os resultados deste levantamento foram apresentados durante a conferência 
do International Institute of Fisheries Economics and Trade (IIFET) na Escócia. O 
estudo revela que a produção de organismos aquáticos no Brasil aumentou de 257 
mil toneladas anuais para 574 mil toneladas entre os anos de 2005 e 2015. Esse 
 
13 
 
crescimento expressivo reflete os avanços significativos alcançados no setor ao longo 
desse período. 
Em tempos passados, o Brasil era amplamente reconhecido como um país com 
um imenso potencial para o desenvolvimento da pesca e aquicultura. No entanto, 
atualmente o país se encontra em uma posição menos proeminente nesse setor, 
sendo atualmente a 13ª posição na produção de peixes em cativeiro. 
 
1.3. CARCINICULTURA NO BRASIL E NO MUNDO 
 
A produção de animais aquáticos, incluindo a carcinicultura, é o setor de 
crescimento mais rápido na indústria global atualmente. Nos últimos dez anos, ela tem 
superado as taxas de crescimento da pecuária bovina, avicultura e suinocultura 
(KUBTIZA, 2003). 
A China é o maior produtor mundial de camarão, representando 33% do volume 
total produzido em 2019. A produção de camarão branco (Penaeus vannamei) no país 
cresceu 19,5% entre 2015 e 2019. Continuando, a Índia e a Indonésia desempenham 
um papel significativo na produção global de camarão, com uma participação igual de 
13% cada, alternando a segunda posição no ranking mundial, seguindo pelo Equador 
12%, Vietnã 11%, Tailândia 7% e demais países que somados chegam a 11% 
(FAO,2022). (Figura 2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
33%
13%
13%
12%
11%
7%
11%
MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DE 
CAMARÃO BRANCO EM 2019
China
Índia
Índonésia
Equador
Vietinã
Tailândia
Demais países
Fonte: FAO, 2020 
Figura 2 - Os maiores produtores mundiais de camarão em 2019 
 
14 
 
O Equador é um dos principais produtores de camarão cultivado em todo o 
mundo, ocupando a quarta posição global e sendo o maior produtor nas Américas, 
pois ao longo do período de 2005 a 2019, o país registrou um crescimento notável na 
produção, impulsionado pelo aumento da densidade média de estoque (FLETCHER, 
2021). Com uma indústria competitiva, o Equador tem perspectivas de recuperação 
nas exportações para a China, após as restrições impostas em 2020 devido à 
detecção de coronavírus nas embalagens. Além disso, os produtos processados do 
Equador têm sido bem recebidos tanto na União Europeia quanto nos Estados Unidos 
(FLETCHER, 2021). 
Esses dados destacam a importância da China como produtor e consumidor de 
camarão, além do crescimento significativo da produção na Índia. As mudanças nas 
dinâmicas do mercado global de camarão têm implicações para os produtores, 
exportadores e consumidores, e é importante acompanhar essas tendências para 
entender o panorama atual da indústria aquícola. 
Já no Brasil, mesmo não estando no pódio de produção mundial, a 
carcinicultura tem crescido consideravelmente (ABCC, 2020) (Figura 3). A atividade 
do cultivo de camarão marinho, embora seja relativamente recente em comparação 
com outros setores da aquicultura, tem se destacado como o principal motor de 
desenvolvimento de tecnologias e serviços no campo aquícola global. No Brasil, a 
carcinicultura comercial teve seu início na década de 1970, inicialmente baseada em 
modelos importados do Equador, Panamá e Estados Unidos. Através de processos 
de validação e aprimoramento contínuo, e adaptada à realidade nacional foi 
desenvolvida, contribuindo para que o país se tornasse líder mundial em produtividade 
na área em 2003 (ABCC, 2011). 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A carcinicultura brasileira experimentou um crescimento significativo, 
superando os desafios enfrentados em 2016 devido à doença da mancha branca 
(White Spot Syndrome - WSS). Esse setor em expansão registrou um aumento 
impressionante de mais de 200% em 6 anos (2016-2022), demonstrando seu 
potencial produtivo. 
A demanda crescente pelo produto impulsionou novos investimentos no setor, 
resultando na entrada de novas empresas, na profissionalização e no avanço 
tecnológico da aquicultura nacional. Além disso, o aumento na escala de produção foi 
alavancado por iniciativas dos próprios produtores, que se organizaram em 
cooperativas, associações e outros modelos produtivos alternativos, reduzindo os 
custos de criação. 
Segundo o censo da carcinicultura realizada pela Associação Brasileira de 
Criadores de Camarão (ABCCAM, 2022), o maior produtor brasileiro, o estado do 
Ceará, cresceu mais de 400% o número de fazendas em 10 anos. (Tabela 1) 
 
 
Figura 3 - Declínio, evolução e expecta vas de produção de camarão marinho cul vado no mundo 
Fonte: ABCC, 2020 
 
16 
 
 
 
Da mesma forma, o estado do Rio Grande do Norte, que é o segundo maior 
produtor de camarão no Brasil, tem demonstrado um crescimento constante no setor 
da carcinicultura. De acordo com o último censo realizado pela ABCCAM em 2022, o 
número de produtores aumentou de 361 em 2011 para 452 em 2021, representando 
um aumento de 25,02%. Embora o crescimento possa ser considerado inferior 
comparado ao Ceará, é importante ressaltar que esse avanço contínuo é significativo 
para a carcinicultura potiguar. 
Com os avanços da carcinicultura brasileira, dado os recordes de produção que 
o país registra ano após ano, e com o aumento do número de fazendas de produção, 
é possível afirmar que esse setor tem recebido investimentos tanto das empresas que 
já atuavam no mercado como também de novas empresas que estão surgindo. Para 
subsidiar os novos empresários com informações importantes sobre essa atividade, e 
para atrair cada vez mais investidores para o setor, é importante mensurar o custo 
para implantação de uma fazenda de produção de camarão, que é o primeiro passo 
para um Estudo de Viabilidade Econômica, que seria uma análise mais aprofundada 
do investimento. 
 
1.4. IMPLANTAÇÃO DE UMA FAZENDA DE CAMARÃO 
 
A implantação de uma fazenda compreende as etapas que vão desde a 
aquisição do terreno até a finalização das obras, com a empresa em plena capacidade 
de operação. Essas etapas podem ser divididas em planejamento econômico e 
logístico. 
Tabela 1 - Compara vo do número de fazendas a vas, municípios, área, produ vidade e produção 
anual das fazendas do Ceará nos anos de 2011, 2016, 2020 e 2021. 
Fonte: Censo da Carcinicultura. ABCC, 2022 
 
17 
 
O planejamento econômico envolve a definição do orçamento disponível e a 
estimativa de custospara todas as etapas da implantação, incluindo preparação do 
terreno, construção de estruturas necessárias e aquisição de equipamentos. 
É necessário identificar e adquirir um terreno adequado para a fazenda de 
camarão, levando em consideração fatores como localização, acesso a recursos 
hídricos, características do solo, entre outros. Em seguida, são realizadas as devidas 
análises e estudos para compreender as condições ideais para o cultivo pretendido. 
Dentro do planejamento econômico estão os custos de implantação, é 
essencial considerar os diversos custos envolvidos. Alguns dos principais que devem 
ser contemplados estão relacionados à construção dos viveiros, à infraestrutura 
elétrica e hidráulica, à aquisição de equipamentos de manejo e às licenças 
necessárias. 
Já o planejamento logístico abrange a organização dos recursos necessários 
para a implantação da fazenda, como a contratação de mão de obra qualificada, o 
transporte de materiais e a coordenação de todas as atividades envolvidas. É 
importante garantir que todos os recursos estejam disponíveis no momento 
necessário, evitando atrasos e prejuízos. 
E, para isso, geram custos, como Custos de Corte e aterro; Custos elétricos; 
Custos hidráulicos; Custos com equipamentos e licenças. 
Os custos de corte e aterro são referentes à preparação do terreno para a 
construção dos viveiros. Esses custos envolvem desde a limpeza da propriedade até 
o acabamento dos viveiros, permitindo a criação de condições favoráveis ao 
desenvolvimento dos organismos aquáticos. 
Os custos elétricos estão relacionados ao fornecimento de energia para o 
funcionamento das bombas, aeradores e sistemas de iluminação. Já custos 
hidráulicos referem-se à compra e instalação da tubulação necessária para abastecer 
e drenar os viveiros. Essa infraestrutura permite a entrada de água, sendo bombeada 
ou não, e a remoção dela após o cultivo, contribuindo para a manutenção da qualidade 
do ambiente aquático. 
A aquisição de equipamentos e utensílios de manejo também representa um 
custo significativo. Isso inclui redes, aeradores, bandejas e outros itens essenciais 
 
18 
 
para o manejo. Além disso, é importante considerar os custos com as licenças para 
operar a fazenda. Dependendo da legislação local, podem ser exigidas licenças 
ambientais, sanitárias ou de uso de recursos hídricos, entre outras. Essas licenças 
garantem a conformidade com as regulamentações e normas estabelecidas, 
assegurando a sustentabilidade e a legalidade das atividades. 
Essa análise de custos é necessária para que seja utilizado os recursos 
financeiros de maneira eficiente e evite gastos excessivos. Ela ajuda a identificar 
áreas onde os custos estão elevados ou onde há desperdícios, permitindo que a 
empresa tome medidas corretivas. Isso pode envolver, a otimização de processos e a 
eliminação de atividades não essenciais. 
Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo mensurar e analisar o 
custo de implantação de uma fazenda de camarão, considerando o recente e 
constante avanço na quantidade de fazendas implantadas nos últimos anos. A 
intenção é fornecer informações essenciais para os potenciais produtores e 
investidores, oferecendo uma base sobre os gastos necessários para estabelecer uma 
fazenda de pequeno porte, com uma área produtiva de 10 hectares. 
Ao realizar essa análise, será possível identificar as áreas mais custosas 
envolvidas na implantação da fazenda, permitindo que tenham uma visão clara dos 
investimentos necessários. Com essas informações em mãos, os produtores e 
investidores poderão tomar decisões mais fundamentadas e planejar adequadamente 
seus recursos financeiros, otimizando assim o processo de implantação da fazenda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. GERAL 
 
O presente trabalho tem como objetivo analisar os custos para a implantação 
de uma fazenda de camarão com 10 hectares de área produtiva. 
2.2. ESPECÍFICOS 
 
 Realizar levantamento quantitativo dos custos para implantação de uma 
fazenda de 10 hectares; 
 Avaliar se viveiros maiores são menos dispendiosos; 
 Encontrar o item mais oneroso de uma implantação; 
 Verificar o melhor custo de abastecimento: com tubulação ou por canal; 
 Analisar a viabilidade de implantar (construir) ou comprar pronto. 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Para analisar os custos da implantação de uma fazenda de camarão com 10 
hectares, a pesquisa apresentada neste estudo segue o modelo descritivo-
exploratório. 
Para o quantitativo dos custos será utilizada a metodologia de HOFFMAN 
(1992). Segundo ele, existem várias classificações de custos, como custos fixos, 
variáveis, médios, despesas diretas e indiretas, custos operacionais, custos de 
oportunidade, entre outros. Entretanto, para a análise financeira desse trabalho, foram 
considerados os custos fixos. 
Os custos fixos são aqueles que não variam de acordo com a quantidade de 
bens produzidos, podendo ser despesas fixas como seguros, juros sobre o capital 
investido, arrendamento, entre outros. Neste trabalho, o valor do custo fixo foi 
calculado somando todos os itens necessários para implantação. 
Com isso, as informações relacionadas aos custos da implantação foram 
coletadas ao longo de todo o período de desenvolvimento do trabalho, bem como em 
 
20 
 
fazendas atualmente em funcionamento e médias de valores encontrados no 
mercado. 
Os dados descritos neste trabalho para a elaboração do projeto são baseados 
em simulações de vivência e experiência como estagiário em construção de fazendas, 
bem como em pesquisas que exploraram investimentos e seus impactos no 
desenvolvimento econômico no Rio Grande do Norte, onde estará localizada a 
fazenda em questão. 
Nessa região, estão em andamento projetos voltados para a criação e engorda 
de camarões da espécie Penaeus vannamei, que utilizam tecnologias avançadas para 
aumentar a produção e elevar a qualidade dos camarões. As informações utilizadas 
neste trabalho foram obtidas por meio de simulações conduzidas durante a sua 
elaboração por programas como Sketshup 2023, AutoCad 2023, QGIS 3.30.3, além 
de pesquisas fornecidas por líderes de instituições e produtores já experientes em 
construção de fazendas. Também foram realizadas pesquisas bibliográficas em 
autores que abordam o assunto. 
 
3.1. LOCALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE 
 
A propriedade objeto de estudo está localizada no município de Carnaubais, no 
estado do Rio Grande do Norte (Figura 4), sendo que já era de posse do 
empreendedor, portanto não entrou no cálculo de investimento. O projeto possui uma 
área total de 11,59 hectares e caracteriza-se por ser um terreno topograficamente 
plano. (Figura 5). Atualmente, não há nenhuma atividade lucrativa em andamento 
nessa área. O terreno anteriormente era utilizado para a prática de horticultura familiar, 
no entanto, está inativa e não há características geográficas ou falhas no relevo que 
se destaquem significativamente. 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Earth pro 
 
3.2. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO 
 
Carnaubais é uma cidade situada no Estado do Rio Grande do Norte, com uma 
população de 10.972 habitantes de acordo com o último censo (IBGE, 2022). Os 
moradores de Carnaubais são conhecidos como carnaubaenses. A cidade abrange 
uma área de 517,74 km², resultando em uma densidade populacional de 
aproximadamente 19,8 habitantes por km². Ele faz fronteira com os municípios de Alto 
do Rodrigues, Ipanguaçu e Serra do Mel. Está localizada a 28 km a nordeste de Assu, 
a maior cidade nas proximidades. A altitude de Carnaubais é de 48 metros, e suas 
coordenadas geográficas são aproximadamente 5° 20' 20'' de latitude sul e 36° 50' 16'' 
de longitude oeste. 
Figura 5 - Terreno plano do inves dor próximo ao rio Piranhas. 
Fonte: Autoria Própria – QGIS 3.30.3 
Figura 4 – Mapa de localização do município de Carnaubais/RN22 
 
Segundo o Censo da Carcinicultura do Rio Grande do Norte (ABCC, 2022), o 
município de carnaubais possui três fazendas de camarão, com uma área produtiva 
total de 702,65 hectares. Além disso, Carnaubais está estrategicamente cercado por 
outros municípios, como Pendências, que é considerado o maior polo da carcinicultura 
no estado, com mais de 1.500 hectares de área produtiva. Essa proximidade e 
integração com uma região já estabelecida na carcinicultura demonstram que 
Carnaubais possui um grande potencial para o crescimento e desenvolvimento dessa 
atividade na região. 
 
3.2.1. Solo e Clima 
 
Essa área é caracterizada por possuir predominantemente um solo Latossolo 
Vermelho Amarelo Eutrófico, conforme descrito no Diagnóstico do Município de 
Carnaubais, 2005. (Figura 6) 
Os Latossolos são conhecidos por sua resistência e capacidade de suporte, 
sendo classificados como Latossolos Vermelho-Amarelos. E segundo a (SIBICS, 
2018) esses solos são amplamente distribuídos geograficamente no Brasil e se 
caracterizam por sua coloração amarelada, que reflete o predomínio da goethita em 
relação à hematita, na qual a goethita é responsável pela coloração amarela do solo, 
enquanto a hematita contribui para a coloração vermelha, apresentando teores de 
Fe2O3 entre 7% e 11%, logo, possuindo uma textura argilosa ou muito argilosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Tipos de solo no brasil – Toda matéria 
Figura 6 - Solo Latossolo Vermelho Amarelo 
 
23 
 
Os solos argilosos são altamente impermeáveis (SANTOS, João Ricardo 
Ramos Mota dos., 2011) o que os tornam vantajosos para a construção de viveiros, 
uma vez que essa característica ajuda a reter a água necessária para o cultivo. A baixa 
taxa de infiltração dos solos argilosos minimiza a perda de água por infiltração, o que 
contribui para a minimização de perdas hídricas ao longo da produção. Além disso, 
um fator importante, é a redução dos custos, uma vez que não é necessário realizar 
processos de impermeabilização, como a aplicação de lonas e geomembranas. 
Devido à alta impermeabilidade natural dos solos argilosos, eles atuam como uma 
barreira eficiente para a contenção da água nos viveiros, eliminando a necessidade 
de investimentos adicionais. Dessa forma, os solos argilosos oferecem uma condição 
favorável para o estabelecimento e desenvolvimento das atividades de aquicultura em 
viveiros escavados. 
Além disso, apresenta um clima classificado como muito quente e semiárido. A 
estação chuvosa ocorre, no outono, com precipitação concentrada nos meses de 
março e abril. A temperatura média anual é de aproximadamente 27,5ºC, e a umidade 
relativa média anual é de 66%, descrito pelo (IDEMA,1999). 
 
3.2.2. Fonte de abastecimento 
 
A propriedade margeia o Rio Piranhas-açu, no que se refere à disponibilidade 
e qualidade da água do corpo hídrico, é válido mencionar que é caracterizado por sua 
natureza intermitente, ou seja, com períodos em que o fluxo de água é interrompido. 
No entanto, sua perenização é garantida pela existência de dois reservatórios de 
regulação construídos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas 
(DNOCS): o Curema/Mãe d'Água, localizado na Paraíba, e o Armando Ribeiro 
Gonçalves, situado no Rio Grande do Norte. Esses reservatórios controlam o fluxo de 
água no rio, assegurando sua disponibilidade mesmo durante períodos de estiagem 
(ANA, 2018). 
O rio Piranhas-Açu, assim como muitos rios no semiárido nordestino, é um rio 
que intercala períodos de seca e cheia em condições naturais. Sua nascente está 
localizada na serra de Piancó, no estado da Paraíba, e deságua no Oceano Atlântico 
próximo à cidade de Macau, no Rio Grande do Norte. A bacia do Piranhas-Açu 
 
24 
 
abrange uma área total de 42,9 mil quilômetros quadrados e inclui 102 municípios 
paraibanos e 45 municípios potiguares, onde aproximadamente 1,28 milhão de 
habitantes residem (Figura 7). Desses, cerca de 33% estão localizados no estado do 
Rio Grande do Norte, relatado pelo Ministério do Meio Ambiente e Agência Nacional 
de Águas (MMA-ANA, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3. PORTE DA FAZENDA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
Segundo a lei de nº 9.978, de 09 de setembro de 2015, denominada de Lei 
Cortez Pereira que regulamenta as dimensões dos portes de produção de 
carcinicultura. Segundo ela, no capítulo dois e item II, descreve que fazendas de 
pequeno porte seria a prática de criação de camarões em viveiros ou tanques 
especialmente construídos em áreas naturais, onde a soma da área produtiva 
inundada, excluindo canais de abastecimento, reservatórios e bacias de 
sedimentação, está compreendida entre 5,0 (cinco) hectares a 10,0 (dez) hectares. 
Esse modelo de fazenda está adequado para a licença simplificada (LS). 
Segundo o IDEMA (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente), a (LS) 
Fonte: AESA (Agência Execu va de Gestão das Águas). 
Figura 7 - Bacia Hidrográfica Piranhas-Açu. 
 
25 
 
é concedida para empreendimentos e atividades de pequeno e médio potencial 
poluidor e degradador. 
Uma vantagem significativa é a simplificação do processo, que reduz a 
burocracia e agiliza a obtenção da licença. Isso permite que os empreendimentos 
iniciem suas atividades de forma mais rápida, sem passar por longos períodos de 
espera. Além disso, também oferece redução de custos em comparação com licenças 
mais complexas. As taxas e os custos associados ao processo de licenciamento são 
menores, o que é especialmente benéfico para empreendimentos de menor porte com 
recursos financeiros limitados. 
Outra vantagem é a facilidade de cumprimento das obrigações ambientais. A 
Licença Simplificada estabelece requisitos e condicionantes adequados ao porte e ao 
potencial de impacto do empreendimento, o que torna mais acessível às medidas de 
controle ambiental. 
Como fazendas de pequeno porte se enquadra na (LS) apresentando vários 
benefícios e simplificação para início da implantação e legalização, o que atrai muitos 
investidores para esse tipo de projeto. Sendo assim, o projeto foi calculado para se 
enquadrar às fazendas de pequeno porte de até 10 ha de área produtiva. 
Além de se enquadrar na licença simplificada (LS), já previamente descrita, 
antes que qualquer projeção é necessário resguardar a Área de Preservação 
Permanente (APP), conforme definidas pela Resolução CONAMA nº 303, de 20 de 
março de 2002. As APPs são faixas marginais ao longo de cursos d'água naturais 
perenes e intermitentes, excluindo os cursos d'água efêmeros. Essas faixas devem 
ter uma largura mínima a partir da borda da calha do leito regular, tanto em zonas 
rurais quanto urbanas, na qual é descrita na tabela a seguir. (Tabela 2) 
Tabela 2 - Faixa da APP conforme a largura do Rio 
Largura do curso d´água (m) Faixa da APP (m) 
Até 10 30 
 Entre 10 e 50 50 
 Entre 50 e 200 100 
Entre 200 e 600 200 
Superior a 600 500 
Fonte: Embrapa 
 
26 
 
 
Fonte: Autoria Própria – Google Earth Pro 
No trecho em que a propriedade se encontra a largura do rio está próximo de 
200 m (dimensionada pelo Google Earth Pro), logo, uma zona de APP de 100 m, 
precisando fazer um recuo para o rio antes de iniciar os layouts (Figura 8). 
Aliás, o solo é composto principalmente, como falado anteriormente, por argila 
e plano, beneficiando a construção dos viveiros, pois segundo (Ramalho Filho & 
Beek,1995), solos com declividade entre 0 a 3% de inclinação e não concedem 
obstáculos significativos para a implementação de processos mecanizados, 
facilitando a implantação e reduzindo custos. Ademais, uma das razões para a seleção 
desse local para a implantação do projeto foi a ausência de vegetação nativa densa 
ou manguezais em toda a área. Esse critério foi levado em consideração visando 
minimizar os possíveis impactos ambientais causados à região e a geração de mais 
custos. 
Também, é importante destacar que na carcinicultura é necessárioter uma 
bacia de sedimentação de 10% da área produtiva, pois segundo a lei de nº 9.978, de 
09 de setembro de 2015, denominada de Lei Cortez Pereira, a fim de fomentar o 
Desenvolvimento Sustentável da Carcinicultura no Estado do Rio Grande do Norte, foi 
elaborada, coordenada e implementada uma estratégia baseada nas diretrizes 
estabelecidas pela Política Nacional de Desenvolvimento da Carcinicultura, mais 
precisamente no Art.1 e item X detalha: 
“bacia de sedimentação: unidade de decantação das águas de drenagens por 
ocasião das despescas da carcinicultura, correspondente a 10% do volume 
total da área inundada produtiva, excluídos os canais de abastecimento, 
reservatórios e bacia de sedimentação, com a finalidade de deposição dos 
sólidos em suspensão, permitindo tanto o reaproveitamento, via recirculação 
ÁREA DA 
IMPLANTAÇÃO 
APP 
Figura 8 - Imagem ilustra va da correnteza de um rio. 
 
27 
 
d’água ou o deságue no corpo receptor, sem riscos de degradação 
ambiental.” 
Sendo assim, a partir desses pré-requisitos que foi iniciado o dimensionamento 
do projeto para implantação de uma fazenda de camarão com 10 ha de área produtiva. 
 
3.4. CARACTERIZAÇÃO DO LAYOUT 
 
Para saber o layout ideal foram levados alguns pontos primordiais para a 
elaboração do projeto, como: 
 Lado ideal para o abastecimento e drenagem 
 Tamanho do viveiro 
 Quantidade de viveiros 
Para saber qual lado da fazenda será o abastecimento ou drenagem, será 
levado em consideração o que foi visto em algumas fazendas visitadas e descritas por 
alguns produtores, o mais usual do abastecimento/drenagem é que estejam conforme 
a correnteza do rio (Figura 9). 
 
 
 
 
 
 
 
Essa modulação de lados é normalmente utilizada, pois durante o processo de 
despesca, a água utilizada nos viveiros é direcionada para um canal de drenagem. 
Nesse canal, ocorre o transporte da água residual para uma bacia de sedimentação. 
Na bacia de sedimentação, acontece o processo de decantação, permitindo a 
separação dos resíduos sólidos presentes na água. 
Fonte: Autoria própria, 2023 
Figura 9 - Imagem ilustra va da correnteza de um rio. 
 
28 
 
Essa etapa é importante para garantir a remoção de sólidos suspensos e outros 
materiais indesejados, resultando em uma água limpa. Com isso, essa água pode ser 
descartada sem impactar o meio ambiente ou até mesmo ser bombeada novamente 
para o abastecimento dos viveiros, ou seja, reaproveitando a água. 
 Logo, tendo em vista ao exposto, será utilizado o abastecimento antes da 
drenagem, seguindo o percurso da água como medida de biossegurança (Figura 10). 
Essa prática tem como objetivo evitar a contaminação cruzada e minimizar o risco de 
propagação de possíveis enfermidades. Ao realizar o abastecimento antes da 
drenagem, a água utilizada é proveniente de uma fonte segura e livre de agentes 
nocivos. Dessa forma, não irá captar a água que estaria descartando com possíveis 
patógenos prejudiciais para carcinicultura.. 
 
 
 
 
 
 
 
Sendo assim, todos os ensaios de layout foram configurados na 
posição de abastecimento/drenagem. 
 
3.4.1. Quantidade e tamanho dos viveiros 
 
Já definido o lado do abastecimento/Drenagem, foi realizado o 
dimensionamento da quantidade de tanques e tamanhos, visando o corte e 
aterro do terreno. E para fazer esse dimensionamento é necessário saber 
algumas caracteriticas estruturais dos viveiros. 
Fonte – Autoria própria, 2023 
Figura 10 - Posição correta do abastecimento/drenagem 
 
29 
 
As paredes dos viveiros escavados e canais normalmente estão em forma de 
trapézios, essa definição foi observada pela projeção e visita à algumas fazendas da 
região. 
O talude do viveiro (Figura 11) pode ser dividido em 3 partes: 
 Crista: é o topo do trapézio onde há fluxo de pessoas ou veículos que circulam, 
nas quais são realizadas as atividades de manejo; 
 Base: parte inferior e de sustentação do trapézio. Correspondendo ao lado 
maior. 
 Franjas: parte lateral do trapézio e está baseada na altura do talude. 
 
 
 
 
 
 
 
Para encontarar a volumetria, foi utilizada o Princípio de Cavalierei, (Cavalieri, 
1635) Isso significa que se tomarmos dois sólidos quaisquer, com alturas iguais, e 
fizermos cortes nesses sólidos em uma mesma altura, se essas seções tiverem 
sempre a mesma área, então o volume desses sólidos será igual. A partir desse 
princípio que foi definido a equação de volume. 
Logo, conforme a definição, os volumes de terra que serão calculados seguirá 
a mesma teoria, porém como a altura já está presente na área do trapézio de um 
talude de viveiro, será utilizado o comprimento do trápezio para encontrar os valores. 
Com o objetivo de otimizar essa escolha, foram realizados dois layouts 
distintos, cada um com variações nas quantidades e tamanhos dos tanques, 
entretanto dentro da dimensão do terreno de 11,59 hectares. Cada layout foi planejado 
e calculado, levando em consideração as especificidades do terreno, a quantidade de 
material a ser movimentado e a capacidade dos equipamentos disponíveis para 
Figura 11 - Representação do talude - Trapezoidal 
Fonte – Autoria própria, 2023 
 
30 
 
locação. Durante o processo, foram avaliados aspectos como a produtividade das 
máquinas, a duração estimada do projeto e os gastos relacionados à locação dos 
equipamentos. 
A seguir, serão exibidas as ilustrações dos dois layouts, para considerar a 
melhor opção para o projeto. Foi considerado também a direção da correnteza do rio 
e as dimensões adequadas dentro dos limites do terreno. (Figuras 12 e 13)
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 - Layout 1 da fazenda de 10 ha 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 - Layout 2 da fazenda de 10 ha 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
33 
 
Conforme mencionado anteriormente, os 2 layouts exibem variações em 
termos de tamanho e quantidade de viveiros, e esses aspectos desempenharão um 
papel fundamental no cálculo do volume necessário para implantar a fazenda. 
Dessa forma, a fim de determinar qual é o tamanho mais adequado e se viveiros 
maiores são mais vantajosos em termos de custo de implantação, a seguinte 
abordagem foi adotada: modelo 1 (viveiros com 0,05 ha) e modelo 2 (viveiros com 
2,02 ha), sendo considerado em todos os modelos 10% da área produtiva para a bacia 
de sedimentação. 
Ademais, esses 10 hectares de área foram estabelecidos a partir do 
atendimento da Lei Cortez pereira, anteriormente citada. Nesse contexto, a área 
produtiva abrange os próprios viveiros, além do canal de drenagem e seus taludes 
correspondentes. Por sua vez, a área não produtiva compreende a bacia de 
sedimentação, o canal de abastecimento e seus diques ou taludes associados. Dessa 
forma, os tamanhos foram calculados, registrados e dispostos em tabela para facilitar 
a visualização das áreas correspondentes. (Tabela 3 e 4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁREA PRODUTIVA ÁREA NÃO PRODUTIVA 
Tipo ÁREA 
(HA) Tipo ÁREA 
(HA) 
Viveiros 8,08 Bacia de Sedimentação 1,00 
Diques dos Viveiros 0,30 Diques da Bacia de Sedimentação 0,16 
Canal de drenagem 0,21 Canal de abastecimento 0,15 
Diques da Drenagem 1,38 Diques do abastecimento 0,31 
SUBTOTAL 9,98 1,62 
TOTAL 11,59 
 
ÁREA PRODUTIVA ÁREA NÃO PRODUTIVA 
Tipo ÁREA 
(HA) Tipo ÁREA 
(HA) 
Viveiros 8,00 Bacia de Sedimentação 1,00 
Diques dos Viveiros 0,38 Diques da Bacia de Sedimentação 0,16 
Canal de drenagem 0,21 Canal de abastecimento 0,15 
Diques da 
Drenagem 1,38 Diques do abastecimento 0,31 
SUBTOTAL 9,98 1,62 
TOTAL 11,59 
Fonte: Autoria própria, 2023 
Tabela 3 – Quadro de áreas do layout 1 
Tabela 4 – Quadro de áreas do layout 2 
 
34 
 
Como evidenciado nas tabelas, os valores que variaram foram o tamanho e a 
quantidade de viveiros, a fim de se adequar à classificação de produção de pequeno 
porte para obter umalicença simplificada para fazendas de até 10 hectares. No 
entanto, como pode ser observado na tabela resumida (Tabela 5), é notável que o 
modelo 2, com viveiros de 2 hectares, apresenta uma relação favorável entre o 
tamanho do viveiro (área inundada) sendo 1% maior de área, e com o aumento dos 
viveiros houve uma redução na área de talude em 21,05%, comparados ao modelo 1. 
Tabela 5 – Resumo do quadro de áreas 
MODELO ÁREA DE 
VIVEIRO (Ha) 
ÁREA DE 
TALUDE (Ha) 
ÁREA COMPLETA DE 
VIVEIRO (Ha) 
1 8,00 0,38 8,38 
2 8,08 0,30 8,38 
 
Portanto, a partir dessa perspectiva, os viveiros maiores são a melhor opção 
para o cultivo de camarões desse projeto em comparação com viveiros menores, pois 
quanto menor o viveiro, maior será a quantidade de taludes, precisando mais de 
movimentação de terra, aumentando os custos, o que resulta em uma menor área 
inundada e, consequentemente, em uma menor quantidade de camarões por área 
mesmo sendo apenas 1% a mais. 
Ademais, viveiros maiores podem ter algumas vantagens como o tempo de 
construção e movimentação de terra, pois devido à sua dimensão ampliada, a 
construção de viveiros maiores tende a demandar menos tempo em comparação a 
viveiros menores com a mesma capacidade de produção total. Isso ocorre porque, ao 
construir um viveiro grande, é necessário menos tempo e esforço para preparar o 
terreno, realizar escavações, nivelamentos e instalar sistemas. Em contraste, se optar 
por construir múltiplos viveiros menores para obter a mesma capacidade total, seria 
necessário repetir esses processos para cada viveiro individualmente, o que 
demandaria mais tempo e recursos. 
O sistema será semi-intensivo para esse projeto, não requerendo viveiros 
menores para controle e um aporte tecnológico maior, pois ambientes confinados 
apresentam algumas desvantagens, como as altas densidades e a falta de espaço, 
podendo aumentar o risco de propagação de doenças e infecções entre os animais, 
gerando estresse resultante do confinamento, requerendo medidas de manejo e 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
35 
 
controle sanitário mais rigorosas, o que não é o perfil para o sistema que será 
implantado na fazenda. 
 O maior percalço em viveiros maiores é a logística (tempo) de manejo e 
distribuição de ração. É importante garantir que todos os camarões tenham acesso 
adequado aos alimentos, evitando o desperdício e garantindo uma distribuição 
uniforme. 
Com isso, foi selecionado o modelo 2 para a configuração da fazenda, sendo 4 
viveiros de 2,02 hectares, A partir dele, foi realizada outros ensaios para o 
levantamento de investimento para implantação de uma fazenda de camarão. 
 
3.5. SIMULAÇÃO DE CORTE E ATERRO 
 
Inicialmente, os taludes do abastecimento foram projetados com uma altura de 
1,70 metros, ou seja, viveiros elevados, sendo a altura máxima nivelada das cristas, 
isso se dá devido a borda livre (área do viveiro que não terá água devido a limitação 
da abertura do abastecimento) que será em média 0,6 m e a coluna de água 1,10 m. 
A partir da crista do abastecimento que foi delineado a altura máxima de todos os 
outros taludes. Também, foi utilizada a projeção de franjas de 3:1, pois viveiros acima 
de 20.000 m2 é recomendado que a relação entre as franjas com a altura é de 3:1, 
sendo a cada 1 m de altura, 3 m de franja (SENAR, 2018). 
O canal de abastecimento possui uma profundidade média aproximadamente 
de 0,6 metros, ou seja, no início do canal terá 0,5 de profundidade e no final do 
abastecimento 0,65 m, limitando a profundidade média do viveiro a 1,10 metros, sem 
considerar as valas, ficando com borda livre média de 0,6 m. (Figura 14) 
 
 
36 
 
 
As valas, terão uma profundidade média de 0,35 m, possuindo uma inclinação 
de 0,2 m, próximo do talude de abastecimento, à 0,50 m para a drenagem. Elas, por 
sua vez, desempenham um papel importante na inclinação do viveiro, permitindo que 
a água escoe em direção ao canal de drenagem. A escolha de escavar as valas é 
mais eficiente e mais rápido do que escavar uma extensa área de 2,02 hectares, pois 
essa abordagem economiza tempo e esforço no processo de escavação, uma vez que 
ao invés de escavar uma ampla área e coletar o material para construir os taludes, na 
escolha de escavar apenas as valas, além de criar a declividade do viveiro com base 
no desnível delas, não é necessário gastar com transporte para levar o material para 
construir os taludes. Dessa forma, o próprio braço da escavadeira com apenas 1 ou 2 
movimentos (ou tombos) ela poderá construir os taludes sem auxilio de caçamba, o 
que resulta numa maior economia. 
Elas, as valas, terão 12 metros de largura e estarão nas extremidades do viveiro 
possuindo uma vala diagonal no sentido da comporta de drenagem (Figura 15). A 
escolha dessa largura está relacionada ao tamanho do braço da escavadeira, que 
geralmente possui 6 metros de comprimento. Isso permite que a escavadeira faça 
duas escavações, ou seja, “conchadas” para deixar o aterro no local da construção 
dos taludes em um diâmetro de 12 m sem precisar se locomover, facilitando a 
construção, uma vez que o material retirado das valas é utilizado para a formação dos 
taludes, eliminando a necessidade de transporte adicional de materiais e dispensando 
o uso de caçambas. 
 
Figura 14 – Representação da profundidade média dos viveiros, bem como a borda livre 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com essa inclinação proporcionada pelas valas, a água passa pela abertura da 
comporta pré-moldada que terá as especificações pré-definidas pelo fornecedor e a 
única área dimensionada foi a galeria para acomodar a comporta de 1 m de altura. 
Com essa passagem, a água vai em direção ao canal de drenagem, cuja profundidade 
inicial escavada é de 0,54 metros e final de 1,34 metros, levando toda a água para a 
bacia de sedimentação. Já a bacia de sedimentação, tem uma profundidade total de 
3,85 metros, estando a 2,00 m abaixo do nível do canal, conseguindo acumular 100% 
de um viveiro. (Figura 16) 
 
 
BACIA DE 
SEDIMENTAÇÃO 
TALUDE TALUDE EXTERNO 
Figura 16 - Corte transversal da bacia de sedimentação 
Figura 15 – Vista superior do viveiro – Visualização das valas de drenagem 
VALAS 
COMPORTA 
Fonte: Autoria própria, 2023 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
38 
 
Em relação às cristas dos taludes, será seguido um padrão descrito a seguir: 
 1 metro para a crista do talude externo, servindo apenas como anteparo 
e proteção contra a água da chuva e a erosão do solo, garantindo maior 
estabilidade e segurança. 
 2 m para as cristas entre viveiros, permitindo a passagem de carros 
pequenos e funcionários. 
 5 m para a crista do talude de drenagem, para acomodar veículos 
maiores, como caminhões e caminhonetes, uma vez que precisa 
suportar a circulação de veículos de porte maior devido ao manejo da 
despesca. 
Sendo assim, para realizar o cálculo da volumetria de corte e aterro para 
determinar os custos de implantação foram realizados cortes transversais e vistas 
para determinar as áreas dos polígonos para obter os volumes necessários, descritos 
pelo Princípio de Cavalierei, mensionados anteriormente. (Figuras 17 a 20) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOLO NATURAL 
ATERRO 
ÁGUA 
LEGENDA 
 
Fonte: Autoria própria, 2023 
TALUDE DE 
ABASTECIMENTO VIVEIRO 
TALUDE DE 
DRENAGEM 
CANAL DE 
DRENAGEM 
TALUDE 
EXTERNO 
Figura 17 - Corte transversal da fazenda – lado inicial (menor profundidade dos canais) 
GALERIA DA COMPORTA DE 
DRENAGEM 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autoria própria, 2023 
TALUDE DE 
ABASTECIMENTO VIVEIRO 
TALUDE DE 
DRENAGEM 
CANAL DE 
DRENAGEM 
TALUDE 
EXTERNO 
Figura 18 - Corte transversal da fazenda – lado final (maior profundidade dos canais) 
Fonte: Autoria própria, 2023 
Figura 19 - Corte transversal entre viveiros – Lado raso das valas 
Figura 20 - Corte transversal entre viveiros – Ladoprofundo das valas 
Fonte: Autoria própria, 2023 
TALUDE ENTRE 
VIVEIROS 
VIVEIRO VIVEIRO 
TALUDE ENTRE 
VIVEIROS 
VIVEIRO VIVEIRO 
GALERIA DA COMPORTA 
DE DRENAGEM 
 
40 
 
Os volumes de terra escavados ou aterrados, podem ser visualizados nas 
(Tabelas 6, 7 e 8), conforme ilustração da (Figura 21). 
 
 
DESCRIÇÃO VOLUME (M³) % 
Talude de Drenagem 37.110,34 51,52% 
Talude de abastecimento 25.672,28 35,64% 
Talude externo 4.865,39 6,75% 
Talude entre viveiros 2.348,00 3,26% 
Taludes da bacia de sedimentação 2.040,00 2,83% 
Total 72.036,01 100,00% 
 
 
Tabela 7 - Quadro volumétrico escavado 
DESCRIÇÃO VOLUME (M³) % 
Bacia de sedimentação 36.500,00 50,42% 
Talude de Drenagem 24.108,51 33,30% 
Valas 11.065,14 15,29% 
Área da Comporta 716,64 0,99% 
Total 72.390,29 100,00% 
 
 
Tabela 8 – Resumo do quadro de volumes 
 
 
 
 
 
DESCRIÇÃO VOLUME (M³) 
Aterrado 72.036,01 
Escavado 72.390,29 
Total excedente 354,28 
Fonte: Autoria própria, 2023 
Fonte: Autoria própria, 2023 
Tabela 6 - Quadro volumétrico de aterro 
Fonte: Autoria própria, 2023 
Figura 21 – Guia para áreas da volumetria 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
41 
 
Com isso, após o cálculo de volumes, pode-se afirmar que o corte supriu o 
aterro e ainda resultou em um montante de 354,28 m3, onde pode ser utilizado caso 
haja alguma necessidade durante a compactação ou até mesmo na construção de 
rampas externas para acesso as cristas, tendo em vista que os viveiros estarão à 1,70 
m de altura do solo natural. 
 
3.6. CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO 
 
A implantação de um projeto ou empreendimento envolve uma série de custos 
que precisam ser cuidadosamente planejados e gerenciados. Entre esses custos, 
podemos destacar cinco categorias principais: Custos de corte e aterro, Custos 
elétricos, Custos hidráulicos, Custos de equipamentos de manejo e Licenças. 
Antes do processo construtivo ou de implantação, é necessário que a área seja 
autorizada para tal obra e, para isso, há licenças ambientais que geram custos com 
autorizações, além de outras documentações como a outorga do uso da água, uso de 
áreas costeiras e de construção/operacionais. Os custos variam conforme a 
localização, escala do empreendimento e regulamentações governamentais. 
Os Custos de corte e aterro referem-se às despesas relacionadas à preparação 
do terreno, como a remoção de vegetação, nivelamento do solo e construção de 
aterros. Esses custos são essenciais para adequar o terreno às necessidades do 
projeto e criar as condições adequadas para a implantação. 
Os Custos elétricos são aqueles associados à instalação e adequação da 
infraestrutura elétrica do empreendimento. Incluem a instalação de rede elétrica, 
transformadores, painéis de distribuição e todo o cabeamento necessário para o 
funcionamento adequado dos equipamentos. 
Os Custos hidráulicos envolvem as despesas relacionadas à instalação de 
sistemas de água, esgoto e drenagem. Isso inclui a construção de redes de 
abastecimento de água, instalação de encanamentos, construção de reservatórios e 
sistemas de tratamento de esgoto. 
 
42 
 
E, por fim, os Custos de equipamentos englobam a aquisição de utensílios ou 
ferramentas necessárias para a realização das atividades do empreendimento. Isso 
pode incluir máquinas agrícolas, ferramentas especializadas de manejo, entre outros. 
 
3.6.1. Custo com licenças 
 
Para que todo o projeto seja viabilizado, é imprescindível que a fazenda 
obtenha o licenciamento ambiental. Essa licença requer o levantamento topográfico e 
layout, georreferenciamento e memorial descritivo, bem como outros documentos, que 
podem ser realizados por empresas especializadas mediante contrato. Essa etapa 
inicial é fundamental para o planejamento adequado da fazenda. Além disso, o 
licenciamento ambiental é um requisito indispensável para a implantação da fazenda, 
uma vez que sem ele a construção e operação não podem ser realizadas legalmente. 
No processo de licenciamento, são exigidos outros documentos, como a 
outorga do uso da água para aquicultura, realizada pelo órgão responsável pelos 
recursos hídricos, por exemplo, a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento 
Básico) que faz essa outorga em águas de domínio da união, que ultrapassam os 
limites estaduais; Autorização do uso e ocupação do solo que é emitida pela prefeitura 
do município, onde a fazenda será instalada. Esses são apenas alguns exemplos dos 
documentos que estão inclusos dentro do licenciamento, aliás, em determinadas 
regiões, pode ser solicitado algumas publicações de licença como no Diário oficial do 
estado (DOE) e jornal de grande circulação, que devem ser obtidos de acordo com as 
regulamentações locais e legislação vigente. 
Também para esse processo antes da elaboração de projetos, além das 
licenças é preciso ter o levantamento topográfico que é um processo de coleta de 
dados precisos sobre as características físicas de uma determinada área, incluindo 
suas elevações e declividades. Essas informações altimétricas são fundamentais para 
calcular o corte e aterro, determinando as elevações necessárias para o aterramento 
ou escavação de áreas específicas. Após isso, há a elaboração do projeto que é 
fundamental para a organização e planejamento dos elementos construtivos da 
fazenda, que também geram custos com a emissão de ART (Termo de 
responsabilidade técnica), entre outro. 
 
43 
 
Sendo assim, na (Tabela 9) está elencada os custos relacionados às licenças 
e autorizações necessárias para a implantação de uma fazenda de camarão de 10 
hectares, sistema semi-intensivo, no Rio Grande do Norte, algumas dessas 
documentações foram somadas junto ao licenciamento ambiental já que essa 
documentação será emitida por contrato com empresa terceirizada, englobando todos 
os custos de emissões e publicações. 
Tabela 9 - Custos com licenças e planejamento 
Itens Quantidade Valor Unitário Subtotal % 
Levantamento topográfico 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 14,29% 
Elaboração do projeto 1 R$ 15.000,00 R$ 15.000,00 42,86% 
Licenciamento ambiental 1 R$ 15.000,00 R$ 15.000,00 42,86% 
Total R$ 35.000,00 100,00% 
 
Todos os valores foram obtidos através de 5 orçamentos realizados por 
empresas que dispões desses serviços, onde os valores apresentados são médias 
desse levantamento. No qual, o custo do levantamento topográfico foi de R$ 5.000,00 
sendo o menos representativo com 14,29% (Figura 22), enquanto a elaboração do 
projeto e o licenciamento ambiental tiveram o mesmo valor médio de R$ 15.000,00 
cada. Esses dois últimos representaram aproximadamente 42,86% dos custos totais 
cada e, por fim, o custo médio total dessa categoria de licenças ficou em R$ 35.000,00. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autoria própria, 2023 
14,29%
42,86%
42,86%
PERCENTUAL DOS CUSTOS COM LICENÇAS
Levantamento topográfico
Elaboração do projeto
Licenciamento ambiental
Figura 22 – Percentual dos custos com licenças 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
44 
 
3.6.2. Custo do corte e aterro 
 
Os custos relacionados ao corte e aterro são determinados pelos volumes de 
escavação e movimentação de terra. Além disso, o processo requer o uso de 
escavadeiras hidráulicas, cujo aluguel será incluído no cálculo, assim como o 
consumo de combustível que nas escavadeiras hidráulicas é utilizado diesel, o valor 
do combustível por litro será considerado R$ 5,10, segundo a última coleta do dia 
17/06/2023 realizada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo); também considerados 
a quantidade de escavadeiras utilizadas, o volume da concha e os movimentos por 
hora. Também é levado em conta a quantidade de horas necessárias para a realização 
da construção, sendo calculada pela seguinte fórmula. 
 Horas de escavação e movimentação = 
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑀𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 ℎ𝑜𝑟𝑎 / 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑣𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠Duas escavadeiras serão empregadas para aumentar a eficiência e agilizar os 
processos de escavação e aterramento. Essa estratégia permite que, caso ocorra 
algum problema com uma das escavadeiras, a outra possa dar continuidade aos 
trabalhos sem interromper a obra. Segundo (BARBOSA,2023) o aluguel médio diário 
a nível nacional de uma escavadeira é de R$ 200 a R$ 400, será considerado o maior 
valor como margem, ficando em média R$ 24.800,00 as duas escavadeiras. 
 A média do consumo de combustível será de 12 L/h, valor médio gasto das 
escavadeiras convencionais, entretanto vai depender muito da marca que será 
utilizada, onde será utilizado esse valor para fins de cálculo. Inclusive além da 
escavadeira está incluso também o operador da máquina que é responsável por 
manusear e operar durante a obra. 
. A capacidade de produção da escavadeira varia dependendo das 
características do solo. Em solos comuns, uma escavadeira com uma concha e 1,0 
m³ pode escavar cerca de 160 m³ por hora, no entanto, em solos argilosos úmidos e 
altamente coesivos, essa capacidade pode diminuir para aproximadamente 90 m³ por 
hora (CARDOSO, 2022). Como o solo presente no terreno é argiloso, será 
considerado 90 m3/h e como o volume da concha será de 1,5 m³, a escavadeira fará 
 
45 
 
60 movimentos por hora para escavar e transferir o material dentro de um raio de 6 
metros, e serão trabalhados 22 dias por mês, sendo 8 horas por dia. 
A quantidade de conchas necessárias (conchadas, termo que será referido para 
o ato de escavar) é encontrada a partir do volume de escavação pelo volume da 
concha da escavadeira. 
 Quantidade total de conchadas = 
 çã
 
 
 
O volume escavado foi de 77.390,29 m3, relatado anteriormente, e a partir 
desse volume que foi calculado custo do corte e aterro. (Tabela 10 e 11) 
Tabela 10 - Especificações gerais para o cálculo de escavação e movimentação de terra 
ESPECIFICAÇÕES GERAIS 
Volume de escavação necessário 77.390,29 m³ 
Dias trabalhados por mês 22 dias 
Horas trabalhadas por dia 8 horas 
Valor de combustível por litro R$ 5,10 
 
Tabela 11 - Especificações e desempenho da escavadeira 
ESPECIFICAÇÕES DA ESCAVADEIRA DESEMPENHO DA ESCAVADEIRA 
Volume de concha (m³) 1,5 Quantidade de 
conchadas 51.593,5 
Movimentos por hora (und) 60 Horas necessárias 429,9 
Consumo de combustível (litros/h) 12 Dias necessários 53,7 
Escavadeiras utilizadas (und) 2 Meses 2,4 
Aluguel mensal de 01 escavadeira R$ 24.800,00 Consumo total 
Diesel (litros) 10.318,7 
 
 
Haja visto ao exposto, foram utilizadas 51.593,50 conchadas para a construção 
completa dos viveiros, sendo necessário um total de 429,9 horas conforme a fórmula 
mencionada anteriormente. Ao dividir essas horas necessárias pela quantidade de 
horas trabalhadas por dia, chega-se ao número de dias necessários para concluir o 
processo de escavação e movimentação de terra, sendo 429,9 horas, da mesma 
Fonte: Autoria própria, 2023 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
46 
 
forma para meses, o número de dias necessários para construção pela quantidade de 
dias trabalhados por mês, resultando em 2,4 meses. (Fórmulas descritas abaixo). 
 Dias de construção = 
 á
 
 
 
 Meses de Construção = 
 á
 ê
 
 
Em relação ao consumo total de diesel, o total utilizado foi de 10.318,70 litros 
para que as máquinas possam operar dentro desse período. Esse valor foi encontrado 
a partir da seguinte fórmula: 
 Consumo total de diesel = o consumo de combustível por hora X 
número de escavadeira X quantidade de horas necessárias 
 
Tabela 12 – Custo (inves mento) com a escavação 
INVESTIMENTO DA ESCAVAÇÃO 
Valor das escavadeiras R$ 121.166,62 
Valor do combustível R$ 52.625,40 
VALOR TOTAL R$ 173.792,01 
 
 
Sendo assim, chegando nos valores finais das escavadeiras e do combustível 
que foram de R$ 121.166,62 e R$ 52.625,40, respectivamente, (Tabela 12) 
encontrados a partir da fórmula: 
 Valor das escavadeiras = aluguel mensal das escavadeiras X 
escavadeiras utilizadas X Meses necessários 
 
 Valor do combustível = Consumo total de diesel X Valor do 
combustível por litro 
 
 
Fonte: Autoria própria, 2023 
 
47 
 
Desse modo, o custo estimado para a escavação e movimentação total é de 
R$ 173.792,01 (Tabela 12). Ademais, tendo em vista que o único momento necessário 
do uso da caçamba é no transporte do material escavado da bacia de sedimentação 
para a construção dos taludes. Realizando alguns orçamentos o preço médio de uma 
caçamba é de R$ 14.000,00, onde será necessário apenas um mês para fazer esse 
transporte. 
Além disso, é necessário realizar a compactação do solo após o aporte de 
material no local do talude, seguindo o protocolo do ensaio normal de compactação 
conforme estabelecido na norma NBR 7.182/2016 (ABNT, 2020). Nesse protocolo, é 
adicionado 5% de umidade abaixo da umidade ótima. Levando isso em consideração, 
e deliberando o cálculo normal de umidade, que é a divisão da massa de água pela 
massa de solo seco que nesse caso é o volume de aterro (72.036,01 m³), mesmo que 
o solo natural apresente uma umidade higroscópica (que é a umidade que o solo retém 
quando exposto ao ar), foi aplicada essa mesma proporção durante o processo de 
compactação. 
 
5% = 
 á
𝟕𝟐.𝟎𝟑𝟔,𝟎𝟏 
 
 
Consequentemente, serão utilizados 3.601,80 litros de água para essa etapa 
de compactação. Com isso, surge a necessidade de incorrer em um custo adicional 
com o aluguel de um caminhão pipa. E, para isso, foi cotado em uma empresa que 
freta caminhões pipa, na qual custou R$ 7.500,00 para o aluguel do caminhão de que 
supre esse volume de água. 
Além do operador da escavadeira, podem ser necessários auxiliares para 
apoiar as atividades (como pedreiros e serventes) adicionando custos à obra. Esses 
auxiliares podem desempenhar funções como auxiliar na movimentação do material, 
fornecer orientações e garantir a organização do local de trabalho, e auxiliar em outras 
etapas construtivas como a construção da casa “elétrica” que irá conter o quadro de 
distribuição. 
Outro item que é importante para essa etapa da construção dos viveiros, é a 
comporta de drenagem que fazem parte da infraestrutura de produção. As comportas 
 
48 
 
podem ficar abertas e fechadas conforme necessário para permitir o controle da saída 
de água do viveiro. 
A principal finalidade da comporta de drenagem é permitir a saída da massa 
líquida, possibilitando a despesca e manutenção das estruturas do viveiro. Além disso, 
a comporta de drenagem também tem o objetivo de evitar a fuga indesejada de 
biomassa, garantindo que os organismos criados no viveiro permaneçam no local 
designado (OLIVERA, 2013). 
 Para otimizar o processo de construção das comportas de drenagem, é 
recomendável utilizar comportas pré-moldadas quando se diz respeito na redução do 
tempo de construção . Sendo assim, a comporta de drenagem foi dimensionada em 2 
comportas em Y, onde uma supre a despesca de dois viveiros ao invés de uma. 
(Figura 23) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A seguir, estão detalhados todos os valores levando em consideração a média 
de pesquisas e orçamentos realizados. (Tabela 13) 
 
 
 
 
Figura 23 – Comporta de drenagem Y 
Fonte: Imagem presente no orçamento pela EDN pré-fabricados
 Fonte: Autoria própria, 2023 
 
49 
 
Tabela 13 - Custos com corte e aterro (construção civil dos viveiros) 
Itens Quantidade Meses Valor Unitário Subtotal % 
Corte e aterro 1 3,4 R$ 173.792,01 R$ 173.792,01 69,73% 
Comportas em Y 2 0,1 R$ 18.000,00 R$ 36.000,00 14,44% 
Pedreiros e auxiliares 4 3,4 R$ 1.320,00 R$ 17.952,00 7,20% 
Caçamba 1 1 R$ 14.000,00 R$ 14.000,00 5,62% 
Caminhão pipa 1 1 R$ 7.500,00 R$ 7.500,00 3,01% 
Total R$ 249.244,01 100,00% 
 
 
 
 
O custo total foi de R$ 249.244,01. Na categoria de construção, o corte aterro 
é o mais representativo

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