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1 Imunossupressores Gabriella Almeida XXIV Imunossupressores Definição: São fármacos que inibem a resposta imune (celular/humoral). Usos Clínicos: Doenças Autoimunes; Rejeição a transplantes. 1. DISCUTIR A FISIOPATOLOGIA DOS TRANSPLANTES E DA AUTOIMUNIDADE A função fisiológica do sistema imune é a defesa contra os microrganismos infecciosos. No entanto, exerce também outras funções: o “Limpeza” do organismo → retirada das células mortas; o Renovação de determinadas estruturas; o Rejeição de enxertos; o Memória imunológica; o Destruição de células alteradas, que surgem como resultado de mitoses anormais → se não forem destruídas, podem dar origem a tumores. o Não reação ao próprio. Linhas de Combate do Sistema Imune Tipos de Transplante: Autólogo (auto-transplante, auto-enxerto): o Queimaduras, uso de vasos sanguíneos saudáveis para substituir artérias coronárias. Singénico: entre gêmeos idênticos. Alogênico: dentro da mesma espécie. Xenogênico: entre espécies diferentes. Principais obstáculos para os transplantes: Compatibilidade do HLA (MHC humano) Órgãos vascularizados: o Rejeição pelo sistema imune; o Tempo de isquemia fria (período no qual o órgão retirado é preservado no frio): ▪ Rins: 48h, fígado: 24h, coração: 4h Transplante de células tronco-hematopoiéticas: doenças enxerto versus hospedeiro (DEVH). Genes e antígenos de histocompatibilidade são os principais responsáveis pela rejeição de tecidos transplantados: Ag do complexo de histocompatibilidade principal – MHC (ou Ag leucocitário humano: HLA). o Principal função: apresentação de Ag para os linfócitos T. Genes secundários de histocompatibilidade. Tolerância: É um estado de não responsividade imune a determinados antígenos. o Tolerância a auto-antígenos: ▪ Central: eliminação de linfócitos auto- reativos nos órgãos linfoides primários. ▪ Periférica: eliminação ou anergia de linfócitos auto-reativos da circulação: • Sequestro de Ag • Células Treg A falha na tolerância... o Autoimune: ▪ Doenças Autoimunes Órgãos-Específicos ▪ Doenças Autoimunes Sistêmicas o Mecanismo de indução de autoimunidade: ▪ Liberação de Antígenos sequestrados; ▪ Mimetismo molecular; ▪ Expressão inapropriada de moléculas de MHC classe II; ▪ Ativação policlonal das células B. 2 Imunossupressores Gabriella Almeida XXIV 2. CLASSIFICAR OS FÁRMACOS IMUNOSSUPRESSORES QUANTO AO SEU MODO GERAL DE AÇÃO Inibidores específicos da célula T; Agentes Citotóxicos; Glicocorticoides; Anticorpos imunossupressores. 3. DISCUTIR AS CONTRIBUIÇÕES DOS AGENTES IMUNOSSUPRESSORES PARA A PRÁTICA CLÍNICA São utilizados para três propósitos principais: 1) Para suprimir a rejeição de órgãos e tecidos transplantados (rins, medula óssea, coração, fígado etc.) 2) Para suprimir a doença de enxerto vs hospedeiro (isto é, a resposta dos linfócitos no enxerto a antígenos do hospedeiro) em transplantes de medula óssea; 3) Para tratar uma variedade de condições que, apesar de não estarem totalmente elucidadas, parecem ter um importante componente autoimune na sua patogenia: ▪ Púrpura trombocitopênica idiopática; ▪ Algumas formas de anima hemolítica; ▪ Algumas formas de glomerulonefrite; ▪ Miastenia grave; ▪ Lúpus eritematoso sistêmico; ▪ Artrite reumatoide; ▪ Psoríase; e ▪ Colite ulcerativa. A terapia para essa terceira categoria envolve frequentemente uma combinação de glicocorticoides e agentes citotóxicos. Para o transplante de órgãos ou de medula óssea, a ciclosporina é habitualmente combinada com um glicocorticoide, um agente citotóxico ou uma globulina antilinfócito. Os fármacos imunossupressores são utilizados na terapia das doenças autoimunes e na prevenção e/ou tratamento de transplantes. Como eles reduzem as respostas imunes, estão associados a um risco de redução da resposta do hospedeiro a infecções, podendo facilitar também o aparecimento de células malignas. A relação entre esses efeitos adversos e a potência de prevenção de rejeição de enxertos varia com diferentes substâncias. 4. DISCUTIR A FARMACODINÂMICA (MECANISMO DE AÇÃO), A FARMACOCINÉTICA, OS USOS CLÍNICOS E OS EFEITOS INDESEJÁVEIS DOS PRINCIPAIS FÁRMACOS IMUNOSSUPRESSORES. INIBIDORES ESPECÍFICOS DA CÉLULA T Introduzida em 1977 como imunossupressor altamente seletivo. Peptídeo derivado do fungo Tolypocladium inflatum. Inibe acentuadamente e de modo seletivo a proliferação de linfócitos T. Mecanismo de Ação: Diminuição da proliferação clonal de células T, primariamente ao inibir a liberação de IL-2 e, possivelmente também, ao reduzir a expressão dos receptores de Il-2.; Redução da indução e proliferação clonal de células T citotóxicas a partir de células T precursoras CD8+; 3 Imunossupressores Gabriella Almeida XXIV Redução da função das células T efetoras que medeiam as respostas celulares (por exemplo, redução da hipersensibilidade do tipo tardia); Alguma redução das respostas das células B dependentes das células T. Farmacocinética: Administrada VO ou IV; Após administração VO, as concentrações plasmáticas máximas são habitualmente atingidas em cerca de 3-4 horas. A meia-vida plasmática é de aproximadamente 24 horas. Metabolismo hepático, e os metabólitos são excretados, em sua maioria, na bile. Uso clínico e efeitos indesejáveis: A imunidade humoral é mantida. Não promove depressão da medula óssea. Utilizações clínicas: transplantes, artrite reumatoide; Efeitos adversos: nefrotoxidade, heptatoxidade, comprometimento da função hepática e infecções virais. Mecanismo de ação: É um antibiótico macrolítico derivado do fungo Streptomyces tsukabaensis. O mecanismo de ação é muito semelhante ao da ciclosporina, porém com potência consideravelmente maior. O receptor interno não é uma ciclofilina, é uma proteína denominada FKBP. Este complexo inibe a calcineurina. Farmacocinética: Administrada VO ou IV 99% metabolizado pelo fígado. ½ vida = 7 horas. Efeitos indesejáveis assemelham-se aos das ciclosporinas, embora sejam menos graves. Maior incidência de nefrotoxicidade e de neurotoxidade. Menor incidência de hirsutismo. Distúrbios gastrintestinais e distúrbios metabólicos (hiperglicemia). Trombocitopenia e Hiperlipidemia. Não se conhece o mecanismo exato de sua ação imunossupressora. A azatioprina antagoniza o metabolismo das purinas e pode inibir a síntese de DNA, RNA e proteínas, também pode interferir no metabolismo celular e inibir a mitose. Azatioprina → 6-Mercaptopurina Inibe síntese de purinas. Agentes citotóxicos: Usados na terapia do câncer, promovem ação imunossupressora ao impedir expansão clonal de linfócitos T e B. Usos clínicos: Prevenção da rejeição do enxerto. Artrite reumatoide. Doenças autoimunes. Efeitos adversos: Depressão da medula óssea. TGI – náuseas, vômitos. Erupções cutâneas e hepatotoxidade discreta. CICLOFOSFAMIDA Ação citotóxica sobra as células B, por interferir no funcionamento normal do DNA (alquilação). Utilizações clínicas: artrite reumatoide; doenças autoimunes. 4 Imunossupressores Gabriella Almeida XXIV METOTREXATO Trata-se de um dos mais antigos agentes antineoplásicos, um antimetabólito usado no tratamento do câncer e de doenças autoimunes. Inibe o metabolismo do ácido fólico. Toxicidade sobre a medula óssea. AIES PREDNISONA, PREDNISOLONA, METILPREDNISOLONA As complicações em longo prazo constituem as maiores limitações no uso de esteroides. Potente ação imunossupressorae anti- inflamatória. Limitam recrutamento das células inflamatórias no local. Inibem a expressão do MHC-II. Inibem a síntese de citocinas. Inibem a produção de IL-2 → Menor proliferação de linfócitos T Supressão das células NK Utilizações clínicas: rejeição a transplantes; doenças autoimunes. ANTICORPOS IMUNOSSUPRESSORES Imunoglobulina anti-D IgG Humana anti Rh Utilização clínica: eritroblastose fetal
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