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Direito do Consumidor e Propriedade Intelectual AULAS

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Direito do Consumidor e Propriedade Intelectual.
O direito do consumidor e a propriedade intelectual estão previstos na Constituição Federal de 1988 e exercem, de acordo com a sistemática própria de cada um, funções fundamentais para o desenvolvimento econômico e cultural do nosso país.
O direito do consumidor e a propriedade intelectual estão previstos na Constituição Federal de 1988 e exercem, de acordo com a sistemática própria de cada um, funções fundamentais para o desenvolvimento econômico e cultural do nosso país.
A propriedade intelectual tem por objetivo amparar a proteção de direitos relacionados a propriedade intelectual, dos bens imateriais, assegurando aos seus titulares o pleno e absoluto exercício de seus direitos, sejam morais ou patrimoniais.
A função do Direito de Propriedade Intelectual é garantir a preservação e o respeito aos direitos autorais, protegendo-os de qualquer violação por terceiros que não tenham autorização de utilizar, de alguma forma, o seu bem intelectual.
Aula 1: Princípios constitucionais e os direitos fundamentais relacionados ao direito autoral
Conceito de direto constitucional
Pode-se dizer que Direito Constitucional é um ramo do Direito Público destinado a estudar a organização do poder político, do Estado, da estrutura do Estado e dos direitos fundamentais que controlam o exercício e o abuso deste poder.
Para um dos mais importantes constitucionalistas brasileiros, José Afonso da Silva, o direito constitucional “é o ramo do direito público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”.
A Constituição Federal
A Constituição Federal é a Lei Maior brasileira, base de todo o direito e orienta genericamente, de forma ampla todos os demais direitos. Toda lei criada infraconstitucionalmente deve obedecer aos parâmetros constitucionais e não pode ferir os seus preceitos e princípios. A atual e vigente Constituição brasileira é datada de 05 de outubro de 1988.
Kelsen propõe a imagem de uma pirâmide para representar a estrutura da hierarquia das leis no ordenamento jurídico.
•	Constituição Federal
•	Leis (Complementares, Ordinárias)
•	Medidas Provisórias
•	Resoluções, Instruções Normativas, Portarias etc.
Após ser promulgada, a Constituição só poderá sofrer mudança através de emendas.
Princípios básicos da constituição federal
A Constituição Federal, em seu art. 1º e incisos, prevê como princípios básicos da República Federativa do Brasil os seguintes princípios:
a.	A soberania (O Brasil é um país dotado de soberania para exigir o fiel cumprimento das leis em seu território).
b.	A cidadania (Proporciona o exercício dos direitos e deveres básicos do cidadão, sejam eles sociais, civis e políticos).
c.	A dignidade da pessoa humana (políticas públicas que devem ser criadas para viabilizar o respeito ao cidadão por parte do Estado).
d.	Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (oportunizar a criação de empresas com o fim de proteger as leis trabalhistas e o incentivo à iniciativa privada na produção ou circulação de bens ou serviços).
e.	O pluralismo político (garantir a participação do povo na democracia, assegurar a liberdade de expressão, opinião e manifestação de pensamento).
Separação dos poderes
O Governo é uno, único, contudo, com a devida separação de acordo com cada Poder que representa a União, cada qual com sua atribuição e função, que são os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Art. 2º da Constituição Federal: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário
O Poder Legislativo
O poder legislativo é o poder incumbido de criar as leis que terão aplicabilidade na sociedade.
No Brasil, o referido poder está subdividido em três esferas (federal, estadual ou distrital (Brasília é Distrito Federal) e municipal) com independência entre si, com atuação em níveis distintos de poder com forma, competência e finalidade firmadas pela Constituição Federal.
Na esfera federal representado pelo Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados).
Na esfera estadual, representado pela Assembleia Legislativa (Deputados Estaduais)
Na esfera municipal, representado pela Câmara dos Vereadores.
Importante destacar que o legislativo nacional não possui meramente a finalidade de legislar, possuindo também a finalidade de fiscalizar a ordem pública.
Tem como finalidade a edição de leis de acordo com as suas competências, entretanto, há que se firmar que o poder legislativo também possui a função fiscalizadora, através do Tribunal de Contas que atua de forma operacional, contábil e financeira de todos os órgãos e funções públicas.
O Poder Executivo
Na esfera federal o Poder Executivo é representado pelo Presidente da República, Vice-Presidente e Ministros de Estado, todos com a missão de administrar o Estado dando-lhe efetividade.
Na esfera estadual, representado pelo Governador, Vice-Governador e Secretários.
Na esfera municipal, representado pelo Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários.
O Poder Executivo é caracterizado por ser o poder responsável pela gestão do país, com a finalidade de exercer o do poder do Estado, ou seja, competência de ser a maior expressão do poder de um Estado, encarregado de dar efetividade e cumprimento às leis vigentes do Estado.
O Poder Judiciário
Os órgãos do judiciário exercem a função jurisdicional, que é a função de “dizer” o direito, de apreciar os conflitos levados à sua apreciação, que é exercida através de ações judiciais propostas para que haja a possibilidade de composição dos litígios presentes na sociedade.
O Poder Judiciário tem a função de aplicar as leis vigentes no país e zelar pelo fiel cumprimento dos preceitos previstos na Constituição Federal.
Conselho Nacional de Justiça (art. 92, I-A, 103-B §4º e §7º CF)
O Conselho Nacional de Justiça é o mais recente membro do Poder Judiciário que foi criado através da Emenda Constitucional nº 45/2004, conhecida como a Reforma do Judiciário. É um órgão de fiscalização das irregularidades que, porventura, possa ocorrer no Judiciário, exercendo, ainda, o seu controle externo. Esta competência incide substancialmente sobre dois temas:
•	Atividade financeira e administrativa dos órgãos judiciais, e
•	O cumprimento dos deveres funcionais das autoridades do poder judiciário.
Os direitos fundamentais e a Constituição de 1988 (CRFB)
No Art. 5° da Constituição Brasileira serão garantidos “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Brasil a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à propriedade e à segurança, sendo estes os direitos fundamentais.” (art. 5º, caput, CF de 1988)
Estão resguardados e garantidos no art. 5º da Constituição Federal em seus 78 incisos e assim prevê em seu caput:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Direitos fundamentais inerentes ao direito autoral
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Art. 5º, IV - É livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato.
As pessoas podem expressar seus pensamentos e vontades, contudo devem assumir a autoria do que dizem, registram e produzem.
Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Ninguém tem o direito de invadir a privacidade de outra pessoa, seja por meio de ligação telefônica, publicação de fotos ou comentários sobre uma pessoa sem que esta tenha autorizado, cabendo indenização. No entanto, se for pessoa famosa ou local público, esse princípio fica mitigado, em razão do princípio de liberdade de expressão e do interesse social que se sobrepõe a esse.
Art. 5º, XII -é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que alei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
Art. 5º XXII - é garantido o direito de propriedade;
•	propriedade material, bens móveis ou imóveis, como casa, automóvel.
•	Propriedade imaterial ou intelectual – livro, filme, música, foto, software.
Art. 5º, XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
•	quebra de patente por interesse coletivo.
Exemplo: O inventor de uma vacina contra o câncer pode registrar seu invento e estar protegido. No entanto, como é caso de interesse da coletividade, a patente será quebrada para que o governo utilize essa vacina, mas o seu direito como autor da obra e de receber pelo invento continua preservado, conforme veremos na aula sobre direitos autorais.
Art. 5º - XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
Confere aos autores o direito exclusivo de utilizar, publicar e reproduzir suas obras; o autor é, pois, titular de direitos morais e de direitos patrimoniais sobre a obra intelectual que produzir.
Como exemplo, podemos citar as obras de autores de livros e músicas que possuem o direito autoral, ou seja, de ter o nome na obra e de auferir os lucros advindos desta obra.
Domínio Público
Domínio público é o instrumento legal de liberação das obras do copyright (todos os direitos reservados ao autor ou detentor dos direitos autorais), extinguindo, assim, os direitos autorais, em que não mais haverá a exclusividade para explorar economicamente a obra, ou seja, auferir lucro com a obra.
A Lei 9.610/98, lei brasileira que protege os direitos autorais, prevê em seu art. 41, que a regra geral para que as obras entrem em domínio público é de 70 anos após a morte do seu autor.
Inicia-se a contagem desse tempo, conforme previsão legal, no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao falecimento do autor, obedecida a ordem sucessória da lei civil, (descendentes, ascendentes, cônjuge e colaterais), conforme previsão do art. 1829 do Código Civil. Contudo, se não houver deixado sucessores, a obra cairá em domínio público na data do falecimento de seu autor.
No caso de coautoria, quando a obra literária, artística ou científica for indivisível, o período previsto para o domínio público é de 70 anos após a morte do último coautor sobrevivente, conforme prevê o art. 42 da referida lei.
Direito de Imagem
Conforme decisão do Conselho da Justiça Federal, através do Enunciado n. 279, da IV Jornada de Direito Civil, deve haver uma ponderação de interesses e valores em relação ao direito de abaixo, conforme abaixo:
“A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não restrinjam a divulgação de informações.”
Sobre a utilização de imagem para fins comerciais ou econômicos, assim decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
SÚMULA 403 STJ - Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
DIREITO CIVIL. DIREITOS DA PERSONALIDADE. UTILIZAÇÃO DE IMAGEM DE PESSOA PÚBLICA SEM AUTORIZAÇÃO. FINALIDADE EXCLUSIVAMENTE ECONÔMICA. EXISTÊNCIA DE DANO MORAL.
Ainda que se trate de pessoa pública, o uso não autorizado da sua imagem, com fins exclusivamente econômicos e publicitários, gera danos morais. 
Dano Moral. Uso. Imagem. Matéria Jornalística
Trata-se de ação de indenização por danos morais pelo uso indevido de imagem decorrente de publicação jornalística sem autorização, visto que exibiu, em primeira página, fotografia de vítima em meio às ferragens de acidente automobilístico. Observa o Min. Relator que o direito à imagem constitui um dos elementos integrantes do direito à personalidade (art. 11 do CC/2002) e o legislador não deixou de conferir proteção à imagem e à honra de quem falece, uma vez que essas permanecem perenemente nas memórias dos sobreviventes, como bens que se prolongam para muito além da vida. Assim, assevera que a ofensa se materializa com o simples uso da imagem sem autorização, ainda que tal utilização não tenha conteúdo vexatório, pois o direito à imagem se integra de forma irrestrita na personalidade. Dessa forma, a utilização indevida da imagem gera, autonomamente, indenização por perdas e danos (art. 12 do CC/2002).
Direito ao esquecimento
O direito ao esquecimento surge na discussão acerca da possibilidade de alguém impedir a divulgação de informações que, apesar de verídicas, não sejam contemporâneas e lhe causem transtornos das mais diversas ordens.
O Tribunal, por maioria dos votos, negou provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 1010606, com repercussão geral reconhecida, em que familiares da vítima de um crime de grande repercussão nos anos 1950 no Rio de Janeiro buscavam reparação pela reconstituição do caso, em 2004, no programa “Linha Direta”, da TV Globo, sem a sua autorização. Após quatro sessões de debates, o julgamento foi concluído hoje, com a apresentação de mais cinco votos (ministra Cármen Lúcia e ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Luiz Fux).
“É incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social – analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível”.
Publicação de biografias não autorizadas
O STF se pronunciou e afastou a exigência de autorização prévia para a realização de publicações de biografias.
Aula 2: Os princípios contratuais, os requisitos de validade de um contrato, a formação de um contrato via web, o comércio eletrônico e o e-business à luz do Direito Digital
Os contratos têm relação direta com o Direito das Obrigações, pois ao estabelecer uma relação jurídica através de um contrato as partes assumem obrigações recíprocas que devem ser adimplidas.
O contrato é a expressão das obrigações assumidas e em caso de haver inadimplência de quaisquer partes contratantes haverá consequências jurídicas.
O Código Civil Brasileiro não estabelece uma definição de contrato. Nesse sentido, Flávio Tartuce (2017, p. 18) define:
“O contrato é um ato jurídico bilateral, dependente de pelo menos duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres de conteúdo patrimonial. Os contratos são, em suma, todos os tipos de convenções ou estipulações que possam ser criadas pelo acordo de vontades e por outros fatores acessórios”.
Condições de validade dos contratos
Os requisitos da validade do negócio jurídico estão elencados no art. 104, CC:
A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Agente livre e capaz
Considera-se capaz toda pessoa apta a ser sujeito de direitos e obrigações.
A lei revela que todas as pessoas são capazes, a partir da maioridade ou emancipação, excluindo apenas os incapazes, devidamente definidos, e classificados de acordo com a incapacidade, que pode ser absoluta (art. 3º do Código Civil), ou relativa (art. 4º do Código Civil).
Os sujeitos incapazes só podem celebrar negócios jurídicos válidos, se estiverem devidamente representados (absolutamente incapazes), ou assistidos (relativamente incapazes) por seus representantes legais.
Objetolícito, possível e determinável
Para que o negócio jurídico seja considerado válido, a lei dispõe que o objeto seja lícito (legal, de acordo com a lei); possível (possibilidade de ser negociado de acordo com os aspectos jurídicos, físicos, humanos etc. Não é possível vender terreno em outro planeta, por exemplo); determinado (especificado no contrato como quantidade, qualidade, marca, modelo etc.) ou determinável (pode não estar especificado no contrato, porém, ser determinado até o término do referido negócio).
Forma prescrita ou não defesa em lei
Os contratos devem ser celebrados de acordo com a autonomia privada da vontade das partes, porém, devem estar de acordo com a forma estabelecida por lei. Ex.: contrato de compra e venda de imóvel deve ser celebrado através de escritura pública de compra e venda.
A forma é a representação do acordo de vontades entre as partes. É a exteriorização do conteúdo do contrato e possui três funções:
•	Confirmar a manifestação de vontade;
•	Comprovar a existência da declaração de vontade capaz de produzir efeitos jurídicos para ambas as partes;
•	Proteger a boa-fé de terceiros.
Dos Planos do Negócio Jurídico
O negócio jurídico somente poderá ser compreendido sob a análise de três planos ou aspectos, que são: existência, validade e eficácia. E, somente com estes planos visíveis pode se verificar sua plena realização, passando, portanto, a analisar cada um deles de forma detalhada.
Plano da Existência
No plano da existência devemos considerar os pressupostos básicos para que o negócio jurídico tenha eficácia, ou seja, preenche os requisitos mínimos para que possa surtir efeitos.
Os requisitos essenciais de validade do negócio jurídico têm previsão legal no artigo 104 do Código Civil Brasileiro, com acréscimo do quarto item para acolher o elemento de existência, conforme abaixo:
I. Agente;
II. Objeto;
III. Forma;
IV. Vontade Exteriorizada das partes;
A ausência de qualquer um destes elementos torna o negócio jurídico inexistente, ou seja, impossível de ser formalizado,
Plano da Validade
No plano de validade encontra-se a plena justificativa teórica do negócio jurídico, exteriorizada a vontade das partes, forma, objeto, conteúdo e principalmente os limites da autonomia privada.
Em sendo o agente maior de idade, ou emancipado, capaz; o objeto sendo lícito e podendo ser determinado ou determinável, a forma do negócio estar dentro do que estabelece a lei e a vontade das partes expressa e livre de qualquer vício, não existem motivos para que seja declarado nulo ou anulável o negócio jurídico realizado pelas partes.
Princípios fundamentais do Direito Contratual
1) Liberdade de contratar. Autonomia da vontade.
A liberdade de contratar é inerente ao ser humano e está relacionada com a opção da pessoa ou das pessoas com quem determinado negócio será firmado, sendo uma liberdade plena, em regra.
Toda pessoa possui plena autonomia privada da vontade para celebrar qualquer negócio jurídico permitido ou não proibido por lei, consagrando, assim, a liberdade contratual.
2) Pacta sunt servanda e Rebus sic stantibus
Trata-se de pactos antigos, porém, ainda vigentes, que precisam ser observados nos contratos.
Pacta sunt servanda – O contrato faz lei entre as partes. Obriga o seu cumprimento. Observância do princípio da obrigatoriedade dos contratos.
No direito antigo, o cumprimento dessa cláusula era integral. Entretanto, na atual concepção do Direito Civil, de acordo com os princípios constitucionais recepcionados pelo Código Civil de 2002, o referido princípio foi relativizado em caso de constar alguma abusividade no contrato visando a proteção da dignidade da pessoa humana.
Rebus sic stantibus - A referida cláusula está relacionada à teoria da imprevisão, exigindo-se que as condições do contrato permaneçam iguais, desde a sua assinatura e prolongada pelo tempo de sua vigência.
As partes devem estar cientes e de acordo com todas as cláusulas que devem estar claras sobre o seu conteúdo, valor, objeto, prazos etc.
3) Função econômica e social do contrato
O art. 421 do Código Civil (CC) dispõe: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”.
A função social do contrato está relacionada com o elo de ligação dos contratantes com a sociedade, porque o que se é contratado não deve ferir direitos de terceiros e nem ofender os interesses sociais.
4) Princípio da probidade e boa-fé contratual
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Bilateralidade dos contratos
Significa que o contrato faz lei entre as partes e gera obrigação para ambas as partes contratantes.
Interpretação dos contratos
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
O art. 47 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece que as cláusulas contratuais sejam interpretadas sempre de maneira mais favorável ao consumidor, independente de obscuridade ou ambiguidade da cláusula.
Contratos de adesão
O art. 54 do CDC prevê que: “Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.”
O contrato de adesão não é uma espécie contratual, porém, um método de contratação, cuja forma de aceitação de um dos contratantes ocorre com a simples adesão a um conteúdo preestabelecido pelo outro contratante (Marques, 2011). O aderente, em regra, não tem poder de negociação. As cláusulas contratuais já estão previstas, concluídas e finalizadas, não restando outra alternativa ao aderente, senão assinar o referido contrato.
O contrato via web ou eletrônico
O contrato eletrônico ou via web segue os mesmos princípios legais presentes na formação de um contrato por escrito.
A emissão da aceitação contratual de acordo com os termos da oferta também emitida por meios eletrônicos, caracteriza um contrato eletrônico.
A aceitação deve ser imediata porque a proposta feita pela internet online, em que há interação como aplicativos de comunicação, como WhatsApp ou através de telemarketing, é considerada como se a pessoa estivesse presente.
O Comércio eletrônico e o e-Business
O Direito Digital busca resolver esta questão mediante a regulamentação dos documentos eletrônicos como instrumentos juridicamente aceitos para comprovar a veracidade das operações eletrônicas virtuais, procurando conseguir um alcance de vários ordenamentos.
As empresas que atuam de forma digital e virtual devem estar de acordo com o padrão de informação e transparência no que diz respeito à publicidade de seus dados específicos, com informações precisas sobre seus produtos e serviços, a observância das leis que integram o ordenamento jurídico e tratam sobre o negócio jurídico específico, se há seguro para operações online, o nível de atualização do software de segurança e as referências cadastrais e de mercado para consulta do consumidor, caso necessário, assim como a adaptação às leis de proteção de dados.
O cumprimento da exigência de transparência de informação faz com que não se caia na modalidade de culpa in omittendo do Direito Civil (CC, art. 186), que responsabiliza por danos causados devido à omissão de informações relevantes, estando este princípio também previsto pelo Código de Defesa do Consumidor.
Deve-se ressaltar, por oportuno, outra modalidade de comércio eletrônico caracterizada por serem empresas ambas as partes e não haver consumidor final na transação comercial. Esse comércio entre empresas, o chamado Business-to-Business, ou somente B2B, não se enquadra no Código de Defesa do Consumidor, que só se aplica ao consumidor final de um produto.
Notas
- Art. 47 CDC: As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
- Art. 428, I, CDC: Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoapresente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante.
- Pacta sunt servanda
Pacto mais antigo que existe. Significa que os contratos devem ser cumpridos. Esse pacto, embora ainda vigente, está flexibilizado, considerando as cláusulas abusivas que possam estar apostas num contrato. Trata-se de um princípio da força obrigatória dos contratos. No Estado liberal, esse princípio era tomado como absoluto. No entanto, na concepção atual do direito civil, à luz dos preceitos constitucionais vigentes e dos próprios princípios consagrados pelo CC/2002, tal princípio foi relativizado com vistas à melhor proteção da dignidade humana.
- Sujeitos:
Estipulante – Detém o poder negocial.
Aderente – Aceita cláusulas preestabelecidas, sem poder de alterá-las.
Aula 3: Os direitos básicos do Consumidor, a publicidade abusiva e a propaganda enganosa e a responsabilidade civil dos meios de comunicação e das agências de publicidade
A Organização das Nações Unidas (ONU), em sua resolução n. 39/248, traçou uma política geral de proteção ao consumidor destinada aos Estados filiados. Nela, basicamente, encontra-se a preocupação fundamental de: proteger o consumidor quanto a prejuízos à saúde e segurança, fomentar e proteger seus interesses econômicos, fornecer-lhe informações adequadas para capacitá-lo a fazer escolhas acertadas de acordo com as necessidades e desejos individuais, educá-lo, criar possibilidades de real ressarcimento, garantir a liberdade para formação de grupos de consumidores e outras organizações de relevância, e oportunidade para que essas organizações possam intervir nos processos decisórios a elas referentes (MIRAGEM, 2016).
No Brasil, além da resolução da ONU, da qual é adepto, na Constituição Federal de 1998, foi reforçada a política de defesa do consumidor, quando assim dispôs em seu artigo 5º, inciso XXXII:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (BRASIL, 2019);
    E também, em seu artigo 170, quando dispôs sobre a ordem econômica e financeira, elevou a defesa do consumidor à ordem de princípio a ser seguido em uma atividade econômica.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
V - defesa do consumidor (BRASIL, 2019).
    Após a Constituição de 1988, ocorreu, no Brasil, a promulgação da lei n. 8.078/90, que dispõe sobre a proteção do consumidor, estabelecendo, assim, o Código de Defesa do Consumidor.
O CDC – O Código de Defesa do consumidor
A defesa e a proteção do consumidor no ordenamento jurídico brasileiro se operacionalizou com a entrada em vigor da Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor, que regulamenta as relações consumeristas, ou seja, entre consumidores e fornecedores.
O Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC) nasce da necessidade de amparar o consumidor em diversos aspectos, como data de fabricação e validade dos produtos, informações precisas sobre produtos e serviços, dentre outros. O consumidor, por ser a parte mais vulnerável e frágil da relação de consumo dispõe de uma legislação de proteção e defesa de seus direitos.
Objeto lícito, possível e determinável
Para que o negócio jurídico seja considerado válido, a lei dispõe que o objeto seja lícito (legal, de acordo com a lei); possível (possibilidade de ser negociado de acordo com os aspectos jurídicos, físicos, humanos etc. Não é possível vender terreno em outro planeta, por exemplo); determinado (especificado no contrato como quantidade, qualidade, marca, modelo etc.) ou determinável (pode não estar especificado no contrato, porém, ser determinado até o término do referido negócio).
A política nacional de relações de consumo
Segundo o artigo 4º do Código de Defesa do Consumidor, “A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivos o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios (BRASIL, 2019):
Atenção!
I.	reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II.	ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a.	por iniciativa direta;
b.	por incentivos à criação e ao desenvolvimento de associações representativas;
c.	pela presença do Estado no mercado de consumo;
d.	pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III.	harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica, sempre com base na boa-fé e no equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores.
IV.	educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V.	incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI.	coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII.	racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII.	estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Com efeito, o artigo 4º, do Código de Defesa do Consumidor, constitui-se em uma verdadeira alma, no sentido de que se visa a atender não apenas às necessidades dos consumidores e respeito à sua dignidade, de sua saúde e segurança, proteção de seus interesses econômicos, melhoria de sua qualidade de vida, como também à imprescindível harmonia das relações de consumo (MIRAGEM, 2016).
A vulnerabilidade do consumidor e a busca do equilíbrio
No que tange ao equilíbrio nas relações de consumo, podemos destacar o artigo 51, inciso IV do CDC, bem como o inciso III, do § 1º do mesmo artigo 51, quando assim dispõem (BRASIL, 2019):
Atenção!
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
[...]
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
§ 1º. Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
[...]
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e o conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Instrumentos de defesa do consumidor
Segundo o artigo 5º, do Código de Defesa do Consumidor, para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros (BRASIL, 2019):
I.	manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;
II.	instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
III.	criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV.	criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
V.	concessão de estímulos à criação e ao desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.
Dessa forma, o consumidor possuiampla estrutura judiciária para a defesa de seus direitos e a solução dos conflitos. Destaca-se, aqui, a criação dos Juizados Especiais Cíveis, que permite o chamado jus postulandi, ou seja, o direito de postular em juízo, sem a presença de um advogado.
Conceito de consumidor
Segundo o artigo 2º, do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8078/90), consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Pela definição do artigo 2º do CDC, para ser considerado consumidor é necessário preencher os 3 requisitos abaixo. Consumidor é toda:
1.	pessoa física ou jurídica.
2.	que adquire (compra diretamente) ou que, mesmo não tendo adquirido, utiliza (usa, em proveito próprio ou de outrem, como receber um presente) produto ou serviço, entendendo-se por produto “qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial” (CDC, art. 3º, §1º) e por serviço qualquer atividade fornecida a terceiros, mediante remuneração, desde que não seja de natureza trabalhista (CDC, art. 3º, § 2º);
3.	como destinatário final, ou seja, para uso próprio, privado, individual, familiar ou doméstico, e até para terceiros, desde que o repasse não se dê por revenda.
Destinatário final de um bem ou de um serviço.
Conceito de fornecedor
Segundo o artigo 3º, do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8078/90), fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Fornecedor é todo aquele que produz ou fabrica, de forma industrial ou artesanal, como também aquele que importa, transporta, distribui ou vende, ou seja, comercializa produtos nos pontos de venda. Tanto pode ser o fabricante originário, o intermediário ou o comerciante, bastando que faça disso sua profissão ou atividade principal, havendo responsabilidade solidária entre estes, ou seja, todos respondem pelo todo, no caso de haver qualquer infringência às leis consumeristas.
Vale ressaltar que todo fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, que desenvolve atividade empresarial de oferecimento de bens ou serviços ao mercado.
Dos direitos básicos do consumidor
O artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) prevê os direitos básicos do consumidor:
I.	A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II.	A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III.	A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV.	A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
V.	A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VI.	O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VII.	Indenização (ressarcimento do prejuízo sofrido, seja patrimonial ou moral);
VIII.	Acesso à justiça;
IX.	Facilitação de defesa de seus direitos (“facilitação da defesa de seus direitos”, ou seja, deve o Estado remover os entraves ou criar mecanismos que tornem mais fácil a defesa do consumidor em juízo, certo que a própria lei já indica dois desses meios: a inversão do ônus da prova no processo civil, obedecidas as condições legais, e a Assistência Judiciária);
X.	Qualidade dos serviços públicos.
Atenção!
Conceito de produto:
Art. 3º, §1º: Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Conceito de Serviço:
Art. 3°, § 2°: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Inversão do ônus da prova
A inversão do ônus da prova é uma das garantias do consumidor na facilitação da defesa de seus direitos, prevista no artigo 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Nas relações jurídicas de consumo, o ônus da prova se inverte, ou seja, não é o consumidor que precisa provar que foi lesado e sim o fornecedor provar que não violou as normas previstas no ordenamento jurídico, em caso de ação judicial, quando, a critério do juiz, for verossímil, ou seja, se aproximar da verdade, a alegação do consumidor.
Art. 18 do CDC
Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I.	a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II.	a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III.	o abatimento proporcional do preço.
Direito de arrependimento
O direito de arrependimento é o prazo concedido ao consumidor que tenha adquirido produtos ou serviços sem que tenha tido contato físico com o produto ou serviço, razão pela qual se defere ao consumidor esse direito de se arrepender da aquisição efetivada fora do estabelecimento comercial. (internet, telefone etc.).
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
O marketing é suscetível de controle e fiscalização por toda a sociedade.
    Conforme o art. 31 da Lei 8.078/90 (CDC), a oferta é toda informação ou publicidade suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação, com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados.
    Publicidade tem objetivo comercial, para anunciar produtos passíveis de negociação.
    Propaganda tem um fim ideológico para a divulgação de conceitos, ideias, fundamentos, elementos, teorias, com objetivo religioso, político ou cívico.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor...
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança...
Os limites da publicidade voltada ao público infantil trafegam numa zona cinzenta, mesmo havendo regras estabelecidas pela Constituição Federal, nos artigos 37 e 39 do Código de Defesa do Consumidor e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) também destina ao assunto uma seção inteira de seu Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. O texto traz mais de 25 recomendações, principalmente em relação ao apelo imperativo de consumo feito diretamente à criança.
Atenção!
EXEMPLO DE PUBLICIDADE ABUSIVA:
No Portal Nacional de Seguros foi veiculada a notícia intitulada: McDonald’s é o maior distribuidorde brinquedos do mundo e utiliza estratégias de publicidade infantil para estimular o desejo de consumo das crianças.
(...)
Lançada em 2020, a pesquisa analisou o caso "McLanche Feliz", combo infantil vendido na rede de fast food desde junho de 1979, que, por meio de diferentes estratégias comerciais dirigidas a crianças, busca associar alimentação com entretenimento, via desejo de consumo dos brinquedos ofertados. 
Associar brinquedo ao lanche é uma estratégia muito eficiente do McDonald's para vender mais e fidelizar clientes desde muito novos. É preciso entender que essa é uma prática abusiva e ilegal de publicidade infantil que estimula o ciclo 'publicidade-desejo-consumo-descarte' que, conforme demonstrado na pesquisa, é danoso para as crianças e para o planeta. Entre as consequências da publicidade infantil, estão a obesidade infantil e o estresse familiar", JP Amaral, mobilizador do programa Criança e Consumo.
(...)
Em 2018, o Criança e Consumo lançou a campanha " Abusivo Tudo Isso " contra a rede, em razão da prática publicitária abusiva e ilegal direcionada a crianças, realizadas pela oferta e comercialização de brinquedos associados à venda de produtos alimentícios por meio do combo McLanche Feliz. A campanha fez com que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, instaurasse um processo administrativo para investigar a conduta contra a empresa.
Responsabilidade civil dos meios de comunicação e das agências de publicidade
A boa-fé objetiva é o parâmetro para as relações jurídicas no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor em que haverá responsabilidade dos fornecedores de bens ou serviços, pelos danos causados ao consumidor independentemente de culpa.
Em relação à Responsabilidade Civil das Agências de Publicidade, há de ser observada a relação da gestão, supervisão, gerenciamento do anunciante em relação aos produtos, marcas e serviços anunciados sob a tutela das agências, que conferem legitimidade e legalidade à publicidade veiculada.
O fornecedor, como também o anunciante, serão responsabilizados, pelo simples fato de veicular ou criar uma publicidade enganosa ou abusiva. Por isso, muitas vezes, deparamo-nos com as chamadas contrapropagandas nos canais publicitários, ou seja, uma propaganda de um anunciante, anulando os efeitos de sua própria propaganda, realizada anteriormente.
A contrapropaganda passou a ser um dever imanente a quem divulgou o produto ou o serviço de forma enganosa ou abusiva ou que, de outra forma, deixou de alertar acerca dos riscos que podem advir aos consumidores. A propaganda deve ser veiculada da mesma forma e com a mesma força de como foi difundido o produto (art. 60, CDC).
Não obstante, as publicidades abusiva e enganosa geram ao fornecedor e, excepcionalmente, ao publicitário e ao meio de comunicação (art. 7º, parágrafo único, e art. 25, § 1º, ambos do CDC) a obrigação solidária de reparar os danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos, em conformidade com o princípio da plena reparação dos danos (art. 6º, VI) e o direito básico de proteção contra esse tipo de publicidade (art. 6º, IV, 1ª parte).
Uma das recomendações previstas pelo Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária é de que as agências estejam identificadas nas peças publicitárias, atestando a sua responsabilidade solidária e corresponsabilidade junto ao anunciante pela publicidade veiculada e por eventual desobediência aos preceitos regulamentos no Código (art. 45, b), bem como prevê no artigo 46 que qualquer pessoa que tenha participado do planejamento, criação, execução e veiculação de um anúncio responde na medida de seus respectivos poderes.
Aspectos jurídicos e a Responsabilidade Civil das celebridades
As agências de publicidade são responsáveis pelo desenvolvimento e divulgação das publicidades, com o dever de averiguar e aferir a veracidade das informações fornecidas pelo anunciante.
 A publicidade realizada por alguém que possa testemunhar e atestar a idoneidade e a eficácia do produto ou do serviço é muito utilizada, principalmente, quando se trata de pessoa famosa que “empresta” a sua imagem para conferir credibilidade ao produto ou serviço anunciado. Neste caso, a “celebridade” pode vir a ser responsabilizada por um produto que venha causar dano à pessoa ou por um serviço adquirido que não atende aos ditames da lei.
Destaca-se, por fim, a responsabilidade das celebridades quando da veiculação de uma propaganda enganosa ou abusiva.
Alguém, na qualidade de celebridade, que empresta a sua imagem para divulgar um produto ou um serviço, por ter uma credibilidade junto à sociedade poderá ser responsabilizado civil e criminalmente, caso alguém que faça uso normal e previsível de produto ou serviço sofra dano grave, tanto por infração contratual quanto extracontratual (relação jurídica independente de contrato).
Art. 15 do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária: os padrões éticos de conduta estabelecidos neste Código devem ser respeitados por quantos estão envolvidos na atividade publicitária, sejam Anunciantes, Agências de Publicidade, Veículos de Divulgação, sejam Publicitários, Jornalistas e outros Profissionais de Comunicação participantes do processo publicitário.
Comércio eletrônico
Ao tratar especificamente do direito à informação, previsto no artigo 6º, III, do Código de Defesa do Consumidor, o Decreto determina que deverão constar em local de destaque e fácil visualização no site as informações essenciais à identificação do fornecedor, tais como nome empresarial, endereço físico e eletrônico e CNPJ; as características essenciais do produto/serviço, incluindo os riscos que representam; discriminação do preço, incluindo quaisquer despesas adicionais ou acessórias, tais como custo de frete e seguro, se aplicáveis; condições integrais da oferta, como modalidade de pagamento, prazo e forma de entrega ou disponibilização do produto; e informações claras e ostensivas a respeito de eventuais limitações à aceitação da oferta, pelo consumidor.
No que se refere aos preços de produtos a serem adquiridos pela internet, o Decreto torna claro que as mesmas regras aplicáveis ao comércio em estabelecimentos físicos, ditadas pelo Decreto no 5.903/06, também se aplicam ao comércio eletrônico. Assim, também no comércio eletrônico fica vedada a informação incompleta ou inadequada sobre o preço, como aquela que apenas informa o preço das parcelas a serem pagas, e não o preço total do produto/serviço; que informa o preço apenas em moeda estrangeira (i.e., dólares americanos); que atribui preços diferentes ao mesmo produto/serviço; entre outras.
Consumidor online e o CDC à luz do Direito Digital
Em análise geral, conforme Patrícia Peck Pinheiro (2016), a Lei n. 8.078/90, que instituiu o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, há princípios e artigos válidos inclusive para as relações eletrônicas e não presenciais, seja na Internet, seja no celular, ou em qualquer outro meio que se invente, conforme prevê a autora em sua obra:
a.	O reconhecimento dos Direitos Difusos e Coletivos nas relações de Consumo.
b.	A definição de Consumidor — art. 2º (inclusive já há decisões demonstrando situações de compra de software por empresa, na qual ela configuraria como consumidor final, portanto com todas as proteções e garantias dadas pelo CDC.
c.	Imputação da responsabilidade direta e de forma objetiva ao fornecedor independentemente do vínculo contratual. Antes do CDC havia dificuldade de imputação de responsabilidade ao fornecedor devido ao princípio do pacta sunt servanda (os contratos devem ser cumpridos), bem como dificuldade de prova de dano e de nexo causal — arts. 6º, 12 e outros.
d.	O fabricante, vendedor ou prestador de serviços tem o dever de informar ao consumidor todas as características do produto ou serviço oferecido no mercado.
e.	A propaganda tem força vinculante, integra o contrato e obriga o anunciante ao cumprimento de todas as promessas anunciadas, inclusive quanto ao preço, se mencionado.
f.	Se a oferta ou venda forpor telefone ou reembolso postal, o consumidor terá sete dias para desistir da compra, com direito à devolução das quantias eventualmente pagas. Neste item, há situações em que na compra e venda online, pelo e-commerce, também se aplica a mesma regra.
g.	Proteção contra práticas abusivas contra o consumidor — prevista pelo art. 39.
h.	Responder pelos danos patrimoniais e morais que causar. Esta proteção é de fundamental importância, especialmente na Internet, com a facilidade de usos de dados dos consumidores.
i.	Permitir apenas maiores em seu estabelecimento se explorar comercialmente jogos ou apostas. Essa questão, junto com o Estatuto da Criança e do Adolescente, motivou a criação de algumas regras específicas para Lan Houses, por exemplo, à época, do boom destes estabelecimentos, entre outras.
j.	Fazer orçamento nos termos do art. 40, §§ 1º a 3º.
k.	Ampliação da responsabilidade solidária, com garantia de direito de regresso, o que na Internet ocorre com frequência, principalmente pelo grau de interdependência dos negócios — art. 13. Sendo que em situações em que o fornecedor possa fazer prova da culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, então poderia afastar sua responsabilidade. A aplicação do art.14 tem sido debatida no sentido de limites de responsabilidade, especialmente quando envolver danos causados por negligência do cliente, como em situações de uso indevido de senha no Internet Banking, entre outros.
l.	Possibilidade de cancelar serviços de prestação continuada.
m.	A proteção de bancos de dados de consumidores e a questão de privacidade, hoje muito discutida no âmbito da Internet, em que se aplicam os artigos do CDC, bem como o art. 5º da Constituição Federal.
n.	Inversão do ônus da prova em favorecimento ao consumidor. Esta situação gera uma preocupação cada vez maior dos fornecedores e lojas virtuais em fazer a guarda adequada das provas eletrônicas, uma vez que caberá a elas provar se determinado fato ocorreu ou não, inclusive se é situação até mesmo de auto fraude.
A boa prática tem sido a elaboração de uma Política de Privacidade, que deve estar clara e objetiva no website, no momento da coleta dos dados, com barreira de navegação e guarda do “log” de ciência, para evitar que a empresa venha a ser questionada sobre a legitimidade de uso dos dados dos clientes.
Desta forma, há uma sequência de regras que devem ser observadas no ambiente virtual, de forma a viabilizar a credibilidade da relação. Um e-mail enviado ao SAC online da empresa não respondido já é um indicativo de falha na comunicação.
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/02/02/publicidade-infantil-o-x-da-questao.htm?cmpid=copiaecola
https://publicidadedealimentos.org.br/
http://www.conar.org.br/codigo/codigo.php
(Contratação no comércio eletrônico) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7962.htm
Aula 4: Noções de Direito do Trabalho – CLT de 1943 e as novas modalidades de trabalho na contemporaneidade
Definição de empregador:
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) regula as relações trabalhistas e define alguns conceitos destas relações conforme a seguir:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
Definição de empregado:
Art. 3º - Considera-se empregada toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Não eventual (habitualidade); sob dependência (subordinação); mediante salário (remuneração);
O art.6º regulamenta o trabalho à distância, conceitua e disciplina as relações de teletrabalho e dá outras providências.
A lei 12.551, de 15 de dezembro de 2011 alterou o art. 6º da Consolidação das Leis do Trabalho, tratando sobre o trabalho à distância. Conforme enunciado da referida lei, seu objetivo é o de "equiparar os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informatizados à exercida por meios pessoais e diretos".
"Art. 6º. Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio."
São direitos do empregado teletrabalhador:
a.	igualdade de tratamento ao trabalhador presencial em relação à filiação sindical, proteção à saúde, segurança social e estabilidade no emprego, além da garantia à não discriminação e acesso à qualificação e informação profissionais;
b.	proteção ao salário, férias e sua respectiva remuneração, gozo de feriados, licenças previstas na CLT e faltas por doença.
Direitos dos Trabalhadores
Direito ao trabalho e garantia do emprego
A garantia de emprego significa o direito de o trabalhador conservar sua relação de emprego contra despedida arbitrária, ou sem justa causa, prevendo uma indenização compensatória, caso ocorra essa hipótese (art. 7º, I, CF).
Direitos sobre as condições de trabalho
As condições dignas de trabalho constituem objetivos dos direitos dos trabalhadores; por meio delas é que eles alcançam a melhoria de sua condição social (art. 7º, CF, caput); conforme previsto na Constituição Federal, visando proteger o trabalhador, quanto a valores mínimos e certas condições de salários (art. 7º, IV a X), e, especialmente para assegurar a isonomia material (XXX a XXXII e XXXIV) e garantir o equilíbrio entre o trabalho e o descanso (XIII a XV e XVII a XIX).
Direitos relativos ao salário
Quanto à fixação, a CF, em seu art. 7º oferece várias regras e condições, tais como:
•	Salário-mínimo;
•	Piso salarial;
•	Salário nunca inferior ao mínimo;
•	Décimo-terceiro salário;
•	Renumeração do trabalho noturno superior à do diurno;
•	Determinação que a renumeração da hora extra seja superior no mínimo 50% a do trabalho normal;
•	Respeito ao princípio da isonomia salarial;
•	Adicional de insalubridade.
Direitos inerentes ao repouso e à inatividade do trabalhador
O repouso semanal renumerado, o gozo de férias anuais, a licença maternidade e a licença paternidade são garantias previstas na Constituição Federal, em seu art. 7º, incisos XV e XVII a XIX.
Proteção dos trabalhadores
A CF ampliou as hipóteses de proteção:
•	a primeira na ordem do art. 7º que aparece é a do inciso XX: proteção ao mercado de trabalho da mulher;
•	a segunda é a do inciso XXII, forma de segurança do trabalho;
•	a terceira do inciso XXVII, prevê a proteção em face da automação, na forma da lei;
•	a quarta é a do inciso XXVIII, que estabelece o seguro contra acidentes de trabalho; cabe observar que os dispositivos que garantem a isonomia e não discriminação (XXX a XXXII) também possuem uma dimensão protetora do trabalhador.
E-mail corporativo
O e-mail corporativo destina-se às mensagens trocadas por todos os envolvidos no exercício de sua função empregatícia que podem ser monitoradas, segundo entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, não configurando violação de intimidade ou sigilo.
No caso de utilização de forma inadequada de e-mail corporativo, com mensagens de conteúdo pornográfico, ilícito, a empresa tem legitimidade para estabelecer sanções administrativas como advertências, podendo até ocorrer demissão por justa causa.
 Violação de segredo de empresa e sigilo de informação
O art. 482 da CLT prevê que a violação de segredo da Empresa é um dos motivos de demissão por justa causa e pode incorrer nos casos de divulgação, por parte do empregado, de informações privativas da empresa que não sejam de conhecimento público, relativamente a dados, fórmulas, operacionalização de sistemas, patentes, desenvolvimento de logomarcas ou logotipos, layouts, patentes de invenção, fanpages, sites, modos de execução de atividades na relação de subordinação com o empregador.
No caso de a empresa descobrirum medicamento adequado para a cura do câncer e o empregado divulgar, por uma questão humanitária e sociológica o ocorrido, não caracteriza, em tese, má-fé, assim como comentários sobre projetos futuros da empresa publicados em mídia impressa e digital.
Caracteriza má-fé a intenção de prejudicar a empresa, a investigação de dados, arquivos, documentos, acessando e copiando arquivos do computador, e-mails particulares, em que o empregado investiga e toma conhecimento de algo, sobre o qual não deveria ter qualquer conhecimento.
Atenção!
Art. 482 da CLT: Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a.	Ato de improbidade;
b.	Incontinência de conduta ou mau procedimento;
c.	Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d.	Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;
e.	Desídia no desempenho das respectivas funções;
f.	Embriaguez habitual ou em serviço;
g.	Violação de segredo da empresa;
h.	Ato de indisciplina ou de insubordinação;
i.	Abandono de emprego;
j.	Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k.	Ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l.	Prática constante de jogos de azar.
Direitos Sociais relativos aos trabalhadores
Espécies de direitos relativos aos trabalhadores: São de duas ordens:
1.	Os direitos em suas relações individuais de trabalho – art. 7º, CF;
2.	Os direitos coletivos dos trabalhadores;
3.	Aspectos legais da terceirização (Outsourcing);
O Outsourcing decorre da necessidade de criar uma boa estratégia legal para minimizar riscos e gastos e aumentar os lucros e a competitividade por meio da gestão de terceirizados.
Outsourcing é a contratação de uma empresa exterior para execução de serviços geralmente não estratégicos.
Cumpre lembrar que existem duas espécies de Outsourcing com implicações jurídicas:
a.	De pessoa — contratação de um profissional para realização de um trabalho ou vários, visa reduzir custos ou serviço mais especializado. Os riscos desse tipo de contratação são menores, pois não há responsabilidade penal, apenas responsabilidade civil, mas em contrapartida a empresa (contratante) pode vir a ter problemas de ordem trabalhista.
b.	De negócio — contratação de uma empresa para “cuidar” do negócio almejado pelo contratante. Nesse tipo, mais comum, os riscos são maiores, pois pode haver responsabilidade penal, além da responsabilidade civil da pessoa jurídica, além de poder estar previsto no instrumento contratual se o terceirizado pode subcontratar outra empresa para realizar o trabalho e se o produto final do trabalho é do contratante.
Empresas virtuais e as tendências da nova economia
Empresa Virtual não é o mesmo que extensão virtual de empresa real, pois, muitas vezes, não conta sequer com uma sede física, porém deve ser definida a sua existência jurídica.
Muitos websites nem sequer têm Cadastro de Contribuinte ou qualquer registro em Cartório, o que dificulta a sua localização física quando há problemas com consumidores.
Aula 5: Noções de Direito Autoral - A Lei 9610/98
Os Direitos Autorais, que fazem parte da propriedade intelectual, tiveram sua inserção na Grécia e em Roma, cidades da Antiguidade Clássica que são consideradas o berço da civilização, das artes, da literatura, do teatro e do Direito.
A imagem da Justiça é inspirada na mitologia grega, representada por uma mulher, Themis, que é considerada a “deusa” da Justiça. Na referida simbologia a mulher possui:
•	a venda nos olhos que significa a imparcialidade do Direito;
•	a espada em uma das mãos que significa a força e a coerção do Direito;
•	a balança na outra mão que significa o equilíbrio e a ponderação.
Direitos Autorais no Brasil
No Direito brasileiro, o direito autoral está protegido pela Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º , XXVII e XXVIII, bem como por lei específica, a Lei n. 9.610/98, com previsão inclusive de crime pelo art. 184 do Código Penal em vigor.
O direito autoral tem dois aspectos: um patrimonial, conforme previsão do Art. 22. da Lei n. 9.610/98: “Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou”. que significa a valorização do trabalho de inovação e sua remuneração adequada, e outro moral, que representa a proteção à integridade da obra, de acordo com os arts. 28 a 45 da Lei n. 9.610/98 e arts. 24, 25 e 26 da Lei n. 9.610/98.
O autor é pessoa física, mas o detentor dos Direitos Autorais pode ser tanto uma pessoa física quanto jurídica. Somente a pessoa física pode criar e, assim, ser titular de um Direito Autoral. No entanto, pode transferir esses Direitos Autorais para outra pessoa física ou jurídica.
a intangibilidade trazida pela Sociedade Digital impõe um grande desafio para o mundo jurídico, uma vez que provoca a necessidade de se repensar o próprio modelo econômico de exploração da propriedade intelectual. Com a facilidade de acesso e as tecnologias de reprodução, a situação de infração deixou de ser uma exceção, uma ocorrência pontual, para se tornar não apenas comum, mas também “socialmente aceita”, como baixar uma música ou um vídeo sem a autorização do autor. (PINHEIRO, 2016, p.172)
O direito autoral surgiu com a finalidade de proteger a inovação e a devida remuneração ao autor como uma forma de recompensa pela obra de sua criação, que devem ser respeitadas até que entre em domínio público.
Lei dos Direitos Autorais
A Lei 9.610, sancionada em 19 de fevereiro de 1998 e atualizada pela Lei 12.853, em 14 de agosto de 2013 é conhecida como a Lei dos Direitos Autorais e menciona o seguinte em seus artigos:
Art. 1º – Esta Lei regula os Direitos Autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos, que são direitos daqueles que fazem a obra se manifestar.
Por exemplo, o autor de uma música é o compositor, a este cabem os Direitos Autorais. Ao intérprete da música cabem os direitos conexos. Figurantes de novelas também possuem os direitos conexos, sempre que a novela for veiculada novamente ou vendida para o exterior, como acontece com muitas novelas brasileiras.
Direitos conexos: São os direitos dos artistas, intérpretes e executantes, vinculados aos sistemas de Direito Autoral de alguns países, sendo-lhes concedida proteção semelhante à dos direitos de autor propriamente ditos.
Todos os criadores de obras artísticas, bem como os responsáveis pela divulgação da obra devem ter seus direitos reconhecidos e observados. Por isso, sempre que uma imagem é veiculada e uma obra é divulgada, além do crédito ao autor (direito moral), deve ser recolhido o valor inerente a essa obra (direito patrimonial).
Atenção!
Art. 5º – Para os efeitos desta Lei considera-se:
[...]
VII – contrafação – a reprodução não autorizada.
Plágio é crime de contrafação, de reprodução não autorizada, mesmo que seja de várias pessoas. Quando se copia a ideia de uma ou várias pessoas a fonte deve ser sempre citada. No momento em que se utiliza uma foto, um texto, uma música, o nome do autor deve ser citado para que não haja transgressão deste dispositivo legal.
Art. 7º – São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:
[...]
XII - os programas de computador;
§ 1º Os programas de computador são objeto de legislação específica, observadas as disposições desta Lei que lhes sejam aplicáveis. (Lei 9609/98).
Um software é protegido, assim como um livro e aplicativos criados para dispositivos como smartphones, tablets etc.
Por exemplo, existem vários concursos de jogos e aplicativos em que os candidatos desenvolvemum software e o vencedor do concurso é contemplado com um valor monetário. O autor do programa ou aplicativo cede e licencia sua obra, mediante remuneração, para a empresa criadora do concurso.
Art. 11 – Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica.
Direitos morais
Os direitos morais do autor consistem, segundo o art. 24, na inspiração, elaboração, utilização e exteriorização da obra. Busca proteger a relação do autor com a obra. Também, compete ao autor modificar a obra a qualquer tempo e vetar qualquer alteração na obra.
Por exemplo, quando o filme Os infiltrados, de Martin Scorsese, foi veiculado na China, o governo chinês solicitou que fosse retirada a cena em que a máfia chinesa adquiria armas militares, o que foi recusado pelo diretor e o filme foi mantido no corte original.
Os direitos morais são considerados direitos da personalidade.
Direitos patrimoniais
Segundo o art. 28, cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir (auferir lucros) e dispor da obra literária, artística ou científica, ou seja, ao autor da obra cabe a exploração econômica de seu invento. Se licenciar ou ceder sua criação a alguma pessoa jurídica ou física, deverá ser remunerado por isso.
De acordo com o art. 29, a utilização da obra depende de autorização prévia e expressa do autor, qualquer que seja a modalidade.
Limitações ao Direito Autoral
Segundo os artigos 46, 47 e 48, algumas reproduções e citações não constituem ofensa aos Direitos Autorais. Vejamos:
O profissional de publicidade e marketing pode divulgar notícia ou informação publicada, desde que cite o nome do autor e a fonte de onde foi retirada a informação.
Também é permitido reproduzir, em diários ou periódicos, discursos pronunciados em reuniões públicas de qualquer natureza, como por exemplo, a reprodução das palavras de um candidato em um comício eleitoral.
Em relação às fotografias, que são consideradas propriedade intelectual, a pessoa fotografada deve autorizar a divulgação da imagem, como previsto nos contratos de prestação de serviço de filmagem e foto. O profissional só poderá divulgar seu trabalho, como fotos do casamento ou festa de aniversário, com autorização do contratante.
É possível utilizar obras literárias e qualquer outra forma de citação com fins educacionais, com o intuito de ampliar o conhecimento, a reflexão crítica, se for respeitado o direito moral do autor, ou seja, é preciso dar crédito a ele.
Segundo a lei, até três linhas copiadas de um texto são consideradas pequeno trecho, para orientação particular e sem fins comerciais. É permitida, ainda, a tradução (também considerada um Direito Autoral) para o sistema Braille para serviços de utilidade para deficientes visuais.
Atenção!
Também é permitido fazer apontamentos de aulas para estudar, internalizar o conteúdo ministrado, sem que se utilize desses resumos para publicação sem prévia e devida autorização do professor.
Além disso, podem-se usar obras, mesmo sem autorização, nos autos do processo para constituir prova para esclarecimento em processo judicial ou administrativo. Por exemplo, o uso de livros de psicologia para fornecer dados sobre um psicopata ao juiz dados.
Contrafação: Imitação fraudulenta, falsificação de moedas, papéis de crédito, assinaturas, timbres, selos etc. Imitação fraudulenta de um produto industrial, de uma obra de arte ou de literatura; edição de um livro que tem voga, feita sem autorização do proprietário da obra, e em seu prejuízo.
Transferência dos Direitos de Autor
Segundo o texto do artigo 49, “os direitos de autor poderão ser totais ou parcialmente transferidos a terceiros, por ele ou por seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmente ou por meio de representantes com poderes especiais, por meio de licenciamento, concessão, cessão ou por outros meios admitidos em Direito”.
Ordem sucessória: De acordo com o art.1829 do Código Civil a ordem sucessória é: descendentes (filhos, netos etc.), ascendentes (pais, avós etc.), cônjuge e colaterais (irmãos, tios, sobrinhos e primos).
 https://www.abramus.org.br/sem-categoria/15118/quando-a-inspiracao-vira-copia-limites-para-o-plagio-musical/ 
Aula 6: Direitos e Obrigações relativos à Propriedade Industrial - Lei 9279/96
A Propriedade Intelectual e sua abordagem Legislativa
A definição de Propriedade intelectual foi cunhada pela primeira vez pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), um órgão autônomo pertencente às Organizações das Nações Unidas (ONU).
A propriedade intelectual é definida pela Convenção da OMPI (1967) como “a soma de direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas”. (JUNGMANN, D. M.; BONETTI, E. A., 2010).
Legislações e inovações da propriedade intelectual no Brasil
O Brasil, assim como a maioria dos países, possui uma lei especifica que regula a Propriedade Intelectual. A Lei nº 9.279, sancionada em 1996.
A Lei nº 12.965/14, mais conhecida como marco civil da internet, recebeu diversas críticas como a falta de correções de questões fundamentais, assuntos que foram responsáveis pela sua criação, sendo vitais para evitar a sua interpretação equivocada ou errônea.
Assim, fez surgir a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, que altera a lei nº 12.965, de 2014 (o Marco Civil da Internet) e que estabelece a lei brasileira de proteção e tratamento de dados pessoais, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
A Lei nº 13.853, de 8 de julho de 2019, alterou a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, para dispor sobre a proteção de dados pessoais e para criar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados.
As novas regras asseguram que os dados pessoais - como nome, endereço, e-mail, idade, estado civil e situação patrimonial- não podem ser utilizados sem o consentimento. A referida lei entrou em vigor em setembro de 2020.
Propriedade Intelectual
A propriedade intelectual é dividida em dois ramos:
•	Direitos Autorais, amparados pelo Direito Civil;
•	Propriedade Industrial amparada pelo Direito Empresarial.
A Propriedade Industrial é mais conhecida e denominada como "marcas e patentes".
O registro de uma patente é relacionado a algum benefício técnico como o invento do telefone, do identificador de chamada, enquanto o Direito Autoral está relacionado a lazer e diversão.
O bem a ser protegido é a ideia, seja por um pedido de registro (marca) ou por uma invenção ou modelo de utilidade (patente).
Assim preveem os primeiros artigos da LPI:
Art. 1º Esta Lei regula direitos e obrigações relativos à Propriedade Industrial.
Art. 2º A proteção dos direitos relativos à Propriedade Industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante:
I.	Concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade.
Como exemplo, podemos citar que a patente de um remédio ou uma vacina é bem da coletividade. No Brasil, a patente é de quem registra primeiro. Pode ser quebrada pelo Poder Público se houver um interesse social e coletivo, cabendo ao autor o direito patrimonial, ou seja, o de auferir lucro com a sua obra intelectual.
A Constituição Federal prevê a função social da propriedade nos art. 5º, incisos XXII e XXIII e art. 170, em que o interesse social prevalece sobre o interesse e direito particular.
II.	Concessão de registro de desenho industrial.
A concessão de registro de desenho industrial é referente ao layout e não à tecnologia. É a embalagem, a forma do produto.
III.	Concessão de registro de marca.
A concessão de registro de marca significa o símbolo distintivo, como Honda, Itaú, McDonald’s etc.
IV.	Repressão às falsas indicações geográficas.
Como exemplo temos o vinho do porto, o queijo parmesão e o champagne que são produtos de determinadas regiões geograficamente estabelecidas.
V.	Repressão à concorrência desleal.
São proibidas as publicidades violando a imagem e a marca de produtos concorrentes.
Desenhos industriais registráveis
Segundo o artigo 95, “considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e coresque possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.”
Quais sinais são registráveis como marca?
Segundo o artigo 122, podem ser registrados como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais.
As letras, cores e palavras não são consideradas marcas registráveis, porém, quando se trata de forma distintiva significa que será produzida através de um logotipo (identidade distintiva). Registrar como marca apenas a letra “B”, deve ser registrada com um logotipo distintivo e não poderá impedir que outra empresa concorrente entre no mercado com outra letra “B”, só não pode copiar o logotipo, conforme acima que representa a loja de pneus Bridgestone.
A lei proíbe o registro de sinais acessíveis apenas a outros sentidos humanos que não a visão, não abrangendo os conceitos de marcas olfativas, gustativas, sonoras e táteis. Também não se protege o significado ou o som da palavra.
Segue alguns exemplos:
•	O aroma peculiar das lojas dos produtos Melissa;
•	O som do motor da Harley-Davidson;
•	O som da emissora Globo (plim plim).
Segundo o artigo 123, considera-se marca de produto ou serviço o sinal usado para distingui-lo de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa.
Atenção!
Crimes de concorrência desleal
Segundo o art. 195, “comete crime de concorrência desleal quem:
I.	Publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim de obter vantagem;
II.	Presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter vantagem;
III.	Emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem.”
Aula 7: Noções de Direito Penal - Código Penal de 1940. Crimes contra a propriedade intelectual e crimes virtuais
Noções de Direito Penal
Conceito de crime
Cada um dos artigos incriminadores do Código Penal é um tipo.
Ex.: O tipo do crime de homicídio está assim redigido: Art. 121 – Matar alguém. Pena – Reclusão de 6 a 20 anos.
Segundo a lei matar é crime, não importam o meio e a forma que foram utilizados para atingir esse fim. O resultado morte pode ocorrer quando uma pessoa dispara arma de fogo deliberadamente contra alguém, desliga os aparelhos que a mantém viva no hospital ou acessa o sistema de software do monitoramento para que este pare de funcionar causando a morte do paciente.
Uma ação penal só existe se for precedida de um inquérito policial, mediante registro de ocorrência da Delegacia. A ação penal pode ser pública ou privada.
A ação penal pública, de acordo com o artigo 100 CP, §1º, é promovida pelo Ministério Público, que é um órgão fiscalizador da lei, através de sua intervenção sobre ilicitudes e atos contrários à lei. A ação penal privada, segundo o artigo 100, §2º, é iniciada mediante notícia crime (queixa) do ofendido. Por exemplo, um curso de informática que utiliza o Word sem licença só poderia ser denunciado pela Microsoft.
Tipos de crime
O crime pode ser doloso ou culposo.
•	Doloso: Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Crimes dolosos são os crimes intencionais. Dolo é intenção, vontade de agir.
•	Culposo: Quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Consiste na prática não intencional do fato delituoso, faltando, porém, ao agente um dever de atenção e cuidado.
Modalidade de culpa
As modalidades da culpa são a negligência, a imprudência e a imperícia.
Negligência
Conduta em que se deixa de fazer aquilo que a diligência normal impunha, ou seja, há falta de cuidado.
Exemplos: Motorista que não conserta os freios já gastos de seu automóvel ou pai que deixa arma de fogo ao alcance de seus filhos menores.
Imprudência
Conduta praticada pelo agente não observando o dever de cuidado.
Exemplos: Motorista que excede o limite de velocidade em um veículo ou que desrespeita o sinal vermelho. Postar mensagens de intuito vexatório, discriminatório ou preconceituoso.
Imperícia
Quando ocorre uma inaptidão, falta de habilidade técnica para o exercício de profissão ou de ofício.
Exemplo: Médico que causa danos ao paciente, que poderia ter sido evitado, por falta de habilidade.
Crimes contra a honra
São crime contra a honra a calúnia, a injúria e a difamação.
Calúnia - Artigo 138 do Código Penal
Caluniar alguém é lhe imputar falsamente fato definido como crime. Ou seja, imputar um fato que deve ser falso e definido como crime. Por exemplo: Dizer que alguém está roubando sem que esta pessoa tenha cometido qualquer crime.
Difamação - Artigo 139 do Código Penal
Difamar alguém é lhe imputar fato ofensivo à sua reputação. Ou seja, ofender a reputação de alguém, atingindo sua honra objetiva.
Dessa maneira, uma pessoa ou empresa, ao divulgar informação particular, falsa ou verdadeira, sobre alguém de sua vida particular pode vir a responder a processo.
Injúria - Artigo 140 do Código Penal
Injuriar alguém e lhe ofender a dignidade ou o decoro. É a palavra ou gesto ultrajante com que o agente ofende o sentimento de dignidade da vítima e que atinge a sua honra subjetiva.
Por exemplo: Xingar alguém com palavras de baixo calão, ofendendo-lhe a dignidade.
A injúria preconceituosa está prevista no § 3º do mesmo artigo e consiste na utilização de elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Atenção!
Honra objetiva: É a reputação, a boa fama, o valor social da pessoa.
Honra subjetiva: É o juízo que uma pessoa tem de si mesma, de seus próprios atributos.
Crimes contra o patrimônio, estelionato e receptação
A seguir, os crimes contra o patrimônio, estelionato e receptação, assim como estão tipificados no Código Penal:
Furto
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Por exemplo: É furto roubar ideia alheia como obra do intelecto como livros, softwares e músicas.
Roubo
Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.
Importante! Para se configurar roubo deve haver violência ou grave ameaça.
Estelionato
Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
Receptação
Art. 180 – Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte.
Crimes contra a propriedade intelectual e falsidade documental
Conforme o texto do artigo 184 do CP, a violação dos direitos de autor consiste em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente.
Por exemplo: Falsificar dados em currículo, atestado médico, fazer-se passar por alguém com a utilização de carteira de identidade, passaporte ou com as senhas nas máquinas de computador ou cartão de débito ou crédito.
Destacamos a falsidade ideológica prevista no art. 299 e a falsa identidade prevista nos art. 307 e 308 do CP.
Art. 184 – Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente.
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual

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