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REDAÇAÕ 02

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Prévia do material em texto

Aula 02 — Introdução 
 
Curso Redação 
ENEM 2020 
 
Professor Fernando Andrade 
Professor Fernando Andrade 
Aula 02: Enem 
 
 
 
 
Aula 02 —Introdução 
www.estrategiavestibulares.com.br 
 2 
 
 
 
 
Sumário 
Apresentação .................................................................................................................. 3 
1. Entendendo a Introdução ............................................................................................ 3 
1.2 O quê não fazer ......................................................................................................................... 4 
1.3 Regra geral do que é uma introdução ...................................................................................... 5 
1.3 Evitar ....................................................................................................................................... 10 
1.4 Introdução no Enem ................................................................................................................ 11 
2. Introdução e Projeto de Texto ................................................................................... 12 
2.1 Exercícios ................................................................................................................................. 12 
3. Introduzir e seduzir .................................................................................................... 14 
3.1 Provocar Adesão ...................................................................................................................... 15 
3.2 Informar ................................................................................................................................... 17 
3.3 Provocar a curiosidade ............................................................................................................ 19 
3.4 Encantar .................................................................................................................................. 22 
4. Introdução e Conclusão.............................................................................................. 25 
4.1. A relação entre introdução e conclusão no Enem .................................................................. 26 
5. Introdução e Máscara ................................................................................................ 26 
5.1 Estatísticas ............................................................................................................................... 28 
6. Treino ........................................................................................................................ 30 
6.1 Citação ..................................................................................................................................... 32 
6.2 Analogia .................................................................................................................................. 34 
6.3 Percurso histórico .................................................................................................................... 35 
6.4 Descrição ou Paráfrase............................................................................................................ 36 
7. Organização ............................................................................................................... 37 
8. Propostas de redação ................................................................................................ 38 
8.1 Propostas Comentadas ........................................................................................................... 47 
9.Considerações Finais ................................................................................................... 67 
10. Referências .............................................................................................................. 69 
 
 
 
 
Professor Fernando Andrade 
Aula 02: Enem 
 
 
 
 
Aula 02 —Introdução 
www.estrategiavestibulares.com.br 
 3 
 
 
Apresentação 
Querido aluno, 
Agora sim, vamos pegar embalo, começamos com este PDF a considerar a estrutura 
dissertativa. 
Nas outras aulas, discutimos os tipos de temas, a apreensão do tema. Todas essas atividades 
têm a ver com a preparação da escrita. São momentos fundamentais para uma boa escrita. A má 
compreensão do tema um é fator limitante, e escrever um texto sem qualquer esquematização 
prévia é um risco. 
Esta aula começa pela parte mais fácil da dissertação, a introdução. Na verdade, ela está 
bem dividida, você vai observar que nos primeiros tópicos, eu considero os recursos gerais para se 
fazer uma introdução, aqueles que podem ser utilizados nos modelos tradicionais de dissertação. 
Depois disso, passo a considerar o Enem em particular, a partir das redações nota mil publicadas 
por várias mídias. 
 Como a redação no Enem é mais engessada, digamos assim, é possível perceber que alguns 
tipos de introdução são mais eficazes para dar conta do recado do que é solicitado pela banca. 
 Mas não deixe de considerar outras possibilidades, seja porque você só tem a ganhar 
mesclando estilos, seja porque um vestibulando, as vezes, presta outros vestibulares. 
 Não deixe de fazer os exercícios e, principalmente, as redações. Estou ansioso pela sua 
produção. 
Boa aula, boa escrita e boa diversão. 
1. Entendendo a Introdução 
 
Você gostaria de ler isto? 
“No começo, ele andava tropeçando nas coisas. Uma mão o ajudava caminhar 
tropegamente entre os brinquedos jogados no chão. A mesma mão o empurrou na primeira 
bicicleta e deu todo apoio para outros caminhares. Mas agora, essa mesma mão não tem mais 
o mesmo significado. Ele se tornou adolescente. Essa é a história repetida em várias famílias, 
a adolescência representa um momento de crise dolorida que afeta a todos que estão próximos, 
configurando uma travessia necessária”. 
 Espero que sim, tentei caprichar nessa introdução que deveria ser sobre adolescência. Se 
você ficou com vontade de ler o restante, esse é um bom parágrafo de início de texto. A finalidade 
da introdução é seduzir o leitor. Trazer o leitor para dentro do seu texto. Contudo, essa é a função 
mais avançada. Na verdade, se o seu texto chegar ao que é importante para o bom 
desenvolvimento do tema, já é o bastante. 
Professor Fernando Andrade 
Aula 02: Enem 
 
 
 
 
Aula 02 —Introdução 
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 4 
 
 O leitor deve ser informado sobre o tema e sobre a tese para que ele possa avaliar se os 
argumentos que se seguirão terão o poder de convencimento necessário. Nesse sentido, o início 
determina o encaminhamento do desenvolvimento ou serve como mapa da mina do leitor. A 
palavra “introdução”, do latim intro, significa “dentro” e ductor significa “conduzir”. Essa é a função 
desse parágrafo inicial. Com ou sem sedução, ele deve servir de guia para a leitura do que vai se 
seguir. 
 Podemos resumir a finalidade da introdução da seguinte forma: 
 
 
 
1.2 O quê não fazer 
 
Antes de mais nada, a primeira orientação é algo 
que você JAMAIS deve fazer num parágrafo introdutório. 
Uma proposta de redação supõe uma coisa bizarra: deve 
manter a ilusão de que seu texto foi escrito porque você 
teve vontade de se manifestar em relação a alguma 
questão social, e não porque você foi obrigado a fazê-lo, 
tendo de se servir de uma coletânea e de uma proposta 
direcionadas para sua produção do texto. 
 Imagine alguém que escreve um parágrafo introdutório como o abaixo: 
 
Para começar a discutir a questão proposta nas instruções, é preciso dizer que a ideia 
do texto 1 de que o trabalho vai desaparecer é algo inimaginável.... 
Sacou o problema, corujinha ligeira? Nessas duas linhas acima, o tema está configurado, 
pois o autor fala de trabalho e há uma tese – o trabalho não vai desaparecer -, enfim, é possível ler 
o que se seguirá, pois as coordenadas estão dadas. Mas esse parágrafo introdutório supõe que o 
leitor pôdeter acesso à proposta e entender esse diálogo inicial entre a proposta e o texto 
produzido. Não dialogue explicitamente com a proposta e com a coletânea. 
 
apresentar o tema 
(contextualização)
pôr o leitor em 
contato com a 
proposta de 
redação; 
apresentar o 
posicionamento 
(tese) do escritor 
em relação à 
proposta. 
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Professor Fernando Andrade 
Aula 02: Enem 
 
 
 
 
Aula 02 —Introdução 
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 5 
 
1.3 Regra geral do que é uma introdução 
 
Uma boa estratégia consiste em resumir e colocar as informações mais importantes, aquelas 
que serão fundamentais para sua argumentação logo na introdução. Para exemplificar o que vamos 
discutir sobre a introdução, considerando o Enem 2018, algo que não deve ser muito complicado 
porque já consideramos a proposta no primeiro pdf. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO II 
Nos sistemas dos gigantes da internet, a filtragem de dados é transferida para um exército de 
moderadores em empresas localizadas do Oriente Médio ao Sul da Ásia, que têm um papel 
importante no controle daquilo que deve ser eliminado da rede social, a partir de sinalizações dos 
usuários. Mas a informação é então processada por um algoritmo, que tem a decisão final. Os 
algoritmos são literais. Em poucas palavras, são uma opinião embrulhada em código. E estamos 
caminhando para um estágio em que é a máquina que decide qual notícia deve ou não ser lida. 
PEPE ESCOBAR. A silenciosa ditadura do algoritmo. Disponível em: http://outraspalavras.net. Acesso em: 5 jun. 
2017 (adaptado) 
ENEM 2018 
TEXTOS MOTIVADORES 
TEXTO I 
Às segundas-feiras pela manhã, os usuários de um serviço de música 
digital recebem uma lista personalizada de músicas que lhe permite 
descobrir novidades. Assim como os sistemas de outros aplicativos e 
redes sociais, este cérebro artificial consegue traçar um retrato 
automatizado do gosto de seus assinantes e constrói uma máquina 
de sugestões que não costuma falhar. O sistema se baseia em um 
algoritmo cuja evolução e usos aplicados ao consumo cultural são 
infinitos. De fato, plataformas de transmissão de vídeos on-line 
começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando o banco de 
dados gerado por todos os movimentos dos usuários para analisar o 
que os satisfaz. O algoritmo constrói assim um universo cultural 
adequado e complacente com o gosto do consumidor, que pode 
avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis. Dessa forma, a 
filtragem de informações feita pelas redes sociais ou pelos sistemas 
de busca pode moldar nossa maneira de pensar. E esse é o problema 
principal: a ilusão de liberdade de escolha que muitas vezes é gerada 
pelos algoritmos. 
VERDÚ, Daniel. O gosto na era do algoritmo. Disponível em: 
https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2018 (adaptado). 
 
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Professor Fernando Andrade 
Aula 02: Enem 
 
 
 
 
Aula 02 —Introdução 
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 6 
 
TEXTO III 
 
TEXTO IV 
Mudanças sutis nas informações às quais 
somos expostos podem transformar nosso 
comportamento. As redes têm 
selecionado as notícias sob títulos 
chamativos como “trending topics” ou 
critérios como “relevância”. Mas nós 
praticamente não sabemos como isso 
tudo é filtrado. Quanto mais informações 
relevantes tivermos nas pontas dos dedos, 
melhor equipados estamos para tomar 
decisões. No entanto, surgem algumas 
tensões fundamentais: entre a 
conveniência e a deliberação; entre o que 
o usuário deseja e o que é melhor para ele; 
entre a transparência e o lado comercial. 
Quanto mais os sistemas souberem sobre 
você em comparação ao que você sabe 
sobre eles, há mais riscos de suas escolhas 
se tornarem apenas uma série de reações a “cutucadas” invisíveis. O que está em jogo não é tanto 
a questão “homem versus máquina”, mas sim a disputa “decisão informada versus obediência 
influenciada”. 
CHATFIELD, Tom. Como a internet influencia secretamente nossas escolhas. Disponível em: www.bbc.com. Acesso 
em: 3 jun. 2017 (adaptado). 
 
O tema era “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na 
internet”. Considerando que você deveria apresentar o tema com sua problemática, a escolha de 
informações dos textos de apoio poderia ser uma boa estratégia de começo do texto. 
 
 
 A técnica consiste em grifar os trechos que você acha mais relevantes e colocar nas suas 
próprias palavras. No caso do Enem, até o mundo mineral sabe que a tese é dada. Você deve 
apresentar o problema e depois mostrar como ele pode ser resolvido. Sendo assim, a introdução 
baseada na paráfrase tema vantagem de permitir que você mostre para o corretor que você 
entendeu a problemática. 
 Observe o exemplo. 
Paráfrase
Professor Fernando Andrade 
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 7 
 
 Exemplo de paráfrase que aproveita as 
informações das instruções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja que algumas palavras se repetem e 
usei muitas ideias que constavam do texto 
original, mas a configuração se adequou ao que 
pretendo desenvolver no texto: mostrar o 
perigo da situação-tema. 
 
 
 
A forma mais tradicional de se fazer uma introdução técnica é apresentar o tema, um 
comentário e a tese. Cada parte deve ser expressa em um período. Considere como modelo o 
texto abaixo, de uma das melhores redações da FUVEST de 2006. O tema era sobre o “Trabalho 
no mundo contemporâneo”. 
 
Estrutura Tradicional
Texto 1 
Assim como os sistemas de outros 
aplicativos e redes sociais, este cérebro 
artificial consegue traçar um retrato 
automatizado do gosto de seus assinantes e 
constrói uma máquina de sugestões que não 
costuma falhar... 
(...) 
O algoritmo constrói assim um universo 
cultural adequado e complacente com o 
gosto do consumidor, que pode avançar até 
chegar sempre a lugares reconhecíveis. 
Dessa forma, a filtragem de informações 
feita pelas redes sociais ou pelos sistemas de 
busca pode moldar nossa maneira de pensar. 
Texto2 
TEXTO II 
Nos sistemas dos gigantes da internet, a 
filtragem de dados é transferida para um 
exército de moderadores em empresas 
localizadas do Oriente Médio ao Sul da Ásia, 
que têm um papel 
Texto 3 
Quanto mais os sistemas souberem sobre 
você em comparação ao que você sabe sobre 
eles, há mais riscos de suas escolhas se 
tornarem apenas uma série de reações a 
“cutucadas” invisíveis... 
No Brasil, mais da metade das pessoas se 
valem da internet para os mais variados 
fins. Há, contudo, um perigo que espreita 
cada usuário. Os aplicativos e sites 
valem-se de algoritmos capazes de 
perceber regularidades no 
comportamento do usuário. A partir 
disso, as respostas que o usuário tem nas 
redes sociais e mesmo nos sites de busca, 
criam um mundo à sua imagem e 
semelhança, buscando influenciar a 
maneira de pensar de cada um. O risco de 
o usuário ser manipulado em suas 
escolhas é real. 
 
 
O jovem entre 16 e 21 anos que hoje chega 
ao vestibular, gera expectativa em relação 
à sociedade. Nesse sentido, seria 
importante saber quais são as 
características mais pronunciadas desse 
grupo social. Considerar os valores e a 
consciência social desses jovens deve 
indicar o que podemos esperar do futuro. 
Professor Fernando Andrade 
Aula 02: Enem 
 
 
 
 
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 8 
 
 
 
 
 
 Note que o autor menciona a palavra “trabalho” logo na primeira linha. Ele faz uma 
afirmação genérica para chamar a atenção do leitor. No segundo período, ele acrescenta uma outra 
informação, o trabalho se modificou ao longo dos séculos. No último período, ele faz uma 
afirmação que merece ser provada: é através do trabalho que o homem constitui a sua história, 
essa é a tese. 
 
Para cumprir o papel de apresentar o essencial para a leitura, seu texto deve observar dois 
pontos: 
 
 
 
 
 Dentro dessa tipologiade introdução tradicional, há um modelo preferido por aqueles que 
gostam de redação mais técnica. Consiste em apresentar, ao final da introdução, aquela tese já 
• Escreva de 2 a 3 períodos (período é o espaço entre a letra maiúscula e
ponto final).
• Em um dos período, apresente a palavra chave do tema.
• Em um período intermediário, acrescente algum detalhe.
• No último período, apresente a tese.
Apresentar de forma simples o tema
Introdução com tese e 2 argumentos
1º Período 
2º Período 
3º Período 
Tese 
Professor Fernando Andrade 
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elaborada no planejamento e que deve contemplar também os argumentos. Esse tipo de 
introdução e o desenvolvimento para o qual ela aponta sugerem uma escolha mais linear do tema. 
Exemplo: 
Atualmente, no Brasil, discute-se a possível manipulação do usuário de internet pelos sites de 
busca e das redes sociais. Essa situação torna-se mais dramática, quando observamos que mais 
de 60 % dos brasileiros são usuários assíduos da internet. Pode-se afirmar, sem sombra de 
dúvidas, que isso representa um perigo real (tese), pois aprisiona o indivíduo em suas opiniões 
(argumento 1) o que o distância de uma perspectiva mais objetiva da realidade, algo 
fundamental para o exercício da cidadania.(argumento 2). 
 Esquema desse tipo de introdução: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tudo bem, corujinha 
apavorada. Arranje um jeito de 
colocar as palavras-chave do 
tema logo nas primeiras linhas. 
Observe que, na introdução por 
paráfrase, eu consegui colocar os 
termos “manipulação” e 
“internet” logo nas duas primeiras linhas. Mas há outra forma um pouco clichê de começar sua 
redação: apresente o aspecto temporal, associando o texto ao momento presente. Falei bonito 
para sugerir que você use o odiado: “Nos dias de hoje....” 
 
Na verdade, corujinha, o uso 
de clichês não soa muito bem para o 
corretor. Contudo, não é isso que vai 
determinar sua nota. Você pode 
fazer uma redação menos 
encantadora e mais técnica e tirar 
uma nota muito boa. Para convencê-
lo de que essa forma de começar o 
Introdução clichê
1º Período: 
Comentário geral 
(o tema deve 
aparecer) 
2º Período: 
Comentário 
estendido 
 
 
3º Período: 
TESE 
 
Professor Fernando Andrade 
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 10 
 
texto não depõe contra o seu texto, observe o próximo fragmento também tirado de uma das 
melhores redações da FUVEST sobre o tema da política. 
 
 Ele afirma no primeiro período: “É muito comum ouvir de jovens hoje em dia que são 
apolíticos ou que a política não os diz respeito”. 
 Veja aí o clichê, na expressão “hoje em dia”. Seguramente, isso não teve qualquer impacto 
negativo na avaliação. 
1.3 Evitar 
 O que realmente prejudica sua redação? Parágrafo introdutório que apresente (1) ideias 
desorganizadas que não funcionem como guia de leitura ou (2) que tenha informações em excesso. 
 Normalmente, o primeiro caso acontece quando o candidato pensa em contextualizar o 
tema e vai se enrolando ao descrever situações outras que não têm a ver diretamente com o tema. 
O grande problema desse tipo de introdução é que ela desvia a atenção do leitor da tese e, ao 
mesmo tempo, faz o escritor perder linhas preciosas para a argumentação. Enquanto o tema não 
for colocado com toda clareza, o jogo não começa, ou seja, o leitor terá a impressão de que ainda 
não há argumento. Tome como exemplo esse texto abaixo da uma corujinha enrolada... 
 Desde passados remotos, a busca e divulgação foi uma constante para o homem. Nos 
primeiros agrupamentos humanos, o saber tradicional era passado de boca em boca. Demorou 
algum tempo para que o homem inventasse a escrita, mas mesmo essa técnica esbarrava no 
suporte do nova técnica. A passagem das tabuinhas de barro para o papel foi um processo 
lento. 
 Atualmente, demos um novo salto. Passamos do papel para as telinhas de computador. 
A informação se tornou onipresente e estamos tão acostumados a simplesmente a tirar 
qualquer dúvida acessando o gooogle que não nos perguntamos por onde passam essas 
informações. 
Professor Fernando Andrade 
Aula 02: Enem 
 
 
 
 
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 11 
 
 Com essa introdução você não vai a lugar nenhum. 
Você já está no segundo parágrafo e ainda não entrou 
no tema: falar sobre a manipulação por algoritmos. 
 
O outro tipo de erro consiste querer apresentar 
toda a informação na qual você pensou no primeiro parágrafo. 
 
 No Brasil, o número de usuários da internet aumenta dia a dia, isso porque essa mídia 
se tornou uma ferramenta necessária na atualidade. Mas essa prática não está isenta de riscos, 
já que tem havido manipulação de informações por parte dos plataformas digitais, já que elas 
se valem de algoritmos que são uma espécie de inteligência artificial que capta as regularidades 
do comportamento da pessoa e monta um perfil para empresas que desejam essas informações. 
Isso porque a concorrência entre as empresas está cada vez mais acirrada o que as leva a 
utilizar de qualquer tipo de marketing, inclusive desrespeitando a liberdade do consumidor, já 
que isso faz com que ele viva numa bolha de informações que sempre lhe agradem. 
Consequentemente ele fica alienado da realidade, pois tem sempre a confirmação de um mundo 
que é sempre o mesmo e que está a serviço de negócios. 
 
 Nessa introdução, o candidato apresentou a tese, 
os argumentos e começou a estabelecer relações de 
causa e consequência. A quantidade de informação 
empilhada torna o parágrafo confuso. Além disso, 
como há muitas informações nesse trecho que 
mereceriam ser desenvolvidas, quando o escritor der continuidade ao texto, provavelmente ele 
retomará várias das ideias que já explicitou no primeiro parágrafo. O leitor ficará com a impressão 
de que o texto é repetitivo. 
 É preciso equilíbrio, nem apresentar uma tese muito curta, nem muito comprida. Se você 
satisfizer toda a curiosidade do seu leitor logo no primeiro parágrafo, ele não vai ler o que se segue. 
 
1.4 Introdução no Enem 
 Nunca é demais ressaltar. A tese no Enem já é dada pela banca e, na verdade, pressupõe 
toda a trajetória de escrita. Você deve falar do problema, mostrar que ele é grave e deve ser 
enfrentado e, no final, deve apresentar proposta de intervenção. 
 Sendo assim, a introdução não precisa manifestar claramente o que será defendido. Ela deve 
apresentar a situação problema e os motivos pelos quais nós devemos nos sensibilizar diante da 
problemática. Devido a isso, muitas vezes não há muito espaço, no Enem, para uma introdução 
cuja a finalidade seja atrair o leitor. Em várias redações nota 1000, a introdução parece já um 
argumento. 
Professor Fernando Andrade 
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 12 
 
2. Introdução e Projeto de Texto 
 
 Este tópico é para lembrá-lo de que a introdução está profundamente vinculada a sua 
preparação anterior e deve refletir aquilo que discutimos na aula passada: a reflexão sobre o tema 
e sobre a tese. A tese, a gente já sabe, é mais ou menos a seguinte: o problema “x” desrespeita os 
direitos mínimos dos cidadão, portanto é preciso que tomem medidas para minimizar a questão. 
 Nesse sentido, o projeto deve contemplar as partes dessa tese: 
✓ Apresentar a questão-problema; 
✓ Mostrar em que medida a questão viola os direitos das pessoas envolvidas; 
✓ Apresentar propostas de intervenção. 
Apesar de ser uma estrutura bastante fechada, a questão passa a ser como você vai 
preencher essas partes, já que um dos critérios de correção é o uso de repertório. Nesse caso, 
alguém poderia comparar o controle por algoritmos com o controle do livro 1984, de George 
Orwell; outra pessoa poderia considerar a ideia de controle a partir das ideias de Foucault; outra 
poderia fazer um percurso históricoda internet para mostrar como essa plataforma passou de um 
mecanismo de divulgação científica, quando foi criada, para um meio de obtenção de dados das 
pessoas. 
Os caminhos devem variar bastante. 
Sobre isso, já conversamos no pdf anterior. Você provoca o Brainstorm, coloca as ideias que 
tiver no pré-rascunho e depois vai organizando num esboço. É a partir desse esboço, ou seja, a 
partir da definição do caminho que você vai trilhar, é que você escolhe a sua introdução. 
 
2.1 Exercícios 
 
 Chegou a hora de exercitar o que consideramos até agora. A ideia é que você fixe uma forma 
de fazer a introdução, a forma mais simples, que deve servir para momentos em que você deve 
fazer uma redação rapidamente e não tem muito tempo para fazer um texto inicial muito 
sofisticado. Você vai encontrar 3 propostas curtas de redação e deve produzir dois parágrafos de 
introdução de acordo com os modelos apresentados: 
✓ Introdução clichê; 
✓ Introdução tradicional; 
✓ Paráfrase; 
✓ Introdução com tese desenvolvida. 
 
Q.1 Faça dois parágrafos de introdução com técnicas diferentes sobre o seguinte tema: A 
participação política do jovem no Brasil. Considere o texto de apoio abaixo (ele pode ser 
utilizado para a introdução por meio da paráfrase). 
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 13 
 
Uma pesquisa do Instituto Data Popular mostra bem o perfil do jovem brasileiro e seu 
interesse pela política. 
 
O levantamento traz recados importantes à classe política, pois os jovens, a par da crença 
(92%) na própria capacidade de mudar o mundo, botam fé (70%) no voto como instrumento 
de transformação da nação e ainda reconhecem (80%) o papel determinante da política no 
cotidiano brasileiro. Porém, fatia expressiva dos jovens do Brasil (quase 60%) acredita que 
o país estaria melhor se não houvesse partido político. 
Um petardo na democracia. Para eles, as agremiações partidárias e os governantes não 
falam sua linguagem. Interessante a observação do estudo: os políticos são analógicos, mas 
a juventude é digital. Mais de 50% se encontram entre os eleitores indecisos ou que 
pretendem anular o voto no pleito deste ano. E o discurso carrega um viés oposicionista. 
Como a maioria da população brasileira, o desejo de mudança se faz presente em 63% 
deles, que acreditam que o Brasil está no rumo errado. Apesar disso, 72% consideram ter 
melhorado de vida. Querem mais: serviços públicos de qualidade, maior conectividade, 
acessos livres à banda larga e à tecnologia de ponta, não abrindo mão da manutenção do 
poder de compra, nas palavras do autor do estudo, Renato Meirelles, do Instituto de 
Pesquisa Locomotiva. 
(Estado de São Paulo, 06/06/2018) 
 
 
Q.2 Faça dois parágrafos de introdução com técnicas diferentes sobre o seguinte tema: Como 
lidar com o desemprego juvenil. Considere o texto de apoio abaixo (ele pode ser utilizado 
para a introdução por meio da paráfrase). 
Uma pesquisa do Instituto Data Popular mostra bem o perfil do jovem brasileiro e seu 
interesse pela política. 
 
BRASÍLIA - Um em cada dois jovens brasileiros com idade entre 19 e 25 anos corre sério 
risco de ficar fora do circuito dos bons empregos no País e, com isso, está mais vulnerável 
à pobreza. É o que aponta o relatório “Competências e Empregos: Uma Agenda para a 
Juventude”, divulgado pelo Banco Mundial. 
O documento diz que 52% da população jovem brasileira, quase 25 milhões de pessoas, 
estão desengajados da produtividade. Nessa conta, estão os 11 milhões dos chamados 
“nem-nem”, aqueles que nem trabalham, nem estudam. A eles, foram somados aqueles 
que estão estudando, mas com atraso em sua formação. E os que trabalham, mas estão na 
informalidade. 
http://tudo-sobre.estadao.com.br/banco-mundial
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(...) 
 “É uma população que vai ser vulnerável, vai ter mais dificuldade de achar emprego, corre 
maior risco de cair na pobreza”, disse o diretor da instituição para o Brasil, Martin Raiser. 
(Disponível em https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,metade-dos-jovens-brasileiros-
tem-futuro-ameacado-alerta-banco-mundial,70002217121, acessado em 31.08.2019) 
 
 
 
Q.3 Faça dois parágrafos de introdução com técnicas diferentes sobre o seguinte tema: Como 
evitar que tecnologia seja prejudicial ao aprendizado. Considere o texto de apoio abaixo 
(ele pode ser utilizado para a introdução por meio da paráfrase). 
 
Assim como os livros expandiram nossa capacidade cerebral, as tecnologias atuais podem 
gerar o efeito contrário. 
A vida no século XXI pode não ser maravilhosa como sugerem as propagandas de telefones 
celulares, graças aos consideráveis impactos sociais provocados pela onipresença das 
novas tecnologias de comunicação e informação. Dois filmes recentes tratam do tema: 
Disconnect (de 2012, dirigido por Henry Alex Rubin) e Men, Women & Children (de 2014, 
dirigido por Jason Reitman). As duas obras adoçam seu olhar crítico com uma visão 
humanista. O grande tema é a vida contemporânea, marcada pelo consumo de bens e 
estilos, e povoada pelas doenças da sociedade moderna: bullying, identidades roubadas, 
comunicações mediadas e relações fragilizadas. No centro dos dramas estão a internet e as 
mídias sociais. 
Maior o acesso a informações, menor nossa capacidade de atenção, e menor nossa 
capacidade de análise. E nossa paciência sofre com o processo. 
 (Disponível em http://www.cartacapital.com.br/revista/840/a-era-da-impaciencia-
5039.html, acessado em 31.08.2019) 
 
3. Introduzir e seduzir 
 
 Tendo se exercitado no básico, agora vamos ao “tchan”, aquilo que vai fazer da sua 
introdução uma espécie de cartão de visitas; aquelas primeiras frases que irão conquistar ou afastar 
seu leitor. Apesar disso, lembre-se: 
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,metade-dos-jovens-brasileiros-tem-futuro-ameacado-alerta-banco-mundial,70002217121
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,metade-dos-jovens-brasileiros-tem-futuro-ameacado-alerta-banco-mundial,70002217121
http://www.cartacapital.com.br/revista/840/a-era-da-impaciencia-5039.html
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✓ O corretor é obrigado a ler sua redação, você não precisa ficar tão 
preocupado com essa sedução; se sua introdução cumprir a função 
primordial, está bom demais; 
✓ Uma redação maravilhosa e uma argumentação ruim ampliam a 
sensação de “texto ruim”; é como ir a uma festa com um terno todo 
remendado. 
✓ Uma introdução bem elaborada requer tempo. Você pode fazer 
rapidamente a redação inteira, valendo-se de uma introdução 
básica e, se sobrar tempo, reelaborar o primeiro parágrafo. 
Considerando os vários tipos de introduções, podemos separá-las em 4 grandes grupos, 
conforme o efeito que podem produzir: provocar adesão ao tema; informar; provocar curiosidade 
e encantar. 
3.1 Provocar Adesão 
 
 Por que o leitor vai ler seu texto (fora o fato de que ele é corretor)? Porque ele é seu amigo, 
ou porque leu o título e ficou interessado. Mas vamos supor que não seja um tema que o interesse. 
Nesse caso, você precisa mostrar para ele que o tema deveria interessá-lo, pois a situação é grave. 
Esse é o tipo de introdução e até de desenvolvimento mais apropriado para uma dissertação no 
ENEM. 
 Quais são os métodos mais comuns para fazer isso? Apresentando dados científicos, 
estatísticos ou mostrando a causa de você estar escrevendo (que não seja a causa verdadeira: você 
está escrevendo para passar no vestibular!). 
 
 Dada nossa formação científica, acreditamos que aquilo que for mostrado por números, por 
cientistas renomados ou por universidades será verdadeiro. Lógico que isso é mais apropriado para 
um argumento, já que no desenvolvimentovocê deverá convencer seu leitor de que o que você diz 
“é verdade”. 
 O efeito de apresentar dados logo no começo do texto não é dizer que é verdade, mas 
mostrar dados que impressionam o leitor, dados que apresentem uma dimensão assustadora do 
assunto para que o leitor se interesse pelo texto que você vai desenvolver. Nesse caso, o texto da 
coletânea acima é exemplar e vale a pena repeti-lo: 
Um em cada dois jovens brasileiros com idade entre 19 e 25 anos corre sério risco de ficar 
fora do circuito dos bons empregos no País e, com isso, está mais vulnerável à pobreza. É o que 
aponta o relatório “Competências e Empregos: Uma Agenda para a Juventude”, divulgado 
pelo Banco Mundial. 
 Esses dados impactantes despertam o leitor para o tema, fazem-no perceber que discutir 
isso é importante. 
 
 
Dados 
Fo
n
te
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* 
Pois é, esse o grande problema, 
afinal ninguém é um Google 
ambulante e, como você sabe, não 
poderá consultá-lo quando for 
produzir seu texto. O jeito é se contentar com algum tipo de estatística ou dado fornecido pela 
coletânea. Antes que você pergunte se você pode copiar os dados, eu já lhe respondo o óbvio 
“não”. Porém, você pode fazer uma paráfrase, acrescentando uma certa dramaticidade para 
despertar o leitor. Observe uma possível paráfrase. 
Recentemente, foi publicada uma matéria no Jornal O Estado de São Paulo com dados 
preocupantes sobre os jovens brasileiros. Quase 50% dos jovens em idade de começo de carreira 
terão que se contentar com empregos nada promissores. Serão adultos em estado de 
vulnerabilidade. 
 Em relação a pesquisas científicas, nesse caso, da sociologia, isso é um pouco mais simples, 
se você se lembrar do que disseram os sociólogos ou outros especialistas, é claro. Você poderia 
dizer algo assim... 
 Segundo a sociologia, o processo de industrialização inaugurou uma era em que a 
tecnologia aplicada a processos de produção ou excluem mão de obra, ou absorvem pessoas 
especializadas. O jovem entre 19 e 25 anos tende a ser excluído por falta de experiência ou por 
não ser especializado. Ficará vulnerável. 
 
 “Causa” na dissertação pode significa duas coisas: 
 
 
 Causa factual 
 Esse tipo de recurso será melhor explorado, no item a seguir, pois apresentar uma causa 
factual se confunde com o próprio ato de informar o leitor de algo. 
 Causa Explicativa 
No caso da introdução, “causa” significa dizer por que você resolveu escrever o texto (que 
não seja a causa verdadeira, tirar uma boa nota do Enem). Vamos supor que você tenha que fazer 
Causa 
Causa factual: como os fenômenos que contribuíram para o fato 
discutido. Exemplo, a causa do desemprego é a crise de 2016.
Causa explicativa: como o motivo pelo qual você considera o assunto. 
Esse tema é importante para que possamos planejar o futuro
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uma redação sobre a falta de emprego para os jovens. Você pode fingir que está escrevendo 
porque percebe a dificuldade de um primo de conseguir sua primeira colocação no mercado de 
trabalho. Começar com essa experiência seria bastante sedutor. Imagine: 
Esses dias, meu primo estiveram em casa para que eu o ajudasse a fazer um currículo. 
Será o seu primeiro emprego. Deus, que tarefa difícil! Cada site de sugestão dizia uma coisa. 
Coloque suas qualificações. Quais? Se é o primeiro emprego, obviamente ele ainda não 
descobriu suas qualificações. Isso me levou a refletir sobre o assunto e resolvi escrever um 
texto. 
Mas a dissertação deve ser impessoal. 
Você terá que adaptar as experiências pessoais ao tipo de linguagem que generaliza. Nesse 
caso, sua introdução será muito parecida com aquela que apresenta dados ou informações 
científicas. 
O jovem que procura sua primeira colocação no mercado de trabalho se depara com situações 
paradoxais deve convencer que tem habilidades para um trabalho que ele nunca efetuou. Esse é um 
dos vários desafios humilhantes que cada vez mais brasileiros em início de carreira enfrentam. 
 
3.2 Informar 
 
 A argumentação não é só técnica, ela inclui traços performativos, ou seja, não basta que a 
ideia apresentada no texto seja convincente por si, você deve produzir um efeito de que aquilo que 
você disse tem peso. Esse efeito qualquer orador consegue quando prova para seu interlocutor 
que conhece o assunto sobre o qual vai falar. 
 Apresentar informações como introdução tem essa finalidade. Prepara o leitor para que ele 
leve o seu texto a sério. Ou seja, detalhe a informação para o leitor mostre que você tem 
conhecimento do assunto. 
 
 Utilizar o percurso histórico para começar uma redação é um recurso informacional e 
também ilustrativo, ou seja, tem o potencial de encantar o leitor. Cuidado para não se alongar. 
Além disso, você deve ter a capacidade de vincular a história ao tema... não se perca. Às vezes a 
ligação é fácil, às vezes não. Por exemplo, vamos supor que você tenha informação sobre a história 
da internet. Esse é um repertório e tanto para quem vai escrever sobre manipulação de dados 
hoje. Mas se você contar a história por contar, o texto ficará sem sentido. É preciso que você 
encontre um ponto que permita puxar a história para o tema sobre o qual você vai discorrer. 
 O mundo estava no auge de Guerra Fria. A possibilidade de que centros de controle fossem 
destruídos por uma possível terceira Guerra Mundial, levou o Departamento de defesa americano a 
desenvolver um sistema que interligava centros de pesquisa. Desse uso de difusão de informações 
precisas e importantes, passamos para os dias de hoje em que a internet se torou meio não só de 
divulgar informação, mas também de capturar informações dos usuários. 
História 
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 Primeira observação importante: note como o parágrafo ficou longo. Lembre-se, você terá 
apenas 30 linhas no total. Segunda observação: tive que adaptar a história internet ao tema: 
manipulação de dados na internet, o que consegui fazer somente na última linha. 
 
“Definir” e “conceituar” são ligeiramente diferentes, entretanto, para o nosso propósito, você 
pode usar tanto um quanto o outro. Definir vem do latim, que significa “limitar” ou “marcar o fim”. 
Isso significa que se deve, através de palavras, mostrar qual a singularidade do objeto. Utilizar com 
precisão esse recurso faz com que seu leitor confie na sua competência, mas não apenas isso. Toda 
definição/conceitualização pode servir como uma premissa para um raciocínio. Premissa é uma 
afirmação que serve como fundamento do que será dito nos parágrafos de desenvolvimento. 
Você pode encarar a legislação como um livro de definições que servem de premissas para 
julgar ações podendo puni-las. Por exemplo, é interessante como o texto legal do marco civil da 
internet define o que pode ser considerado crime ou não. Observe: 
“Art. 7o O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário 
são assegurados os seguintes direitos: 
(...) 
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, 
salvo por ordem judicial, na forma da lei;” 
 A partir dessa definição fica fácil dizer que um provedor comete crime ao manipular os 
dados do usuário...Se não fosse outra definição. 
“§ 1o A discriminação ou degradação do tráfego (...) somente poderá decorrer de: 
(...) 
III - informar previamente de modo transparente, claro e suficientemente 
descritivo aos seus usuários sobre as práticas de gerenciamento e mitigação de 
tráfego adotadas, inclusive as relacionadas à segurança da rede;” 
(disponível em https://www.cgi.br/lei-do-marco-civil-da-internet-no-brasil/,acessado em 
08.04.2020). 
 Ou seja, é você que dá autorização para que o provedor utilize seus dados, embora a própria 
lei reconheça que a manipulação de dados é ilegal. Mas essa definição em si já é um ótimo 
argumento para dizer que, no mínimo, o que os provedores fazem é antiético. Oferecem um 
serviço sedutor e necessário em troca dos seus dados que podem ser usados para atividades 
comerciais. 
 Como ficaria uma introdução a partir dessas “definições”? 
 O marco Civil da internet definiu muito bem o que seria considerado crime virtual. Seria 
crime violar, ou seja, tornar público o fluxo de informações pelos servidores. Isso mostra como a 
manipulação de informações pelas plataformas de acesso a partir de algoritmos não deve ser 
encarado como algo banal. Mas como os servidores mantém essa prática sem qualquer punição? 
Quando o usuário aceita os termos do serviço, ele autoriza a captação desse fluxo. 
 
Definição 
https://www.cgi.br/lei-do-marco-civil-da-internet-no-brasil/
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 Calma, corujinha estressada. Esse foi um exemplo. Lógica que as leis, como você percebeu, 
são ótimas definições e, portanto, premissas. Você poderá se valer de leis, quando elas estiverem 
na sua coletânea, e isso não é tão raro assim. 
 Mas há outros tipos de definição que são muito úteis em redação, aquelas que circulam em 
sociologia e filosofia como definições de “liberdade”, democracia”, “república”, “Estado” etc. 
Falarei mais desse recurso em outro momento, pois associado à citação é uma das técnicas mais 
utilizadas por alunos que tiraram 1000 na redação do Enem. 
3.3 Provocar a curiosidade 
 Um dos gatilhos mentais de mais bem-sucedidos para chamar a atenção de alguém é o da 
curiosidade. Por incrível que pareça, encontrar a solução de um problema ativa uma parte do nosso 
cérebro responsável pelo prazer. Isso significa que, ao 
apresentarmos algum problema para nosso leitor, ele irá entrar no 
jogo e vai ler o texto ou para saber a resposta ou para conferir se a 
resposta que ele deu mentalmente é a correta. Esse ímpeto 
humano pode ser observado mesmo em crianças de 3, 4 anos que 
manifestam uma certa mania pelos porquês. 
 Há basicamente 3 expedientes para despertarmos a 
curiosidade em alguém em redação: perguntas, enumeração e 
afirmações contundentes. 
 
 Por que começar um texto com uma pergunta? 
 Porque obrigará o leitor a continuar lendo. Assim como você fez quando se deparou com a 
pergunta acima. Mas note, ela não pode aparecer do nada. Você deve contextualizá-la. Ela se 
assemelha à introdução tradicional sem a apresentação da tese. 
 
 
 
 
 
 
 Exemplo. 
Perguntas 
1º Período: 
Comentário geral 
(o tema deve 
aparecer) 
2º Período : 
Comentário 
estendido 
 
 
3º Parte : 
Perguntas 
 
Fi
gu
ra
 2
: P
ix
ab
ay
 
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Todo usuário de internet já deve ter reparado naquelas janelas que se abrem com propagandas 
sobre algum produto que estranhamente era do seu interesse. Não se trata de um milagre. Os 
provedores são capazes de registrar os fluxos de informação do usuário e usá-los para fins comerciais. 
Qual o problema dessa prática? Até que ponto podemos ser manipulados? Que se pode fazer em 
relação a isso? 
 
 Note que esse é um bom expediente de escrita, evita que você apresente a tese toda no 
começo da redação e obriga você, escritor, a seguir um script já previsto por você. Ou seja, seu 
texto será mais direcionado. 
 
 
 E quem falou isso tem toda 
razão em relação a perguntas 
retóricas. Perguntas que não 
precisam ser respondidas, pois 
ou a resposta é óbvia demais, ou você já a respondeu no argumento. 
 Além disso, uma pergunta no último parágrafo, com raras exceções, abre espaço para um 
novo argumento e deve ser evitada, afinal você está na conclusão, lugar de reafirmação das ideias 
apresentadas e não o lugar da abertura para novos argumentos. 
 
Estou certo de que essa é 
a intenção ao fazer a pergunta 
no último parágrafo, corujinha 
instigante. Contudo, uma 
dissertação é um texto 
autoritário, você deve levar seu 
leitor pela mão através das suas 
ideias sem deixá-lo sozinho para pensar por conta própria. Isso vai acontecer depois que ele tiver 
lido seu texto, não precisa motivá-lo. 
 
 
 O que é, o que é? Lembra-se dessa brincadeira? Pois é, 
diante dessas palavras quase mágicas, você parava para tentar 
descobrir o que era. Trata-se de um jogo que foi se tornando mais 
sofisticado até chegar a estruturar um filme policial, pois, afinal, 
o que nos prende à poltrona diante de um filme como esse é 
saber quem foi o assassino. 
Enumeração 
Fi
gu
ra
 3
: P
ix
ab
ay
 
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 Essa é a lógica de apresentar pelo menos três palavras soltas na primeira frase de uma 
introdução. O leitor fica imaginando o que significam aquelas palavras e espera o desvendar desse 
mistério. Para tornar mais claro do que estou falando, observe a seguinte introdução: 
 Partido político, congresso nacional, STF, financiamento partidário. Essas são algumas 
expressões do vocabulário político que parecem desconhecidas para os jovens. Uma observação 
desse tipo leva a acreditar que os jovens de hoje são alienados em relação à política. 
 
 Percebeu qual é o tema? Jovem e política. Há um método para construir uma enumeração 
desse tipo. Primeiro considere que, para ser uma enumeração, é preciso ter, pelo menos, 3 termos. 
Segundo, essa fórmula admite uma frase nominal, com os termos interligados por vírgula, sem 
verbos, seguida de uma outra frase que deve retomar e explicar a anterior. 
 Uma última dica: os termos da enumeração devem ser coerentes em relação a uma ideia 
unificadora. Nem sempre é fácil de achar o elemento comum a essas palavras. Tente mudar o foco. 
Por exemplo, na enumeração acima, eu utilizei termos políticos, mas poderia ter selecionado outro 
elemento: o que dizem do engajamento dos jovens. 
 Alienados, despreocupados, desinformados. Essas são algumas palavras usadas para 
designar os jovens no que diz respeito ao engajamento político... 
 
 
 Outra forma de despertar a curiosidade do leitor é fazer uma afirmação forte sobre o 
assunto ou apresentar alguma fonte que tenha dito algo que contraria a sua tese. Nos dois casos, 
o fato de haver uma ideia a ser contestada, seja pela agressividade, seja pela polêmica, faz com 
que o leitor fique curioso em saber como o litígio será resolvido. Considere a seguinte afirmação: 
A forma como as plataformas digitais se valem dos dados do usuário é, no mínimo, 
antiética e autoritária, o que evidência o vale-tudo que se transformou a internet nos dias 
atuais. 
 Não há dúvida de que tal frase desperta a atenção. Tanto alguém que compartilha a ideia, 
quanto um opositor vão interagir com o texto. Não há como ficar indiferente e, aliás, esse é o 
problema. O corretor, com certeza, será mais exigente com uma redação desse tipo, pois para se 
chegar a essa conclusão, o escritor deve ter argumentos muito bons. Trata-se de uma introdução 
possível, mas arriscada. 
 
 
 Já deve ter acontecido com você estar em uma discussão de vida ou morte como alguém, 
sentindo que sua tese começa a ser ridicularizada, quando você se lembra de um especialista que 
disse o mesmo que você. Ah, que satisfação! Você e seus amigos que estão discutindo não são 
Frases contundentes 
Citação 
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exatamente ninguém na fila do pão, mas o especialista de Harvard, o filósofo do século XIX ou o 
cientista que ganhou o prêmio Nobel são pessoas de tão alto gabarito que basta citar a fraseda 
sumidade para ganhar a parada. 
 Acho que você já entendeu o efeito desse recurso. Em si, ele representa uma espécie de 
carteirada, afinal, você pode citar uma frase fora do contexto, ou mesmo, o especialista pode estar 
errado, por que não? 
 Mas nas dissertações, esse recurso tem grande efeito, sobretudo porque permitem que o 
candidato demonstre repertório. Afinal, durante os três anos do ensino médio, você entrou em 
contato com figurões da história, da sociologia e da filosofia e discutiu algumas das frases mais 
famosas produzidas pela humanidade. Agora é hora de usá-las. 
 Normalmente, eu discuto esse tópico na argumentação. Contudo, tem sido recorrente o uso 
de citações na introdução nas melhores redações. Primeiramente, você deve ter um repertório de 
frases significativas. Depois deve tentar encontrar uma relação entre a frase e o tema. A técnica 
de começar pela frase, provoca impacto. Segue um exemplo. 
 “O homem é o lobo do homem”, dizia Hobbes no século XVII. Segundo ele essa era a condição 
do homem no estado da natureza. Ao se submeterem a uma autoridade maior, um poder absoluto, 
as pessoas puderam viver com uma certa harmonia. Contudo, algo extremamente tecnológico, a 
internet, parece nos ter devolvido ao estado de natureza. Nesse espaço de ninguém, as pessoas 
parecem ter se tornado lobos, o ódio parece ser usual nessa mídia. 
 
3.4 Encantar 
 Agora, entramos na parte mais sedutora das técnicas de 
introdução: contar uma história ou fazer uma analogia. Uma 
boa história faz uma conexão emocional com o leitor. As 
pessoas conseguem se colocar no lugar de quem viveu o que 
é narrado. No caso da analogia, o escritor surpreende o leitor 
com uma conexão inesperada. 
 
 
 No caso da dissertação, contar uma história é problemático, mas não impossível. O texto 
dissertativo deve ser impessoal. Isso significa que as histórias contadas não podem ser tão restritas, 
não devem ter personagens tão particulares que dificultem a passagem da história particular para 
a discussão generalizante própria da dissertação. 
Nesse caso, a solução é imaginar uma trajetória que pode ser particularizada, mas que tem 
a ver com a história de muitas pessoas. Por exemplo, se você estiver considerando o tema do 
Narrativa
Fi
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“jovem que hoje chega ao vestibular”, você poderia imaginar a trajetória de um jovem que se 
esforça para prestar o vestibular, as ações envolvidas nessa trajetória e atribuir isso a um “ele” 
enigmático que será identificado como qualquer jovem. 
A partir dos 15 anos, ele começou a trilhar o caminho incerto de quem vai decidir sua 
vida. Pesquisou universidades, cursos e carreiras. Fez não um, mas dois testes de vocação. 
Aos 16, tinha uma ideia vaga do que queria. No ano que fez 17, estudou como um louco. Na 
primeira bateria de vestibulares, veio a frustração, percebeu que não estava preparado. Essa 
poderia ser a história de boa parte dos jovens que desejam fazer um curso universitário. 
Impossível não questionar o vestibular como sistema de avaliação. 
É possível fazer uso desse expediente para uma série de propostas. 
Há outras que permitem a utilização de histórias que foram veiculadas nos jornais. Se você 
souber em detalhes o que aconteceu é uma boa forma de começar seu texto. 
Há mais de 4 anos, um fato horrorizou o Brasil. Um jovem foi amarrado pelo pescoço, 
nu, a um poste no bairro do Flamengo. Tinha uma orelha cortada com faca. Teria sido acusado 
de praticar furtos. Essa cena bárbara acusa um problema crônico no Brasil, o envolvimento 
de jovens com o crime e o ódio que eles despertam em uma parte da sociedade. 
 
 
 Analogia ou comparação, embora sejam palavras que manifestam diferenças sutis de 
procedimento técnico, serão aqui tratadas como uma coisa só. São as técnicas mais difíceis, até 
porque muitas vezes podem servir para estruturar uma redação inteira. 
 Observe como é expressiva a comparação que o músico Cartola fez: 
 
“Preste atenção, o mundo é um moinho 
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos 
Vai reduzir as ilusões à pó” 
 Ele fala a alguém amado, alertando sobre o mundo. Poderia dizer simplesmente que o 
mundo destrói ilusões, mas, ao comparar essa ideia abstrata à ação inexorável de um moinho 
reduzindo tudo a pó, a mensagem ganha outras dimensões. 
 Na verdade, há vários tipos de comparação e todas podem ser usadas de algum modo na 
sua redação, contudo, para a introdução, seria interessante o uso de uma analogia, uma espécie 
de comparação mais longa na qual se estabelece uma ponte entre a história contada e os 
significados atribuídos ao tema desenvolvido. 
 As comparações possíveis são as seguintes: 
✓ Comparação imagética ou metáfora, cujo elemento comparado não é revelado: Os 
penhascos pareciam cortados por faca; 
✓ Comparação explicativa, cujo elemento comparado é revelado: Os penhascos tão retos que 
pareciam cortados com faca; 
Analogia ou comparação
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✓ Comparação entre dois elementos semelhantes: as feições dos índios são tão boas quanto 
às dos nossos compatriotas; 
✓ Analogia entre histórias: conta-se uma história que deve servir como modelo para o 
momento atual. 
 
 A analogia narrativa requer conhecimento de mitologia, histórias bíblicas, lendas de 
personagens de filmes consagrados ou de romances conhecidos. Por exemplo, ao falar sobre o 
tema do jovem na política, pode-se lembrar de Antígona, da mitologia grega. 
 Os irmãos de Antígona lutam pelo trono de Tebas, ambos morrem lutando em lados 
opostos. O tio, que herda o trono, resolve enterrar um deles com pompas de herói e deixar o outro 
apodrecer fora dos muros da cidade. Antígona, irmã deles, fica entre obedecer ao rei e obedecer à 
tradição, que manda os parentes enterrarem seus mortos. Ela resolve enfrentar o tio e, por isso, é 
condenada à morte. Como essa história ficaria numa introdução? 
 Para entender o dilema do jovem em relação à política, podemos retomar a tragédia 
grega de Antígona. Os irmãos tinham se enfrentado em uma batalha e ambos morreram. O tio, 
que herdou o trono, determinou que um deles não fosse enterrado. Antígona, desafiando o tio, 
põe sua vida em risco. Essa é uma trágica metáfora da diferença entre o núcleo familiar e a 
política. Antígona, como os jovens, vê a política como aquilo que ameaça sua experiência 
enraizada na família. 
 
 Calma, corujinha exigente. Claro que não. 
Essa é uma possibilidade entre outras e, diga-
se de passagem, a mais complexa. Mas os 
alunos que gostam de escrever e que gostam 
de textos mais criativos podem se dar bem 
com esses modelos. 
 O mais importante é que você entenda a 
técnica e que, mesmo que não consiga fazer 
algo assim, descubra quais são suas preferências e com quais introduções você se identifica. 
 Qual é, realmente, a técnica desse tipo de introdução? Em primeiro lugar, você deve pensar 
com qual elemento ou história o objeto de seu tema se assemelha. Mesmo que você vá destacar 
as diferenças, você deve primeiro começar pelas semelhanças. 
 Depois de ajustar as analogias no seu esboço, você deve gastar algumas linhas para 
descrever a cena ou para contar a história. O leitor deve ser sensibilizado para a narrativa. Um 
texto curto não fará isso. Além disso, ao contar a história, você vai selecionando elementos que 
depois permitirão a comparação. 
 Isso significa que uma introdução desse tipo vai ficar longa, não tem jeito. Seria interessante 
que o argumento que você fosse utilizar pudesse aproveitar essa analogia. Se isso ocorrer, teremos 
uma redação inteira estruturada pela analogia. 
 
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4. Introdução e Conclusão 
 
 Nessetópico, gostaria apenas de destacar a grande diferença entre a conclusão tradicional 
e a conclusão do ENEM. 
 Em 2011, a banca da FUVEST solicitou que o candidato escreve um texto sobre o altruísmo, 
a capacidade que o ser humano tem de se preocupar com os outros. Posteriormente, a banca 
selecionou e publicou as melhores redações. Selecionei uma delas para mostrar o que significa 
concluir de forma tradicional em uma dissertação escolar. 
 
Introdução 
 
 
Conclusão 
 
 
 Na introdução, o autor do texto inverteu um pouco a ordem das coisas. Ele começou com o 
resumo da argumentação, “a efemeridade do mundo moderno acarreta uma devastadora inversão 
de valores”. Acrescenta elementos no segundo período, “o outro como inimigo potencial”. Por fim, 
no último período, ele apresenta a tese e o tema: “o altruísmo vai se desfalecendo e se tornando 
raridade no mundo contemporâneo”. 
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 No parágrafo final, ele utiliza palavras sinônimas do mesmo campo semântico e reafirma a 
tese. Ou seja, ele resume e repete as informações mais importantes do que foi discutido. 
 
4.1. A relação entre introdução e conclusão no Enem 
 No Enem, a coisa muda de figura. Por causa da exigência de proposta de intervenção, a 
conclusão basicamente retoma somente o tema que deve ter sido inserido na introdução, pois é 
para isso que ela serve. 
 Algumas redações nota 1000, de 2018, foram publicadas em vários sites. Escolhi uma delas, 
selecionei a introdução e a conclusão para analisar a relação entre essas partes do texto. 
Texto de André Bahia (18 anos), Janaúba – MG 
Introdução 
Segundo Steve Jobs, um dos fundadores da empresa “Apple”, a tecnologia 
move o mundo. Contudo, os avanços tecnológicos não trouxeram apenas 
avanços à sociedade, uma vez que bilhões de pessoas sofrem a 
manipulação oriunda do acesso aos seus dados no uso da internet. Nesse 
sentido, esse processo é executado por empresas que buscam 
potencializar a notoriedade dos seus produtos e conteúdos no meio 
virtual. Sob tal ótica, esse cenário desrespeita princípios importantes da 
vida social, a saber, a liberdade e a privacidade. 
 
Conclusão 
Em suma, são necessárias medidas que atenuem a manipulação do 
comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Logo, a 
fim de dar liberdade de escolha ao indivíduo, cabe às empresas de 
tecnologia solicitar a autorização para o uso dessas informações, por 
meio de advertências com linguagem clara, tendo em vista a linguagem 
técnica utilizada, atualmente, por avisos do tipo. Ademais, compete ao 
cidadão ficar atento a essa questão, de modo a cobrar e pressionar essas 
empresas.Enfim, a partir dessas ações, as tecnologias, como disse Steve 
Jobs, moverão o mundo para frente. 
 
5. Introdução e Máscara 
 
Frase que introduz o 
tema, associada à tese, a 
internet trouxe também 
manipulação 
Retomada da ideia 
principal anunciada na 
introdução 
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 A redação do Enem tem uma estrutura bastante 
“engessada”, repeti isso várias vezes ao longo dos pdfs. Há 
nisso algo de bom para o candidato. No quesito estrutura, a 
Banca não vai surpreender você, mudando as regras do jogo. 
 Além disso, ao longo desses anos, tanto a Banca foi 
adotando critérios padronizados para a correção, quanto os 
alunos foram desenvolvendo uma estrutura dissertativa que 
parece ser bastante exitosa nos exames. Isso gerou a procura 
pela estrutura nota 1000, que frequentemente é chamada de 
“máscara”. 
 Trata-se de um esquema vazado, ou seja, um esquema composto com conectivos e algumas 
citações que podem ser decorados e exigem que você simplesmente preencha os espaços vazios. 
Vamos supor que eu transforme o primeiro parágrafo do texto acima, do candidato de Janaúba, 
numa máscara de introdução, como ficaria? 
 Segundo (nome do pensador e o que ele disse, deve ser um ideia otimista em relação à 
internet).............................................Contudo, (agora você apresenta o tema, destacando a 
problemática)..........................................Nesse sentido, (desenvolva como o problema 
ocorre).....................................Sob tal ótica (agora destaque qual é o problema desse 
procedimento)................ 
 Vamos supor que agora o tema seja outro, a participação dos jovens na política. Como eu 
poderia fazer essa introdução? 
 Segundo Aristóteles, o homem é um ser social, isso significa também que a política é inerente 
a própria relação do homem com outros homens na construção de uma sociedade harmoniosa. 
Contudo, os jovens de hoje parecem reticentes em relação à política considerando uma área que não 
é de seu interesse. Nesse sentido, a ideia de que política é sinônimo de corrupção parece contribuir 
muito para essa perspectiva. Sob tal ótica, tais jovens se afastam justamente da área da ação humana 
cujas decisões poderão tornar o mundo futuro melhor ou pior para essas novas gerações. 
 Essa ideia de fórmula mágica, como uma espécie de cálice sagrado que, por mágica, tornaria 
qualquer redação um texto nota 1000 se espalhou pela internet. É comum uma busca quase insana 
pela “MÁSCARA 
 
 ‘Afinal, você deve ter reparado que o esquema sem o domínio de repertório (você deve 
saber falar sobre Aristóteles, por exemplo) e sem um bom vocabulário não resolve muito. Só a 
título de exemplo, imaginei alguém que se valesse do mesmo esquema, mas sem tanto preparo. 
 Segundo um pensador grego, a política é a coisa mais importante para o homem naquilo que 
é da convivência. Contudo, os jovens não querem nem saber de político, não estão nem aí para o que 
acontece no país, por causa da falta de conhecimento. Nesse sentido, acham que político é tudo 
corrupto e não gostam de se informarem, só passam o dia inteiro na internet. Sob tal ótica, tais jovens 
agem de forma irresponsável , pois não ligam para os políticos e eles fazem o que querem. 
 
 
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Isso aí, corujinha arguta. É como se eu dissesse, faça uma operação matemática, eu te dou 
o esquema: 
 
 
 
Aí, você pega o esquema e preenche da seguinte forma 2+2=5. Não dá, né? 
Na verdade, a máscara pode até ajudá-lo, mas ela não substitui a preparação, o exercício 
com a linguagem, o desenvolvimento da sua capacidade intelectual de fazer ligações entre ideias, 
a capacidade de perceber quando uma ideia é coerente ou não etc. No final do curso, quando já 
tivermos considerado todas as partes do texto e tudo o que é necessário para escrever bem, 
discutirei alguns desses esquemas e quais podem funcionar. Por ora, essa ideia de máscara vai nos 
ajudar a elaborar introduções. 
 
O que interessa nesse momento, é perceber qual foi o esquema que a maioria dos alunos 
utilizaram para fazer as introduções das redações mais valorizadas pela banca. Nesse caso, 
debrucei-me sobre as 31 redações publicadas na internet sobre o tema da manipulação de dados 
e, a partir deles, vamos considerar juntos as introduções mais comuns no Enem. 
 
5.1 Estatísticas 
 Bom, vamos começar pelas estratégias. As duas mais utilizadas foram a citação e a analogia. 
No caso da analogia os candidatos utilizaram filmes (“Matrix” e “Jogo da Imitação”), série (“Black 
Mirror”) e romances (“1984” e “Admirável Mudo Novo”). Esse número alto de analogia explica-se 
pelo tema ligado à internet, mote para muitos filmes atuais. 
 No caso da citação, obviamente estiveram presentes filósofos (a maioria) e sociólogos. 
 No caso, do percurso histórico, o mais comum foi mostrar como a internet se desenvolveu, 
ou aproximar o fenômeno de manipulação a algo que aconteceu no passado, por exemplo na era 
Vargas. 
Chamou-me a atenção uma redaçãoem especial que apresentava uma frase típica de 
máscara. A primeira frase era “A Revolução Técnico-Científico-Informacional, iniciada na segunda 
metade do século XX, inaugurou inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações.” 
Ela faz referência a um processo histórico, mas é bastante vaga de tal forma que o escritor depois 
disso pode falar de muitos assuntos, financeirização da econômica através da revolução 
tecnológica, relações humanas depois do mundo virtual, o engajamento político virtual etc. 
E por último, vale a pena considerar o que chamei de descrição. Foram introduções mais 
simples e mais curtas também que descreviam a internet e a manipulação dos dados numa espécie 
de paráfrase bem feita e curta. 
 
 
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 Além dessas estratégias gerais, eu observei a recorrência de uma estrutura de oposição logo 
na introdução. O autor citava um filósofo que defendia a autonomia (Kant por exemplo), para 
depois introdução através de um conectivo adversativo a ideia contrária, ou seja, que a 
manipulação de dados vai contra esse ideal. Acredito que isso tenha a ver com aquilo que já 
discutimos antes. A lógica da prova do Enem é opor um mundo idealizado que serve como 
referência para as políticas públicas e o mundo real. Em outros casos, deu para perceber que se 
tratava de um esquema decorado que o candidato tentava a todo custo preencher. Vou dar um 
exemplo, leia a introdução abaixo e observe o uso do conectivo de oposição. 
 
A obra musical "Admirável Chip Novo", da cantora Pitty, retrata a 
manipulação das ações humanas em razão do uso das tecnologias, que 
findam por influenciar o comportamento dos indivíduos. Não obstante, 
tal questão transcende a arte e mostra-se presente na realidade brasileira 
76 através da filtragem de dados na internet e sua utilização como 
ferramenta de determinação de atitudes... 
 
 Considerando cada um dos temas e a ocorrência entre a mescla dos dois recursos, o 
escolhido pelo candidato e a oposição, teríamos o seguinte gráfico. 
 
 
36%
35%
25%
4%
ESTRATÉGIAS
Citação Analogia Percurso Histórico Descrição
 Esse 
“não obstante” não faz 
sentido, poderia ser 
suprimido, pois o que 
acontece é similar 
 ao que é dito na 
música. 
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6. Treino 
 
 Bem agora, chegou a hora de você treinar a introdução. Vou considerar cada uma das 4 
estratégias e propor que você faça uma ou duas introduções sobre o tema escolhido, a proposta 
do Enem 2016, segunda aplicação. 
ENEM 2016 – Segunda aplicação 
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de 
Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos. 
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Citação Analogia Percurso Histórico Descrição
Título do Gráfico
Estratégia Estratégia + contradição
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TEXTOS MOTIVADORES 
TEXTO I 
Ascendendo à condição de trabalhador livre, antes ou depois da abolição, o negro se via 
jungido a novas formas de exploração que, embora melhores que a escravidão, só lhe permitiam 
integrar-se na sociedade e no mundo cultural, que se tornaram seus, na condição de um 
subproletariado compelido ao exercício de seu antigo papel, que continuava sendo principalmente 
o de animal de serviço. [...] As taxas de analfabetismo, de criminalidade e de mortalidade dos 
negros são, por isso, as mais elevadas, refletindo o fracasso da sociedade brasileira em cumprir, na 
prática, seu ideal professado de uma democracia racial que integrasse o negro na condição de 
cidadão indiferenciado dos demais. 
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 
1995 (fragmento). 
 
Texto II 
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989 
Define os crimes de resultantes de preconceito de raça ou de cor 
Art 1º – Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminalização ou 
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
(Disponível em: www.planalto.gov.br - Acesso em: 25 maio 2016. Fragmento) 
 
 
 
Texto IV 
O que são ações afirmativas 
Ações afirmativas são políticas públicas feitas pelo governo ou pela iniciativa privada com o 
objetivo de corrigir desigualdades raciais presentes na sociedade, acumuladas ao longo de anos. 
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Uma ação afirmativa busca oferecer igualdade de oportunidades a todos. As ações 
afirmativas podem ser de três tipos: com o objetivo de reverter a representação negativa; para 
promover igualdade de oportunidades; e para combater o preconceito e o racismo. 
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que as ações 
afirmativas são constitucionais e políticas essenciais para a redução de desigualdades e 
discriminações existentes no país. 
No Brasil, as ações afirmativas integram uma agenda de combate à herança histórica de 
escravidão, segregação racial e racismo contra a população negra. 
(Disponível em: www.seppir.gov.br – Acesso em: 25 maio 2016. Fragmento). 
 
Proposta de redação 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua 
portuguesa sobre o tema "Caminhos para combater o racismo no Brasil", apresentando proposta 
de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma 
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 
 
 Vou sugerir para cada exercício o uso de uma máscara. Ela não é obrigatória e você pode se 
valer de sinônimos. Lembre-se: esse é um treino de imitação. Tendo observado os modelos, 
proponho que você faça algo parecido. Mas lembre-se de que em redação outros caminhos são 
possíveis, eu diria, muitos outros caminhos. 
 Ah, vou dar sugestões, mas pesquise também. Isso vai aumentar seu repertório. 
 
6.1 Citação 
 A técnica nesse caso é simples. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há alguns formatos próprios para isso. 
✓ Segundo o filósofo “x”, a seguir você coloca a frase dele. 
✓ Começar pela frase do pensador e depois acrescentar, isso foi dito por “x”. 
✓ O pensador “x” viveu no século “y”, numa época em que se discutia de forma geral 
esse tema. É dele a frase.... 
Pensador , a 
legislação 
O que se disse 
 
Primeira frase 
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Lembre-se de que para nós, a legislação também é uma autoridade e pode ser citada, e a 
parte que interessa da lei encontra-se na coletânea. 
 
 
Q.1 Citação e conformidade 
Faça uma introdução com uma citação em que um filósofo, um sociólogo, um 
depoimento de algum negro de projeção (um artista, por exemplo), mas vale 
também o senso comum, já que tal frase por si só já manifesta racismo o que 
permite discutir o tema. A seguir introduza o tema segundo a máscara abaixo. 
 
 Segundo (nomeda pessoa e o que ele disse, deve ser alguém que reconhece o racismo 
no Brasil).............................................Esse autor manifesta uma constante na sociedade 
brasileira, (agora você apresenta o tema, destacando a 
problemática)..........................................Nesse sentido, (desenvolva como o problema 
ocorre).....................................Sob tal ótica (agora destaque qual é o problema desse 
ação)................ 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
-Senso comum: você é um negro de alma branca. 
-Personagem histórica: “A discriminação dos negros está presente em cada momento das suas 
vidas para lembrá-los que a inferioridade é uma mentira que só aceita como verdadeira a sociedade 
que os domina”. (Martin Luther King) 
-Celebridade: “"O negro brasileiro sofre preconceito diariamente" (Thaís Araujo, atriz global). 
 
Q.2 Citação e oposição 
Faça uma introdução com uma citação em que um filósofo, um sociólogo que 
expresse algo geral, defendendo a igualdade entre os homens, a seguir mostre 
que não é isso que acontece no Brasil. 
 
Segundo (nome do pensador e o que ele disse, deve ser uma ideia otimista em relação à 
internet).............................................Contudo, (agora você apresenta o tema, 
destacando a problemática)..........................................Nesse sentido, (desenvolva como 
o problema ocorre).....................................Sob tal ótica (agora destaque qual é o 
problema desse procedimento)................ 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
Filósofo: “Toda a humanidade aprende que, sendo todos iguais e independentes, ninguém deve 
lesar o outro em sua vida, sua saúde, sua liberdade ou seus bens.” (Locke) 
Filósofo: “Liberdade não é poder escolher entre preto e branco, mas sim abominar este tipo de 
propostas de escolha.”(Adorno) 
Filósofo: “A força fez os primeiros escravos, a sua covardia perpetuou-os.” (Jean-Jacques 
Rousseau) 
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Direito: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de 
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.” 
(Declaração dos Direitos Humanos, ONU) 
Direito: O artigo de lei da coletânea. 
 
6.2 Analogia 
 Vamos considerar aqui a analogia com filmes, músicas, romances e séries. 
 É importante, nesse caso, que você saiba escolher exatamente a cena que pode se encaixar 
no que você destacará a seguir. Por exemplo, quando eu penso em racismo, sempre me vem a 
mente duas cenas envolvendo o negro Prudêncio de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Se for 
adotar essa técnica, devo escolher a cena que melhor me permite introduzir o tema racismo. Devo 
considerar adequadamente como vou descrevê-la e o que vou destacar logo em seguida. A título 
de exemplo, escrevi a seguinte introdução: 
 
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, observa-se uma cena que diz 
muito sobre o Brasil. O protagonista, quando criança, tinha como um cavalo de brinquedo um 
menino negro chamado Prudência. Ele colocava arreio no garoto, subia em cima e o chamava de 
besta. Os tempos mudaram, os negros se fizeram respeitar, mas ainda hoje no Brasil, costumes 
arraigados de menosprezo ao negro permanecem na cultura. Na busca de uma sociedade mais 
harmônica, não é possível que restos dos séculos da escravidão ainda permaneçam entre nós. 
A estrutura desse tipo de introdução é mais complicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há dois jeitos de você começar a analogia. 
✓ Fazer um resumo já estabelecendo a relação com o tema de forma geral: 
“Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata muito bem a origem do racismo 
brasileiro. 
✓ Contar primeiro a cena para depois fazer essa relação. 
Nos dois casos, observe que a cena escolhida deve ser descrita com cuidado. Um trecho 
simples, como “Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, discute-se o racismo na cena do Prudêncio” 
tem pouca valor atrativo. 
 
 
Q.3 Analogia e conformidade 
Nome da 
obra, 
autor etc 
Narração 
da cena 
escolhida 
Estabelecer a 
relação com 
o tema 
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Faça uma introdução comparativa com um filme, música, romance ou série. A história 
escolhida deve manifestar racismo. A seguir introduza o tema segundo a máscara 
abaixo. 
 
 A obra “x” retrata muito bem a questão do racismo. O protagonista, em determinado 
momento (descreva a cena ou faça um resumo da narrativa, com 
detalhes).................................Guardadas as devidas diferenças, essa história parece 
refletir no acontece, hoje no Brasil. (Descreva a temática)....................... Nesse contexto, 
(agora destaque qual é o problema desse ação)................ 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
Literatura: Clara dos Anjos de Lima Barreto. 
Filmes: “A cor púrpura”, “12 anos de Escravidão”. “Histórias Cruzadas”, “Branco saí, preto fica”. 
 
 
Q.3 Analogia e oposição 
Faça uma introdução comparativa com um filme, música, romance ou série. A história 
escolhida deve manifestar um ideal, uma peça de harmonia entre brancos e negros. A 
seguir introduza o tema segundo a máscara abaixo. 
 
 Na série “x”, as relações entre negros e brancos parecem harmônicas. O protagonista 
vive uma relação (resuma com detalhes o que ocorre no filme ou 
série)............................... Contudo, (agora você apresenta o tema, destacando a 
problemática)..........................................Nesse sentido, (desenvolva como o problema 
ocorre).....................................Contrastando essas duas situações (agora destaque qual é o 
problema desse procedimento)..................... 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
Essa proposta é mais desafiante, porque você deve encontrar algo que mostre relações harmônicas 
entre negros e brancos. 
Música: A música “Negro é lindo” de Jorge Bem (para introduzir uma música, você deve fazer as 
adaptações necessárias) 
Qualquer série ou filme americano que tenha como protagonistas negros que parecem não sofrer 
preconceito. 
 
 
 
6.3 Percurso histórico 
 Esse tipo de introdução se apresenta de forma mais variada, pois depende muito do episódio 
histórico que você selecionou. Pode ser algo mais geral, por exemplo, “desde a revolução 
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tecnológica começada na década de 1980...”, até episódios mais detalhados. Nesse caso, uma 
máscara não faz muito sentido. 
 É possível dar algumas sugestões. 
✓ Ao começar a desenvolver essa sequência discursiva, apresente, se possível, tempo e espaço 
✓ Não siga uma linha histórica muito longa. 
✓ Não se esqueça de fazer a relação entre o episódio histórico e o tema. 
✓ Deixe claro par ao leito os dois momentos: passado e presente. 
 
 
Q.3 Percurso histórico e conformidade 
Faça uma introdução histórica mostrando como os negros foram humilhados no Brasil, 
isso permite destacar uma certa continuidade. Depois de destacar o problema do 
racismo, apresente uma frase final que, de alguma forma, você deixe claro que tal 
situação não pode continuar. 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
- A libertação dos escravos e sua consequência (libertos sem qualquer apoio do Estado). 
- A visão que os Republicanos positivistas tinham dos negros (lembrar as ideias dos positivistas). 
-A história da colonização europeia e a crença em povos inferiores. 
-A história particular de qualquer pessoa de destaque negra que no passado enfrentou muito 
preconceito: Machado de Assis, Lima Barreto, Cruz e Sousa etc. 
 
 
Q.4 Percurso histórico e oposição 
Faça uma introdução histórica considerando alguma luta por igualdade no mundo e 
suas consequências para destacar a diferença com o Brasil. 
 
Sugestões ilustrativas e

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