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Técnico em
SEGURANÇA NO 
TRABALHO
Thaise Novaes Glaser
Técnico em
SEGURANÇA NO 
TRABALHO
Doenças 
OCUPACIONAIS
Doenças 
OCUPACIONAIS
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IESDE BRASIL S/A
Curitiba
2016
Técnico em
SEGURANÇA NO 
TRABALHO
THAISE NOVAES GLASER 
Doenças 
OCUPACIONAIS
© 2016 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por 
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Capa: IESDE BRASIL S/A.
Imagens da capa: Africa Studio/Shutterstock
Sebastian Kaulitzki/Shutterstock
Christian Lagerek/Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Produção
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________________
G457d
Glaser, Thaise Novaes
Doenças ocupacionais / Thaise Novaes Glaser. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL 
S/A, 2016. 
74 p. : il. ; 21 cm. 
ISBN 978-85-387-6240-9
1. Segurança no Trabalho. 2. Ergonomia. I. Título.
16-34487 CDD: 363.11
 CDU: 331.4
________________________________________________________________________
APRESENTAÇÃO
O conceito de saúde ocupacional e saúde do traba-
lhador vem recebendo cada vez mais atenção dos pro-
fissionais da área de segurança e medicina das moléstias 
relacionadas ao trabalho, as doenças ocupacionais, e no 
atendimento dos trabalhadores que estejam envolvidos 
com essas moléstias.
Com este material, você irá conhecer as principais 
doenças ocupacionais, diferenciando-as das doenças do 
trabalho e identificando os principais fatores de risco à 
saúde do trabalhador. 
O conceito de saúde ocupacional surge a fim de res-
ponder aos ambientes de trabalho irregulares ou insalu-
bres, prevê uma multidisciplinar, que alie médicos, enge-
nheiros e técnicos de segurança do trabalho para enfatizar 
a higiene ocupacional e reduzir e/ou eliminar os acidentes 
de trabalho. 
SOBRE A AUTORA
Thaise Novaes Glaser
Especialista em Gestão em Ergonomia pela 
Faculdade Inspirar. Graduada em Fisioterapia pela 
Faculdade Evangélica do Paraná. Socorrista pela Escola 
Força Vital
 
Aula
1 Doenças ocupacionais X doenças do trabalho 7
 Parte 1 Definições ......................................................................... 7
 Parte 2 Legislação sobre segurança do trabalho ...................................... 9
 Aula
2
Riscos químicos, físicos e biológicos 17
 Parte 1 Riscos químicos e biológicos .................................................. 17
 Parte 2 Riscos físicos .................................................................... 19
 Aula
3
Acidente do trabalho 25
 Parte 1 Definição e conceito legal ..................................................... 25
 Parte 2 Conceito prevencionista, causas e CAT ...................................... 27
 Aula
4
Riscos ergonômicos 33
 Parte 1 Definição e levantamento de carga .......................................... 33
 Parte 2 Mobiliário, equipamentos e organização do trabalho ..................... 35
 
Aula
5 Condições de fadiga e estresse 41
 Parte 1 Fadiga ............................................................................. 41
 Parte 2 Estresse ........................................................................... 43
Sumário
 Aula
6
Doenças ocupacionais frequentes 47
 Parte 1 Doenças respiratórias, intoxicações e dermatoses......................... 47
 Parte 2 Dort e surdez profissional ...................................................... 49
 
Aula
7 Medidas de proteção 55
 Parte 1 Medidas de proteção no trabalho ............................................. 55
 Parte 2 EPIs e legislação ................................................................. 57
 
Aula
8 Programas de prevenção em saúde no trabalho 63
 Parte 1 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) .......... 63
 Parte 2 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) ..................... 67
Sumário
7Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho 
As doenças ocupacionais ou profissionais são aquelas que estão diretamente ligadas à pro-
fissão do trabalhador. A doença do trabalho está relacionada ao meio ambiente de trabalho, 
sendo aquela que tem ligação direta com o ambiente em que o trabalho é exercido. Apesar da 
diferenciação, a importância desses termos está no fato de que, segundo a legislação, ambas são 
consideradas acidente de trabalho. 
 PARTE 1 DEFINIÇÕES
A doença ocupacional, ou também chamada de doença profissional, pode ser entendida 
como a doença desencadeada pelo exercício do trabalho correspondente a uma determinada 
atividade profissional. 
A doença profissional se caracteriza pela exposição de um profissional a algum agente 
ambiental que é comum a todos os profissionais que exercem determinada atividade. É algo 
inerente a uma determinada profissão. Por exemplo, o trabalhador que está exposto ao chumbo 
em sua atividade de trabalho pode vir a apresentar saturnismo, que é a intoxicação por chumbo. 
A definição e a caracterização de doença ocupacional ou profissional podem ser encon-
tradas no artigo 20, inciso I, da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991: “doença profissional, 
assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determi-
nada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social”. 
Além disso, no artigo 20, inciso II, da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, estabelece-se que 
a doença do trabalho pode ser entendida como aquela que é desencadeada em função de con-
dições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Por exemplo, 
em trabalhos realizados em ambiente com excesso de ruído, o trabalhador pode apresentar di-
sacusia, ou seja, a perda de audição. 
A doença do trabalho se caracteriza pela exposição de um trabalhador a algum agente am-
biental que não é comum a todos os profissionais que exercem aquela função.
As doenças degenerativas, as que acometem pessoas com determinada faixa etária, as que não 
produzem incapacidade laborativa e as endêmicas não são consideradas doenças de trabalho. 
O conceito de saúde em medicina do trabalho, saúde ocupacional e saúde do trabalhador 
vem recebendo cada vez mais atenção dos profissionais da área de segurança e medicina do 
trabalho que atuam arduamente na prevenção dos trabalhadores envolvidos com moléstias rela-
cionadas ao trabalho, ou seja, com as doenças ocupacionais.
8 Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho
De forma mais específica, doença ocupacional pode ser definida como toda moléstia que 
tem como causa o trabalho ou as condições do ambiente de trabalho. Em alguns casos, o diag-
nóstico é difícil de ser determinado, uma vez que os sintomas das doenças ocupacionais podem 
aparecer somente após anos de trabalho. 
A medicina do trabalho tem a intenção de melhorar a produtividade por meio de atos 
médicos que sejam direcionados às patologias dos trabalhadores. É uma especialidade médica 
voltada para o tratamento da doença e recuperação da saúde, buscando a redução das sequelas 
causadas por acidentes e doenças. 
A saúde ocupacional surge para que se tenha uma resposta ao ambiente de trabalho que 
seja irregular ou insalubre, agindo de forma multidisciplinar, aliando médicos, engenheiros e 
demais profissionais para que se enfatize a higiene ocupacional. 
A saúde ocupacional, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), visa à pro-
moção e manutenção no de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as 
ocupações. Visa, ainda, à prevenção de doenças ocupacionais causadas pelas condições de tra-
balho; à proteção dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho, e em especial, à adaptação do 
trabalho ao homem.
A segurança do trabalhoser definida como toda moléstia causada pelo trabalho ou pelas 
condições do meio ambiente no qual ele é executado e ao qual se relacione diretamente. 
Doenças respiratórias e intoxicações
As principais doenças ocupacionais respiratórias são: asbestose, silicose e pulmão negro.
Asbestose (doença do asbesto): 
• É uma doença ocupacional de origem respiratória. Quando existe uma longa expo-
sição ocupacional do trabalhador, sem proteção adequada, ao amianto ou asbesto, o 
trabalhador pode ter uma fibrose pulmonar intensa e muito grave. 
Em trabalhos que envolvem mineração de amianto, fabricação de fibrocimento, baquelite, 
componentes elétricos, fiação de tecidos com amianto etc. esse tipo de exposição acontece. O 
quadro de abestose é semelhante ao de silicose quanto ao sintoma da fibrose pulmonar, mas 
com o agravante de ser frequente o aparecimento de câncer do pulmão nos indivíduos que são 
acometidos por essa doença.
Silicose: 
• Essa doença pode acontecer como consequência de uma longa exposição ocupacional 
do trabalhador, sem proteção adequada, a poeiras de sílica, livre e cristalina, em pe-
quenas partículas geradas em processos industriais. Acaba existindo um acúmulo da 
poeira de sílica no pulmão, o que provoca uma reação do organismo a essas partículas 
e, como consequência, leva a uma fibrose pulmonar, que diminui a capacidade das 
trocas gasosas do pulmão. 
Essa fibrose é irreversível e, mesmo que o trabalhador acometido de silicose seja afastado, 
a doença continua evoluindo até que ele morra por insuficiência respiratória. Se o trabalhador 
diagnosticado com silicose for afastado do trabalho no início da doença, ela terá uma progres-
são lenta, e o trabalhador pode levar uma vida normal. 
48 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
6
Doenças ocupacionais 
frequentes 
Pulmão negro
• É a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos, durante alguns anos, 
sem nenhuma proteção adequada, ao minério de carvão. A pneumoconiose (Pulmão 
Negro) é considerada por muitos autores como sendo uma silicose, porém outros au-
tores dizem que é uma doença a parte, provocada pelo trabalho nas minas de carvão. 
Doenças ocupacionais por intoxicação
As principais doenças ocupacionais por intoxicação são: saturnismo, hidrargirismo e 
elaiconiose.
Saturnismo: 
E a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos, sem nenhuma proteção 
adequada, ao chumbo. O chumbo é muito usado em fundições, fábricas de baterias, cerâmicas, 
pigmentos inorgânicos etc. A intoxicação por chumbo pode provocar alguns sintomas como 
anemia, dor abdominal, fraqueza, problemas nos nervos periféricos e nos rins. 
A prevenção médica é feita pela dosagem do chumbo no sangue e dos metabolismos san-
guíneo e urinário que aparecem nos exames quando a intoxicação é existente. É importante que, 
por meio desses exames, seja identificado um acúmulo do metal e seus efeitos biológicos antes 
do aparecimento dos sintomas dessa doença. 
Hidrargirismo: 
É a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos, sem nenhuma proteção 
adequada, ao mercúrio. O mercúrio (Hg) é utilizado como um eletrodo em diversos processos 
industriais. É usado nas lâmpadas fluorescentes, na eletrólise da salmoura para fabricação de 
solda cáustica, de componentes de circuitos elétricos e de algumas baterias especiais. Também 
é encontrado na indústria bélica (fulminato de mercúrio), na odontologia para amálgamas, na 
análise geológica, nos agrotóxicos etc. 
O hidrargirismo provoca significante lesão renal e grave alteração no sistema nervoso 
central, com alteração cerebral que causa tremores nas extremidades e dificuldade de andar, de 
escrever e de falar. Diante da apresentação de algum desses sintomas, o trabalhador deve ser 
encaminhado ao médico do trabalho para confirmação do diagnóstico dessa doença. A medida 
preventiva é a análise da presença de mercúrio na urina, além de fazer exame neurológico nos 
trabalhadores expostos. 
49Doenças Ocupacionais
Aula
6
Doenças ocupacionais 
frequentes 
Elaiconiose: 
É a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos, sem nenhuma proteção 
adequada, a óleos e graxas. O contato prolongado com óleos e graxas causa uma lesão de pele 
conhecida como elaiconiose. Quando o contato sem proteção adequada persiste, pode chegar a 
causar câncer de pele. Do ponto de vista cancerígeno, os agentes mais perigosos são os óleos de 
corte ou os solúveis, pois contém nitrosaminas, que são potentes cancerígenos. Nessa doença a 
pele apresenta vários pontos pequenos com pus e perda de pelos nas regiões afetadas, em geral, 
coxas e antebraços. 
A boa higiene corporal após o trabalho e o uso de avental de plástico que impeça o borrifo 
de óleo na roupa do trabalhador são as medidas preventivas ideais. Essa moléstia frequentemen-
te acomete os trabalhadores mecânicos e metalúrgicos e é de tratamento prolongado, exigindo 
longo período de afastamento do trabalho para que se tenha cura completa. 
Outras doenças ocupacionais
• Siderose: é a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos durante al-
guns anos, sem nenhuma proteção adequada, ao ferro. 
• Estanose: é a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos, durante 
alguns anos, sem nenhuma proteção, ao estanho.
• Bagaçose: é a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos, durante 
alguns anos, sem nenhuma proteção adequada, ao fungo que se prolifera do bagaço da 
cana de açúcar. É uma aoveolite alérgica extrínseca. 
• Aluminiose: é a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos, sem ne-
nhuma proteção, ao alumínio.
• Bissinose: é a doença ocupacional que acomete os trabalhadores expostos, durante 
alguns anos, sem nenhuma proteção adequada, às fibras de algodão.
 PARTE 2 DORT E SURDEZ PROFISSIONAL
Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT)
Em muitas empresas, a organização do trabalho tem se caracterizado pelo estabelecimen-
to de metas e produtividade, considerando suas necessidades de qualidade dos produtos, de 
50 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
6
Doenças ocupacionais 
frequentes 
serviços e de competitividade de mercado, sem levar em conta os limites físicos e psicossociais 
dos trabalhadores. Isso explica o aumento no número de casos de lesões, distúrbios e doenças 
relacionadas ao trabalho, além da sobrecarga cognitiva. 
Muitos trabalhadores sofrem com a intensificação do trabalho, da inflexibilidade do posto 
de trabalho, da demanda de movimentos repetitivos, da ausência ou impossibilidade de pausas 
para descanso, da necessidade de manter uma postura inadequada para atender o posto de tra-
balho, da sobrecarga física. Além de disso, eles estão expostos a mobiliário e a equipamentos 
que não proporcionam conforto e segurança, podendo gerar distúrbios osteomusculares relacio-
nados ao trabalho. 
A LER não corresponde a uma doença ou enfermidade. LER é a sigla para “Lesões por 
Esforços Repetitivos” e representa um grupo de afecções do sistema musculoesquelético. São 
diversas afecções que apresentam manifestações clínicas distintas e que variam em intensidade. 
A DORT representa a sigla para “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho”. 
Ela foi introduzida para substituir a sigla LER, particularmente por duas razões: primeiro, a 
maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresenta evidên-
cia de lesão em qualquer estrutura; segundo, além do esforço repetitivo (sobrecarga dinâmica), 
outros tipos de sobrecargas no trabalho podem ser nocivas para o trabalhador como sobrecarga 
estática (uso de contração muscular por períodos prolongados para manutenção de postura), 
excesso de força empregada para execução de tarefas, uso de instrumentos que transmitam vi-
bração excessiva e trabalhos executados com posturas inadequadas. 
Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais frequentes são as tendinites (particu-
larmente do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores na região lombar)e as mialgias 
(dores musculares) em diversos locais do corpo. São danos decorrentes da utilização excessiva, 
imposta ao sistema musculoesquelético e da falta de tempo para recuperação. 
Caracterizam-se pela ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, de apareci-
mento insidioso, geralmente nos membros superiores, tais como dor, parestesia, sensação de 
peso e fadiga. Abrangem quadros clínicos do sistema musculoesquelético adquiridos pelo tra-
balhador submetido a determinadas condições de trabalho. 
Há maior chance de ocorrência desses distúrbios quando alguns fatores organizacionais no 
ambiente de trabalho não são respeitados, como por exemplo:
• treinamento e condicionamento (técnicas para execução de tarefas); 
51Doenças Ocupacionais
Aula
6
Doenças ocupacionais 
frequentes 
• local de trabalho adequado (piso, superfície, barulho, umidade, ventilação, temperatu-
ra, iluminação, distanciamentos, angulações, etc.); 
• ferramentas, utensílios, acessórios e mobiliários adequados; 
• duração das jornadas de trabalho;
• intervalos apropriados;
• posturas adequadas;
• respeito aos limites biomecânicos (força, repetitividade, manutenção de posturas es-
pecíficas por períodos prolongados).
Portanto, um ambiente de trabalho organizado reduz muito a possibilidade de um indi-
víduo desencadear um distúrbio musculoesquelético, mas convém lembrar que existem pre-
disposições individuais que aumentam a possibilidade de um trabalhador desenvolver DORT, 
uma vez que diversas variações congênitas do aparelho locomotor, enfermidades associadas, 
estresse, distúrbios psicológicos, estilo de vida, entre outros fatores podem contribuir para o 
aparecimento desses distúrbios. 
Surdez profissional
A surdez profissional é caracterizada por uma lesão, no ouvido interno, com perda da au-
dição, provocada pela exposição ao ruído ou às vibrações existentes nos ambientes de trabalho.
Atualmente, a surdez induzida por ruído é uma das doenças profissionais mais frequentes 
no Brasil. A exposição aos ruídos é muito frequente nos setores metalúrgico, mecânico, gráfico, 
têxtil, químico, petroquímico, alimentos, bebidas e de transportes, mesmo que o ruído esteja nas 
mais diversas atividades produtivas. 
O ouvido humano capta sons que tenham intensidade maior ou igual a 10 decibéis. Quando 
o ruído é intenso, ou seja, ultrapassando 90 decibéis ou alcançando 130 decibéis, ou por exposi-
ção prolongada, as células sensoriais responsáveis pela audição podem sofrer danos importan-
tes e até mesmo uma surdez irreversível.
O trabalhador que fica exposto a ruídos acima do valor de normalidade pode identificar o 
aparecimento de “zumbido”, que é o primeiro sintoma de degeneração auditiva. A partir desse 
sintoma, o trabalhador pode vir a apresentar perda temporária de audição (que melhora confor-
me a exposição ao ruído diminui) ou a perda permanente da audição. Além disso, são comuns 
52 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
6
Doenças ocupacionais 
frequentes 
relatos de trabalhadores com intolerância a sons elevados, estresse, perturbação do sono e difi-
culdade para se comunicar.
Toda a alteração do limiar auditivo superior a 25 decibéis que apresente história ocupacio-
nal e alterações no audiograma deve ser considerada doença profissional, com obrigatoriedade 
de notificação à Previdência Social por meio da emissão da Comunicação de Acidentes de 
Trabalho (CAT). 
ATIVIDADES 
1. Correlacione as doenças ocupacionais aos respectivos agentes de exposição:
A. Asbestose ( ) Estanho
B. Silicose ( ) Mercúrio
C. Pulmão negro ( ) Ferro
D. Saturnismo ( ) Óleos e graxas
E. Hidrargirismo ( ) Poeiras de sílica
F. Elaiconiose ( ) Minério de carvão
G. Siderose ( ) Bagaço da cana-de-açúcar
H. Estanose ( ) Minianto ou asbesto
I. Bagaçose ( ) Alumínio
J. Aluminiose ( ) Chumbo
K. Bissinose ( ) Fibra de algodão
2. Diferencie LER de DORT.
3. O que é surdez profissional e quais os sinais e sintomas?
53Doenças Ocupacionais
Aula
6
Doenças ocupacionais 
frequentes 
REFERÊNCIAS 
BARSANO, Paulo Roberto. Segurança do trabalho: guia prático e didático. São Paulo: Érica, 2014.
NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e Saúde no Trabalho. Normas Regulamentadoras 10 a 19. 2 ed. rev. e atual 
São Paulo: Método, 2014. v. 2.
Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Rideel, 2013. Obra coletiva de autoria da editora Rideel
RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES 
1. 
A. Asbestose ( H ) Estanho
B. Silicose ( E ) Mercúrio
C. Pulmão negro ( G ) Ferro
D. Saturnismo ( F ) Óleos e graxas
E. Hidrargirismo ( B ) Poeiras de sílica
F. Elaiconiose ( C ) Minério de carvão
G. Siderose ( I ) Bagaço da cana-de-açúcar
H. Estanose ( A ) Minianto ou asbesto
I. Bagaçose ( J ) Alumínio
J. Aluminiose ( D ) Chumbo
K. Bissinose ( K ) Fibra de algodão
54 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
6
Doenças ocupacionais 
frequentes 
2. LER é a sigla para “Lesões por Esforços Repetitivos” e representa um grupo de afec-
ções do sistema musculoesquelético. São diversas afecções que apresentam manifesta-
ções clínicas distintas e que variam em intensidade. A DORT representa a sigla para 
“Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho”. Além disso, ela foi criada 
para substituir a sigla LER. 
2. A surdez profissional é caracterizada por uma lesão, no ouvido interno, com perda da 
audição, provocada pela exposição ao ruído ou às vibrações existentes nos ambientes 
de trabalho. O trabalhador que fica exposto a ruídos acima do valor de normalida-
de pode identificar o aparecimento de “zumbido”, a perda temporária de audição 
ou a perda permanente da audição. Além disso, são comuns relatos de trabalhadores 
com intolerância a sons elevados, estresse, perturbação do sono e dificuldade para se 
comunicar.
55Doenças Ocupacionais
Aula
7Medidas de proteção
A segurança e a saúde do trabalho têm como prioridade a busca de situações potencialmen-
te perigosas à integridade física do trabalhador. Após o levantamento dos fatores de perigo, o 
objetivo é proteger os trabalhadores dos riscos em potencial. Isso é feito por meio de medidas 
de proteção no trabalho, controladas pelo SEMST em parceria com a CIPA.
 PARTE 2 MEDIDAS DE PROTEÇÃO NO TRABALHO
De acordo com Barsano (2014), quando se fala em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), 
a prioridade é prever a possibilidade de ocorrer situações potencialmente perigosas à integrida-
de física do trabalhador, procurando ao máximo eliminá-las logo em sua origem. 
Para alcançar esse objetivo, os membros do SESMT em parceria com a CIPA devem co-
nhecer profundamente o ambiente de trabalho, assim como os riscos provenientes desse am-
biente, das máquinas e dos equipamentos, dos procedimentos e das condições inseguras do 
local de trabalho que exponham os trabalhadores a algum risco. 
Após o levantamento desses riscos e condições inseguras do local de trabalho, os membros 
do SESMT e CIPA devem propor medidas de proteção administrativa, coletiva e individual. 
Medidas de proteção administrativa
As medidas de proteção administrativa podem ser consideradas como as primeiras provi-
dências a serem tomadas pelos profissionais da segurança do trabalho como forma de eliminar 
determinado risco que coloca em perigo a integridade física e psíquica do trabalhador.
Quando, dentro dos preceitos legais e prevencionistas da segurança do trabalho, a ado-
ção das medidas administrativas se torna ineficiente, ou parcialmente eficiente, em virtude da 
peculiaridade da atividade que é executada, segue-se para uma segunda opção, que seriam as 
medidas de proteção coletiva. Se, ainda assim, o risco permanecer, o enfoque vai para a última 
alternativa de segurança, as medidas de proteção individual. 
São exemplos de medidas de proteção administrativa: 
• ordens de serviço, pareceres e instruções técnicas implantadas pelo SESMT;
• restrições impostas pelo empregador na entrada e saída de locais de risco;
56 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula7Medidas de proteção
• procedimentos de trabalho e execução de serviços;
• proibição de entrada em espaços confinados;
• preceitos de Segurança e Saúde no Trabalho.
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Equipamentos de proteção coletiva (EPC) são aqueles procedimentos/equipamentos utili-
zados, ou até mesmo projetados, para a proteção de um grupo de pessoas, a fim de realizar uma 
determinada tarefa ou qualquer atividade. Essas medidas são de cunho coletivo. 
São exemplos de EPC:
• exaustores, numa cozinha industrial;
• redes de proteção;
• projeto de enclausuramento acústico de um compressor, para evitar ruído;
• projeção de partes móveis de máquinas e equipamentos;
• grades de proteção contra quedas de materiais. 
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
A decisão sobre a utilização do EPI em qualquer situação de trabalho deve ser o passo final 
de um processo iniciado anteriormente. O passo inicial é a determinação dos riscos dos quais 
o trabalhador deve ser protegido. Essa avaliação pode ser uma simples constatação, uma ava-
liação qualitativa ou uma avaliação quantitativa do risco, que definirá a sua potencialidade de 
dano ao organismo do colaborador. (MATTOS et al., 2011 apud BARSANO, 2014).
É importante salientar que as medidas de proteção individual, como EPIs, devem ser ado-
tadas em último caso; só se após esgotadas todas as outras medidas de proteção, ainda persistir 
o risco acima dos limites toleráveis de segurança, colocando em perigo a integridade física e 
psíquica do trabalhador. A seleção de EPIs deve ser apropriada aos agentes de risco, bem como 
à natureza antropométrica do trabalhador.
57Doenças Ocupacionais
Aula
7Medidas de proteção
 PARTE 2 EPIs E LEGISLAÇÃO
Definição de EPI
A Norma Regulamentadora NR 6 do MTE, que trata das medidas de proteção individual, 
define como Equipamento de Proteção Individual (EPI):
[...] todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à 
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
De acordo com essa Norma Regulamentadora, os EPIs, de fabricação nacional ou im-
portada, só podem ser postos à venda ou ser utilizados com a indicação do Certificado de 
Aprovação (CA) expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde 
no trabalho do MTE. 
Responsabilidade dos empregadores, empregados, governo e dos fabricantes
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco, 
em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
• sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os 
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
• enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
• para atender a situação de emergência. 
Compete ao SESMT, ouvidos a CIPA e trabalhadores usuários recomendar ao empregador 
o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. Nas empresas desobrigadas a 
constituir o SESMT, cabe ao empregador selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orien-
tação de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou, na falha dessa, o designado e 
trabalhadores usuários. 
Quanto ao EPI, cabe ao empregador:
a) adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente em 
matéria de segurança e saúde no trabalho;
58 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
7Medidas de proteção
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guardar e conservar;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; 
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada; 
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotado livros, fichas ou 
sistema eletrônico.
Quanto ao EPI, cabe ao empregado:
a) utilizá-lo apenas com a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se por guardar e conservar o material;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; 
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado do material.
Quanto ao EPI, cabe aos fabricantes:
a) cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no 
trabalho; (alterado pela Portaria SIT/DSST 194/2010)
b) solicitar a emissão do CA; (alterado pela Portaria SIT/DSST 194/2010)
c) solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade estipulado pelo 
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho; (alterado 
pela Portaria SIT/DSST 194/2010)
d) requerer novo CA quando houver alteração das especificações do equipamento apro-
vado; (alterado pela Portaria SIT/DSST 194/2010)
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao Certificado 
de Aprovação (CA);
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI portador de CA;
59Doenças Ocupacionais
Aula
7Medidas de proteção
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho 
quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos; 
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua utili-
zação, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;
i) fazer constar o número do lote de fabricação do EPI; 
j) providenciar a avaliação de conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando 
for o caso;
k) fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e higienização de seus 
EPIs, indicando, quando for o caso, o número de higienizações acima do qual é ne-
cessário proceder a revisão ou a substituição do equipamento, a fim de garantir que 
os mesmos mantenham as características de proteção original. (alterado pela Portaria 
SIT/DSST 194/2010)
Quanto ao EPI, cabe ao Ministério de Trabalho e Emprego (MTE):
a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;
b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;
d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e) fiscalizar a qualidade do EPI;
f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; 
g) cancelar o CA.
Cabe ao órgão regional do MTE: 
a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;
b) recolher amostras de EPI; 
60 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
7Medidas de proteção
c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento 
dessa NR.
ATIVIDADES 
1. O que são medidas de proteção administrativas? Cite exemplos.
2. O que são medidas de proteção coletivas?
3. O que são medidas de proteção individual?
4. O que é o CA, conforme a NR6?
REFERÊNCIAS 
BARSANO, Paulo Roberto. Segurança do Trabalho: guia prático e didático. São Paulo: Érica, 2014.
BRASIL. Portaria SIT/DSST 194. de 7 de dezembro de 2010. Altera a Norma Regulamentadora 6 (Equipamentos de 
Proteção Individual EPI). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 dez. 2010. Disponível em: .
NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e Saúde no Trabalho: Normas Regulamentadoras 10 a 19. 2 ed. rev. e atual. São 
Paulo: Método, 2014. v. 2.
Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Rideel, 2013. Obra coletiva de autoria da editora Rideel.
RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES 
1. As medidas de proteção administrativa podem ser consideradas como as primeiras 
providências a serem tomadas pelos profissionais da segurança do trabalho como for-
ma de eliminar determinado risco que coloca em perigo a integridade física e psíquica 
do trabalhador. 
 São exemplos de medidas de proteção administrativa: ordens de serviço, pareceres e 
instruções técnicas implantadas pelo SESMT; Restrições impostas pelo empregador 
61Doenças Ocupacionais
Aula
7Medidas de proteção
na entrada e saída de locais de risco; procedimentos detrabalho e execução de servi-
ços; proibição de entrada em espaços confinados; Preceitos de Segurança e Saúde no 
Trabalho.
2. Equipamentos de proteção coletiva (EPC) são aqueles procedimentos/equipamentos 
utilizados ou até mesmo projetados para a proteção de um grupo de pessoas, a fim de 
realizar uma determinada tarefa ou qualquer atividade. Essas medidas são de cunho 
coletivo. 
3. São os equipamentos de proteção individual. É importante salientar que as medidas 
de proteção individual como EPIs devem ser adotadas em último caso; só se após 
esgotadas todas as outras medidas de proteção, ainda persistir o risco acima dos li-
mites toleráveis de segurança, colocando em perigo a integridade física e psíquica do 
trabalhador. A seleção de EPIs deve ser apropriada aos agentes de risco, bem como à 
natureza antropométrica do trabalhador. 
4. De acordo com essa Norma Regulamentadora, os EPIs de fabricação nacional ou im-
portada,só podem ser postos à venda ou utilizados com a indicação do Certificado de 
Aprovação (CA) expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança 
e saúde no trabalho do MTE. 
62 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
7Medidas de proteção
63Doenças Ocupacionais
Aula
8
Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
O amplo campo de atuação da Higiene e Segurança do Trabalho consegue atingir seus ob-
jetivos com a aplicação prática e eficaz de seus principais programas de prevenção: o Programa 
de Controle médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais (PPRA), que são obrigatórios para todos os empregadores e instituições que admi-
tam trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
 PARTE 1 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE 
SAÚDE OCUPACIONAL PCMSO
O PCMSO é regulamentado e definido pela NR 7, contida na portaria 3.214, de 8 ju-
nho de 1978, do MTE. Todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores 
como empregados, devem elaborar e implementar o Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO).
O objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores, sendo parte 
integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde 
de seus colaboradores e, devendo ainda, estar articulado com o disposto nas demais NR’s. 
Nesse mesmo sentido, Mattos et al. (2011 apud BARSANO, 2014) ensina que PCMSO
[...] é um programa que especifica procedimentos e condutas a serem adotadas pelas empresas 
em função dos riscos a que os empregados se expõem no ambiente de trabalho. O objetivo é 
prevenir, detectar precocemente, monitorar e controlar possíveis danos à saúde do empregado. 
Além de ser um programa voltado à saúde do trabalhador, o PCMSO deve: 
• considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, 
privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre 
saúde e trabalho;
• ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde rela-
cionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existên-
cia de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores;
• ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especial-
mente os identificados nas avaliações, previstas nas demais NRs.
64 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
8
Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
Responsabilidades do PCMSO segundo a NR7
Compete ao empregador:
• garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua 
eficácia;
• custear, sem ônus, para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;
• indicar dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança 
e Medicina do Trabalho – SESMT da empresa, um coordenador responsável pela 
execução do PCMSO;
• no caso de a empresa estar desobrigada a manter médico do trabalho, de acordo com 
a NR 4, o empregador deverá indicar um médico do trabalho, empregado ou não da 
empresa, para coordenar o PCMSO;
• inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico 
de outra especialidade para coordenar o PCMSO.
Compete ao médico coordenador:
• realizar os exames médicos previstos no item 7.4.1 ou encarregar os mesmos a um 
profissional médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas 
causas, bem como o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será 
exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado;
• encarregar-se dos exames complementares previstos nos itens, quadros e anexos 
desta NR, sendo profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e 
qualificados.
Desenvolvimento do PCMSO
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:
a) admissional – deve ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades;
b) periódico – é realizado periodicamente e deve-se considerar os prazos estipulados 
pelo médico coordenador do PCMSO, a análise dos riscos por setor e função, assim 
como a idade do colaborador;
65Doenças Ocupacionais
Aula
8
Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
c) de retorno ao trabalho – deve ser realizado, obrigatoriamente, no primeiro dia da volta 
ao trabalho do trabalhador. Sendo esse ausente por período igual ou superior a 30 dias 
por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto;
d) de mudança de função – realizado obrigatoriamente antes da data da mudança;
e) demissional – será obrigatoriamente realizado até a data da homologação da dispensa, 
desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de 135 
dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, e 90 dias para as empresas de grau de 
risco 3 e 4. 
Os exames de que trata o item compreendem:
• avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional, exame físico e mental;
• exames complementares, realizados de acordo com os termos específicos nesta NR e 
seus anexos.
Outros exames complementares usados normalmente em patologia clínica para avaliar 
o funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos, podem ser realizados a critério do médico 
coordenador ou encarregado, ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou 
ainda, decorrente de negociação coletiva de trabalho.
Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional 
(ASO), em duas vias. A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do contrata-
do, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. 
A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na pri-
meira via.
Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complemen-
tares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registrados em prontuário clínico in-
dividual, que ficará sob a responsabilidade do médico-coordenador do PCMSO. Esses dados 
deverão ser mantidos por um período mínimo de vinte anos após o desligamento do trabalhador.
Havendo substituição do médico a que se refere o item 7.4.5, os arquivos deverão ser trans-
feridos para seu sucessor.
O PCMSO deverá obedecer a um planejamento em que estejam previstas as ações de saúde 
a serem executadas durante o ano, devendo ser objeto de relatório anual.
66 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
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Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
O relatório anual deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza dos 
exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resul-
tados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano.
O relatório anual deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na empre-
sa, de acordo com a NR 5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas daquela comissão. Poderá 
ser armazenado na forma de arquivo informatizado, desde que seja mantido de modo a propor-
cionar o imediatoacesso por parte do agente da inspeção do trabalho.
As empresas desobrigadas a indicarem médico coordenador ficam dispensadas de elaborar 
o relatório anual.
Sendo verificada através da avaliação clínica do trabalhador apenas exposição excessiva 
ao risco, mesmo sem qualquer sintomatologia ou sinal clínico, o trabalhador deverá ser afastado 
do local de trabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de exposição 
e as medidas de controle nos ambientes de trabalho tenham sido adotadas.
Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais através de exames 
médicos ou, sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou 
sistema biológico, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico-coordenador ou encarregado:
a) solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT);
b) indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco ou do 
trabalho;
c) encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo cau-
sal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao 
trabalho;
d) orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de controle no 
ambiente de trabalho.
Primeiros Socorros
Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos pri-
meiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida. Deverá, tam-
bém, manter esse material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para 
esse fim.
67Doenças Ocupacionais
Aula
8
Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
 PARTE 2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA)
O PPRA é regulamentado e definido pela NR 9, contida na Portaria 3.214 de 8 de junho 
de 1978, do MTE. Essa Norma Regulamentadora estabelece a obrigatoriedade da elaboração e 
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores 
como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Visando à pre-
servação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, 
avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venham 
a existir, no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos 
recursos naturais. 
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da em-
presa, sob a responsabilidade do empregador e com a participação dos trabalhadores, sendo 
sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades 
de controle.
Quando não forem identificados riscos ambientais nas fases de antecipação ou reconheci-
mento, o PPRA poderá resumir-se às seguintes etapas:
• antecipação e reconhecimento dos riscos;
• registro e divulgação de dados.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo 
da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o dis-
posto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO), previsto na NR 7.
Riscos ambientais
Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e bio-
lógicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou 
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos 
os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radia-
ções ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.
68 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
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Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam pene-
trar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases 
ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvi-
dos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, 
vírus, entre outros.
A estrutura do PPRA
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte 
estrutura:
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
Deverá ser efetuada, sempre que necessário, e pelo menos uma vez ao ano, uma análise 
global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e 
estabelecimento de novas metas e prioridades.
O desenvolvimento do PPRA.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:
a) antecipação e reconhecimentos dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
69Doenças Ocupacionais
Aula
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Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados.
A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderá ser feita 
pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) 
ou por pessoa, ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvol-
ver o disposto nesta NR.
A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou 
processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os potenciais 
riscos e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação.
O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando 
aplicáveis:
a) a sua identificação;
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no 
ambiente de trabalho;
d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento 
da saúde decorrente do trabalho;
g) os possíveis danos à saúde, relacionados aos riscos identificados disponíveis na lite-
ratura técnica;
h) a descrição das medidas de controle já existentes.
A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:
a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência de riscos identificados na etapa 
de reconhecimento;
70 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
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8
Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.
As medidas de controle do PPRA
Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização 
ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes 
situações:
a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;
b) constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde;
c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhado-
res excederem os valores dos limites previstos na NR 15 ou, na ausência destes, os 
valores limites de exposição ocupacional adotados pela American Conference of 
Governmental Industrial Higyenists (ACGIH), ou aqueles que venham a ser estabele-
cidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios 
técnico-legais estabelecidos;
d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre 
danos observados na saúde, os trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam 
expostos.
O estudo, desenvolvimento eimplantação de medidas de proteção coletiva deverão obede-
cer à seguinte hierarquia:
a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização, ou a formação de agentes prejudiciais 
à saúde;
b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de 
trabalho;
c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de 
trabalho.
A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento dos 
trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre 
as eventuais limitações de proteção que ofereçam.
71Doenças Ocupacionais
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Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de 
medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em 
fase de estudo, planejamento ou implantação, e ainda em caráter complementar ou emergencial, 
deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à seguinte hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI).
A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as Normas Legais e 
Administrativas em vigor e envolver no mínimo:
a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e à 
atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposi-
ção ao risco e ao conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário;
b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e orienta-
ção sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;
c) estabelecimento de normas ou procedimento para promover o fornecimento, o uso, a 
guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando 
garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas;
d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva identifi-
cação dos EPI’s utilizados para os riscos ambientais.
O PPRA deve estabelecer critérios e mecanismos de avaliação da eficácia das medidas 
de proteção implantadas, considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no con-
trole médico da saúde previsto na NR.
O nível de ação
É considerado nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas, 
de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem 
os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a 
informação aos trabalhadores e o controle médico.
Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição ocupa-
cional acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas que seguem:
72 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
8
Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional, considerados 
os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores, excederem 
os valores dos limites previstos na NR 15 ou, na ausência destes os valores limi-
tes de exposição ocupacionais adotados pela American Conference of Governmental 
Industrial Higyenists (ACGIH), ou aqueles que venham a ser estabelecidos em nego-
ciação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-le-
gais estabelecidos;
b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na 
NR-15 (condições insalubres).
Monitoramento e registro de Dados do PPRA
Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de controle, deve ser 
realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um dado risco, visando à intro-
dução ou modificação das medidas de controle, sempre que necessário.
Deverá ser mantido pelo empregador ou instituição um registro de dados, estruturado de 
forma a constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA, por um 
período mínimo de vinte anos.
O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhadores interessados ou seus 
representantes e para as autoridades competentes.
Responsabilidades do empregador
O empregador tem como principais incumbências: 
• estabelecer, 
• implementar e 
• assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou 
instituição.
Responsabilidades do trabalhador
O trabalhador deve:
73Doenças Ocupacionais
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Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
• colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;
• seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA;
• informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam 
implicar riscos à saúde dos trabalhadores.
Da informação
Os trabalhadores interessados terão o direito de apresentar propostas e receber informa-
ções e orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos ambientais identificados na execu-
ção do PPRA.
Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e suficiente 
sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios dis-
poníveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos mesmos.
Sempre que vários empregadores realizarem, simultaneamente, atividades no mesmo lo-
cal de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no 
PPRA, visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados.
O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e dos 
riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos, previsto na 
NR 5, deverão ser considerados para fins de planejamento e execução do PPRA em todas as 
suas fases.
O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais de traba-
lho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais trabalhadores, os mesmos 
possam interromper de imediato as suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico 
direto para as devidas providências.
ATIVIDADES 
1. O amplo campo de atuação da Higiene e Segurança do Trabalho consegue atingir seus ob-
jetivos com a aplicação prática e eficaz de seus principais programas de prevenção, que 
são obrigatórios para todos os empregadores e instituição que admitam trabalhadores 
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Quais são eles?
74 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
8
Programas de prevenção 
em saúde no trabalho
2. Qual a definição e objetivo do PCMSO?
3. Qual o objetivo do PPRA?
REFERÊNCIAS 
BARSANO, Paulo Roberto. Segurança do Trabalho: guia prático e didático. São Paulo: Érica, 2014.
BRASIL. Portaria 3.214 de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da 
Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
9 jun. 1978. Disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf>. Acesso em: 20 maio 2016.
NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e Saúde no Trabalho: Normas Regulamentadoras 10 a 19. 2 ed. rev. e atual. 
São Paulo: Método, 2014. v. 2.
SEGURANÇA e medicina do trabalho. São Paulo: Rideel, 2013. Obra coletiva de autoria da editora Rideel.
RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES 
1. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
2. É um programa que especifica procedimentos e condutas a serem adotadas pelas em-
presas em função dos riscos a que os empregados se expõem no ambiente de trabalho. 
O objetivo é prevenir, detectar precocemente, monitorar e controlar possíveis danos à 
saúde do empregado.
3. Visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da anteci-
pação, reconhecimento, avaliação e, consequente, controle da ocorrência de riscos 
ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em con-
sideraçãoa proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
Técnico em
SEGURANÇA NO 
TRABALHO
Thaise Novaes Glaser
Técnico em
SEGURANÇA NO 
TRABALHO
Doenças 
OCUPACIONAIS
Doenças 
OCUPACIONAIS
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	Página em branco
	Página em brancoé a ciência que estuda as possíveis causas dos acidentes e inci-
dentes originados durante a atividade laboral. Tem como principal objetivo a prevenção de 
acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do profissional. Ela atinge 
sua finalidade quando consegue proporcionar a ambos, empregado e empregador, um ambiente 
de trabalho saudável e seguro.
Cabe à segurança do trabalho, junto com outros conhecimentos afins (medicina do tra-
balho, ergonomia, saúde ocupacional, segurança patrimonial), identificar os fatores de risco 
que levam à ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais, avaliar seus efeitos na saúde do 
trabalhador e propor medidas de intervenção técnica a serem implementadas nos ambientes de 
trabalho (MATTOS et al., 2011 apud BARSANO, 2014).
Na abordagem holística da segurança do trabalho, não afirmamos que o acidente teve uma 
única e exclusiva origem, mas foi gerado pela interação simultânea de diversos fatores (físicos, 
biológicos, psicológicos, sociais e culturais) e que um desencadeou o outro, gerando o acidente. 
Logo, não há uma causa única do acidente, e sim várias. 
Nessa abordagem, a segurança do trabalho possui dois enfoques que se complementam: o 
reducionista, para entender os fatores (físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais) em de-
talhe, e o sistêmico, para entender as interações desses fatores no processo que produz o acidente. 
9Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho 
Exemplo segundo Cardella (2010 apud BARSANO, 2014):
[...] no enfoque reducionista do trânsito, examinamos cada fator isoladamente. O estado do 
veículo, da pista e da sinalização, o desempenho do sistema de manutenção e os elementos 
culturais: crenças, valores e maneiras de proceder. Crenças do tipo “cinto de segurança não 
reduz consequências de acidentes” e costumes enraizados, como desobediência a sinais de 
“pare”, são fatores culturais. 
[...] no enfoque sistêmico, estabelecemos relações entre fatores, tais como: pessoas não utili-
zam cintos (primeiro fenômeno cultural); cintos sujos e escondidos sob o banco (fenômeno fí-
sico); habito de não limpar cintos e colocá-los sobre o banco (fenômeno cultural). Formamos, 
assim, a visão abrangente dos processos que levam ao acidente de trânsito no âmbito da 
organização.
De modo semelhante, podemos avaliar os fenômenos gerados nas outras áreas de ação. 
 PARTE 2 LEGISLAÇÃO SOBRE SEGURANÇA DO TRABALHO
No Brasil, a segurança do trabalho sempre foi vista pelo empregador como uma mera ne-
cessidade para o empregado, até a promulgação da Constituição Federal de 1988. 
Os empregadores não levavam em conta se o trabalhador estava bem ou não, não se leva-
vam em conta suas reclamações de saúde ou suas necessidades médicas. Para a época, o bom 
funcionário era aquele que não faltava, não apresentava qualquer sintoma de doença e nem se 
queixava de problemas da empresa. O bom funcionário apenas trabalhava. 
A partir da entrada em vigor da Constituição Federal de 1988 (CF/88), carta magna sobera-
na a qualquer outra legislação brasileira, as leis, os decretos e outras normas que tratam da segu-
rança do trabalho passaram a se adequar. Isso fez com que fossem criadas garantias trabalhistas 
aos trabalhadores e, ainda, inovassem os preceitos de segurança e medicina do trabalho, que até 
então eram desconhecidos ou esquecidos. Por consequência, houve a garantia da integridade 
dos trabalhadores nas suas mais diversas atividades. 
Há muitos dispositivos legais e regulamentadores, atualmente, que tentam buscar, na prá-
tica, a eficácia das garantias colocadas pela Constituição Federal. Existem as normas emanadas 
do Poder Legislativo, que são as leis, os decretos, os regulamentos, os regimentos internos, as 
portarias, as instruções e resoluções, que provêm do Executivo por meio do seu chefe, de seus 
ministros ou secretários de Estado. 
10 Doenças Ocupacionais
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Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho
As legislações trabalhistas e previdenciárias buscam, por meio dessas regulamentações, 
garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro para todos os envolvidos no processo de 
trabalho, ou seja, os empregadores, empregados, clientes, fornecedores etc. 
Legislação Federal aplicada à Segurança do Trabalho
• A Constituição Federal de 1988, em seu capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 7.º, 
incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, discorre, especificamente, sobre Segurança 
e Saúde dos Trabalhadores.
• A Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, discorre sobre os Planos de Benefícios da 
Previdência Social. Além disso, aborda assuntos essenciais para a segurança do tra-
balho como acidente do trabalho, auxílio acidente, auxílio doença, Comunicação de 
Acidente do Trabalho (CAT), habilitação e reabilitação profissional etc. 
• O Decreto-Lei 5.452, de 1.º de maio de 1943, é Consolidação das Leis Trabalhistas 
(CLT).
• A Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1997, altera o Capítulo V do Título II da CLT (re-
lativo à Segurança e Medicina do Trabalho).
• A Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, aprovou as Normas Regulamentadoras do 
Capítulo V do Título II da CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, as 
quais podem ser consideradas como a “bíblia” do profissional da área de Segurança 
do Trabalho e atualmente trazem 36 NRs.
As Normas Regulamentadoras vigentes estão listadas adiante: 
• NR 01 – Disposições Gerais;
• NR 02 – Inspeção Prévia;
• NR 03 – Embargo ou Interdição;
• NR 04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho;
• NR 05 – Comissão interna de prevenção de acidentes;
• NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
11Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho 
• NR 07 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional;
• NR 08 – Edificações;
• NR 09 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais;
• NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;
• NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;
• NR 12 – Máquinas e Equipamentos;
• NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão;
• NR 14 – Fornos;
• NR 15 – Atividades e Operações Insalubres;
• NR 16 – Atividades e Operações Perigosas;
• NR 17 – Ergonomia;
• NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;
• NR 19 – Explosivos;
• NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis;
• NR 21 – Trabalho a Céu Aberto;
• NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;
• NR 23 – Proteção Contra Incêndios;
• NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;
• NR 25 – Resíduos Industriais;
• NR 26 – Sinalização de Segurança;
12 Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho
• NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no 
MTB (Revogada pela Portaria GM 262/2008;)
• NR 28 – Fiscalização e Penalidades;
• NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;
• NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário;
• NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, 
Exploração Florestal e Aquicultura;
• NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde;
• NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados;
• NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e 
Reparação Naval;
• NR 35 – Trabalho em Altura;
• NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento 
de Carnes e Derivados. 
Legislação Estadual aplicada à Segurança do Trabalho
São todas as regulamentações: leis, Legislativo Estadual, os decretos, regimentos, reso-
luções, instruções técnicas, entre outras regulamentações produzidas pelo Poder Executivo 
Estadual, desde que não contrariem os dispositivos legais federais. 
Legislação Municipal aplicada à Segurança do Trabalho
São todas as regulamentações criadas pelo Poder Executivo Municipal que não contrariem 
os dispositivos regulamentares estaduais e federais. Com isso, deve-se conhecer tambémas 
leis, os decretos e outros regulamentos municipais pertinentes à segurança do trabalho, princi-
palmente nesse ramo de atuação. 
13Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho 
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
A Organização Internacional do Trabalho possui convenções que são tratados internacionais 
com caráter normativo. Até 18 meses após a adoção de uma convenção, cada estado-membro 
tem a obrigação de submetê-la à autoridade nacional competente, que no Brasil, por exemplo, 
é o Congresso Nacional, para que seja aprovada. Depois dessa aprovação, o Presidente da 
República promove a ratificação do tratado e ocorre a incorporação automática de suas normas 
à legislação nacional. Dessa forma, a lei passa a ser cumprida em todos os seus aspectos. 
Em 1999, surgiu o conceito de trabalho decente, com a missão de promover oportunidades 
para que homens e mulheres conseguissem ter um trabalho produtivo e, ao mesmo tempo, de 
qualidade, com boas condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humana. 
Para Barsano (2014), os objetivos estratégicos da OIT incluem 4 pontos importantes:
• liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva;
• eliminação de qualquer tipo de trabalho forçado;
• eliminação de qualquer forma de discriminação em matéria de emprego e ocupação;
• abolição efetiva do trabalho infantil.
As convenções têm um papel muito importante e relevante dentro da Segurança do 
Trabalho, pois são usadas como referência normativa para modificar, criar ou até mesmo ex-
cluir as NRs. Depois de serem ratificadas pela autoridade nacional competente (no Brasil, o 
Congresso Nacional), elas ganham força de lei em todo território nacional.
A título de curiosidade, as principais convenções relacionadas com a Segurança e Saúde no 
Trabalho, segundo Barsano (2014), são: 
• Convenção 182 – Piores formas de trabalho infantil e a ação imediata para sua elimi-
nação, 1999;
• Convenção 176 – Segurança e saúde nas minas, 1995;
• Convenção 174 – Convenção sobre a prevenção de acidentes industriais maiores, 1993;
• Convenção 170 – Segurança no trabalho com produtos químicos, 1990;
14 Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho
• Convenção 167 – Segurança e saúde na construção, 1988;
• Convenção 155 – Segurança e saúde dos trabalhadores, 1981;
• Convenção 152 – Segurança e higiene no trabalho portuário, 1979;
• Convenção 148 – Contaminação do ar, ruídos e vibraçoes, 1977;
• Convenção 139 – Câncer profissional, 1974;
• Convenção 136 – Proteção contra os riscos da intoxicação pelo benzeno, 1971;
• Convenção 127 – Peso máximo das cargas, 1967;
• Convenção 124 – Exame médico dos adolescentes para o trabalho subterrâneo nas 
minas, 1965;
• Convenção 120 – Higiene no comércio e escritórios, 1964;
• Convenção 115 – Proteção contra radiações, 1960;
• Convenção 119 – Proteção das máquinas, 1963;
• Convenção 113 – Exame médico dos pescadores, 1959;
• Convenção 103 – Amparo à maternidade (revisada), 1952;
• Convenção 105 – Abolição do trabalho forçado, 1957;
• Convenção 81 – Inspeção do trabalho, 1947;
• Convenção 45 – Emprego de mulheres nos trabalhos subterrâneos das minas, 1935;
• Convenção 42 – Indenização por enfermidade profissional (revisada), 1934;
• Convenção 16 – Exame médico de menores no trabalho marítimo, 1921;
• Convenção 12 – Indenização por acidente do trabalho na agricultura, 1921;
15Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho 
• Convenção 5 – Idade mínima de admissão nos trabalhos industriais, 1919.
As convenções da OIT, relacionadas à Segurança e Saúde no Trabalho estão disponíveis, 
na íntegra, no site: .
ATIVIDADES 
1. Diferencie doença ocupacional de doença do trabalho. Cite exemplos.
2. De forma mais específica, doença ocupacional pode ser definida como toda moléstia 
que tem como causa o trabalho ou as condições do ambiente de trabalho. A medicina e 
segurança do trabalho atuam principalmente na: _________________. 
3. A criação das garantias trabalhistas, a inovação dos preceitos de segurança e medicina 
do trabalho e a integridade dos trabalhadores nas suas mais diversas atividades são con-
sequências de quando a ________________________ entrou em vigor.
4. Qual documento é conhecido como a “bíblia” do profissional de segurança do trabalho?
REFERÊNCIAS 
NORMAS Regulamentadoras. Disponível em: Acesso em: jan. 2014
BARSANO, Paulo Roberto. Segurança do trabalho: guia prático e didático. São Paulo: Érica, 2014.
SEGURANÇA e medicina do trabalho. – São Paulo: Rideel, 2013. Obra coletiva de autoria da editora Rideel
BRASIL. Lei 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 jul. 1991. Disponível em: .
RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES 
1. A doença ocupacional, também chamada de doença profissional, se caracteriza pela 
exposição de um profissional a algum agente ambiental que é comum a todos os profis-
sionais que exercem uma determinada atividade, ou seja, é algo inerente a determinada 
profissão. Por exemplo, o trabalhador que está exposto ao chumbo em sua atividade de 
16 Doenças Ocupacionais
Aula
1
Doenças ocupacionais X 
doenças do trabalho
trabalho pode vir a apresentar Saturnismo, que é intoxicação por chumbo. A doença 
do trabalho pode ser entendida como aquela que é desencadeada em função de con-
dições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Por 
exemplo, em trabalhos realizados em ambiente com excesso de ruído, o trabalhador 
pode apresentar disacusia, que é a perda de audição. 
2. De forma mais específica, doença ocupacional pode ser definida como toda moléstia 
que tem como causa o trabalho ou as condições do ambiente de trabalho. A medicina 
e segurança do trabalho atuam principalmente na: PREVENÇÃO. 
3. A criação das garantias trabalhistas aos trabalhadores, a inovação dos preceitos de 
segurança e medicina do trabalho e a integridade dos trabalhadores nas suas mais 
diversas atividades são consequências de quando Constituição Federal de 1988 
(CF/1988) entrou em vigor.
4. Normas Regulamentadoras, por meio de 36NRs.
17Doenças Ocupacionais
Aula
2
Riscos químicos, 
físicos e biológicos
Todo trabalhador precisa ter um ambiente saudável de trabalho que mantenha a sua inte-
gridade física e psíquica. Os responsáveis por esse cuidado são os profissionais especializados 
em Engenharia de Segurança e medicina do trabalho, por meio da avaliação de critérios quali-
tativos e quantitativos da higiene ocupacional.
 PARTE 1 RISCOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Para que os profissionais especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do 
Trabalho possam atingir seus objetivos de proporcionar ao trabalhador um ambiente de trabalho 
saudável e garantir a sua integridade física e psíquica, eles utilizam dois fatores muito comuns 
na avaliação do ambiente de trabalho: os critérios qualitativos e quantitativos dos riscos. 
Esses critérios fazem parte de uma ciência chamada Higiene do Trabalho, ou Higiene 
Industrial. A associação norte-americana de higienistas industriais define essa ciência como: 
[...] a Higiene Industrial é uma ciência e uma arte que tem por objetivo o reconhecimen-
to, avaliação, e o controle daqueles fatores ambientais ou tensões originadas nos locais de 
trabalho, que podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem-estar, desconforto signi-
ficativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade (ASSOCIAÇÃO 
NORTE-AMERICANA DE HIGIENE INDUSTRIAL apud BARSANO, 2014).
A higiene industrial tem papel fundamental na Segurança do Trabalho e qualidade de vida 
do trabalhador. 
É baseado na 9.ª Norma Regulamentadora (NR 9) que estudamos os critérios qualitati-
vos dos riscos. Para efeito da NR 9, os agentesfísicos, químicos e biológicos existentes nos 
ambientes de trabalho são considerados riscos ambientais que podem causar danos à saúde do 
trabalhador em função da sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição. 
Já os critérios quantitativos dos riscos são as intensidades (concentrações), do agente 
nocivo, superiores ao limite de tolerância que é estabelecido pela legislação, expondo, des-
sa forma, a integridade física e psíquica do trabalhador em suas atividades. A 15.ª Norma 
Regulamentadora (NR 15) prevê a caracterização da insalubridade por meio de avaliação quan-
titativa (conforme anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12). 
Para a análise quantitativa, há diversos instrumentos de medição específicos para cada tipo 
de atividade, como o decibelímetro, o dosímetro, o luxímetro, o vibrômetro, o explosímetro etc. 
18 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
2
Riscos químicos, 
físicos e biológicos
Riscos químicos
Os riscos químicos envolvem as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar 
no organismo por exposição crônica ou acidental. A NR 9 do MTE, que trata do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), considera como agentes químicos: 
[...] as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respi-
ratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela nature-
za da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da 
pele ou por ingestão. (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2013, p. 115).
Quando o trabalhador entra em contato com produtos químicos, pode estar suscetível a 
desenvolver algumas doenças, conforme o tipo e grau de exposição. 
Riscos biológicos
Os riscos biológicos estão presentes em quase todas as atividades exercidas em ambientes 
em que os agentes biológicos possam estar presentes. A NR 9 do MTE, que trata do Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), considera como agentes biológicos: “[...] as bacté-
rias, os fungos, os bacilos, os parasitas, os protozoários, os vírus, entre outros.” (SEGURANÇA 
E MEDICINA DO TRABALHO, 2013, p. 116).
Segundo o Manual de Classificação dos Agentes Biológicos do Ministério da Saúde, os 
agentes biológicos que afetam o humano, os animais e as plantas são distribuídos em classes de 
risco assim definidas:
• Classe de risco 1 (baixo risco para o indivíduo e para a coletividade) – inclui os agen-
tes biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos 
sadios. Exemplo: Lactobacillus sp. 
• Classe de risco 2 (risco moderado para o indivíduo e limitado para a comunidade) –
inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo 
potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limi-
tado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplo: 
Schistosoma mansoni. 
• Classe de risco 3 (risco alto para o indivíduo e moderado para a comunidade) – inclui 
os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória 
e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais 
existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se 
19Doenças Ocupacionais
Aula
2
Riscos químicos, 
físicos e biológicos
disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a 
pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis. 
• Classe de risco 4 (risco alto para o indivíduo e para a comunidade): inclui os agentes 
biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de trans-
missão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou terapêu-
tica eficaz contra infecções ocasionadas por esses agentes. Causam doenças humanas 
e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e 
no meio ambiente. Essa classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola. 
• Classe de risco especial (alto risco de causar doença grave em animais e de dissemi-
ná-la no meio ambiente): inclui agentes biológicos de doença animal que não existem 
no país e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o 
homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos.
Segundo a NR 9, o risco ergonômico, previsto na NR17, não é considerado risco am-
biental como são os riscos físicos, químicos e biológicos. 
PARTE 2 RISCOS FÍSICOS
A NR 9 do MTE, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), de-
fine como agentes físicos: 
[...] as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: 
ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações 
não ionizantes, bem como infrassom e ultrassom (Segurança e Medicina do Trabalho, 2013, 
p. 115).
Riscos físicos: segundo Barsano (2014), são considerados riscos físicos: os ruídos, o calor, 
o frio, as vibrações, as pressões anormais, as radiações e a umidade.
• Ruídos: as máquinas e equipamentos utilizados pelas indústrias produzem ruídos que 
podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar gra-
ves prejuízos à saúde do trabalhador. Dependendo do tempo de exposição, do nível 
sonoro e da sensibilidade individual, os danos podem manifestar-se imediatamente ou 
gradualmente. De acordo com a NR 15, anexos 1 e 2, os ruídos dividem-se em: 
• Ruídos contínuos ou intermitentes – Entende-se por ruído contínuo ou intermi-
tente, para os fins de aplicação de limites de tolerância, o ruído que não seja de 
20 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
2
Riscos químicos, 
físicos e biológicos
impacto. Devem ser medidos, em decibéis, com instrumento de pressão sonora. 
A leitura deve ser feita próxima ao ouvido do trabalhador. Não é permitida ex-
posição a níveis de ruídos acima de 115 Db (A) para indivíduos que não estejam 
adequadamente protegidos (exposto a esse nível, sem proteção adequada = risco 
grave e iminente).
• Ruídos de impactos – Aqueles que apresentam picos de energia acústica de du-
ração inferior a um segundo e intervalos superiores a esse tempo. O limite de 
tolerância para ruído de impacto será de 130 Db. As atividades ou operações 
que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruídos de 
impacto superiores a 140 Db, medidos no circuito de resposta para impacto, ou 
superiores a 130 Db, medidos no circuito de resposta rápida, oferecerão risco 
grave e iminente. 
• Frio: baixas temperaturas podem provocar feridas, rachaduras, necrose da pele, en-
regelamento, além disso, agravar doenças reumáticas, acarretar a predisposição para 
acidentes, para doenças das vias respiratórias etc. 
• Calor: altas temperaturas podem provocar desidratação, erupção de pele, câim-
bras, fadiga física, distúrbios psiconeuróticos, insolação etc. De acordo com a NR 
15, anexo 3, a exposição ao calor deve ser avaliada por meio do “Índice de Bulbo 
Úmido – Termômetro de Globo” (IBUTG). As medições devem ser efetuadas no local 
onde o trabalhador permanece, à altura da região do corpo mais atingida, e os períodos 
de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
• Vibrações: na indústria, é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem 
vibrações nocivas ao trabalhador. Tais vibrações podem ser: 
• Localizadas: (em certas partes do corpo) são provocadas por ferramentas ma-
nuais elétricas e pneumáticas.
• Generalizadas: (no corpo inteiro) lesões em operadores de grandes máquinas 
como motoristas de caminhões, ônibus e tratores. 
Para evitar ou minimizar as consequências das vibrações, é recomendado o revezamento 
dos trabalhadores expostos aos riscos, para, dessa forma, terem menor tempo de exposição.
21Doenças Ocupacionais
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Riscos químicos, 
físicos e biológicos
• Pressões Anormais: Nos ambientes de trabalho existem dois tipos de pressões normais 
que prejudicam a saúde dos trabalhadores, a pressão hiperbárica e a hipobárica. 
• Pressãohiperbárica: quando o ser humano está sujeito a pressões maiores que a 
pressão atmosférica. 
• Pressão hipobárica: quando o ser humano está sujeito a pressões menores que a 
pressão atmosférica. 
• Radiações: no dia a dia, estamos expostos a radiações de todos os tipos, sejam prove-
nientes de produtos de nosso uso ou da luz solar. As radiações podem ser classificadas 
em dois grupos, não ionizantes e ionizantes.
• Radiações não ionizantes: são aquelas que não produzem ionizações, ou seja, não 
possuem energia capaz de produzir emissão de elétrons de átomos ou moléculas 
com os quais interagem. Exemplo: Radiação ultravioleta (proveniente da luz so-
lar) e Radiação Infravermelha (proveniente de operação em fornos, de solda elé-
trica, de micro-ondas etc.). Seus efeitos são perturbações visuais, queimaduras, 
lesões de pele etc. 
• Radiações ionizantes: são aquelas que se caracterizam pela habilidade de io-
nizar átomos da matéria com que interagem. Os operadores de Raios X e de 
Radioterapia estão frequentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode 
afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas. 
Exemplos: Radiação alfa, beta, gama e Raios X.
As medidas de controle incluem: isolamento da fonte de radiação, fornecimento de EPI 
adequado ao risco, exames periódicos etc. 
ATIVIDADES 
1. Quais os objetivos principais dos profissionais especializados em Engenharia de Segurança 
e Medicina do Trabalho?
2. Quais os dois fatores utilizados pela Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho 
que fazem parte da Higiene Industrial e são muito comuns na avaliação do ambiente de 
trabalho?
22 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
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Riscos químicos, 
físicos e biológicos
3. Complete as lacunas do texto:
 É baseado na ______ Norma Regulamentadora que estudamos os critérios qualitativos dos 
riscos. Para essa NR, os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de 
trabalho são considerados _________________ que podem causar danos à saúde do traba-
lhador em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição. 
4. Complete as lacunas do texto:
 Os critérios quantitativos dos riscos são as intensidades (concentrações), do agente 
nocivo, superiores ao limite de tolerância que é estabelecido pela legislação, expondo, 
dessa forma, a integridade física e psíquica do trabalhador em suas atividades. A ______ 
Norma Regulamentadora prevê a caracterização da ________________ por meio de ava-
liação quantitativa. 
REFERÊNCIAS 
BARSANO, Paulo Roberto. Segurança do Trabalho: guia prático e didático.São Paulo: Érica, 2014.
NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e saúde no trabalho: Normas Regulamentadoras 10 a 19. 2 ed. rev. e atual. São 
Paulo: Método, 2014. v. 2.
SEGURANÇA e Medicina do Trabalho. São Paulo: Rideel, 2013. Obra coletiva de autoria da editora Rideel
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e 
Tecnologia. Classificação de risco dos agentes biológicos. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.
RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES 
1. Proporcionar ao trabalhador um ambiente de trabalho saudável e garantir a sua inte-
gridade física e psíquica.
2. Critérios qualitativos e quantitativos dos riscos.
3. É baseado na 9.ª Norma Regulamentadora que estudamos os critérios qualitativos dos 
riscos. Para essa NR, os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes 
de trabalho são considerados riscos ambientais que podem causar danos à saúde do tra-
balhador em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição. 
23Doenças Ocupacionais
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Riscos químicos, 
físicos e biológicos
4. Os critérios quantitativos dos riscos são as intensidades (concentrações), do agente 
nocivo, superiores ao limite de tolerância que é estabelecido pela legislação, expondo, 
dessa forma, a integridade física e psíquica do trabalhador em suas atividades. A 15.ª 
Norma Regulamentadora (NR 15) prevê a caracterização da insalubridade por meio 
de avaliação quantitativa.
24 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
2
Riscos químicos, 
físicos e biológicos
25Doenças Ocupacionais
Aula
3Acidente do trabalho 
Acidente é qualquer fato inesperado e indesejado que interrompe o andamento normal de 
um acontecimento e pode gerar dano àquele que sofre a ação. Já o incidente é um fato indese-
jado e inesperado que não causa qualquer tipo de dano ao homem ou ao patrimônio. Assim, o 
acidente do trabalho é a junção desses fatores relacionados à atividade laboral.
Definição
 PARTE 1 DEFINIÇÃO E CONCEITO LEGAL
A palavra acidente tem origem latina – accidens, que significa acaso. Os acidentes podem 
ser o resultado de fatores ambientais, sociais, instrumentais, ou até mesmo de fatores humanos. 
Acidente é denominado como qualquer fato inesperado e indesejado que interrompe o 
andamento normal de um acontecimento e, quase sempre, causa um determinado dano na-
quele que sofre essa ação. Além disso, pode afetar e causar dano à integridade física ou ao 
patrimônio ou a ambos. 
Quando ocorre um evento inesperado e indesejado que interrompe o andamento normal 
de um acontecimento, mas não causa qualquer tipo de dano ao homem nem ao patrimônio, 
chamamos de incidente, ou seja, quase acidente. 
O acidente do trabalho é um evento indesejado, inesperado que tem como característica 
provocar lesão corporal ou perturbação funcional no trabalhador. Essas lesões podem ter como 
consequência a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho ou 
até mesmo a morte do trabalhador, conforme a gravidade e intensidade do acidente. 
Os acidentes de trabalho podem gerar uma série de reflexos sociais, ambientais, econômi-
cos e políticos para toda a sociedade. Mas, sem dúvida, o maior reflexo do acidente é o sofri-
mento do trabalhador e da família dele, além da morte.
É deste fator que surge a importância do Serviço especializado em Engenharia de Segurança 
e Medicina do Trabalho (SESMT). Mas, mesmo com todos os cuidados, quando ocorre um aci-
dente de trabalho numa organização provida de SESMT, condena-se a segurança do trabalho 
alegando que ela falhou. Ou seja, algo estava errado na política de segurança da empresa, pois 
o principal objetivo desses profissionais em parceria com a Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA) é prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho. 
26 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
3Acidente do trabalho 
Conceito legal
A Lei 8.213, de 24 de julho 1991, que discorre sobre os Planos de Benefícios da Previdência 
Social, define acidente do trabalho em seu art. 19:
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de 
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do 
art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a 
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada 
pela Lei Complementar 150, de 2015). (BRASIL, 1991)
Conforme citado nos incisos I e II do artigo 20 da mesma lei, também são considerados 
acidente de trabalho:
I. A doença profissional, entendida como a produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo 
Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
II. A doença do trabalho, entendida como a adquirida ou desencadeada em função de condi-
ções especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, e constante 
da respectiva relação mencionada no inciso I. (BRASIL, 1991)
A Lei 8.213/91, em seu art. 21, também equipara ao acidente de trabalho:
[...] I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contri-
buído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o 
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médicapara a sua recuperação, 
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) 
ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho, 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao traba-
lho, c) ato de imprudência, de negligencia ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de 
trabalho, d) o ato de pessoa privada do uso da razão, e) desabamento, inundação, incêndio e 
outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior, 
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua 
atividade, 
IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na 
execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa, b) na prestação 
espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro 
de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de lo-
comoção utilizado, inclusive de propriedade do segurado; acidente de trajeto: [...] o acidente 
27Doenças Ocupacionais
Aula
3Acidente do trabalho 
sofrido no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que 
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho, a lesão que, resultante 
de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do acidente ante-
rior. (BRASIL, 1991)
 PARTE 2 CONCEITO PREVENCIONISTA, CAUSAS E CAT
Conceito prevencionista
O conceito prevencionista não aborda somente o acidente do trabalho como uma causa de 
dano ao trabalhador ou patrimônio. Esse conceito trata, principalmente, de uma previsão ou 
antecipação de algum evento que, sob o olhar prevencionista dos profissionais envolvidos 
com a segurança do trabalho (SESMT e CIPA) na empresa, possa desencadear, por meio de 
diversos incidentes (quase acidente), uma pequena lesão, uma grave lesão, ou até mesmo um 
acidente fatal (morte do trabalhador). 
Num piso escorregadio, por exemplo, sob o olhar prevencionista, é possível prever diversos 
acidentes: um trabalhador escorrega no piso e não sofre nenhuma escoriação, nenhum dano (hou-
ve um incidente), mas outro funcionário pode escorregar no mesmo piso e sofrer graves lesões. 
A lesão não é a única consequência de um acidente. Não se pode considerar somente os 
eventos que geram lesões, que incapacitam ou matam o trabalhador. 
Quando se atua na prevenção dos incidentes (quase acidentes), se diminui drasticamente a 
possibilidade de ocorrerem acidentes com lesões graves ou fatais. 
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT)
CAT é a Comunicação de Acidente de Trabalho feita pela empresa à Previdência Social, 
dentro do prazo legal, independentemente de ter havido afastamento ou não do trabalhador. 
Além de ser uma obrigação legal do empregador, a CAT também serve para fins estatísticos. 
Conforme disposto nos artigos 22 e 23 da Lei 8.213, de 24 de julho 1991, que trata sobre 
os Planos de Benefícios da Previdência Social:
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho 
à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, 
de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e 
28 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
3Acidente do trabalho 
o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, 
aplicada e cobrada pela Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar 150, de 
2015). (BRASIL, 1991) 
O Manual de Instruções para Preenchimento da Comunicação de Acidente do Trabalho 
(CAT) tem por objetivo assegurar que a CAT seja corretamente preenchida para a Previdência 
Social, de tal forma que auxilie os profissionais mais leigos no assunto durante tal preenchimento. 
Em face dos aspectos legais envolvidos, segundo Barsano (2014), recomenda-se que sejam 
tomadas algumas precauções para o preenchimento da CAT, entre elas: 
• não assinar a CAT em branco;
• ao assinar a CAT, verificar se todos os itens de identificação foram devidamente 
preenchidos; 
• o atestado médico da CAT é de competência única e exclusiva do médico; 
• o preenchimento deve ser feito à máquina ou em letra de forma, de preferência com 
caneta esferográfica; 
• não conter emendas ou rasuras, evitar deixar campos em branco; 
Apresentar a CAT impressa em papel, em duas vias, ao INSS, o qual irá reter a primeira via 
e observará a destinação das demais vias. 
Causas dos acidentes de trabalho
Ainda que as causas dos acidentes de trabalho sejam variáveis e complexas, há três fatores 
que diretamente ou indiretamente atuam no desencadeamento de qualquer acidente: os atos 
inseguros, as condições inseguras e o fator pessoal de insegurança. 
• Atos inseguros: são os atos do trabalhador, sejam voluntários ou involuntários, que ocor-
rem por negligência, imprudência ou imperícia e desencadeiam um determinado acidente. 
• Condições inseguras: são os fatores ambientais de risco a que o trabalhador está 
exposto, sendo que ele não exerce nenhuma influência para que o acidente ocorra. 
• Fator pessoal de insegurança: quando o trabalhador executa suas tarefas laborais 
sem experiência, ou com má vontade, más condições físicas etc. 
29Doenças Ocupacionais
Aula
3Acidente do trabalho 
O acidente de trabalho é abordado pela segurança do trabalho sob dois enfoques: o concei-
to prevencionista e o conceito legal. 
Investigação do acidente de trabalho
Os acidentes de trabalho são eventos indesejados que, na maioria das vezes, deixam, no 
trabalhador, diversas sequelas permanentes ou não. 
No conceito prevencionista, utiliza-se da prevenção para que nunca aconteça um acidente 
de trabalho. Ainda assim, se o acidente acontecer, a CIPA com assessoria do SESMT, por meio 
dos seus conhecimentos técnicos, deve estudar a origem do acidente para posteriormente adotar 
medidas de que garantam a não ocorrência de outro acidente semelhante. 
Habilitação e reabilitação profissional
A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário 
incapacitado, parcial ou totalmente, para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os 
meios para a (re) educação de (re) adaptação profissional e social indicados para participar 
do mercado de trabalho e do contexto em que vive. 
Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação profissional, auxílio para tratamento 
ou exame fora do domicílio do beneficiário, conforme dispuser o regulamento.
Concluído o processo de habilitação e reabilitação social e profissional, a Previdência 
Social emitirá certificado individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo 
beneficiário; isso não impede que esse exerça outra atividade para a qual se capacitar. 
A empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus 
cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência. A obrigatoriedade 
das vagas de pessoas habilitadas segue a seguinte proporção:
• I. até 200 empregados – 2%
• II. de 201 a 500 – 3%
• III. de 501 a 1.000 – 4%
• IV. de 1.001 em diante – 5% 
30 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
3Acidente do trabalho 
A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de contrato por 
prazo determinado de mais de 90 dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só 
poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante.
ATIVIDADES 
1. Cite a diferença entre acidente e incidente.
2. O que é acidente do trabalho?
3. No que consiste o conceito prevencionista?
4. Qual documento é direcionado à Previdência Social para comunicar algum acidente de 
trabalho?
REFERÊNCIAS 
BARSANO, Paulo Roberto. Segurançado trabalho: guia prático e didático. São Paulo: Érica, 2014. v. 2.
NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e Saúde no Trabalho. Normas Regulamentadoras 10 a 19. Volume 2. 2 ed. 
rev. e atual – São Paulo: Método, 2014. 
Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Rideel, 2013. Obra coletiva de autoria da editora Rideel.
BRASIL. Lei 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 jul. 1991. Disponível em: . Acesso em: 18 fev. 2016.
RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES 
1. Acidente é denominado como qualquer fato inesperado e indesejado que interrompe o 
andamento normal de um acontecimento e, quase sempre, causa um determinado dano 
àquele que sofreu essa ação. 
 Quando ocorre um evento inesperado e indesejado, que interrompe o andamento nor-
mal de um acontecimento, mas não causa qualquer tipo de dano ao homem nem ao 
patrimônio, chamamos de incidente, ou seja, quase acidente. 
31Doenças Ocupacionais
Aula
3Acidente do trabalho 
2. O Acidente do trabalho é um evento indesejado e inesperado que tem como caracterís-
tica provocar lesão corporal ou perturbação funcional no trabalhador. 
3. Esse conceito trata, principalmente, de uma previsão ou antecipação de algum evento 
(prevenção).
4. CAT é a Comunicação de Acidente do Trabalho feita pela empresa à Previdência 
Social, dentro do prazo legal, independentemente de ter havido afastamento ou não 
do trabalhador. Além de ser uma obrigação legal do empregador, a CAT também serve 
para fins estatísticos. 
32 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
3Acidente do trabalho 
33Doenças Ocupacionais
Aula
4Riscos ergonômicos 
A NR 17 visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho 
às características psicofisiológicas dos trabalhadores de modo a proporcionar um máximo de 
conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos rela-
cionados ao levantamento de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições ambien-
tais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
 PARTE 1 DEFINIÇÃO E LEVANTAMENTO DE CARGA
Sabe-se que o objetivo principal da ergonomia é a adaptação do trabalho ao homem. Para 
que seja feita uma avaliação das condições de trabalho, cabe ao empregador realizar a análise 
ergonômica do trabalho para que as mínimas condições de trabalho sejam cumpridas. 
O empregador deve fornecer um ambiente com boas condições de trabalho e, além disso, 
tem a obrigação de preservar a integridade física e psíquica de seus funcionários, melhorando 
seus postos de trabalho, proporcionando maquinários e móveis que favoreçam a comodidade de 
trabalho para os profissionais e evitando as doenças ocupacionais e doenças do trabalho. 
Os riscos ergonômicos são gerados pela ausência ou inadequação do trabalho ao homem, 
tendo como consequências problemas psicofisiológicos dos trabalhadores, assim como redução 
da qualidade do trabalho, da segurança e da produtividade. 
São considerados riscos ergonômicos: 
• esforço físico intenso;
• levantamento e transporte, manual, inadequados de carga;
• mobiliário inadequado;
• uso de equipamentos de forma inadequada;
• condições ambientais inadequadas;
• exigência de postura inadequada na realização da tarefa;
• organização inadequada do trabalho;
• produtividade controlada com imposição de ritmo de trabalho;
34 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
4Riscos ergonômicos 
• dupla jornada de trabalho ou jornada prolongada;
• repetitividade;
• monotonia;
• outras situações que causem estresse físico e/ou psicológico. 
Esses riscos podem ser facilmente detectados através de uma análise ergonômica do traba-
lho que pondera cada item da NR 17, buscando conformidade com a legislação e com a segu-
rança e saúde do trabalhador. 
Levantamento de peso
Quando se trata do levantamento, transporte e manuseio de cargas, as tarefas devem sem-
pre estar em conformidade com as regras que definem a infraestrutura, as condições e os equi-
pamentos adequados para determinado tipo de trabalho. 
Quando um peso de carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, tanto no mo-
mento de levantar quanto no de depositar a carga, chamamos isso de transporte manual de carga. 
O transporte manual regular de carga é aquele em que a atividade é realizada de maneira 
contínua ou que, mesmo descontínua, inclui o transporte manual de cargas. 
Não pode ser exigido ou admitido o transporte de uma carga que tenha peso suscetível de 
comprometer a saúde ou a segurança do trabalhador. Os trabalhadores que estejam submetidos 
a um transporte de carga que não seja leve, devem ser treinados quanto aos métodos de trabalho 
que devem utilizar, aprendendo, dessa forma, os meios técnicos apropriados para o transporte 
de cargas com o principal objetivo de prevenir acidentes, além de salvaguardar a sua vida. 
Para os trabalhadores jovens (aqueles com idade inferior a 18 anos e superior a 14 anos) 
e para as mulheres, o peso máximo das cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admi-
tido para os homens adultos, para, assim, não comprometer a saúde ou a segurança desses 
empregados.
Independente do tipo de atividade realizada, erguer uma carga pode ser prejudicial a 
partir do momento em que o trabalhador não respeita suas próprias limitações e capacidades 
fisicas. Ao se erguer uma carga, a parte do corpo mais sobrecarregada pela postura inadequa-
da é a coluna. 
35Doenças Ocupacionais
Aula
4Riscos ergonômicos 
O levantamento, transporte e descarga de materiais feitos por impulsão ou tração oupor 
qualquer outro aparelho/equipamento mecânico deve ser executado de forma que o esforço 
fisico do trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não venha comprometer 
sua saúde e segurança. 
 PARTE 2 MOBILIÁRIO, EQUIPAMENTOS E 
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Mobiliário 
O trabalhador deve estar inserido em um posto de trabalho que foi projetado e adaptado 
para ele, considerando as ações necessárias para o cumprimento da tarefa e, principalmente, a 
segurança e conforto do trabalhador. 
Independente de o trabalho precisar ser realizado com o trabalhador sentado ou em pé, os 
móveis devem lhe proporcionar boa postura, operação e visualização, atendendo aos requisitos 
mínimos estipulados na NR 17.3.2 (para bancadas) e NR 17.3.3 (para assentos): 
NR 17.3.2
a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, 
com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequa-
dos dos segmentos corporais.
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos esta-
belecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem 
ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados 
entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiarida-
des do trabalho a ser executado.
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos 
mínimos de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. 
(NR 17, 1978)
Quando uma atividade é realizada com o trabalhador sentado, pode-se exigir suporte de 
apoio para os pés, conforme a necessidade no posto de trabalho apontada por meio de um rela-
tório de análise ergonômica. E para os trabalhos realizados com o trabalhador em pé, devem ser 
36 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
4Riscos ergonômicos 
fornecidos assentospara descanso nos momentos de pausa. 
Essa adaptação às características e capacidades do trabalhador visa favorecer o seu bem-
-estar físico e mental, eliminando ao máximo os fatores causadores de desconfortos e de estres-
se e garantindo, ainda, a produtividade do sistema.
O dimensionamento adequado é fundamental para o sucesso e eficiência do trabalhador que 
vai ocupar determinado posto. O posto de trabalho deve ser adaptado e dimensionado de for-
ma que a maioria de seus usuários tenha uma postura que garanta conforto e segurança.
Equipamentos e treinamento de uso
Considerando que, segundo a NR 17, todos os equipamentos que compõem um posto de tra-
balho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza 
do trabalho a ser executado, algumas medidas devem ser tomadas para auxiliar nessa adequação.
Quando o trabalho envolve leitura de documentos para digitar, o trabalhador deve receber 
um suporte para documentos ajustável, com documento de fácil legibilidade, evitando movi-
mentação frequente do pescoço e fadiga visual. 
Quando se trata de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo, indica-se 
que possa ser realizado ajuste da tela, com teclado independente e ajustável, com suporte posi-
cionado corretamente e com altura ajustável. 
Os equipamentos de trabalho devem estar sempre bem posicionados e devem ser ajustáveis 
conforme as necessidades do trabalhador, garantindo, assim, que eles sejam adaptados ao posto 
de trabalho e às características do trabalhador.
É importante que os trabalhadores saibam como utilizar os equipamentos de forma correta 
e que tornem a postura ergonomicamente eficiente. Eles devem ser treinados e orientados para 
que saibam cuidar da sua postura no seu posto de trabalho. 
Organização do trabalho
A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos traba-
lhadores e à natureza do trabalho a ser executado, levando em consideração, no mínimo:
a) as normas de produção – são todas as normas, escritas ou não, explícitas ou implícitas, 
que o trabalhador deve seguir para realizar a tarefa.
37Doenças Ocupacionais
Aula
4Riscos ergonômicos 
b) o modo operatório – designa as atividades ou operações que devem ser executadas 
para se atingir o resultado final desejado, ou seja, o objetivo da tarefa. Ele pode ser 
prescrito (ditado pela empresa) ou real (o modo particular adotado pelo trabalhador 
para fazer face à variabilidade acima mencionada). Varia conforme a matéria prima. 
c) a exigência de tempo – expressa o quanto deve ser produzido em um determinado 
tempo sob imposição.
d) a determinação do conteúdo de tempo – permite evidenciar quanto tempo se gasta 
para realizar uma subtarefa ou cada uma das atividades necessárias à tarefa.
e) o ritmo de trabalho – é a maneira como as cadências são ajustadas ou arranjadas; pode ser 
livre (indivíduo tem autonomia na cadência) ou imposto (máquinas, linhas de produção).
f) o conteúdo das tarefas – designa o modo como o trabalhador recebe as condições de 
seu trabalho, por exemplo, estimulante, socialmente importante, monótono ou aquém 
de suas capacidades.
Segundo a NR 17.6.3, para garantir o cuidado com a saúde do trabalhador, nas atividades 
que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros su-
periores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e van-
tagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos 
trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso; 
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 
(quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de 
produção vigentes na época anterior ao afastamento.
Os trabalhadores não podem ser avaliados e remunerados conforme realização da sua tarefa em 
tempo determinado. Ou seja, ritmos de trabalho não podem ser impostos a título de remuneração. 
ATIVIDADES 
1. Cite alguns riscos ergonômicos.
38 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
4Riscos ergonômicos 
2. Como o empregador pode detectar riscos ergonômicos?
REFERÊNCIAS 
BARSANO, Paulo Roberto. Segurança do Trabalho: Guia Prático e Didático. São Paulo: Érica, 2014.
NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e saúde no trabalho. Normas Regulamentadoras 10 a 19. 2 ed. rev. e atual. São 
Paulo: Método, 2014. v. 2.
Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Rideel, 2013. Obra coletiva de autoria da editora Rideel
RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES 
1. São considerados riscos ergonômicos: 
• esforço físico intenso;
• levantamento e transporte, manual, inadequados de carga;
• mobiliário inadequado;
• uso de equipamentos de forma inadequada;
• condições ambientais inadequadas;
• exigência de postura inadequada na realização da tarefa;
• organização inadequada do trabalho;
• produtividade controlada com imposição de ritmo de trabalho;
• dupla jornada de trabalho ou jornada prolongada;
• repetitividade;
• monotonia;
• outras situações que causem estresse físico e/ou psicológico. 
39Doenças Ocupacionais
Aula
4Riscos ergonômicos 
2. Esses riscos podem ser facilmente detectados por meio de uma análise ergonômica do 
trabalho, que pondera cada item da NR 17, buscando conformidade com a legislação 
e com a segurança e saúde do trabalhador. 
40 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
4Riscos ergonômicos 
41Doenças Ocupacionais
Aula
5
Condições de fadiga 
e estresse
Fadiga e estresse são fatores que afetam os trabalhadores de forma variada e possuem efei-
to cumulativo. O ambiente de trabalho, assim como sua organização, influencia diretamente a 
ocorrência desses fatores e geram consequências físicas e mentais que podem acarretar até mes-
mo na diminuição da qualidade e produtividade, além dos prejuízos à saúde e às características 
psicofisiológicas dos trabalhadores.
 PARTE 2 FADIGA
A fadiga (cansaço físico e mental) é o efeito de um trabalho que é contínuo e, dessa for-
ma, provoca uma redução considerável da capacidade do organismo e também uma diminuição 
da qualidade de trabalho, afetando diretamente a produtividade. Para que se tenha fadiga, existe 
uma série de fatores associados, cujos efeitos são cumulativos. 
Em primeiro lugar estão os fatores fisiológicos que estão relacionados com a intensidade 
e duração do trabalho físico e mental. Posteriormente, têm-se os fatores psicológicos, como a 
falta de motivação e monotonia (ambiente uniforme com falta de estímulo). Os fatores ambien-
tais e sociais também podem influenciar no processo de fadiga, como, por exemplo, ilumina-
ção, ruídos, temperaturas e o relacionamento com os colegas e com o chefe.
FATORES DE RISCO:
Movimentos repetitivos?
Monotonia: acúmulo de tarefas 
desinteressantes
Ritmo de trabalho intenso?
Necessidade de �car parado, em pé
durante muito tempo seguido?
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32
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FATORES DE RISCO:
Moveis e equipamentos
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Cobrança contínua para
manter a produtividade?
Di�culdade de interromper
o trabalho?
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Figura 1 – Fatores de risco
Os mecanismos que são causadores da fadiga são diversos, mas as consequências podem 
ser comuns. Uma pessoa fatigada pode ter redução nos padrões de segurança. A força, velo-
cidade e precisão dos movimentos tende a ser reduzida, ou seja, o desempenho vai piorando. 
Tarefas com excesso de carga mental ou com sobrecarga podem acelerar o processo de fadiga.
42 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
5
Condições de fadiga 
e estresse
Segundo Lida (2005), a sobrecarga ocorre quando as solicitações feitas sobre o indiví-
duo excedem a capacidade de resposta do mesmo, e isso depende do grau de liberdade que o 
operador dispõe para resolver o problema,da estratégia adotada para solucionar o problema e 
também dos conhecimentos e habilidades individuais. Há grandes diferenças individuais em 
relação à sobrecarga. 
Intensidade e duração
da atividade física
e mental
Ambiente Físico Ritmos Biológicos
Comportamentos
Psicossomáticos
RECUPERAÇÃO
Nutrição
“Nível” de fadiga
“Válvula de escape”
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Figura 2 – Barril de Fadiga
A fadiga fisiológica é reversível quando não ultrapassa os limites e quando é permitido que 
o corpo se recupere por meio de pausas durante as atividades de trabalho. Quando a fadiga é 
crônica, ela não é aliviada mesmo com as pausas e acaba tendo um efeito cumulativo. A fadiga 
crônica normalmente está associada a frustrações e problemas pessoais, as quais possuem cau-
sas complexas e não exclusivamente ligada às situações do trabalho. 
A fadiga psicológica envolve o componente emocional, dessa forma, traz sintomas mais 
dispersos, ou seja, eles não se manifestam de forma localizada. Os sintomas aparecem de forma 
ampla, como cansaço geral, aumento de irritabilidade, desinteresse etc. 
Há diferenças individuais que influenciam no aparecimento da fadiga, desde as diferenças 
físicas, os treinamentos, até as psicológicas, por exemplo, a personalidade e confiança. 
Para auxiliar no processo de recuperação de fadiga e reduzir a ocorrência de suas conse-
quências, é importante a inserção de pausas no trabalho, principalmente nas atividades que exi-
gem maior esforço muscular ou, ainda, nas que o ambiente é desfavorável (altas temperaturas, 
excesso de ruídos etc.).
43Doenças Ocupacionais
Aula
5
Condições de fadiga 
e estresse
Um trabalhador motivado produz mais e melhor, sofrendo menos os efeitos da monotonia 
e da fadiga. Além disso, ele nem precisa ser supervisionado, pois procura por si mesmo resolver 
seus problemas e alcançar seus objetivos. Dois aspectos são importantes na motivação: o salário 
e o reconhecimento.
 PARTE 2 ESTRESSE
Hoje em dia é muito comum a ocorrência de estresse ligado ao trabalho. Os trabalhadores 
vivem constantemente em situações de estresse. O avanço tecnológico, o aumento de competi-
ção, as rápidas transformações, a pressão de consumo, a ameaça de perder o emprego e outras 
dificuldades do dia a dia são situações às quais os trabalhadores têm sido expostos diariamente. 
As causas do estresse são muito variadas e possuem efeito cumulativo. O ambiente que 
traz muitas exigências físicas e mentais pode gerar estresse e se agrava ainda mais nos trabalha-
dores que têm conflitos com a chefia ou problemas familiares associados. 
As principais causas que podem provocar o estresse são:
• conteúdo do trabalho (pressão no ritmo de trabalho);
• sentimento de incapacidade (sensação de incapacidade para se atender à demanda);
• pressões econômico-sociais (dinheiro para pagar as contas);
• condições de trabalho (condições físicas desfavoráveis);
• fatores organizacionais (horário de trabalho, hora extra, carreira, salário, comporta-
mento de chefes e supervisores).
Figura 3 – Sintomas do estresse 
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Dores de cabeça Preocupação
Propensão
a acidentes
Perda de apetite
Desinteresse sexual
Alcoolismo
Fumo
Inquietude
Insônia
Raciocínio confuso
na avaliação
Pesadelos
Negatividade
Indecisão
Decisões
apressadas
Infecções
Músculos tensionados
Distensões musculares
Fadiga
Irritações na pele
Falta de ar
Perda de 
con�ança
Mais ansiedade
Irritabilidade
Depressão
Apatia
Alienação
Medo
CORPO MENTE
EMOÇÕES
ESTRESSE
COMPORTAMENTO
44 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
5
Condições de fadiga 
e estresse
Para exemplificar a ocorrência desses fatores no aparecimento do estresse, podemos fazer 
uma analogia com uma caixa d´água que possui diversas torneiras despejando água até que chega 
o momento em que essa água irá entornar. Isso equivale ao aparecimento de doenças do estresse. 
Naturalmente, não é necessária a ocorrência de todos esses fatores para o surgimento do estresse. 
Dependendo da pessoa, uma causa pode ter maior influência que a outra.
Conteúdo de
trabalho
Sentimento de
incapacidade
N
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tr
es
se
Condições de
trabalho
Fatores
organizacionais
Pressões
econômico-sociais
Doenças do
estresse
Sintomas do
estresse
Figura 4 – Nível do estresse 
(I
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A
, 2
00
5 
p.
 3
81
)
Uma das maiores causas de estresse dos trabalhadores está, ainda, na dificuldade para se 
realizar o próprio trabalho. 
As pessoas estressadas possuem alterações nítidas em seu comportamento. Há uma perda de 
autoestima e autoconfiança que levam a pessoa a descuidar até mesmo da aparência e da higiene 
pessoal. De início, podem-se ter noites mal dormidas que envolvem a insônia, o uso exagerado 
de bebida ou cigarro e atitudes mais agressivas. O corpo vai ficando cada vez mais vulnerável a 
doenças variadas, como as cardiovasculares, gastrointestinais e até mesmo as dores musculares. 
45Doenças Ocupacionais
Aula
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Condições de fadiga 
e estressePrincipais sinais 
de estresse
Dores de cabeça
Insônia
Garganta seca
Dores musculares
Dentes rangendo
Fadiga
Dor no peito
Indigestão
Transpiração
exagerada
Constipação
ou
diarréia
Falta de ar
Taquicardia
Pressão alta
Mãos frias
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Figura 5 – Principais sinais de estresse
Mesmo que o estresse afete as pessoas de formas diferentes, existem medidas que podem 
auxiliar na sua redução, por exemplo:
• Redesenho dos postos de trabalho – visando à melhor postura do trabalhador, para 
que o trabalho se adapte às características antropométricas do trabalhador e facilite os 
movimentos corporais;
• exercícios de relaxamento – prática de ginástica laboral e exercícios para relaxar;
• contatos sociais – evitar isolamento dos trabalhadores;
• treinamento – treinamento das habilidades específicas do cargo. 
ATIVIDADES 
1. Defina fadiga.
2. Quais os efeitos do estresse no trabalhador?
3. Quando ocorre sobrecarga no ambiente de trabalho?
46 Direito Aplicado a Segurança no Trabalho
Aula
5
Condições de fadiga 
e estresse
REFERÊNCIAS 
LIDA, Itiro. Ergonomia Projeto e Produção. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Blucher, 2005.
RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES 
1. A fadiga (cansaço físico e mental) é o efeito de um trabalho que é contínuo e, dessa 
forma, provoca uma redução considerável da capacidade do organismo e também uma 
diminuição da qualidade de trabalho, afetando diretamente a produtividade.
2. As pessoas estressadas possuem alterações nítidas em seu comportamento. Há uma 
perda de autoestima e autoconfiança que levam a pessoa a descuidar da aparência 
e dos higiene pessoal. De início, pode-se ter noites mal dormidas que envolvem a 
insônia, uso exagerado de bebida ou cigarro e atitudes mais agressivas. O corpo vai 
ficando cada vez mais vulnerável a doenças variadas, como as cardiovasculares, gas-
trointestinais e até mesmo as dores musculares. 
3. Sobrecarga ocorre quando as solicitações feitas sobre o indivíduo excedem a capaci-
dade de resposta do mesmo.
47Doenças Ocupacionais
Aula
6
Doenças ocupacionais 
frequentes 
As doenças ocupacionais estão relacionadas ao trabalho e às suas condições ambientais, er-
gonômicas e organizacionais. Conforme o tipo de atividade e exposição, doenças respiratórias, 
intoxicações, dermatoses, doenças osteomusculares e até mesmo a surdez ocupacional podem 
acometer os trabalhadores. A prevenção deve ser a prioridade dos empregadores, para garantir 
as condições de saúde e segurança do trabalhador.
 PARTE 1 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS, INTOXICAÇÕES E DERMATOSES
Doença ocupacional pode

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