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Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Saraiva. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. ISBN 9788553618019 Almeida, Fabricio Bolzan de Direito do consumidor esquematizado / Fabricio Bolzan de Almeida. - Coleção esquematizado® / coordenador Pedro Lenza – 8. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. 920 p. Bibliografia 1. Defesa do consumidor – Legislação - Brasil I. Título. II. Lenza, Pedro. 20-0127 CDD 340 Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Direito do consumidor 34:366(81)(094.46) Direção executiva Flávia Alves Bravin Direção editorial Renata Pascual Müller Gerência editorial Roberto Navarro Gerência de produção e planejamento Ana Paula Santos Matos Gerência de projetos e serviços editoriais Fernando Penteado Consultoria acadêmica Murilo Angeli Dias dos Santos Planejamento Clarissa Boraschi Maria (coord.) Novos projetos Melissa Rodriguez Arnal da Silva Leite Edição Liana Ganiko Brito Catenacci Produção editorial Verônica Pivisan Reis Arte e digital Mônica Landi (coord.) | Amanda Mota Loyola | Camilla Felix Cianelli Chaves | Claudirene de Moura Santos Silva | Deborah Mattos | Fernanda Matajs | Guilherme H. M. Salvador | Tiago Dela Rosa | Verônica Pivisan Reis Planejamento e processos Clarissa Boraschi Maria (coord.) | Juliana Bojczuk Fermino | Kelli Priscila Pinto | Marília Cordeiro | Fernando Penteado | Mônica Gonçalves Dias | Tatiana dos Santos Romão Projetos e serviços editoriais Juliana Bojczuk Fermino | Kelli Priscila Pinto | Marília Cordeiro | Mônica Gonçalves Dias | Tatiana dos Santos Romão Diagramação (Livro Físico) Know-How Editorial Revisão Know-How Editorial Capa Aero Comunicação/Danilo Zanott Livro digital (E-pub) Produção do e-pub Guilherme Henrique Martins Salvador Data de fechamento da edição: 13-12-2019 Dúvidas? Acesse sac.sets@somoseducacao.com.br mailto:sac.sets@somoseducacao.com.br SUMÁRIO HISTÓRICO DA OBRA AGRADECIMENTOS METODOLOGIA ESQUEMATIZADO NOTA DO AUTOR À 8ª EDIÇÃO PREFÁCIO 1. O DIREITO DO CONSUMIDOR 1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO CONSUMIDOR 1.1.1. A importância das revoluções industrial e tecnológica 1.1.2. A quebra com o paradigma do direito civil clássico 1.1.3. A intervenção estatal 1.1.4. Citações históricas do direito do consumidor 1.1.5. A importância da revolução da informática e da globalização 1.1.6. Maneiras de introduzir o direito do consumidor 1.2. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DO DIREITO DO CONSUMIDOR 1.2.1. Mandamentos constitucionais de defesa do consumidor 1.2.2. O direito do consumidor como direito fundamental 1.2.3. O direito do consumidor como princípio da ordem econômica 1.2.4. O ADCT e a codificação do direito do consumidor 1.3. CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 1.3.1. O CDC como lei principiológica 1.3.2. O CDC como norma de ordem pública e interesse social 1.3.3. O CDC como microssistema multidisciplinar 1.4. DIÁLOGO DAS FONTES 1.4.1. Rompimento com os critérios clássicos de resolução de conflito aparente de normas 1.4.2. A visão da doutrina alemã 1.4.3. Os tipos de “diálogo” existentes 1.4.4. O diálogo das fontes e a jurisprudência superior 1.5. QUESTÕES 2. RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO 2.1. VISÃO GERAL SOBRE A RELAÇÃO JURÍDICA E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 2.1.1. Relação social vs. relação jurídica 2.1.2. Definição de relação jurídica de consumo 2.1.3. Elementos subjetivos e objetivos da relação jurídica de consumo 2.1.4. Elemento teleológico da relação jurídica de consumo 2.1.5. Elementos conformadores da relação de consumo à luz do consumidor-vulnerável 2.1.6. Dimensão coletiva das relações de consumo 2.1.7. A relação jurídica de consumo e o fim da dicotomia entre responsabilidade contratual e extracontratual 2.1.8. Internacionalização das relações de consumo 2.1.8.1. A visão do STJ sobre a relação de consumo internacional 2.2. CONSUMIDOR COMO SUJEITO DA RELAÇÃO DE CONSUMO 2.2.1. Conceito de consumidor em sentido estrito 2.2.1.1. O conceito econômico de consumidor adotado pelo CDC 2.2.1.2. Consumidor destinatário final 2.2.1.3. O conceito de consumidor na interpretação da teoria finalista 2.2.1.4. O conceito de consumidor na interpretação da teoria maximalista 2.2.1.5. A pessoa jurídica como consumidora na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça — teoria finalista atenuada/mitigada/aprofundada 2.2.1.6. Aplicação analógica do art. 29 do CDC: uma crítica ao finalismo atenuado 2.2.1.7. Bens de consumo vs. bens de produção 2.2.1.8. O conceito em sentido estrito de consumidor no direito comparado 2.2.1.9. Administração pública como consumidora final 2.2.2. Conceito de consumidor por equiparação: abordagem introdutória 2.2.3. A coletividade de pessoas como consumidora por equiparação 2.2.3.1. Abrangência da expressão “haja intervindo nas relações de consumo” 2.2.3.2. O profissional como integrante do conceito de coletividade de pessoas 2.2.3.3. Fundamento da tutela coletiva do consumidor 2.2.4. As vítimas do evento danoso como consumidoras por equiparação 2.2.4.1. O bystander da doutrina norte-americana 2.2.4.2. Pressuposto da equiparação: garantia vinculada ao produto/serviço 2.2.5. As pessoas expostas às práticas comerciais e contratuais como consumidoras por equiparação 2.2.5.1. A mera exposição como requisito suficiente 2.2.5.2. A empresa consumidora e a importância do art. 29 do CDC 2.3. FORNECEDOR COMO SUJEITO DA RELAÇÃO DE CONSUMO 2.3.1. Pessoa física fornecedora 2.3.2. Pessoa jurídica fornecedora 2.3.3. Entes despersonalizados como fornecedores 2.3.4. Habitualidade vs. profissionalismo no conceito de fornecedor 2.3.5. O mercado de consumo como elemento conceitual de fornecedor 2.3.6. O fornecedor “equiparado” 2.3.6.1. Fornecedor equiparado no Estatuto do Torcedor 2.4. PRODUTO COMO OBJETO DA RELAÇÃO DE CONSUMO 2.4.1. Bens móveis e imóveis 2.4.2. Bens materiais e imateriais — as relações envolvendo a internet — uma análise da Lei n. 12.965, de 2014 (Marco Civil da Internet), do Decreto n. 8.771, de 2016, e do Decreto n. 7.962, de 2013, que dispõem sobre a contratação no comércio eletrônico 2.4.3. Bens duráveis e não duráveis 2.4.4. Amostra grátis 2.4.5. Definição de produto no direito comparado 2.5. SERVIÇO COMO OBJETO DA RELAÇÃO DE CONSUMO 2.5.1. Exigência de remuneração 2.5.2. A exclusão das relações trabalhistas 2.5.3. Os serviços bancários como objeto da relação de consumo 2.6. RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO — CASOS ESPECIAIS 2.6.1. Da existência de relação jurídica de consumo em casos especiais 2.6.1.1. Relação entre entidade de previdência privada e seus participantes 2.6.1.2. Relação entre bancos de sangue e doador 2.6.1.3. Relação entre emissora de TV e telespectador 2.6.1.4. Relação entre cooperativa de assistência à saúde e filiados e a nossa crítica sobre a exclusão dos planos de saúde geridos pelo sistema de autogestão 2.6.1.5. Relação entre agente financeiro do Sistema de Habitação — SFH — e mutuário 2.6.1.6. Relação entre sociedade civil sem fins lucrativos e associados 2.6.1.7. Relação entre empresa de corretagem de valores e títulos mobiliários e seus clientes 2.6.2. Da inexistência de relação jurídica de consumo em casos especiais 2.6.2.1. Relação entre associações desportivas e condomínios com os respectivos associados e condôminos 2.6.2.2. Relação entre atividade bancária e os beneficiários do crédito educativo 2.6.2.3. Relação entre advogado e cliente 2.6.2.4. Relação entre locador e locatário de imóveis 2.6.2.5. Relação envolvendo contrato de edificação por condomínio 2.6.2.6. Relação entre franqueador e franqueado 2.6.2.7. Relação entre seguro obrigatório DPVAT e beneficiário 2.7. QUESTÕES 3. SERVIÇO PÚBLICO E INCIDÊNCIA DO CDC 3.1. QUESTIONAMENTOS INTRODUTÓRIOS 3.2. APROXIMAÇÕES E DISTINÇÕES ENTRE AS NOÇÕES DE CONSUMIDOR E de USUÁRIO DO SERVIÇO PÚBLICO 3.3. DIFERENÇAS PRINCIPAIS ENTRE TARIFASE TAXAS 3.4. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO 3.4.1. Visão geral sobre o tema 3.4.2. Inadimplemento do usuário e interrupção do serviço — doutrina 3.4.3. Inadimplemento do usuário e interrupção do serviço — jurisprudência do STJ 3.5. A NATUREZA DA CONTRAPRESTAÇÃO PECUNIÁRIA DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO À LUZ DA LEGISLAÇÃO E DA JURISPRUDÊNCIA PÁTRIAS 3.5.1. Consequências da natureza da contraprestação pecuniária dos serviços de água e de esgoto no âmbito do direito do consumidor 3.6. REPERCUSSÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA COMO DIREITO A SER INVOCADO TAMBÉM PELO TERCEIRO NÃO USUÁRIO DO SERVIÇO PÚBLICO 3.7. CÓDIGO DE DEFESA DOS USUÁRIOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS — NOVIDADE INTRODUZIDA PELA LEI N. 13.460, DE 2017 3.7.1. As definições e os princípios presentes no Código de Defesa dos usuários dos serviços públicos 3.7.2. Dos direitos e deveres presentes no Código de Defesa dos usuários dos serviços públicos 3.7.3. Da Carta de Serviços ao Usuário prevista no Código de Defesa dos usuários dos serviços públicos 3.7.4. Das manifestações dos usuários e ouvidorias previstas no Código de Defesa dos usuários dos serviços públicos 3.7.5. Dos Conselhos dos Usuários e da avaliação continuada dos serviços públicos 3.8. QUESTÕES 4. PRINCÍPIOS E DIREITOS NO CDC 4.1. INTRODUÇÃO 4.2. PRINCÍPIOS GERAIS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 4.2.1. Princípio da vulnerabilidade 4.2.1.1. A justificativa de sua existência 4.2.1.2. Vulnerabilidade vs. hipossuficiência 4.2.1.3. Espécies de vulnerabilidade 4.2.1.4. A hipervulnerabilidade 4.2.2. Princípio da intervenção estatal 4.2.2.1. Intervenção estatal por iniciativa direta 4.2.2.2. Intervenção estatal por meio de incentivos à criação e ao desenvolvimento de associações representativas 4.2.2.3. Intervenção estatal pela sua presença no mercado de consumo 4.2.2.4. Intervenção estatal pela garantia de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho dos produtos e serviços 4.2.2.5. Intervenção estatal por meio do estudo constante das modificações do mercado de consumo 4.2.2.6. Instrumentos para o Estado implementar a Política Nacional de Consumo 4.2.3. Princípio da harmonia nas relações de consumo 4.2.4. Princípio da boa-fé objetiva 4.2.4.1. A boa-fé objetiva e os deveres anexos/laterais/secundários 4.2.4.2. Classificação dos deveres anexos 4.2.4.3. Funções da boa-fé objetiva 4.2.5. Princípio do equilíbrio 4.2.6. Princípios da educação e da informação 4.2.7. Princípio da qualidade e segurança e a novidade introduzida pela Lei n. 13.486, de 2017 4.2.8. Princípio da coibição e repressão ao abuso 4.2.9. Princípio da racionalização e melhoria dos serviços públicos 4.2.10. Princípio da responsabilidade solidária 4.2.10.1. Disposições do Código de Defesa do Consumidor afetas à responsabilidade solidária 4.2.10.2. O princípio da solidariedade e a divisão de riscos no CDC 4.2.11. Princípio da continuidade do serviço público 4.3. DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 4.3.1. Introdução 4.3.2. Direito à vida, à saúde e à segurança 4.3.3. Direito à liberdade de escolha e igualdade nas contratações 4.3.4. Direito à informação adequada e clara 4.3.4.1. Direito à informação sobre o valor dos tributos — alteração introduzida pela Lei n. 12.741, de 8 de dezembro de 2012 4.3.4.2. Direito à informação acessível à pessoa portadora de deficiência — alteração introduzida pela Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) 4.3.5. Direito à proteção contra as práticas comerciais e contratuais abusivas 4.3.6. Direito à modificação e revisão como formas de preservação (implícita) do contrato de consumo 4.3.6.1. Direito à modificação no CDC vs. Código Civil 4.3.6.2. Direito à revisão no CDC vs. Código Civil 4.3.6.3. Visão do Superior Tribunal de Justiça sobre a revisão do contrato de consumo 4.3.7. Direito à efetiva prevenção e reparação de danos materiais e morais 4.3.8. Direito ao acesso à justiça 4.3.9. Direito à inversão do ônus da prova 4.3.9.1. Requisitos para a inversão ope judicis 4.3.9.2. Inversão do ônus da prova e as custas periciais 4.3.9.3. Momento adequado para a inversão do ônus da prova 4.3.9.4. A inversão do ônus da prova a pedido do Ministério Público 4.3.10. Direito ao recebimento de serviços públicos adequados e eficazes 4.4. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 4.4.1. Princípios específicos da publicidade 4.4.1.1. Princípio da identificação fácil e imediata da publicidade 4.4.1.2. Princípio da vinculação da oferta/publicidade 4.4.1.3. Princípio da proibição da publicidade ilícita 4.4.1.4. Princípio da inversão obrigatória do ônus da prova 4.4.1.5. Princípio da transparência na fundamentação publicitária 4.4.1.6. Princípio do dever da contrapropaganda 4.4.2. Princípios específicos dos contratos de consumo 4.4.2.1. Princípio do rompimento com a tradição privatista do Código Civil 4.4.2.2. Princípio da preservação (explícita) dos contratos de consumo 4.4.2.3. Princípio da transparência contratual 4.4.2.4. Princípio da interpretação mais favorável ao consumidor 4.4.2.5. Princípio da vinculação pré-contratual 4.5. PRINCÍPIOS COMPLEMENTARES AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 4.5.1. Princípio da dignidade da pessoa humana 4.5.2. Princípios do contraditório e da ampla defesa 4.5.3. Princípio da segurança jurídica na modalidade confiança legítima 4.5.4. Princípio da precaução nas relações de consumo 4.5.5. Princípio do não retrocesso 4.6. QUESTÕES 5. RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR NO CDC 5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 5.1.1. Teoria do risco da atividade desenvolvida — o fundamento da responsabilidade civil objetiva no CDC 5.1.2. Elementos a serem comprovados na responsabilidade objetiva 5.1.3. Vício e defeito — institutos sinônimos ou distintos? 5.1.4. As modalidades de responsabilidade do fornecedor previstas no Código de Defesa do Consumidor 5.2. RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO 5.2.1. Definição de produto defeituoso no CDC 5.2.2. As circunstâncias relevantes para a caracterização do produto defeituoso 5.2.3. A inovação tecnológica 5.2.4. Responsabilidade do comerciante pelo fato do produto 5.2.5. Direito de regresso 5.2.6. Denunciação da lide 5.2.7. Causas excludentes de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto no CDC 5.2.7.1. A não colocação do produto no mercado como causa excludente de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto 5.2.7.2. A comprovação da inexistência do defeito como causa excludente de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto 5.2.7.3. A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro como causa excludente de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto 5.2.7.4. Caso fortuito e força maior como causas excludentes de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto 5.2.7.5. Os riscos do desenvolvimento: causa excludente de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto? 5.3. RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO 5.3.1. Definição de serviço defeituoso no CDC 5.3.2. A inovação tecnológica 5.3.3. Causas excludentes de responsabilidade do fornecedor pelo fato do serviço no CDC 5.3.3.1. A comprovação da inexistência do defeito como causa excludente de responsabilidade do fornecedor pelo fato do serviço 5.3.3.2. A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro como causa excludente de responsabilidade do fornecedor pelo fato do serviço 5.3.3.3. O caso fortuito e a força maior como causas excludentes de responsabilidade do fornecedor pelo fato do serviço 5.3.3.4. Recall e excludente de responsabilidade 5.3.4. Responsabilidade pessoal do profissional liberal — exceção à regra da responsabilidade objetiva do CDC 5.3.4.1. Elementos constituintes da definição de profissional liberal 5.3.4.2. Fundamentos do tratamento diferenciado concedido ao profissional liberal 5.3.4.3. O profissional liberal no desempenho de atividade de resultado 5.3.4.4. A responsabilidade da empresa diante da falha na atuação do profissional liberal — a problemática da responsabilidade dohospital 5.4. RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO 5.4.1. Vícios do CDC e os vícios redibitórios do Código Civil 5.4.2. Responsabilidade pelo vício do produto no CDC 5.4.2.1. Vício de qualidade do produto 5.4.2.2. As variações que não são vícios de qualidade do produto 5.4.2.3. O direito do fornecedor de tentar consertar o vício como primeira solução eleita pela lei diante do vício de um produto 5.4.2.4. As opções conferidas ao consumidor diante do vício de qualidade do produto 5.4.2.5. A viabilidade da cumulação de alternativas 5.4.2.6. As opções conferidas ao consumidor diante do vício do produto como solução primeira — hipóteses de desnecessidade de se aguardar o prazo de conserto 5.4.2.7. A responsabilidade do fornecedor imediato pelos vícios de qualidade nos produtos in natura 5.4.2.8. Vício de quantidade do produto 5.4.2.9. As variações que não são vícios de quantidade do produto 5.4.2.10. As opções conferidas ao consumidor diante do vício de quantidade do produto 5.4.2.11. A responsabilidade do fornecedor imediato pelos vícios de quantidade em razão da falha na medição 5.5. RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO SERVIÇO 5.5.1. A abrangência do vício do serviço 5.5.2. As opções conferidas ao consumidor diante do vício no serviço 5.5.3. O serviço de reparo e o regramento na utilização das peças de reposição 5.6. A RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR PELO VÍCIO DE QUALIDADE, DE QUANTIDADE E DE SERVIÇO 5.7. RESPONSABILIDADE DAS ENTIDADES PÚBLICAS NAS RELAÇÕES DE CONSUMO 5.8. RESPONSABILIDADE NAS RELAÇÕES DE CONSUMO POR MEIO ELETRÔNICO 5.8.1. A responsabilidade do fornecedor administrador de sites de relacionamentos 5.8.2. A responsabilidade do fornecedor administrador de site de compras coletivas — uma análise da Lei n. 12.965, de 2014 (Marco Civil da Internet), do Decreto n. 8.771, de 2016, e do Decreto n. 7.962, de 2013, que dispõem sobre a contratação no comércio eletrônico 5.9. RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS CONSORCIADAS, CONTROLADAS E COLIGADAS 5.10. QUESTÕES 6. Garantias e Prazos Decadenciais e Prescricional no CDC 6.1. INTROITO 6.2. GARANTIAS NO CDC 6.2.1. Garantia legal no CDC 6.2.2. Garantia contratual no CDC 6.2.2.1. O alcance do conceito de a garantia contratual ser complementar à garantia legal 6.2.3. Garantia estendida 6.3. PRAZOS DECADENCIAIS NO CDC 6.3.1. Início da contagem dos prazos decadenciais 6.3.2. Causas obstativas da decadência 6.4. PRAZO PRESCRICIONAL NO CDC 6.4.1. Prazo prescricional no CDC e na Convenção de Varsóvia 6.4.2. Prazo prescricional do Código Civil no caso de inadimplemento contratual 6.4.3. Prazo prescricional do Código Civil no caso de cobrança indevida 6.4.4. Prazo prescricional do Código Civil no caso de prestação de contas 6.4.5. Prazo prescricional do Código Civil no caso de enriquecimento sem causa 6.5. QUESTÕES 7. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA — DISREGARD OF LEGAL ENTITY — NO CDC 7.1. INTRODUÇÃO 7.2. A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO CDC E NO CÓDIGO CIVIL 7.2.1. Características da desconsideração da personalidade jurídica no Código Civil 7.2.2. Características da desconsideração da personalidade jurídica no CDC 7.2.3. Teorias maior e menor da desconsideração da personalidade jurídica 7.2.4. Desconsideração da personalidade jurídica no CDC: faculdade ou obrigação do juiz? 7.3. RESPONSABILIDADES ENTRE EMPRESAS CONTROLADAS, CONSORCIADAS E COLIGADAS 7.4. QUESTÕES 8. OFERTA NO CDC 8.1. INFORMAÇÕES PRELIMINARES 8.2. OFERTA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 8.2.1. Conceito de oferta nas relações de consumo 8.2.2. Características da oferta no CDC 8.2.2.1. Toda informação ou publicidade suficientemente precisa e veiculada como característica de oferta 8.2.2.2. Obrigatoriedade do fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar como característica de oferta 8.2.2.3. Integrar o contrato que vier a ser celebrado como característica de oferta 8.2.3. Características da informação na oferta 8.2.3.1. Informações obrigatórias na oferta 8.2.3.2. Consequências da quebra do dever de informar 8.2.3.3. Afixação de preços por meio de código de barras 8.2.4. Oferta de peças de reposição no CDC 8.2.5. Oferta por telefone ou reembolso postal 8.2.6. Recusa do cumprimento da oferta pelo fornecedor 8.2.7. Responsabilidade pelos atos dos prepostos ou representantes autônomos 8.3. QUESTÕES 9. PUBLICIDADE NO CDC 9.1. CONCEITO DE PUBLICIDADE 9.1.1. Publicidade vs. propaganda 9.1.2. Publicidade institucional e promocional 9.1.3. Formas de controle da publicidade 9.1.4. Princípios específicos da publicidade no CDC 9.1.4.1. Princípio da identificação fácil e imediata da publicidade 9.1.4.2. Princípio da vinculação da oferta/publicidade 9.1.4.3. Princípio da proibição da publicidade ilícita 9.1.4.4. Princípio da inversão obrigatória do ônus da prova 9.1.4.5. Princípio da transparência na fundamentação publicitária 9.1.4.6. Princípio do dever da contrapropaganda 9.2. PUBLICIDADE ENGANOSA NO CDC 9.2.1. Publicidade enganosa por comissão no CDC 9.2.2. Publicidade enganosa por omissão no CDC 9.2.3. Publicidade enganosa e a desnecessidade da demonstração do elemento subjetivo para sua caracterização 9.2.4. Publicidade enganosa e a desnecessidade da concretização do erro efetivo para sua caracterização 9.2.5. Publicidade enganosa e o exagero publicitário 9.3. PUBLICIDADE ABUSIVA NO CDC 9.3.1. Exemplos de publicidade abusiva no CDC 9.3.1.1. Publicidade abusiva discriminatória 9.3.1.2. Publicidade abusiva que incita à violência 9.3.1.3. Publicidade abusiva exploradora do medo ou da superstição 9.3.1.4. Publicidade abusiva que se aproveita da deficiência de julgamento e experiência da criança 9.3.1.5. Publicidade abusiva que desrespeita valores ambientais 9.3.1.6. Publicidade abusiva capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança 9.4. PUBLICIDADE COMPARATIVA 9.5. PUBLICIDADE POR CORREIO ELETRÔNICO — O PROBLEMA DO SPAM 9.6. RESPONSABILIDADE PELA PUBLICIDADE ENGANOSA E ABUSIVA 9.7. A DISCIPLINA DA PUBLICIDADE DAS BEBIDAS ALCOÓLICAS 9.7.1. A disciplina da publicidade das bebidas alcoólicas no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária 9.7.2. A disciplina da publicidade das bebidas alcoólicas na Constituição Federal 9.7.3. A disciplina da publicidade das bebidas alcoólicas na legislação infraconstitucional 9.7.3.1. A disciplina da publicidade dos cigarros na legislação infraconstitucional 9.7.4. A atuação do Ministério Público Federal na coibição dos malefícios causados por bebidas alcoólicas — especialmente pelas cervejas 9.7.5. A posição do Superior Tribunal de Justiça 9.8. QUESTÕES 10. PRÁTICAS ABUSIVAS NO CDC 10.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 10.2. DEFINIÇÃO DE PRÁTICA ABUSIVA 10.3. CLASSIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS ABUSIVAS 10.4. ROL EXEMPLIFICATIVO DAS PRÁTICAS ABUSIVAS NO CDC 10.4.1. A venda casada como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.1.1. O condicionamento a limites quantitativos como prática abusiva no CDC — o tratamento diferenciado dado aos serviços públicos 10.4.1.2. Os contratos de fidelização nos serviços de telefonia móvel ou de TV a cabo são considerados como exemplos de prática abusiva no CDC? 10.4.2. A recusa no atendimento às demandas do consumidor como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.3. O envio ou a entrega de produtos ou serviços sem solicitação prévia como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.4. O prevalecimento da fraqueza ou ignorância do consumidor como exemplo de prática abusiva no CDC123 10.4.5. A exigência de vantagem manifestamente excessiva do consumidor como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.6. A execução de serviços sem prévia elaboração de orçamento como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.7. Repassar informação depreciativa do consumidor como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.8. Colocar no mercado de consumo produto ou serviço em desacordo com as normas técnicas como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.9. Recusar a venda debens ou a prestação de serviços mediante pronto pagamento como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.10. Elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.11. Deixar de estipular prazo ou termo inicial para o cumprimento de obrigação como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.12. Aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido como exemplo de prática abusiva no CDC 10.4.13. Permitir o ingresso em estabelecimento em número maior que o permitido como exemplo de prática abusiva no CDC — Novidade da Lei n. 13.425, de 2017 10.5. QUESTÕES 11. COBRANÇA DE DÍVIDAS NO CDC 11.1. INTRoITO 11.2. A DISCIPLINA DA COBRANÇA DE DÍVIDAS NO CDC 11.2.1. A forma adequada de cobrança de dívidas do consumidor à luz da interpretação sistemática do CDC 11.2.1.1. A ameaça como forma inadequada de cobrança de dívidas 11.2.1.2. A coação e o constrangimento físico ou moral como formas inadequadas de cobrança de dívidas 11.2.1.3. As afirmações falsas, incorretas ou enganosas como formas inadequadas de cobrança de dívidas 11.2.1.4. Expor o consumidor a ridículo ou interferir no seu trabalho, descanso ou lazer como formas inadequadas de cobrança de dívidas 11.2.2. A repetição em dobro do indébito em razão da cobrança indevida 11.2.2.1. Requisito para legitimar a repetição em dobro do indébito: cobrança indevida ou pagamento efetivo? 11.2.2.2. Requisito para legitimar a repetição em dobro do indébito: comprovação do dolo ou culpa seria suficiente? 11.2.2.3. Prazo prescricional para postular a repetição em dobro do indébito 11.2.3. Informações obrigatórias nos documentos de cobrança 11.3. QUESTÕES 12. BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE INADIMPLENTES NO CDC 12.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 12.2. A DISCIPLINA DOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE INADIMPLENTES NO CDC 12.2.1. O direito do consumidor de acesso às informações e às fontes 12.2.2. O direito do consumidor de exigir a imediata correção na inexatidão dos seus dados e cadastros 12.2.3. A natureza dos bancos de dados e cadastros de inadimplentes 12.2.4. Características dos cadastros de inadimplentes e bancos de dados e prazo máximo da “negativação” 12.2.5. A comunicação prévia e escrita do consumidor como requisito necessário à adequada inscrição no cadastro e banco de dados 12.2.5.1. O responsável pela comunicação prévia e escrita do consumidor 12.2.5.2. O prazo mínimo de antecedência para a comunicação do consumidor 12.2.5.3. A questão do AR para a comunicação do consumidor 12.2.5.4. A ausência da comunicação do consumidor e o direito a pleitear danos morais 12.2.5.5. O devedor contumaz e direito a pleitear danos morais 12.2.6. Sanções oriundas do cadastro indevido 12.2.7. Prazo prescricional da pretensão à reparação de danos oriundos do cadastro indevido 12.3. A DISCIPLINA DO CADASTRO POSITIVO NA LEI N. 12.414, com redação dada pela Lei Complementar n. 166 de 2019 12.3.1. Definições preliminares e características das informações insertas dos bancos de dados da Lei do Cadastro Positivo 12.3.2. Anotações proibidas na Lei do Cadastro Positivo 12.3.3. A obrigatoriedade da autorização prévia para integrar o cadastro positivo 12.3.4. Os direitos do cadastrado na Lei do Cadastro Positivo 12.3.5. As finalidades do cadastro positivo 12.3.6. Obrigações das “fontes” e do “gestor” na Lei do Cadastro Positivo 12.3.7. Da responsabilidade objetiva e solidária 12.4. A DISCIPLINA DO CADASTRO DOS MAUS FORNECEDORES NO CDC 12.4.1. As variadas espécies de cadastros envolvendo relação jurídica de consumo 12.5. Breves comentários sobre a Lei n. 13.709, ALTERADA PELA LEI N. 13.853 DE 2019 — LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS (LGPD) 12.6. QUESTÕES 13. PROTEÇÃO CONTRATUAL NO CDC 13.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 13.2. Princípios específicos dos contratos de consumo 13.2.1. Princípio do rompimento com a tradição privatista do Código Civil 13.2.2. Princípio da preservação (explícita) dos contratos de consumo 13.2.3. Princípio da transparência contratual 13.2.4. Princípio da interpretação mais favorável ao consumidor 13.2.5. Princípio da vinculação pré-contratual 13.3. CONTRATO DE ADESÃO 13.3.1. Definição legal de contrato de adesão 13.3.2. Características do contrato de adesão no CDC 13.3.2.1. A não participação do consumidor como característica do contrato de adesão 13.3.2.2. O contrato de adesão e a possibilidade de inserção de cláusula 13.3.2.3. A resolução alternativa de escolha exclusiva do consumidor como característica do contrato de adesão 13.3.2.4. As características das informações das cláusulas no contrato de adesão 13.3.2.5. O destaque da cláusula limitativa de direito do consumidor como característica do contrato de adesão 13.4. COMPRAS FORA DO ESTABELECIMENTO 13.4.1. Do rol exemplificativo das compras realizadas fora do estabelecimento comercial e as compras via internet — uma análise da Lei n. 12.965, de 2014 (Marco Civil da Internet), do Decreto n. 8.771, de 2016, e do Decreto n. 7.962, de 2013, que dispõem sobre a contratação no comércio eletrônico 13.4.2. Os fundamentos do prazo de arrependimento nas compras realizadas fora do estabelecimento comercial 13.4.3. O direito de arrependimento e as compras realizadas dentro do estabelecimento comercial 13.4.4. O prazo legal e a viabilidade do prazo convencional de arrependimento nas compras realizadas fora do estabelecimento comercial 13.4.5. O direito à devolução dos valores pagos ante o arrependimento nas compras realizadas fora do estabelecimento comercial 13.4.6. Da utilização do prazo de reflexão pelo fornecedor para finalidades ilícitas 13.5. CONTRATOS DE OUTORGA DE CRÉDITO OU FINANCIAMENTO 13.5.1. Informações obrigatórias nos contratos de crédito ou de financiamento 13.5.2. O percentual da multa de mora no CDC 13.5.3. Da liquidação antecipada do débito total ou parcial 13.6. CONTRATOS DE COMPRA E VENDA PARCELADAS NO CDC E NA LEI N. 4.591/64 ALTERADA PELA LEI N. 13.786/2018 13.6.1. A abusividade da perda total das prestações pagas 13.7. CONTRATOS DE CONSÓRCIO NO CDC 13.7.1. A taxa de administração nos contratos de consórcio 13.7.2. Ônus da comprovação do prejuízo em razão da desistência ou inadimplemento nos contratos de consórcio 13.7.3. Prazo para a restituição do valor pago nos contratos de consórcio 13.8. QUESTÕES 14. CLÁUSULAS ABUSIVAS NO CDC 14.1. INTRODUÇÃO 14.2. CLÁUSULAS ABUSIVAS E A NULIDADE ABSOLUTA 14.3. CLÁUSULAS ABUSIVAS E A TEORIA DO ABUSO DE DIREITO 14.4. O ROL EXEMPLIFICATIVO DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS NO CDC 14.4.1. As cláusulas de indenização mitigada ou de renúncia/disposição de direitos como exemplos de cláusulas abusivas no CDC 14.4.1.1. Da vedação absoluta do art. 51, inciso I, parte inicial 14.4.1.2. Da relativização do dever de indenizar do art. 51, inciso I, in fine 14.4.2. As cláusulas que subtraiam a opção de reembolso como exemplos de cláusulas abusivas no CDC 14.4.3. As cláusulas que transferem responsabilidades a terceiros como exemplos de cláusulas abusivas no CDC 14.4.4. As cláusulas iníquas, abusivas, que geram vantagem exagerada, violadoras da boa-fé e da equidade como exemplos de cláusulas abusivas no CDC247 14.4.4.1. As controvérsias envolvendo o repasse da comissão de corretagem nos contratos imobiliários 14.4.5. Estabelecer a inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor como exemplo de cláusula abusiva no CDC 14.4.6. A utilização compulsória da arbitragem como exemplo de cláusula abusiva no CDC 14.4.7. A imposição de representante como exemplo de cláusula abusiva no CDC 14.4.8. As cláusulas potestativas como exemplos de cláusulas abusivas no CDC 14.4.9. A imposição do ressarcimento pelos custos da cobrança como exemplo de cláusula abusiva no CDC 14.4.10. A violação de normas ambientais como exemplo de cláusula abusiva no CDC 14.4.11. Cláusula em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor como exemplo de cláusula abusiva no CDC 14.4.12. Cláusulas que possibilitem a renúncia do direito de indenizaçãopor benfeitorias necessárias como exemplos de cláusulas abusivas no CDC 14.5. QUESTÕES 15. PROTEÇÃO ADMINISTRATIVA DO CONSUMIDOR 15.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 15.2. A PROTEÇÃO ADMINISTRATIVA DO CONSUMIDOR NO CDC 15.2.1. As sanções administrativas previstas no CDC 15.2.1.1. Da inexistência do bis in idem 15.2.1.2. Da graduação da pena de multa 15.2.1.3. Particularidades das demais sanções administrativas previstas no CDC 15.2.1.4. A contrapropaganda 15.3. A PROTEÇÃO ADMINISTRATIVA DO CONSUMIDOR NO DECRETO N. 2.181, DE 20 DE MARÇO DE 1997 15.3.1. As alterações introduzidas pelo Decreto n. 7.738, de 2012 15.4. DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO 15.5. QUESTÕES REFERÊNCIAS PROJETOS DE LEI N. 281 E 283, APROVADOS NO SENADO FEDERAL E REMETIDOS À CÂMARA DOS DEPUTADOS HISTÓRICO DA OBRA ■ 1.ª edição: fev./2013 ■ v2.ª edição: fev./2014; 2.ª tir., jun./2014; 3.ª tir., out./2014 ■ 3.ª edição: fev./2015 ■ 4.ª edição: ago./2016 ■ 5.ª edição: fev./2017; 2.ª tir., jul./2017 ■ 6.ª edição: abr./2018 ■ 7.ª edição: dez./2018 ■ 8.ª edição: jan./2020 Fabrício Bolzan de Almeida Doutor e Mestre em Direito Constitucional pela PUC-SP Ao meu avô, Domingos Bolzan Filho (in memoriam), porto seguro da minha formação, quando me ensinou com atitudes sobre a importância do trabalho na vida de um Homem e sobre quão longe poderemos chegar com nossa determinação. AGRADECIMENTOS À minha esposa, Cristiane, por todo o amor, pela cumplicidade, amizade e companheirismo de todas as horas. Pela mãe dedicada e amorosa que se tem mostrado, a você todo o meu amor. Aos meus filhos, Henrique, Augusto e Théo, por me proporcionarem o sabor do amor incondicional. À minha mãe, Cecília Bolzan, exemplo de amor e dedicação na arte de cuidar do próximo. Agradeço por estar ao meu lado em todos os momentos, em especial por me amparar nos mais difíceis. À minha avó, Hermínia Bolzan (in memoriam), por todo o amor dispensado em minha criação, que se fez presente até o dia de sua partida em meus braços. Ao meu pai, Zequinha, pela certeza de cuidar de nós aí do plano espiritual. Ao meu irmão, Júnior, pelo talento e determinação na busca de seu sonho. À minha sogra, d. Jô, por ser exemplo de mãe e por ter me presenteado com a melhor esposa do mundo, sua filha. Ao meu sogro, Sr. Assis, todo o meu respeito e a minha admiração pelo homem honrado e de valor que és. Exemplo para mim e para os seus netos. Aos meus padrinhos, José Carlos e Vânia, e primos, Melissa, Fernanda, Brenno, Enzo, Igor, Laura, Fabrízio, Rodrigo e Fernanda Gasparin, pela oportunidade de ter vivido momentos felizes e inesquecíveis em minha infância, bem como na infância das nossas crianças. À minha tia, Teresa, irmã de meu pai, por trazer um pouquinho dele nessa breve passagem pelo Brasil e pela felicidade em reencontrá-la após tantos anos. À minha afilhada Cristally, pela alegria de ter uma menininha linda em nossas vidas. O padrinho ama você. À minha afilhada Virgini, pois a distância não minimizou em nada meu amor por você. À minha sócia, dra. Juliana Franzim Hüneke, fundadora, ao meu lado, do “Bolzan de Almeida e Franzim Hüneke — Advogados”, pela honra em trabalhar com uma irmã querida, além de excelente profissional. Aprendo todos os dias com a dra., obrigado. Aos membros vitalícios da Diretoria Dez, drs. Marcos de Matos, Felipe Massola e Rodrigo Sanfurgo, pela amizade de quase duas décadas. Ao casal Carol e Carlos, verdadeiros amigos, leais ao extremo, que não hesitaram em estar ao meu lado em momentos difíceis. Aos amigos Márcio, Christiane e Frabrízio David, pela amizade e prontidão em nos receber em todas as horas. Aos drs. Gustavo Nori, Ana Carolina Minutti e à pequena Giovana, pela amizade e pela certeza de que curtiremos muitas histórias juntos. Ao dr. Mike Costa, testemunha da primeira aula de minha vida, que, por sinal, foi no curso LFG, pela amizade e troca de experiências pessoais e profissionais. Às dras. Mônica R. Mauro e Márcia Zalcman Setton, por acreditarem na minha essência e ajudarem a me reconstruir como um ser humano digno que sempre fui. À Ignez Tavares, exemplo maior de pessoa de alto astral, pelas palavras de conforto em todos os momentos. Ao sr. Abílio Rodrigues Braga, por tantos ensinamentos e por ser exemplo de vida na divulgação dos ensinamentos do Cristo. Aos drs. e amigos Eduardo e Marcia Purceli, pela amizade e por salvarem a minha vida na cura do câncer. Aos amigos e padrinhos Fabiano e Karim, pela certeza de que passaremos muitos momentos felizes em família. À Neide, por tão bem cuidar do meu filho Théo. Ao dr. José Geraldo Brito Filomeno, cuja história se confunde com a tutela do consumidor em nosso país, por nos honrar com o prefácio deste livro. Ao dr. Vidal Serrano Nunes Júnior, pela honra em ser seu orientando no Doutorado da PUC-SP. Ao dr. André Ramos Tavares, pela oportunidade de ter trabalhado e aprendido muito com o maior publicista contemporâneo. Ao Pedro Lenza, por me confiar a oportunidade de participar da coleção jurídica de maior sucesso de toda a história. Ao dr. Luiz Flávio Gomes, por ter aberto as portas de seu curso em 2005 para eu desempenhar a atividade que mais prazer me proporciona: lecionar. À dra. Alice Bianchini, por ter confiado a coordenação da Pós-Graduação de Direito Público da Anhanguera/Uniderp/LFG à minha pessoa. Ao dr. Pedro Buck e ao dr. Diogo Rais, pelo prazer de ter trabalhado ao lado de dois grandes Amigos. Ao dr. Emiliano Galvão, hoje Juiz de Direito do querido estado de Pernambuco, pela amizade, dedicação e generosidade em realizar trabalhos importantes ao meu lado. Me orgulho de sua trajetória, Amigo. À dra. Fernanda Marinela, por compartilhar a amizade e os horizontes do Direito Administrativo. Ao dr. Luis Manuel Fonseca Pires, por ter-me dado a oportunidade de ter sido seu assistente na graduação da PUC-SP. Ao dr. Fábio Tavares, amigo e irmão para todas as horas. Ao dr. Levy Magno, referência maior do Ministério Público do Estado de São Paulo, grande irmão e vizinho. Ao dr. Gustavo Henrique Pinheiro de Amorim, pela amizade e por todo o auxílio no início da carreira de professor de cursinho. Ao dr. Cassio Scarpinella Bueno, referência na oratória e na dedicação à docência, pela amizade e oportunidade de conhecer o ser humano fantástico que é. Ao dr. Antônio Carlos Mendes, exemplo de maior expressão na docência acadêmica. À dra. Regina Vera Villas Boas, pela alegria demonstrada na arte de ensinar. Ao dr. Paulo Adib Casseb, por acreditar em meu potencial desde a época da graduação. À dra. Maria Garcia, pela vitalidade no exercício da docência com excelência ímpar. Ao dr. Flávio Tartuce, pela amizade e pelas oportunidades a mim concedidas pelo maior civilista da atualidade. Aos amigos Rubens Hüneke e Gabriela Franzim Hüneke, pelos momentos maravilhosos vividos junto de vocês, pessoas tão especiais. À Gabriela Dias da Silva, nossa incansável colaboradora do escritório BAFH Advogados para todas as horas. À Dra. Flavia Lucas Gomes, por nos honrar com sua parceria em nosso escritório de advocacia, bem como por nos ajudar na atualização de nossas obras. À Carmem Lúcia dos Anjos, pela dedicação e alegria sempre presente em nosso escritório de advocacia. À Dra. Lívia Marques Coelho, pela prontidão em nos ajudar na atualização desta edição de nossa obra jurídica e por hoje fazer parte da equipe do BAFH Advogados. Aos colegas de coleção Eugênio Montoto, Agnaldo Martino e Roberto Caparroz, pela amizade e pelas boas referências passadas ao nosso Coordenador. Ao amigo Caio Domingues de Almeida, do @jurisconsultt, por nos ajudar na profissionalização de nossas redes sociais. Aos amigos Andréa Camargo, Francisco Fontenele, Alexandre Gialluca, João Aguirre, Nestor Távora, Vanessa Pancione, Daniela Ferreira, Larissa Serrano, que muito enriqueceram a coordenação pedagógica do curso LFG quando lá nos honraram com a presença. Aos amigos Ricardo Avelino Carneiro, Bruno Alves Gomes, Thais Tosseto, Silvia Bizatto e Carlos Pagani, representantesmaiores de toda a equipe maravilhosa do pedagógico e da Diretoria do curso LFG. À rádio Eldorado (www.territorioeldorado.limao.com.br) e suas playlists, que fizeram a trilha sonora deste livro, bem como ao Spotify, que me acompanhou musicalmente nesta nova edição. Aos alunos de todo o Brasil, meus agradecimentos finais por aprender diariamente com vocês. http://www.territorioeldorado.limao.com.br METODOLOGIA ESQUEMATIZADO Durante o ano de 1999, pensando, naquele primeiro momento, nos alunos que prestariam o exame da OAB, resolvemos criar uma metodologia de estudo que tivesse linguagem “fácil” e, ao mesmo tempo, oferecesse o conteúdo necessário à preparação para provas e concursos. O trabalho foi batizado como Direito constitucional esquematizado. Em nosso sentir, surgia ali uma metodologia pioneira, idealizada com base em nossa experiência no magistério e buscando, sempre, otimizar a preparação dos alunos. A metodologia se materializou nos seguintes “pilares”: ■ esquematizado: a parte teórica é apresentada de forma objetiva, dividida em vários itens e subitens e em parágrafos curtos. Essa estrutura revolucionária rapidamente ganhou a preferência dos concurseiros; ■ superatualizado: doutrina, legislação e jurisprudência em sintonia com as grandes tendências da atualidade e na linha dos concursos públicos de todo o País; ■ linguagem clara: a exposição fácil e direta, a leitura dinâmica e estimulante trazem a sensação de que o autor está “conversando” com o leitor; ■ palavras-chave (keywords): os destaques na cor azul possibilitam a leitura “panorâmica” da página, facilitando a fixação dos principais conceitos. O realce colorido recai sobre os termos que o leitor certamente grifaria com a sua caneta marca-texto; ■ recursos gráficos: esquemas, tabelas e gráficos favorecem a assimilação e a memorização dos principais temas; ■ questões resolvidas: ao final de cada capítulo, o assunto é ilustrado com questões de concursos ou elaboradas pelos próprios autores, o que permite conhecer as matérias mais cobradas e também checar o aprendizado. Depois de muitos anos de aprimoramento, o trabalho passou a atingir tanto os candidatos ao Exame de Ordem quanto todos aqueles que enfrentam os concursos em geral, sejam das áreas jurídica ou não jurídica, de nível superior ou mesmo os de nível médio, assim como os alunos de graduação e demais profissionais. Ada Pellegrini Grinover, sem dúvida, anteviu, naquele tempo, a evolução do Esquematizado. Segundo a Professora escreveu em 1999, “a obra destina- se, declaradamente, aos candidatos às provas de concursos públicos e aos alunos de graduação, e, por isso mesmo, após cada capítulo, o autor insere questões para aplicação da parte teórica. Mas será útil também aos operadores do direito mais experientes, como fonte de consulta rápida e imediata, por oferecer grande número de informações buscadas em diversos autores, apontando as posições predominantes na doutrina, sem eximir-se de criticar algumas delas e de trazer sua própria contribuição. Da leitura amena surge um livro ‘fácil’, sem ser reducionista, mas que revela, ao contrário, um grande poder de síntese, difícil de encontrar mesmo em obras de autores mais maduros, sobretudo no campo do direito”. Atendendo ao apelo de “concurseiros” de todo o País, sempre com o apoio incondicional da Editora Saraiva, convidamos professores das principais matérias exigidas nos concursos públicos das áreas jurídica e não jurídica para compor a Coleção Esquematizado. Metodologia pioneira, vitoriosa, consagrada, testada e aprovada. Professores com larga experiência na área dos concursos públicos. Estrutura, apoio, profissionalismo e know-how da Editora Saraiva. Sem dúvida, ingredientes indispensáveis para o sucesso da nossa empreitada! Para o direito do consumidor, tivemos a honra de contar com o primoroso trabalho de Fabrício Bolzan, que soube, com maestria, aplicar a metodologia esquematizado à sua vasta e reconhecida experiência profissional. Como muito bem destacou o prof. Filomeno, no prefácio, o trabalho de Bolzan “... está muito longe de se tratar, pura e simplesmente, de um apanhado superficial e sintético do Direito do Consumidor, destinado especificamente aos estudos de quem se interesse em prestar um concurso público; não só para o ingresso em carreiras jurídicas, como também em outras em que se torna imprescindível essa novel disciplina. Cuida-se, isto sim, de obra não apenas pragmática, para aqueles fins, como também de cuidadosa e aprofundada análise doutrinária e jurisprudencial de temas candentes, polêmicos, e que estão conectados à própria epistemologia do Direito Consumerista”. Palestrante exclusivo da Rede de Ensino Telepresencial Luiz Flávio Gomes — LFG, ministrando aulas desde 2005 em Direito do Consumidor e Direito Administrativo nos mais diversos cursos preparatórios para concursos públicos, Bolzan é também Coordenador da Pós-Graduação Premium em Direito Público Anhanguera/Uniderp/LFG. Mestrando em Direito Constitucional na PUC-SP, sob orientação do Prof. Dr. André Ramos Tavares, autor de diversas obras e artigos jurídicos, Ex- Procurador efetivo do Município de Mauá-SP, o autor é reconhecido advogado e parecerista nas áreas de Direito do Consumidor e Direito Público. Por tudo isso, não temos dúvida de que este livro contribuirá para “encurtar” o caminho do ilustre e “guerreiro” concurseiro na busca do “sonho dourado”! Esperamos que a Coleção Esquematizado cumpra o seu papel. Em constante parceria, estamos juntos e aguardamos as suas críticas e sugestões. Sucesso a todos! Pedro Lenza Mestre e Doutor pela USP Visiting Scholar pela Boston College Law School pedrolenza@terra.com.br https://twitter.com/pedrolenza http://instagram.com/pedrolenza http://www.periscope.tv/pedrolenza https://www.facebook.com/pedrolenza https://www.youtube.com/pedrolenza http://www.saraivajur.com.br/esquematizado mailto:pedrolenza@terra.com.br https://twitter.com/pedrolenza http://instagram.com/pedrolenza http://www.periscope.tv/pedrolenza https://www.facebook.com/pedrolenza https://www.youtube.com/pedrolenza http://www.saraivajur.com.br/esquematizado NOTA DO AUTOR À 8ª EDIÇÃO Prezados amigos e colegas de profissão, é com grande satisfação que apresento as novidades da oitava edição do livro Direito do Consumidor Esquematizado, presentes nas novas páginas inseridas. Na presente edição, incluímos diversos julgados publicados no ano de 2019 pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, em especial os julgados em regime de recurso repetitivo. Súmulas do STJ também foram inseridas, com destaque para as de números 620, 632 e 638, a primeira de dezembro de 2018, a segunda e a terceira do ano de 2019. Aliás, comentamos também a revogação da Súmula 603 do STJ. Trata-se de cuidado essencial, tendo em vista a relevância da Lei Consumerista, integrando cada vez mais a pauta do dia da jurisprudência dos nossos Tribunais. Destacamos as novidades trazidas pela Lei n. 13.853, de 8 de julho de 2019, que alterou a Lei n. 13.709 de 2018. A citada Lei de 2019 trouxe a denominação de “Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. Comentamos ainda as alterações feitas à Lei de Incorporação Imobiliária — Lei n. 4.591 de 1964 — pela Lei n. 13.786, de 27 de dezembro de 2018; as novidades trazidas pela Lei Complementar n. 166, de 8 de abril de 2019, à Lei do Cadastro Positivo — Lei n. 12.414; além das modificações trazidas pela Lei da Liberdade Econômica — Lei n. 13.874, de 20 de setembro de 2019, ao Código Civil no tocante ao tema desconsideração da personalidade jurídica. O anexo traz dois projetos de Lei, os de números 281 e 283, aprovados no Senado Federal no final de 2015 e encaminhados à Câmarados Deputados (PL n. 3.514 e PL n. 3.515, ambos de 2015). O primeiro PL trata do comércio eletrônico; o segundo, da prevenção a respeito do superendividamento. Incluímos ainda novas questões de provas ocorridas no ano de 2019, comentadas, alternativa por alternativa, como de costume, por este autor, caracterizando verdadeiro livro “2 em 1” (teoria e questões de OAB e concursos públicos comentadas em uma única obra). Agradeço mais um ano ao Coordenador, Pedro Lenza, e à Editora Saraiva pela confiança, bem como aos alunos e operadores do Direito de todo o Brasil por fazerem deste livro um sucesso de vendas. Esperançoso em contribuir de alguma forma com o nosso trabalho para o aprimoramento de todos e agradecido pelo aprendizado que venho adquirindo anualmente com as discussões jurídicas travadas em fóruns e salas de aula, deixo a vocês um forte abraço. São Paulo, 15 de outubro de 2019. Fabrício Bolzan de Almeida Doutor e Mestre pela PUC-SP http://www.bafh.com.br fabricio@bafh.com.br http://instagram.com/bolzanfa https://www.facebook.com/fabriciobolzan http://www.saraivajur.com.br/esquematizado http://www.bafh.com.br mailto:fabricio@bafh.com.br http://instagram.com/bolzanfa https://www.facebook.com/fabriciobolzan http://www.saraivajur.com.br/esquematizado PREFÁCIO Inicialmente não posso deixar de manifestar minha satisfação como também surpresa por ter sido ainda lembrado por um ex-aluno, Fabrício Bolzan de Almeida, isto no já longínquo ano de 2000. Não apenas isso, todavia, mas também em face da circunstância de se ter ele revelado um verdadeiro apaixonado pelo Direito Consumerista, que cultuo há quase trinta anos e que lhe ministrei, ainda que brevemente. A maior recompensa que um velho professor pode ter é ser lembrado por seus alunos e, o que é ainda mais gratificante, terem alguns deles trilhado caminho semelhante ao seu. Obrigado, portanto, Fabrício. O despretensioso título de seu trabalho, Direito do Consumidor Esquematizado, não condiz, em absoluto, com o seu excelente e profundo conteúdo. Ou seja, está muito longe de se tratar, pura e simplesmente, de um apanhado superficial e sintético do Direito do Consumidor, destinado especificamente aos estudos de quem se interesse em prestar um concurso público; não só para o ingresso em carreiras jurídicas, como também em outras em que se torna imprescindível essa novel disciplina. Cuida-se, isto sim, de obra não apenas pragmática, para aqueles fins, como também de cuidadosa e aprofundada análise doutrinária e jurisprudencial de temas candentes, polêmicos, e que estão conectados à própria epistemologia do Direito Consumerista. É com grande satisfação, portanto, que o vejo perfilhar praticamente quase todas as preocupações que venho manifestando ao longo desses longos anos, primeiramente nos opúsculos Curadorias de Proteção ao Consumidor (1984) e Promotorias de Proteção ao Consumidor (em duas edições, de 1987 e 1989), mandados imprimir pela Associação Paulista do Ministério Público e destinados aos seus membros, e, posteriormente, no Manual de Direitos do Consumidor, em onze edições (Atlas, S. Paulo). E, com efeito, o autor manifesta sua análise aprofundada em quinze capítulos, a saber: 1. O Direito do Consumidor, partindo de suas raízes históricas e sua institucionalização entre nós; 2. Relação Jurídica de Consumo, enfrentando, dentre outras questões, a sem dúvida tormentosa caracterização da pessoa jurídica como consumidora; 3. Serviço Público e Incidência do CDC; 4. Princípios e Direitos no CDC, em admirável análise epistemológica da ciência consumerista, além de detalhado estudo dos chamados direitos básicos do consumidor; 5. Responsabilidade do Fornecedor no CDC, dentro da ampla temática dos vícios e fatos de produtos e serviços; 6. Garantias e Prazos Decadenciais e Prescricional no CDC, em cotejo com o vigente Código Civil de 2002; 7. Desconsideração da Personalidade Jurídica no CDC, outra matéria sem dúvida polêmica; 8. Oferta no CDC, com suas nuanças, problemática e possibilidade de retratação; 9. Publicidade no CDC, com seus princípios, características, bem como suas chamadas “patologias” (i.e., as publicidades enganosa, abusiva, desleal) e modalidades especiais (merchandising, teaser e outras); 10. Práticas Abusivas no CDC, mediante a análise do art. 39 do Código do Consumidor e sua tipologia aberta e enumerativa, ao lado de sua importância na tutela civil do consumidor; 11. Cobrança de Dívidas no CDC, analisando várias hipóteses dos abusos que delas podem advir; 12. Banco de Dados e Cadastros de Inadimplentes no CDC, em sequência ao tema anterior, focando os cuidados na recepção, armazenamento e administração de dados, sobretudo negativos, que afetam os consumidores; 13. Proteção Contratual no CDC, a partir dos princípios tradicionais liberais do direito obrigacional e sua revolução operada com o advento do Código do Consumidor; 14. Cláusulas Abusivas no CDC, em consonância com o capítulo anterior, o autor foca as variadas formas de “patologia” na área contratual, em enumeração meramente exemplificativa do art. 51 do Código, e as tutelas colocadas à disposição dos consumidores; 15. Proteção Administrativa do Consumidor, com percuciente pesquisa dos fundamentos que regem a atividade administrativa do Poder Público e sua aplicação no Direito Consumerista, a partir do art. 55 do Código e do Decreto n. 2.181/97. E o faz obedecendo a original metodologia, ou seja, primeiramente abordando os aspectos doutrinários e jurisprudenciais de cada um desses grandes temas; e, sempre que necessário, lembrando os fundamentos filosóficos sobre a razão de ser de cada um deles. Em seguida, ou em permeio ao desenvolvimento desses mesmos temas, produz claríssimos gráficos, esquemas, tabelas e quadros sinóticos, destarte demonstrando elogiável preocupação pedagógica e didática. E, por fim, ao final de cada capítulo, oferece ao leitor questões que foram objeto de provas em concursos públicos país afora, designadamente no âmbito da Magistratura, do Ministério Público, da Polícia Civil, da Defensoria Pública, exames da Ordem dos Advogados do Brasil, bem como outros fora do campo jurídico como, por exemplo, em concurso para fiscal agropecuário. Em face dessas características, portanto, estou perfeitamente à vontade para recomendar ao mercado de livros jurídicos, em geral, e aos estudantes, de modo especial, sobretudo aqueles voltados aos concursos referidos, esta meritória obra de meu ex-aluno, Fabrício Bolzan de Almeida. São Paulo, setembro de 2012. José Geraldo Brito Filomeno Advogado, consultor jurídico, professor especialista-doutor em Direito do Consumidor pela Faculdade de Direito da USP (1991), membro da Academia Paulista de Direito e da Comissão Geral de Ética do Governo do Estado de São Paulo. Foi Procurador-Geral de Justiça (2000-2002), o primeiro Promotor de Justiça do país a exercer as funções de Curadoria de Proteção ao Consumidor (1983), instituidor das Promotorias do Consumidor do Estado e de seu Centro de Apoio Operacional. Foi, ainda, vice-presidente da comissão que elaborou o anteprojeto do vigente Código de Defesa do Consumidor. 1 O DIREITO DO CONSUMIDOR ■ 1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO CONSUMIDOR ■ 1.1.1. A importância das revoluções industrial e tecnológica O advento da Revolução Industrial do aço e do carvão, que se iniciou na Inglaterra entre os séculos XVIII e XIX, gerou grande migração da população residente na área rural para os centros urbanos. Esse novo contingente populacional começou, ao longo dos tempos, a manifestar ávido interesse pelo consumo de novos produtos e serviços capazes de satisfazer suas necessidades materiais. Diante do modelo de sociedade que se formava, os fabricantes e produtores, além dos prestadores de serviços, começaram a se preocupar com o atendimento da demanda, que houvera aumentado em seu aspecto quantitativo, mas deixaram para um segundo plano o caráter qualitativo. Ademais, a novel sociedade de consumo substituiu a característica da bilateralidadede produção — em que as partes contratantes discutiam cláusulas contratuais e eventual matéria-prima que seria utilizada na confecção de determinado produto — pela unilateralidade da produção — na qual uma das partes, o fornecedor, seria o responsável exclusivo por ditar os caminhos da relação de consumo, sem a participação efetiva, e, em regra, do consumidor. SOCIEDADE DE CONSUMO ANTES DEPOIS ■ bilateralidade na produção ■ unilateralidade na produção Assim, à parte mais fraca da relação apresentada, o vulnerável, caberia apenas: ■ aderir ao contrato previamente elaborado pelo fornecedor — contrato de adesão; ou ■ adquirir produto confeccionado com material de origem e qualidade desconhecidas na maioria das vezes. Com essa nova filosofia de mercado, problemas começaram a surgir. Evidentemente, quando o fornecedor passa a prezar pela quantidade em detrimento da qualidade, o consumidor depara-se com produtos e serviços viciados ou portadores de defeitos que lhe causarão prejuízos de ordem econômica ou física, respectivamente. Infelizmente, o Direito existente à época não estava preparado para solucionar os conflitos oriundos de tais problemas, conforme analisaremos a seguir. Com efeito, o modelo de sociedade de consumo ora apresentado ganhou força com a Revolução Tecnológica decorrente do período Pós-Segunda Guerra Mundial. Realmente, os avanços na tecnologia couberam na medida ao novel panorama de modelo produtivo que se consolidava na história. Tendo por objetivo principal o atendimento da enorme demanda no aspecto quantitativo, o moderno maquinário industrial facilitou a produção em escala e atendeu a este tipo de expectativa. ■ 1.1.2. A quebra com o paradigma do direito civil clássico Se vícios e defeitos começaram a se tornar recorrentes no novo modelo de sociedade apresentado, cumpre destacar inicialmente que o Direito da época não estava “apto” a proteger a parte mais fraca da relação jurídica de consumo, pois, no Brasil, por exemplo, a legislação aplicável na ocasião era o Código Civil de 1916, que foi elaborado para disciplinar relações individualizadas, e não para tutelar aquelas oriundas da demanda coletiva, como ocorre nas relações consumeristas. RELAÇÕES INDIVIDUALIZADAS RELAÇÕES DE CONSUMO ■ Código Civil ■ Diploma Jurídico inexistente Assim, o direito privado de então não tardaria a sucumbir no tocante à tutela da nova sociedade de consumo que se formava, pois estava marcadamente influenciado por princípios e dogmas romanistas,1 tais como: ■ pacta sunt servanda; ■ autonomia da vontade; e ■ responsabilidade fundada na culpa. De fato, a obrigatoriedade dos termos pactuados, analisada como um postulado praticamente absoluto, é manifestamente incompatível com as relações de consumo, pois, conforme analisaremos ainda neste capítulo, o Direito do Consumidor traz em seu conteúdo normas de ordem pública e de interesse social que possuem, como uma de suas principais repercussões, a impossibilidade de as partes derrogarem os direitos dos vulneráveis. Desta forma, não há falar em autonomia de vontade se o contrato de consumo possuir cláusula abusiva, por serem estas nulas de pleno direito, podendo, inclusive, ser assim reconhecidas de ofício pelo Juiz de Direito, numa das manifestações da intervenção estatal. No tocante à responsabilidade, ressalta-se aí outra diferença em relação ao Direito Civil clássico. Enquanto neste modelo prevalecia a responsabilidade subjetiva — pautada na comprovação de dolo ou culpa —, no Código de Defesa do Consumidor a responsabilidade é, em regra, quase que absoluta, objetiva — que independe da comprovação dos aspectos subjetivos, conforme será estudado no Capítulo 5 deste livro. DIREITO CIVIL CLÁSSICO DIREITO DO CONSUMIDOR ■ Autonomia de vontades ■ Normas de ordem pública e de interesse social ■ Pacta sunt servanda ■ Intervenção estatal ■ Responsabilidade subjetiva ■ Responsabilidade objetiva Nesse sentido é a posição consolidada no Superior Tribunal de Justiça a respeito da quebra com o paradigma do Direito Civil clássico ao entender que: “A jurisprudência do STJ se posiciona firme no sentido que a revisão das cláusulas contratuais pelo Poder Judiciário é permitida, mormente diante dos princípios da boa-fé objetiva, da função social dos contratos e do dirigismo contratual, devendo ser mitigada a força exorbitante que se atribuía ao princípio do pacta sunt servanda” (AgRg no Ag 1.383.974/SC, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, 4ª T., DJe 1º-2-2012). ■ 1.1.3. A intervenção estatal Constatado, então, que o Direito da época não era suficiente para disciplinar as relações jurídicas de consumo, fez-se necessária a intervenção estatal para a elaboração e implementação de legislações específicas, políticas públicas e jurisdição especializada de defesa do consumidor em todo o mundo. Foi a interferência do: Estado-Legislador, elaborando as leis de tutela do consumidor. Estado-Administrador, implementando tais leis de forma direta ou indireta. Estado-Juiz, dirimindo conflitos de interesses oriundos das relações jurídicas de consumo. A intervenção estatal mostrou-se fundamental para diminuir a desigualdade existente entre o todo-poderoso fornecedor e o vulnerável da relação, o consumidor. ■ 1.1.4. Citações históricas do direito do consumidor Sobre as origens do Direito do Consumidor, a doutrina lembra:234 Sergio Cavalieri Filho “Em Nova York, por exemplo, Josephine Lowell criou a New York Consumers League, uma associação de consumidores que tinha por objetivo a luta pela melhoria das condições de trabalho locais e contra a exploração do trabalho feminino em fábricas e comércio. Essa associação elaborava “Listas Brancas”, contendo o nome dos produtos que os consumidores deveriam escolher preferencialmente, pois as empresas que os produziam e comercializavam respeitavam os direitos dos trabalhadores, como salário mínimo, horários de trabalho razoáveis e condições de higiene condignas. Era uma forma de influenciar a conduta das empresas pelo poder de compra dos consumidores. (...) Já no século XX (1906), Upton Sinclair publica o romance socialista The jungle (A selva), no qual descreve, de maneira bastante realista, as condições de fabricação dos embutidos de carne e o trabalho dos operários dos matadouros de Chicago, bem assim os perigos e as precárias condições de higiene que afetavam tanto os trabalhadores como o produto final.”2 Claudia Lima Marques “Considera-se que foi um discurso de John F. Kennedy, no ano de 1962, em que este presidente norte-americano enumerou os direitos do consumidor e os considerou como novo desafio necessário para o mercado, o início da reflexão jurídica mais profunda sobre este tema. O novo aqui foi considerar que ‘todos somos consumidores’, em algum momento de nossas vidas temos este status, este papel social e econômico, estes direitos ou interesses legítimos, que são individuais, mas também são os mesmos no grupo identificável (coletivo) ou não (difuso), que ocupa aquela posição de consumidor. (...) A ONU (Organização das Nações Unidas), em 1985, estabeleceu diretrizes para esta legislação e consolidou a ideia de que se trata de um direito humano de nova geração (ou dimensão), um direito social e econômico, um direito de igualdade material do mais fraco, do leigo, do cidadão civil nas suas relações privadas frente aos profissionais, os empresários, as empresas, os fornecedores de produtos e serviços, que nesta posição são experts, parceiros considerados ‘fortes’ ou em posição de poder (Machtposition).”3 Bruno Miragem “Em 1972 realizou-se, em Estocolmo, a Conferência Mundial do Consumidor. No ano seguinte, a Comissão das Nações Unidas sobre os Direitos do Homem deliberou que o Ser Humano, considerado enquanto consumidor, deveria gozar de quatro direitos fundamentais (os mesmos enunciados por Kennedy, anos antes): o direito à segurança; o direito à informação sobre produtos, serviços e suas condições de venda; o direito à escolha de bens alternativos de qualidade satisfatória a preços razoáveis; e odireito de ser ouvido nos processos de decisão governamental. Neste mesmo ano, a Assembleia Consultiva da Comunidade Europeia aprovou a Resolução 543, que deu origem à Carta Europeia de Proteção ao Consumidor.”4 No tocante aos precedentes legislativos mundiais que de forma direta ou indireta inspiraram a elaboração do Código de Defesa do Consumidor no Brasil — pioneiro na codificação do assunto5 —, podemos citar: “(...) leis francesas: (a) Lei de 22-12-1972 que permitia aos consumidores um período de sete dias para refletir sobre a compra; (b) Lei de 27-12-1973 — Loi Royer, que em seu art. 44 dispunha sobre a proteção do consumidor contra a publicidade enganosa; (c) Leis ns. 78, 22 e 23 (Loi Scrivener), de 10/1/1978, que protegiam os consumidores contra os perigos do crédito e cláusulas abusivas”.6 “Projet de Code de la Consommation, redigido sob a presidência do professor Jean Calais-Auloy. Também importantes no processo de elaboração foram as leis gerais da Espanha (Ley General para la Defensa de los Consumidores y Usuarios, Lei n. 26/1984), de Portugal (Lei n. 29/81, de 22 de agosto), do México (Lei Federal de Protección al Consumidor, de 5 de fevereiro de 1976) e de Quebec (Loi sur la Protection du Cosomateur, promulgada em 1979). Visto agora pelo prisma mais específico de algumas de suas matérias, o Código buscou inspiração, fundamentalmente, no Direito comunitário europeu: as Diretivas ns. 84/450 (publicidade) e 85/374 (responsabilidade civil pelos acidentes de consumo). Foram utilizadas, igualmente, na formulação do traçado legal para o controle das cláusulas gerais de contratação, as legislações de Portugal (Decreto-lei n. 446, de 25 de outubro de 1985) e Alemanha (Gesetz zur Regelung des Rechts der Allgemeinen Geschaftsbedingungen — AGB Gesetz, de 9 de dezembro de 1976).”7 ■ 1.1.5. A importância da revolução da informática e da globalização Com efeito, além dos marcos históricos da Revolução Industrial do aço e do carvão e da Revolução Tecnológica do período Pós-Segunda Guerra Mundial, outro importante momento balizador do surgimento de um Direito específico de tutela do consumidor foi a Revolução da Informática e da Globalização que vivemos no mundo contemporâneo. As relações de consumo via internet estão cada vez mais presentes na vida do consumidor nacional e, enquanto não for inserido o capítulo do comércio eletrônico no Diploma Consumerista, conforme expresso no anexo deste livro, imprescindível a aplicação na íntegra do Código de Defesa do Consumidor vigente.8 Por fim, cumpre registrar ainda a título de introdução histórica que o dia 15 de março representa a data escolhida para a comemoração do “Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores”. ■ 1.1.6. Maneiras de introduzir o direito do consumidor Existem diversas maneiras de se introduzir determinado ramo do Direito, a depender da perspectiva que lhe for dada. No tocante à disciplina tutelar das relações de consumo, concordamos com Claudia Lima Marques ao ensinar que existem três maneiras de introduzir o Direito do Consumidor. Por meio da: “Origem constitucional, que poderíamos chamar de introdução sistemática através do sistema de valores (e direitos fundamentais) que a Constituição Federal de 1988 impôs no Brasil. Filosofia de proteção dos mais fracos ou do princípio tutelar favor debilis, que orienta o direito dogmaticamente, em especial as normas do direito que se aplicam a esta relação de consumo. Esta segunda maneira de introduzir o direito do consumidor poderíamos chamar de dogmático- filosófica. Sociologia do direito, ao estudar as sociedades de consumo de massa atuais, a visão econômica dos mercados de produção, de distribuição e de consumo, que destaca a importância do consumo e de sua regulação especial. Essa terceira maneira poderíamos denominar de introdução socioeconômica ao direito do consumidor”.9 A primeira maneira de introduzir o Direito do Consumidor deve ser vista sob o enfoque constitucional, na medida em que a defesa do vulnerável das relações de consumo é um direito fundamental (art. 5º, XXXII, da CF). A importância do tema é tamanha que será analisada no próximo tópico. Em relação à introdução filosófica de proteção ao mais fraco, cumpre destacar que fundamenta os inúmeros princípios e direitos básicos elencados no CDC, na medida em que tais institutos buscam conferir direitos ao vulnerável da relação — o consumidor — e impor deveres à parte mais forte — o fornecedor —, como forma de reequilibrar uma relação que nasce desigual. Já a introdução socioeconômica do Direito do Consumidor leva em consideração não apenas aspectos históricos como a quebra de ideologias, por exemplo a de Adam Smith de que o consumidor seria o rei do mercado, mas também questões do mundo contemporâneo, como as recorrentes práticas abusivas de alguns setores do mercado econômico. O decorrer dos tempos nos ensinou que o consumidor não foi capaz de ditar as regras do jogo com seu “poder” de compra, num mercado facilmente manipulado pelo fornecedor. Ao contrário, se tornou o vulnerável da relação jurídica de consumo e vítima de abusividade na conduta de maus fornecedores que utilizam, por exemplo, práticas agressivas de marketing para reduzir a zero a liberdade de escolha do consumidor. Em resumo, o consumidor recebe diariamente uma avalanche de informações sobre a falsa necessidade de adquirir novos produtos ou de contratar novos serviços para, ao final, consumir, consumir e consumir, mesmo sem a necessidade de. ■ 1.2. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DO DIREITO DO CONSUMIDOR ■ 1.2.1. Mandamentos constitucionais de defesa do consumidor No Brasil, o Direito do Consumidor tem amparo na Constituição Federal de 1988, que, aliás, trouxe dois mandamentos em seu corpo principal (arts. 5º, XXXII, e 170, V) e um no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (art. 48): ■ CF/88: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXII — o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. ■ CF/88: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) V — defesa do consumidor”. ■ ADCT: “Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor”. ■ 1.2.2. O direito do consumidor como direito fundamental A relação jurídica de consumo nasce desigual, conforme amplamente destacado nesse início de livro. Assim, encontramos o consumidor- vulnerável, de um lado, e o fornecedor detentor do monopólio dos meios de produção, do outro, e, nesse contexto, nada melhor que ser alçado o Direito do Consumidor ao patamar de Direito Fundamental. A constitucionalização ou publicização do direito privado tem consequências importantes na proteção do consumidor e, segundo palavras de Claudia Lima Marques, “certos estão aqueles que consideram a Constituição Federal de 1988 como o centro irradiador e o marco de reconstrução de um direito privado brasileiro mais social e preocupado com os vulneráveis de nossa sociedade, um direito privado solidário. Em outras palavras, a Constituição seria a garantia (de existência e de proibição de retrocesso) e o limite (limite-guia e limite-função) de um direito privado construído sob seu sistema de valores e incluindo a defesa do consumidor como princípio geral”.10 Sobre o tema, vale lembrar de Konrad Hesse e a força normativa da Constituição. Pedro Lenza observa que dentro “da ideia de força normativa (Konrad Hesse), pode-se afirmar que a norma constitucional tem status de norma jurídica, sendo dotada de imperatividade, com as consequências de seu descumprimento (assim como acontece com as normas jurídicas), permitindo o seu cumprimentoforçado”.11 Logo, o amparo constitucional que possui o Direito do Consumidor traz uma conotação imperativa no mandamento de ser do Estado a responsabilidade de promover a defesa do vulnerável da relação jurídica de consumo. Ademais, ao longo do tempo muito se falou em eficácia vertical dos Direitos Fundamentais — respeito pela Administração dos Direitos Fundamentais de seus administrados. Nas relações entre Administração e administrado é evidente a supremacia daquela em razão da natureza do interesse tutelado, qual seja: o interesse público. Como o advento do Direito do Consumidor foi alçado ao patamar constitucional, é possível tratar na atualidade da eficácia horizontal dos direitos ora em estudo, ou seja, mesmo sem a existência de hierarquia entre as partes envolvidas na relação, como ocorre entre fornecedor e consumidor, o respeito aos Direitos Fundamentais também se faz necessário. Contudo, não poderemos generalizar a constitucionalização do Direito Privado, sob pena de corrermos o risco de tornarmos secundário este ramo do Direito. Assiste razão a André Ramos Tavares quando trata da eficácia horizontal dos direitos fundamentais ao acentuar que “com a eficácia direta e imediata corre-se o grave risco, especialmente no Brasil, de constitucionalizar todo o Direito e todas as relações particulares, relegando o Direito privado a segundo plano no tratamento de tais matérias. Como produto dessa tese ter- se-ia, ademais, a transformação do STF em verdadeira Corte de Revisão, porque todas as relações sociais passariam imediatamente a ser relações de índole constitucional, o que não é desejável. Mas, de outra parte, não se pode negar, em situações de absoluta missão do legislador, que os direitos ‘apenas’ constitucionalmente fundados sejam suporte para solução imediata de relação privada”.12 Em última análise, os benefícios da elevação do Direito do Consumidor ao status constitucional são evidentes e de suma importância na busca do reequilíbrio entre as partes na relação jurídica de consumo. ■ 1.2.3. O direito do consumidor como princípio da ordem econômica Conforme visto, o art. 170, inciso V, da Constituição Federal prevê como um dos princípios da ordem econômica a defesa do consumidor. Interessante ressaltar que o inciso IV do aludido dispositivo constitucional estabelece também como princípio a livre concorrência.13 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I — soberania nacional; II — propriedade privada; III — função social da propriedade; IV — livre concorrência; V — defesa do consumidor; VI — defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19-12-2003) VII — redução das desigualdades regionais e sociais; VIII — busca do pleno emprego; IX — tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 6, de 1995) Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Da interpretação dos incisos IV e V, a conclusão a que se chega é a de ser plenamente livre explorar a atividade econômica em nosso país, desde que de forma lícita — em respeito, por exemplo, aos demais princípios da ordem econômica —, e que, para ganhar da concorrência, não poderá colocar um produto ou prestar um serviço no mercado de consumo com violação dos direitos dos consumidores. Sobre o tema, concordamos com Claudia Lima Marques ao ensinar que a “opção da Constituição Federal de 1988 de tutela especial aos consumidores, considerados agentes econômicos mais vulneráveis no mercado globalizado, foi uma demonstração de como a ordem econômica de direção devia preparar o Brasil para a economia e a sociedade do século XXI”.14 A respeito de o princípio da defesa do consumidor estender-se a todo o capítulo constitucional da atividade econômica, já decidiu o Supremo Tribunal Federal: EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO EM VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. 1. O princípio da defesa do consumidor se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade econômica. 2. Afastam-se as normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de Varsóvia quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor. 3. Não cabe discutir, na instância extraordinária, sobre a correta aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a incidência, no caso concreto, de específicas normas de consumo veiculadas em legislação especial sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa indireta à Constituição de República. 4. Recurso não conhecido (RE 351.750/RJ, Rel. p/ Acórdão Ministro Carlos Britto, 1ª T., DJe 25-9-2009). Em nossa visão, a proteção dos direitos do consumidor é a contrapartida à livre concorrência. Dessa forma, o fornecedor poderá inserir no mercado de consumo produtos com preços mais baratos, desde que respeitados os demais princípios da ordem econômica. No entanto, os bens de consumo fornecidos, não poderão ter qualidade inferior àquela aceitável pelas entidades de regulamentação do setor. O Direito do Consumidor é a contrapartida da livre concorrência. ■ 1.2.4. O ADCT e a codificação do direito do consumidor O art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias conferiu um prazo de cento e vinte dias da promulgação da Constituição Federal para o Congresso Nacional elaborar o Código de Defesa do Consumidor. Demorou um tempo maior, mas temos uma referência de Diploma Consumerista na ordem mundial, com destaque especial na América do Sul. O legislador constituinte optou pela elaboração codificada do Direito do Consumidor, e não pela edição de leis específicas, cada uma disciplinadora de assuntos afetos às relações jurídicas de consumo. Apesar de existirem outras leis especiais dentro do sistema de proteção do consumidor, no momento da elaboração do Diploma de defesa do consumidor a opção pela codificação foi a mais acertada. Sobre os benefícios da opção pelo Código, ensinam Ada Pellegrini Grinover e Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamin que permite a reforma do Direito vigente e apresenta, ainda, outras vantagens: “Primeiramente, dá coerência e homogeneidade a um determinado ramo do Direito, possibilitando sua autonomia. De outro, simplifica e clarifica o regramento legal da matéria, favorecendo, de uma maneira geral, os destinatários e os aplicadores da norma”.15 Por fim, o Direito do Consumidor está assim representado na Constituição Federal: DIREITO FUNDAMENTAL PRINCÍPIO DA ORDEM ECONÔMICA PRAZO DE 120 DIAS PARA CODIFICAR ■ Art. 5º, XXXII, da CF ■ Art. 170, V, da CF ■ Art. 48 do ADCT ■ 1.3. CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR O Código de Defesa do Consumidor, Lei n. 8.078/90, possui três características principais: ■ lei principiológica; ■ normas de ordem pública e interesse social; ■ microssistema multidisciplinar. ■ 1.3.1. O CDC como lei principiológica O Código de Defesa do Consumidor é considerado uma lei principiológica, isto é, está constituído de uma série de princípios que possuem como objetivo maior conferir direitos aos consumidores, que são os vulneráveis da relação, e impor deveres aos fornecedores. Analisaremos no Capítulo 4 deste livro que os princípios — quer na conotação de norma com grau de generalidade relativamente alto ou de mandamento nuclear, quer no sentido de alicerce do sistema jurídico e de disposição fundamental — estão disciplinados no CDC da seguinte forma: ■ princípios
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