Pedido de Conversão de Pena

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AO JUÍZO DA 5ª VARA FEDERAL CRIMINAL DE CAMPO GRANDE - ABERTO - SEEU, ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.
Autos nº 00000000000
Autor: Ministério Público Federal
Réu: Fulano de tal
FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência manifestar nos autos, aduzindo os seguintes argumentos de fato e de direito:
1 – Dos fatos.
O réu foi condenado a pena de 02 anos de detenção em regime aberto, cuja pena foi convertida em prestação de serviço a comunidade.
Ocorre que, atualmente o requerente está trabalhando em período integral, na função encarregado de pátio, na empresa X, conforme declaração em anexo:
O requerente se dedica exclusivamente as suas atividades laborais, de segunda-feira a sábado, de modo que possui apenas 01 (uma) hora de intervalo para o almoço durante o horário comercial, o que torna inviável e impossível a prestação de serviço a comunidade.
Destacando-se, que devido a atividade desempenhada, o requerente por diversas ocasiões, possui gastos com deslocamento de sua casa até o seu local de trabalho, tornando sua rotina ainda mais exaustiva.
Atualmente o apenado está residindo na Rua X, nº 0, bairro ****, Campo Grande/MS:
Excelência, desta forma, ante as circunstâncias, é inviável o cumprimento da pena imposta, qual seja, prestação de serviços à comunidade, sendo necessário converter a pena em pecúnia, para evitar o descumprimento da reprimenda.
 2 – Da fundamentação jurídica.
Compreende-se do corpo da sentença, a qual fora acostada, que o magistrado sentenciante substituiu a pena corporal por prestação de serviços à comunidade.
No caso em questão, conforme já explicado, o apenado se dedica as suas atividades laborais de modo que se torna inviável o cumprimento da pena nesses moldes.
Portanto, Exa., a atual situação que envolve a apenada para cumprir a pena de prestação de Serviços à Comunidade durante o horário comercial fica totalmente estremecida frente o atual cenário que ela está vivenciando.
Sabe-se que as tarefas impostas ao apenado são fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, conforme estabelece o art. 46, § 3º do Código Penal:
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.
(...)
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
Cabe, ao Juiz de Execuções Penais a alteração da prestação de serviços à comunidade por prestação pecuniária através das condições pessoais do apenado, o que é o caso.
Nesta senda, leciona Guilherme de Souza Nucci:
As penas restritivas de direitos de prestação de serviço à comunidade e limitação de fim de semana podem ser alteradas durante o seu cumprimento pelo juiz da execução, desde que, motivadamente, precise adaptá-las às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento. (Manual de processo penal e execução penal. 3. ed., 2007, p. 979).
No mesmo trilho, colhe-se jurisprudência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina:
Mostra-se descabido o pleito de modificação da pena substitutiva de prestação de serviços à comunidade por outra reprimenda restritiva de direitos elencada no art. 43 do Código Penal, uma vez que "cabe ao magistrado a escolha da pena que melhor se amolda à situação do réu, podendo recair sobre qualquer uma das penas restritivas de direitos, inexistindo uma ordem de preferência a ser seguida ou opção de escolha do apenado". (TJSC - Apelação Criminal n. 2005.016816-3, de Ponte Serrada, Rel. Des. Roberto Lucas Pacheco, j. em 08/09/2008).
Portanto, Exa., diante da atual situação que envolve o apenado, requer o recebimento desta justificativa.
3 – Dos pedidos.
Isto posto, requer o Deferimento da conversão de pena restritiva de direitos, em pena pecuniária, a ser estabelecida pelo juízo das execuções penais.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Ponta Porã/MS, 01 de fevereiro de 2023.
(Assinatura por certificação digital)
Cristian Aleixo - OAB/MS nº 24.053