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Ação de Reconhecimento e Dissolução

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (ÍZA) DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE XXX/RS
XXX, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG XXX, inscrita no CPF de nº XXX, residente e domiciliada à Rua XXX, n. XXX, XXX, CEP: XXX;
XXX, menor absolutamente incapaz, nascida em XXX, neste ato representada por sua genitora acima qualificada, e;
XXX, menor absolutamente incapaz, nascida em XXX, neste ato representada por sua genitora já qualificada,
vêm, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de sua procuradora signatária, Daniela Pereira, brasileira, solteira, inscrita na OAB/RS sob o nº 107.180, com escritório à Rua XXX, com fundamento no artigo 226, da CF; combinado com artigo 5º, da Lei 9.278/96; artigos 1.723 a 1.727 do CC e; com artigos 319 e 693, ambos do CPC, propor a presente
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS, GUARDA, VISITAS, ALIMENTOS E PEDIDOS DE TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
em face de XXX, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF de nº XXX, residente e domiciliado à Rua XXX, n. XXX, XXX, XXX/RS, com endereço profissional à Rua XXX, nº XXX, XXX/RS;
1. DA JUSTIÇA GRATUITA:
Tem-se que duas das Requerentes são menores de idade, conforme se extrai das certidões de nascimento acostadas aos autos. Logo, possuem a garantia de acesso ao Poder Judiciário sem o pagamento de quaisquer custas processuais e emolumentos, nos termos do artigo 141 e parágrafos, da Lei 8.069/90.
Ademais, a primeira Requerente não percebe nenhum salário, uma vez que trabalha em casa cuidando das filhas. Além disso, não possui qualquer bem imóvel ou móvel em seu nome.
Dessa forma, as partes são pobres na acepção jurídica do termo, não tendo condições financeiras de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo dos seu próprio sustento ou de sua família, requer-se a concessão da gratuidade da justiça nos termos dos artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil. Por isso, junta-se aos autos os comprovantes hipossuficiência.
2. DA AUDIÊNCIA PRÉVIA DE CONCILIAÇÃO:
Nos termos do artigo 319, VII, do atual Código de Processo Civil, as Requerentes informam que têm interesse em resolver a lide de forma consensual, pois pretendem dirimir o litígio de forma célere.
3. DOS FATOS:
A primeira Requerente manteve com o Requerido um relacionamento por um período de mais de 7 (sete) anos, mais precisamente de 2015 até janeiro de 2022, sob o regime de união estável, de forma exclusiva, pública e contínua, com o objetivo de formar família, sendo que desta união nasceram as também Requerentes, XXX (nascida em XXX) e XXX (nascida em XXX).
Insta ressaltar, que os conviventes sempre se comportaram como se casados fossem, pois frequentaram durante anos ambientes e locais públicos, demonstrando a estabilidade no relacionamento de forma afetiva e mútua, a qual era reconhecida por seus vizinhos, amigos e parentes.
A primeira Requerente, quando passou a conviver maritalmente com o Requerido, sempre foi uma companheira dedicada ao trabalho em conjunto com o seu companheiro. Sempre foi cuidadosa, zelosa, amorosa, tanto é que abdicou de sua carreira profissional para se dedicar exclusivamente aos cuidados com as filhas do casal e aos afazeres domésticos.
Desta forma, resta claro que o casal mantinha um relacionamento estável, público, contínuo e duradouro, conforme preceitua o artigo 1º da Lei nº 9.278/96, o qual teve por duração mais de seis anos, com o objetivo de constituição de família e, portanto, deve ser reconhecida como união estável pela convivência havida entre a primeira Requerente e o Requerido, nos termos dos artigos 226, § 3º, da Constituição Federal e artigo 1.723 do Código Civil.
As partes, na constância da união estável, adquiriram alguns móveis e utensílios que guarnecem a residência onde moravam, assim como um veículo XXX, ano XXX, os quais devem ser partilhados ao final dessa demanda. Ressalta-se que o automóvel em questão é de posse notória do Requerido, que frequentemente o exibe em suas redes sociais, tal qual é possível verificar em sua foto de perfil do whatsapp, em que pese não esteja registrado em seu nome.
Assim, diante da impossibilidade de restabelecimento da vida em comum, tendo o Requerido abandonado o lar conjugal há cerca de vinte dias, requer-se a decretação do presente pedido de união estável, bem como a partilha dos bens, fixação de guarda, visitas e alimentos.
4. DO DIREITO
4.1 DA UNIÃO ESTÁVEL
Conforme já mencionado nos fatos, a primeira Requerente e o Requerido conviveram em união estável por aproximadamente sete anos. A Constituição Federal confere status de entidade familiar à união estável, gozando, portanto, de tutela estatal, é o que estabelece em seu artigo, 266, § 3º, vejamos:
Art. 226: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
(...)
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento.
Por sua vez, afirma o Código Civil:
Art. 1723: É reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
Art. 1725: Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
No caso em tela, está concretizada a união estável, pois estão presentes todos os elementos intrínsecos ao instituto. Requer-se, assim, o reconhecimento da união estável de janeiro de 2015 até fevereiro de 2022 e, posteriormente dissolvida.
4.2 Da partilha de bens
No caso em análise, incide o regime da comunhão parcial de bens, uma vez que, nos termos do artigo 1.725, do Código Civil, esse é o regime a ser aplicado na união estável, quando inexiste contrato escrito entre os companheiros. Assim, uma vez verificada a existência de união estável, os bens adquiridos na constância da relação deverão ser partilhados ao término do vínculo, nos termos do artigo 1.658, do Código Civil.
No mesmo sentido é o artigo 5º, da Lei 9.278/96:
Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito.
Sendo assim, deverá receber a meação dos bens que tem direito, quais sejam:
1. Metade dos bens móveis e utensílios que guarnecem a casa, avaliados em torno de dois mil reais;
1. Metade do valor do veículo adquirido durante a união estável, qual seja, um XXX, ano XXX, conforme tabela FIPE, avaliado em R$ XXX.
Portanto, em virtude dos fatos acima elencados, o Requerido deverá ser intimado para apresentar nos autos os documentos do veículo acima descrito, para correta aferição do valor do automóvel.
4.3 DA GUARDA UNILATERAL
Destaca-se que a primeira Requerente é a responsável pelo cuidado integral das filhas desde o dia de seus nascimentos até a presente data, dedicando-se com exclusividade a essa nobre tarefa, a qual, inclusive, conta com amparo constitucional:
Artigo 227, CF: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Nesse sentindo, visando a minorar os efeitos traumáticos advindos da separação dos pais e assim garantindo o melhor interesse das Requerentes XXX e XXX, requer-se a decretação da guarda unilateral. Isso porque as infantes já estão vivenciando uma grande mudança em suas vidas e devem ser feitos todos os esforços possíveis para que demais mudanças ocorram de forma gradativa.
Dessa forma, para atender os melhoresinteresses das infantes, requer-se a guarda unilateral em favor da genitora, com fulcro no artigo 1.583, do Código Civil, combinado com artigo 6º, do ECA.
4.4 DO DIREITO DE VISITAS
Os artigos 1.589, do Código Civil, e 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente prescrevem que é direito da criança e do adolescente ser criado e educado com a sua família, sendo assegurada a convivência familiar, e que aquele que não detém a guarda, poderá visita-lo e tê-los em sua companhia.
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
Diante disso, a genitora requer a regulamentação das visitas, a fim de evitar futuros dissabores, objeto que pleiteia da seguinte forma:
1. Aos finais de semana de forma alternada, ou seja, um final de semana com a genitora e outra com o genitor;
1. Aos feriados, também de forma alternada, ou seja, um feriado com a genitora e outro com o genitor;
1. No dia dos pais as infantes deverão passar com o genitor e no dia das mães, com a genitora;
1. No natal e ano novo, também de forma alternada, ou seja, no primeiro ano, o natal será com a genitora e o ano novo com o genitor e, no ano seguinte, o natal será com o genitor e o ano novo com a genitora.
4.5 DOS ALIMENTOS
Resta claro o dever do Requerido em prestar alimento às filhas, o qual está expressamente previsto no artigo 229, da CF, bem como nos artigos 1.694 e 1.696, do Código Civil. 8,971/94. Da mesma forma, resta evidente o dever de alimentos em prol da companheira, a qual desde o nascimento da primeira filha do casal passou a dedicar-se exclusivamente ao cuidado com a família.
A lei nº 8.971/94 estabelece que a companheira pode socorrer-se da Lei de Alimentos nº 5.478/68 para requerer alimentos ao companheiro desde que comprove a sua necessidade :
Art. 1º A companheira comprovada de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, que com ele viva há mais de cinco anos, ou dele tenha prole, poderá valer-se do disposto na Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968, enquanto não constituir nova união e desde que prove a necessidade.
No caso em análise, não resta dúvida de que a primeira Requerente necessita de alimentos para sobreviver. Além dos deveres com as filhas, a Requerente não possui qualificações técnicas-educacionais para ingressar de forma rápida no mercado de trabalho.
Outrossim, o Código Civil em seus artigos 1.694 e 1.695. consagra o dever de apoio financeiro entre os companheiros, em especial quando, no caso em tela, em que foi decisão do companheiro deixar o lar conjugal:
Art. 1.694: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º: Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2º: Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1.695: São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Nesse sentido é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: "É assente neste Superior Tribunal de Justiça o entendimento que os alimentos devidos entre ex-cônjuges têm caráter excepcional e transitório, salvo quando presentes particularidades que justifiquem a prorrogação da obrigação, tais como a incapacidade laborativa, a impossibilidade de inserção no mercado de trabalho ou de adquirir autonomia financeira" (AgInt no AREsp n. 1.306.626/SP, Relator Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 13/12/2018, DJe 19/12/2018).
Da mesma, já decidiu o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
Agravo de Instrumento. Direito de família. ação de dissolução de União Estável cumulada com partilha de bens, guarda e alimentos. 1. Pedido de provas. É o caso de conhecer o recurso em parte, porque não cabe Agravo de Instrumento das decisões que deferem ou indeferem requerimento de produção de provas, por não ser hipótese prevista no rol taxativo do art. 1015 do CPC. Em que pese a insurgência do Agravante quanto ao alegado cerceamento de defesa, tal parcela do recurso mostra-se inadmissível. 2. Da pensão alimentícia em favor da ex-companheira. A prestação de alimentos entre ex-cônjuges encontra respaldo no art. 1.694, caput, do código civil, consubstanciando-se no princípio da solidariedade conjugal, que pode perdurar como um dever, mesmo após a ruptura da vida em comum, bem como no dever de mútua assistência estampado no art. 1.566, inciso iii, do código civil. Caso em que a agravante demonstrou que tem necessidade do auxílio material do ex-companheiro, que depositava de forma voluntária valor mensal na sua conta-corrente mantida em banco. Alimentos fixados, mas não no patamar requerido em recurso. 3. Dos Alimentos Compensatórios. Cabível a fixação de verba desta natureza quando uma das partes se encontra prejudicada economicamente, em razão da dissolução conjugal, se constatado evidente desequilíbrio patrimonial. Caso concreto em que inviável, em sede de cognição sumária, fixá-los, visto que não está demonstrado, de forma cabal, que o patrimônio comum está na posse exclusiva do agravado, bem como que efetivamente produz rendas/frutos. Agravo de Instrumento Parcialmente conhecido e, na parte conhecida, parcialmente provido. (Agravo de Instrumento, Nº 52250008820218217000, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vera Lucia Deboni, Julgado em: 17-12-2021)
Desta forma, diante da obrigação alimentar advinda da solidariedade familiar, requer-se no patamar de 40% (quarenta por cento) dos atuais rendimentos do Requeridos (inclusive sobre férias, décimo terceiro e demais adicionais), o qual percebe, em média, R$: 2,000,00 (dois mil reais) mensais, devendo tal montante ser depositado no processo.
4.6 DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
De acordo com o artigo 300, do CPC:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Requer-se a fixação de GUARDA UNILATERAL e de ALIMENTOS, de forma LIMINAR, em desfavor do Requerido.
No caso em tela, estão presentes os requisitos necessários para a concessão de tutela de urgência antecipada. No que tange a probabilidade do direito, resta evidente pelos anos de convivência entre os companheiros, as filhas em comum, bem como a guarda estar sendo exercida de forma exclusiva pela genitora.
No que tange ao perigo de dano, resta evidente pelo caráter alimentar das prestações pretendidas amplamente consubstanciadas na lei e na jurisprudência. Com isso, requer-se que seja concedida a tutela de urgência antecipada, para que seja deferida, desde logo, a guarda provisória unilateral das infantes, bem como para que sejam fixados alimentos em desfavor do Requerido.
5. DOS PEDIDOS
Ante todo exposto, requer:
1. O deferimento da tutela de urgência, para que seja deferida, desde logo, a guarda provisória unilateralem prol da genitora, bem como a fixação de alimentos no patamar de 40%, em desfavor do Requerente;
1. A produção de todos os meios de prova em direito admitidas;
1. A citação do Requerido, para, querendo, contestar a presente ação no prazo legal;
1. A intimação do Ministério Público;
1. O deferimento da gratuidade da justiça;
1. Reconhecer a existência de união estável entre a primeira Requerente e o Requerido, com sua posterior dissolução;
1. A partilha dos bens;
1. Regulamentar e confirmar, em definitivo, a guarda unilateral das infantes, expedindo-se o competente mandado de guarda definitiva em favor da genitora;
1. Regulamentar o direito de visitas do Requerido, consoante requerido do item 4.4;
1. Fixar os alimentos em favor das Requerentes, no patamar de 40% (quarenta por cento) dos atuais rendimentos do Requeridos (inclusive sobre férias, décimo terceiro e demais adicionais), o qual percebe, em média, R$: 2,000,00 (dois mil reais) mensais;
1. Oficiar a Empresa ____________, localizada à Rua / Avenida (endereço completo) _________, CNPJ nº _____________, para que a pensão alimentícia seja descontada em folha de pagamento, assim como o valor correspondente ao salário família, a ser depositado na conta da representante legal da menor: Banco ________, Agência __________, Conta Poupança nº ________, Operação ____.
Dá-se à causa o valor de R$ valor dos bens (292 IV, CPC)+ doze meses de pensão (art. 292, III, CPC)
Nestes termos pede deferimento.
Viamão, 14 de fevereiro de 2022.
Daniela Pereira
OAB/RS: 107.180.
Documentos que acompanham a ação:
1. Certidão de nascimento dos filhos;
1. Documento de identificação;
1. Comprovante de residência;
1. Comprovante que não declarou IR nos últimos três anos/extratos bancários;
1. Matricula dos bens imóveis;
1. CRLV do veículo;
1. Fotos dos demais bens móveis;
1. Comprovantes de despesas;
1. Fotos da família;
1. Fotos que compravam o estilo confortável de vida do Requerido.

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