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Técnico de Segurança do Trabalho p/
Concursos - Curso Regular (Profª Mara
Camisassa)
Autor:
Mara Queiroga Camisassa de
Assis
23 de Março de 2023
60601513371 - Lia Ribeiro
ACIDENTE DE TRABALHO
1 - Acidente do trabalho na Legislação Previdenciária
Segundo o Art. 19 da Lei 8.213/91, Acidente do Trabalho é aquele que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte ou perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
O Art. 20 desta mesma lei amplia este conceito, estabelecendo que
consideram-se acidentes do trabalho as seguintes entidades mórbidas:
I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade.
A doença profissional é aquela que só ocorre em função do exercício de um
trabalho específico. Neste caso, o nexo causal é presumido, ou seja, a relação
da doença com o trabalho exercido é presumida, o que significa que a doença
decorreu das atividades laborativas desenvolvidas, em outras palavras, a
doença guarda relação de causa e efeito com a atividade.
Por exemplo, o trabalhador somente poderá adquirir Saturnismo, que é a
intoxicação por Chumbo, quando estiver exposto a esse agente no trabalho,
como nas atividades de desmanche de baterias automotivas. Não há essa
doença caso não ocorra a exposição ao chumbo.
O mesmo ocorre com a Silicose, doença pulmonar causada pela exposição
prolongada à poeira de sílica. A Silicose só será desencadeada em trabalhos
específicos, como a mineração, atividades da construção civil, corte de pedras
com sílica, lapidação de pedras preciosas e quartzo.
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Outros exemplos: asbestose desenvolvida por trabalhador que trabalhava com
telhas de amianto (asbesto) ou embolia após descompressão sofrida por um
mergulhador. Foi a própria atividade que levou ao aparecimento da doença.
II - Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com
ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no
inciso I.
A doença do trabalho ocorre em alguns trabalhos porque eles mantêm uma
condição adoecedora, porém tal condição que não é específica da atividade.
Um exemplo de doença do trabalho é a alergia respiratória, desenvolvida nos
casos de trabalho em ambientes com ar condicionado sem manutenção para
limpeza dos filtros. Ou seja, neste exemplo, as condições ambientais do local
de trabalho levaram ao surgimento da doença.
Outro exemplo: trabalhador que exerce atividade de almoxarife em ambiente
com ruído excessivo, e desenvolve uma Perda Auditiva Induzida por Ruído
(PAIR). A atividade exercida não é a causa da doença, mas sim o ruído
existente no ambiente de trabalho ("condições especiais em o trabalho é
realizado").
No caso da doença do trabalho, a atividade poderia ser realizada sem o agente
nocivo ou fator de risco, o que não ocorre, por exemplo, nos trabalhos com
sílica, conforme comentado anteriormente. É possível controlar a sílica, mas
não é possível eliminá-la daquele trabalho. Já nos fatores associados às
doenças do trabalho, não há especificidade. O trabalho é tão somente um
fator concorrente para o adoecimento.
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Como se vê em Roesler: Para Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar
Junior,
“o dispositivo traz os conceitos de doença profissional e do trabalho, as quais se
equiparam aos acidentes do trabalho, por força de lei, embora a doença seja um
processo, e não um fato abrupto, como o acidente. A doença profissional, ou doença
do trabalho típica, ou idiopatia, é própria de determinado tipo de atividade”. “A
doença do trabalho – ou mesopatia – é uma moléstia comum, que pode atingir
qualquer pessoa, mas é provocada por condições especiais em que o trabalho é
realizado”.
Tanto a doença profissional quanto a doença do trabalho são considerados
acidentes do trabalho.
Resumindo: No caso da doença profissional, a moléstia que acomete o
trabalhador tem origem na atividade por ele desenvolvida: devido ao exercício
de determinada atividade, surge a doença. Existe um vínculo (nexo causal)
entre a doença e a atividade exercida.
Já a doença do trabalho surge quando determinadas condições (agentes
nocivos) existentes no ambiente de trabalho levam ao desencadeamento da
doença.
1.1. Eventos equiparados a Acidente de Trabalho
O Art.21 da Lei 8.213/91, apresenta os eventos que devem ser equiparados ao
acidente do trabalho, para fins previdenciários. São eles:
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I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a
causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para
redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que
exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do
trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro
ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de
disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou
de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado
no exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e
horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a
autoridade da empresa;
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b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe
evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-
obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado.
O empregado é considerado no exercício do trabalho nos períodos
destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este.
Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a
lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se
superponha às consequências do anterior.
1.2. Doenças não consideradas como doença do trabalho
Por outro lado, não são consideradas como doença do trabalho segundo a
Lei 8.213/91:
Art. 20. [...]§1º Não são consideradas comodoença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela
se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho.
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A doença degenerativa é aquela que pode acometer qualquer pessoa com o
passar da idade ou por moléstia específica. As doenças inerentes ao grupo
etário também estão relacionadas ao envelhecimento natural.
A doença endêmica é aquela que existe em determinada região geográfica e
expõe todas as pessoas ao risco, não somente o trabalhador. É o caso da
população residente em área amazônica, onde a malária é doença endêmica,
não há como saber se a pessoa contraiu a doença em função do trabalho ou
porque sempre viveu na região.
Mas imagine um trabalhador residente em Minas Gerais, estado que não tem a
malária como doença endêmica. Este trabalhador vai trabalhar naquela mesma
região amazônica. Se ele adquirir malária, será em função do seu trabalho, e
aí sim, será uma doença relacionada ao trabalho.
2 - Acidente de Trabalho segundo a NBR 14.280
Segundo a Norma ABNT NBR14.280-2001, acidente do trabalho é a ocorrência
imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do
trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal.
Já a lesão pessoal inclui tanto lesões traumáticas e doenças, quanto efeitos
prejudiciais mentais, neurológicos ou sistêmicos, resultantes de exposições ou
circunstâncias verificadas na vigência do exercício do trabalho.
Segundo esta norma, o número de acidentados e o tempo perdido
correspondente às lesões por eles sofridas devem ser registrados com data
da ocorrência dos acidentes. Os casos de lesões mediatas (doenças do
trabalho) que não possam ser atribuídas a um acidente de data perfeitamente
fixável devem ser registrados com as datas em que as lesões forem
comunicadas pela primeira vez.
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Para estatística e análise de acidentes, a norma considera elementos
essenciais:
• Espécie de acidente impessoal
• Tipo de acidente pessoal
• Agente do acidente
• Fonte da lesão
• Fator pessoal de insegurança
• Ato inseguro
• Condição ambiente de insegurança
• Natureza da lesão
• Localização da lesão
• Prejuízo material
3 – Classificação de Schilling
Em 1984 o médico inglês Robert Schilling propôs a classificação das
doenças relacionadas ao trabalho em três grupos, a saber:
GRUPO I: São enquadradas neste grupo as doenças nas quais o trabalho
é causa necessária para seu aparecimento. A relação causal ou nexo causal
entre a doença e o trabalho é direta e imediata. Estão neste grupo as doenças
profissionais, como por exemplo, “pulmão negro”, doença pulmonar que ocorre
devido à exposição à poeira de carvão mineral, ou a bissinose, devido à
exposição de poeira de algodão.
GRUPO II: São enquadradas neste grupo as doenças nas quais o
trabalho pode ser um fator de risco contributivo, porém não necessário. As
doenças deste grupo são aquelas ditas doenças “comuns”, porém mais
frequentes ou mais precoces em determinados grupos ocupacionais, o que nos
mostra que, neste caso, o nexo causal tem natureza epidemiológica, seja pela
observação de um excesso de frequência em determinados grupos
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ocupacionais ou profissões, seja pela ampliação quantitativa ou qualitativa do
espectro de determinantes causais, que podem ser melhor conhecidos a partir
do estudo dos ambientes e das condições de trabalho.
GRUPO III: São enquadradas neste grupo as doenças nas quais o
trabalho é provocador de um distúrbio latente, ou agravador de doença pré-
existente.
Os grupos II e III são considerados de etiologia múltipla, ou seja,
causadas por múltiplos fatores de risco. Nestes casos, existe uma
probabilidade aumentada de ocorrência de uma doença, não necessariamente
um fator causal.
4 – Nexo causal
Segundo o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde1, a decisão
quanto à existência de relação causal entre uma doença diagnosticada ou
suspeita e uma situação de trabalho ou ambiental é considerada por Dembe
(1996) como processo social. Segundo Desoille, Scherrer & Truhaut (1975), a
comprovação deve basear-se em “argumentos que permitam a sua presunção,
sem a existência de prova absoluta”.
1 Ministério da Saúde/ Organização Pan-Americana da Saúde/Brasil, 2001
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A noção de presunção na legislação de diferentes países visou a beneficiar o
trabalhador e a evitar discussões intermináveis sobre essas relações.
Como diretriz básica, a resposta positiva à maioria das questões apresentadas
a seguir auxilia no estabelecimento de relação etiológica ou nexo causal
entre doença e trabalho:
• Natureza da exposição: o agente patogênico pode ser identificado pela
história ocupacional e/ou pelas informações colhidas no local de trabalho
e/ou de pessoas familiarizadas com o ambiente ou local de trabalho do
trabalhador?
• Especificidade da relação causal e a força da associação causal: o
agente patogênico ou o fator de risco pode estar contribuindo
significativamente entre os fatores causais da doença?
• Tipo de relação causal com o trabalho: de acordo com a Classificação
de Schilling, o trabalho é considerado causa necessária (Tipo I)? Fator de
risco contributivo de doença de etiologia multicausal (Tipo II)? Fator
desencadeante ou agravante de doença preexistente (Tipo III)? No caso
de doenças relacionadas ao trabalho, do tipo II, as outras causas, não-
ocupacionais, foram devidamente analisadas e hierarquicamente
consideradas em relação às causas de natureza ocupacional?
• Grau ou intensidade da exposição: é compatível com a produção da
doença?
• Tempo de exposição: é suficiente para produzir a doença?
• Tempo de latência: é suficiente para que a doença se instale e
manifeste?
• Registros anteriores: existem registros quanto ao estado anterior de
saúde do trabalhador? Em caso positivo, esses contribuem para o
estabelecimento da relação causal entre o estado atual e o trabalho?
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• Evidências epidemiológicas: existem evidências epidemiológicas que
reforçam a hipótese de relação causal entre a doença e o trabalho
presente ou pregresso do segurado?
O estabelecimento da relação causal ou nexo técnico entre a doença e o
trabalho é de responsabilidade do profissional médico2. E segundo o Art. 337
do Decreto 3.048/99, é o médico-perito do INSS o profissional que
deverá proceder ao reconhecimento técnico do nexo causal entre o
acidente e a lesão, a doença e o trabalho e a causa motriz e o acidente:
Decreto 3048/99, Art. 337. O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente
pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entreo trabalho e o
agravo.
I - o acidente e a lesão;
II - a doença e o trabalho; e
III - a causa mortis e o acidente.
Em outras palavras, o médico perito do INSS é quem irá confirmar se a relação
causal ou o nexo causal, suspeitado ou mesmo determinado pelo médico que
atendeu ao paciente/segurado no serviço de saúde, existe nas condições reais
de trabalho, presentes ou passadas.
Por certo tal reconhecimento tem, frequentemente, implicações
previdenciárias, trabalhistas, de responsabilidade civil e às vezes criminal,
além de desencadear ações preventivas.
O Anexo II do Decreto 3048/99 - AGENTES PATOGÊNICOS CAUSADORES DE
DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO, CONFORME PREVISTO NO ART.
20 DA LEI Nº 8.213, DE 1991 - apresenta uma lista com 27 agentes ou grupos
de substâncias que estão diretamente relacionados com as doenças
profissionais e do trabalho com exemplos de tarefas em que podem ser
encontrados.
2 Resolução/CFM n.º 1.488/1988
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A “LISTA A” do mesmo Decreto - AGENTES OU FATORES DE RISCO DE
NATUREZA OCUPACIONAL RELACIONADOS COM A ETIOLOGIA DE DOENÇAS
PROFISSIONAIS E DE OUTRAS DOENÇASRELACIONADAS COM O TRABALHO –
apresenta uma tabela na qual são agrupados os agentes causadores e os tipos
de doenças que podem ser desencadeados conforme a Classificação
Internacional de Doenças (CID). A figura a seguir apresenta um excerto desta
tabela:
A “LISTA B” traz a entrada para consulta invertida, ou seja, são apresentadas
as doenças na primeira coluna e os agentes na segunda coluna. A lista é
exemplificativa, e não exaustiva, ou seja, existem outras doenças não citadas
que podem ser consideradas relacionadas ao trabalho, conforme avaliação da
perícia do INSS. Lembrando que a perícia do INSS pode enquadrar como
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acidente de trabalho as mais diversas situações, desde que resultem das
condições especiais em que o trabalho é executado.
A “LISTA C”, inserida em 2009 no decreto, apresenta os CNAE (Códigos
Nacionais de Atividade Econômica) e as doenças relacionadas com tais
atividades de acordo com o respectivo CID (Código Internacional de Doenças).
A partir desta tabela é que se reconhece o Nexo Técnico
Epidemiológico, na forma do § 3o do art. 337, entre a entidade mórbida e as
classes de CNAE indicadas, nelas incluídas todas as subclasses do CNAE3 cujos
quatro dígitos iniciais sejam comuns. A figura a seguir apresenta um excerto
desta tabela:
3 O CNAE – Código Nacional da Atividade Econômica corresponde a uma sequência de sete números e
tem por objetivo padronizar a identificação das atividades das diversas unidades produtivas no Brasil.
Esse sistema de classificação encontra embasamento em diretivas internacionais para fins de estudos
estatísticos. A versão em vigor no Brasil (CNAE 2.0) é derivada da versão 4 da International Standard
Industrial Classification of All Economic Activities – ISIC 4 (Clasificación Internacional Uniforme de todas
las Actividades Económicas –CIIU 4).
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Doenças Profissionais
5.1 – DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO À SÍLICA
A sílica é um dos minerais encontrados em maior abundância na Terra. A
exposição ocupacional a esse mineral ocorre principalmente na mineração,
metalurgia, fabricação de abrasivos, fundições, construção civil, indústria de
refratários e siderurgia. Seu grau de nocividade varia de acordo com sua
forma, sendo que a variedade amorfa apresenta menor grau de nocividade, e a
sílica livre cristalizada (ou cristalina), maior grau de nocividade. A sílica livre
cristalina (quartzo, SiO2 cristalizada) é sua forma mais comum, sendo que
quando combinada com outros minerais como ferro, magnésio ou alumínio,
forma compostos de sílica denominados silicatos.
A exposição crônica à sílica livre cristalizada pode causar silicose, um tipo de
pneumoconiose, em virtude da inalação desse tipo de particulado, tendo como
principal consequência a insuficiência respiratória. A silicose é uma doença
pulmonar fibrogênica caracterizada por nódulos de tecido cicatrizado,
disseminados no pulmão. Para que a exposição ocupacional se torne
efetivamente lesiva ao organismo do trabalhador, no que se refere a silicose,
alguns fatores dependentes do agente são importantes: suscetibilidade
individual, a concentração total de poeira respirável no ambiente de trabalho, o
tempo de exposição bem como a dimensão das partículas. É de se ressaltar
que a exposição à sílica recentemente fraturada possui maior toxicidade devido
ao poder aumentado de gerar reações de oxirredução. As partículas maiores
são selecionadas ou filtradas pelo sistema respiratório, enquanto as menores
podem chegar aos alvéolos pulmonares.
A silicose é doença profissional progressiva grave e não possui tratamento
específico. Desta forma, sendo progressiva, tão logo seja diagnosticada o
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trabalhador deverá ser imediatamente afastado da exposição. A silicose pode
se apresentar nas seguintes formas:
SILICOSE AGUDA: forma rara, associada à exposição maciça à sílica livre, em
jateamento de areia ou moagem de quartzo puro. Normalmente aparece
dentro dos cinco primeiros anos de exposição.
SILICOSE SUBAGUDA: o trabalhador exposto apresenta alterações
radiológicas precoces, após cinco anos de exposição. As alterações
radiológicas são de rápida evolução, apresentando-se inicialmente como
nódulos que, devido ao componente inflamatório, evoluem para
conglomeração e grandes opacidades. Os sintomas respiratórios são precoces
e limitantes. Encontrada, no Brasil, em cavadores de poços;
SILICOSE CRÔNICA: tempo de latência de cerca de dez anos após o início da
exposição. Radiologicamente nota-se a presença de nódulos que podem
evoluir para grandes opacidades com a progressão da doença. Os sintomas
aparecem nas fases tardias.
A prevenção da doença baseia-se principalmente nos procedimentos de
implantação de medidas de proteção coletiva a fim de reduzir a concentração
do agente no ambiente e também na melhoria dos processos de trabalho,
como por exemplo, proibição de jateamento de areia a seco com introdução de
sistemas de umidificação, implantação de sistemas de ventilação exaustora
e/ou diluidora, rodízio de atividades para diminuição do tempo de exposição, e
fornecimento de EPI adequados de forma complementar as medidas de
proteção coletiva.
5.2 – DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO A POEIRAS ORGÂNICAS
A exposição a poeiras orgânicas abrange inúmeras atividades em diversos
setores da economia como agricultura, agroindústria e indústria. Os riscos
respiratórios correspondentes envolvem exposição a fragmentos de penas,
pele e pelos de pequenos animais como aves, além de fibras orgânicas e
resíduos vegetais de grãos como milho, soja, dentre outros. As reações do
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sistema respiratório a esta exposição envolvem um amploespectro de
doenças.
Uma delas é a bissinose, que é uma doença profissional das vias aéreas
causada pela exposição a poeiras de fibras orgânicas de algodão, linho,
cânhamo ou sisal nas indústrias de tecelagem, principalmente nos setores de
abertura de fardos e cardadeiras.
A bissinose é considerada endêmica entre trabalhadores têxteis em muitos
países do mundo, onde as condições de higiene do trabalho são precárias.
Manifesta-se principalmente pela tosse, dispneia e opressão torácica que
aparecem preponderantemente no retorno ao trabalho após um afastamento
de final de semana ou férias, ocorrendo cerca de duas a três horas após o
início das atividades. Sua importância decorre do elevado número de
trabalhadores potencialmente expostos.
Tal como a silicose, também não há tratamento específico para a bissinose,
devendo o trabalhador ser afastado da exposição. As alterações funcionais
decorrentes da doença se tornam irreversíveis, podendo levar à incapacidade
funcional respiratória.
A legislação nacional (Anexo 11, NR15) não determina limites de tolerância
para a exposição a poeiras orgânicas, neste caso, para implementação de
medidas de controle devem ser considerados os limites de exposição
ocupacional determinados pela ACGIH - American Conference of
Governmental Industrial Hygienists, conforme o disposto no item 9.3.5.1 “c”
da NR9.
5.3 – DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO AO ASBESTO
Entre os minerais fibrosos, o asbesto ou amianto é o que apresenta maior risco
para a saúde. Há mais de um século é conhecida a elevada patogenicidade das
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fibras de todas as formas de asbesto, quando inaladas. Essa longa e penosa
história começou com a descrição da asbestose, uma pneumoconiose grave e
totalmente evitável, e seguiu-se com a descoberta das associações causais
entre amianto (todos os tipos de fibra, incluindo a crisotila, ou “amianto
branco”, única modalidade extraída no Brasil), e câncer de pulmão (todos os
tipos histológicos) e, mais tarde, o mesotelioma maligno de pleura, de
peritônio e pericárdio.
Apesar da exceção autorizada pela NR15 para utilização de asbesto do tipo
crisotila dentro dos limites de tolerância estabelecidos, é entendimento dos
órgãos internacionais e de várias entidades nacionais que não existem níveis
seguros de exposição a qualquer tipo desse agente químico, em razão das
várias doenças que pode provocar. É de se ressaltar, entretanto, recente
decisão do Supremo Tribunal Federal STF ocorrida em Agosto/2017: Por
maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente, a
ADI 3937 (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que havia sido ajuizada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI) contra a Lei
12.687/2007, do Estado de São Paulo, que proibía o uso de quaisquer produtos
que contenham quaisquer tipos de amianto no território estadual. Os ministros
do tribunal também declararam, incidentalmente, a inconstitucionalidade do
artigo 2º da Lei Federal 9.055/1995, que permitia a extração, industrialização,
comercialização e a distribuição do uso do amianto na variedade crisotila no
País. Assim, com o julgamento da ADI 3937, o Supremo julgou
inconstitucional o dispositivo da norma federal que autoriza o uso dessa
modalidade de amianto e assentou a validade da norma estadual que proíbe o
uso de qualquer tipo.
E em 29/11/2017 o Pleno do STF decidiu proibir em todo o país o uso do
amianto crisotila, ficando vetadas, portanto, a extração, a industrialização e a
comercialização do produto em qualquer Estado do país, não mais só naqueles
que tinham leis estaduais que efetivavam a proibição - como São Paulo, Rio de
Janeiro e Pernambuco. Segundo os ministros, o Congresso e os Estados não
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poderão mais aprovar leis para autorizar o uso da fibra. Infelizmente, parte da
exposição ao amianto não cessará por muitos anos, em razão dos ambientes e
edificações já contaminados. E muitos dos danos causados à saúde serão
irreversíveis.
Os trabalhos na extração e beneficiamento de amianto, em fábricas de artigos
que o utilizam, tais como tecidos a prova de fogo e materiais de fibrocimento,
particularmente na construção civil, constituem situações de exposição
consideradas potencialmente importantes.
A doença caracteriza-se clinicamente por ausência de sintomas nas etapas
iniciais, sendo que o diagnóstico inicial é feito somente com base nas
alterações radiológicas e história ocupacional. Não existe tratamento específico
para a asbestose, mas estudos mostram que a remoção da exposição à poeira
pode modificar a progressão da doença e da insuficiência respiratória. O tempo
de latência é longo, geralmente superior a 10 anos. O Anexo 12 da NR15
determina que, após o término do contrato de trabalho envolvendo exposição
ao asbesto, o empregador deverá manter disponível a realização periódica de
exames médicos de controle dos trabalhadores durante 30 (trinta) anos. Estes
exames deverão ser realizados com a seguinte periodicidade:
a) a cada 3 (três) anos para trabalhadores com período de exposição de 0
(zero) a 12 (doze) anos;
b) a cada 2 (dois) anos para trabalhadores com período de exposição de 12
(doze) a 20 (vinte) anos;
c) anual para trabalhadores com período de exposição superior a 20 (vinte)
anos.
Outros agravos decorrentes da exposição ao asbesto são o câncer pulmão e os
mesotelioma malignos que afetam a pleura, o peritônio e o pericárdio. A
associação epidemiológica entre a exposição a todas as formas de asbesto e o
câncer de pulmão foi comprovada de forma definitiva em 1955. Já no caso de
mesotelioma de peritônio, estudos mostram que aparentemente a ocorrência
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desta doença está relacionada a doses extremamente elevadas de exposição. É
praticamente a única neoplasia que apresenta relação causal tão direta com
um agente ocupacional a ponto de se fazerem previsões extremamente
precisas sobre sua ocorrência epidemiológica futura com base apenas nos
padrões de exposição.
5.4 – DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO AO MANGANÊS
O manganês é um metal leve, vermelho acinzentado ou prateado, e constitui-
se em um dos elementos mais abundantes da crosta terrestre. Ele é
encontrado em solos, sedimentos, rochas, água e materiais biológicos. Mais de
cem minerais contêm manganês, sendo os mais importantes os óxidos, os
carbonatos e os silicatos.
A exposição ao manganês ocorre principalmente nas atividades de metalurgia
de minerais e compostos de manganês, fabricação de baterias e pilhas secas,
fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação e uso de eletrodos de
solda, fabricação de produtos químicos, tintas e fertilizantes, ou ainda outras
operações com exposição a fumos deste agente.
O Anexo 12 da NR15 recomenda as seguintes medidas de controle para as
operações com manganês e seus compostos, independentemente de os limites
de tolerância terem sido ultrapassados ou não:
- Substituição de perfuração a seco por processos úmidos;
- Perfeita ventilação após detonações, antes de se reiniciarem os trabalhos;
- Ventilação adequada, durante os trabalhos, em áreas confinadas;
- Uso de equipamentos de proteção respiratória com filtros mecânicos para
áreas contaminadas;
- Usode equipamentos de proteção respiratórios com linha de ar mandado,
para trabalhos, por pequenos períodos, em áreas altamente contaminadas;
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- Uso de máscaras autônomas para casos especiais e treinamentos
específicos; - Rotatividade das atividades e turnos de trabalho para os
perfuradores e outras atividades penosas;
- Controle da poeira em níveis abaixo dos permitidos.
O contato com o manganês pode ocorrer pelo trato respiratório (principal meio
de absorção), pelo trato digestivo ou pelo contato com a pele. A exposição
inalatória aguda a altos níveis de dióxido de manganês pode causar a irritação
das vias aéreas, bronquite, pneumonite, tosse e aumento da suscetibilidade a
infecções. Alguns compostos podem ser irritantes para a pele e mucosas como
o permanganato de potássio. Outros sintomas relacionados à absorção aguda
podem ser: irritação da pele, cefaleia, dispneia, náusea, desconforto abdominal
e sensação de aperto no tórax.
A exposição crônica ao dióxido de manganês causa uma síndrome de
neurotoxicidade que pode se manifestar até dez anos após o término da
exposição, em uma progressão de sintomas, podendo iniciar com irritabilidade,
anorexia, fadiga, cefaleia, fraqueza nas pernas e espasmos musculares. Depois
nota-se distúrbios da marcha e irritabilidade emocional. Finalmente pode
ocorrer uma síndrome similar à doença de Parkinson, algumas vezes com
componente de psicose orgânica.
5.5 – DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO AO CHUMBO
Apesar da tendência mundial de redução da exposição ao chumbo, a
intoxicação por este agente é considerada uma das mais comuns doenças de
origem ambiental. Trabalhadores de fundição e “desmanches” (ou restauração)
de baterias são os mais intensamente expostos, em virtude da formação de
fumos e deposição e poeira contendo óxidos de chumbo. Mas a exposição ao
chumbo também pode ocorrer em atividades como:
- Fabricação de compostos de chumbo
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- Fabricação de esmaltes, vernizes, cores, pigmentos, tintas, unguentos, óleos,
pastas, líquidos e pós à base de compostos de chumbo
- Fabricação de acumuladores, pilhas e baterias elétricas contendo compostos
de chumbo
- Fabricação e emprego de chumbo tetraetila e chumbo tetrametila
- Fundição e laminação de chumbo
- Limpeza, raspagem e reparação de tanques de mistura, armazenamento e
demais trabalhos com gasolina contendo chumbo tetraetila.
- Pintura a pistola com pigmentos de compostos de chumbo em recintos
limitados ou fechados
- Vulcanização de borracha pelo litargírio ou outros compostos de chumbo.
As principais vias de absorção são o trato gastrointestinal e o sistema
respiratório. A deficiência de ferro aumenta a absorção intestinal e cerca de
90% das partículas inaladas do ar ambiente são absorvidas. A meia via no
sangue é de um a dois meses – nos ossos é de vinte a trinta anos.
A exposição ao chumbo pode causar hipertensão arterial, com posterior
comprometimento da função cardíaca (cardiomiopatia hipertensiva),
desencadeando arritmias. A intoxicação aguda causa gastroenterite diarreica
com cefaleia, insônia, tremores e delírio. Na intoxicação crônica, as primeiras
manifestações são vagas e entre elas destacam-se as digestivas, anorexia,
dispepsia, diarreias ou constipação.
Nas exposições ocupacionais excessivas ao chumbo metálico ou seus
compostos inorgânicos, o trabalhador exposto poderá desenvolver a chamada
Cólica do Chumbo: quadro de dor abdominal clássico descrito em expostos a
altas concentrações de chumbo. O diagnóstico é feito baseado na história de
exposição ao chumbo e no quadro clínico e pode ser confirmado pela dosagem
do chumbo no sangue (habitualmente acima de 70 µg/100 ml).
5 Comunicação de Acidente do Trabalho
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5.1. Na CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
O Artigo 169 da CLT determina a obrigatoriedade de notificação, por parte do
empregador, das doenças profissionais e daquelas produzidas em virtude de
condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita.
No item 7.4.8 da NR7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
/PCMSO), também consta a obrigatoriedade de comunicação, por parte da
empresa, do acidente do trabalho, no caso de ocorrência ou agravamento de
doenças profissionais:
7.4.8 Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, através de
exames médicos que incluam os definidos nesta NR; ou sendo verificadas alterações que
revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, através dos exames
constantes dos Quadros I (apenas aqueles com interpretação SC) e II, e do item 7.4.2.3 da
presente NR, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico-coordenador ou encarregado:
a) solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT;
[...]
5.2. Na Legislação Previdenciária
A obrigatoriedade de comunicação do acidente do trabalho na legislação
previdenciária consta no Art. 22 da lei 8.213/91, que determina que a empresa
deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º
(primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato,
à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o
limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
Deverão receber cópia da CAT o acidentado ou seus dependentes, e o sindicato
a que corresponda a sua categoria.
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Caso a empresa não faça esta comunicação, poderão formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o
assistiu ou qualquer autoridade pública. Neste caso (da não comunicação pela
empresa), não prevalece o prazo indicado anteriormente. A comunicação
realizada por terceiros não exime a empresa de responsabilidade pela
falta da comunicação do acidente do trabalho.
Vejamos a redação do Art.22 da Lei 8213/91:
“Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite
máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências,
aplicada e cobrada pela Previdência Social.
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o
acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua
categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o
próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que
o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo
previsto neste artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de
responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a
cobrança, pela Previdência Social, das multas previstasneste artigo.
§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art.
21-A. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006, do NTEP)
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A Legislação previdenciária estabelece três tipos de comunicação de acidentes
de trabalho:
Inicial – trata da primeira comunicação do acidente de trabalho típico,
doença profissional, do trabalho ou óbito imediato;
Reabertura - quando houver agravamento da lesão (acidente ou doença
comunicado anteriormente ao INSS) com necessidade de retomada do
tratamento ou novo afastamento.
Comunicação de óbito - refere-se à comunicação do óbito, em
decorrência de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho,
ocorrido(a) após a emissão da CAT inicial. Deverá ser anexada a cópia da
Certidão de Óbito e, quando houver, o laudo de necropsia.
Destaco que caso o óbito tenha ocorrido imediatamente após o acidente será
registrado na CAT inicial. A comunicação de óbito (situação 3) é para o caso
em que o agravo inicial já foi notificado, mas houve a morte após o registro.
Para o caso de doença, a data registrada é a de início da incapacidade, da
segregação compulsória ou do diagnóstico, o que acontecer primeiro, conforme
Art. 23 da lei 8213:
“Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou
do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o
diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro”.
6 - Conceitos relativos a Acidentes do Trabalho
O estudo da prevenção dos acidentes de trabalho e controle de perdas envolve
o entendimento dos seguintes conceitos:
Acidentes: Toda ocorrência não programada que pode produzir danos.
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Acidente do trabalho:
ABNT (NBR 14280/01) – Acidente do trabalho é a ocorrência imprevista e
indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de
que resulte ou possa resultar lesão corporal.
Lei 8.213/91 - Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Quase acidentes: Convenção 174 da OIT (Organização Internacional do
Trabalho): todo evento súbito envolvendo uma ou mais substâncias perigosas
que, não fossem os efeitos, ações ou sistemas atenuantes, poderia ter
resultado num acidente de maiores proporções.
Dano: O dano é o resultado negativo de um acidente, podendo ser material ou
pessoal.
Perda: Prejuízo sofrido pela empresa, sem garantia de ressarcimento através
de seguros ou quaisquer outros meios.
Perigo: Uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para
causar danos, como: lesões pessoais, danos materiais (máquinas,
equipamentos e instalações ou perda de material em processos ou sistemas),
danos ao meio ambiente, redução da capacidade operacional.
Risco: Probabilidade de ocorrência de danos dentro de um período específico
de tempo, podendo ser indicado pela probabilidade de um acidente
multiplicada pelo impacto deste em valores monetários.
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Perigo x Risco: Quando identificamos perigos identificamos condições com
potencial para causar danos. O Perigo é a fonte geradora, enquanto o Risco é a
exposição a esta fonte.
Quando identificamos riscos avaliamos a probabilidade de ocorrência do evento
gerador de danos.
Desvio: Desvio é qualquer ação ou condição não conforme que tenha potencial
para conduzir, direta ou indiretamente, a danos a pessoas, ao patrimônio ou
ao ambiente.
O conceito de desvio se baseia principalmente nesta expressão: “ação ou
condição não conforme”: significa qualquer ação ou condição que se encontre
em desconformidade com os procedimentos de trabalho, regulamentos legais
ou normativos, especificações técnicas, normas dos sistemas de gestão, ou
boas práticas.
7 - Classificação dos Acidentes
Acidente sem lesão: Acidente que não causa lesão pessoal.
Acidente pessoal: Acidente cuja caracterização depende de existir acidentado
Acidente impessoal: Acidente cuja caracterização independe de existir
acidentado, não podendo ser considerado como causador direto da lesão
pessoal.
8 - Consequências dos acidentes
Incapacidade permanente total: Perda total da capacidade de trabalho, em
caráter permanente, sem morte.
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Obs: Causam essa incapacidade as lesões que, não provocando a morte,
impossibilitam o acidentado, permanentemente, de trabalhar ou da qual
decorre a perda total do uso ou a perda propriamente dita, entre outras, as
de:
a) ambos os olhos;
b) um olho e uma das mãos ou um olho e um pé; ou
c) ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé.
Incapacidade permanente parcial: Redução parcial da capacidade de trabalho,
em caráter permanente que, não provocando morte ou incapacidade
permanente total, é causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo,
perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução
permanente de função orgânica.
Incapacidade temporária total: Perda total da capacidade de trabalho de que
resulte um ou mais dias perdidos, excetuadas a morte, a incapacidade
permanente parcial e a incapacidade permanente total
Lesão pessoal: Qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como
consequência de acidente do trabalho.
A lesão pode ser imediata, mediata ou fatal:
Lesão imediata: Lesão que se manifesta no momento do acidente.
Lesão mediata (lesão tardia): Lesão que não se manifesta imediatamente após
a circunstância acidental da qual resultou.
Morte: Cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida,
independentemente do tempo decorrido desde a lesão.
9 - Outros conceitos importantes
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Dias perdidos: Dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão
pessoal, excetuados o dia do acidente e o dia da volta ao trabalho.
Dias debitados: Dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte,
para o cálculo do tempo computado.
Existe uma padronização de dias a debitar, em função da extensão da lesão.
Taxa de frequência de acidentes: Número de acidentes por milhão de horas-
homem de exposição ao risco, em determinado período.
A taxa de frequência de acidentes (FA) é calculada pela seguinte expressão:
Taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento: Número de
acidentados com lesão com afastamento por milhão de horas-homem de
exposição ao risco, em determinado período
Taxa de frequência de acidentados com lesão sem afastamento: Número de
acidentados com lesão sem afastamento por milhão de horas-homem de
exposição ao risco, em determinadoperíodo
Taxa de gravidade: Tempo computado por milhão de horas-homem de
exposição ao risco, em determinado período.
A taxa de gravidade (G) é calculada pela seguinte expressão:
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Tempo computado: Tempo contado em "dias perdidos, pelos acidentados, com
incapacidade temporária total" mais os "dias debitados pelos acidentados
vítimas de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial"
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==2e2825==
LISTA DE QUESTÕES
QUESTÃO 1 – MÉDICO DO TRABALHO/SERPRO/CESPE/2013
Uma trabalhadora com trinta e cinco anos de idade compareceu ao serviço de
pronto atendimento de sua empresa com crise de choro. Afirmou que vinha
apresentando insônia e episódios de tristeza havia alguns meses, desde que
um novo colega, de mesmo nível hierárquico, fora transferido para o seu setor.
Atribuiu seu quadro clínico ao fato de esse colega reiteradamente assumir
atitude abusiva com relação a ela, utilizando gestos e palavras agressivos,
além de tentar desacreditá-la perante a chefia. Segundo ela, esse rapaz
sistematicamente atenta contra sua dignidade, comprometendo de forma
importante o clima no ambiente de trabalho. Com base nessa história, julgue
os seguintes itens:
1. No caso descrito, o médico da empresa deverá emitir a comunicação de
acidente de trabalho (CAT) independentemente de a empregada se afastar do
trabalho.
2. A situação descrita não pode ser classificada legalmente como assédio
moral, visto que a paciente e seu colega de trabalho ocupam o mesmo nível
hierárquico.
QUESTÃO 2 – MÉDICO DO TRABALHO/BASA/CESPE/2009
8Quanto à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, julgue o
item seguinte:
1 - Na definição de acidente de trabalho é considerado local de trabalho todo o
lugar em que o trabalhador se encontra ou ao qual deva dirigir-se em virtude
do seu trabalho e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao controle
do empregador.
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QUESTÃO 3 – AFT/MTE/ESAF/2006
Julgue o item a seguir:
“Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em
virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de
suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do
Trabalho”.
QUESTÃO 4 – MÉDICO DO TRABLAHO/TRT 5ª REGIÃO/CESPE/2008
Considerando a metodologia utilizada para comunicação de acidentes de
trabalho e doenças profissionais no Brasil, e tendo por base os dados
epidemiológicos dela resultantes, julgue (CERTO ou ERRADO) os próximos
itens.
1 - O acidente de trabalho é considerado registrado quando a comunicação de
acidente de trabalho (CAT) é protocolizada pelo INSS.
2 - No caso de doença do trabalho, o dia do acidente será sempre a data do
início da incapacidade laborativa.
3 - A CAT do tipo comunicação de óbito corresponde a falecimento decorrente
de acidente ou doença profissional ou do trabalho ocorrido após a emissão de
CAT anterior, do tipo inicial.
QUESTÃO 5 – MÉDICO DO TRABALHO/CORREIOS/ CESPE/2011
Julgue o item a seguir, referente aos serviços de atenção a saúde do
trabalhador.
A subnotificação dos acidentes de trabalho no Brasil se deve, entre outros, a
fatores como: resistência das empresas por imperativos econômicos, medo do
trabalhador de perder o emprego e cultura de materialização e banalização dos
acidentes e doenças relacionados ao trabalho.
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QUESTÃO 6 – MÉDICO DO TRABALHO/INCA/CESPE/ 2010
A vigilância em saúde do trabalhador compreende uma atuação contínua e
sistemática, ao longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e
analisar os fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde
relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seu aspecto
tecnológico, social, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de
planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma a
eliminá-los ou controlá-los. Acerca desse tema, julgue o item a seguir.
1 - No reconhecimento da relação entre contaminação ambiental e
desenvolvimento de doença nas populações expostas, procura-se estabelecer o
nexo causal, ou seja, a provável associação entre a ocorrência da patologia e a
intoxicação pelo contaminante químico.
QUESTÃO 7 – CESPE/2010
Julgue o item que se segue, que trata de legislação previdenciária.
1 - O nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP) foi elaborado a partir
do cruzamento das informações do código da classificação internacional de
doenças (CID-10) com o código da classificação nacional de atividade
econômica (CNAE). Ele aponta a existência de relação entre a lesão ou agravo
e a atividade desenvolvida pelo trabalhador.
QUESTÃO 8 – MÉDICO DO TRABALHO / TJ ES/CESPE/2011
Sabendo que acidente de trabalho é todo aquele que, ocorrido durante o
exercício do trabalho, a serviço do empregador, acarreta lesão corporal ou
perturbação funcional causadora de morte ou perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho, julgue os itens a seguir.
1 - Atualmente, a prevenção e a proteção contra riscos à saúde do trabalhador
associados aos ambientes de trabalho são consideradas irrelevantes, seja do
ponto de vista da saúde pública, seja do ponto de vista da saúde privada.
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2 - A subnotificação de acidentes de trabalho é uma realidade identificada
apenas na região Norte do Brasil.
3 - Diante da ocorrência de um acidente de trabalho em que não haja emissão
e protocolo de comunicação de acidente de trabalho ao INSS, não se pode
caracterizar o evento como de natureza acidentária, não tendo, portanto, o
trabalhador nenhum direito previdenciário.
QUESTÃO 9 – MÉDICO DO TRABALHO/TRT 5ª REGIÃO/CESPE/2008
Tendo por base a legislação sobre saúde do trabalhador vigente no Brasil,
julgue o item a seguir.
1 - O estabelecimento do nexo técnico nas doenças ocupacionais e nos
acidentes de trabalho, em geral, é prerrogativa exclusiva da perícia médica do
INSS.
QUESTÃO 10 – MÉDICO DO TRABALHO/STF/CESPE/2013
Tendo em vista que as doenças relacionadas ao trabalho são legalmente
equiparadas aos acidentes de trabalho, julgue o item subsecutivo.
1 - Para o estabelecimento do nexo causal entre doença e trabalho, é
suficiente considerar as informações obtidas a partir da anamnese ocupacional,
do exame físico e da análise dos exames complementares do periciando.
QUESTÃO 11 – MÉDICO DO TRABALHO/ FHS SE/CESPE/2008
Julgue os itens a seguir, que tratam de doenças ocupacionais e acidentes de
trabalho.
1 - Um acidente que tenha contribuído diretamente para a redução da
capacidade laborativa do trabalhador, mesmo que ligado ao trabalho, será
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considerado acidente de trabalho somente no caso de o trabalho ter sido sua
causa única.
2 - A doença degenerativa classificada como profissional será equiparada ao
acidente de trabalho.
3 - Entende-se por tecnopatia a doença profissional típica, desencadeada pelo
exercício peculiar a determinada atividade.
QUESTÃO 12 – CESPE/2009
Acerca de perícia médica e legislação previdenciária e acidentária, julgue o
item a seguir.
1 - No acidente de trabalho, a fixação do nexo técnico é competência exclusiva
do servidor da área médica do INSS e ocorre nos casos de sugestão de
afastamento com prazo superior a 15 dias, quando da realização do exame
médico-pericial para a avaliação da capacidade laborativa.
QUESTÃO 13 – MÉDICO DO TRABALHO/BRB/CESPE/2010
Julgue os itens que se seguem, que tratam dos acidentes do trabalho.
1 - O acidente do trabalho é caracterizado tecnicamente pela perícia médica do
INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo.
2 - A empresa deve comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato,
à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o
limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
3 - O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,
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a partir da data do acidente, independentemente da percepção de auxílio-
acidente.
QUESTÃO 14 – ENG SEG /PETROBRÁS/CESGRANRIO/2014
Considere o gráfico com os dados estatísticos e as informações abaixo para
responder à questão.
Em uma refinaria de petróleo, onde se trabalha mensalmente com 400.000
horas-homem de exposição aos riscos, no ano passado, ocorreram 45
acidentes do trabalho. Desses acidentes, 15 foram com lesão com afastamento
e 30, com lesão sem afastamento, sendo que nos meses de fevereiro e de
novembro ocorreram, respectivamente, uma morte e uma amputação de mão,
na altura do punho. A soma acumulada dos dias perdidos no ano, decorrentes
dos outros acidentes foi de 600 dias.
A taxa de gravidade dos acidentes, acumulada em dezembro, é de
A. 125
B. 1.250
C. 1.375
D. 2.000
E. 2.313
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GABARITOS:
1
1C
2E
2 C
3 C
4
1E
2E
3C
5 C
6 E
7 C
8
1E
2E
3E
9 C
10 E
11
1E
2E
3C
12 C
13
1C
2C
3E
14 D
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QUESTÕES COMENTADAS
QUESTÃO 1 – MÉDICO DO TRABALHO/SERPRO/CESPE/2013
Uma trabalhadora com trinta e cinco anos de idade compareceu ao serviço de
pronto atendimento de sua empresa com crise de choro. Afirmou que vinha
apresentando insônia e episódios de tristeza havia alguns meses, desde que
um novo colega, de mesmo nível hierárquico, fora transferido para o seu setor.
Atribuiu seu quadro clínico ao fato de esse colega reiteradamente assumir
atitude abusiva com relação a ela, utilizando gestos e palavras agressivos,
além de tentar desacreditá-la perante a chefia. Segundo ela, esse rapaz
sistematicamente atenta contra sua dignidade, comprometendo de forma
importante o clima no ambiente de trabalho. Com base nessa história, julgue
os seguintes itens:
1. No caso descrito, o médico da empresa deverá emitir a comunicação de
acidente de trabalho (CAT) independentemente de a empregada se afastar do
trabalho.
CERTO. Na hipótese mencionada, a trabalhadora apresenta “perturbação
funcional” relacionada a uma condição de seu trabalho, que pode ser
caracterizada como doença do trabalho, mesmo que ela não seja
afastada. Lembrem-se que a CAT deve ser emitida mesmo que não ocorra o
afastamento do trabalho.
A própria LISTA B do Decreto 3048/99 apresenta o quadro “Outros transtornos
neuróticos especificados” que teria como agente causal o “desacordo com
patrão e colegas de trabalho” e “condições difíceis de trabalho” e “outras
dificuldades físicas e mentais relacionadas ao trabalho”. Vejam no excerto
deste quadro apresentado a seguir:
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2. A situação descrita não pode ser classificada legalmente como assédio
moral, visto que a paciente e seu colega de trabalho ocupam o mesmo nível
hierárquico.
ERRADO. Não há essa exigência nas decisões jurisprudenciais. Mesmo se o
agressor não é superior na hierarquia, há casos de decisões judiciais que
declaram ser assédio moral.
QUESTÃO 2 – MÉDICO DO TRABALHO/BASA/CESPE/2009
Quanto à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, julgue o
item seguinte:
1 - Na definição de acidente de trabalho é considerado local de trabalho todo o
lugar em que o trabalhador se encontra ou ao qual deva dirigir-se em virtude
do seu trabalho e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao controle
do empregador.
CERTO. Todo local em que o trabalhador presta algum serviço ao empregador,
ou executa suas tarefas é considerado para fins de caracterização de acidente
de trabalho.
QUESTÃO 3 – AFT/MTE/ESAF/2006
Julgue o item a seguir:
“Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em
virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de
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suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do
Trabalho”.
CERTO. Conforme CLT, Art. 169:
CLT, Art. 169: “Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de
condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções
expedidas pelo Ministério do Trabalho.”
QUESTÃO 4 – MÉDICO DO TRABLAHO/TRT 5ª REGIÃO/CESPE/2008
Considerando a metodologia utilizada para comunicação de acidentes de
trabalho e doenças profissionais no Brasil, e tendo por base os dados
epidemiológicos dela resultantes, julgue (CERTO ou ERRADO) os próximos
itens.
1 - O acidente de trabalho é considerado registrado quando a comunicação de
acidente de trabalho (CAT) é protocolizada pelo INSS.
ERRADO. O registro da CAT é concluído quando a empresa entregá-la ao INSS
e este órgão emitir um RELATÓRIO DE REGISTRO para informação à empresa
de que o registro foi feito. Atualmente o processo pode ser feito “on line”.
2 - No caso de doença do trabalho, o dia do acidente será sempre a data do
início da incapacidade laborativa.
ERRADO. Como vimos anteriormente, no caso de doença profissional ou do
trabalho, considera-se como dia do acidente para efeito de emissão da CAT a
data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual
ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que
ocorrer primeiro.
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3 - A CAT do tipo comunicação de óbito corresponde a falecimento decorrente
de acidente ou doença profissional ou do trabalho ocorrido após a emissão de
CAT anterior, do tipo inicial.
CERTO. Trata-se da CAT por óbito que ocorre após decorrido o registro da CAT
inicial, ou seja, já houve a abertura de CAT inicial e ocorreu agravamento que
levou ao óbito.
QUESTÃO 5 – MÉDICO DO TRABALHO/CORREIOS/ CESPE/2011
Julgue o item a seguir, referente aos serviços de atenção a saúde do
trabalhador.
A subnotificação dos acidentes de trabalho no Brasil se deve, entre outros, a
fatores como: resistência das empresas por imperativos econômicos, medo do
trabalhador de perder o emprego e cultura de materialização e banalização dos
acidentes e doenças relacionados ao trabalho.
CERTO. É comum o empregador hesitar em emitir a CAT em função das
consequências relacionadas à legislação trabalhista e previdenciária. Mas tal
atitude contraria a legislação previdenciária e traz evidente prejuízo ao
trabalhador que, muitas vezes, acaba por receber auxílio-doença
previdenciário (B31) quando faria jus à prestação acidentária (B91). Como não
há diferença de valores entre os dois benefícios, o empregado pode nem
perceber a diferença, mas deixará de garantir sua estabilidade no trabalho de
doze meses após o retorno conforme o disposto Art. 118 da Lei 8213/91.
Também deixará de contar com o depósito do valor referente ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que deveria ser realizado pelo
empregador durante todo o período de afastamento no caso de benefício
acidentário.
QUESTÃO 6 – MÉDICO DO TRABALHO/INCA/CESPE/ 2010
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A vigilância em saúde do trabalhador compreende uma atuação contínua e
sistemática, ao longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e
analisar os fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde
relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seu aspecto
tecnológico, social, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de
planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma a
eliminá-los ou controlá-los. Acerca desse tema, julgue o item a seguir.
1 - No reconhecimento da relação entre contaminação ambiental e
desenvolvimento de doença nas populações expostas, procura-se estabelecer o
nexo causal, ou seja, a provável associação entre a ocorrência da patologia e a
intoxicação pelo contaminante químico.
ERRADO. O nexo causal ou nexo técnico refere-se à relação entre a doença e
a atividade exercida.
QUESTÃO 7 – CESPE/2010
Julgue o item que se segue, que trata de legislação previdenciária.
1 - O nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP) foi elaborado a partir
do cruzamento das informações do código da classificação internacional de
doenças (CID-10) com o código da classificação nacional de atividade
econômica (CNAE). Ele aponta a existência de relação entre a lesão ou agravo
e a atividade desenvolvida pelo trabalhador.
CERTO. Tal relação é obtida a partir da Lista C, constante no Decreto
3.048/99.
QUESTÃO 8 – MÉDICO DO TRABALHO / TJ ES/CESPE/2011
Sabendo que acidente de trabalho é todo aquele que, ocorrido durante o
exercício do trabalho, a serviço do empregador, acarreta lesão corporal ou
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perturbação funcional causadora de morte ou perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho, julgue os itens a seguir.
1 - Atualmente, a prevenção e a proteção contra riscos à saúde do trabalhador
associados aos ambientes de trabalho são consideradas irrelevantes, seja do
ponto de vista da saúde pública, seja do ponto de vista da saúde privada.
ERRADO. O Brasil possui atualmente uma Política Nacional de Segurança e
Saúde no Trabalho, introduzida pelo Decreto nº7.602/2011, que tem por
objetivo “a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do
trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos,
relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por meio da
eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho”. Além de causar
evidentes transtornos à vítima, o acidente de trabalho representa também
prejuízo para a empresa que, nos primeiros quinze dias do afastamento (caso
ocorra) deverá pagar o salário do empregado sem o respectivo trabalho;
também representa custos para a previdência nos casos de concessão do
benefício previdenciário ou pensões por morte.
“É fato que não se conhece o custo real, para o país, da ocorrência de
acidentes e das doenças relacionados ao trabalho. Estimativa recente avaliou
em R$ 12,5 bilhões anuais o custo para as empresas e em mais de R$ 20
bilhões anuais para os contribuintes. Esse exercício, embora incompleto,
permite uma avaliação preliminar do impacto dos agravos relacionados ao
trabalho para o conjunto da sociedade” (Pastore, 1999).
Daí vemos a importância da prevenção dos acidentes e doenças do trabalho, e
a urgente necessidade da disseminação de uma “cultura de segurança” em
nosso país.
2 - A subnotificação de acidentes de trabalho é uma realidade identificada
apenas na região Norte do Brasil.
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ERRADO. A subnotificação é realidade em todos os estados brasileiros. A fim
de combater esta situação o governo brasileiro adotou, em 2008, o NTEP
(Nexo Técnico Epidemiológico), para reconhecimento das incapacidades
acidentárias.
Segundo o Ministério da Previdência Social, antes da adoção do NTEP eram
registrados como acidentários apenas os casos em que a empresa preenchia a
CAT, ao encaminhar o trabalhador para a perícia médica. Com a adoção do
NTEP, os médicos peritos foram treinados e ficaram autorizados a classificar
benefícios como acidentários, mesmo sem a CAT, desde que haja nexo entre a
doença, ocupações e o setor de atividade do trabalhador.
Já no ano seguinte à adoção do NTEP foi observado seu impacto: Ao se
comparar a concessão de auxílios-doença acidentários, entre 2008 e 2007,
verificaram-se variações significativas relativas à notificação de doenças.
Exemplos: aumento de 606,5% das doenças do aparelho digestivo; de 64%
das doenças do aparelho circulatório; e de 67% nos transtornos mentais e
comportamentais. Os afastamentos por LER/Dort representaram 23% a mais
que em 2007.
3 - Diante da ocorrência de um acidente de trabalho em que não haja emissão
e protocolo de comunicação de acidente de trabalho ao INSS, não se pode
caracterizar o evento como de natureza acidentária, não tendo, portanto, o
trabalhador nenhum direito previdenciário.
ERRADO. A não emissão da CAT não descaracteriza o infortúnio como
acidente de trabalho.
QUESTÃO 9 – MÉDICO DO TRABALHO/TRT 5ª REGIÃO/CESPE/2008
Tendo por base a legislação sobre saúde do trabalhador vigente no Brasil,
julgue o item a seguir.
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1 - O estabelecimento do nexo técnico nas doenças ocupacionais e nos
acidentes de trabalho, em geral, é prerrogativa exclusiva da perícia médica do
INSS.
CERTO.Conforme redação do Art. 337 do Deceto 3.048:
Art. 337: O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS,
mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo.
QUESTÃO 10 – MÉDICO DO TRABALHO/STF/CESPE/2013
Tendo em vista que as doenças relacionadas ao trabalho são legalmente
equiparadas aos acidentes de trabalho, julgue o item subsecutivo.
1 - Para o estabelecimento do nexo causal entre doença e trabalho, é
suficiente considerar as informações obtidas a partir da anamnese ocupacional,
do exame físico e da análise dos exames complementares do periciando.
ERRADO. Conforme vimos anteriormente, o Manual de Procedimentos para os
Serviços de Saúde, a decisão quanto à existência de relação causal entre uma
doença diagnosticada ou suspeita e uma situação de trabalho ou ambiental
deve basear-se em “argumentos que permitam a sua presunção, sem a
existência de prova absoluta”. A resposta positiva à maioria das questões
apresentadas a seguir auxilia no estabelecimento de relação etiológica ou
nexo causal entre doença e trabalho:
• Natureza da exposição: o agente patogênico pode ser identificado pela
história ocupacional e/ou pelas informações colhidas no local de trabalho
e/ou de pessoas familiarizadas com o ambiente ou local de trabalho do
trabalhador?
• Especificidade da relação causal e a força da associação causal: o
agente patogênico ou o fator de risco pode estar contribuindo
significativamente entre os fatores causais da doença?
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• Tipo de relação causal com o trabalho: de acordo com a Classificação
de Schilling, o trabalho é considerado causa necessária (Tipo I)? Fator de
risco contributivo de doença de etiologia multicausal (Tipo II)? Fator
desencadeante ou agravante de doença preexistente (Tipo III)? No caso
de doenças relacionadas ao trabalho, do tipo II, as outras causas, não-
ocupacionais, foram devidamente analisadas e hierarquicamente
consideradas em relação às causas de natureza ocupacional?
• Grau ou intensidade da exposição: é compatível com a produção da
doença?
• Tempo de exposição: é suficiente para produzir a doença?
• Tempo de latência: é suficiente para que a doença se instale e
manifeste?
• Registros anteriores: existem registros quanto ao estado anterior de
saúde do trabalhador? Em caso positivo, esses contribuem para o
estabelecimento da relação causal entre o estado atual e o trabalho?
• Evidências epidemiológicas: existem evidências epidemiológicas que
reforçam a hipótese de relação causal entre a doença e o trabalho
presente ou pregresso do segurado?
QUESTÃO 11 – MÉDICO DO TRABALHO/ FHS SE/CESPE/2008
Julgue os itens a seguir, que tratam de doenças ocupacionais e acidentes de
trabalho.
1 - Um acidente que tenha contribuído diretamente para a redução da
capacidade laborativa do trabalhador, mesmo que ligado ao trabalho, será
considerado acidente de trabalho somente no caso de o trabalho ter sido sua
causa única.
ERRADO. Vimos que a doença do trabalho, que é infortúnio equiparado a
acidente do trabalho, refere-se aos casos em que o trabalho é fator
concorrente para sua ocorrência, e não causa única.
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2 - A doença degenerativa classificada como profissional será equiparada ao
acidente de trabalho.
ERRADO. Conforme redação do Art.20 da lei 8.213/91:
Art. 20. [...]§1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
3 - Entende-se por tecnopatia a doença profissional típica, desencadeada pelo
exercício peculiar a determinada atividade.
CERTO. A tecnopotia refere-se ao grupo de doenças ocupacionais relacionadas
ao uso de tecnologias, dentre as quais inclui-se a DORT – Doença
Osteomuscular Relacionada ao Trabalho.
QUESTÃO 12 – CESPE/2009
Acerca de perícia médica e legislação previdenciária e acidentária, julgue o
item a seguir.
1 - No acidente de trabalho, a fixação do nexo técnico é competência exclusiva
do servidor da área médica do INSS e ocorre nos casos de sugestão de
afastamento com prazo superior a 15 dias, quando da realização do exame
médico-pericial para a avaliação da capacidade laborativa.
CERTO. Conforme redação do Art. 337 do Deceto 3.048:
Art. 337: O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS,
mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo
Vejam também a redação ao Art 75 do mesmo Decreto:
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Art. 75. Durante os primeiros quinze dias consecutivos de afastamento da atividade por
motivo de doença, incumbe à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário.
§ 2º Quando a incapacidade ultrapassar quinze dias consecutivos, o segurado será
encaminhado à perícia médica do INSS, que o submeterá à avaliação pericial por profissional
médico integrante de seus quadros [...]
QUESTÃO 13 – MÉDICO DO TRABALHO/BRB/CESPE/2010
Julgue os itens que se seguem, que tratam dos acidentes do trabalho.
1 - O acidente do trabalho é caracterizado tecnicamente pela perícia médica do
INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo.
CERTO. Conforme vimos anteriormente.
2 - A empresa deve comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato,
à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o
limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
CERTO. Conforme redação do Art.22 da Lei 8.213/91:
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à
Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de
imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o
limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências,
aplicada e cobrada pela Previdência Social.
3 - O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa,
a partir da data do acidente, independentemente da percepção de auxílio-
acidente.
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ERRADO. A estabilidade inicia-se com a cessação da concessão do auxílio
doença acidentário, conforme o disposto no Art. 118 da Lei 8.213/91:
Art118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-
doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
QUESTÃO 14 – ENG SEG /PETROBRÁS/CESGRANRIO/2014
Considere o gráfico com os dados estatísticos e as informações abaixo para
responder à questão.
Em uma refinaria de petróleo, onde se trabalha mensalmente com 400.000
horas-homem de exposição aos riscos, no ano passado, ocorreram 45
acidentes do trabalho. Desses acidentes, 15 foram com lesão com afastamento
e 30, com lesão sem afastamento, sendo que nos meses de fevereiro e de
novembroocorreram, respectivamente, uma morte e uma amputação de mão,
na altura do punho. A soma acumulada dos dias perdidos no ano, decorrentes
dos outros acidentes foi de 600 dias.
A taxa de gravidade dos acidentes, acumulada em dezembro, é de
A. 125
B. 1.250
C. 1.375
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D. 2.000
E. 2.313
GABARITO: D
A taxa de gravidade corresponde ao tempo computado por milhão de horas-
homem de exposição ao risco obtida pela seguinte fórmula:
G = (T x 1.000.000) / H
Onde:
T = tempo computado
H = horas-homem de exposição ao risco
O tempo computado deve incluir tanto os dias perdidos pelos acidentados com
incapacidade temporária total quanto os dias debitados pelos acidentados que
foram vítimas de morte ou incapacidade permanente (parcial ou total). Ou
seja, os acidentes informados pela banca também entram no cálculo.
Para obter este valor precisamos conhecer a qtde de dias perdidos referentes
ao acidente fatal ocorrido em Fevereiro e ao acidente com amputação, ocorrido
em Novembro. E somar estes valores aos 600 dias perdidos por outros
acidentes (valor informado pela banca). De acordo com o Quadro I da
NBR14.280, no caso de acidente fatal, a qtde de dias perdidos é 6.000. E no
caso de amputação de mão, na altura do punho, este valor corresponde a
3.000 dias. Total: 9600
O valor de H é obtido multiplicando o valor homens-hora de exposição ao risco
(400.000) por 12 (meses). A banca nos pede a taxa acumulada até Dezembro.
Levando estes dados para a fórmula temos:
G = Taxa de gravidade
G = (9600 x 1.000.000) / 4.800.000 = 2000
Destaca-se que a banca não forneceu os dados do Quadro I da NBR14.280.
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