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RelatorioCriacaoCamarao_Batista_2023

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE AQUICULTURA 
 
 
 
 
THIAGO FELIPE DE SOUZA BATISTA 
 
 
 
 
RELATÓRIO TÉCNICO DE ATIVIDADE: 
CRIAÇÃO DE CAMARÃO MARINHO LITOPENAUS VANAMEI NO RIO 
GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2023 
 
THIAGO FELIPE DE SOUZA BATISTA 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO TÉCNICO DE ATIVIDADE: 
CRIAÇÃO DE CAMARÃO MARINHO LITOPENAUS VANAMEI NO RIO 
GRANDE DO NORTE 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Bacharelado em 
Engenharia de Aquicultura da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte como requisito parcial para a 
obtenção do título de Engenheiro de 
Aquicultura. 
Orientador(a): Wallace Silva do 
Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2023 
Batista, Thiago Felipe de Souza.
 Relatório técnico de atividade: criação de camarão marinho
Litopenaus Vanamei no Rio Grande do Norte / Thiago Felipe de
Souza Batista. - 2023.
 25 f.: il.
 Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Centro de Biociências, Curso de Engenharia de
Aquicultura, Natal, RN, 2023.
 Orientador: Prof. Dr. Wallace Silva do Nascimento.
 1. Aquicultura - Monografia. 2. Carcinicultura - Monografia.
3. Produção - Monografia. I. Nascimento, Wallace Silva do. II.
Título.
RN/UF/BCZM CDU 639.3
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinoco - CRB-15/262
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE AQUICULTURA 
 
 
RELATÓRIO TÉCNICO DE ATIVIDADE: CRIAÇÃO DE CAMARÃO MARINHO 
LITOPENAUS VANAMEI NO RIO GRANDE DO NORTE 
Este Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado pelo aluno Thiago Felipe de 
Souza Batista ao Curso de Bacharelado em Engenharia de Aquicultura do Centro de 
Biociências, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, foi julgado adequado e 
aprovado, pelos Membros da Banca Examinadora, na sua redação final, para a 
conclusão do Curso e à obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Aquicultura. 
 
_________________________________________ 
Prof. Dr. Wallace Silva do Nascimento 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
_________________________________________ 
Prof. Dr. Deusimar Freire Brasil 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
_________________________________________ 
Profa. Ma. Emanuelly Cristina Rodrigues Peixoto 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
18 de julho de 2023 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................8 
1.1 Carcinicultura...............................................................................................8 
1.2 Estágio .........................................................................................................8 
1.3 Sistema de berçário ....................................................................................9 
2 LOCAL ...........................................................................................................11 
2.1 Capitação de água......................................................................................12 
2.1.1 Parâmetros físico-químicos do rio Potengi na localidade Riacho Sangue..9 
2.1.2 Bombeamento ............................................................................................9 
2.2 Berçário ......................................................................................................13 
2.2.1 Salas .........................................................................................................14 
2.2.2 Tanques ....................................................................................................14 
2.2.3 Estufa .......................................................................................................15 
2.3 Sistemas .....................................................................................................16 
2.3.1 Viveiros .....................................................................................................16 
2.4 Características ambientais da fazenda ....................................................16 
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ...................................................................17 
3.1 Isolamento sanitário .....................................................................................17 
3.2 Recepção das pós-larvas ..........................................................................17 
3.2.1 Densidade de estocagem .........................................................................18 
3.3 Controle dos parâmetros...........................................................................18 
3.3.1 Equipamento.............................................................................................19 
3.4 Alimentação................................................................................................20 
3.4.1 Ração........................................................................................................20 
3.5 Biometria ....................................................................................................21 
3.6 Suplementação ..........................................................................................21 
3.7 Correção .....................................................................................................21 
3.8 Transferência para os viveiros .................................................................22 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................24 
REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS ...............................................................25 
 
 
RESUMO 
O estagio foi realizado entre os dias 29/08/2022 até 12/09/2022, na fazenda 
Carnaubinha na área de aquicultura no setor do berçário, localizada no município de 
São Gonçalo do Amarante/RN. A fazenda é especializada em cultivo de camarão 
marinho, Litopenaeus vannamei, popularmente conhecido como camarão cinza, 
possui um sistema de berçário com três tanques e dezenove tanques de engorda. 
Durante o período foram realizadas as tarefas relacionadas a carcinicultura como 
alimentação, biometria das pós-larvas, suplementação com pré-bióticos, recepção 
das pós-larvas, transferência para os viveiros além da manutenção e higienização dos 
tanques do berçário. O estágio foi supervisionado pelo Engenheiro José Américo 
Cabral e orientando pelo professor David Araújo Borges. O presente relatório se 
destina a detalhar todos os passos aprendidos que faziam parte do protocolo produtivo 
utilizado pela fazenda citada durante a fase de cultivo do berçário. 
Palavras-chave: Berçário. Carcinicultura. Produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The internship was carried out between 08/29/2022 to 09/12/2022, at the Carnaubinha 
farm in the aquaculture area in the nursery sector, located in the city of São Gonçalo 
do Amarante/RN. The farm is specialized in the cultivation of marine shrimp, 
Litopenaeus vannamei, also known as gray shrimp, has a nursery system with three 
tanks and nineteen growth tanks. During the period, tasks related to shrimp farming 
were carried out, such as feeding, post-larvae biometry, supplementation with 
prebiotics, reception of post-larvae, harvesting for the nurseries, maintenance and 
cleaning of the nursery tanks. The internship was supervised by Engineer José 
Américo Cabral and guided by Professor David Araújo Borges. This report is intended 
to detail all the steps learned that were part of the production protocol used by the 
aforementioned farm during the nursery cultivationphase. 
Keywords: Aquaculture. Nursery. Shrimp-farming. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Casa de bombas; aonde se localiza os geradores de energia, maquinário 
de aeração e estoque de combustível .......................................................................13 
Figura 2 – Prédio do berçário; estrutura central aonde se localizam salas, tanques, 
estoque e laboratório..................................................................................................13 
Figura 3 – Tanque desativado; tanque que não estava sendo utilizado no modelo 
produtivo pois não havia demanda para a sua utilização ..........................................14 
Figura 4 – Tanques internos; utilizados durante o estágio para a maturação das pós-
larvas no sistema de berçário ....................................................................................15 
Figura 5 – Coleta; despesca do berçário e inicio do procedimento de transferência 
dos camarões para os viveiros ..................................................................................23 
Figura 6 – Transferência para o viveiro; fase final da transferência, aonde os 
camarões são alocados aos viveiros .........................................................................23 
Mapa 1 – Panorama geral da fazenda; setor de aquicultura da fazenda Carnaubinha, 
localizada no município de São Gonçalo do Amarante/RN, na localidade de Uruaçu, 
as margens do rio Potengi .........................................................................................12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Parâmetros semanais; agenda do protocolo a ser seguido pelos 
colaboradores para a coleta de informações sobre o cultivo ....................................18 
Tabela 2 – Tabela nutricional das rações; Nutrigen Aquavita Premium, declarada nas 
embalagens veiculados ao consumidor e informadas através dos 
fornecedores............................................................................................................20 
Tabela 3 – Parâmetros diários; agenda do protocolo a ser seguido pelos 
colaboradores para a coleta de informações sobre o cultivo ....................................21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Carcinicultura 
O pescado é um alimento que pode trazer inúmeros benefícios a saúde, desde 
melhorias do perfil lipídico, como diminuição de doenças cardiovasculares até 
regulação hormonal (WILLETT, W. 2005), isto traz um aumento da procura do 
pescado e consequente pressão dos estoques naturais, levando a busca por formas 
produtivas alternativas, e assim trazendo à tona a aquicultura. 
A pressão do mercado alimentar por proteína animal de boa qualidade vem se 
intensificando ano após ano, com o aumento da população, da expectativa e 
qualidade de vida, assim como a longevidade, Um aumento da demanda do setor 
produtivo aquícola vêm ocorrendo, já que a produção pesqueira está estagnada há 
décadas, enquanto que a produção aquícola segue em vertiginoso crescimento. (FAO 
2020). 
Neste cenário surge o Rio Grande do Norte como o maior produtor de camarão 
do Brasil (IBGE 2021), o que demostra não apenas a importância do estado. O Brasil 
é o oitavo maior produtor de camarão do mundo e possui uma taxa de apropriação 
espacial para o cultivo bastante reduzida em comparação com os seus pares 
competidores (FAO 2020). 
 
1.2 Estágio 
O estágio possuiu duração de treze dias, sendo realizado entre os dias 
29/08/2022 até 12/09/2022, possuindo uma carga horária de vinte horas semanais, 
sendo distribuídas em cinco dias na semana, o estágio foi realizado na fazenda 
Carnaubinha, uma fazenda que na época era especializada na produção do camarão 
marinho, Litopenaeus vannamei (Boone, 1931), popularmente conhecido como 
camarão cinza. Apesar desta especialização a fazenda possuía histórico de produção 
de tilápias, Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758), porém por motivos 
mercadológicos se especializou apenas na produção carcinícola. 
Ela se localiza no município de São Gonçalo do Amarante, no estado do Rio 
Grande do Norte, na localidade Uruaçu as margens do Rio Potengi. A fazenda possui 
três tanques de berçário e dezenove tanques de engorda, ela operava no sistema 
semi-intensivo e capitava água do rio, as pós larvas eram adquiridas de diferentes 
laboratórios, e a despesca final era planejada para animais de 20 gramas. 
9 
 
O planejamento inicial era de três meses, porém ele teve que ser interrompido 
de forma prematura, no primeiro mês a alocação foi exclusiva no setor do berçário. 
Aonde havia a recepção das larvas e engorda até aproximadamente 1 gramas de peso 
médio, então sendo destinadas para popular os viveiros. O setor possuía três tanques, 
sendo dois tanques de ferro-cimento e um tanque de ferro-cimento lonado, este último 
que estava momentaneamente desativado. 
As atividades eram de alimentação, biometria das pós-larvas, suplementação 
com pré-bióticos, recepção das pós-larvas, transferência para os viveiros, além da 
manutenção e higienização dos tanques do berçário. 
Durante o período do estagio houve três transferências e uma recepção de pós-
larvas, uma manutenção e higienização de tanque, as biometrias ocorriam a cada três 
dias, medição dos compostos hidrogenados e alcalinidade diariamente, as 
alimentações e aferição da temperatura, oxigênio dissolvido e pH eram de duas em 
duas horas das oito horas até as dezoito horas com ração especializada para juvenis, 
Nutrigen MPL, com suplementação adicional de vitamina c em dias intercalados. O 
modelo de produção do berçário era superintensivo, com aeração continua e 
remediação da água com melaço para o controle da amônia, sem troca de água, 
apenas reposição. 
 
1.3 Sistema de berçário 
 A idealização do sistema de berçário foi criar um ambiente com alto controle 
dos parâmetros aquáticos e ambientais, alta intensidade de manejo e grande 
densidade. Essas medidas foram se tornando necessárias graças a chegada de 
inúmeros parasitas e doenças nas matrizes larvais brasileira, que trouxeram um alto 
índice de mortalidade nos juvenis. 
 Desde então foram criados setores dentro das fazendas especializada no 
período de transição das pós-larvas para juvenis, de modo a minimizar estas percas. 
Protocolos de alta eficiência foram se somando até montar o protocolo utilizado hoje 
em dia. No sistema de berçário variáveis como compostos nitrogenados, oxigênio 
dissolvido, temperatura e intervalo do arraçoamento ganharam um novo patamar de 
controle, aonde têm-se o objetivo de melhorar a eficiência do sistema produtivo. 
 Outras vantagens é a diminuição de intervalo entre ciclos produtivos, por uma 
questão logística, ter uma área de cultivo fortemente adensada permite iniciar o cultivo 
10 
 
de inúmeros tanques sem a necessidade do fim dos ciclos dos quais os viveiros estão 
sendo utilizados. 
Em empreendimentos de modelo produtivo extensivo ou semi-intensivo, aonde 
a fazenda possui pouco controle da produção, um setor especializado em na 
manutenção da sanidade possuir um modelo super intensivo foi uma solução 
engenhosa e barata, para que não fosse necessário readaptar toda a estrutura da 
produção. 
 Estes sistemas de berçário tentam simular os parâmetros ideais para a espécie, 
indo desde temperatura da água, passando pela dureza, alcalinidade, compostos 
orgânicos, oferta de nutrientes até a utilização de suplementos aquícolas como 
probióticos e probióticos, todos estes com a intenção de aclimatar as pós-larvas ao 
ambiente de engorda, as deixando mais preparadas para suportar o ambiente de 
cultivo. As pós larvas adquiridas ficam no sistema até cerca de 1 grama (MOSS e 
MOSS, 2004), para então serem transferidas até os seus viveiros, para que a fase de 
engorda ocorra naturalmente. 
 O principal motivo é que o períodode transição de pós-larva para juvenil é muito 
sensível para os organismos cultivados, e uma grande perca nesta faze do cultivo 
pode acarretar perda total da produção. 
 O implemento do sistema de berçário traz a bagagem de uma metodologia que 
que traz consigo biossegurança, estabilizando e fortalecendo os organismos para as 
fases de cultivo a seguir (KUMLU, 2001; KRUMMENAUER et al., 2011; WASIELESKY 
et al., 2013). 
 
1.4 Mudanças 
Durante todo o estágio estava sendo estudado a viabilidade da substituição do 
sistema de berçário pela população direta no viveiro de engorda, graças a uma nova 
pós-larva ofertada pela empresa AquaSul, que em teoria dispensaria o período nos 
tanques superintensivos, sendo alocadas diretamente nos viveiros semi-intensivos. 
Esse novo produto é um segredo industrial da empresa que garante uma taxa 
de sobrevivência semelhante das pós-larvas que passam pelo berçário, diminuindo 
gastos e riscos, sejam eles no manejo ou nas transferências para os viveiros. 
A conclusão prévia era que a taxa de sobrevivência era muito próxima uma da 
outra, em torno de 50 por cento de sobrevivência ao final do cultivo. Porém ainda havia 
alguns entraves relacionados ao volume ofertado em contraposição a demanda da 
11 
 
fazenda, além da segurança de ter modelos estatísticos que confirmassem o que o 
produto propunha. 
Outro ponto conflitante é que foi protocolado a construção de um novo 
empreendimento público, a ponte dos mártires, que será construída ao lado da 
fazenda. Essa mudança pode trazer benefícios e malefícios, pois o trânsito de 
veículos pode alterar o ecossistema de forma negativa, e ao mesmo tempo melhorar 
o acesso a propriedade, facilitando o escoamento da produção assim como outros 
fatores logísticos ligado a manutenção do cultivo. 
 
2 Local 
A fazenda Carnaubinha se localiza no município de São Gonçalo do Amarante 
no distrito rural de Uruaçu as margens do rio Potengi, na coordenada geográfica -
5.823412, -35.302960 na Estrada do Monumento dos Mártires no estado do Rio 
Grande do Norte. Ela possui dois setores produtivos, um de bovinocultura e outro de 
aquicultura. 
A Estrada que dá acesso é pavimentada e liga a fazenda até o povoado de 
Uruaçu e por consequente até a rodovia RN-160, facilitando o escoamento da 
produção, ela possui relativa qualidade possibilitando a passagem de grandes 
veículos. 
Carnaubinha por se localizar as margens do rio Potengi possui um solo 
argiloso, facilitando a construção e manutenção de viveiros escavados, toda á área 
da fazenda é um alagadiço o que indica a propensão do solo em reter água. 
O acesso até o setor de aquicultura se dá através de uma estrada de chão 
batido, percorrendo três quilômetros pelo terreno da propriedade, e se localiza em 
uma região estuarina próximo ao riacho de sangue, uma localidade do rio Potengi. 
O setor de aquicultura possui dezenove viveiros escavados para engorda, de 
tamanhos variados, para modelos produtivos variados, sendo os grandes viveiros com 
modelo extensivo e os menores com modelo semi-intensivo, canais de abastecimento 
com bombeamento e drenagem para a movimentação da água através de gravitação, 
bacia de sedimentação e uma estação de berçário. Esta que possui três tanques, 
sendo todos eles circulares com estrutura de ferro-cimento, dos quais dois com 
impermeabilização através de tintas impermeabilizantes e um com lona. 
 
12 
 
Mapa 1 – Panorama geral da fazenda.
 
Fonte: Google Maps. 
2.1 Capitação de água 
A água é capitada das derivações do rio Potengi por gravitação para uma bacia 
de sedimentação, com a utilização de comportas, se utilizando do movimento das 
marés, aonde durante a mare alta a bacia é cheia com base no cronograma da 
fazenda. 
O cronograma é manejado com base na necessidade das manobras hídricas, 
como trocas parciais, reposição de perca de água dos viveiros e utilização no berçário. 
 
2.1.1 Parâmetros físico-químicos do rio Potengi na localidade Riacho Sangue 
 Os valores médios para a área são: 28.11°C de Temperatura; 36.32 PSU de 
Salinidade (FRAZÃO, 2003); 7,9 mg/L de Oxigênio dissolvido; 7,7 pH; 9,7 de turbidez 
NTU, 98 mg/L Alcalinidade, 164 mg/L de Dureza; 1,2 mg/L de Nitrato; 466 mg/L de 
Sólidos totais; 2,8*10³ Coliformes Termotolerantes (NMP/100mL). Dados oferecido 
pelo laboratório Aquanalous, em analise realizada em julho de 2022. 
 
2.1.2 Bombeamento 
 A água originaria do rio Potengi chega até a bacia de sedimentação por 
gravitação, aonde ela permanece por um período de até três dias, para então ser 
utilizada pelos mais diversos usos dentro do circuito produtivo, a bomba é elétrica e é 
13 
 
utilizada para abastecer os canais de abastecimento dos viveiros, a água utilizada não 
passa por nenhum processo de esterilização ou adição de químicos agrícolas. 
Figura 1 – Casa de bombas 
 
Fonte: Acervo pessoal 
2.2 Berçário 
As instalações são compostas por uma construção 120 metros quadrados, 
aonde se dispõe uma sala aonde fica uma mesa e um equipamentos para despesca, 
quatro quartos, aonde cada um se destina a uma função, sendo elas o laboratório para 
as analises colorimétricas, um armazém de insumos químicos e balança, um quarto 
de descanso para os colaboradores e por fim um quarto para estoque de ração. 
Figura 2 – Prédio do berçário. 
 
Fonte: Acervo pessoal 
14 
 
2.2.1 Salas 
Os quartos utilizados para armazenagem de ração e insumos são espaço com 
cerca de dezesseis metros quadrados aonde os produtos são estocados sobre paletes 
de madeira. As salas são arejadas e cobertas, limpas diariamente e possuem função 
fixa, não sendo utilizadas para nenhuma outra atividade correlata. 
O laboratório possui uma bancada de cerâmica, ponto de água e boa 
iluminação, os kits colorimétricos ficam dispostos na bancada assim como a vidraçaria 
necessária para os testes. 
Na sala central há o esgotamento dos tanques, aonde é realizada a despesca 
para transferência dos juvenis. 
 
2.2.2 Tanques 
 No berçário há três tanques cilíndricos, sendo dois dentro do prédio principal e 
um externo. Os tanques internos possuem três metros de raio e aproximadamente um 
metro e vinte de altura, totalizando trinta e três metros cúbicos de volume. Possuem 
uma estrutura de ralo ao centro por aonde é realizado a despesca para povoamento 
do viveiro. São abastecidos por bombas de águas utilizando do volume da bacia de 
sedimentação. Os tanques possuem um sistema de aeração continua e uma 
declividade cônica de 1 por cento do centro, eles são feitos de ferro-cimentos, 
impermeabilizados com tinta impermeabilizante. Os tanques se localizam sobre uma 
estufa lonada, com duas grandes janelas nas laterais, utilizadas para administrar a 
temperatura dentro do cultivo. 
Figura 3 – Tanque desativado. 
 
15 
 
Fonte: Acervo pessoal 
 O terceiro tanque estava inativo, sendo o maior dos três possui a mesma 
profundidade, porém o seu raio é de dez metros, possui a mesma declividade e 
sistema de aeração e abastecimento independente dos demais. 
 O sistema de aeração é provido por uma bomba elétrica que funciona vinte 
quatro horas por dia e é distribuído entre duas vias, uma que leva ao terceiro tanque 
outra que leva para os tanques menores, os dutos para os tanque menores são 
conectados e possuem um sistema de dispersão através de mangueiras porosas que 
circundam o fundo do tanque, possuindo um sistema que intercala tubulações de agua 
com mangueiras porosas. 
 O sistema de abastecimentos dos tanques menores também é interligado, 
vindos da mesma tubulação da bomba de abastecimento e só sendo divida ao lado 
dos tanques. 
Figura 4 – Tanques internos. 
 
Fonte: Acervo pessoal 
2.2.3 Estufa 
 O local aonde se localiza os tanques do berçário possui uma cobertura 
em modelo de estufa, uma estrutura de madeira coberta por lona branca com alto nível 
de transparência, intercalada por dois janelões, esta estrutura garantia a temperaturamédia de 28°C durante todo o dia, com exceção de dias muito frios ou muito quentes, 
aonde a variação era maior. 
 
16 
 
2.3 Sistemas 
A fazenda possui ligação com o sistema de energia público, o que lhe oferece 
estabilidade energética durante todo ano, porém como medida de segurança e 
redundância ela possui dois geradores de energia, e seu próprio estoque de 
combustível, garantindo energia em caso de falha da rede elétrica. 
O sistema hídrico da fazenda é baseado na capitação de água do próprio rio 
Potengi, e ele ocorre através de gravitação e bombeamento da agua, o sistema se 
utiliza de uma rede de canais e tubulação que correm por toda a propriedade, em sua 
maioria das vezes tais dutos são descobertos para facilitar uma eventual manutenção 
ou emergência. 
A rede hidráulica possui protocolo de limpeza e higienização descrito no 
planejamento do sistema, aonde a cada mês ocorre uma limpeza dos canos para que 
diminua a incidência de organismos indesejados no sistema, desde fungos até 
crustáceos predadores. 
 
2.3.1 Viveiros 
 Os viveiros são divididos em três grupos, viveiros de pequeno, médio e grande 
porte, os viveiros de pequeno porte possuem área média de 150 metros quadrados, 
profundidade padrão em torno de um metro e cinquenta de altura, e são utilizados 
majoritariamente para cultivos especiais ou experimentais, ou para encomendas 
especificas, como camarões de trinta gramas. Os viveiros de médio porte se localizam 
majoritariamente na porção leste da fazenda e possuem o sistema de produção semi-
intensivo, com pouca taxa de renovação de água, aeradores e com densidades 
menores que os pequenos viveiros. Por ultimo há os grandes viveiros que são 
resquícios do inicio da fazenda, aonde ainda se produz de forma extensiva, com 
baixíssima densidade e pouca aeração, estes viveiros possuem pouca padronização 
e têm formato e profundidade variável, possuem pouco controle na produção e 
cronogramas elásticos, com grande variação da gramatura do camarão. 
 
2.4 Características ambientais da fazenda 
 A fazenda se encontra localiza ao lado da floresta de manguezal do estuário do 
rio Potengi, sua vegetação é predominantemente composta por Rhizophora mangle 
(FRAZÃO, 2003), os parâmetros climatológicos são: temperatura anual média 
17 
 
compensada é de 26,5°C; precipitação média de 1.691,2mm/ano; horas de sol 2.979,8 
h/ano (INMET, 2022). 
 
3 Atividades desenvolvidas 
A fazenda Carnaubinha é gerenciada pelo Engenheiro José Américo Cabral, 
especialista na produção de camarão marinho Litopenaeus vannamei, ele 
implementou uma série de protocolos de controle que vão desde medidas sanitárias, 
até modelos específicos de transferência de pós-larvas, o protocolo é seguido à risca, 
possuindo um calendário de eventos acordado entre os setores financeiros e 
produtivos 
3.1 Isolamento sanitário 
 Dentre as medidas sanitárias adotadas para controle e isolamento do berçário, 
há na entrada no prédio um pequeno reservatório de alvenarias aonde diariamente é 
colocado uma solução de cinco litros de água com cinquenta gramas de cloro, todos 
os colaboradores utilizam os seguintes equipamentos de segurança: uniforme, luvas 
cirúrgicas ou luvas impermeáveis e botinas impermeáveis. Os equipamentos de 
laboratório são lavados constantemente com sabão e água corrente e quando 
adequado com água destilada e cloro. O ambiente do berçário é limpo e sanitizado 
diariamente, e o grupo de trabalho é fixo, havendo então pouca troca de colaboradores 
e equipamento entre ambientes. 
 Outro ponto interessante é o advento da bacia de sedimentação que possui 
uma função de quarentena da água coletada do braço do rio, aonde ela passa por um 
período para que sedimente as partículas em suspenção e diminua a quantidade de 
organismos externos para os viveiros e berçário, pois a capitação pela bomba ocorre 
no meio da coluna de água. 
3.2 Recepção das pós-larvas 
 O processo de recepção das pós larvas inicia dias antes da chegada do lote 
solicitado, ocorre a higienização do tanque após a despesca total do mesmo, limpeza 
e raspagem para retira de organismos indesejados, limpeza das estruturas do aerador 
e da tubulação de água e manutenção da camada impermeabilizante do tanque. Então 
é iniciado o processo de enchimento dos tanques com a água vindo da bacia de 
sedimentação, então são analisados os parâmetros da água, para então ser corrigidos 
18 
 
através de manobras técnicas, além da reparação da água ocorre a adição de 
probióticos na agua a modo de melhorar a qualidade além dos parâmetros naturais. 
 As pós-larvas são transportadas por caminhões munidos de Transfishers, vindo 
diretamente do laboratório de larvicultura contratado, o caminhão é estacionado ao 
lado do prédio do berçário e então é realizado a aclimatação, aonde é esvaziado 
metade do Transfisher, então é adicionado parte da água que vêm sendo armazenada 
no tanque do berçário, o processo têm como objetivo equilibrar a temperatura, pH e 
demais variáveis para mitigar o estresse da transição e viagem. 
 As pós-larvas passam por um período de inanição até o dia seguinte aonde o 
protocolo de suplementação e alimentação é iniciado, neste período inicial há também 
uma troca parcial da água para limpeza dos detritos acumulado na viagem, estas quais 
podem demorar até doze horas, dada a distância dos laboratórios fornecedores das 
pós-larvas. 
3.2.1 Densidade de estocagem 
 A fazenda se utiliza de uma densidade de estocagem variável, entre 3 a 5 pós-
larvas por litro, os fatores que alteram são os ciclos produtivos da fazenda e as 
demandas mercadológicas da região, outros fatores como dificuldade de fornecimento 
de pós-larvas também interferem na densidade. 
3.3 Controle dos parâmetros 
 Os parâmetros acompanhados durante todo o cultivo são os seguintes: pH, 
alcalinidade, dureza, oxigênio dissolvido, compostos nitrogenados e temperatura. 
 Vários destes parâmetros são codependentes um dos outros, interferindo entre 
eles e criando um sistema lógico que precisa ser controla de forma multifacetada. Tais 
parâmetros possuem funções especificas para a analise atual da qualidade do sistema 
ou de previsão de cenário futuro. O controle destas variáveis possibilita um 
diagnostico da situação do viveiro que possibilita contra medidas especificas para a 
sobrevivência das pós-larvas. 
Tabela 1 – Parâmetros semanais 
 
Aferição de parâmetros 
Semana Nitrito Nitrato Amônia Alcalinidade Dureza 
19 
 
Segunda-
feira x x x x x 
Terça-feira 
 
Quarta-feira x x x x x 
Quinta-feira 
 
Sexta-feira x x x x x 
Sábado 
 
Domingo 
 
 As aferições ocorrem em dias intercalados com exceção de sábado e domingo, 
na pratica ocorre pouca variação, os períodos de maior tensão são exatamente na 
chegada das pós-larvas e na transferência para os viveiros, exatamente por serem os 
períodos mais estressantes para os organismos. 
 Os parâmetros com maior flutuabilidade como temperatura, oxigênio dissolvido 
e pH são aferidos antes de cara arraçoamento, criando uma tabela diária de variação 
dos vários fatores. 
 Durante o período do estágio as medias paramentares dos tanques do berçário 
foram de: água leve alcalina com pH médio de 7,8 e temperatura média dentro da 
estufa de 28°C. 
3.3.1 Equipamento 
 As aferições possuem dois métodos de coleta, a primeira é pelo equipamento 
de Multiparâmetro Portátil HI7698194, utilizado para verificar a temperatura e o 
oxigênio dissolvido, e outro instrumento é o pHmetro da marca Cucudy, para aferição 
do pH. Em conjunto a estes instrumentos há métodos colorimétricos para o controle 
da dureza, alcalinidade e compostos nitrogenados, a partir de kits colorimétricos da 
marca Alcon. 
 A manutenção dos equipamentos é feita com água destilada, e ocorre a 
calibragem dos mesmos com periodização semanal. O kit colorimétrico é armazenado 
no laboratório em um lugar arejado e protegido da umidadee outros componentes 
ambientais que podem reduzir a eficiência e validade dos produtos. 
 
 
20 
 
3.4 Alimentação 
 A alimentação é feita com ração especializada para pós lavas e juvenis, há 
duas fases durante o berçário, a primeira que se segue nas primeiras semanas aonde 
a ração utilizada é a Nutrigen Aquavita Premium PL10, e no segundo momento é a 
Nutrigen Aquavita Premium Juvenil, está com maior granulação que a primeira. A troca 
é definida pela biometria, aonde é definido que as larvas já chegaram ao peso de 
juvenis. 
 A periodização é de duas em duas horas, iniciando às oito horas e seguindo 
até as dezoito horas do dia, a quantidade é aproximadamente dez porcento ao dia da 
biomassa estocada, dividido nos seis arraçoamentos diários. 
3.4.1 Ração 
 Durante a fase de berçário a fazenda utiliza dois tipos de ração, a Nutrigen 
Aquavita Premium PL10 com granulagem de 150-300µ na fase inicial, e a Nutrigen 
Aquavita Premium Juvenil com granulagem de 500-100µ na fase final antes da 
transferência para os viveiros. Em casos excepcionais a Aquavita Premium PL10 é 
utilizada durante todo o estágio do berçário. 
Tabela 2 – Tabela nutricional das rações 
Parâmetros Valores 
Umidade(máx) 11% 
Proteína bruta(mín) 48% 
Extrato etéreo(mín) 15% 
Fibra bruta(máx) 1% 
Matéria mineral(máx) 17% 
Cálcio(mín) 1,50% 
Cálcio(mán) 3% 
Fósforo(mín) 1,40% 
Vitamina C(mín) 1050 mg 
Nucleotídeos(mín) 100 mg 
Mananoligossacarídeos(mín) 100 mg 
Betaglucanos(mín) 100 mg 
Probiótico 1X109 UFC 
21 
 
Fonte: Aquavita 
Tabela 3 – Parâmetros diários 
 Aferição de parâmetros 
Dia Arraçoamento pH Temperatura O² dissolvido 
08:00 1,70% BM x x x 
10:00 1,70% BM x x x 
12:00 1,70% BM x x x 
14:00 1,70% BM x x x 
16:00 1,70% BM x x x 
18:00 1,70% BM x x x 
3.5 Biometria 
 As biometrias para acompanhar o crescimento dos camarões ocorre a cada 
três dias, aonde é coletado três amostras cada uma com vinte gramas e então é 
realizado a contagem para descobrir o peso médio, e diagnosticar deformações, 
inatividade e variância do tamanho e peso das pós-larvas, utilizando como 
ferramentas uma régua e uma balança de precisão. 
 Com estes dados coletados é ajustado o volume de ração ofertado assim como 
o acompanhamento do crescimento e anomalias dos organismos. 
3.6 Suplementação 
 Como implementação tecnológica é adicionado ao sistema três suplementos 
aquícolas: vitamina C, na quantidade de cinquenta gramas a cada três dias, adição 
de três litros de melaço de acordo com a aferição dos compostos nitrogenados, 
geralmente a cada dois dias e por fim o manejo com o probiótico da marca DB AQUA, 
seguindo a quantidade instruída pelo fabricante. Além disso a própria ração possui em 
sua composição inúmeros pré-bióticos, como vitaminas e minerais em quantidades 
especificas para a espécie cultivada. 
3.7 Correção 
 Além da adição de melaço que ocorre de forma irregular, a troca parcial de 
água também acontece quando os parâmetros fogem do padrão desejado, de modo 
a trazer a normalidade os padrões. Os motivos para a variação são inúmeros, desde 
a qualidade das pós-larvas, até grandes variações de temperatura quais a estufa não 
22 
 
consegue bloquear, passando afloramentos de microalgas indesejadas até 
contaminação externa. 
3.8 Transferência para os viveiros 
Após as larvas atingirem o peso médio ideal de aproximadamente 1g, elas 
aguardam pela vacância de um dos viveiros. Depois da sanitização dos viveiros e 
enchimentos dos mesmos ocorre a manobra de transferência. O protocolo é de 
suspensão da alimentação no dia, incluindo a suplementação, diminuição do volume 
de água do tanque para metade do original, ficando próximo a setenta centímetros de 
profundidade, coleta e analise das pós larvas e em seguida a despesca total ou parcial 
dependendo do tamanho do viveiro a ser populado. 
Antes do transporte é verificado o pH, temperatura e oxigênio dissolvido do 
tanque para ser utilizado em comparação futura no viveiro de destino. O Tranfisher é 
enchido com metade do seu volume com água do viveiro do destino e é transportado 
até o setor do berçário. 
Caso a despesca seja parcial, após a retirada da quantidade ideal de pós-larvas 
o tanque é enchido novamente, e o após duas horas é reiniciado a alimentação e 
correção da água. 
A despesca ocorre por gravitação, aonde há um ralo no centro dos tanques que 
leva até um local aonde é possível coletar os camarões com uma rede, eles são 
colocados em baldes e despejados no Transfisher, a água é transportada através de 
uma bomba hidráulica diretamente para o container. Sendo a seguinte ordem, metade 
da água do tanque do berçário é posta no container, é iniciada a areação do mesmo, 
então ocorre a despesca, que em seguida é alocada no Transfisher. 
Em seguida os juvenis são alocados em um Transfisher, que é transportado 
por um trator. Enchido com água do próprio tanque do berçário, e com oxigênio 
fornecido por um aerador ligado a um sistema de mangueiras porosas dentro do 
container, o percurso é iniciado após haver certificação do oxigênio dissolvido no 
Tranfisher está de acordo com as necessidades dos organismos. 
 
 
 
23 
 
Figura 5 – Coleta 
 
Fonte: Acervo pessoal 
Ao chegar até o viveiro é coletado os parâmetros do viveiro, como pH, 
temperatura e oxigênio dissolvido, então é retirada metade da água que transportou 
os camarões e adicionada metade da água do viveiro no Tranfisher, esta etapa pode 
se repetir diversas vezes até que os parâmetros do container se aproximem do 
parâmetro do viveiro, cada troca de água possui um intervalo de trinta minutos entre 
si. 
Figura 6 – Transferência para o viveiro 
 
Fonte: Acervo pessoal 
24 
 
4 Considerações finais 
Como conclusão do trabalho, mesmo que o estágio tenha sido interrompido de 
forma prematura, houve muito aprendizado. Pois há um choque muito grande entre o 
ideal dos modelos produtivos para a realidade, fatores como o berçário em si ser um 
sistema superintensivo que se aproxima bastante de um modelo de Bioflocos, ele não 
é, a estrutura de produção para implementação de tecnologias inovadoras é muito 
custosa, levando a empreendimentos aquícolas a lidarem com a realidade ao seu 
modo. 
Problema como fornecimento de pós-larvas, ração e outros insumos produtos 
também é um desafio encontrado nas fazendas a qual não se expõe no ambiente 
acadêmico. Poluição dos reservatórios, degradação do meio ambiente burocracia 
legalizadora e demais entraves que estão fora do controle do produtor colaboram para 
uma taxa de produtividade baixa quando nós comparamos ao cenário global (ABCC, 
2022). 
O estágio foi uma experiência única que trouxe a noção da realidade, aonde os 
profissionais da área são incumbidos de procurarem solução para o desafio da 
produção aquícola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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State of World Fisheries and Aquaculture 2020. Roma: FAO. - 2020. 
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Potengi e área adjacentes: subsídios para controle e recuperação ambiental 
no caso de derrames de hidrocarbonetos. Dissertação de Mestrado. Programa 
de Pós-Graduação em Geodinâmica e GeofísicaPPGG/UFRN, Brasil. 
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia (2022). “Normais Climatológicas do 
Brasil (1981- 2020) – Natal/RN”. Brasília. Disponível em 
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